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Boca Imortal

Abre a boca mordaz num riso convulsivo


� fera sensual, luxuriosa fera!
Que essa boca nervosa, em riso de pantera,
Quando ri para mim lembra um capro lascivo.

Teu olhar d�-me febre e d�-me um brusco e vivo


Tremor �s carnes, que eu, se ele em mim reverbera,
Fico aceso no horror da paix�o que elegera,
Inflamada, fatal, dum sangue rubro e ativo.

Mas a boca produz tais sensa��es de morte,


O teu riso, afinal, � t�o profundo e forte
E tem de tanta dor tantas negras ra�zes;

Rigolboche do som, � flor pompadouresca!


Que �s para mim, no mundo, a tr�gica e dantesca
Imperatriz da Dor, entre as imperatrizes!

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