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UM PASSEIO PELA AMAZÔNIA ATRAVÉS DO CONTO

“A DECANA DOS MURAS”, DE ALBERTO RANGEL.

Luiz de Oliveira Auleriano

Verônica Prudente Costa

Camila do Valle

RESUMO

O presente artigo, sobretudo, fala da regionalização da região Amazônica, a


partir dos textos teóricos abordados na disciplina de Narrativas, imaginário e
Cultura, ministradas pelas docentes Verônica Costa Prudente e Camila do
Valle do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas-
PPGICH, da Universidade do Estado do Amazonas-UEA. Além dos elementos
contados na narrativa, é possível perceber a importância da preservação
ambiental, bem como, conhecer parte de uma fauna e flora que são narradas
em uma linguagem bem regional. A análise deste estudo é analisada do conto
“A decana de Muras”, que encontra no livro intitulado “Inferno Verde”, de
Alberto Rangel (2001). Tendo como suporte Teórico foi usado os seguinte
autores: Gondim (2007), Dias (2011), Domingues (2016), Novaes (2004) dentre
outros que dialogam com a temática em discussão. Portanto, o trabalho
debruça-se na Amazônia através de texto literário, e tem como foco narrativo
elementos bem regionais, de uma floresta que atualmente chora lágrimas de
sangue, por culpa por parte de uma sociedade que não se sensibiliza em sua
preservação.

Palavras Chaves: Amazônia, Alberto Rangel


INTRODUÇÃO

Sabe-se que Amazônia é um cenário que encanta grande parte quem


dela conhece pessoalmente, ou através de textos narrativos que relatam seu
povo, fauna e flora. E isso essa Amazônia deslumbrante pode ser encontrado
em textos literários, escritos por grandes cânones da literatura, como também
por anônimos, que usam em suas narrativas aspectos amazônicos para tornar
o texto mais atraente ao leitor. Fazendo com que o leitor faça uma viagem
imaginando a Amazônia e seus elementos.
A imaginação é uma pertinência presente no ser humano, visto que a
humanidade, como seres pensantes que são, criam o seu próprio imaginário. E
a literatura nos proporciona isso, e através somos convidados a conhecer
lugares de uma natureza exuberante, onde o leitor pode se colocar como um
viajante na história que lê e que no livro é narrada.
Muitas vezes o imaginário nos permite sonhar, e que durante esse
sonho somos levados à imaginação, imaginação esta que nos permite
vivermos um personagem mesmo não estando presente na narrativa. Para
Bachelard (1994), afirma que o sonhar é um direito do ser humano. Perante
essa ideia, de sermos libertos precisamos primeiramente acreditar em nós,
para que possamos apropriar do direito de usufruirmos, sem medo de arriscar e
sem culpa de ter arriscado e não ter um resultado que queríamos.
Diante dessa ideia, vale ressaltar que a literatura nos proporciona isso,
viajar pelo imaginário, conhecer lugares, e ser muitas vezes o se sentir o
protagonista da própria história. Para Gogin a viagem ao novo mundo, faz-se
acompanhar por esse imaginário [...]” (p.9). e nesse imaginário de conhecer o
novo que faz com que muitos leitores, ao ler obras literárias com temáticas que
abordam a Amazônia como tema central, que faz com que muitos deles, saiam
do mundo imaginário para o real.
Em sua obra intitulada ‘Inferno Verde”, escrita no ano de 1908, no conto
“A decana dos Muras”, Alberto Rangel, nos remete a dois aspectos que são
muito característicos da floresta amazônica, a fauna e a flora, e também faz um
relato de aspecto sombrio de uma velha índia.
Muito se sabe que a região amazônica, foi uma das maiores produtoras
de látex durante o período do ciclo da borracha.
Pesquisas indicam quem em meados dos anos de 1830 e 1860, o látex
amazônico foi de 156 para 2673 toneladas. Para a realização das atividades
dentro dos seringais grande partes da maioria da mão de obra eram de
nordestinos.
Para que esses trabalhadores chegassem a seus locais de trabalho era
uma grande labuta, não só eles, mas também seus senhores, pois muito se
sabe que na região Amazônica é cercada por rios e seus afluentes.
No entanto, no conto supracitado de Alberto Rangel, descreve muito
bem esse cenário, como podemos exemplificar em um do trecho de sua
narrativa “esses rios de águas pardas, atropelados pelo escarpamentos [...]”
(RANGEL, p. 83). Nota-se nesse fragmento que o eu poético tem
conhecimento do local por onde navega, e tem conhecimento da linguagem
regional, que até nos dias hodiernos é usada por muitos moradores da
Amazônia.
Viajar na Amazônia para muitos pode ser uma armadilha, o cenário de
exuberância que a floresta oferece também tem suas armadilhas, se o viajante
não souber as trilhas dos rios pode entrar em uma cilada.
Pelo “furo” a gente como que surpreendia a floresta na sua
intimidade, pois que, sabendo-se impenetrável por terra, ela
não cuidava, nem percebia que a corrente trêfega se lhe
intrometia pelas estranhas, a devassá-la no recatado e
frondente do interior [...]”. (RANGEL, p. 85).

Mergulhar nas águas frescas dos rios da Amazônia é sempre uma


atração para quem da dela se apropria. Nesse sentido, de cuidado ao tentar
aventurar-se floresta adentro o viajante tem que ter cuidado e cauleta, os furos
muitas vezes podem fazer com que o aventureiro chegue a seu destino final de
maneira mais rápida. Esse trajeto é sempre feito com pequenas embarcações.
Os ribeirinhos utilizam muito “canoa e motor rabeta” de pequena potência, dois
itens que são fundamentais para esses moradores.
Para que esse trajeto seja feito, exige uma época na região amazônica,
que é chamada de cheia, é nesse período que os rios transbordam fazendo
que seus furos sejam acessíveis. Para Rangel (2001) “a cheia é uma veia
turgida. Quando neste estado, por ele a canoa dispara, tal uma seta para mata
adentro [...]” (p. 84).
Percebe-se que o autor faz uma descrição do rio bem rica em detalhes,
com uma linguagem bem regional, utilizando assim riquezas da linguagem
amazônica.
Mas, navegar pelos rios da Amazônia o viajante precisa também
entender que muitas vezes os perigos dos rios, por mais que a natureza é uma
beleza a parte o ser humano precisa saber que ela também tem suas fúrias.
Gonçalves Dias (2011, p. 15), diz que: Vê-se e admira-se, mas é só com o
auxílio da reflexão que ele se torna assombroso. Navega-se por um imenso
lençol d’água, onde o vento levanta tempestades perigosas [...]”.
O reconhecimento dos rios é fundamental para que se faça uma boa
viagem saber bem quais serão os trajetos que irá viajar durante suas jornadas.
Para que ele possa usufruir daquilo que a natureza tem a oferecer, a Amazônia
também é uma riqueza de detalhes, além do que poderá ter encontro com
povos de diferentes etnias, encontros com ribeirinhos, e de deliciar de tudo que
a natureza lhe oferece.
Diante do universo de coisas que o viajante poderá encontrar em sua
jornada, o aventureiro muitas vezes pode surpreender-se, principalmente
quando ele não tem conhecimento da região e de seus habitantes. O encontro
com nativos, sua forma de viver não segue o padrão que a sociedade exige,
esse povo vive de maneira natural, sem se preocupar com o visitante. Portanto,
O viver conforme a natureza (GONDIM, p. 41). Para a autora, não é preciso o
ser humano forçar a viver em um ambiente que não esteja ao seu modo de
vivência, na natureza nos proporciona lugares paradisíacos onde o individuo
pode escolher de que forma vai se adaptar.
Muita vezes nosso processo de viagem deixa de se construir sobre
expectativas e medo, em que a ideia de ida para muitos aventureiros pode ser
longo, causando assim um desgaste, mas com perseverança por parte do
viajante, onde alguns buscam uma aventurança desbravando os rios, lagos e
igarapés, que na Amazônia é muito comum encontrar.
Pois, sabe-se que na Amazônia, principalmente nas cidades
interioranas, o meio de ligação entre elas, é através dos rios, travessia esta que
são realizadas de barco, com pequenas e grandes embarcações, lanchas e a
canoa, que é o transporte bem comum e presente entre os ribeirinhos.
No decorrer da viagem, o viajante poderá se deparar com elementos
bem característicos da região. Para Gonçalves Dias (2011).
[...] as águas com as suas folhas em forma de coração e o fruto
à semelhança de um ananás inculto, – e mais acima, em terra
já mais descoberta, vingará a canarana, pasto do herbívoro
peixe-boi, perseguido na terra pelas onças, nos rios pelos
jacarés, e pelo homem em toda a parte. (p.15).

Assim, o viajante vai percebendo que os rios têm suas belezas naturais,
porém o ser humano ainda não se sensibilizou de preservá-lo, para que a
beleza se torne ainda mais exuberante, o cuidado, com nossos rios, e seus
habitantes é de grande relevância para o meio ambiente, uma vez que,
sensibilizar as pessoas da importância de preservar a Amazônia é
fundamental, e um dever de todos.
Para que nos dias vindouros as pessoas possam descrever os rios da
Amazônia de uma forma bonita, mas que também esteja sendo conservada,
respeitando seus moradores locais. Diante disso, parafraseando Gondim (....) A
descrição do rio amazonas é humanizada. É um rio humano. Amigo, provê
tudo, por obra de Deus (p. 92).
E nesse cenário paradisíaco que o viajante desfruta em sua viagem, ao
mesmo tempo em que se encanta com as belezas naturais dos, poderá
encantar-se com a grande variedade de árvores, pois sabe-se que Amazônia é
o considerada o pulmão do mundo, sua imensa floresta é uma cartão de visitas
para quem deseja aventurar-se.
Suas plantas com nomes bem regionais, muitas vezes pode até
confundir as pessoas, em que elas, dependendo da espécie podem causar
benefícios ou malefícios caso não seja usada de maneira adequada. As
espécie “unha-de-gato, e capim santo”, que são citadas no conto em estudo,
são duas plantas bem comuns usadas por moradores locais, uma vez que
segundo eles elas são plantas medicinais e auxiliam no tratamento de algumas
doenças.
De acordo com Domingues (2016):
“[...] o conhecimento e o uso das plantas, não somente
medicinais, mas também alimentícias, era a garantia da
sobrevivência indígena, tanto quanto eram importantes
culturalmente as representações que faziam sobre as
propriedades dessas plantas [...]”. (p.30).

Nesse contexto, de distinguir plantas medicinais de plantas alimentícias


que o viajante precisa saber para que ele possa usar assim que for necessário.
De tal modo como as plantas medicinais, as plantas alimentícias tem também
sua importância na floresta. Pois é através dela que muitos ribeirinhos sacia
sua fome em tempos de escassez.
Ultimamente as plantas medicinais estão sendo utilizadas com
finalidades terapêuticas, seu uso é bem popular, e passa de geração em
geração. Elas representam fator de grande valia para a manutenção da
condição da saúde dos seres humanos.
Em que o olhar naturalista, de como o ser humano vê a Amazônia, a
biodiversidade de sua fauna e flora é uma atração à parte, uma grande fonte de
recursos naturais.
No decorrer do conto Alberto Rangel, também cita alguns animais, onde
esses bichos podem ser encontrados na floresta, seja voando pelos ares, na
mata ou na água. De uma coisa o viajante pode ter certeza quando estiver
viajando pela Amazônia, encontrará cenários paradisíacos, onde muito deles
ainda não foram explorados pelo selvagem homem.
Nesses lugares de cenários encantadores, o viajante poderá ver e
conhecer alguns moradores locais bem característicos da região amazônica.
Tais como: “Urubu, jacuraru, japiins, japós, vitórias-régias, jaçanãs e peixes-
bois”, são alguns dos habitantes citados na obra, nela o autor cita esses
animais de acordo com o local onde passa navegando.
Sendo conveniente parar, a fim de obter informações do
morador sobre o estado do caminho e se ainda o urubu estaria
longe, desembarquei. Cães, que tinham ocorrido ladrando,
eram aquietados por alguém que não se via. Um jacuraru fugiu
esperto por umas folhas secas, ao ouvir meus passos
(RANGEL, 2001, p. 87).

Nesse trecho, o autor observa três animais, em que eles têm atitudes
bem diferentes, de certo modo, os animais presente no conto são elementos de
grande enriquecimento da narrativa.
Pois no amazonas é bem com o viajante em algum momento de sua
viagem se parar com alguma espécie de animal, principalmente quando se vai
canoa remando pelos furos que ligam os rios amazônicos ou em pequenos
barcos. Para tanto canoa e barcos são dois meios de transporte essencial entre
os ribeirinhos, é através deles que os moradores conseguem seu meio de
sobrevivência, saciar sua fome.
Seja para pescar ou caçar, barco e canoa, fazem muitas vezes a alegria
dos ribeirinhos, principalmente em tempos de fartura, quando os peixes fazem
enormes cardumes nos rios. Quanto à caça eles muitas vezes utilizam alguns
materiais para conseguir matar o animal, as armas mais utilizadas são “arpão e
espinhel” para conseguir matar peixes maiores como o pirarucu e o peixe-boi,
ambos são duas espécies de peixe bem procurados, principalmente pelos
viajantes que querem conhecer essas duas relíquias amazônicas.
Enquanto a caça um dos materiais mais utilizado pelos é a espingarda,
em que esse tipo de arma é bem comum o viajante encontrar quando estiver
viajando, principalmente se ele sentir a curiosidade de conhecer o dia a dia de
um ribeirinho.
E nessa aventurança o viajante poderá se deparar com um momento em
típico dos moradores ribeirinhos, a produção de farinha, na narrativa o autor
cita em um trecho de sua obra um momento os passos em que se produz esse
alimento que não se pode faltar na mesa dos amazonenses.
Suas mãos nodosas abriam as covas à maniva; tomavam do
pote para enchê-lo; “capavam” os brotos ao parco, tabacal de ao
pé, arrancavam as raízes da mandioca, depositavam-nas n’água
para cevar, ralavam-nas, enxugavam a massa e punham-na no
forno a cozer, na sua ancianidade, a vida era ainda uma luta a
sustentar e a vencer (RANGEL, 2001, p. 89).

Nesse trecho, podemos inferir que produzir a farinha não é uma tarefa
fácil, além de todo processo para que este alimento seja consumido, requer um
árduo trabalho de quem produz nas palavras “sustentar e vencer”, citadas pelo
autor, percebe-se que mesmo com as maiores dificuldades encontradas por
quem produz a expectativa de dias melhores ainda é presente.
Em síntese, a vida era e ainda é uma luta para esse povo ainda sofrido,
que talvez tenha que lutar com suas próprias armas, contra aqueles que estão
aos poucos invadindo o seu território. O garimpo ilegal, a pesca proibida e o
desmatamento da floresta, estão fazendo com que muitos amazônicos vivam
momentos sombrios, em que desconhecido estão dominando seu território. Na
Amazônia, as mudanças extraordinárias, e viseis são bem presente no jogo de
forças, para muitos a famosa terra moça que ao mesmo tempo que está
crescendo, está perdendo seu crescimento para o desconhecido.
Para tanto, falar de Amazônia, é falar de prazeres, viajar floresta
adentro, sem muitas vezes sairmos de casa, em que através dos textos
literários dos contos, das prosas, dos romances, das poesias, etc, a literatura
nos proporciona isso, viajar pela Amazônia apenas realizando uma boa leitura
através dos textos literários.
Alberto Rangel, em seus contos no livro intitulado “Inverno Verde”, nos
remete isso, viajar por lugares bem típicos da Amazônia, onde o mesmo
descreve com uma riqueza de detalhes sua fauna e flora. Além do mais, o
autor retrata na maioria dos contos de uma figura bem emblemática, que até
nos dias hodiernos ainda é vista como apenas uma figura qualquer, sem muito
se importar, descreve a mulher indígena, apenas como uma figura que talvez
para ele seja apenas uma figura de mulher que talvez para ele não tenha
grande importância, todavia a figura da indígena apresenta um grande valor na
narrativa.
Ao falar na da figura da mulher índia no conto, o autor usa sempre
palavras pejorativas, fazendo assim, com que a índia tenha sempre uma
aparência horrível.
[...] A boca murcha e sem lábios. Os cabelos espantavam-se-
lhe, muitos ralos, na cabeça de frontes fugidias. No rosto
cruelmente chato, a pele toda enrrugada, tal o epicarpo
jenipapo maduro. O colo era revestido de pelancas nojentas,
sobre as quais, almejava o disco branco do muiraquitã,
pendurado a um fio de tucum [...]. (RANGEL, 2001, p. 88).

Nota-se que os adjetivos usados para qualificar a mulher são palavras


decepreativos, onde sem dó ele qualifica a mulher como ser que em sua visão
se quer tem cuidado com sua aparência. Desse modo, vale ressalta que na
região amazônica são bem comum senhores e senhoras não usarem a famosa
dentadura, pois quando se tira todos os dentes da boca muitos desses seres
por não terem uma condição financeira para realizar um exame odontológico e
a escassez do SUS, faz com que essas pessoas fiquem assim, sem nenhum
dente na boca, e são chamados de um modo pejorativo de “boca murcha”.
[...] É muito frequente no registro dos viajantes a referência à
lascívia nas mulheres nativas. O espontaneísmo sexual,
dessas mulheres indígenas e caboclas, na visão de viajantes,
em sua maior parte, era vista como anormal. Para uma elite
que pretendia se afirmar que perante outro ser, cumpria se
distanciar dessa forma de comportamento [...] (COSTA, 2005,
p. 152).

Perante essa ideia de que muitos viajantes não acharem a mulher


indígena como um padrão da mulher ideal, e utilizar em seus textos narrativos,
uma linguagem de desvalorização da mulher, a forma de uma violência
simbólica que os textos são narrados. Desse modo, é importante lembrar que a
violência simbólica por mais suave que as pessoas pensam que sejam muitas
vezes ela é bem mais agressiva que a violência física.

(...) violência simbólica, violência suave, insensível, invisível as suas


próprias vítimas, que se exerce essencialmente pelas vias puramente
simbólicas da comunicação e do conhecimento, ou, mais
precisamente, do desconhecimento, do reconhecimento ou, em última
instância, do sentimento (BOURDIEU, 2012, p. 7-8).

E no conto analisado, não é diferente ver essa violência simbólica que a


mulher indígena sofre, o autor mostra claramente e com detalhes um pouco da
característica da mulher nas seguintes palavras: “velha, nojenta, monstro e
banha flácida”. Nestas palavras podemos perceber uma linguagem de
desrespeito com a figura da senhora índia mura que o autor faz na narrativa.
Desse modo, podemos aludir que o povo indígena foi e ainda é vitima de
preconceitos, não diferente dos textos literários que também trazem em suas
narrativas, a figura do índio como um personagem não civilizado. Para Novaes
(2004) “[...] O bárbaro é então, evidentemente, simplesmente, aquele que está
sem civilização, ou fora da civilização [...]” (p. 4).
CONSIREAÇÕES FINAIS

Diante do exposto, podemos inferir que a Amazônia é um espetáculo de


natureza, onde sua fauna e flora são grandes atrativos para uma a sociedade
moderna, e são através dos textos literários, do imaginário do leitor, que muitas
vezes trazem grandes reflexões de valorizar ainda mais, a cultura amazônica.
Portanto, o respeito à Amazônia e ao seu povo que dentro dela vive é
de uma fundamental importância, respeitando seu cotidiano e seu espaço e
seu tempo, evitando-se assim grandes tragédias, que são vivenciadas todos os
dias. Contudo, o respeito à vida é fundamental.
Nesse contexto o índio, o ribeirinho, as plantas, os animais e os rios,
necessitam ser respeitados e preservados, por quem na Amazônia vive e pelos
visitantes que são muitos deles viajantes que procuram a Amazônia para se
aventurar. Pois a Amazônia está sofrendo com um grande problema, o
desmatamento que a cada dia se alastra. Para isso, pensar em políticas
públicas para atender moradores e visitantes é de suma importância.
REFEÊNCIAS

BACHELARD, Gaston. A poética do devaneio. Martins Fontes 1996.


BOURDIEU, Pierre, 1930-2002. A dominação masculina/Pierre Kühner. - 11°
ed. - Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012. 160 p.
COSTA, Heloísa Lara Campos da. As mulheres e o poder na Amazônia.
Manaus. EDUA, 2005.
Dias, A. Gonçalves. Viagem pelo rio Amazonas – Cartas do Mundus Alter / A.
Gonçalves Dias. – Brasília : Senado Federal, Conselho Editorial, 2011.
Domingues,  Heloisa  Maria  Bertol          A  história  das  ciências  e  os
saberes  na  Amazônia  / Heloisa  Maria   Bertol  Domingues;  Alfredo  Wagner
Berno  de  Almeida, ed.;  Patrícia   Maria  Portela  Nunes,  org.,  Maria
Consolação  Lucinda,  org., Cynthia   Carvalho  Martins,  org.,  Camila  do
Valle,  org. – Rio  de  Janeiro/  São  Luís:   Casa  8,  2016.
GONDIM, Neide. A invenção da Amazônia. Manaus: Valer, 2007.
NOVAES, Adalto. Civilização e Barbárie. São Paulo: Campanhia das Letras,
2004.
RANGEL, Alberto. Inferno Verde. 6.ª edição. Manaus: Editora Valer, 2008.

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