Você está na página 1de 8

4.

 Branca de Neve
Era uma vez Branca de Neve, uma princesinha muito bonita que morava com

seu pai. Sua mãe havia morrido e o rei se casou novamente com uma bela moça.

Entretanto, a nova esposa do rei era também muito vaidosa e má. Ela possuía

um espelho mágico e todas as manhãs perguntava para ele: “Espelho, espelho

meu, existe uma mulher mais bela do que eu?”

E o espelho sempre respondia que ela era a mais bela de todas.

Enquanto isso, Branca de Neve crescia e se tornava cada dia mais formosa, com

a pele alva como a neve, os cabelos negros como a noite e a boca vermelha como

o sangue.

Assim, um dia, ao perguntar para o espelho, a madrasta recebeu como resposta:

“Minha rainha, a senhora é realmente muito bela, mas agora Branca de Neve é a

mais bonita de todas.”

Furiosa, a madrasta mandou um de seus servos sequestrar Branca de Neve e

matá-la na floresta, trazendo o seu coração como prova de sua morte. O servo,

com pena da jovem, ordenou que ela fugisse e levou o coração de um veado que

passava no local.

Branca de Neve então passou a viver na floresta e fez amizade com os animais.

Um dia, ao caminhar, se deparou com uma casinha muito simpática. Ela entrou

na casa e viu sete camas pequenas. Cansada, a jovem adormeceu em uma das

caminhas.

A casa era o lar de sete anões que, durante o dia, trabalhavam em uma mina. Ao

voltarem para casa encontraram Branca dormindo e ficaram muito felizes.


A jovem despertou e contou sua triste história. Os anões prometeram ajudá-la e

ela ficou morando com eles e fazendo as tarefas de casa.

Um dia, a madrasta ao perguntar para o espelho sobre sua beleza, descobriu que

a enteada ainda estava viva. Ela então, decide se disfarçar de velha camponesa e

vai até a floresta para oferecer uma maçã envenenada para Branca de Neve.

A moça dá a primeira mordida e logo cai desfalecida, ao ver que tinha

conseguido o que queria, a madrasta má foge.

Os anões, ao retornarem para casa avistam a bela Branca caída no chão e ficam

muito tristes. Eles então a colocam em uma caixa de vidro no meio da floresta

para poderem sempre admirar sua beleza.

Passado um tempo, surge um príncipe com seu cavalo branco. Ao ver a linda

moça adormecida, o jovem não se contém e lhe dá um beijo.

Nesse momento, Branca de Neve desperta do encanto e se apaixona pelo

príncipe. Os dois se casam e vivem felizes para sempre.


Branca de Neve é uma história muito antiga que possui diversas versões, assim como
os outros contos.

Aqui, os valores que estão postos dizem respeito ao desenvolvimento psicológico e


o despertar para uma nova vida, saindo infância/adolescência para a fase adulta.

Branca de Neve é uma menina que tem uma madrasta muito ruim e invejosa, mas
talvez essa seja apenas a visão que a criança tem da mãe em determinado momento
da vida.

Assim, ao ir para a floresta é como se a garota estivesse fugindo do mundo que


conhece e adentrando seu próprio inconsciente, cheio de perigos. Entretanto, ao
encontrar os sete anões, Branca de Neve encontra simbolicamente ferramentas que a
ajudam a lapidar sua personalidade.

A maçã, segundo a filosofia, representa o coração (o mesmo que o caçador ficou de


levar para a madrasta como prova da morte da jovem). Pode simbolizar ainda a
passagem da infância para a maturidade sexual (erotismo), assim como na passagem
bíblica em que Eva come o fruto proibido.

Ao cair em sono profundo, Branca está simbolicamente absorvendo todo o


conhecimento que adquiriu até o momento, sendo despertada novamente quando
integra-se com o lado masculino de sua psique, no caso o príncipe.

Saiba mais sobre essa história em: Branca de Neve: resumo, adaptação e história da
criação do conto.

5. Cinderela, ou A gata borralheira


Era uma vez Cinderela, uma moça muito bonita que morava com seu pai em

uma bela casa. Sua mãe havia morrido e o pai resolveu se casar novamente. A

nova esposa tinha duas filhas de outro casamento.

A madrasta e as novas “irmãs” tratavam Cinderela muito mal e, depois da morte

do patriarca, as três passaram a obrigá-la a dormir no sótão, fazer todo o serviço

da casa e vestir-se de farrapos.

Um belo dia, o rei daquela província anunciou que daria uma festa para que seu

filho escolhesse uma mulher para se casar.


Assim, todas as moças se apressaram para fazer vestidos lindos e causarem boa

impressão no príncipe.

Cinderela se animou, mas a madrasta a proibiu de ir à festa, dizendo que não

havia roupa para ela. Enquanto isso, suas irmãs provavam vestimentas

maravilhosas e zombavam de Cinderela.

Eis que a bela jovem, lamentando-se de seu azar, recebeu a visita inesperada de

uma fada-madrinha, que num passe de mágica a vestiu com o mais belo dos

vestidos. Além disso, a fada transformou uma abóbora em carruagem e um

ratinho do sótão em cocheiro.

Assim, Cinderela pôde ir ao baile, com a condição de voltar antes da meia-noite,

quando o encanto estaria desfeito.

Chegando ao baile, a bela moça logo chamou atenção do príncipe, que

encantado dançou a noite toda com ela e acabou se apaixonando.

Ao perceber que já era quase meia-noite, a jovem saiu correndo e, num

descuido, deixou um de seus sapatos de cristal pelo caminho.

O príncipe, abalado, manda os seus servos irem de casa em casa para que todas

as moças do lugar experimentem o sapatinho e, assim, ele pudesse descobrir sua

dona.

Quando chegaram na casa de Cinderela, as irmãs estavam a postos e provaram o

sapato, que não serviu.

Cinderela surgiu de repente e quando experimentou o pequeno sapato de cristal,

este encaixou perfeitamente em seu pé.

Dessa forma o príncipe descobriu sua amada e se casou com ela. Os dois

viveram felizes para sempre.


O conto da Cinderela nos revela uma narrativa sobre a superação e o crescimento.

A moça, que é rejeitada pela família, sente-se sozinha e desamparada, mas através de
sua busca interior e criatividade consegue criar um mundo novo para si, tornando-se
uma personalidade única, e não superficial como suas irmãs.

O sapato que Cinderela deixa cair ao sair do baile simboliza a liberdade de poder
caminhar com segurança e é por meio dele que a jovem consegue se encontrar com o
príncipe.

É interessante observar que, segundo a psicologia, os contos de fadas são analogias


de processos emocionais a que todo ser humano está sujeito. Assim como nos
sonhos, cada elemento dessas narrativas representa uma parte da parte da psiquê.

Se aprofunde nesse conto lendo: Cinderela: resumo, origens e significados da


história.

6. Rapunzel
Era uma vez um casal que estava esperando a chegada de sua primeira filha.

Eles tinham como vizinha uma feiticeira muito má.

No quintal da feiticeira havia uma horta cheia de hortaliças bem verdinhas e

bonitas que despertaram o desejo da grávida de comê-las.

Assim, a mulher pede ao seu marido que busque algumas verduras para ela

fazer uma deliciosa salada.

O marido vai até à horta e colhe um pé de alface. Quando estava saindo do

quintal, a bruxa aparece e fica furiosa. O homem então explica a situação e diz

que sua mulher está grávida, ao que a bruxa responde, satisfeita:

— Então ela está esperando um bebê?! Você pode levar todas as verduras da

minha horta, mas quando a criança nascer eu irei buscá-la!


Sentindo-se sem saída, o homem concorda e vai para casa levando as hortaliças.

Passado um tempo, a linda menina nasceu e logo a feiticeira apareceu para levá-

la, batizando-a de Rapunzel.

Rapunzel viveu na casa da bruxa até os doze anos, quando a malvada decide

prendê-la em uma enorme torre sem portas no meio da floresta.

A menina tinha os cabelos dourados e muito longos, pois nunca os tinha

cortado. Assim, a bruxa para subir à torre pedia que Rapunzel jogasse suas

tranças, que serviam como uma grande corda.

O tempo passava e Rapunzel se acostumou a viver muito triste e sozinha, tendo

apenas a visita da bruxa. Para aplacar sua solidão, passou a cantar na janela da

torre.

Um dia, um jovem príncipe que caminhava pela floresta escutou o doce canto de

Rapunzel e, encantado, resolveu seguir o som, avistando então a torre.

Ele se escondeu e viu que a bruxa pedia à moça que jogasse os cabelos para que

ela subisse. Assim, no dia seguinte, o príncipe foi até o local e fez o mesmo

pedido:

— Rapunzel, jogue suas tranças!

A moça, pensando que fosse a feiticeira, jogou os cabelos. Mas para sua

surpresa, quem subiu foi o belo príncipe.

Ela ficou assustada, pois nunca havia conhecido um homem, mas ele a

tranquilizou. Assim, passou a visitá-la sempre ao entardecer.

Eis que um dia, a bruxa vê o príncipe subindo na torre e decide se vingar. Na

manhã seguinte, a malvada vai até Rapunzel, corta seus cabelos e a abandona na

floresta.
Mais tarde, o príncipe chega e pede para Rapunzel jogar as tranças. A bruxa

então, joga os cabelos da menina, que a essa altura já estava perambulando pela

mata fechada.

O príncipe sobe e se depara com a malvada, que o atira pela janela. Ele cai em

cima de uma planta cheia de espinhos, que amortece a queda e o deixa viver,

entretanto, os espinhos furam seus olhos, deixando-o cego.

Ele então passa a vagar sem visão pela floresta e um belo dia ouve um canto

conhecido, era Rapunzel. O príncipe segue o som e encontra-se com a amada,

que com lágrimas nos olhos o abraça. As lágrimas da jovem caem sobre os olhos

dele, devolvendo a visão ao jovem.

Os dois sentem uma alegria imensa e se casam, vivendo felizes para sempre.

Em Rapunzel, a mãe da menina representa um desejo incontrolável pelas coisas


materiais, que surge e não mede consequências, sacrificando até mesmo a filha, ou
seja, seu potencial criativo.

Assim, a garota é entregue a uma bruxa que a aprisiona no alto de uma torre, isolada
do mundo externo. A torre é o símbolo da ignorância. A visão de mundo que
Rapunzel adquire provém apenas do olhar da bruxa, que representa sentimentos de
posse, dominação e mesquinhez.

Mas a menina sabe no seu íntimo que a vida é mais do que se apresenta a ela, e
através do canto (ou seja, da arte), ela busca por outros elementos psíquicos. Assim,
consegue se encontrar com a parte masculina em seu ser (o príncipe).

Mas nada é tão simples e é preciso que a bruxa corte seus cabelos, que podem ser
uma analogia de "cordão umbilical", para que a menina consiga sair da torre e entrar
em sua floresta interior (seu inconsciente).

Ela passa por provações até encontrar novamente o príncipe e, com suas lágrimas
restaura sua visão perdida, ou seja, seu poder de enxergar um mundo mais potente e
criativo.

Confira também a história de Rapunzel interpretada.


7. A princesa e o sapo
Era uma vez uma princesa que vivia em um reino muito distante. Ela passava as

tardes brincando com sua bola de ouro nos jardins do castelo.

Um dia a bola caiu dentro do lago e a princesa ficou muito triste. Nessa hora,

surgiu um sapo que lhe perguntou o porquê de tamanha tristeza. Sabendo do

ocorrido, o sapo então prometeu resgatar a bola da jovem, mas havia uma

condição: que ela lhe desse um beijo.

A princesa concordou, pois queria muito a bola. Entretanto, assim que teve o

objeto em suas mãos, ela correu para o castelo sem ao menos agradecer.

O sapo ficou muito frustrado e gritou:

— Mas princesa, você me prometeu!

A partir daí, o sapinho passou a acompanhar a princesa em todos os lugares,

exigindo sua recompensa.

Um dia, cansado, o sapo foi até o rei e disse:

— A princesa me prometeu um beijo, pois resgatei sua bola de ouro. Mas ela não

quer cumprir sua promessa.

O rei chamou a filha e lhe disse que uma promessa real deve sempre ser

cumprida. Assim, a princesa tomou coragem e, finalmente, beijou o sapo.

Para sua surpresa, o sapo asqueroso se transformou em um lindo príncipe e os

dois se apaixonaram, vivendo felizes para sempre.

Você também pode gostar