MARIA INES MENDES GONGALVES
alunos do professor
IVAN SERPA
2 de Dezembro de 1954terceira exposicao de ARTE INFANTIL
6 s A: an
DAVID ALLEN
FOYCE LANDMAN
MUSEU DE ARTE MODERNA DO RIO DE JANEIRO
a DE ARTE MODERNA4 anos
4 anos
4 anos
5 anos
5 anos
5 anos
5 anos
5 anos
5 anos
6 anos
6 anos
6 anos
6 anos
8 anos
8 anos
% anos
3 anos
9 anos
9 anos
9 anos
9 anos
9 anos
9 anos
9 anos
9 anos
9 anos
10 anos
10 anos
10 anos
10 anos
10 anos
10 anos
11 anos
11 anos
12 anos
12 anos
12 anos
12 anos
13 anos
Aa arts
pape
z Roberto Prado
Maria Inez Mendes Goncalves 6 anos
Maria Thereza R. de Campos 13 anos
Elizabath Dias da Costa
Claudia Castello Branco Silva 5 anos
David Allen
Fernenda Allen da Costa
Marcia Castello Branco Silva
Joaquim Redig de Campos
Beatriz de Miranda Jordao
Luiz Carlos Barbosa Corréa
Maria Clara R. de Campos
Leila Fernandez e Mello
Marcelo Nogueira Carneiro
Francisco Gomes da Rocha
Sergio Marcus Figueiredo
Maria da Gloria R. Campos
Aiwelia, Marin Mayall
Jose Teixeira Magalhaes
Heitor Mendes Goncalves
Maria Thereza Borges
Lais Duque Estrada
Maria Leticia Dobbin
Gedofreda Cerqueira
Helcisa Meira Lima
Analuce Estréla
Yvonne Rollmann
Lu
Lucia Meira Lima
Gloria Maria Fadini
Enio Perelberg
Cylvia Regina Alves
Murilo Soares da Rocha
Edwige Dias da Costa
Heloisa Elvira de Mello
Carlos Pedroza Esteves
Ceci Mendes Goncalves
Ferla Neuss
Yedda Maria Borges
Joyce Landmann
Eliane Prado
Anna Lucia Neiva
.
3
2
wa
a
| apresentagao por: Augusto Frederico Schmidt
Uma das atividades entre as que sdo mais caras ao Museu de Arte Moderna e de que éle mais se orgulha,
é de dar assisténcia, apdio, calor as inclinagdes e ao gosto da infdncia pelas artes pldsticas. O pintor Ivan Serpa que se
ocupa das crigncas do Museu e as ajuda a ser livres, obedece, nesse seu trabalho, a uma vocacdo irresistivel, a um amor
sério e grave, dai resultar util e fecundo o seu trabalho, como a nova exposictio, cujo catdlogo estou apresentando, mais
uma vez vem provar.
O método de Ivan Serpa, consiste em estimular e desatar os lacos e a timidez que comecam a querer es-
trangular o dom criador da infancia; a arte do mestre-Serpa é dar ao pintor e desenhista na idade mitoldgica, a certe-
aa de que mais importante do que tudo o mais, é seguir livremente a inspiracdo propria, é ndo imiter o adulto na sua
pobreza mias saber usar de um poder milagroso que a experiéncia nfo restringiu nem mesquinhou ainda.
O que distingtie essencialneste a crianga do homem, é que @ crianca. possui 9 mundo na sua totalidade e por
isso domina e reina sdébre as coisas. Tudo o que néo lhe deizam tocar ou ver, ela apalpa e contempla com as dedos e os
olhos da imaginacdo. Se uma case estd de portas e janelas fechadas, e isso impede que se possa saber e desvendar o que
existe e quem se encontra no seu interior, o homem considera a contingéncia e se‘resigne a uma impossibilidade; a crian-
ca, porém, supre o que se recusa ao seu acesso material, vencendo tudo, criando seres e objetas, compondo quadros e ce-
nas mais reais ainda, do que a realidade.
ANALUCE ESTRELA
O que é indispensdvel na infancia, é a conjiguragdo do mundo. Ela, infdncia, necessita traduzir e exprimir
tal como se apresentam exatamente, ao seu entendimente e percencdo (como o seu clhar surpreende e percebe), as
jormas exrteriores, as imagens de fora. O adulto obedece, porém, « critérios. Em lugar de exprimir-se, de confessar-se fe
a finalidade de toda a arte é a confissdéo ow mais precisamente, toda a arte implica numa confissdo), de dizer como vé
a3 coisas diretamente, pede o socorro do olhar de todo o mundo, submefe-se a tirania do olhar convencional que estabe-
lece a hierarqguia de valores e planos e o ritmo das cores. Evidentemente os grandes pintores e artistas se insurgem con-
tro ésse conformismo que anemisa e depaupera a alegria e a belezt do mundo. Um Van Gogh, por exemplo. dd-nos li-
vremente, as mesmas céres e crispacGes, as mesmas paisagens e€ a forma dos seres que viu por onde andou. Mas ésse
grande pobre artista, outra coisa nado foi sendo uma crianfa, durante iodo o tempo em que permanevceu sdébre a ferra doi
Romens. ;
Lembro-me do meu tempo de menino, das aulas de desenho no colégio. O bondoso e velho professor, Seu
Braz, oferecia-me uma laranja de sua autoria, naszida ali mesmo na classe, e que era bem torneada, equilibrada, fjusta e€
arredondada. Melhor nota recebia quem fizesse a melhor copia. Era um trabaiho servil, uma capitalizacdo de téda a nos-
sa autonomia de perceber e sentir as laranjas de Deus. Havia uma laranja convencional, a quem deviamos sacrificar as
lavanjas que sallavam aos nossos olhis.
; Que obra admirdvel, essa de defender na crianca a nocdo e iddia de que é ela quem vé certo as coisas e néo
nos outros, que jd temos os olhos deformados pelo uso! O Museu de Arle Moderna, com Ivan Serpa, empenha-se nessa
cruzada a favor do maravilhoso e da preservacda da verdade. A nova exposigdo explicard tudo isso melhor do que as mi-
nhas também eraustas e usedas palavras,
LAIS DUQUE ESTRADA