BASTOS, H. Identidade cultural e o ensino de línguas estrangeiras no Brasil. In: PAIVA, Vera Lúcia M.O. (org), Ensino de Língua Inglesa – reflexões e experiências. Campinas, Pontes, 2010.
Título original
Identidade cultural e o ensino de línguas estrangeiras modernas no Brasil
BASTOS, H. Identidade cultural e o ensino de línguas estrangeiras no Brasil. In: PAIVA, Vera Lúcia M.O. (org), Ensino de Língua Inglesa – reflexões e experiências. Campinas, Pontes, 2010.
BASTOS, H. Identidade cultural e o ensino de línguas estrangeiras no Brasil. In: PAIVA, Vera Lúcia M.O. (org), Ensino de Língua Inglesa – reflexões e experiências. Campinas, Pontes, 2010.
JDENTIDADE CULTURAL E O ENSINO DE
LINGUAS ESTRANGEIRAS NO BRASIL”
HERZILA MARIA DE LIMA BASTOS
Universidade Federal dé Minas Gerais
O sistema educacional brasileiro tem restringido o ensino de
linguas estrangeiras nas escolas a lingua inglesa. Esta tornou-se
signo cle status na nossa cultura, conforme estudos realizados por
Paiva (1991), contidos neste volume. Para validar 0 ensino da lin-
gua inglesa cm paiscs cm desenvolvimento, hi o seu inegavel
valor instrumental para o acesso 4 tecnologia. Entretanto, inexis-
tem justificativas para a sua exclusividade, praticada por nds até
este momento.
Estudos empiricos, do final da década de 80 (Bastos, 1988),
mostram que estudantes brasilciros descjariam ter acesso a apren-
dizagem de outras linguas estrangeiras, a exemplo do que acon-
tece em outros paises, como a Argentina. Esses mesmos estudos
apontam uma idealizacao de povos e paises de primeiro mundo
com os quais nado ha amplo contato cultural, ou a sua lingua nao
é aprendida nas escolas. E 0 caso da Franga e do povo francés.
Ha entio, necessidade de se aprender a lingua e conhecer a cul-
tura de povos de 1° mundo, pois, se isto nao acontecer, a conse-
quiente idealizacao cesses povos pode ser indesejavel 4 formagao
da identidade cultural do povo brasileiro. Acreditamos também
que a aprendizagem do espanhol, quando implementada, podera
ajudar no conhecimento de paises vizinhos, com culturas e pro-
blemas mais semelhantes aos nossos, j4 que esse conhecimento
dificilmente se dara através da indtistria cultural, incluindo-se o
sistema de comunicagdo mundial.
A énfase na diversidade de contatos com culturas diferentes
através da aprendizagem de linguas estrangeiras justifica-se pelo
sentimento de anomia, de descrédito nacional, que geralmente
Permeia a cultura de povos em desenvolvimento, sujeitos 4 colo-
hizacdo predatoria, como o nosso. Esses sentimentos foram pro-
fundamente arraigados no passado colonial e continuam a sé-lo,
—
Adapticho do segundo capitulo de Dissertagaio de Mestrado orientada pelos Profs.
Marco Antonio dle Oliveira ¢ Else Ribeiro Pires Vieira, em 1988, na UFMG.
31no presente, atavés da indGstria cultural mundial. Pars ey,
re omnes a eles, € importante que haja.o ensino de dive
Pins exangeins, mas cle deve ser realizado de form,
gi eeando-se na historia de cada povo, inclusive o na
Iauvismo cultural. Por relativismo cultural entende-se i resent
dn ida de que todos 05 povos e paises tm a sua prépria ine
¢ 0 seu valor, inexistindo paises ou povos melhores ou pioies si,
que outros. (Canclini, 1983) tk
Principalmente, 0 ensino de linguas estrangeitas deve egy
var que os esterestipos atribuidos a cada povo, inclusive 6 nay
to, nio sio absolutes, ou seja, nenhum povo € desse ou dey
Te ito, O ser humano é complex ¢ alguma variacdo mais gent
ca de comportamemto que poss existir nio se deve a caracters
ticas inerentes 20s povos. Variagoes podem se dever
ds crencas ¢ valores cleitos por esses povos em fun
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historia ¢
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hist6ria ¢ da sua condicao econdmica no quadro mundial,
siderad historicamente. Fssas crengas ¢ valores podem ser alte
tados em um processo cultural ¢ histérico que estamos todos
vivendo a cada momento. Para que essa mobilidacle se fortale
6 fundamental que se questionem estercdtipos que se tornirai
verdades absolutas. Cremos que caiba a educacio, atrav
palmente do ensino de linguas ¢strangeiras, promover
tionamento do deterministico. A midia € « informagio em ger
'S princi
se ques.
poderiam contrilsuir, mas ndo temos 0 controle sobre clas,
rentemente da educagao.
‘A conscientizagdo através da educacio comeca pelo entencli-
mento dos estercétipos