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/ Dy coe ae 2) aed Mostramos-Ihe algumas das inovag6es e tendéncias que-mudaram (ou vao mudar) a historia da nossa espécie, desde 6 desenvolvimento da linguagem e a fundag3o das primeiras cidades até as viagens interestelares. ne interessante 49. Documento O que nos mudou O aparecimento da linguagem, melhor alimentacao, a possibilidade de viajar até mais longe, a felon eleto) dos astros, a matematica... Tudo isto rene ' 0 crescimento do cérebro e 0 angered Eorarl A Bsa 5 Cini er ue Norcia eel ue diferencas existem entre os seres humanos que comesarama tsar pedrase ramos para cia ins- ‘rumentos afiados € 0s que con- ceber Weuzlmente, a tecnologia que acpca conquistar 0 Sistema Solar? Escrever em tabuinhas de barro e ravegar pela internet Farecem éuas atvidades muito dferentes,mas ‘existe entre ambas uma constant dahisa humana: transformar, através das nosses invenges,omundo que nosrode'e. inven (Cocorrelato da curiosidade, sem a qual no 3 Giariam talsartefactos) €0 fio que une o essado 20 futuro da nossa espéce. Stanley Nubrik scube resumir essahistoria embreves segundos, no inicio d2 2007 Uma Odisseia no Espogo, quando um macaco antropoide atra lum 9330 que se transforma, em pleno vo0, nara rave espacial. No espaco de um suspiro, sitetiza dois mihéesde anos de progresso, Opassacio explca o presente, de modo que Epossivelreauar (porveres at tempos mito remotes) para compor uma cronologia de ctiagSes einovagSes quesetomaram perfuita ‘mente barais.Expomes, emseguida,dezideias {que contribuiram em especial para o desen: volvimento da mente humana e da cviizagSo. £m 2013 foi descoberio em Aberdeenshire (Escéci) equele que éconsderaco o calends rio mais antigo do mundo. Tratase de covas aiintadas, com dez mil anos de idade, que reconstituem 2s fases da La e permitem determinara passagem das estacéese 05 sols ticos. Oinstrumento teria audado 0s cagador res-recoletoes adeterminar as mudangas de estagiopara prevercom maior exatidéoa pas sagem ée animais ras suas migracbesperibc Cs, Stonehenge, océebre circu de peceae (Os ciadores do Stonchenge aintarern as peitas pars indicaro solic de werd. de 3100 aC. situado no sul de inglaterra & outro exempio da astronomia neolitica, A petra maisantige do conjuntossemaia oss tico de verso, Outras padras talvezajudassem 2 calealar os edlipsesselares. iMitomais recentessioas chamadas “odas medicinais" ou “de cura”, formadas por um circulo de pedras ehabituais no norte dos Estados Unidos. Tr&s Gos elementos daroda de BigHorn no yoming,constuldaporvota do ano 1206, ssialam aparecimento anval dastrés estrelas mas brlhantes das notes de verso: Aldebar, Rigel So. 0s primeiros instrumentos matemsticos ‘oramospaus taltados,utiizados paraestabe lecercuantidades. No csso de Lebombo (Sua- linda), com 4omil anos deantiguidade, ha 29 entalhes. Ode shango Repsibice Demo- «tia do Congo), com 20 mil anos, é for mado por tréscohnas detracos que cen mips Uma dascoluna relstanimeros pr mos. st tipo de feramerta: para contagens foi tizato até3 dade Mécia Na Mesopotimia, as tebuinhas de barro, ‘como a denominads Pimptan 322, que data ée 1800 aC, exibertiospitagérics. Por sua 2,0 papiroegipcio thing, de1700 .¢, éuma bra espantosa.Tratasedomesantigomanual de matemsticaconhecito,no quale expen connecimertos sobre numeros prmes, uma sbordagem a0 nimero pi emesmo processos pare resolver equacGes near. Arguimedes, Calfeu, Neweon, Darwin Einstein sso 05 pri. ipa protagonistas da bem-sucedida historia cacércia Segundo 0 bislogo evolutno ignacio Men dzabal, “todos osindicios assinalam quenSo somos. tnica espéci a dispor da inguager, Interessante 51 as quehowe outras, comoa linhagernnean Serta”. Oinvestigador, que etudana décadas seis de Atapuerca (Espanta), considera <“slinguagem apareceumuite edo desen veese em paralelo nas diferentes estirpes Pumenas,mes aorigem écomun emutoantza” seia essa conclusso numestudo inovador 5505 do cuvide: “Tretase de um éegio iza quase por completo que inter =m na comuricaco oral. A cepacicade de Eroduairsons muito subtis, depercebélose de 40s coevoluiu com 6 ouvido.” © nosso autitivo identifica sons de forma mais do que 0 des outros primates, devido antacdo 3 inguagem, Segindo os linguistas, boa parte dos idiomas fademos deriva d indceuropeu, uma lingua a sido falada no quarto milénlo antes 9-0 idioma teria tido diferentes vere #4811 milanos,havesia na Europa tres os de dieletos: umn na peninsula Ibérica, em itdla e outro nos Balcis. Segunde iestigadores, essa separaczo ters sido Gz pela ultima grande glaciacgo, que 1 on0ss0 continante de permafrost. As pepsiacdeshumanas abrigaramsenesses és mericionais efcaram isoladas, sndoo linguista norte-americano Meritt » semelnances fonsticas presentos em leososiciomassugerem quetocoseles (tarto AddeurODeuS como as que possuem outras ES como 0 chinés,o tbetano e c bantu) 52 suPER ‘iveram uma origem comum: a lingua falads elas comunidades humanas que sairam de Africa ha 50 mil anos. Adoencadancouo compasso da vidae esta Tespondews protegendo-se. Os seres vivos encontraram solu;Sespararesistiao ataquede outros organisms desde épocasritoremoias 3 evoluso, como demonstra o facto de a moses do frutae cs sereshurranos patiarem Fecetores de tipo toll, fundamentals pars 0 organisa recontiecer ese defender ca agres, 280de vrs, bactéis e outros micstios ‘Acompatséopode ter sido uma das primeras espostas encontradas pelos antigoshurmanos over umcongénesecomartrte umtumo, tm trauma ou umamalformacio, Um crénio com 177 milhGes de anos de antiguidade, encon trado em Dani (GeSrga}pertancente um indviduo da espéce Horo erectus, mostraque ele xiveu algum tempo sem dentes antes de ore, peo queteve forcosamente dareceber ajuda para se aimentar. Para os autores da escaberta, “os hominideosde maria poder ter oferecido uma assisténcia a individuos "muito para além do rive observado em pr. mates rSohhumanos”. Outro cidnio afetado por graves deforma $Bes,com ssomi anos deantguidadeeencon: ‘redo em Atepuerc, pertenceua uma merina Homo beldelbergensis. Viveu até aos de ras, especie aes anos algoque sé setiapossivelcom aajudades seus congéneres. Alem dos cuidados, poste ‘iormente,jino Neolic, foram também ors ticadas revanacbes de forma rabitual, Mutas vezes os féssaisindicam qu indvéos com os rans bratalmente perfurados conseguiam sobreviver durante varios anos Quando s homens comegaram a domostcar 3 comvivercomanimnis foram também con. tagiados peles suas doences (zoonoses). Az Pandemias tomaram-e frequentes e letas, diimando a populace humana, masa: gera Bes posteriores desenvolveram sistemas imunolgcos com capaciéade pore resist 208 novos agentes pstogénicos, No século Xa, surgi a medicina ch nesa ¢pouco depois, aayurvéccadaindiaea hipocraticogaiénicadosgregos sistemas que abordavama doenga tatando,sobretuo, 0 Context do paciente. a primeira cise que perguntavam a uma pessoa doente era onde viva eem que concicoes. &m contrapartia, a ‘medica ocdental cncentrouse dretamente tia doenca. Os principas fttos ca historia {2 nossa iéncia mécice foram os hospitas, 2 Pigiene, ainvencéo cas primeiras vacinat €@ warecmento cosanibisticos Una cidade é uma entidade complexa que ‘exige, por um lado, uma adminisracSo e, por Outro, arcuitetos que ssibam crar edifiios que curppram diferentes funcBes. Foino IV miério 2.C que surgiram, entre os rosTigre fuffates,as primerascidades, Amis antiga conhecida 6 Uru, um centro urbane situado junto de ro Eufrates cue chegoua ter 50 mil habitantes, por volta do en035002.C. Segundo 0 arquediogo JL. Montero, “a cidade no € uma evelucdo progressiva das aldetas, ta como se pensava traticonalmerte. Durante Neaitco, ohomemtcmnouse seden- ‘aro transformouse em agricultore ciador de gado, Ahumanicade do IV miléio aC tor- nara-se urra sociedade complexe que exigia ‘uma nova organizaco para poder progredir ‘noaspeto econémico, poltice esociocultural” Osavancosnossisternas de regado€0 comér Cio intemacional de longs distancia foram os fatores que contibuirem para oaparecimento decitades Nao surgiram, porémy,izoladas, pois faziam parte de um sistema complexo: “O primero Urbanismodosul da Mesopotimia no IN mié- rip aC. foi um fenbmeno global, que trans formoua modo de viea dos seus habtantes A partir desse nicleo de urbanizagéo nical, os rabitantes de Uruk encetaram um pro- esso de expansdo colonial pelos teritdrios dos atuats iro, Sra e Turqu,levando con- igo 0 modelo urbano”. Desde entao, a vida desenvelveu-se em cicades:Tebas,Eabi6nia, ‘Atenas, Jerusalém, Roma, Constantinopla, Tenochtitlan, Nolivro0 Nlacaco beso, o médica espanol JoséCampillo Alvarez, especalstzer nutrigso ’histéria da alimentarso, explica que “acon ‘ecimentoscrucaisnancsse evolucio, coma perda dos dentes eainos, apesturaeretae 0 desenvolvimento cerebral soconsequarcias das edaptagCesaos dferertes ambientesal- rmentares. Na sua opi, podemos Bvidira histori evolutiva hurnana em quatro etapas, emfunqiodoshabitosaimentares,queestaram sujettosao cma. a geologa. Caca adantacao ficou gravada no ADN e deixou uma marca indeléval na nossa identidade, Hé cercedeoitomilhoes de anos, osaustralo ptecoseramherbinoros vivian emflorestas, ‘num cima extraordinariamente benigno. A essa primera fase de abundnci, segue, ha cinco milhoes de anos, uma de escassez, rao pela qual alimentacio cou redusida rales e vegeta pouco nutrkivos. Segundo Campi, “somes, em certa medida, pimatas ue tveram de se adoptar a milhées de anos de fore”. Aresposte evolutva fi “a modify caso dh dentadree abipedestacso”. Ea este perfodo que pertence Lucy, océlebre exe lar de Austrlopithecs afarersis. a doismindes deanos, o cérebro cesceu 20s individuos tornaramse mais intlgentes, ras, para obier a energia que esse Orgao de maior dmensSo exig, acrescentaram a came 20 seuregime almentar. Essa primera espScie Seer crmnvora, com capacidade para car ferramen- ‘5, foio Homo habs Oprimatslogo bitnico Bichard Weangharsconsideraque estadivers- ficagSonoalimentagio sé fi possivlgragas.20 domino do fogo. ‘Aquaria fasejé comresponde plenamente 20 Homo sapiers, que comegou a cular cevada etrigo, nd dez milanos, no Médio Griente, €2 iar porcos e outros animals. Novosalimentos como 0 pi0,0 queijoe o vinho foram ntegra- osna diet, esurgiram 05 métodos de con- senacio. Por im, janonosso tempo,nomeadamente desde a segunda metade do século XX,a evo: leo nas técnicas de produc e dstibuiggo de alimentos evou'a que se passasse de sofrer de desnutrigioa comer em excesso, rimeito 1 Ocidente, dena no resto dormunco Orasto de 70 pogades com 35 milhdes de ‘20 de antiguidade, deixadas por australopi ‘tecos enquantocaminhovam sobreas cinzas de ‘uma explosdo wlcnicaem Lzetoi (Tanzénia), colaboracio do queatuaimente, ej exstem exempos disso Em2015, um estudo sobre o boss ce Higgs Dublicado na evista Physical Review Letters era assinado por mais da 5000 autores. Todavia 0 métode centifico no softers akeracBes. © a opiniso do fsico Jonge Wagensterg, 0 qual considera que este“ ¢ que permite distngue (0 que €ciénca daquilo que deixou de slo" “"O métado serd o mestto; a metodologie ‘que poderd vari", afrna oespeciaste. ‘Muitos ceistas © dvulgadores concordant com Wagensberg. Contudo, o antigo diet darevista Wired, Chris Anderson, averte que © volume de cados que se produzatualmente toma obscleto ométedo cientifico, pois ji & posse anaislos sem part da comparacso Ge hipéteses. Anderson resume deste modo 6 futuro que se evlinha:“Poderos introdu 2iros valores obtiGos em supercomputado- res e permitir que os algorizmos encontrem padroes que a cléncta convencional nao & capaz de descobir” Umexemplo anda ud ‘mentar dessaterdénca é o programa Eureqa, aque cetetalesecorrebagSesocultasnum con junto de dados. ‘Asautoridade: da Dinamarcze da Alemanha ‘estudam ha jéalgum tampoa possiblidade de ‘elminaro dineiroreal, ée modo que os page rmentoss6 possam ser fitos através de dispo- skivos eletrénicos. Eo que jé acontece com erties, telendveis e reldgios digitals. Sejz camo for, provavel que o método acabe por se impor. Nao €por 2caso que, Hoje, mals de 90 por cento dariqueza mundal nao passa de pura informacdo, armazenada em indmeros cervidores, Porém, uma coisa sé0 0s paga- rmentase as cabrangas pormelos Ggitas e ‘outra, muito dferente a utilizacso demoedas views, como Bitoir, ciado am2009, Uma moede virtual spresenta iceresantes vantagens.Por exemple, nfo precisamos de um banco para poder uséla, € nfo pode ser ccontiolada per qualquer estado. “Devolve © poder ea lberdade de escolha 8 sociedede ‘cil rum 2mbito essercia para.a cooperacio, 0 desenvolvimento eo bem-estar”, expice Miguel Vial. O especialstaassegura que @ moeda digital garante e prvacidade entre partiulares epermite ao utiizader nfoter de confiaras suas poupancas aterceros. Talvez estamoeda virtuaindo ‘iunfe, mas osperits concordam que atemnologia subia conte, darominads “cadeia de blocos”,2ca barépor se impr. Ifigue Vidal define-a deste modo: “€ a base de dados que todos os par tiipantes partiham que confere ao Eitcoin 3330s propriedades tincas través dla, as tranzaqées ficam registadas © s30 seguras, inveversiveise pibiicas, sem necessidade de confar na outre pessoa, num banco ou pum rnotario. € um novo paradigma que poder recoafiguartotalmerte aaivilade soda.” Noliro0 FuturodaNossaMente,ofsico tec- rico Michio Kaku, da Universidace ca Cidade deNova lorque,especulasobrea possilidade de utilizar a tecnologia para comunicarmos rmentalmente coms computadores, epoder ‘mos assim telefonar, pagar faturas, reservar tum hotel ou escrever ser mexer umimisculo. ‘Aideia & captara atividade cerebral para car um dicionsrio do pensamento, no qual se estabelece uma correlagio entre os dados ‘obtidos e que oindividuo pense e apreende. Asin, esse glossério seria utlizado para tre dock 8s iceias em insrugbes, as quasseriam entéo processadas por um computador. ‘Até agora, Jack Gallant, especialista em neurociéncia cognitva e computectonal da Universidade da Calfénia em Berkeley, [& demonstrou que é possivel reconstiturr 2 imagens queuma pessoa esta ver emtempo realatravés éa suaativdade mental rezistaca or uma ressondncia magnética funcional Noutras experiéncias desenvolvdas por dife rentes equipas deneurocientista, tevaplégt- ‘cos com microelétrodosimmplantados no cére bro conseguiram controlar bracosrobsticos ‘apenas comimpulsos nervosos. De facto, a Axéncia de InvestigacSo de Pro- jetos Avancades para a Defesa (DARPA), dos Estados Unidos, mostrou, em 2015, 3 forma coro uma mulherimabiizedapor umadoensa rreurodegenerativa, a quem fora implantada uma ligagdo neural, digla coma mente um simulator de um aca, Interessante 67

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