Você está na página 1de 2

4.

ºano
Cantinho da Leitura
O marujo Manuel
O barquito de papel
com que brincava o Manuel
na correnteza do rio,
sempre a vogar, a vogar,
cresceu e foi ter ao mar:
é hoje um grande navio.

O Manuel cresceu também:


tem vinte anos, já não tem
aquele branco babeiro
(que o mar, como ao barco, outrora,
o chamou) e veste, agora,
a farda de marinheiro.

VIANA, António Manuel Couto – "O marujo Manuel" in Versos de Cacaracá. Lisboa: Texto, 2010.

Uma nau maravilhosa


Vi um dia no mar alto
uma nau maravilhosa:
toda d’oiro era o costado
e as velas verde e rosa.

Desde o porão ao convés


abarrotava de caixas
com caramelos, confeitos,
biscoitos, bombons, bolachas.

(…)

VIANA, António Manuel Couto – "Uma nau maravilhosa" in Versos de Cacaracá. Lisboa: Texto, 2010 [fragmento].

www.escolavirtual.pt © Escola Virtual 1/2


4.ºano
A maçã
(…)

– Quero ver o Mundo! – diz


a maçã, a soluçar.
– O escaravelho é feliz,
pois tem patas para andar!

De um alto ramo pendente


via o Sol, o Céu, a estrada
com gatos e cães e gente.
Mas, no chão, não vejo nada!

– Eu tenho uma rica ideia!


– diz o galo (e bate as asas).
– dou-te esta noite boleia
para veres gentes e casas.
E assim fez. Voa da igreja,
põe às costas a maçã
que vê tudo o que deseja
até romper a manhã.

(…)

VIANA, António Manuel Couto – "A maçã" in Versos de Cacaracá. Lisboa: Texto, 2010 [fragmento].

O avião
(…)

O coelhinho, sem receio,


no avião se vai sentar:
– Oh, como é bom dar um passeio!
Já vou subir! Já estou no ar!

– Voar tão alto e tão depressa


faz com que a minha mãe, na estrada,
com a formiga se pareça.
E, agora, já não vejo nada!

(…)

VIANA, António Manuel Couto – "O avião" in Versos de Cacaracá. Lisboa: Texto, 2010 [fragmento].

www.escolavirtual.pt © Escola Virtual 2/2

Você também pode gostar