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TRAJETÓRIA DA POPULAÇÃO NEGRA E AFRODESCENDENTE

NO BRASIL

Lorenna da Silva Cardozo


Serviço Social

O modelo de produção implantado no Brasil com a colonização utilizou a mão de


obra escrava de milhares de negros africanos. A escravidão durou 358 anos que
foi de 1530 a 1888, nesse período as condições de vida dos negros eram muito
precarizadas, visto que viviam em senzalas um local insalubre, trabalhavam por
longas horas sem remuneração, a alimentação era precária, os negros eram
reprimidos com violência e punições severas. Com a abolição da escravatura,
tendo posso de sua liberdade, a grande parte da população negra não
conquistou o mesmo padrão de vida dos brancos, devido não terem assistência
e nem possuírem bens, tiveram que continuar vendendo sua força de trabalho
por pouca renumeração. E ainda hoje essa opressão contra os negros e
afrodescendentes se encontra presente em nossa sociedade, não mais sendo
propriedade de um senhor, mas sim sendo usada essa mão de obra através de
uma exploração e precarização do modo de produção capitalista.
A escravidão moderna se faz presente no século XXI, ela se refere as relações
de trabalho em que as pessoas são forçadas a exercer uma atividade contra a
sua vontade sobre formas de intimidação, através de ameaças, violência física
e psicológica. A escravidão moderna é um problema real no Brasil. Muitos se
encontram submetidos ao trabalho escravo, mesmo sendo sujeitos de direito e
protegidos por garantias constitucionais. (BUENO; CARDOZO, 2016).
Atualmente muitos trabalhadores, que vivem em condições de pobreza extrema
e exploração desde a infância, são atraídos por empregadores com a promessa
de melhores condições de vida, possibilidade de ajudar suas famílias e acabam
em uma situação em que sua liberdade é restringida e as condições de trabalho
são piores do que aquelas em que se encontravam anteriormente, ou até mesmo
são mantidas em isolamento coagidas a exercer o trabalho precarizado.
O combate ao trabalho escravo se concretiza por meio da prevenção com
informação e geração de renda para as comunidades carentes, assistência às
vítimas garantindo proteção e direitos trabalhista e a repressão através de
punições ao agressor que violou os direitos da vítima que ficou sob a condição
de escrava. Essa problemática persiste é necessário a atuação de ONGs e dos
órgãos públicos que juntos trabalham pela erradicação do trabalho escravo.
O desenvolvimento econômico não conseguiu proporcionar melhores condições
de vida aos afrodescendentes. Os processos de industrialização evidenciaram e
aumentaram as desigualdades e a disparidades de renda entre os mais pobres
e os mais ricos, entre brancos e negros. Quando são levantados os dados de
crescimento econômico em nosso país, destaca-se o conceito de que sempre
existiu uma massa de excluídos que não usufruíam da riqueza produzida. E essa
massa é relativo aos negros e afrodescendentes que são oprimidos na
sociedade desde o começo da colonização do Brasil até os dias atuais que ainda
sofrem com a exclusão social, preconceitos e o racismo estrutural.

Referências Bibliográficas
BUENO, Thais Barros de Lima Galvão; CARDOZO, Guilherme Lima. A
Escravidão Moderna no Brasil: Análise sob o aspecto do princípio da dignidade
da pessoa humana. Educ, Duque de Caxias, v. 03, n. 2, p. 01-15, dez. 2016. Jul-
Dez.
SILVA, Simone Rezende da. A trajetória do negro no Brasil e a territorialização
quilombola. Nera, Presidente Prudente, n. 19, p. 73-89, 2014. Jul-dez.de 2011.
WESTIN, Ricardo. Negro continuará sendo oprimido enquanto o Brasil não se
assumir racista, dizem especialistas Fonte: Agência Senado, 2020. Disponível
em: https://www12.senado.leg.br/noticias/infomaterias/2020/06/negro-
continuara-sendo-oprimido-enquanto-o-brasil-nao-se-assumir-racista-dizem-
especialistas. Acesso em: 23 abr. 2022.
PORFÍRIO, Francisco. Trabalho escravo contemporâneo; Brasil Escola.
Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/escravidao-nos-dias-
de-hoje.htm. Acesso em: 23 abr. 2022.

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