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Cristina Werkema
No Brasil, o interesse pelo Seis Sigma está crescendo a cada dia. Já há alguns anos, as
empresas cujas unidades de negócio no exterior estavam adotando esse programa o conhecem.
A pioneira na implementação do Seis Sigma com tecnologia nacional foi o Grupo Brasmotor
(Multibrás e Embraco), que, em 1999, obteve mais de 20 milhões de reais de retorno, a partir dos
primeiros projetos Seis Sigma concluídos. Atualmente, várias outras empresas no país estão
implementando a estratégia, geralmente com o suporte de consultorias nacionais.
Vale destacar que uma das tendências irreversíveis do Seis Sigma é sua integração ao
Lean Manufacturing, de modo que a empresa usufrua os pontos fortes de ambas estratégias 1. O
programa resultante dessa integração é denominado Lean Seis Sigma, uma estratégia mais
abrangente, poderosa e eficaz que cada uma das partes individualmente e adequada para a
solução de todos os tipos de problemas relacionados à melhoria de processos e produtos e
também para a criação de novos processos e produtos.
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Figura 1 – Lógica do Seis Sigma.
A conclusão de uma fase do projeto é geralmente marcada pela revisão dos resultados
principais e do desempenho do projeto até a data em questão a fim de decidir se o projeto deve
prosseguir até a fase seguinte e detectar e corrigir desvios dos custos de maneira eficaz. Essas
revisões realizadas ao final de cada fase são geralmente chamadas de gate reviews, saídas de
fase, passagens de estágios ou pontos de conclusão.
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Os projetos são compostos por processos. Um processo consiste em uma série de
ações que geram um produto. Os processos de um projeto são executados por pessoas e
geralmente podem ser classificados em duas categorias principais:
Esses processos também podem ser organizados de acordo com as nove áreas do
conhecimento do gerenciamento de projetos, conforme mostrado na figura 7.
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Figura 7 – Mapeamento dos processos do gerenciamento de projetos em relação aos
grupos de processos e áreas de conhecimento.
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3 – Integração das metodologias DFSS (DMADV) e PMBoK
Em primeiro lugar, vale destacar que as fases do projeto, segundo o PMBoK, podem ser
consideradas como as etapas do DMADV mostradas anteriormente na figura 2. Essas etapas
são reapresentadas na figura 8 na qual destacamos as áreas de conhecimento do PMBoK mais
abordadas em cada etapa do DMADV.
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Na figura 9 são identificados, em amarelo, os processos de gerenciamento de projetos
que são fortemente abordados pelo DFSS e, em cinza, aqueles que são moderadamente
abordados.
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Na figura 10 é mostrado como o DFSS complementa os processos do gerenciamento de
projetos do PMBoK.
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Figura 10 – Como o DFSS complementa os processos do gerenciamento de projetos do PMBoK -
continuação.
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A figura 11 mostra qual a metodologia predominante de acordo com a natureza do
projeto.
Vale destacar que as vantagens de 1 a 6 são comuns ao DFSS, lembrando que para
projetos de melhoria (quinta vantagem), existe o método DMAIC.
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Já como desvantagens do PMBoK é possível relacionar3:
Para encerrar este texto e tendo como base os pontos discutidos acima, apresentamos
nossa recomendação quanto ao uso das duas metodologias:
Adotar uma integração das metodologias PMBoK e DFSS, de modo a usufruir das
vantagem de ambas:
• Fases padronizadas do DFSS (método DMADV).
• Ferramentas específicas de análise do DFSS.
• Levantamento em detalhes, exigido pelo DFSS, dos requerimentos dos
clientes/usuários.
• Formalidade do PMBoK.
• Padronização na empresa da gestão de projetos promovida pelo PMBoK.
É ideal que o início do uso das metodologias na empresa já ocorra sob a forma
integrada.
Comentários e referências
1. Para obter mais detalhes sobre a integração entre o Seis Sigma e o Lean Manufacturing o
leitor pode consultar o livro Lean Seis Sigma: Introdução às Ferramentas do Lean
Manufacturing (Nova Lima: Werkema Editora, 2006), 117 p, de Cristina Werkema.
2. Esta seção foi elaborada a partir de extratos da obra Um Guia do Conjunto de
Conhecimentos do Gerenciamento de Projetos (PMBOK ® Guide) Edição 2000 (Newtwon
Square: Project Management Institute, Inc., 2002).
3. As vantagens e desvantagens do PMBoK foram redigidas por Giovanni Gelape, consultor do
Grupo Werkema.
Cristina Werkema é diretora do Grupo Werkema e autora das obras Criando a Cultura Seis
Sigma, Design for Six Sigma: Ferramentas Básicas Usadas nas Etapas D e M do DMADV,
Lean Seis Sigma: Introdução às Ferramentas do Lean Manufacturing e Avaliação de
Sistemas de Medição (publicações da Série Seis Sigma), além de oito livros sobre estatística
aplicada à gestão empresarial, área na qual atua há mais de quinze anos. Cristina é membro do
Seis Sigma Brasil Group. (31) 3241-3090; cristina@werkemaconsultores.com.br.
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