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Editorial

O Espiritismo Cristão
maio/2019

Desde os primórdios do Cristianismo na Terra, nos foi ensinado que o Reino de Deus não é daqui, mas começa aqui, em nossos corações, e sua
construção pede tijolos de amor, cujo trabalho, desde a confecção de cada tijolo até a sua utilização na edificação do Reino, não dispensa suor nem
lágrimas.

Jesus nos disse que no mundo teríamos aflições, devendo-se, todavia, manter ânimo e coragem, uma vez que Ele vivera no mundo sem ser do
mundo, vencendo-o, e quem persevere até o fim, alcançará Vida, vida em abundância, bem-estar espiritual.

As aflições ainda ocupam os corações.

A dor humana é um grito de socorro.

Sombra insistente pede luz permanente. Mal que se apresenta, chama o bem a se manifestar.

Intensificando a luz, desfaz-se a sombra. Fomentando o bem, esvai-se o mal.

As organizações de benemerência do mundo são como elos formadores de uma grande rede do bem, irradiando luz nos corações humanos.

As instituições espíritas e suas obras de assistência às necessidades humanas compõem essa malha de sustentação e apoio orientativo aos
que estamos na longa jornada redentora, carentes dos recursos consoladores e curativos desses celeiros de bênçãos.

Cada organização, cada pessoa, devotada ao bem, integra o grande exército de luz sobre a Terra.

O insigne Codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, ao fincar os pilares do Movimento Espírita a se espalhar pelo mundo, demarcou suas

raízes com o selo da moral cristã e assinalou seu compromisso pétreo com o Cristo, sublinhando em a Revista Espírita1, chamando-nos a atenção
sobre a real essência e missão doutrinária: Inscrevendo no frontispício do Espiritismo a suprema lei do Cristo, nós abrimos o caminho para o “Espiritismo
cristão”; assim, dedicamo-nos a desenvolver os seus princípios, bem como os caracteres do verdadeiro espírita sob esse ponto de vista.

Retorna Kardec, ainda na Revista Espírita2, enfatizando, como sublime missão da Doutrina: Ora, o Espiritismo não é senão a aplicação verdadeira
dos princípios de moral ensinada por Jesus, porque não é senão com o objetivo de a fazer por todos compreendida, a fim de que por ela todos progridam
mais rapidamente, que Deus permite esta universal manifestação do Espírito, (…)

Cada um de nós é convidado a contribuir com uma cota de Bem que não pode ser menosprezada, na sustentação e propagação da mensagem
do Cristo, começando por mais conhecê-la para melhor vivenciá-la, na vida pessoal, disseminando-a em forma de ação edificante.

As lutas recrudescem, as dificuldades humanas multiplicam-se.

Demo-nos as mãos e preparemo-nos, envolvendo nossos familiares no mesmo manto protetor do trabalho no Bem, valorizando cada instituição
espírita, cada espírita, cada cristão, cada indivíduo e cada obra de amor que se manifeste no mundo.

Reconhecidos, lembremo-nos que foram muitos e muitos mesmo os que se dedicaram à semeadura e implantação do amor na Terra, em sua
maioria, anônimos, mas deixaram sua contribuição para continuidade da obra do Cristo.

Do mesmo modo, reconheçamos e agradeçamos tantos outros trabalhadores do bem nos tempos de agora, que se mantêm incansáveis na
semeadura de luz, como, dentre tantos, por exemplo, nas hostes do meio espírita, Divaldo Pereira Franco, que aniversaria neste mês de maio, que o
mundo veio a conhecer através de sua vivência cristã, não só na pregação da Boa Nova, sob as luzes do Espiritismo, mas no trabalho diuturno de
amparo e socorro aos filhos do Calvário, notadamente com a Mansão do Caminho, e em nome do Cristo.

Há muitos outros seareiros do amor, por certo, os quais cada um de nós os trazemos na lembrança.

Agradeçamos todos esses cavaleiros da esperança, rogando-lhes bênçãos ao Senhor da Vida,  não deixando de considerar que o convite
inconfundível é para que um a um de nós, pelo nosso trabalho e empenho de agora, também sejamos considerados por Nosso Senhor como membros
do Seu exército de luz, os que cerramos fileira na estrada do Bem, depositando nossos tijolos de amor na construção do Reino de Deus em nossos
corações e nos de nossos irmãos de jornada.

Jesus Cristo, a fim de nortear o pensamento, o sentimento e as atitudes dos homens, resumiu toda a lei e os profetas na grande síntese: Amar a
Deus acima de todas as coisas, e ao próximo como a nós mesmos.

Jesus… quanta falta você faz no coração da Humanidade!


Referências:

1. KARDEC, Allan. Revista Espírita – Jornal de Estudos Psicológicos, 1866. São Paulo: EDICEL, 1966, ano IX, v. 4. O Espiritismo independente.
2. Op. cit. ano IX, v. 5. O Espiritismo obriga.

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