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2.1.3 Inexistência de risco excepcional e urgente à saúde.

Caráter político da
medida associada ao fato de que a ANVISA não apresentou nenhuma
justificativa técnica para a medida

Outra argumentação trazida pela entidade proponente é o de que em


questões regulamentares a atuação das agências se justifica por sua expertise
sobre a matéria e de que a margem de discricionariedade conferida a essas
entidades só pode ser explorada de forma legítima uma vez que suas decisões
possuam lastro científico. (BORGES; SILVA, 2012)
Neste diapasão, alega-se que a ANVISA não apresentou nenhuma
justificativa técnica para proscrever os aditivos na RDC nº 14/2012. Não se divulgou
estudo que demonstrasse que os aditivos genericamente banidos representam
riscos à saúde, ou que eles majoram os riscos habitualmente associados aos
produtos fumígenos, o que, no seu entendimento, deslegitima a atuação da Agência.
Em adição, a entidade autora contextualiza o cenário de atuação da ANVISA,
que envolve produtos fiscalizados com riscos à saúde ordinariamente associados,
como medicamentos e saneantes, de forma que entende que estes riscos não
podem servir de justificativa para proibições drásticas à liberdade de iniciativa.
Defende assim, que a atuação da agência deve ser estritamente técnica, vinculando-
se à proteção da sociedade diante de situações anormais capazes de justificar uma
intervenção cautelar da vigilância sanitária, e não uma atuação política, em que ela
ponderaria o que é bom ou ruim na sociedade. (BORGES; SILVA, 2012)

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