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teologia “liberal”. Uma linha que não consideramos nem cristã e muito menos
protestante, mas recebeu o nome de protestantismo liberal.
Então o que é de fato o Protestantismo? O que cremos e o que nos distingue
dos católicos romanos, ortodoxos e liberais? Podemos dizer que a distinção que nos faz
protestantes são os 5 SOLAS da Reforma e o sacerdócio de todos os crentes.
A reforma Protestante teve 5 cinco pilares fundamentais, 5 pontos que colocaram
a igreja de volta nos trilhos da ortodoxia:
Sola Scriptura;
Sola Gratia;
Sola Fide;
Solus Christus;
Soli Dei Gloria
1. SOLA SCRIPTURA
Já vimos o conceito, mas vamos relembrar. SOLA SCRIPTURA significa “somente
a Escritura” Por que esse ponto foi importante na Reforma?
O catolicismo romano possui outras fontes de autoridade juntamente com a Bíblia.
Eles se firmam na Tradição, na Bíblia e no magistério (colégio de cardeais e o papa).
Eles submetem a Bíblia à igreja pois afirmam que foi a igreja que compôs as Escrituras
então logo, tem autoridade sobre a mesma. Na época da Reforma o papa promovia
ensinos que não se encontravam nas Escrituras:
Indulgências
Relíquias
Infalibilidade papal
ponto chave na doutrina das Escrituras. A partir dela temos as corolárias doutrinas da
inerrância, autoridade, canonicidade e suficiência.
Inerrância - a Bíblia não contêm erros
Suficiência – ela é o que precisamos para conhecermos a Deus e servi-lo
Infalibilidade – ela não falha, tudo que diz é verdade, se cumpriu e cumprirá
Sola Scriptura é uma das bases da Reforma e ainda hoje norteia nossas igrejas,
por isso qualquer doutrina, ensinamento deve sair das páginas das Escrituras ou pelo
menos ser avaliada pelas Escrituras, ela é o padrão, a medida (o cânon):
“Qualquer ensinamento que não se enquadre nas Escrituras deve ser rejeitado, mesmo
que faça chover milagres todos os dias”. (Martinho Lutero)
Hoje não tomamos cuidado somente com as doutrinas romanas, mas com muitas
ditas evangélicas. Augusto Nicodemos Lopes em seu livro “O que estão fazendo com a
Igreja?” nos mostra evangélicos com almas católicas:
1. O gosto por bispos e apóstolos – Na igreja Católica, o sistema papal impõe
autoridade de um único homem sobre todo o povo. A distinção entre clérigos
(padres, bispos, cardeais e o papa) e os leigos (povo comum) eleva o
sacerdote católico a um nível superior infundindo respeito e veneração;
2. A ideia de que pastores são mediadores entre Deus e os homens – oração
forte do pastor, do irmão profeta.
3. O misticismo supersticioso no apego a objetos sagrados – relíquias, água
benta...;
4. A separação entre o sagrado e o profano – esse é o centro do pensamento
católico.
O que a declaração de Chicago diz sobre o SOLA SCRIPTURA?
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2. SOLA GRATIA
SOLAGRATIA, que significa em Latim “somente pela graça”.
Graça é o grande tema do Novo Testamento e por ser tão importante e central
para nossa fé, precisamos entender o assunto. Falamos sobre graça, cantamos sobre a
graça de Deus. A Bíblia diz que Jesus era cheio de graça (Jo 1:16). Muitas das cartas do
Novo Testamento começam e terminam com os escritores expressando seu desejo de
que a graça de Jesus estivesse com o seu povo. As últimas palavras da Bíblia são: “A
graça do Senhor Jesus seja com todos. Amém” (Ap 22:21).
O QUE É GRAÇA? A definição mais comum: Um favor imerecido. Vamos
aproveitar aqui e definir graça:
“Algo que Deus faz por você que não poderíamos fazer por nós mesmos”
(D. J. Bingham)
“Graça é estender favor, bondade para alguém que não merece e que não pode
adquirir”. Despertar da Graça de Charles Swindoll
3. SOLA FIDE
SOLAFIDE, que significa em Latim “somente pela fé”. Vamos aprender o trilho
da salvação. A salvação sempre foi, é e será: pela GRAÇA, mediante a FÉ em CRISTO
JESUS.
Para um melhor esclarecimento temos que definir alguns termos:
Universalismo – Todas as religiões éticas e morais levam a Deus e todos
serão salvos porque Deus é amor (Orígenes);
Inclusivismo - Salvação é somente através do sacrifício de Jesus, mas não
precisamos necessariamente ouvir o evangelho e responder com fé.
(Pinnock) Fidelidade e caridade em sua própria religião, naquilo que foi
revelado a você serve por causa do sacrifício de Jesus sobre todos, pois
Deus não quer que ninguém se perca;
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Quando afirmamos que a salvação é pela graça e mais nada, significa que não
podemos e não temos como adicionar nada para nossa salvação, ela vem de Deus e
não de nós. Não vem de obras, não vem de méritos, nem de nossa vontade (Sl 49:7-8;
Rm 3; Jo3 cf 2Co5).
Mas existe um meio pelo qual recebemos os benefícios dessa graça. Um meio
que recebemos os benefícios do sacrifício substitutivo e expiatório de Jesus na cruz. A
igreja Romana diz que é através dos 7 sacramentos dispensados pela igreja, nós
dizemos que é pela FÉ SOMENTE (sola fide).
A fé sempre tem que estar presente! Caso contrário viraria Universalismo ou
Inclusivismo. É importante afirmarmos que a fé salvífica sempre vem acompanhada de
arrependimento. A fórmula então fica:
esperança e caridade sejam adicionadas a ela, ela não unirá ninguém perfeitamente com
Cristo nem fará alguém um membro vivo do seu corpo" (Trento, VI, cap. 7).
O Catolicismo romano então afirma que caridade, amor, esperança precisam ser
adicionados à fé para gerar a salvação. Quando você participa dos sacramentos, “a
graça santificadora e as virtudes teológicas (fé, esperança e amor) são dadas por infusão
pelo qual a pessoa se torna um filho aceitável, seu amado amigo e herdeiro da vida
eterna” (Christopher J. Malloy é professor adjunto de teologia da Universidade de Dallas
nos EUA).
Como protestantes abrimos as Escrituras e dizemos SOLAFIDE: recebemos os
benefícios da graça de Deus pela fé
4. SOLUS CHRISTUS
SOLUS CHRISTUS que significa “somente por Cristo”. A igreja romana afirmava
que fora da igreja não há salvação, mas o protestantismo levanta sua voz e diz que não
há salvação fora de Cristo. Nós protestantes afirmamos que a Escritura e sua doutrina
sobre a graça e fé enfatizam que a salvação é solus Christus, “somente por Cristo”, isto
é, Cristo é o único Salvador.
B.B. Warfield escreveu: “O poder salvador da fé reside, portanto, não em si
mesma, mas repousa no Salvador Todo Poderoso”.
A centralidade de Cristo é o fundamento da fé protestante. Martinho Lutero disse
que Jesus Cristo é o “centro e a circunferência da Bíblia” — isso significa que quem ele
é e o que ele fez em sua morte e ressurreição são o conteúdo fundamental da Escritura.
Ulrico Zuínglio disse: “Cristo é o Cabeça de todos os crentes, os quais são o seu corpo
e, sem ele, o corpo está morto”.
Sem Cristo, nada podemos fazer; somente Cristo pode trazer salvação. Mas será
que isso é verdade mesmo? E o que dizer das outras religiões, dos que nunca ouviram?
Nos dias de hoje o mundo quer o universalismo, e muitas pessoas hoje
questionam a crença de que a salvação é somente pela fé em Cristo. Acham o
exclusivismo intolerante e intolerância hoje é um dos grandes vilões sociais. O resultado
é que, atualmente, muitas pessoas, como H.R. Niebuhr disse em sua famosa frase a
respeito do liberalismo — proclamam e adoram “um Deus sem ira, o qual trouxe homens
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sem pecado para um reino sem julgamento por meio de ministrações de um Cristo sem
a cruz”.
Mas biblicamente a salvação é somente por Cristo? Jo 14:6; At 4:12; 1Tm 2:5; Jo
3:36.
Os reformadores viram como isso chocava com as Escrituras que relatam que
esse tipo de veneração, adoração e controle pertencem somente a Deus – SOLI DEO
GLORIA.
Is 48:11 “Por amor de mim, por amor de mim faço isso. Como seria profanado meu
nome? A minha glória não darei a outrem”.
Is 42:8 “Eu sou o Senhor (Yahweh), este é o meu nome! A minha glória a outrem não
darei, nem o meu louvor às imagens de escultura”.
Mas... o que é a glória de Deus? ( כָּבֹודKabode – KBD) (ca. 200 vezes) LXX
χαβωθ
1. Peso, fardo;
2. a) riquezas Gn 3:11 ( עׂשהganhar) Is 10:3 61:6 66:12; b) reputação,
importância;
3. Glória, esplendor (Ex 33:18-23);
4. Distinção, singularidade, honra ( ָּקלֹוןHc 216, כְּ ִלמָּ הSl 43).
E quando ela flui, é vista como bela e grandiosa. Ela tem tanto a qualidade de ser
infinita quanto a magnitude. Desta forma, podemos definir a glória de Deus como a
beleza e a grandeza da sua multiforme perfeição.
Digo “multiforme perfeição” porque a Bíblia diz que aspectos específicos do ser
de Deus contêm glória. Por exemplo, lemos sobre a “gloriosa graça” (Efésios 1:6) e “a
glória do seu poder” (2 Tessalonicenses 1:9). O próprio Deus é glorioso, pois ele é a
perfeita união de todas as suas multiformes e gloriosas perfeições.