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05 ALTERNATIVAS

PARA O
DESCARTE CORRETO DE LIXO
ELETRÔNICO

TEXTO I

Os destinos do lixo no Brasil. In.: Revista Galileu, 2017.

TEXTO II
Dezoito meses é o tempo médio de vida de um novo smartphone. Conforme
um novo aparelho chega às lojas, outros tantos são aposentados e, assim, o que
era um artigo quase fundamental vira um problema.
O mesmo acontece com computadores, televisões, videogames e câmeras
fotográficas: no final, sobram 44,7 milhões de toneladas de lixo eletrônico todo
ano, o equivalente a 4,5 mil torres Eiffel.
A estimativa é que, em média, sejam descartados 6,7 quilos de lixo eletrônico
para cada habitante do nosso planeta. No Brasil, o problema não é menor. Sétimo
maior produtor do mundo, com 1,5 mil toneladas por ano, estima-se que em
2018 cada um de nós jogará fora pelo menos 8,3 quilos de eletrônicos.
Apesar de um estudo com números de 2016 ter demonstrado que o
reaproveitamento do material descartado naquele ano poderia render R$ 240
bilhões de reais em todo planeta, apenas 20% do lixo eletrônico do planeta é
reciclado. Por aqui, somente 3% são coletados da forma adequada.
Quase todo lixo eletrônico do Brasil é descartado de maneira errada. Revista Galileu. 2 mai.
2018.

TEXTO II

Fabricantes, distribuidores e comerciantes devem tomar medidas para


minimizar o volume de resíduos, além de instituir uma cadeia de recolhimento e
de destinação ambientalmente adequada pós-consumo.
Política Nacional de Resíduos Sólidos: Lei 12.305 de 2010. In.: Ministério do Meio
Ambiente, 2010.

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos


construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo
em norma padrão da língua portuguesa sobre o tema: Alternativas para o
descarte do lixo eletrônico no Brasil. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
ANÁLISE DO TEMA

ESTUDO DOS SUBSTANTIVOS TEMÁTICOS

ALTERNATIVAS: possibilidade, caminho, escolha, opção, preferência, seleção,


mudança, meio, perspectiva;
DESCARTE: eliminar, rejeitar, rejeito, dispor, desvencilhar-se, acondicionar,
livrar-se, gestão;
CORRETO: adequado, apropriado, próprio, conveniente, adaptado, acertado,
ajustado, pertinente, compatível;
LIXO: entulho, detrito, rejeito, resíduo, despejo, despojo, depósito, e-waste, e-
lixo;
ELETRÔNICO: aparelhos, componentes, aparelhos eletrônicos, componentes
eletrônicos, celular, computador, peça, dispositivo, dispositivo eletrônico,
equipamento, equipamento eletrônico, telefones celulares, TVs, monitores de
TV, produtos eletrônicos.
DEFINIÇÃO
a) O lixo eletrônico é composto por qualquer peça ou dispositivo eletrônico
defeituoso ou não mais desejado;
b) Afora metais valiosos presentes, existem também muitos componentes
tóxicos, o que torna esse resíduo perigoso e não biodegradável na natureza.
ASPECTOS GERAIS
a) UFRJ, 2010: o primeiro impacto do lixo eletrônico não é seu descarte, mas
sua produção, a qual consome de forma desproporcional recursos naturais
não renováveis;
b) “Galileu”, 2018: cada brasileiro produz, por ano, 8,3 quilos de e-lixo;
c) “Galileu”, 2018: dezoito meses é o tempo médio de vida de um novo
smartphone;
d) “Galileu”, 2018, só 3% do e-lixo produzido segue para centros de
reciclagem;
e) “Galileu”, 2018: o Brasil é o sétimo produtor de lixo eletrônico do mundo,
com 5 mil toneladas por ano.
POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE 2010

DIRETRIZES GERAIS

a) Fabricantes, distribuidores e comerciantes devem tomar medidas para


minimizar o volume de resíduos, além de instituir uma cadeia de
recolhimento e de destinação ambientalmente adequada pós-consumo;
b) A coleta dos resíduos sólidos é de responsabilidade compartilhada entre
sociedade, empresas e governo;
c) Valorização do trabalho dos catadores de material reciclável e reutilizável
com vistas ao rea- proveitamento do lixo eletrônico.

METAS

a) Erradicação dos lixões e destinação final de resíduos em aterros sanitários


até 2014 (o prazo não foi atendido; estuda-se uma prorrogação);
b) Proteção da saúde pública e da qualidade ambiental;
c) Não geração, redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos
sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos;
d) Estímulo à adoção de padrões sustentáveis de produção e de consumo de
bens e de serviços;
e) Adoção, desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como
forma de minimizar impactos ambientais;
f) Redução do volume e da periculosidade dos resíduos perigosos;
g) Incentivo à indústria da reciclagem, tendo em vista fomentar o uso de
matérias-primas e de insumos derivados de materiais recicláveis e
reciclados;
h) Articulação de diferentes esferas do poder público, e destas com o setor
empresarial, com vistas à cooperação técnica e financeira para a gestão
integrada de resíduos sólidos;
i) Capacitação técnica continuada na área de resíduos sólidos;
k) Regularidade, continuidade, funcionalidade e universalização da prestação
dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo de resíduos sólidos,
com adoção de mecanismos gerenciais e econômicos que assegurem a
recuperação dos custos dos serviços prestados, como forma de garantir sua
sustentabili-dade operacional e financeira, observada a Lei 11.445 de 2007;
l) Prioridade, nas aquisições e nas contratações governamentais, para: I)
produtos reciclados e recicláveis; II) bens, serviços e obras que considerem
critérios compatíveis com padrões de consumo social e ambientalmente
sustentáveis;
m) Integração dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis nas ações
que envolvam a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos
produtos;
n) Desenvolvimento e aprimoramento de tecnologias limpas como forma de
minimizar impactos ambientais;
o) Estímulo à implementação da avaliação do ciclo de vida do produto;
p) Incentivo ao desenvolvimento do sistema de gestão ambiental e empresarial
voltados para a melhoria dos processos produtivos e ao reaproveitamento
dos resíduos sólidos, incluídos a recuperação e o aproveitamento energético;
q) Estímulo à rotulagem ambiental e ao consumo sustentável.

PROBLEMAS ENFRENTADOS NA APLICAÇÃO DA LNRS

a) Ausência de institucionalização do Plano Nacional de Resíduos Sólidos;


b) Falta de recursos financeiros do Ministério do Meio Ambiente para os
estados, municípios e consórcios
para a elaboração de planos locais de resíduos sólidos;
c) Falta de informações suficientes e atualizadas que auxiliem a pôr em prática
a Política Nacional de Resíduos Sólidos;
d) Deficiência na formação de consórcios de manejos de resíduos sólidos,
devido a desavenças políticas entre gestores da cidade;
e) Baixo aproveitamento nas capacitações oferecidas pelo Ministério do Meio
Ambiente; um exemplo: no curso “Orientações para elaboração de um plano
simplificado de gestão integrada de resíduos sólidos”, até o ano de 2016,
foram 4900 inscritos e apenas 1264 concludentes.
FONTES DE LIXO ELETRÔNICO
a) Equipamentos de comunicação e de telefonia;
b) Eletrodomésticos de pequeno e de grande porte;
c) Produtos eletroeletrônicos portáteis;
d) Ferramentas;
e) Brinquedos e outros itens de lazer;
f) Equipamentos e aparelhos médicos;
g) Equipamentos de monitoramento e de controle;
h) Computadores e seus periféricos.
A OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA

Criada na década de 1920 pelo então presidente da General Motors, Alfred


Sloan, que procurou atrair os consumidores a trocar de carro frequentemente,
tendo como apelo a mudança anual de modelos e de acessórios, a obsolescência
programada consiste na decisão do produtor de, propo-sitalmente, fabricar,
desenvolver, distribuir e vender um produto para consumo de forma que ele se
torne obsoleto ou não funcional em determinado período, com vistas a forçar o
consumidor a comprar a nova geração do produto.
DESAFIOS NA COLETA SELETIVA
a) Site Politize, 2017: valor da coleta: R$389,46 por tonelada de resíduos,
quatro vezes mais do que os R$95,00 da coleta convencional, segundo dados
de 2016 do Compromisso Empresarial para Reciclagem;
b) Site Politize, 2017: tributação: produtos reciclados podem ser tributados
mais de duas vezes, como matéria primária, como matéria secundária, no
transporte para aterros e descartes;
c) Site Politize, 2017: baixa produção: os materiais reciclados não contam com
uma indústria profissionalizada; as cooperativas de reciclagem não
conseguem atender à demanda;
d) Site Politize, 2017: efetivação da Política Nacional de Resíduos Sólidos:
aplicar o disposto na PNRS implica na elaboração de um plano com metas e
diretrizes, regulação e fiscalização par cumprimento das legislações
municipais, estaduais e federal;
e) Site Politize, 2017: fatores comerciais externos: a queda do valor de algumas
matérias-primas faz com que os materiais reciclados tenham o mesmo valor
de materiais novos; um exemplo foi o barateamento do plástico devido à
queda do valor do barril de petróleo entre 2011 e 2016;
f) Site Politize, 2017: pouca ação do poder público: faltam incentivos fiscais e
subsídios para a utilização de matéria reciclada;
g) Site Politize, 2017: falta de padronização: há normas que padronizam os
materiais recicláveis, entretanto elas não são cumpridas;
h) Site Politize, 2017: falta de consciência por parte da sociedade: a sociedade
não se preocupa em consumir, em separar e em destinar corretamente os
produtos ambientalmente sustentáveis.
A GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

O QUE É?

Conjunto de metodologias que visa não só à redução da geração e da eliminação


de resíduos, como também do melhor acompanhamento durante todo o seu ciclo
produtivo. Seu objetivo é reduzir a geração de resíduos na origem, gerir a
produção para atingir um equilíbrio entre a necessidade de geração de resíduos e
seu impacto ambiental por meio da destinação correta dos resíduos gerados pelo
homem. Veja, a seguir, alguns dos principais processos de gestão integrada de
resíduos sólidos.

REDUÇÃO NA ORIGEM OU NA FONTE

É o objetivo de um conjunto de políticas e de estratégias que visam a uma


mudança na concepção, na transformação e na movimentação ou na utilização de
produtos ou substâncias, com o intuito de reduzir a quantidade de matérias-
primas ou de subprodutos, diminuindo, assim, a necessidade de recursos
naturais.

RECICLAGEM

Consiste no tratamento de resíduos, que permite sua reintrodução no ciclo


produtivo, com vistas a reduzir a quantidade de matérias-primas necessárias para
produzir novos objetos, bem como amenizar o volume de resíduos a ser
depositado em aterros sanitários.

INCINERAÇÃO

Consiste na eliminação dos resíduos por meio da queima em unidades especiais,


com vistas a permitir a redução de seu volume. Nesse processo, as emissões
gasosas são controladas, e a energia, aproveitada. As cinzas são descartadas em
aterros controlados.

ATERRO SANITÁRIO

Trata-se de um espaço destinado à deposição final de resíduos sólidos. Os aterros


mais modernos permitem um confinamento seguro e econômico de resíduos que
apresentem um grande volume de produção. De acordo com a Lei 12305 de
2010, os resíduos sólidos devem ser levados, de preferência, a cooperativas de
recicladores.
CAUSAS DO AUMENTO DO LIXO ELETRÔNICO (“CARTA
CAPITAL”, 2017)/PROBLEMAS

► CURTO CICLO DE VIDA DOS ELETRÔNICOS

► DEPENDÊNCIA CRESCENTE DOS PRODUTOS ELETRÔNICOS

► OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA

► CONSUMISMO
PRINCIPAIS ELEMENTOS QUÍMICOS PRESENTES NO E-LIXO

CHUMBO

“Carta Capital”, 2017: acumula-se no organismo e, mesmo em baixas


concentrações, age nos sistemas nervoso, renal e hepático, causando
intoxicações crônicas, vômito, diarreia, convulsão, coma e até mesmo a morte;

CÁDMIO

“Carta Capital”, 2017: absorvido pela respiração ou pela alimentação, provoca


descalcificação óssea, lesões nos rins, afeta os pulmões e pode levar à má
formação de fetos e ao surgimento de câncer;

MERCÚRIO

“Carta Capital”, 2017: tem efeito acumulativo no corpo humano e mesmo


pequenas quantidades (entre 3 e 30 gramas) podem ser fatais ao homem; provoca
lesões no cérebro e leva à má formação de fetos;

ANTIMÔNIO

“Carta Capital”, 2017: leva a dermatites, irritação no trato respiratório e é


cancerígeno.
ETAPAS DE DESCARTE DO LIXO ELETRÔNICO

ETAPA 01: COLETA: todo e-lixo precisa ser descartado corretamente nos
pontos de coleta;

ETAPA 02: TRIAGEM: o e-lixo é encaminhado para locais capacitados a


receber os equipamentos e a fazer o desmonte de peças;

ETAPA 03: REÚSO: os equipamentos recondicionados e aprovados retornam em


condições para serem reutilizados, como um equipamento novo. São doados para
telecentros, escolas e bibliotecas públicas;

ETAPA 04: RECICLAGEM: todos os materiais do e-lixo são separados: cobre,


parafusos, fios, vidros, entre outros;

ETAPA 05: MATÉRIA-PRIMA: muitos desses materiais retornam para as


indústrias como matéria-prima para fabricação de novos produtos.
CONTEXTUALIZAÇÃO TEÓRIA
a) Artigo 225 da Constituição Federal de 1988 (capítulo 52, página 231);
b) A indústria cultural, de Theodor Adorno (capítulo 51, página 226).
CONTEXTUALIZAÇÕES CULTURAIS

“The e-wasty tragedy”: Documentário que apresenta uma investigação sobre


tráfico de lixo eletrônico: toneladas desse tipo de lixo são descartadas todos os
anos em países desenvolvidos, mas uma grande parte dele desaparece e outra
ainda é descartada em países subdesenvolvidos, onde causam efeito tóxico no
ecossistema e na saúde pública.

“Wall-E”: Neste filme de animação, ruídos eletrônicos são a principal linguagem


dos personagens robôs. Depois que a Terra ficou inabitável, os seres humanos
passaram a viver em uma nave espacial e deixaram robôs fazendo o serviço de
limpeza. Wall-E funciona com energia solar e tem como função principal
recolher e compactar lixo. De forma lúdica, traz à tona a problemática da
geração de resíduos em todos os cantos do planeta – e será que um dia, com
tanto lixo, seres humanos não conseguirão mais viver aqui? O filme ganhou o
Oscar 2009 como Melhor Animação.

“A história das coisas”: Este documentário já foi visto por mais de 7 milhões de
pessoas, em 200 países. O projeto é resultado de mais de 10 anos de pesquisa
sobre sistemas de produção de bens de consumo feita pela ativista ambiental
Annie Leonard. Ela viajou por cerca de 40 países para entender a nossa lógica de
consumo, que vai desde a extração de matérias-primas até o descarte. Annie se
disse motivada a entender “um sistema baseado na destruição dos recursos
naturais e na geração de lixo” e, no vídeo, passa as informações de forma
bastante didática.
ALGUMAS HIPÓTESES DE ARGUMENTAÇÃO

► OBSOLESCÊNCIA PROGRAMADA

► INCENTIVO AO CONSUMO PRODUZIDO PELA INDÚSTRIA


CULTURAL

► FALTA DE CONSCIÊNCIA AMBIENTAL

► FALTA DE PREPARO TÉCNICO PARA REALIZAÇÃO DA


RECICLAGEM

► INEFICÁCIA DO ESTADO MANIFESTA NA NÃO IMPLEMENTAÇÃO


DA PNRS
SOLUÇÕES DE PROBLEMA
01. Reduzir;
02. Reutilizar;
03. Não descartar lixo eletrônico em aterros sanitários e em lixões;
04. Reciclagem;
05. Coleta seletiva;
06. Disposição adequada de equipamentos perigosos;
07. Inserir aulas sobre descarte adequado de dispositivo eletrônico nos ensinos
Médio e Fundamental;
08. Consumo responsável.

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