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AVC – AVALIAÇÃO CONTÍNUA

FOLHA DE RESPOSTA

Disciplina: Teoria e história da arquitetura e urbanismo II


Disci

Resolução / Resposta

O Maneirismo

O Maneirismo iniciou na Itália, a partir de 1520, nas cidades de Florença e Roma,


vindo a se espalhar pela Europa e mesmo globalmente, influenciando as artes em várias
partes do mundo. Este movimento marca o fim do chamado Alto Renascimento, e
precede, a partir do final do século XVI, o início do período Barroco.

Alguns fatos ajudam a explicar o surgimento das manifestações maneiristas. O


princípio do século XVI foi marcado por grandes mudanças. Em 1517, o monge alemão
Martinho Lutero postou suas 95 teses na catedral de Wittenberg, denunciando os
excessos da igreja católica e dando início ao protestantismo. Também, a descoberta, por
Nicolau Copérnico, de que a Terra não estava no centro do sistema solar, mas o Sol, foi
outro fato marcante deste período.

Ainda dentro deste contexto, vários outros acontecimentos históricos podem ser
elencados, como a queda de Constantinopla (1453), a descoberta das Américas (1492), a
circum-navegação da Terra por Fernão de Magalhães (1521), dentre outros.

Assim, a visão renascentista do humanismo, da ordem e das proporções perfeitas


foi contrabalanceada por acontecimentos que abalaram a própria ordem política, social,
econômica e religiosa desta época, causando, de certa forma, um sentimento de
desajuste, tensão e desconexão com relação à forma com que se entendia o mundo.

Do ponto de vista da arte, acredita-se que a descoberta da escultura “Lacoonte e


seus dois filhos” (fig. 1) – que, estima-se, foi esculpida em torno do século I d.C. – em
1506, influenciou a estética maneirista, por apresentar formas contorcidas,
diferentemente das posturas clássicas utilizadas durante o Renascimento.

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Figura 1: Lacoonte e seus dois filhos. Fonte: Creative Commons.

Pensa-se que, por influência desta escultura, os artistas passaram a inserir figuras
numa posição contorcida, conhecida por “serpentinata” ou postura de serpente,
contorcida, como a pintura da sibila líbia, na capela Sistina, por Michelângelo (fig. 2)

Figura 2: A sibila líbia. Fonte: Creative Commons.

Outra característica a ser notada, ainda quanto à figura humana, diz respeito às
proporções exageradas, adotadas por determinados autores, como a “Madona do

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pescoço longo”, de Parmigianino (fig. 3). Note-se o longo pescoço, razão do título, e as
proporções da madona, bem como dos personagens desta obra, com atenção à figura
diminuta no canto inferior direito.

Figura 3: Madona do pescoço longo. Fonte: Wikiart.

Finalmente, vale citar uma característica histórica do período foi a ascensão de


uma classe economicamente forte, formada por comerciantes, e que passou a patrocinar
a obra de grandes artistas, em grande parte para perpetuar a própria imagem de
dominância, o que veio a contribuir conjuntamente para o surgimento de estilos típicos
dos artistas, que também aspiravam alcançar uma posição de destaque.

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