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1.

A terceira parte do poema “O sentimento dum ocidental” intitula-se “Ao Gás” pois corresponde ao
momento em que Cesário, que iniciou o seu caminho pelas ruas da

cidade ao entardecer, à hora das Ave Marias, prolonga a sua deambulação pela “Noite

Fechada” (segunda parte) e a continua quando a “noite pesa” (v. 1) e é necessário acender

os candeeiros a gás. Assim, a observação e a análise de Cesário decorrem “Ao

Gás”, ou seja, sob a luz que ele emite.

2. A noite que “pesa, esmaga” (v 1) e as figuras que nela se movem (“as impuras”, v. 2)

causam arrepios a Cesário (v. 4), fazendo-o ficar desconfortável.

A luz que começa a aparecer chama a sua atenção para os espaços que destaca (vv. 5, 19, 23 e 24) e
desperta a sua imaginação (vv. 5-8 e 9), inspira-o.

Contudo, as figuras humanas e os excessos que lhe estão ligados tornam-se, como os

“flocos de pós de arroz sufocadores” (v. 35) e, aos poucos, o “eu” sente que “tudo

cansa” (v. 37).

4. Recursos expressivos utilizados:

– Enumeração (vv. 6-7) de elementos que sugerem ao “eu” um ambiente de “catedral” (v. 8);

– Comparação (vv. 11-12 e 37-38), salientando as semelhanças do espaço citadino com o

ambiente de “catedral” (v. 8) e dos candeeiros com estrelas, na escuridão.

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