Você está na página 1de 97
— Vese DE inluza_, DESENHO A LAPIS GLOBO 3 Luze sombra 4 Como usar o lapis 7 Efeitos de linha e sombra 10 Papéis e superficies 15 O trabalho com tons 18 Desenho ao ar livre 22 O uso de linhas finas 28 — Retratos com linhas ¢ tons 34 = Como criar texturas 40 Esfumado 44 Metal e vidro 51 Lapis de cor 54 A cor que cria formas 58 Técnica mista 59 A técnica dos grafismos 64 Lapis aquarclaveis 68 — Papéis coloridos 74 Polimento com lapis de cor 78 Pintura com lapis de cor 84 A técnica da impressio 91 A técnica do seraffito 94 Lapis dermatograficos 96 A simplicidade de um quarto .80 De Cami ie SE vreau — a stn co, re supn e s Sos i to Sessile $A. fan Top 48 Sha, 807, CEP 20863, tore Go86 SA gs, oak 8, CP O55, $8 Pus, Teta: 0112623100, Yale 1114071, SP Bat #, b ote du top UZ eC SOMOPA nen dabei % profundas, feitas com lipis 4B. Cena de porto, de Ferdinand Petre, pis sobre papel rip Canson, 26,5 X 19 em. Como usar o lapis lapis € bem conhecido como ins- trumento de escrita, mas para 0s ar~ tistas e estudantes de arte consiste também num recurso muito familiar de desenho. Tudo 0 que vocé precisa para comegar a desenhar é de uma fo- tha de papel e um lépis. Felizmente, estes materiais no custam muito & existem em grande variedade. (0 lipis pode ser usado do inti: ras manciras, Dependendo do forma- to que se da & ponta, vocé fard diver- sos tipos de linha. Ha também dife- rentes grafites — das mais duras &s bem macias —, o que acrescenta ver- satilidade a este material Vocé pode desenhar a lapis usan- do apenas finlias, ou apenas tons, ou ainda combinagdes entre linhas e tons ¢ inimeras outras téenicas. E pos vel variar a superficie do papel — das, mais lisas e brilhantes as mais rugo- sas. Os diversos tipos de papel au- ‘mentam as possibilidades de desenho, pois cada superficie reage de um m do 20 lapis. Lapis e artista so inseparaveis porque a maioria dos trabalhos — pintura, desenho e escultura — come gaa partir de um esboso a lépis. ‘Além de servir para esbogos, com ele voc terd também descahos muito bem-acabados. Tipos de lapis O instrumento tradicional de traba- Tho € 0 lipis de graft, que existe nu- ma série de gradapdes: do mais mole (6B) a0 mais duro (6H). O mais usa- do, 0 médio (HB), produz uma linha de tom médio. Quanto mais duro 0 Idpis, mais leve e clara sua linha. Ao contrério, quanto mais mole, mais carregado 0 seu trago. Os lépis de carvao, excetentes ins- ‘trumentos de desenho, so fabricados em quatro gradaydes: HB, 2B, 4B e 6B. Mais frageis e de mais dificil ma- nuseio do que os de grafite, produ- zem muito pé, que pode sujar 0 de- senho. Sua maior aplicagdo é no de- senho tonal e para preencher com ra- pidez grandes dreas de papel. Lem- bree sempre de que o papel influi ‘muito na linka do lips 4 Nunca use apontador, mas uma face ‘aflada, gilete ow esttete A borracha deve ser macia ¢ Alextvel. Uma das melhores a borracka para limpar tipos de Assim voc? poderd obter intimeras variedades de porta. | { cnet. a Ne ‘méiquina de escrever, que pode ser moldada @ voncade. A direita, um Idpis-borracha para deiathes. Como segurar 0 lipis Voo# mesmo deve encontrar a man ra mais cOmoda de empunhar seu lé- pis. Para comesar, mantenha os de- dos a uns 4 em da ponta, sem pres- sionar muito, ¢ firme o pulso. Pode-se também segurar um lapis do modo como os pintores manejam um pincel: entre o polegar ¢ 0 in cador, com o corpo do lapis debaixo da palma da mao. 'Nos dais casos, deixe o dedo mi- ‘imo ligeiramente levantado. Depois, 1 apdie-o no papel, voce vera que des- se modo é mais facil conduzir 0 14- pis. Assim, voc8 controlaré melhor a pressfo na ponta, Tente manter 0 pulso firme, articulando apenas 0 co- tovelo ouo ombro. Nao deixe a mao repousar sobre o papel, pois isso li- mitard seus movimentos e a fluidez do trago. / Exercicios de relaxamento ‘Comecando com um lépis HB, faga ) uma série de linhas, irculos e ovais. Trabalhe rapidamente, sem perder vempo com detalhes. Tente mover 0 / seu brago inteiro, e ado apenas os de- dos. Voc? acabard conseguindo de- | seharlinas, tele fons bastante miformes, No primeiro exereicio de circulos, posicione o Iépis acima do papel © | apoie nele s6 0 seu dedo minimo. | | Descreva um movimento circular | com a mao, Quando achar que con- | Seguin ‘pegar’” 0 ritmo do circulo, abaixe o Iipis até o papel ¢ desenhe rapidamente uma série de circulos, Em seguida, trabalhe com uma sé- rie de linhas re‘as. Vocé poder ob- ter efeitos diferentes variando a dire- gfo e a pressio do trago. Procure fazer esses exercicios com varios tipos de lépis. Lembre-se de que é importante conseguir certa ra- \ pidez, num ritmo mais ou menos * | constante. E nao se esqueca de mo- vimentar sempre o brago, © ndo ape- nas os dedos. \ A direlta: Esta série de exercicios de relaxamento para ireinar 0 1traco serve para canhotos ¢ destros. Seguindo 0 movimento indicado pelas setas, varie @ pressio no iépis. Aeima: A posigo normat de segurar 0 laépis, © dedo minimo apolado no ‘papel estabiliza a mao, A direita: Esta posicdo, igual a sada para segurar o pincel, permite maior liberdade de movimento. “if Tracos fundamentais Aqui esto alguns tragos basicos pa- ra ajudé-loa desenhar. A medida que voc’ far treinando, descobrira outros por sua conta, [Nos exercicios acima foram usados urés tipos de lapis: 2H, HBe 2B. Nao esqueca que o objetivo, aqui, nao ¢ conseguir um desenho acabado, mas, apenas desenvolver tragos de varios tipos © combinagdes entre tragos. Mais adiante, serdo propostos alguns exercicios de desenho. Como esfumar 0 traco Oesfumado — que explicaremos de- talhadamente na pagina 40 — permi- te obier diferentes valores tonais. E feito com os lapis mais moles (do HB ao 6B) e com o auxilio de um esfu- minho, para fundir e combinar os tons, ¢ suavizar os comtornos. Voce pode improvisar um esfuminho com. um pedaco de papel bem enrolado. Hat at Exereicios a Mipis A. Tragos verticais curtos, 2H B. Tracos angulares curios, 2H ". Tragos horizontais curtos, 2H D. Linhas verticais iregulares iongas, 2H E. Linhas curtas curvas em diferen- tes diregdes, 2H F, Tragos curvos curtos, HB G. Tragos curvos curtos, HB, Fun- do, 2H H. Tragos vertieais curtos com varia- fo de pressio, 28 I. Tragos verticais curtos em diferen- tes diregdes, HB J. Tragos curtos em Angulos com pressdo e direcio varidveis, 2B K. Tragos curtos em 4ngulo, 2H, HB, 2B L. Linas onduladas com variagao de pressdo da esquerda para a direita, 2B M. Tracos verticais curtos com pres- sdo ¢ diregao variaveis, 2B N. Tragos verticais com presso va- ridvel ¢ espagos em branco, HB 0. Tragoscurtos em varias diresGes, 2B, HB, 2H Oesfuminko & usado para exfumar 0 traco, dandosthe mais suavidade, Voee pode substitut-fo por um iengo de papel ow um irapo enrolado no ded. _.. htto://pontodifusor.bloaspot:com/ 1 Efeitos de linha e sombra Se vocé jd possui um bom conheci- mento dos tragos com 0s diferentes tipos de lépis, chegou a hora de de- senhar motivos simples. Uma vez do- rminado 0 desenho de eirculos, linhas ¢ sombras, ¢ também a pressao do lie pis sobre o papel, basta que voc® apli- gue esta técnica aos desenhos de verdade Desenihar bem é ser capaz de tra- urir com fidelidade aquilo que se ve. Ou seja, saber transformar tudo 0 {que foi visualizado em mareas, linhas ¢ tons Ao iniciante pode parecer dificil passar dos simples exereicios de li nnhas ¢ formas geométricas para 0 de- senho de objetos que exijam uma ob- servagao precisa. Mas é s6 uma ques- tao de tempo e pritica. Voce vera que, rapidamente, se sentiré mais & vyontade. . “0 pintor renascentista italiano Ja copo Cartucci, conhecido como 0 Pontormo, perguntado sobre qual | | era amaior arte — a pintura ou aes- | cultura —, respondeu sem hesitagao;/ \ 40 desenho, clara!” Essa resposta talvez se deva ao f&- to de gue para desenhar é necesséria ‘uma coneentracdo total, além de uma perfeita coordenagao entre a mao ¢ © olho. O desenho constitui ainda @ Luz adequada (acima, & esquerda), Se voc8 for desiro, posicione-se de ‘modo que sua fonte de luz venha da esquerda, por cima do ombro. Se for canhoto, vale 0 contrério. A direa0 da luz é importante para que seu de- senho fique livre de quaisquer som- bras que possam perturbi-lo. Nesta foto, o artista é destro (a luz vem da esquerda), base para outras formas de expresso artistica, Se, na verdade, voc nao conseguir registrar 0 que vé a lépis, provayelmente também nao o fard com tinta, pastel ou qualquer outra éonica. E para desenhar bem, nada melhor do que praticar. Quanto mais tempo de dedicagiio aos trabalhos, melho- res 0s resultados. O ideal € comegar com motivos bem simples, que ndo apresentem grandes dificuldades, co- mo as duas cebolas mostradas a se- ‘uit, Deixe os desenhios considerados mais complexos para quando voce es- Liver dominando melhor o papel ¢ Upis. Comece a trabalhar Antes de entrar em acdo, verifique se voct tem & mao todo o material e se tudo esté em ordem. Tente se colo- car A vontade, num lugar conforté- vel, com a prancheta ou o bloco de esbogo apoiado numa mesa ou no colo. Escolha um local de trabalho com bastante luz, de tal forma que essa ifuminagdo cubra uniformemente to- doo papel. E muito importante ain- da que ndio haja sombras sobre o pa- pel, pois isso pode atrapalhar seu desenho. Luz inadequada (acima, & direita). Dessa vez a luz esté passando por ci- ma do ombro direito de um artista que é destro, Note como a mio faz ‘uma grande sombra sobre o desenho, e como a ponta do lapis obscurece as linhas que ele esta desenhando. Tra~ balhando dessa maneira, torna-se di- ficil a avaliaglo do que esta sendo executado. 7 Traballiando com tracos finos (aci- ma), Forme sombras com tracos le- ‘ves em varias ditesdes, Estas sombras, corisistem em linhas bem definidas, endo esfumagadas, Para isso, use li- pis HB, ¢ desenhe primeiro os con- tors, completando-os com os gra- fismos das sombras. ‘Trabalhando com tragos grossos (aci- ma, a direita). Para este esbogo uti- lize um lapis mais macio, como 0 4B, com a ponta chanfrada. Varie a es” pessura das linhas: com a ponta, fa- saas fitas, ¢ com a parte chanfrada, fs tragos' mais grossos das areas sombreadas. Tragos de diferentes tipos (acima). Para éste exercicio use dois tipos de lipis: HB e 2B. Primeiro, desenhe os contornos das cebolas com o HB; em. seguida, sombreie os tons claros. Pas- se para o 2B formando os tons mais escuros. ‘Tragos paralelos (acima, & direita). Forme as sombras com hachurados de linhas paralelas feitas com lépis HB. Faca com que cada area de som- bra siga 0 contomno das formas da ce- bola, para dar mais profundidade as figuras desenhadas, Uo .AWIVUONMVLVVilli 2 Dos tracos aos efeitos Nos desenhos abaixo ¢ possivel per ceber a existéncia de diversas técni- cas de utilizagdo do lapis, gerando as- sim diferentes efeitos. As tr ilustra- ‘90es de cima e a do meio, abaixo, fo- ram feitas apenas com a técnica de li Acima: técnica de linkas sottas, ‘para traco ture, porém mais preciso do que na técnica de esboco. Abaixo: téenica de linkas e tons, ‘com linkas bem préximas (hachurado) cima: téeniea de esboro, usadta ‘para um desenho prefiminar rdpido. ‘Abaizo: técnica de tom em um desenho feito inteiramente com reas sombreadas. nha. A primeira ilustragao da fileira de baixo por meio de tons (sombras); ca ultima ilustragao, a direita, atra- vvés de uma combinacao entre linhas e tons. ms Acima: téeniea de concornos, para eshoca mais cuidadoso, enfatizando ‘0s contornos da figura Abaixo: téenica de linha e tor, para desenho combinando esses grafismos. Papéis e superficies DO PAPIRO AOS TRAPOS. A palavra panel vem de papiro, Planta usada pelos antigos egiocios para fabricar um material proprio ara a escrita. Os pape!s modernos 880 feitos de trapos de algodéo, polpa de madeira, litho ou de ume Graminea chamada esparto. Desta Ultima so feitos as melhores papéis para desenho. Para aquarela, ‘© melhor papel é 0 fabricado ‘manualmente, com trapos ce algoséo. 10 Papel liso Papéis de qualquer tipo ou cor ser- vem para desenho. O nico requisi- to € que se possa trabalhar de forma satisfatéria com o lépis, Eles podem tera superficie rugosa ou lisa; podem ainda ser duros ou macios, grossos ou finos, brancos ou coloridos. Papéis muito brifhantes, em geval, ndo sdo adequados. O tipo de papel interfere no resul- tado. Sobre papel macio, o lapis des- liza suave e uniformemente, ficando mais féciltragar linhas nitidas ¢ inin- Cerruptas. J no papel rugoso, pro- ‘duzem-se linhas descontinuas e hete- rogéneas. ‘A cabeca de mulher (acima) foi de- senhada em papel com caracteristcas de textura lisa ¢ espessura e dureza medianas. Sua textura homogénea permite que 0s tragos do Idpis for- mem tons ¢ linhas bem variados. Quanto 20 lipis para essa técnica, trabalha-se normalmente com os ti pos que vio do 6H ao 4B, Papel tipo layout Os legumes — alcachofra, cebolas ¢ tomates — mostrados nesta pagina foram desenhados em papel do tipo layout, mais fino e ainda mais liso do que © papel utilizado no exercicio anterior. ‘Com um lépis HB, desenhe pis ro 0s contornos. Em sexuida, hachu- re as sombras de diferentes tonali- dades. Finalmente, com o esfuminho, in- tegre 0s grafismos uns a0s outros, suavizando os tragos, para obter um feito mais leve. Lembre-se de que 0 esfuminho s6 funciona em papéis de superficie bem lisa. 4 2 Papel rugoso Este desenho da mesma mulher da pagina 10 difere imteiramente do ou- tro, O tratamento livre ¢ espontineo dado aos tragos 0 mesmo, mas 0 di- ferente tipo de superficie do papel al- tera 0 efeito geral. ‘Neste caso, foi utilizado um papel para aquarela do tipo rugoso, que ge- ta linhas grossas € irregulares. As tonalidades também foram cla- ramente afetadas pelo tipo de textu- rado papel escalhido, Note que a su- perficie rugosa do papel fica ainda mais acentuada quando se trabalha com 0 lapis sobre ela (no caso, um lapis do tipo 4B). (Os lapis mais duros no so ade~ quados para este tipo de trabalho, pois podem daniticar a superficie, em ‘geral macia, dos papéis rugosos. Es- te tipo de papel desgasta muito 0 lé- pis. Por esse motivo, esteja prepara~ do, tendo 4 méo uma boa quantida- de de lépis apontados. Para conseguir os tons e sombras mais escuros, use um ldpis bem ma- cio. Jamais tente calcar um lapis mais duro na frégil superficie de um pa- pel rugoso. Papel semi-rugoso ‘© mesmo arranjo de legumes da pé- gina 11 foi redesenhado, desta ver em papel semi-rugoso (do tipo Canson) Utilizaram-se lapis HB © 4B. O pri- meio, para os contornos ¢ sombras claras, © outro para as tonalidades mais eseuras. As dreas de sombra sao trabalhadas com linhas paralelas bem préximas, acompanhando as formas de cada objeto. ‘Neste desenho, a superficie do pa- pel secciona sistematicamente as li nhas, criando um efeito bastante di- namico, 0 que confere uma qualida- de toda especial ao trabalho. Os tra- gos ajudam a ressaltar a rugosidade Prénrin da papel, especialmente na alcachofra, 6 13 Papel muito liso Nesta terceira versio dos legumes, ‘empregou-se uma folha de cartolina — papel de superficie completamen- te lisa, O artista fez os contornos com ‘© mesmo ldpis HB do desenho ante- rior. Para as finalizacdes e detalhes, optou pelo lépis 6B, que permitiu uma gama de valores tonais intensa © muito rica. © lépis 6B, bastante macio, foi ‘usado em angulo inclinado, gerando ‘uma suave e delicada passagem entre sombra ¢ luz, A superficie lisa da cartotina pro- porcionou a obtencao de detalhes cui- dados0s € precisos. A tinica restrigao {quanto ao uso da cartolina é que ela possui brilho intenso, que pode afe- tar 0 acabamemto. O trabalho com tons uso de varias tonalidades num desenho a lépis per- mite criar trabalhos muito interessantes. Seu dominio abre as portas para uma série de técnicas expressivas. Para poder produzir os tons, vocé tem, primeiro, de visualizi-los. Cada motivo apresenta seu préprio tom local, que indica o quanto ele é claro ou escuro em re- lagdo as coisas que 0 cercam. Mas 0 tom local & quase sempre moditicado pelos efeitos de luz e sombra, ¢ sa0 essas modificagdes que realmente descrevem a forma do objeto. Bons resultados ao desenhar com tons dependem ba- sicamente de sua capacidade de identificar a variagao tonal completa do motivo, o que Ihe permitiré traba- Ihar de maneira organizada. Em geral, isso significa evo- Iuir do claro para o escuro. Primeiro, decicla onde voce quer mostrar pontos luminosos ou efeitos do sol forte e deixe essas areas em branco no papel — que seré 0 tom mais claro. Em seguida, estude os tons locais do motivo, da maneira em que aparecem sob luz neutra, Nao € preciso fazer distingOes muito minuciosas entre les — trés ou quatro gradagdes uniformes de cinza, pro duzidas com ldpis médio ou de médio para macio, so mais do que suficientes. Finalmente, localize as areas sombreadas: nelas, vocé escurecerd 0s tons locais com tragos mais pesados de seu lipis mais macio, CONTORNO E TOM MISTURADO A ilustragdo acima foi feita com papel comum e vatlos lapis de grafite macia, Os contornos tragados com lapis 4B — note sua espessura — descrever a forma geral dos objetos, mas 40 08 tons que ines dao a sensagao de volume, Embora os tracos de lapis tenham sido cuidadosamente misturadas com esfuminho para crier transigo continua de um tom para outro, percebe-se ‘como as marcas originals acompantiam as curvas das formas para reforgar a impressdo de volume, TOM CONTINUO Desta vez, dasenhe 0 mativo usando somente tons ‘A superficie de papel apresanta nervuras com textura Constante, o que, sem duvida, favorece o trabalno tonal. Ao aplicar pouca pressio no lpis, 0 pigmento da grafite egerra apenas nas pontas das fibras, deixando o ape! eparacer. lé uma pressAo mals forte preenche os sulcos @ produz efeitos de sombras profundas, TOM DISPERSO A textura oo papel rugoso para aquarela ¢ t20 pronunciada que dispersa completamente os tracos Individuals do lapis, produzindo um efeito refinado, quase tremeluzente, Os tons 880 misturados imperceptivelmente, @ os sulcos profundos da textura do papel permanecam visiveis, mesmo nas éreas mais sombreadas, 15 3. Aplique os tons médios Maude agora para um lapis 2B, Usan- do um estilete, faca ponta em forma de cinzel, para dispor de maior varie- dade de tragos nessa etapa. Aplique um tom médio sobre as formagées rochosas do fundo, traba- Ihando com tracos paralelos, bem aproximados, e mantendo pressio constante no lapis. Em seguida, au- mente a presstio e faga tragos em zi- guezague, para formar 0s arbustos ¢ as drvores. ‘Antes de colocas 0s tons dos arbus- tos do primeiro plano, trace 0 esbo- 0 dos gallos, para poder deixa-los em branco — formando contraste em relaco ao fundo mais escuro. 4. Sombras e reforgos Até aqui o desenho empregou quatro: tons distintos. Falta acrescentar 0 tom mais negro e profundo, que da- Ta unidade aos elementos do con- junto. Passe para o lapis 4B, que é mais macio e deixa uma densidade maior de pigmento no papel, Como a area rochosa do fundo esta na sombra, de senhe-a com tracos firmes ¢ fortes; nilo se esquega de trabalhar em tor no dos arbustos mais claros ede pou- “par as dreas que estéo pegando sol. ‘Faga as sombras das pedras das ar- vores sobre o cho do vale e modele as rochas do plano de fundo com tra- gos fortes, seguindo seus contornos. Finalmente, coloque alguns toques profundos de sombra nas areas ilu- ‘minadas das pedras, de mancira a mostrar suas irregularidades. Escure- a algumas partes das arvores, para que fiquem mais modeladas. MATERIAL EMPREGADO Uma folha de papel comum para desenho. Lapis HB, 28 6 4B, 3 . ot CUIDADO COM 0 SOL B Nos dias ensolaracos, 0 questao de minutes © esquems to do que voo8 v8 a sua frente. Por iss0 6 extremamente Importa determinar o equillrio entre Claros, madios @ escuros ces io ¢ ater tonal até ¢ fim do dese PERIGOS NATURAIS Floar hores a0 sol ¢ cchapéu — principalmente estiver de frente pare 0 sol em alguns casos, tambam logo protetora, Para ¢ locacBes, obrigatorio ‘com um repelente de inset — picadas de mosquito podem ruinar uma sessa0 de desenno. voce 18 esse esqueme Paisagens e outras cenas ao ar livre constituem bons motivos para dese- nnho, E € muito mais gratificante de- senlid-tas ao vivo do que basear-se em fotografias ou na meméria. Se voc® € principiante, talvez se sin- ta um pouco constrangido por deixar seu trabalho exposto & vista dos tran- seuntes. Mas vale a pena criar cora- gem, pois trata-se de uma experién- Gia interessante e de uma étima opor tunidade para exercitar seu desenho. Como medida de praticidade, res trinja ao minimo o material de dese. nho ao ar livre, procurando que scja ‘9 mais simples € leve posstvel. Um bbloco de desenho com capa de pape- Bo resistente elimina a necessidade de transportar a prancha de desenho. Mas, se voc® faz questo de trabalhar com ela, poderd escolher um mode- lo pequeno, de madeira, € adaptar uma alga para carregé-la. Uma mateta tipo executivo ou wna cata de equipamenco para pescaria sdo tdeais pura guardar o material bisico: ldpis, pinesis, tinta, orrachas, fita, tacks, wm pequeno vidro com dgua e wn pano. Arranje também um estojo com al- ga para levar todo 0 material Dependendo da locagao, voct po- derd sentar-se numa pedra ou banco de jardim; mas, se for 0 caso, carre- gue uma pequena bangueta dobrd- vel, que Ihe dara maior flexibilidade. Quando chegar ao local escolhido, passe algum tempo examinando a ce- na de vérios Angulos diferentes — lembre-se de que aquilo que o impres- siona inicialmente deve ser capaz de prender sua atencao por meia hora ou mais. Além disso, ndo tenha te- ceio de simplificar a cena em benetf- cio de uma composigao melhor. 'Exemplo: vilarejo distante Pegue © seu material ¢ saia de casa para desenhar a lapis wma paisayem ensolarada como esta, O artista Har- ry Borgman tem um desenho gestual, rapido e usa apenas um lapis 2B com uma grafite grossa, Esse lapis possi bilita fazer grande variedade de tra- 0s c registrar as diferentes texturas, fons e detalhes lineares da cena. 1, Faga um esboco aproximado Primeiro, faca um esbogo simples & geral da cena, atendo-se as formas basicas e a quaisquer linhas que di- Vidam o plano do desenho. Borgman ‘somega definindo © Formato das fo- Ihagens ¢ a seguir os diversos niveis do chao e as colinas, Na etapa seguinie, introduza al- guns detalhies na parte superior da ce: ra. Esboce as arvores ¢ defiia os pré dios, desenhando cuidadosamente os telhados © algumas das areas som- breadas. Acrescente também sombras nas arvores. Use uma parte aponta- da da grafite para desenhar uma éc- vore isolada, sem folhas, no plano in- termedidrio. Com tragos esponti- neos, fluidos e leves, indigue textu- ras de folhas em algunas das arvores 2. Aplique os tons claros Passando para @ parte interior do de senho, faca alguns trayos em zigue zague para indicar a textura das fo- Ihagens. Varie a pressdo do lapis, criando tons ligeiramente diferentes, emude a diregdo dos tracos para dar variedade @ essas areas. Em seguida, acrescente algumas sombras mais intensas com tracos ho rizontais vigorosos, ‘Trabalhe 0 céu com um tom bem claro, pasando levemente a grafite deitada sobre o papel. Empregue es- se mesmno tom nas arvores do fundo, Para dar uma boa textura a area plana de capim, no funds, trabalhe com trasos curtos, para cima e para baixo. Use o mesmo tipo de textura nas Areas do primeiro plano, mas au mente os tragos do lapis para refor gar a iluséo de perspectiva. Neste ponto, observe o desenho distancia, Veja onde pode ajudar a definir a cena e onde separar os di- fentes planos, acrescentando mts al: ‘guns tons acinzentados aqui ¢ ali 3. Introduza os tons médios Agora é hora de aplicar os cinzas de tonalidade média. A melhor manei- ra de fazé-lo é com 0 lado chato de Juma grafite grossa, mantendo pres- sto constante Embora 0s tons sejam bastante uniformes, voe’ pode empregar di- vversos tipos de traco para diferenciar as dreas. Note que 05 tracos curtos, para cima ¢ para baixo, formam os tons dos arbustos 4 esquerda, en- quanto os arbustos do primeiro pla- no sdo compostos de linkas mais fi- nas e verticais. No'centro do desenho, onde pare- ce haver um tipo de vala ou cérrego, Harry Borzman modifica # pressio o lapis, a fim de conseguir uma va- riagdo tonal, 4. Acrescente os toques escuros Defina os elementos mais escuros do deseno pressionando os tragos de [d- pis com maior firmeza Escureca algumas arvores € casas do fundo para reavivar esta drea, e entao desenhe a forte sombra em frente as casas mais proximas, Escurega mais ainda a regiao da vala ou cétrego com tragos curtos em Ziguezague, sezurando o lapis em an- gulos diferentes. Para complerar es- sa etapa, faca a sombra preta sob a Arvore do primeiro plano e escureca 0 arbustos que aparecem no primei- rissimo plano, criando assim um efei- to de silhueta. 3 5. Acrescente os detalhes A estrutura bisica dos tons agora esté completa. Falta apenas acresventar os detalles, como os postes de cerea que aparecem ao fundo, os troncos das Arvores ¢ os ramos dos arbustos. Coloque um pouco mais de folhia- ‘gem escura na vala do plano interme- diario, com tragos curtos, em zigue- zague. Logo abaixo, faga levemente alguns tracos ainda mais curtos, criando outro tipo de textura de ca- pim. Na drvore da esquerda, no pri meiro plano, acrescente alguns tracos [prossos ¢ escuros em ziguezague, pa- ra produzir a textura das fothas. ‘Na érea de capim do primeiro pla- no, use tragos de lapis mais longos finos, mudando freqiientemente de diregao, a fim de criar variagdes de tom. Faga alguns detalhes marcantes “A nas casas ¢ intensifique a sombra em duas ou trés paredes. Por fim, escurega a vala e as érvo- res do plano intermedidrio, reforgan- do alguns tons nessa drea. O segredo deste desenho Parte do charme deste desenho esta na maneira cuidadosa pela qual os tons claros e escuros foram aplica- dos. Observe que o artista determi- na o padrao tonal bésico logo no ini- cio, mas mantém 0s tons escuros re- lativamente claros até ter certeza do melhor lugar para colocar 0 contras- te maximo. Entdo, ele escurece os tons em seu todo. Observe também que, embora qua- se todo o papel esicja trabalhado, tu- do € desenhado de maneira esponta- nea, sem excesso de rebuscamentos. SRT PN "a MATERIAL EMPREGADO Um lépis 28 com grate grossa. Uma folha de papel de dasenho comum. Y APONTE BEM OS LAPIS Para reproduait com inhas nas oc8 preisaré ante os isle Sempre bem aponados, Nas convém sat nbaetadr.poraue ele fra grate somal. o melnor€ aventar 0 lips com Um estlete um pedaco Ge x. Tre uma pate sufelene Ge mradefea para debian & ati roost, vaspora com 6 esllle @ besae deleadamanin a tea pare prodcew ur posta Te Gu rombuda, ge tze" porta em form de ince. podera aca Inhas tnas groseas, depencens Sa manele come wood gra pa DOIs EFEITOS DE Tom A técnica de hachuras cruzadas (sobreposi¢ao de duas series de linhas paralelas erm anguo) & comumante associada a0 desenho a ‘ico de pena. Mas ela também a bbons resultados quando se usa lapis, Sela para conseguir uma variagao. tonal extra, seja como um recurso ara reproduzir texturas. Outio “trugue"’ 4 fazer com que as hachuras sigam os contornos de seu desento, Iss0 cria uma melhor impressao de forma e reforga a idéia de tridimensionaligade, TECNICA DO TRAGO FINO Neste desenho, os tragos paraleios se tunaemn visualmente, criando a’ imo Observe como eles segue espacamento entre os trac ou mude para um lapis de 22 planos pedras. Para clarear ou escurecer os tons, varie a pressao do lapis, numero dferente, O uso de linhas Sinas Quando se fala em desenho a lipis, logo se pensa em linhas grossas de es- boo, tragos rabiscados e tons som- breados, Mas os lapis também podem produzir linhas finas e, em certas cir cunstancias, propiciam as mesmas oportunidades para a expresso indi- vidual que as técnicas de desenho a Lapis mais convencionais. O material certo Mesmo que vocé nao pretenda reali- zar um desenho usando somente li- has finas, haverd ocasides em que poder precisar delas. Arvores sem folhas no inverno, cordame e mastros de navios, detalhes de arquitetura e padrées decorados — estes sao ape- nas alguns dos motivos que requerem um trabalho linear, nitido ¢ claro, pa- ra resultarem convincentes. Se vocé se sentir tentado a dese- thar essas linhas com o mesmo lapis uusado para os contornos © 0 som- breado, certamente ficard desaponta- do com 0 resultado. Os lapis comuns de desenho s30, em geral, macios, en- quanto o trabalho de linhas finas re- quer lapis duros —- tipo HB ou H—, que mantém a ponta. Para trabalhos em que predomi- ‘nam as linhas finas, utilize um papel compativel, como o prensado a quen- te. A superficie dura e lisa de alguns papéis sempre deixa as linbias finas mais fortes ¢ nitidas. Tons com linhas finas f Lapis com ponta fina, dura, sto dteis no s6 para desenhar motivos que cexigem linhas finas, mas também pya- ra criar efeitos que seriam impossiveis de obter de outra forma. Vocé pode conseguir uma grande variedade de tons tracando linhas pa- ralelas de diferentes densidades, co- mo as que s2o ulilizadas, por exemiplo, nos desenhos a bico-de-pena ¢ nan- quim, Nao se trata de uma técnica muito facil de dominar — exige prin- cipalmente mao firme e muita pacigncia —, mas os resultados sio, cm geral, fascinantes. Obrém-se um efeito delicado ¢ de aparéncia com- plexa, diferente dos desenhos a lé- pis sombreados convencionais, Antes de trabalhar no exemplo mostrado nas paginas 24-25, pratique desenhando séries de linhas juntas, para criar uma variedade de tons es. curos, claros e médias. Use um lapis 4H, bem apontado, sobre papel liso ¢ tente produzir as Tinhas o mais fi- thas possivel, Entdo, repita a opera- 580 com hipis mais miacios e compare Os resultados. ‘TECNICA DO TRACO LARGO Ngo usa a di Nesta outra versio Ga de uma ponta mais lar (95 tragos individuals rmenas distinios. Agul, o ertista 1920 dos tracos para obier um grande efelto: nos tons palidos, eles esiéo lado a lado, e nas reas mais esoure: jesmia cena, note como 0 uso {ou Go ado da giatite) debxa aparece) ‘eprepaston, Elefante trabalhando, Sri Lanka, de Harry Borgman, 26 & 35,1 em, ldpis HB e 4B sobre painel de Itustragao iso. Os tracos finos nitidos dao uniformidade a composiedo e capram muito bem a rugosidade da pele do etefane. 23 Exemplo: hera e floresta O resultado final deste exemplo ela- 4 borado por Harry Borgman ¢ um de- senho muito detalhado, que capta a atmosfera do interior de uma flores- ta. Voot pode erlar sua propria ver- sao deste atraente motivo, seguindo as vérias etapas descritas Harry Borgman usou lapis HB e 2B sobre um papel de superficie lisa, para obter linhas nitidas e claras, além de uma variedade de tons acin- zentadlos. © desenho faz pouco uso do esfumado e do sombreado, cons- tituindo, portanto, um étimo treina- mento para a técnica de reproduzit tons com linhas finas, 1. O desenho basico Primeiro, faca os contornos basicos, Desenhe as folhas de hera que esto sobre a drvore grande, a prdpria ar- voree, finalmente, as drvores do fun- do e a vegetacao rasteira. 2. Textura tonal Adicione agora um tom claro as fo- has de hera do centro com um Lapis 2B bem apontado. Como algumas das folhas esto mais na sombra que outtras, varie a densidade dos tragos paralelos, Para variar os tons — mais Claro nas follias superiores © mais ¢s- curo nas do meio e nas inferiores — voc’ pade alterar a pressio do lapis, Desenhe um pouco de hera em outra rvore, a meia distancia. Em seguida, faca alguns tragos curtos, casuais, no chao da floresta, para indicar capim e vegetagdo 1as- teira. Esta drea, de textura bem den- sa, tem a funcdo de criar um con- traste com a textura das drvores e da folhagem, que vocé acrescentara a seguir. 24 3. Os troncos das Arvores Repare no tronco da arvore grande do primeiro plano. Por estar mais préxima do observador, sua casca fem uma textura mais acentuada, que a distingue das outras arvores da compasigao. Uma das maneiras de criar esse destaque ¢ variar a direcdo dos tra- 60s, conforme vocé passa do primei- ro plano para o intermediario e para o de fundo. Faga o cinza de tom mé- dio do tronco grande com tragos dia- gonais ¢ use tracos verticais para os lnouses mais finos do fundo. ‘Na drvore do plano intermediario, coloque tragos que se diferenciem de alguma forma dos que voce j4 usou nnos demais planos. Assim, os trés planos da composigAo jé ficardo cla- Famente definidos neste estégio inicial. 4. Os escuros Faga agora os tons mais escuros do fundo, Use um lipis 4B para estabe- lecer melhor 0 equilforio tonal do de- senho. Mantenha 0s traos do lapis bem juntos ¢ funda-os em alguns pontos, para produzir um preto pro: fundo; deixe-os mais abertos em ou- tros lugares, para sugerir raios de luz filtrados através das rvores. Com a conclusdo desta etapa, o fundo recua visualmente, 0 que deixa evidente a necessidade de reforcar os tons mé- dios do primeiro plano 25, 5. A textura da casca Com o lapis 4B, modele a parte mais escura da arvore da direita, no pla- no intermediério, Trabalhe com cui dada em torna das folhas do tronco. Embora esses tracos devam ficar bem juntos, deixe aparecer um pouco de Papel em alguns pontos, para suge- rir a textura do tronco. Agora, retorne para o tronco cen- tral ¢ desenhe as areas mais escuras, que definem a textura aberta da cas ca. Use tragas curtos, densos, em di- regdes diferentes. Observe que uma pequena dea perto da borda superior do desenho foi deixada inacabada pa- ra que voce possa ver exatamente co- ‘mo esses tracos sao feitos. Mais uma vez, tome culdado para no desenhar por cima das folhas de hera, cujos contornos devem permanecer nitidos, para realgar 0 contraste tonal. 6. Dé uniformidade Termine as linhas escuras da cascade tronco central, deixando intatas as miniisculas folhas de hera que sobem pelo tronco da esquerda. Agora pegue o lapis HB ¢ trabalhe sobre'o fundo com iragas rabiscacios de maneira arrojada. Isso diminui 0 contraste entre os tons médios, har- monizando as arvores do fundo e acentuando as folhas claras de hera, além de ajudar a destacar a textura das areas de capim, 26 e 0 desenho A coluna central de follias de hera de. ve ser um pouco mais trabalhada, pa ra mostrar a luz que & filtrada sobre elas. Com 0 lapis HB, acrescente mais algumas séries de tragos lelos sobre algumas das falhas, com- pletando-as com outras séries de tragos, para formar dreas de hachu ras crizadas, Use o mesmo lépis para fazer mais alguns tragos horizontais na area do capim, mas deixe intatas as areas mais distantes, a fim de sugerir par- ies iluminadas. Acrescente algunas sombras em preto uniforme ao ca pim, trabalhando agora com o lapis 4B, com a ponta jé rombuda. Observe que no primeito plano, & direita, ha um pouco de folhagem gue ainda nfo foi devidamente tra balhada. Modele seus tons com tra- ‘cos simples e paralelos Use de novo o lapis 4B e faca al- guns tragos verticais e audaciosos nas Srvores do fundo, sugerindo que elas tém a mesma textura que a dirvare do primeiro plano. Isso fard os troncos arecerem tao escuras que voce terd de pasar um preto uniforme entre eles para destacé-los novamente do plana de fundo, Uso da borracha: Embora em prin- cipio este seja um desenho de tracos, Harry Borgman decidiu acrescentar alguns toques de borracha ou lim: pa-tipos para reforcar o efeito da ilu- minagao no bosque e conferir maior mpacto ao seu desenho. Faga uma ponta rombuda no limpa-tipos e apa- gue alguns pontos no fundo. Final- mente, apague com a borracha algu- ‘mas dreas pequenas nas folhas maio. resde hera, sugerindo dessa mancira © seu brilho suave, MATERIAL EMPREGADO Jm pedago de pape! llusiragae ou 8 superficie lisa HB 2B. EXERCITE ESTA TECNICA Pegue uma fotagratia ou um desenho 3 lapis sombreado |é pronte, coloque de decaique em produ eT Acima: Para reproduzir as feiedes iprofundamente marcadas do modelo, Douglas Graves sombreou em forno ddas partes iiuminadas, [ocaltzadas nos cothos, testa, naris, boca e face Também sombreou 0 resiante da ‘cabeen para criar textura © desenvolver tons interligados, fezendo do rosto 0 ‘contro de interesse da obra 28 ‘Ao olhar para o rosto de uma pessoa, muitas vezes o que mais nos chama a atengdo ndo € 0 formato, a estru- tura ou as feigBes, porém sua expres- sto, E € justamente isso que torna a arte do fetrato to fascinante. Para exercé-la, voc’ precisa nao so repro- duzir a forma, a cor, 08 traces fisio- némicos, mas também captar — transmitir — aspectos da personal dade do modelo. (© desenho constitui uma técnica ‘excelente para retratos. Combinando a fluidez dé lapis com diferentes tex- tras de papel, voc® poder obter ex- celentes resultados. Experimente, por exemplo, retratar um rosto jovem ‘com tragos suaves e ondulantes, so- bre papel liso. Para um rosto enru~ gado, tente fazer tragos mais curtos ¢ fortes sobre papel de superficie mais aspera, Tenha sempre em mente, contudo, que o mais importante 40 Eexatamente o tipo de trago que vo- c@ escolhe e sim a maneira como o executa. MODELAGEM COM TRACOS No relrato acima, 0 costo foi modelado com tragos limpos @ suaves. As duas manchas de tom acima co ‘lho direito foram trabalhadas com tragos inclinados, cuidadosamente angulados pars parecerem arredondados, Observe os tacos que modelam a maca do rosto no lado sombreado. Na regio de tom medic, sob 0 olf, ha diagonals delicadas: 4 medida que 2 face se afasta da luz, elas $8 curvam ¢ escurecem, MARCAS EM PAPEL PARA CARVAO ‘A suparticle rugosa do pepel para carvao é perfeita para lapis, pols seu gra0 delicado soma-se aos tragas do ldots para produzir uma textura vivida, Veja no detalhe acima como as marcas finas © grossas do lapis 80 suavizadas pela textura do papel: peauenos pontos de sua superficie branca transparecem até entre 0s tons mais escuros, dando vibragao aos tragos. Nese papel pode-se captar pequencs detalnes, como cilios. MODELAGEM ESFUMADA Ouira maneira de indicar a forma estumar 0s tragos ‘com a ponta dos dados ou com um esfuminho de papel. No desenho acima, o artista comegou com tragos largos © soltos: depois, esfumou-os para criar tons suaves e aveludados. O estumado nao remove 0 ‘desenho original, mas funde os tragos, fazendo-os parece: manchas de tinta. A estrutura basica & a mesma, porém o eieita global € muito mais suave, MARCAS EM PAPEL ASPERO O artiste retez o retrato, desta vez usando pepe! extiemamente aspera e orafite em bastdo, em vez de lapis. As marcas grossas e acinzentadas da grafite @ a rugasidade do papel conjugam-se para lazer os tragos parecerem irregulares. Realmenie, eles séo bem menos pracisoe que as marcas fellas 2 lapis em papel para carvéo, @ deixam transparecer grandes areas de branco, porém 0 efeito global € muito mais audacioso 29 Exemplo: mulher Toura Neste exemplo, o artista John Lawn mostra 4 ‘como linhas finas ¢ tragos amplos, combi- rnados com cuidadosa aplicacao de tons, po: dem produzir um retrato vivido e expressivo. 1. Faga um esboco Com lipis HB bem apontado, desenhe a for- ma oval padronizada da cabeea, tracando uma linha vertical central e quatro linhas ho- rizontais para ajudar a localizar os tragos sionOmicos, Usando estas linhas como guia, desenhe as sobraneellias, os olhos, o nariz j ea boca. No lugar do pescogo, faa um cilindro le- vemente inclinado e indique a gola com ré- pidus wages curves, Procedendo da mesma forma, defina os contornos do cabelo, 2. Indique os tons 2 . Pegue um lapis de gratite 2B ¢ segure-o de lado, para fazer tragos largos ¢ firmes. Tra: balhe as principais dreas de tom com tragos paralelos, fe ; A fonte de luz est a direita do modelo; F portanto, indique areas de tom 4 esquerda da testa, maga do rosto, nariz, maxilar e pes ogo, sugerindo também 2s areas dos olhos € dos labios Modele 0 cabelo com algumas formas grandes, fazendo amplas areas tonais, sem se preocupar com fios isolados. Desenhe a sombra ao longo da parte in- + ferior da gola, acrescentando em seu inte~ i rior uma area triangular de tom. Nesta etapa, no procure distinguic os tons médios das sombras e da luz refletida; concentre-se w apenas na divisdo do retrato em grandes reas de luz ¢ sombra. 3. Escureca os tons Continuando a trabalhar com 0 lapis 2B bem inclinado, comece a escurecer os tons de mo- «do mais scletivo, Reforce as sombras do su- percilio, da face — em torno dos olhos, nariz e boca — e do pescoro. Lembre-se de som brear o labio superior, mas acrescente ape- nas um toque de sombia sob 0 labio inferior. A ponta do nariz também projeta uma pe- quena sombra, que se inclina em diregao ao canto da boca. Escurega alguns tons do cabelo e reforce ‘os tons da gola. Comece, entao, a desenvol- ver as gradagdes tonais, para distinguir en- tre dreas claras, médias. sombreadas e de luz refletida, Tendo determinado as amplas areas de tom, concentre-se agora nas feigdes. Trabalhan- do com lapis 2B, escureca as sobrancelhas 05 olhos, e marque a linha das palpebras. Em seguida, passe dos olhos para o na- tle, reforgandorlhe a sombra lateral e 0s tons a0 redor da ponta. Escureca o labio supe- rior ¢ reforce a sombra sob 0 inferior; re- force também a linha entre ambos e depois apague levemente com a borracha para dei- xar aparecer uma fresta de papel em bran- £0, sugerindo 0s dentes € 0 reflexo de luz no labio inferior Escurega o centro da orelha e defina me- thor sua forma. Aceniue 0 contoro do rosto e apague o excesso de linhas. Acrescente nitidez ao contorno do cabe- Jo, principalmente na testa, e ilumine alto dda cabega, apagando parte das linhas dese- nhadas na primeira fase. Por fim, faga as sombras da gola e dos ombres. 5. Trabalhe mais as feigdes ‘Com a ponta do lépis, desenhe as sobrance- has e as palpebras mais nitidamente, Actes- cente as pupilas e sugira os cilios aca os tons na érbita dos olhios e a0 la- do do nariz com tragos curtos e finos. Em seguida, acentuc © contorno do nariz ¢ es- curega as narinas, Defina 0 formato dos labios e escurega~ 6s com tragos curves, finos ¢ curtos. Da mesma forma, faga as sombras laterais do rosto, escurecendo 0 tom ao redor do quei- xo e reforcando @ sombra do pescaso. 6. Concentre-se nos detalhes Acentue ¢ escureca 0 contorno dos olhos € sugira mais cilios. Reforce a iris ¢ a pupila, fazendo pequenos reflexos de luz com uma borracha apontada, Acrescente alguns tra- (G05, para sugerir as sobrancelhas. Escureca 05 tons em torno da ponta do na- riz, onde as narinas ¢ a sombra projetada es- to mais nitidas. Escureca o§ lébios com cuidado, dando especial atenedo as finas li- has escuras entre eles. ‘Com tacos finos e curvos, leve o tom mé- dio do maxilar até a mac do rosto. ‘Com um lipis HB bem apontado, faa tragos marcantes no cabelo, para sugerir os fios. 32 7. Complete os detalhes Com a parte lateral de um Lapis 2B, faca tragos grossos para escurecer 0 cabelo e dar-lhe textura. Use a ponta do lapis para escure- cer os contornos dos olhos ¢ das pu- plas, bem como os tons na lateral do nnariz ¢ nos labios. Acrescente mais ci- lios ¢ pélos nas sobrancelhas. Resta completar 0 retrato, Para i so, simplesmente limpe as dreas mai claras com borracha mole. MATERIAL EMPREGADO Uma folha de papel de desenho ccomum, Lapis HB © 26. Borracha mole. 3 um recurso ori. Ao iwabaar com textures, vocd pode ilar © miado de olagem Balog papel be um pedego de mrasdia com velos ov UM pan fixese, por exemple tnecioneo firmament som ur tote acto, {Vole abateo alguns dos etioe possiels) MADEIRA COM VEIOS Trabalhe com o lapis inclinado, num tom medio. Ou entao friccione-o no papel, colocado sobre um pedago de madeira, PAPEL AMASSADO Indique @ cor do papel com um tom cinaa medio © modele as Areas mais, escuras, Para 0s claros, use uma borracha mole 34 Como criar texturas A impressdo de textura ¢ introduzi- da num desenho para reforcar 0 efei- to realista de scus elementos — por exemplo, a superficie lisa da porce- lana, o lustro do metal, a aspereza da argatnassa ou a maciez do tecido. Na verdade, nfo se trata de fazer uma eépia fotogratica de um objeto, has de trabalhar tragos ¢ tons de ma- METAL Aplique um tom cinza-claro sobre toda a area e esfume-o com um Jenga de papel. Depois pinte as reas eacuras ¢ eslume-as. TECIDO DE TRAMA ABERTA Para reproduzir essa texture, {iecione uma graiite integral sobre uma tela montada, usando fpressdo uniforme. nneira que indiquem adequadamente 1 qualidade da sua texiura e, a0 mes- mo tempo, déem ao seu trabalho um centro de interesse vivido ¢ realista, Textura realista [Nao ha regras rigidas e fixas sobre a melhor maneira de reproduzir textu- ras de modo realista, O melhor é ex- pperimentar as diversas possibilidades ver quais as que funcionam e quais nfo. No entanto, convém levar em consideracdo as diretrizes basicas te- lacionadas a seguir. Se a textura do seu motivo € éspe~ ra, procure trabalhar sobre papel igualmente aspero e use lépis macios, mais adequados a esse tipo de papel. Da mesma forma, superficies polidas ou brilhantes s3o melhor reproduzi- das num papel liso, com um lipis duro. De maneira geral, evite composi- (98es nas quais ‘ocias os elementos te- nham 0 mesmo tipo de textura, Se vocé colocar superficies ésperas ¢ i sas lado a lado, 0 contraste Ihes dara ‘um aspecto mais real. Finalmente, lide com a textura co- imo se fosse 0 tempero dle uma comi- da: a quantidade certa reforcaré 0 sabor, mas, se for excessiva, 0 resuk- tado ficard comprometido, TWOLO Use a mesma técnica do exemplo anterior, mas friccione a grafite com mais forga, para capiar melhor os tons escuros, enc gat Cee Ewen < Combinacio de linha e tom Alterando a pressao e a direeiio dos seus tracos, voes pode obter uma va riedade de texturas, A, Tragos verticais irregulares, cria. dos movendo-se 0 lipis para baixo € para cima, sem tird-lo de papel B. Linhas irregulares continuas, on- de a textura é obtida simplesmente variando a pressao. C. Tragos bem curtos, que se tornam mais longos e recebem pressao de Li- pis gradativamente maior & medida que voce trabalha para baixo. D. Mais tragos curtos, variando a pressio no sentido longitudinal E, Linhas longas ¢irregulares, traca- «das com uma ponta chata e com me- nor pressio & direita F, Linhas curtas e em angulo, com piessiio varidvel da direta para a es- querda ¢ de cima para baixo Abaixo: Antiga fazenda perto de Le Mans, Franga, de Harry Boreman, 32 x 23,8 em. O artisia usou papel de superficie figeiramente texturicada 2 trabathou os tracos com diversos ldpts — HB, $B e 68 — para reproduzir 0 aspecto envelhecido desta construgao antiga e semi-abandonada. | A FORGA DOS DETALHES © asta Richard Bolton nao achou ja de particularment interessante a a lapis (em vez de ez 08 dos estudos pai ™~ = a My ey eo colocados com precisao, Eles née 80 dificeis de reproduzir, mas fexigem que vacé ullize uma série de técnicas de dasenho a lpis e varie a largura @ a intensidade de cada trago. Use fado 0 tempo que precisar em desenhos deste tipo @ concentre-se fem fazer 9 maximo possivel de detalnes. A porspectiva € simples, assim como 0 motivo, mas @ combinacao de tom € tracos produz um cesetine de grande impacto, wy {] SOMBRAS Na PELE 8 Ac desenhar areas sombreadas, procure fazer os tragos bem juntos para obter um bom resultado, Se ‘yoo se apoiar apenas nas variaches de press, o desenho apresentara exogssivas mudangas na cor local @. 5@ sombrear damais 0 desenho. ele parecerd achatado e sem texure MATERIAL EMPREGADO Pape! de role Lapis 28. 1 ys 38 Exemplo: urso-pardo Neste exemplo, o artista. Norman Adams destaca 2 textura da pele do uurso usando tracos curtos e firmes, 1. Faca 0 contorno Desenhe os contornos do urso, indi- cando levemente as dobras na pele e © Angulo da pata dianteira esquerda — dobrada no pulso, para aumentar 8 sensacio realista do animal se lo- comovendo. Procure dar 20 urso a expressiio amavel que ele apresenta normalmente. 2. Indique os tons Delimite as areas tonais com tragas répidos e interrompidos. Use um pouco mais de pressao para as dreas escuras, mas faga os tracos correrem ‘na mesma direcdo nas costas, pernas, regia do pescogo ¢ rosto. Lembre- se de que os tragos devem sugerir também 2 forma do corpo do animal, com sua estrutura forte e musculosa. Detina as reas mais escuras dos olhos, boca ¢ narinas e indique de le ve as garras. 3. Detalhe 0 pélo Agora comece 0 processo de refinar as linhas do pélo ¢ suas diferentes tex- tras. Os eontornos externos so sti Ves e leves: $6 0 focinho ¢ as garras apresentam contomos fortes. Faca uma profusio de tragos vi- bbrantes e interrompidos, mais con- centrados nas dobras da pele Nas pernas, faca o pélo ligeiramen- te mais curto acrescentc as sombras mais eseuras do quarto traseiro e do Jado interno da pata dianteira que es- A levantada. A sola das patas tam bem deve ser mais escura Enfatize o aspeeto ereto dos pélos no cangote do urso variando a pres sho dos tragos Finalmente, modele as orelhas al- terando a diregao dos cragos. Esfumado ie f ESFUMINHOS DE PAPEL Feitos de pape! enrclado © bem apertado, os esfuminhos (acima) sao muito dteis para o desenhista, Use 08 de lado para esfumar areas grandes, € de ponta para 08 detalnes. 40 Voce ja deve ter olltado com admi- racdo para um desenho a lapis t&o suaverente esfumado, que fica dif cil imaginar de que maneira o artista {raballiou os tons até torné-los uni- formes como st fossem feitos com po de carvao. A resposta esta em esfu- mar e misturar os tragos de lapis esfregando-os delicaclamente com um esfuminho, com o dedo ou com um ppedayo de pano ou lengo de papel. ‘Antes de comegar a desenhar se modelo, defina as areas que preten- de esfumar, bem como os instrumen- tos que planeja utilizar, Selecione estes de acordo com seus objetivos e no exagere no uso. Observe 0 dese- nho acima, da autoria de Harry Borgman. O artista deu brilho ao p 1o do cavalo com um esfuminho de papel. Em seguida, empregou uma borracha para ober o forte concras Acima: Fazenda em Michigan, de Harry Borgman, 28,6 23,5 cn, artista trabathou sobre papet Canson com leve textura, que & uma boa superficie para o esfumado, principalmente quando complementado com ldpis macios (HB, 4B e 68), te entre 0 poste branco do primeiro plano ca sombra escura do peseoco do animal. Nao comece a esfumar sem, antes, verificar a exatidio dos contornos 4 lapis — que formam a esteutura den- tro da qual sera feito o esfumado — também a forea dos tracas. Voce te- 14 dificuldade para esfumar e clarear 18 fons se 0s fizer muito escuros; por Jsso, aumente aos poucos a pressdo do lipis, como ¢ demonstrado no exemplo da pagina seguinte. Exemplo: retrato de negro 5 ricos tons de pele de um modelo negro ofe- recem boa oportunidade para combinar tra- 0s de lapis com esfumado. Neste exemplo, o artista John Lawn usou um lapis 4B macio © grosso, e uma folha de papel para carvao, cuja superticie delicadamente rugosa suaviza 8 tragos € favorece os tons esfumados 1. Defina a cabeca ¢ as feicbes Desenhe uma figura oval para a cabeca; divida-a com uma linha vertical central e li- has horizantais para os olhos, nariz ¢ boca. Esboce o pescogo cama um cilindro ligeira- mente inclinado. Indique os olhos, narinas ¢ labios nas linhas horizontais. Coloque as orelhas entre as linhas dos olhos ¢ do nariz, Defina o formato da eabega com maior exa- tidio. Faca os cantas do maxilar, indique as curvas das magas do rosto e a linha que deli- mita 0 cabelo. Acentue os contornos dos olhos erefine 0 nariz.¢ 0s labios, fazendo um trago escuro para indicar a reentrancia sob o labio inferior, Enfatize 08 cantos dos olhos e dos libios, bem’ como a covinha no queixo. Desenhe as curvas isregulares da gola 2. Trabalhe os tons Verifique se os contornos faciais esto corre tos antes de comecar a trabalhar os tons. Note que a luz procede do lado esquerdo, deixando na sombra a maior parte da cabe> a. Acentue a borda escura, onde luz e som- brase encontram, apertando o lapis com mais forga nas bordas das éreas iluminadas da ces- ta, face, queixo, pescoco e nariz. Em seguida, aplique 0 lapis de lado sobre © papel e cubra as areas sombreadas do rasto com tracos largos e horizontals. Enfatize os escuros fortes dentro das areas sombreadas: as sobrancelhas, drbitas aculares e olhos; a reentrancia entre nariz ¢ o libio superior ¢ a5 narinas; o lébio superior e os tons escuros sob o labio inferior; o queixo; a sombra em- baixo do pescoco. Comece a escurecer 0 ca- belo ¢ o lado sombreado da gola. Nesta fase, 4 ha uma boa disting&o entre as areas de luz e sombra, a 3. Aprofunde os tons Passe 0 lado chato do lapis para a frente e pa- ra trds na testa e nas magas do rasto para am- pliar os tons. (Lembre-se de que todos os espacos entre os tragos desapareeerio quan- do voe8 comecar a esfumar.) Reforce as areas eseuras onde os planos de luz e sombra seen- contram, na lateral do rosto, nariz elébio su- perior Excureya o cabelo, a sombra do pescogo ¢ 6 lado sombreado da gola. Acentue 05 tons das sobrancelhas, olhos, natiz libios. Apon- te olépis eenfatize o coniorno escuro das pil pebras, narinas e labios. 4. Acentue os detalhes Pressione o lado do lapis com mais forca e aprofunde todos os escuros dos planos de sombra do rosto. Escureca os tons das 6rbi- tas oculares, da ponte do nariz, da regio sob © nariz ¢ as maras do rosta, dos labios e dos contornios do queixo € pescaco. Sugira a textura crespa dos cabelos rabis ceando pequenos tragos curvos. Acentue as fei- ges com a ponta do lépis, indicando as upilas, as linhas de sombra em torno das na- rinas e a linha escura entre os labios Nesta fase, 0 desenho ainda esta muito es- euro; 0 esfumado clareara e enriquecerd os tons. a2 3 4 5. Esfume os tons Com a ponta do dedo, ou com o la- do do esfuminio de papel, esfume os ons até deixé-los suaves e brilhantes. Concentre-se sobretudo na testa, na- riz, labio superior e queixo. Nos ollios, use a ponta do esfumi- nnho, clareando as iris e fazendo os re- flexos das pupilas. Clareie as éreas iluminadas, assim como o nariz ea maga do rosta, com limpa-tipos. Faga um toque de lapis, para acentuar os contornos dos olhios das narinas, bem como a linha en- tre 0s labios. Agora observe o resultado: nore como a técnica adequada a0 modelo acentuou a riqueza dos tons. MATERIAL EMPREGADO Uma folna de papel texturizado, de aproximadamenta 22,5 x 19 om, Lapis 48. Esiuminho de papel Limpa-tioos ou borracha mole. Metal e vidro Na pagina seguinte: Reilesos, de Hares Doraman, lapis sobre papel 25,7 x 36,6 cm. Desenhos muito dderathados e meticulosos coma este recisam de wn excelente material de referencia. Procure trabadhar com forografias, J que € aiffll, se nao impossivel, reproducir no local adrdes 100 elaboradtos Uma caracteristiea basica do vidro do metal é sua capacidade de refleti rem luz, forma e cor. Cada um de- les, no entanto, exerce essa capaci dade de maneira distinta. Assim, pa. Ta desenhar bem objetos de metal ou de vidro, vocé precisa aplicar técni- cas bem diferentes Metal Em geral, basta localizar 0 objeto em determinado contexto, precisar sua forma e dar-lhe uma tonalidade de cinza para indicar que é feito de me- tal, As vezes, porém, 0 objeto € fo- calizado isoladamenite, ou 0 contexto ‘do é muito definido. Nesses casos, € necessario enfatizar-Ihe o tom da superficie e a capacidade refletora, para mostrar sua natureza metdlica Contrastes tonais: Ao coniririo de outros materiais, 0 metal fende a re- fletir toda a luz que incide sobre ele No entanto, dependendo do angulo em que a luz o atinge ou da posicao em que se acha 0 observador, o me- tal polido pode parecer escuro em de terminado momento, ¢ reluzente no momento seguinte, Assim, para ob- ter resultados convineentes, voce pre- cisa aumentar bastante 0s contrastes tonais. $6 nos pontos em que a su: perticie esta danificada por ferrugem, ou embagada por sujeira & que os tons se misturam de modo mais sui Vidro © segredo pari desenhar a maioria dos tipos de vidro consiste em nao desenlid-los. Tudo 0 que voce tem de fazer & reproduzit 0 conteiido do vi- dro, se se trata de um recipiente, ou © queesta por tras dele, se esta Hida do com uma superficie transparente, como uma janela. Reflexos claros & nitides so um bom indice de que 0 observador esta diante de uma peca de vidro, Todavia, coma no caso do metal, 0s indicios mais evidentes sao © contexto e a forma do objeto. LINHA E TOM EM METAL E VIDRO Faga um arranio com abjetos de vidio transparenie ¢ metal oolido para exercitar-se na reprodugao dessas superticies relletoras, (O desentio abaixo mostra uma taca para vinho, uma garrafa e uma coqueteleira de metal polido, fecebendo luz do alto, de modo que pouguissima sombre se projeta sobre a mesa, Note que os objetos de vidro foram desenhados como linhas, as formas vistas alravés da garrala indicam sua transparéncia, Jé na coguetaleira 08 padrées de claro e escure sao bem definides, Como astra © esb0¢0 abaixo. eles podem ser delineados © montades quase como um quebra-cabeca, antes 3 pintar outras tons espectticas, UM PROJETO ALTERNATIVO Experimente artanjar um ou dois vidros d2 condimentos e trabalnar primeira seu conteddo — azeltonas Fecheadas ou pepinos em conserva sde su‘icientemente interessantes para desviar sua atengao do, recipiente. Depois de desennar 0 conteddo com as formas exatas, vooé verd ‘Que 08 vidros oraticamente se Gelineatam por si mesmos. Faga entéo © acabamento dos contornos com 0 minimo de detalhes, alendo-se mais a0 gargalo e & base. 48 : garrafas de vidro Para este exemple, o artista Robert Zappalorti devidiu fazer uma compo- sigao menos convencional, usando uma selecdio de velhos vidros de re- médio. Depois de tentar diversos ar- ranjos, alinhou-os como soldaciinhos de chumbo ¢ olhou-os através de uma tela retangular. Assim chegou ao me- hor angulo possivel, concentrando- se nos gargalos e nos contrasies dos reflexos de luz ¢ sombra através do vidro colorido ¢ do transparente, 1. Desenhe as formas Desenhe rapidamente as gartafas com um lépis HB muito bem apon- tado. Nessa etapa, ndo se preocupe ainda em dar-Ihes profundidade ou consisténcia, mas concentre-se em posicioné-Ias e delined-las da manei- ra mais correta possivel. Comece pela garrafa da extrema esquerda, com a qual, por ser a mais, alta, todas as outras devem relacio- nar-se, Use linhas de directo harizon lai e vertivais, para colocar tudo cor- relamente dentro do arranjo, Essa previsdo é fundamental se vo- c@ pretende obter um efeito caracte- risticamente hiper-realista, 2. Faga os contornos exatos © método mais simples ceficiente pa- ra criar um desenho com simetria precisa é0 do papel de decalque: use- © para desenhar as garrafas, fazen: do uma de cada vez. ‘Coloque uma folha de papel-man- teiga sobre 0 esboco e copie metade de cada garrafa com um lapis 3B bem apantado, Dobre 0 papel de modo que as linhas cenirais do decalque coincidam com as do esboco original opie @ outra metade de cada gar- rafa, usando, desta vez, um lapis 3H bem apontado. ‘Quando tiver completado 0s con- tornos exatos, apague levemente 0 desenho todo com limpa-tipos, Dei- xe apenas uma ligeira indicagao das parrafas, para poder trabalhar. A partir dessa impressdo fraca vocé po- Gerd criar um desenho mais limpo ¢ realista Use um lapis HB bem apontado, para marcar as diversas areas tonais € delinear as formas e padres de to- dos os reflexos. Faga essas linhas bem leves, para que ndo se choquem com a dreas mais claras de tom que voce desenhard depois, MATERIAL EMPREGADO Uma folne de papel para desenho d= 15 x 23 om. Uma selegdo de lapis duros ¢ ‘macios, incluindo HB, 3B, 3H, 5H 6H Limpe-tipos. 3. Os tons mais escuros Passe um lapis SH bem apontado so- bre todo oconjunta, exceto nas dreas iluminadas. Esta primeira camada de grafite ndo deve ser mais escura que os tons mais claros das garratas: escureca-a apenas o suficiente para fazé-la contrastar com as partes ilu- minadas. Desta maneira, os pontos reluzentes ressaltardo. ¢ realmente “brilharao". Com 0 mesmo lapis SH, forme os tons mais eseuros. Com a segunda ca- mada de grafite, vocé pode fazer a garrafa da esquerda parecer mais tri dimensional, dando a impressao de profundidade ¢ transparéneia. Com- paradas a ela, as outras garrafas de- vero parecer planas. Mantenha todas as camadas 0 mais, uniforme possivel para transmitir a qualidade lisa do vidro Note que, nesta etapa, 08 reflexos comecam a aparecer com maior cla- reza sobre as tireas tonais ¢ que 0 r6- tulo da garrafa da esquerda ja assume um aspecto muito mais convincente, Para envelhecé-lo, acrescente alzu- mas manchas de tom mais escuro junto as bordas 4, Corrija os tons Para criar um efeito geral de crans- paréneia, continue mudando de lapis duros para macios (que vao de SH a 2B)e vice-versa. Trabalhe nas garra- fas tanto quanto achar necessério; em goral, € necessario uma boa dose de elaboragdo para chegar aos tons exatos. 5. Complete o desenho Continue a formar os tons mais e- curos, pois eles sto importantes pa- ra colocar as garrafas em foco. Use lapis HB ¢ 2B para obter um tom ri 0, quase preto, que voce ndlo conse- gue com lapis mais duros, Passe-os delicadamente em pequenos circulos para preencher as reentréncias da pa- pel e dar ao trabalho um acabamen. to liso ¢ uniforme. Passe um Lipis 6H sobre o desenho todo, Repita esse processo varias ve- Zes, pata misturar os tons mais escu: ros, eiando, assim, a aparéncia de vidro. A direita: Formagao transparente, de Robert Zappalorti, lépis sobre papel, 1S x 23 om, 49 50 Lapis de cor Lapis de cor no sao apenas para criangas. Nds 0s associamos a nossa Infancia na escola, mas isso n&o sig- nifiea que nao possam ser usados com grande efeito para desenhar na- turezas-mortas, paisagens, rtratos — em suma, qualquer tipo de motivo Material basico Lapis de cor so baratos ¢ féceis de usar, mas variam na consisténcia ¢ nos nomes das cores, Alguns so até sohiveis em agua, permitindo que se trabalhem com pincel mothado as uuarcas de lapis, para ubter efeito de aquarela. Verifique o que diz o rétu- lo, antes de compra:los. £ aconselhavel que voct experi- mente lépis de diversos tipos: alguns sto duros e secos; outros stio macios e moles quando aplicados sobre o pa- pel. Descubra quais os que mais Ihe convém, e enti selecione sua propria “paleta”” com os lapis de um s6 fa- bricante. Para comegar, o material necessério, além dos prOprios lépis de cor, é um lépis de grafite HB, um apontador, duas borrachas (natural de plistico), alguns potes vazios pa- +a colocar 05 lépis, papel de desenho, fixador, fita adesiva e uma prancha de desenho. lapis versatil Uma das caracteristicas dos lapis de cor & a grande variedade de formas de expressao artistca que eles possi- tam. Por exemplo, voce pode tra- gar linhas finas com & ponta, ou de- linear grandes areas de cor, como fa- ria com pastel ou carvao. Pode criar efeitos tanto de desenho como de pin- ura — ou entdo combinar ambos na mesma obra iiss 0 QUE COMPRAR Os lépis de boa qualidade tém: 1. Boa “aplicagao”, 0 que significa ‘que, quando vos aplice o lapis, ‘sobre © papel, o pigmanto adere Tapidamente a ole, de maneira uniforme e viva, sem atrito ou rangido. 2- Ponta macia e grossa, 3. Pigmentoo oom alta saturagso © Intensidade de cor. 4 Figmentos pormanentes — as especificacdes do fabricante devem dizer-ine 0 que esperar do produto. 5 - Construgao sdlida — 0s bastoes de madeira devem ser retos @ 2 mina deve estar Inserida firmemente 2 bem no centto Zinias, de Bet Borgeson, ldpis de cor sobre papel. Esta obra ‘mostra como dreas de cor e traco se unem no desenho 1 ldpis de cor. 81 SEIS TIPOS DE LINHA ‘Acima: A maioria das Iinhas usedas para descrever contornos, bordas € ‘esbogos em desenho linear deriva de quatro tipos basicos, Sao elas: (A) linha inteira; (B) inna de caligratia: {C) linha interrompida; (D) linha Tepetida. As linhas usades principalmente para expressar mudangas de tom sao: (E) linhas hachurades e de hachuras cruzadas — desenhadas livremente (esquerda) ‘ou com maior precisao (dirsita): (F) linhas pontithadas — marcas ou Pontos distribuidos densa ou espagadamente. Alguns dos efeitos que a ponta do iépis tem sobre @ linha S80 mostrados abaixo do hachurado e do pontitnado. Tipos de linha Nos desenhos lineares feitos com pis de cor — ou qualquer outro vei- culo para desenho — os tipos de li- rnhas que podem ser feitas 80 quase infinitos. Contudo, todos eles podem ser esquematicamente agrupados em seis categorias gerais, quatro das quais s80 em geral empregadas para representar esbocos ou contornos € duas para criar as mudangas de tom que dao a impressao de forma. Os quatro tipos de linha emprega- dos para representar formas ¢ contor- nos so os seguintes: A Linha inteira. Linha simples, de largura invaridvel, usada para dese- shar contornos fortes. ee AS PONTAS E SEUS TRAGOS ‘A ponta fina (alto) é indicada para trabalho linear e sombreamento delicado, e é a de uso mais amplo. {A ponia rombuda (centro) ¢ indicada para desenhar as linhas mals fortes pasacas, em trabalhos 52 acentuadamente lineares. A ponta fem cinzel para pontilhado (embaixo) aluda a eviter demasiada uniformidade no trabalho — voce pode variar a qualidade de cada linha, bastando para isso uma simples virada do lépis. B- Limba de caligrafia. Caracteriza- da pela variagdo na largura. Esta té- nica € usada para desenhar formas sobrepostas, peso, sombra ou quan- do se quer énfatizar um detalhe. C- Linha interrompida. Linha cur- ta, as vezes repetida. O efcito é mais refinado e sensivel do que o produ- ido por A ou B. D-- Linka repetida. Linhas paralelas soltas, usadas para formar contomnos e formas mais vagas, mais livres, Embora qualquer dessas_linhas possa também ser empregada para Gescrever mudancas de tom numa forma tridimensional, hd duas outras categorias que sdo geralmente aceitas como mais apropriadas para isso: E - Hachuras e hachuras cruzadas. Uma série de tracos paralelos ¢ cru- zados; podem ser regulares e cuida- dosamente espacados ou feitos com- pletamente a0 acaso, F - Pontithado. Massa de marcas ou ontos que podem ser usados como sombreado colorido para descrever formas. A linha colorida ‘Ao desenhar com lipis de cor tenha em mente uma norio fundamental: © que se faz é mais do que meramen- te avrescentar cor a um desenho. Cor ¢ trago ndo so duas funcdes separa- das em desenho com lapis de cor. Se voce emprege cor apenas para embe- lezar ¢ como fator decorativo é me- nos provavel que seu desenho produ- za bom efeito. Para fazer uso total da cor vocé deve preocupar-se com ela no exato momento em que come- ca a planejar a composicao (da mes- mma forma que na pintura), entao Jembrar-se de empregar as linhas co- ‘mo um veiculo para a cor. APERFEIGOAMENTO diversas combinagoes de cores. hachuras, passe para hachuras Use as formas e desenhos acima _—_—Experimente usar cores, cruzadas ¢ tinalmente para 0 para treinar a combinagao de cores complementares e endlogas, notando _pontihado. Enquanto assim procede, ‘com o8 sels tipas basions de trago. como as colocadas préximas umas voc sentira que est comegando @ Comece com as quatro linnas de as oulras parecem criar cores novas, pensar em termos de cor, antes: “esbogo", tentando aplicar Em seguica, tente fazer algumas de pensar em tracos. 53 A cor que cria formas Desenhar com cores € muito mais do que colorir um de- _-ftmreineernreneniamaceentnn senho, O desenho em cores no parte de um anterior, em preto ¢ branco, que sera depois preenchido com cor — 05 lapis de cor sao usados desde 0 comego para fazer to- do o trabalho. ~ aga a experiéncia ilustrada nos trés diagramas a di- reita. 1sso 0 ajudard a aprender como a cor pode ser usada para criar formas, quando vocé esta desenhando obje- 10s tridimensionais. Com um lapis 2B desene um retangulo. No centro, coloque um circulo e entdo divida ao meio o resto do es- \ aco, no sentido horizontal. O desenho parece muito pla- no e as tr85 partes ndo tém dimensGes aparentes. Ainda usando o lapis 28, voja com que simplicidade ‘08 tons pretos combinados ao branco transformam o de- senho. Fazendo tracos diagonais, sombreie a parte supe- rior do retdngulo em tom escuro. Na metade inferior trace linhas horizontals, espacando-as mais A medida que for teeramennmnetinainninndnenintnaanraenennnnnerelfe descendo, Agora sombreie o circulo com hachuras cru- zadas para criar luz ¢ sombra, de modo que parega com uma esfera Neste estagio, seria fécil colorir as formas — e entao voc@ teria um desenho colorido. Contudo, a terceira ilus- tragdo mostra como essas formas se tornam mais con- Vineentes se voc# usar lapis de cor desde 0 comeco. Neste ponto, procure lembrar que as cores quentes avancam e as ftias recuam, tal como, da mesma forma, 68 tons claros avancam ¢ os escuros recuam. Comece por deseniiar 0 contorno do retangulo em duas cores: azul-escuro para a metade superior ¢ vermelho para a inferior. Agora, desenhe 0 circulo levemente com azul- médio e a linha do “*horizonte” em vermelho-claro. ‘Sombreie a metade superior com linhas diagonais em azul-escuro. Desenhie duas ou trés linhas horizontais abai x0 do horizonte, em vermelho-claro. Mude para amare- Io edesenhe o resto das linhas ainda mais espagadas, co- mo no desenho com Lépis 2B. Gracas a frieza do azul, 0 fundo parece recuar, enquan- too primeiro plano ““avanca’* em sua direcdo, & medida que as cores vao ficando mais quentes, do vermelho pa- Fao amarelo. Essa impressio se intensifica porque o tom do fundo ¢ mais escuro do que o do primeiro plano. Agora, transforme 0 circulo em uma esfera. Como areas azuis muito iluminadas parecem esverdeadas ¢ ércas azuis na sombra parecem violeta, sombreie com verde- ‘meédio em toro da rea iluminada e com violeta onde a sombra for mais forte. Complete tracando 0 contorno superior do circulo em verde e o inferior em violeta. Note como o desenho — principalmente no que se re- fere & esfera — da uma sensagao de forma mais forte e mais completa do que 0 feito com o lépis 2B. Observe como @ metade inferior (“'vermelha””) avanga, manten- do o circulo em sua posigdo, enquanto a superior (“azul”) recua, tal € 0 poder da cor para sugerir tridimensio- nalidade © principio é o mesmo para qualquer desenho a lapis: as linhas podem mostrar onde ficam as coisas, e as ha- churas em preto e branco indicam o tom. Mas a cor pro- porciona dimensoes extras, que devem ser exploradas. : Exemplo: natureza-morta Agora, veja como algumas das idéias expostas na pagi- nna anterior podem ser aplicadas para o desenho de um modelo simples, com 0 uso da cor e do trago em condi- Ges de igualdade. As cores dos lapis de cor aqui citados rFeferem-se aos estojos existentes no mercado. Eles so apresentados em ate sessenta cores diferentes, t&m as co- res firmes em relagdo & luz (permanentes) e sd0 encon- trados nas boas lojas de material artistico, Valerd a pena gastar algum tempo comparando as diversas cores, o que © ajudard neste projeto, assim como em projetos futu- ros, Faca uma lista das cores equivalentes ¢ guarde-a, para Ries as ve A 1, Componha o desenho ‘Ao planejar um desenho em cores, & ‘bom comerar fazendo alguns esbocos com lipis HB no seu bloco de rascu- ‘ho, a fim de elaborar a composigao. Use linhas apenas nesta fase e ten- te fazer diversos arranjos, até encon- trar um que Ihe agrade mais. Ainda empregando o lépis HB, sombreie 0 esboco final nos tons em que voeé vé 0 modelo. Se ficar estra- ho, é provavel que sua composigao original ndo esteja correta. Nesse ca- 80, faga outros esbocos, até obter um resultado mais satisfatsrio. Depois de ter determinado a for- ma ¢ os tons do modelo, comece a pensar na cor. Pegue uma fotha de papel vegetal ¢ coloque-a sobre 0 es- ogo escolhido. Olhando atentamen- te para seu modelo, escolha alguns li- pis de cor que coincidam mais com as principais cores que voce vé, Com tragos soltos, vigorosos, e variando a pressdo e 0 espacamento, passe os lapis no papel vegetal para ver como ficam, Anote na lateral do papel os niimeros de todos os lépis que usar, para posterior consulta. Faca varios estudos até encontrar © esquema que mais se aproxime do modelo. No exemplo acima, o artis ta optou por um trio bem equilibra- do de amarelo-limao, vermelho- alaranjado azul-violeta; note como essas cores distribuem-se uniforme- mente no circulo cromatico, 0 que proporciona um contraste eficaz 2, Desenhe um esboco Assim que sua “‘paleta’” estiver defi- nida, trace um grande retangulo com lépis HB sobre uma fotha de papel, para “enquadrar”” sua composicao, Entio, esboce levemente as partes componentes. Use lépis HB para is- 50, uma vez que é facil de apagar (os lapis de cor nao so). O esboco aci- ma foi desenhado com mais forga do que 0 necessério apenas para ilustrar a técnica com clareza. Voce 6 apagard as marcas do li- pis mais tarde, no final da etapa 3, assim que tiver determinado as prin- cipais éreas de cor. Nesta etapa, pa- re um pouco e faca uma avaliagao de sua composicao, tentando visualizar como as cores ficarao no final. MATERIAL EMPREGADO Lapis HB; borrache: bloco de rascunho; papel vegetal; folha de papel tipa canson, de 25 x 20 om: prancha de desenho. Lapis de Cor: cromo-madio; cromo-laranja vvermelhdo; rosa; carmim; roxo, violeta-escuro, azutultramer, azul-da-prissla; verde-garrata; verde-grama; verde-claro; amarelo-cere queimado, cinze Papels Em sua meioria, os papéis para Gesenho podem ser usados para trabalhos com lapis de cor, mas as melhores superficies séo as que tem textura de média para aspera. Use sempre um papel do tipo pesado, pois 0 trabalho com ldpis de cor ode machucar a superficie 55

Você também pode gostar