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Resenha: Segurança Pública e Cidadania: O genocídio da juventude negra no Brasil -

CapítuloIII - Genocídio da Juventude Negra (Tamires Gomes Sampaio, 2016)

Tamires Gomes Sampaio inicia o terceiro capítulo de seu trabalho de conclusão de


curso “Segurança Pública e Cidadania: O genocídio da juventude negra no Brasil”,
intitulado“Genocídio da Juventude Negra”, elucidado o termo “genocídio”, apresentado pelo
polonês e judeu Raphael Lemkin em sua pesquisa "O Domínio do eixo na Europa Ocupada”
em 1944. O termo foi criado, de acordo com o próprio Lemkin, devido a necessidade de
nomear e criar estruturas legais para combater os crimes que vitimizam comunidades inteiras.
Sendo o holocausto ponto de partida para a configuração de genocídio como crime, conforme
desenvolve o capítulo, a autora cita diversos eventos de caráter genocida ao longo da história
que foram jugados como tal.

A autora aponta que em 1956 foi promulgada no Brasil a a Lei que define o crime de
genocídio, em acordo com a definição ditada na Convenção das Nações Unidas, entretanto,
pouco ou nada foi feito no sentido de reparação ao genocídio da população negra durante o
período da escravidão. Ainda que exista um aparato legal para que práticas genocidiarias
sejam repreendidas, o que podemos observar nos dados apontados por Sampaio é que existe,
de fato, um movimento que legitima o assassinato de corpos negros no país.

Através da exposição de dados que mostram números alarmantes de assassinato de


jovens negros cometidos pelo sistema judiciário brasileiro, incluindo o relatório da CPI sobre
os homicídios contra a juventude negra e pobre, a autora aborda do racismo estrutural ao
aparelhamento de uma polícia despreparada e treinada para matar jovens negros,
demonstrando que, apesar da negação deste genocídio, ele aconteceu e acontece.

Adotando táticas negacionistas e racistas, o próprio sistema judiciário impede


qualquer reparação em relação à violência contra pessoas negras no país e, mais que isso,
valida e justifica essa violência.

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