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"Quando o artista dirige sua obra para um meio dado...

Aquele meio já existe e


está preparado, como compor uma música regional... Há um público para isso... Que
vai gostar ou não daquilo. O artista, diferentemente, "ao produzir a sua obra,
inventa o seu meio e o seu público. O artista não tem um meio esperando por ele,
ele tem que inventar aquele meio, no sentido que o artista cria uma noção... O
artista cria uma noção [...] Então a arte pensada dessa maneira que eu estou
expondo... A arte é uma prática absoluta de pensamento... É um pensamento que está
se exercendo... E esse pensamento, ele não tem compromisso nenhum de
reconhecimento. E o compromisso de reconhecimento é exatamente quando você se
instala em determinado meio. Você num determinado meio, se não tiver
reconhecimento, você não pode viver naquele meio. Agora o artista não, ele rompe
com o reconhecimento e vai fazer aquilo que eu chamo de 'encontro'. O encontro é
completamente diferente do reconhecimento. O encontro é quando você vai efetuar
essa prática e essa prática não preexiste a você... Ela vai nascer exatamente
naquele momento que você estará fazendo aquela prática. Por isso, o artista cria o
meio e cria o seu próprio tempo." (Cláudio Ulpiano)

Texto via Flora Holderbaum


Fonte: "Hábito e renovação: uma aula dadaista" https://vimeo.com/41924300

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