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ABSTRACT:
Brazil is the fifth largest producer of phosphate in the world, generating in its
production chain more than 30 million tons of tailings, which are set as environmental
liabilities when discarded in an inadequate way. If these tailings are well
characterized, they may be reused as secondary ore. This paper characterizes two types
of phosphate tailings referred to as low magnetic field tailings – LMFT and high
magnetic field tailings – HMFT, from the drought polygon in Bahia with the objective
of better targeting its use as a by-product of the mineral and consequent reduction of
the environmental impacts of the surroundings and expansion of the original
productive chain. The characterization of the tailings was carried out in two phases. In
the first one, the X-ray fluorescence was made, resulting in average values for the
redox LMFT of P2O5 10.60% and Fe2O3 54.75%, and in the HMFT tailings resulted in
P2O5 20.68% and Fe2O3 14.61%. In the second phase the tailings were submitted to a
granulometric analysis and an X-ray diffraction analysis that indicated the presence of
hematite and magnetite. In the granulometric analysis, a size of 230 μm was obtained
for the D50 of the LMFT waste and for the HMFT a size of 220 μm. Due to its
granulometry and the high iron content, the LMFT waste can be used both as asphalt
load and for vicinal recovery. To be used in the steel industry it is recommended that
this waste be floated in an attempt to remove the phosphate. The reject HMFT can be
floated and used as a phosphate mineral to supply the domestic fertilizer market.
management.
1. INTRODUÇÃO
Segundo Luz, (2008) o impacto ambiental gerado pelo setor mineral, sobretudo o
visual, possui amplas dimensões pelo fato do mesmo ser de fácil verificação e constatação in
loco, particularmente nas minas e atividades de extração a céu aberto. Assim, existe uma
pressão crescente advinda dos órgãos ambientais e da sociedade civil sobre o setor mineral,
exigindo a adoção de práticas ambientais sob a ótica da sustentabilidade no sentido de mitigar
os impactos causados por estes no entorno do empreendimento e no meio ambiente de forma
geral (GOMES ET ALL, 2011).
A preocupação com as questões relacionadas à conservação ambiental tem feito
com que a indústria mineral busque cada vez mais inserir-se no contexto do desenvolvimento
sustentável Borges (2014), adotando técnicas alternativas de produção que tenham o potencial
de ampliar a cadeia produtiva original e de promover a economia circular, o que minimiza os
efeitos do esgotamento das jazidas minerais e atende ao crescente aumento do consumo de
bens minerais (SILVA ET ALL, 2015).
Dentre as possibilidades para se alcançar tal objetivo, o aproveitamento dos rejeitos
de mineração das barragens ou minérios ultrafinos provenientes das diversas etapas do
processo de beneficiamento configura-se uma excelente alternativa Gomes et all (2011). Esse
aproveitamento pode ocorrer por meio da utilização dos rejeitos em outras aplicações ou ainda
pela concentração desses rejeitos através do emprego de novas tecnologias de beneficiamento
(BORGES, 2014).
A investigação da potencial utilização dos rejeitos de mineração deve ser realizada
através de uma etapa fundamental para o máximo aproveitamento de um recurso mineral,
denominada caracterização tecnológica, que consiste em um ramo especializado aplicado ao
beneficiamento de minérios que estuda aspectos específicos da mineralogia dos minérios
sendo essas informações utilizadas para desenvolvimento e otimização de processos Gomes
(1984). Essa caracterização envolve, de forma geral, caracterização mineralógica,
granulométrica, química e ensaios tecnológicos específicos para um determinado emprego
(REIS, 2005).
Até há pouco tempo as técnicas de caracterização eram pouco aplicadas no estudo
dos rejeitos de usinas de beneficiamento de minérios, sendo esses descartados sem maior
conhecimento de suas características físicas, químicas e mineralógicas. Nos últimos anos esta
prática vem mudando por questões ambientais, de escassez dos minérios e de esgotamento de
reservas minerais com a consequente diminuição dos teores das minas, o que é de grande
importância pois o conhecimento dos rejeitos favorece a possibilidade de seu aproveitamento
como subproduto na própria usina ou em outro segmento industrial, minimizando o impacto
ambiental e promovendo a geração de receitas onde antes haviam apenas despesas (BORGES,
2008).
O Brasil, por ser um expressivo produtor mineral, gera uma grande quantidade de
rejeitos nas diversas etapas do processo de beneficiamento de minérios, e alguns destes
materiais possuem grande potencial de serem aproveitados como subprodutos nos diversos
setores industriais (LUZ ET ALL, 2010).
Nos últimos anos, o Brasil, juntamente com os Estados Unidos, vem liderando a
produção de fosfato no continente americano, e ocupa atualmente a 5ª posição no ranking
2. MATERIAIS E MÉTODOS
0,088 mm e 0,044 mm. As frações retidas em cada peneira foram pesadas, e o passante na
peneira de 0,044 mm após todo o material decantar foi seco e pesado.
Para a realização da análise dos rejeitos por difratometria de raios X, a alíquota de
100 g foi quarteada em um quarteador Jones, sendo o material subdividido em alíquotas de
aproximadamente 6,2 g. Em seguida, 2 (duas) alíquotas resultantes foram unidas e
cominuídas em um almofariz de Ágata para pulverização das partículas. Após esse
procedimento a amostra foi colocada em um porta-amostra sem utilização de aglomerantes.
Os testes de difração foram realizados em um aparelho Bruker D2 Phaser com tubo
de cobre, com uma potência de 300 VA (30 KV, 10 ma), com o comprimento de onda da
radiação Cu-Kα de 1,54060 Ǻ. As varreduras 2θ foram realizadas entre 4º e 80º, com o porta-
amostra girando em torno de seu próprio eixo com taxa de 20 rotações por minuto (rpm).
Os picos de difração foram indexados com o aplicativo Bruker-AXS Diffrac.Eva® e
o banco de dados COD2010:94715. O aplicativo Bruker-AXS Diffrac.Topas® foi empregado
para verificar o erro nas indexações efetuadas, subtraindo do difratograma obtido os
difratogramas simulados de cada uma das fases minerais identificadas. Os difratogramas
foram indexados sem subtrair a contribuição da radiação Kα2 (CRISÓSTOMO, 2015).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
P2O5 10,60
P2O5 20,68
RAC
Fe2O3 14,61
M
Produção (t) 379.863,83
Abertura Acumulado
Faixa Retido (g) Passante (%)
(mm) (%)
Total 295,45
Total 299,04
A partir dos dados das tabelas foi possível construir as curvas de distribuição
granulométrica das amostras dos materiais RBCM e RACM (figura 3) na escala mono-log.
80
60 60
40 40
20 20
0 0
0.02 0.2 2 0.02 0.2 2
Abertura (mm) Abertura (mm)
d90: abertura da malha por onde passa 90% do material; d50: abertura da malha por onde passa 50% do
material; d10: abertura da malha por onde passa 10% do material.
Os resultados das análises por difratometria de raios X estão apresentados nas figuras
4 e 5. A partir dos picos de difração foi possível identificar as fases mineralógicas, que são
exibidas nos difratogramas das amostras dos materiais RBCM e RACM. Cada fase mineral é
representada por picos com intensidades diferentes, já que para confirmação da presença da
fase mineral na amostra tem-se que encontrar ao menos 3 (três) picos do mesmo mineral. Este
método gera uma alta intensidade de ruído de fundo (acima de 2000 contagens) devido à
fluorescência gerada pelos átomos de ferro e é inevitável quando se utiliza a radiação de
Cobre para análise de materiais ferrosos.
As fases minerais identificadas na amostra do material RBCM foram: magnetita,
hematita, goethita, hidroxiapatita, fluorapatita, biotita, muscovita, caolinita, montmorilonita e
nontronita.
A tabela 5 foi construída a partir dos resultados das análises de DRX e contém as
fases minerais encontradas e respectivas fórmulas moleculares, a fim de facilitar a verificação
de quais minerais possuem ferro em sua composição e assim indicar possíveis processos de
tratamento para remoção do mineral de interesse.
Tabela 5. Fórmulas moleculares dos minerias indentificados nas amostras do rejeito magnético
Fase Mineral
Fórmula molecular
indentificada
Hidroxiapatita Ca5[PO4]3(OH)
Fluorapatita Ca5[PO4]3(F)
Magnetita Fe3O4
Hematita Fe2O3
Goethita FeOOH
Biotita K(Fe,Mg)3[Si3AlO10](O,F)2
Muscovita KAl2[Si3AlO10](O,F)2
Caolinita Al4[Si4O10](OH)8
Montmorilonita (Al,Mg)2[Si4O10](OH)2.4H2O
Nontronita (Fe,Al)2[Si,Al4O10](OH)2.4H2O
4. CONCLUSÕES
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Gomes MA, Pereira CA, Peres AEC. Technological characterization of iron ore tailing.
International Engineering Journal. 2011;64(2):233-236.
[2] Luz AB, Lins FAF. Rochas & Minerais Industriais: Usos e Especificações. 2º ed. Rio de
Janeiro: CETEM/MCTI; 2008.