Maiara de Paula Maurício Pimentel Nayara Fortes Vítor Pacheco
Greve dos Caminhoneiros
A greve dos caminhoneiros foi um surpreendente e gigantesco marco das
greves em nosso país. Seus impactos e consequências foram sentidos de norte a sul bem como paralisou uma nação que se demonstrou totalmente dependente do modal rodoviário e por consequência tornou-se refém. As razões para o desencadeamento deste momento nacional são varias, na mesma maneira temos atores bem definidos que foram de suma importância para explicar os acontecimentos vistos, dentre eles citamos as empresas de transportes, os caminhoneiros autônomos e o governo federal. Existe uma corrente de analistas que propõe que esta greve teve um cunho patronal velado. De certa forma, a escalada da cotação das commodities de petróleo e a alta do dólar em países emergentes, impulsionada pelo aquecimento da economia norte americana, despertou interesses empresariais. A disparada do diesel reduziu as margens de lucro das empresas de transporte, o que levantou a hipótese de lockout, onde as empresas obrigam que seus funcionários promovam uma paralisação para defenderem interesses de patrões. Tal pratica é considerada crime no Brasil. Sob a ótica dos autônomos, a greve que foi articulada principalmente por meio de redes sociais como o whatsapp, criando diversas correntes de lideranças. O fato da composição de custos de frete serem formados majoritariamente pelo preço do diesel, e o fato de que o aumento de frete de longe não acompanha a escalada do combustível, fez com que os trabalhadores autônomos literalmente pagassem para trabalhar. Tais pontos tornaram insustentáveis a continuidade da categoria, eclodindo assim a greve. Como ultima visão, temos o Governo Federal. Este, antes da eclosão da greve, errou ao não mensurar a crescente e alertada insatisfação da categoria, ignorando diversos alertas feitas pela mesma. Portanto quando a greve iniciou, o governo teve de ceder as reinvindicações dos caminhoneiros, de modo que a paralisação estava afetando praticamente todos serviços básicos e não básicos no país. A greve nos ensinou uma série de lições: como faz falta um governo com musculatura politica e social para negociar; como somos demasiadamente dependentes de um único modal de transporte; como é forte e essencial a categoria dos cos caminhoneiros e como nós brasileiros reagimos em apoio a causa, mesmo sendo afetados por ela. Podemos creditar isso a enorme desilusão da população com relação ao futuro e descredito aos que os representam nos poderes.