Você está na página 1de 2

CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE

Psicologia – 1º Período
Carolina Oliveira - 2020301125
Professora: Viviane
P1- Português Instrumental

"Mostre um povo como uma coisa, como somente uma coisa,


repetidamente, e será o que ele se tornará”. Nessa afirmação, as palavras da
escritora nigeriana Chimamanda Adichie chamam atenção para o poder das
histórias, e como criamos ideias falsas em nossa mente com base no que
consumimos.
Mas esses estereótipos não são criados do dia para a noite. A mídia
– seja através de quadrinhos, filmes ou livros – ajudou a criar,
gradativamente, esses imaginários coletivos a respeito de povos e
populações de países inteiros. No Brasil, podemos facilmente identificar os
problemas dessa representação.
Reconhecidos no exterior como palco do samba e carnaval, é difícil
fugir desse estereótipo ao sermos apresentados. As vibrações ricas em
calor humano são únicas e incontestáveis, mas a partir de qual visão
podemos generalizar um sujeito por sua cultura nacional? Pois no “país do
futebol”, no ponto de vista estrangeiro, é inimaginável que existam
brasileiros que não nasceram com a ginga do samba, ou que não se
agradem com uma bola no pé.
Como exemplo, temos o Zé Carioca. Criado por Walt Disney durante
uma viagem ao Brasil, numa tentativa de “homenagem”, o papagaio verde
de bico amarelo é retratado como malandro e preguiçoso, sempre
escapando de situações com o clássico “jeitinho” característico. Se em
algum momento houve uma boa intenção ao criar um personagem
brasileiro , isso se perdeu em algum lugar no processo criativo.
Insistir somente em certos pontos de uma sociedade é superficializar
a experiência e negligenciar as muitas outras histórias que formam o
sujeito. Portanto, é de suma importância que, além dos relatos que
conhecemos sobre a identidade de um povo, possa-se salientar também as
singularidades que compõem a identidade do indivíduo. Afinal, quando se
compreende que ali estão presentes múltiplos aspectos que vão além do que
possa ser apresentado por palavras, não há chance de cair em ideias pré-
concebidas.

Você também pode gostar