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146 (Deane Chane de Brine piblicos dotados de uma politica de desenvolvimento voltada para a ‘modemizagao econdimica, social e politica da Amrazinia. Aqui, no cntanta, & necessério destacar que os faces ocortidas Brasil, apés 1964, e que levaram 3 fsa conclusdo, nao levavar a restringir a ineficiéneia das organismos estatais a regio amasiniea. Tratar-se, na verdade, de um processo que permenva toda 2 onganizacio estatal do pats. Messe sentido, as formas do Estado promavidies no Smbito do regime sitar cbjetivavam, através da implantagio de noves Stgics do setar piblico, quebrar a poder dos oligargutat regionais!™ e submeter bu pracessa de medfemizacto a0 domfitio da tecnocracia. Desse modo wescad, centralizada © autoritirto, procurav refazer 0 peojeto se integragio nacional, buscando impor um titma mais acelerado & modernize fin econdimica da ‘Amaznia 5] para soars a ase dv creminann,csloenvszn ameaamingSa plein van puis npinds stan acarhace pede paseoal ds pes oti aucnsa wa rcionsh ured Ease poder pustoal devanagerrmmtzacoa0 mesmo fompo em Gue se fanaa sap pelt sams pric [Carre Asvods Mai, 19887) ‘A Malenenayio dc Supe: ud € Deine Amin 14? 4. O ESTADO PARCIALMENTE RACIONAL E A CRISE DO DESENVOLVIMENTO DA AMAZONIA *Milhs de pessoas tem sido witimadaspordewasereas politicar de desenualvimente, crmeehidas em ceamyiatssir rmegabrnaraco, execxtadas de manera primdria € fraenaloch qa ao fam deservlverara pone nis do gue a jortuna ¢ o pader dos seus mamdances Os paewd> Faustos de Tercera Miedo, em apenas nmr peeugda, 2 tomarram hibeis mantpdackres de smage ns sibs ct progresso, condudo se. mostressam rvorimnence incapazes de gv frogsess) rel fs compensar @ devasiagio # 4 miséria veais que trent’ (Beran, 1986: 76). A crise politica ¢ €condeniea dos anos 69, que culminow com a ocupagia do poder pelo estamento militar, marcou um redimensionamiento da estratégia de modernizagio ecandmica de pais, A ordem organizactonal, assogurada pot um longo processo histérico, que Iegau ar elites econdmicas e politteas o controle c 0 imo das mudangas sociais, ameacava romper-se. A chepada dos militares 90 poder renglutinow as forgas politicas que, em nome da ideologia do desenvolvimentisma, com sceleragSo do crescimenta, transformando tada a feigSo econdmica, sem os riscos de mudangas hho status quo, aecitaram a divisto do espago do poder ¢ entraram como coadjuvantes no quadro de uma nova alianga politics. A polartzacio ideclogica vivenciads nesse perloda, quando ficaram frente a frente 0s defensoresdo progress econdmico a qualquer custa © of que pretendiam a minimizagta da exclusio sacial, como um subproduta do longo processa de canstituigde # integragio da ia brasileira a0 peinetpio de mercado, resultou na implancag ia dle um egime ditatorial Superdimensionanda Poder Executiva, 9 governo, apaiade.no arguments da fargs (Moraes, 1987}, suprinniu os fStune politicos & em contrapsrtida, fortalece + centralizou a esteutura de poder apeiads na tecnoezacia estatsl, Esse regime foi definide como o-autorivério (O'Donnell, 1982; 1987; 1990). Com o Buroerée 148 ‘Bae house de Bri rectudescimento do autortarismo na sua forma mats contundente, fol em Pouce tempo nia foi mais possfvel manter de pé qualquer simulacro de democracia (Oliveira, 1996), 0 novo governo criou ¢ efetivau os inatrumentos nesessirios para impulsionar um projeto de desenvolvimento ¢ de modernizagio da economia. Para o conjunta das forcas politicas dominantes, a crise ecundmtca ¢ politica que sucedeu na pais na virada da década de 50 para 60, estava levando a uma abertura social, com a constituigda de uma sociedade civil politicamence participante, um paradozo resultante do solapso de populismo. As estruturas que asseguravam 0 controle social do pratesso de modernizagio desde 1930 estovam em via de quebrar-se: isso implicava renegociar, em varios niveis, reformas politicas, © novo regime interrompeu o curso desse mavimenta ¢0 autoritarismo-burncritico tomou n luger da polftica populista, na medida em que podia apresentar-se com pader de aumentar eficiéncia © acclerar pracestos econdmicos retardados devido 4s longas controvérstas palfticas CO nove regime, pautade por esse discurto, passou, entio, a ucillzar-se desea estrutura de poder pars dar inicio a uma nova fase na economia da pals. Setores ¢ frees econdmicas que tinham, até aquele momento, ficado-A margem do desenvelvimenco, assim como 0 6 mencionade desequillorio sScio-econdmice regional, passaram nner a cour de force da policica ccondmica dos sucessivos governos pos-1964, assumindo ¢ compromise de transfarmar o pais numa “poténeia econbmica”. Na buscu da realizagto desse projeto, inscrumentos juridicos ¢ politico-institusionals, que permitiam temagio de qualquer obscdculo (pontos de estrangulamento), foram erlados ¢ linpastos & sociedade, Nu caso da politica de integragio Hegianal, au abertura de espagos econémicas, em regtdes onde acumulagdo ainda estava subordinada ao capital mercantal apoiado em formas de produgio pré ou nan-capitaliseas — como especialmente, na Amaz6nia ~, os inscrumentos & disposigho do govern foram largamente utilizadas como meias de intervengio, part impor uma nova politica de desenvolvimento. ‘Osdesdobramentos dessa politica an longo das décailas de 70 ¢ £0 mostram um acelerada processa de crescimento econdmico, na base da Incosporagde de wm nove padrio tecnoldgico-e de formas organizacionais de produgdo. Nese sentido, observacse claramente um movimento em diregdo ao estabelecimento de uma estrutura que servia de suporte a 49 ‘A Meera da Swrbte: Enae« Deemobaren modernizagin técnica, por um lado, ¢, pot outro, a subordinagao das orden social ao princfpio da insticucionalizaso forgada da modermidade. A ‘Amazing, em um perfodo de sproximadamente 25 anos de intervengao do Estadonacianal, manifestou um vigoroso crescimenta da economia, mais também assistiu a devastadoras consequencias socials ¢ ambientais. Desse modo, a analise que aqui seré empreendids, visa demacstrar, num primero momento, o canjunto das pelltteas desenvolvimencistase sous instrumenos ¢, posteriommente, a crise do modelo e a face resultante dessa singular ‘experiéncia de desenvolvimenco regional 4.1 A estrutura institucional ¢ a politica de desenvolvimento pds-1964 ‘© modelo de desenvolvimento da Amazdnia, concebido depots Segunda Guerra Mundial, conforme jé demonstrames no capftulo ancer encontrava-se numa profund crise quando fot inscalalo 0 cegime ps1 964 AA iia de transformar 0 pafs numa “poténeia econémica", concebida como ebxo difusor da ideologia do nove: regime incluta a necessidace de ampliar as frontetras do meteado nacional, Nesse sentide, 2 Amaa6nia, pelas suas jr decantadis fontes de recursos naturais, incorporar-se-in aa restante da economia brnsileirs nto apenss como farnecedora de matérias-peimas estratégicas para © crescimenta industrial, mas também como mercado consumidor. No entanto, para dar sequéncin a esse projeto. seria recess ‘oncar com urea forte eatrutura institucional de planejamento, coordenagtin © financiamenco, Assi, © passe inical, apds a irstalagio do primeico governo miltas, foi dado na diresio de werficar as condigies de funcionalidade co SPVEA © do Banco de Crédito da Amazbnia (BCA S/A). Os resultados ds avalisgéo do conjunto das insticuigaes em questo aparcceram em arm exterso sdocumenco, inctulide “Da SPVEA 4 SUDAM', elaborado entre as arias de 1964 ¢ £966. Nele conclut-re que nao havia mats sentido reformar a SPVEA, Segundo aopiniiodasdingentes!”, ese érge transfarmara-se en "uma grande agéncia pagadora, com seus recursos manipulados ao sabor de lamentivel politica regionalista de grupos, cada qual interessado em faa8-la instrumenta [Lago em seu 8 poset ce prvats gevamo mills, stad 8 SPVEA ua interveion, tendo rata © General Emmaus Bandera Con, gun accu Ga 7 Oo abd Go ISA. Bo ospencdvct por um ingutrs Pl! ke (IPM) perraraeus ra pont at nna he meas Gr. Em sequin fA'de nba, birerneadopam supertnnderiso Ger! Vio Barros Cavakart 9 ‘qual cou exponedve! pe exo Oa SPVEA e eaispae da SUDA, 150 ‘Bare Chaves de Bias de-prestigio local, dividindo o Funuiade Vslorizagio da AmasOnia t8o-omente em razso de interesses pause adequados ans superiages fins da institulgio. Essa ‘ facio pela qual nfirmamos que, nia obstante mait de dez anos de aruagao na Amazonia, pouco se vi de conereto em termos de presenyga da SPVEA nos diversos pontos da vida regional, fata que gerou a triste conseqdiéncia do sdescrédico deste organismo perante a opinio pablica da rea, e, por que nia ‘afirmar também, do prépri pats” (Cavalcanti, 1967: 21) Diante dessa situagio, podemos dizer que, para os representantes do governo, essas instituisties, bes corto os instrumentos coneebidos para iespubjonata intredusira ordem-moderna nz regio, havkam perdido a“mistica” ‘construida ao seu redox, come: Srgios capazes de: coordenar a transformagiio econdmica da Amaztnia. Defatc, haviarn fracassadono seu objetivo primerdial deconduir s politica de desenvolvimentoe implantar um ordensrsedta soclal de face moderna. Desse modo, para a tecnoeracia extatal, porta-voz, a partis de entio, de uma nova racionalidade enganicional, apoiada no ducureo da eficiéncia, nfo haveria espago para reformas. Po esse motivo seria nocessflo erguer um novosistema institucional, cxpaz de centralizar as agées do gewerrvo ‘na regio e, a0 mesmo tempo, levantar barreims que inpedissem 0 retorno. pritica que jé havia sido classificada como. “lamentéivel politica regionalista' (Os mecanismos politicos deveriam impedir a0 méximo maiores influtncias da clite-local, pats acreditava-se que, entre os fatores impeditivos da desenvolvitnento, os mais importantes eram justamente 3 “insuficiéncia de ‘pirito ermpresarial na drea privada” e “a falta de coordenagéo na atuagio dos “Grefos priblicos locate” (Andrade, 1967: 02). Por outre lado, dever-se iam incentivar e crtar condigses para atrair empreendimentos que fossem, disseminsdores de uma nova coniciéncia econdimica ¢ empresarial, Somente isto, de acordo com os representantes do regime, poderia transformar a face sécio-econdmica regional, ‘Apis um perfodo de aproximadamente dois anos, durante @ qual 6 fovemo revia o detempena dot Sreéos piblices eo papel dos instruments urlizdos como mins para incentivar © desenvolvimento, foi anunciads a “Operagio Amninia” pelo entio Presidente da Repablica Humberto Castelo Branco, em setemibro de 1966, através do chamada "Discurso do Amaps™. *Operagio AmuniniaY era o ancncio de uma série de medidas que daria wma outeaditegao Aspoliicas de desenvolvimento para a epita Como justificaciva pata extinguir a SPVEA ¢ criar a SUDAM, Castelo Branco afirmava: “circunscincia que, comada aos méluiplos fatores negativos que cattoem moral ve materialments a SPVEA, redundou nadesmocalizag:io do importante Gro, ‘gor saneado © em condiées de oferecer a8 bases para a nova auarquta cue A Maem da Super Eads + Deewana nt marine Ist © governo cogita insealar em breve, © que aeredito com a eapacidade para fomentar a bea aplicagio de recursos intemos e externes em favor di desenvolrimenta da imensa tegiio!"™. A efetivagSo dessa politica veio-cem a criagio do Banco di Anasiiaia (BASA) (Lei 5.122 de setembso de 1956) substicuindo © BCA S/A) da Superincendéncis da Desenvolvimento da Araginia (Lei 3.173 de outubro de 1966) em lugar da SPVEA, Além diso, ravés da Lei 5.174166, os incentivos fiseals para o setor peivades passaram: ‘er uma nova normatizagic, sendo extinto o Fundo de ValorizagSo Eeordemica ds Amaséia (FVEA), sirgindo om seu lugar Fundo de lnvestimento Prva do Deservelvimento da. Amaséinéa (FIDAM)™. Quango & fren de aniagio sdestes Srghce 4 ei 5.173, artigo 2%, mantove as mesmas dienes texritoriis 18 dispostas na Lei 1.806/53, que definiu o-conceito de Amaxdnia Legul (MECOR, sd), ‘ASUDAM, lago 00 er rads ft irmegrada & estrunurs do Ministerio Exaraordinarto para 3 Coordenagia dos Orgas Regionais (MECOR} e 0 seu funcionamento foi rezulamentado pelo Decreto n* 60,079/67, que seguinc a Lei 5.173/66, determinou a existtncia deduas instGncias colegindas: 0 Conselbw de Desenvolvimento da Amazénia (CODAM) € 0 Conselho Técnico (CONTEC). O BASA.nesse novo sister, estariadicetamente ligado asagies governamentais como agente financeiro, administrando os recursas ortundos tants de repasses do Orgamento Geral da Uniso para Amasinia como dos fandos de investimentas privados (FIDAM), Paraisio, foram crtadat: a Carteira e Créditn Rural, responsével pelo fomento no setor primério, a Carceira de Crédito Infra-Estrotural, que se ineumbi dos serages da indisena ede services bisieos; a Carteira de Créditc Geral e Cimbie, destinadla a tratar dos assurvns ‘operacionais do Baneo que nfo eram atendidos pelas demais catteieas ‘especializadr; a Carreira ds Borracho, reaponsivel pelos ateuntos relaciorades ‘com a Politica Econdmica da Berracha;e, finalmente, a Superintendéncia cle Servigos, responsivel especificaments pelae éreas administrative, parrinionial ffinanceita do Baneo (MINTER. 1968 32). ‘Eases o ioe oios prurcimarios dos prlciisrgressatmes co gave respite es fa manna aes pac cra carta SUGAM 8 persue los "Emon ora sc eta atatomons Ln 28/7), Supertaster Foca dtr ‘csetegrade no canpra pura cas non ses vaca wesponstves pela plc dedosaeaer os, 152 Dae Chae de Bris No que tanige & SUDAM, 2 concepgio de autarquia davathe uma substanciallibesdade para etalnca geri os plana de desenvolvimento Atravée dela o govern federal concentraria todas a suas agdet na repido, "Por determinagio lal, os érgios de Administrsgo Federal, na rea, todcs eles, deverio cbrigatoriamente cbedecer is dietrizes gersisdo Plano (Plano Disetot} horientagla serorial da SUDAM, na claborago de seis programas ¢ deverso anualimente, nos frazos e formas que Ihes forem decerminados, enesminhar a esta superintendéncia, seus orgomentns-peogramtas, para a emisda de pareces, ‘que acompanharé a proposta orcarentétia em seu respective Ministéria, @ sual deverd ouvir a nucargui através do Mintsterio da Interior na caso da necessidade de aleerar, em taxio.t em parte, oorgamento-sobre o qual ji tenha sido cmitido tal parecer. Deno da mesma linha de lideranga © cpordena ier da apo federal na drea, deverd a SUDAM cadlasteateasalisarsisternaticamente, sugetindo, s¢ for 6 caso, ax providéneias necessietas para a adaptagin, ‘wansformago ov extingso dos depos ou Entilades Federais atuantes na area, tendo em vite sua capacidade ou eficiéncia, ¢ sia adequagio be respectivas finalidades" (Andrade, 1967: 03) Esse documenta, ezcrita em inaio de 1967, mostra que a pretrogativas Insteucionais de SUDAM chamavam pare sua area de indluéricia organisimos governamentais na regio no subordinades & estrutura & qual ela pertencia, Essasituagio, dentio da égica do governo, criava, de wm lado, uma supesposighc sd atuagio «, de outro, abria de antemde un precedente para 0 controle ‘contralieado, exercido pela techocracia estatal. Para limitar essa autonamia, & Lei 5.173/66 recebew uma nova redagto através da Let 5.324, promulgaca em dezembro de 1967, xSUDAM foiretirada da estruturado MECOR, passandes ser vineulada 20 Ministéio do Inceriot. Analsanda esta questio do porto de vista de onganizagio ¢ das ligngées da burocracka ds SUDAM cam outras inseneias da ackninistragho, Pereira assinala: “Dadae as eércunstfcias dec MECOR ser um Ministério Extraondinério, exercendo muita mais a coordenagio dos Sagios regionals © nfio o comand sobre eles, a SUDAM, apesur de tex por esta vinculagao um certo cerceamento de sua capncidade de atuagfo por depender de inscincia superior, gsava de uma relativa hberdade de aga, podendo realizar diretamence concaror com as demas minitérios Encretante, a0 vinevlat-teac MINTER, Ministérto docadorde um maior poder de comando, « SUDAM perdu, praticamenss, a fungio de decir sobse ov planos © as estratigiar de ago que, como autarquia, Ihe comperitia exercer. Em deccertncia desea vinculago, a Superintendéncia passou s ligar-se com os tdemais miniseérios de forma inditesa, ni the cabendo mais efetuar o repasse dle rocuisas & outros Grgfoa ministeriis encaricgadcs de executar torefas na A Mademizerto de Spec: Fado ¢ Detect Aci 15s ‘tea, que seu papel de ergo coordenador Ihe autorizava, ¢ 0 que Ihe dava certa capacidade de controle e auroridade sobre eles. © MINTER, passou a ditar as normas pata a elabaracéa do planejamento regional, # controlar as resultados das opetagées técnicas empreendidas, a aprovar, em primeir instincia, os plans efetwados ¢ a rinimizay, por esses podeies, & autonome que for eriginalmente confecda a SUDAM, no imbito regional. Aqui (6 comegamos 2 perceber uma defisagem entre at determinagées legais e os procedimentes praticos" (Pereira, 1976: 132) ‘A reforma introduzida pela let 5.374/67 mudlow também a estrututn fntemade funcionamente da SUDAN, eliminando a CODAM e 9 CONTEC .¢ crianda, em substituicao, o Consetho Deliberstiva (CONDEL), Esse niswo colegiado nada mais ers do que a uniéo dos dois conselhos existentes aanterionmente, Pasticipavam dale 19 mombos, entre ox quaiso# governadarss las unidades fderadas da Amstin\a Legal, xepresentaniesda SUDAM, BASA ESUFRAMA, BNDE E CNPq. de todosas Ministériose do Estado Matar dis Forgas Armadas. Essa situsgio, em decorrEncia dos interesces em qucativ, contribuiu de forma deciseva para limiens, ocardter técnico das estratégias de desenvolvimento. Essa reforma foi jvstamente resultante da falta de ur corp denies qualificada incorporado & insticuigho (Pereira, 1976: 235), o que implicava cm prejufeoo paca o seu desermpenho. Esse quada organizactan, ptimeiea vista, parece pamdaxil, pois, sendo este um governo que primava pelo fortalecimento da tecnocracia, por que acribuir amplos poderes de decishi 1 um colegiado com expressiva maton veltada para intereses politicos? Na verdade, 0 govern estava certo de que os mecanismos juridicos j4 ern vigor assegurariam sufcientemente, sem signiicorivas resssténcias repionalistii, 3 implantagio do modelo de desenvolvimento, isco &, 2 implantagio de nave ‘ordenamenco sicio-ccondmico, Ciconselho, dencro daguele regime de govern, embora pudesse manifestar-se quanto ao Plana de Valorisagéo, tinks poucas Brecrogativas para mudi-lo A sua exiséncin x fosiasenrido nesse sister 1a ‘medida que ele era caparde dar uma capa de legitimidade &s politica: dagave:no « fazer com que nen huma interferéncia externa modificasse as paliticastraradas. Os sjustes iniciais no sistema, como se pdde peteeber posteriormente. Permitizam ap govemo centralizar urea politica ampla de plancjamenco slo desenvolvimento conhecida como os Plans Nactonas de Desenvolvimento (PNDs), Mas a fase das poltticas repionais de desenvolvimento para'a Armaan que se inicia tendo & frenée a SUDAM, comega pola elaboragée de um Plane Dinetoe. Esse plano apresenta um conjunto de idéias que itiam servir de wuporte aos planos que promovertam, por um periodo determinado, at ages dos sgovernosem diversossecores dla ceanomia regional. Bascadlonesse pressupeato, 134 ‘Dani Chae de Bie fo elaborado 0 Primeita Plano Qtingtienal, com vigtaei a para es anos de 1967 a 197. A concepsto dene plane nt eorkagal ea Ge ‘menos parecid @ des antiges Planos QtiinqUenais da SPVEA: estabelecia urna série de convénios para investimenta no setor pablica e calocava financtamentcs privileiados h disposicio do setoe privado, através do FIDAM (Let 5.174/66). Emm seguida, « SUDAM deinou de assumir de forma tsalada 0 planejamento da polftiea de deserwvolvimento regionsl e incosporaya-se 4 estrarégia ulobal da planejamento do desenvelviments nacional. Assim, 0 Pineiro Plano de Desenvolvimento da Amaztnia (I PDA), que vigoraria entre 1972 e 1974, constituia parce do Primeciro Plano Nacional de Desenvolvimento {LPN} Ne sesjincin, de gv! manera, fo datoradoo Seguro Plano de mnvalvimenco da Amasinia (II PDIA), como parte integrante do Sepundo Plann Nacional de Desenvotomeno dl END), previ pee ianeahoe do govemna 1975 « 1979, ‘Todas cosas eatracégias deram contorno a um nove estilo de deserolyimento regional que perdiuraria por apeoximadamente duos déadas, compreendende os anes de 1966 2 1985, quando algumas mudangas so introduridas,ccnforme itemos trata wads. a frente, Esa fase, que comesa corn Plano Qaingienal, jt eité assentada sobre alguns pressupestos tedticas que fandasnentaam a concepsto dos plancs ¢ das estratéylas de aga. No ample ‘especie da teosa da medemnizacéo, padenios idencficar, entre outras, a tecria Alor plod de crescimenco concehict por Frangols Perrou (1977)*®, voltada para {eaatéra de implancagao de am. india mona” ue seis eapar de inpulsionar a erescimenta, a tecria de Gunnar Myrdal (1972), haseada no “"Principto da Ceusag$o Circular Camulaciva”,e a sien Heshenrn age 1985) que, parundo de um balango de diversas idéia, sobretude no que diz {espeito a0 crescimento econémico, oferece uma teotia do “desenvolvimento Por cfexo em cadeia" (trickling-dawn effect, suscentada pela idsia de ligseces sconomicas (economies likape). Hieschinan seredita que sans idéias romperam ‘Sica cepa sncesararG etgemacdvirss insite drs, ala a nan vas sees ob ota pr ween ttanane)t-sagomas de rset de "poetic low nr reson os Jan iiss USSF (Barbosa, 1877; 130}, oe A Modern de Superiie: Estas e Deweniohivcne nt Anni 155 ‘com omedel que determinavasera renda omoceu impebionadordo crescimenta economico, apresencando em substituigo uma rela msvmo-produte, "Ateumenteique a tornada de decisSesempresaiais, tanto no setor pico quan no privado, rio € unicamente devermainads pela atrago dos rerklimencos © da ‘demanda, porém responile.aespeciais fatores de presso, tals como os efeitos em. ‘eadeia orginados do Iada do peedusc” (Hirschman, 1985: 36)!" No ambito do planejamento da desenvolvimento da Amazonia, a primeira manifestarko dessa iéias aparece por ocasio da expassgfodo | Plano Qhingtienal comissia de ValoriaagSo ds Cimara dos Depurados, em maio de 1967. Nea estd explicita que os setoresecondesices, bet coimo as sub-reeiCes {que softeriam a agéo de politica de desenvolvimento haviam sido escelhides considerenda s existéncia de “alea concenteacto de fatores favorivels. a0 desenvolvimento econtimico, ¢ que se mostram capazes de strair recursos humanos ¢ capitais" (Andride, 1967: 12). A estratégss seria a scguinte: “Ao longo das vias de cormuniciagio entre dots pals ~ aw através de umn cordio de palos intermecdtiries, estender-se as faixas de desenvolvimento, que tenderio ‘constituir uma rede de péios¢ faixas, que iro ocupande a0 poucos ox wrx demogrificos, cristalizorda ce ne pélos em centros urbanos-e as frixes em sores rurais" (Andrade, 1987: 12) (gifas nosios D.C-B.). Como podemes percebet, ves plano ¢ notadamenve os demnis partem da suposigho de que aregiso teen ‘de caréeciae Bésicas: capital, tecnologia © comiingente demosrifica. Desse modo, como {6 vias no eapfculo anterior, at paliticas de desenvolvimento fncorparam como justficativas a velhs ids da"seguronga nacional eda cobiga sstzanpsim, como alicerce de uaa ideolagia que leva Anecessidade de acclerar @ crescimento econémica © populacional com o objerive de assesurar a integridade tcrcitosial da Amaatnia. No inicio da décata de 70, entraram em vigor os Planos Nacionsis de Desenvalvimenia (PDs) ¢,a partir de-entio,o planejémento regional passow 2 fazer parce integrance da cstratégia nacional de desenvolvimento. Essa centratzagie, que 36 vinha sendo encarninhada com # adequagao dos Organs de planejemento, verficado, principalmente, com as zeformas institucionais introdusidas pela Let 5374/67, que mudau substancialmente a estrutura ‘oigitisaciogal da SUDAM, deu ao governo: central maior controle sobre 0 rocesso de mnadernizagio, Desse modo, os Planos de Desenvalvimento da SE irporanie poster quo, aaa oeens syle, dmsarridnorio get iran gay & ‘aetna, eniaaria nosso chetvo acu, res capo, & mosis que estas ils fcemert Iniuoncivaso paanajumerts goesaraeadrano ao Brad das pecadar a7 quests, Gusta & nottacsfes 4 diacoaelo ete Yona para prinma-apMla 156 ‘Donel Chas de Boy ‘Amaainia constieuiram deralhamentas do que j4 havia sido fixade em linhas aterais nes PDs. No nivel da concepgin do desenvolvimento, fortalecew-se ssinda inais.aidéia j6 consagrada de criar péles de desenvolvimento e, no I PDA, € instituido formalmente o programa POLAMAZONIA, Essa era uma sstratégia seletiva que visava a implantachode 15 "pélos de desenvolvimento” ses deveriam se especializamse em determinadas atividades de predugéo © seriam. a ponte pata onde direcionariam oa investimentos do gowerno, A. intengio em estimular a expanso das empresas agropecuitias # maine siheindo espago para migrantes com maior poder aquisitiva (Beckes, 1990. 18, © Mahaw 1978: 44), Embalado pels euforia do “milugre econémica brasileiro", o 11 PND Fepreseniou para o governo ailitar © parso definitive na diresao do Brasil “Grande Poténcia". Nele entava estabelecide um programa em que 08 lnvestiqentor deveriam canalisat-se para Grandes Projetoe na inelistria do ago € na ievdiscria quimica, projetos de extragio de matérias-primas, de producao de enetala para a substiruicin 60 petr6leo c de infra-estrutura dle transporte (coestrugio de ferrovias, ertradas, metrds no Ria de Jrseiro e erm Ss Phule), No caw da desenval imento revional, o Il PND define os Grandes Projetos-na Amaziinix oriental, voleados sobrecudo para a extracio mineral, reunidos no Programa Grande Carajés. Analisando conteto de toda essa politica, Elmar Alrvater chega i concluio de-que o objetivo mais imporrante para o governo, com ot grandes projetos na Amazonia, nio €odesenvolvitmento regional, mas a captagio de recursos. "O governo persegue com a grandes projets 'megalomanisccs, arabnicos’, urna dupla estmcégea: substiruigs de mportagées par ecanorntzar divisas ¢ estratégia de elevacio das expottagbes. Nos grandes projetes amiainicos esti expheitads a sus feng peimotdial de copradores de divisas' (Altvater, £989: 100). Q governo plancjava, através dos projetos minetais ¢ metalrgices que seetam implantados no Programm Grande Carajés, chegar ao anio 2000 reuullvendo divisas no valor de US$ 8.108,1 milhse: eam o projeto fereo da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD); US$ 968 milhdesda fabricadaluminso Alunocte, de Barcarens; USS 6,265 mle a Fabrica de aluminuo Albrds de Barearena: US$ 168.5 milhces ca Alumat, de Sio Lulz. No total, aftrma Alcvater, eram “quase US§ 15 bithes de dlares” (Alevater, 1989: 101)", A Madama ds Spee: Ens Deena a Amari Is? As polticas de desenvolvimento para 8 Amaonda, sobrerudo = partir do II PND, que definis 2s lnbas bdsicas do I PDA, marca definitivarnente um nove madeloce inmegragio econdmica da regio. Os grandes projetas, nto sotmente no setor minerale metalirgico, masagroindustriale peeuénio, também ‘mostram omamentareais intenso eo poder de intervercha do goverao. partit de instewmentos estatais. A tradicional terwiéncta de ocupacSe da regio, que desde os tempos coloniais ocarria seguinde o leita do Rin Amazonas, fo deslocada para a “frontelra” de onde se expandia 9 avango da ocupagio em diregSoa regio Nore!” favorecida, principalmente, pela abercura de estradas centre elas, mals importante seria a Belém-Braslia (Hiébette © Marin, 1979) Ness fuse, criacSode esgagos econfimiece waltaese para a fuasul do teria, da Amasinia Legal. Cr ercados mats importantes sobre-esse tema abordam ‘expansiods "foateira agrcola"™ como sendo umelerncata-chave da anslise dda ocupagio recente da Amazinis, A oeupagio do oeste, ou do interior do ‘erttérin brasileiro, conforme defendem Kateman (1977) ¢ Goeinan (1981), foi realzoda através de win continua avango de estruturas camponesas sobre ‘teas no desbravadas para a agrcullura. Nese processo, ela se consagiou como “componente da desenvolvimenta agririo brasileira a grantr, pela ampliagga da chamada margem extensive desse desenvolvimente, 0 atendimento dos mercadas urbanos em expansto” (Costa, 1991: 330) ‘Sitetieando asicias de Martine (1971) e Fomeraker (1981) sobre esseprocesso, FA, Costa (1991) descreve 0 caso clissico do movimente da "front agricola", cbservado em curmas partes da Brasil, como em Sto Paulo, Minas Gerais, Parané ¢ até nas dreas de Mato Grosso ¢ Golds, situadas fara da ‘Amiabania. A ocupagio dessas dress de “fronteira" deserwoivis-se do seguince mancira; “a pequena producie familiar seguira-se, em alguns casos apts décadas, 0 fazendeiro (no geral pequenes ¢ rhédios proprietirios em outras fineas que, vendendo suas terras nes locals de enigem, bascaram a fortuna na fronteira) apropriando-se da terra “amansada" pelo trabalho camponts, implarwando pasto, fzenclas « plantagiin® (Costa, 1991: 330), No cas da Amasénia, prosaia exervida pelo Estada, ao implementa tum conjunco de medifas apoisdas ssbrotusdo nos incentives flseals — ean isengies ededusées tibuthrias— favorscew un procesto que, sagundsassinala rareon (107) srlisnate ass questo, segue cs momar de NDSERO ‘ede "Araztaa Tratonal 9 da*Arnactina os Feet” ‘rm cincusndo wate oe8a oso 900 sr qrontas 9m Vel SFO # NE) Moy (YGFHD Geet FINA, 158 Dil Chaser Bro EA, Coma (1991), negouo pidrio de ocupagio da “Frontera agricola", com ‘excegio do que fora observada em Ronddnia!™, Assinala esse autor: “aqui se tem a partir dos anos 60, o¥ fazercfelros chegando an mesmo tempo ot: memo ‘ances dos campaneses. E mats: estes fazendeitos deixam de ser agentes isolados, inwividuais da vociedade envelvence, passunda, no significative, ase eonstituit de empresas industrins, banefiat ¢ comercins, em rmuitos casos de setores de ponta do desenvelvimento ~ na ‘melhor das hipdteses, so grup familiares. Inciundisrins poderosos mas dteas antigas do pats" (Casta, 1991: 33t). Encre as principals empresas estio: 0 Banco Brasileira de Deseonto S/A (BRADESCO), a Volkswagen do Brasil S/A.e4 Construtora Mendes Je. Algums Projetes agropecidrins destacam-se pela extensio de terra que ocupar, quase sempre superior a 300.000 hectores, Entre se matares podeimos citar come exempla: 0 Projeta Jari SYA, com 1.632.121 hectares; a Farenda Suis Miss, com 678,000 hectares; Codeara, com €00.000 hectares; Georgia Pacific, 500.000 hectares; Toyomenka (300.000) (Becker, 1990: 26). Por tris da politica dos grandes projetos, embora exista 0 discurse da joeegrago econdmica, segunda 0 qual as grandes empresas seriam 0 veculo tdeimplantasio de um nero principio organizacional cintroducoras das avarigos tecnoligicos, © que levania necessariamente & roodernizagao da regite, esto delineados outros interesses do governa. Como o jé apontade por Alevazer (2989), quedefende a tese de que a verdadetra motivaccio da esttatéia montada no IT PND ¢, consegiientemente, no II PDA & a captasSo de divisas, o desenvolvimento algo apenas secundério, Desve moda, seguitido a hipstese defendisa neste trabalho, o processo de modemizagio no vieava uma ampla © Ptofunda modemizasio. A exfera econdiniea,restrits u alguns setores, sfreria luma reestrucuragao, pare se adequar ao parimetto do desenvolvimento da -capitalisna no Brasil. Com isto, na Amazdnia, a implantagsa forgada de ‘ordenamento social moderne provecars umamnplo proeesiode desescruturayo ‘social ¢ card espagos isolados racionalmente orgarizados, Isto est presente: nna medida em que'o projeto governamental visa tho-somente incentivar a ‘mtrodugio de forgas pracutivas tecnologicamente desenwolvidss, forgando a eestruturagtio de setores econbmaicos dentro de uma estrutuea| gue fempe apenas pareiakmente com orgentzagéa social ndo-modemna, "Sh coga ace wie np eee Euoe Oran Yeu pla wads pa st pronouns irraninraion Gsewetoposente see ‘orm Mahar (80) ¢ hdartina (18909, = A. Maderige da Superb: Exe Decrement nat Amari 159 -O resuleado dotsa incervengio, 20 fim do periade de: vigEnct overnos militares, movtra claramente mudangas excremas na ordem s6cko- econéenien regional. De um lad, pode-se recoreer nos dads econfimies mostrar que o Estado ¢ capezde fazer crescera renda incemae criar mecanismos de wuiagio. de técnicus desenvalvidis de produgSo. Mas, de autroy pode-sc invocar que, em decorréncia dos pressupertos de modelo de desenvolvimento, ts impactos socials © ambientals que sucedem coms subproduto da politica se acelerag.o do crescimento econimico, sebretudo como element legitimador «da politica de medeminacio forgada, lezaram a regia uma estrutura social paradoxal. Ca atimeros que iremos apresentar passarBo 2 coeroborar essa ese 4.2. A polttica de financiamento do desenvolvimento, ‘A politica de desenvolvimento para a Amaia, em todas ax sue ses revecoma um de seus problemas centata questo dofinasciamento.O primeira ‘onjunto sistemtico de polticas pitlieas delegou a Estado o eminence papel de impuliionador de proceaso do integrogie ozondmsica, designando-o para orientar (Art, 199da Constiuiciia Federal de 1946 e Lei Complementar 1.8065) ‘8 Investimentes na rego através deplanejamento ¢ assumir 2 comrcenagaiads politica de desenvolvimento. Desse modo, o poder sobre as dotagies ‘orgamencirias voto 2 ser urn dos irstrumenos mats eflazes 8 dispasigao thos ‘overnatites para controlar asinvestimentos &incenitivas aos setareseconbATcOS. Eniretanto, & medida que se aprofundava a crise do final da década de $0 Invio da década de 60, apresentansdo problemas institucionais, polices e fiscal exe modelo nfo cesistiu. E assim que urna reformulagio das formas de financiamento estende pars a Amaztnia osistema de incentives fiscis. Euue instrumento de financimento do desenvolvimento ~ através da dedugo do imposto sobre pessoas jrtdicas fo! institu em 14 de dezembro de 1961 pela Lei 3.995, mais especttcamente pelo Art. 34, como suporte dx politcas de desenvolvimento mara » Nordeste, tendo & frente 3 SUDENE. Tnicialmente restringiz-se 2a incentivo de implantagée de setares industri parm tendo i frente empresas const twidas racionalmente: Emm maiade 1963, coma Lei 4.212, estendem-se A Amastinia os messnos meeanismes do Art. 34 da Lai 3.995. Br coguids, am junho,¢om o Lei 4.239, Are £8, foram amplisdas somente para o Nardeste as vantagers oriurdasdos incentives fotais, pasando a eracesto esse tipo de financiamento, qualquer pessoa jurfica, os recursos podendo ser usselos pasa projetos nos setores industiais, agttcolas e de sesvigcs Durance um peréodo de tits anos, o franciamento dos secores econtmicas pam s AmstOnia permanecey inalterada. Em 1986, na bojo da “Operagao 160 mel Chae de Bro ‘Amasbaia", vera Lei 5.174, quedi um nove contomo’ palitica deconesssia de incentives fiscais. Q Art, determina o seguints: "Na forma da legislagio fiscal aplichvel, goegrio as pessoas jurklicas, até o exercieio de 1982, inclusive, de sengiodo imposto de renda« qualquer adicfonals aque estiverem sujeitas, thas bases a seguir foxadas, com relagio aos resultados financeiros obtidos em ‘empreendimentos econdmicos stusclos na drea de atuigi da Supeintendéncia do Desenvotvirnento da Ansaz0niae por esta considerados de inceresse para 0 desenvolvimento da Regio Amazinica, conforme normas regularentares 2 serem batxadas por decreto do poder exeeutivo” (SUDAM, sAl), As ieng3es vartam entre 5256 € 100% de acotdo com o periado de implantagio dos projetes, ‘Qs meentives fecais passaram entio a ser ¢ que poderiamos dizer 0 elemento mais importance dosistena de desenvolvimento. O antigo Fundo de Volorisagse Econdmicada Amazinva (FVEA), que apenss contaya com verbas lo orgamento da Unigo, foi transfermado e passou a denominarese Fundode Investimento Privado no Desenvolvimento da Amazénis (FIDAM). ‘Apresentaindo uma nova estrutura esse fundo poderia captar tecursosde virias fontes, como a deducito de imposto de renda ¢ até mesmo poupanga externa, Aptis dois anos de funcianamento, a diregSo da SUDAM deixa evidente que 0s incentivos exerciam um forte poder de atrago de erapresat da Regio Sul, mas ndo conseguia estimular os enpresdiias Focais, Em reunia do Conselho Deliberativo, o Superineerufente Joto Whleer de Andrade rlara:"A let faculta a todas as pessoas juridiess instalsdas no pals deduair até a metade de seu imposto de nenda para aplicagio na Amaztnia em projets priprios ow ri compra do opéee de empreendimentae de terseitas, sprovados pola SUDAM ¢ ‘ror ela considera de interesse para o desetelvimenta regional: Na pritica, 9 maior volume dea incentivor Aseais procedem da RegiSo Sul, © mais ‘notadamente de SSo Paulo, ande se locals a maior concentragive empeesatial do Brasil. Atraidos, portanto, pelos incencives fiscais, os emprenirios wilista, dlilatando as frosteices ccondiicaa do pala pelas criages de novas incstrias © de moderns ecabelecimentos ageopecusiios na Amaatnia, mancém, nos dias sfe hove,» tadigo de seus artepassados, os bandelsantes, que, com bravura e ‘ourodiaydilataram nossas ftonteicas cersivoriais” (Andrade, 1968: 30) ‘OFIDAMtomou-seo principal aporce financeie-dosempreendimentos privados na regigo. Entretanto, do lado governamental suasagbes diretas com recursos oriundos de parte da renda da Unido cada vez mais iam diminutnde. Desse modo ficava-comprometida a politica de ocupagio, que para os milica sstava ligada 8 Seguranga Nacional, sendo a velha questo da “cobiga internacional” invocada por acasiao da divulgagic. em 1970, da intengio do Institute Hudson dos Excados Unisoe de construis represas no Rio Amazcnas A Madero de Supe Bus # Derwent na Anode et para crit os “Grandes Lagos". Por outro lado tendo que enfrentar a scea © a pobreza crGnica no Notdeste, a governa resolve solucionar esses problemas criande o Programa de Integtago Nacional (PIN) (Decreto-Lei 1,106) & 0 Programa de Redistribuicéo de Terras (Decreta-Leil.179). Ambos seriam allmentados com recursns, da ordem de 30%, o primeira ¢ 20% @ segunda, retiraclos doa deptattce provenientes das importincias dedutidas do imposto de tenda que seriare usadas par investinerito na Amazin, Os recursos foram aplicados ma construgie: de estradas de rodagem, que facilitariem os airentamentns, atraindo ums parte da populocéo sem terra do Nordeste para povear a rogido Amas\nica. Assim, o governo esperar soluctonat 0 paveamnento dests regide que segunda seus critrins de avaltaco, consticula tom vazio demogrélico com a ccupacia de seu territério e diminuit 8 presto populactonal na regio da seca!™ ‘Ears politico fot implemeniada em um perioso de grande crescimento ccondimico, medide através do Produte Interna Bruto, que akcangava niveis rmdios anuais de 11,3% (Breaser, 1994: 219), sendo ewa a fase do milewre econdraico bravileivo, Em decorréneia disso, cra grande a euforia dos representantes do governo com esses programas. Assim foram planejadss te grandes estradas que no somente serviriam para a excratégia de colonics dirigida para suas mangens, mas integrarlam definitivamente as regiies brasleiras. Eram elas: 9 Transamasinica (BR. 730), que ceria $.000 quildcttos de extensio ligando 0 Nordeste & AmazOnia ¢ custaria cerca de USS 100 rmifhiies; a BR 165 (Sarwarém-Cuiaba), que seria uma via de integrac Norte Sil, pas liana a Transamadnica 90-Centzo-Sul do Brasija BR 210 (Perlmeteal arte}, projetada para ter 270 quildmetros, que mangesriam a Caha Norte do Rio Amasonas ligndo o Leste 2 Oeste (Hall, 1991: 30). Coma resultado dessa acfo, em 1974, a Transamaxbnica jé estava com um trecho construe dd: 2,200 quilametros em 1976, 2 CuinbsSancarém (com 1/800 quilimctt0s) hhnvia sido concluida. A obra da Perimetral Norte fot akandonada, com apenas ‘um pequeno treche construldo, na final das anes 70. ‘O prietodo governo de dieeionar a colonizagie por meiodadistribuigio de terra ao longo das mergens das estradas, © que permitina atsentar 70.000 fomtias, fracasscu, Avalianda o resultado dessa politics, Mahar arma; "Apesar lo emprego macigade recursas humanos e finanetines, 6 resuleada do projrarna "O pome Sipoc, Sracun seer programas arfaonaim nace abi. Ns eon seomecimanion (© prosioaeta Erie Garmascazu Meck allenou em descurso que isso “antia homens Serntenn aras so fora i aml Chava de Bin Financiedo pelo PIN para a construs0 de estradas e a realizagio dirigids de assentamentot foram extremamente modestes. No Anal de 1974, somente 5.700 forafiastinham sido realmente aiscotadss a0 longo daestrada Transamazénica, oque equivalia @ menos de 10% da meta fixada pelo governo. No fim daquela dfcnda tate nimero tinha chegado a meras 8.000 fuinfias, das quads scenente 40%bprowinham da egito Nordeste, Osdladosdemegeficos ressltarno feacass0 Novdeste (FING), a Amastiia FINAN de Ransparspiowe Eoadode fea Saro. 164 iil Chow de Bro qualidade dos profess incentivides,o que, aswoeindo falta de pempectiva de sua rentabiidade, enplicasiaocrescente desintexesi dos concribuintet/opeantes pelo sistema de opsio des fundes (COMIF, 1992). Parn se ter uma idéia da expressiva roducto dos recursov destinados aos fundos, tanto em telacio aa PIB quantoem elatoao IRF anecadado, basta der que, em 1975.05 fundos epresentavart $2% da total arrecadado, em 1987, caftam para 17%6¢ et jf cstavam cm 15% (ver Quatre 5), - as Quadire &, incontves fscais (1eyfonais/estoriis) & IAP em % do PIB, ‘Font: SUDAMP NUD Tae 2S Para mostrar a distorgdes do sistema eo desintcresse das optantes pel fandos, a COMIF apresenta a légica do funcionamenta dos ou hbslieces sue eompéemn as cperagiesdos incentivas, No primeito subsistema, a8 juridieas com imposto a pagar resultance da obtengio de huero teal em car 'ades pod optar por aplicar até 25% de seu dbito cam o Tesouto ne Fundo de Investimento: projets camuins) oudirecamente em prajetas, Pripeios caso em que, deveriam ter, de forms isolada ou em Conjunto =, no casa das empresas coligadas ~ pelo menos §1% do capical votante da sociedade titular do profeto benefits de incentive. No primera case ~ peojetos comune -, contribuintefopiante recebia cotat do Fundo de Investimento, cujo valor esa determinado pelo seu patrimgnio iiguido (FINOR, FINAM) dividide pelo ‘nulmero de cotas existentes, podendo nepocit-las livtemente no mereado ow ‘rocislas por agées nos lela eapecials promovides pelos bances operadores (Banco da Nordeste Beailcio - ENB ¢ Banco da Atiazdnia Si ~ BASA), No segundo caso, as agtes eram encregues diretamente aos contribuintes? ‘optantes que, na tealidade, eram empresiriow/investidates, ndo chegando elas 8 Integrar a patriménio do Pande. No segundo subsistema, os recursas obtids através desse mecanismo eram oplicados em projetos cmptesarias de tercelsog priprios de distinea noqunezn —industrias, agropeculsio ets, eufa selego ¢ A Modena de Sie Bad e Desensnents na Amoi 165, aprovagiaera de responsabilidad das Superintendéncias de Desenvalvimenta Regional (SUDAM, SUDENE), enquanto 0 desempenho dos recursos ficava «a cargo dos bancos operadores (BASA, BNE). Disso derivava o subsistema de mercado de tituios incencivades, baseado nas cotat emitidas pelos Furdos de Tnvestimentos ¢ nas agdes das empreses beneficiérias que integravam 0 sew patriménto, Esse mercado, ariginalmence idealisada como instrursento pata alavancar recursos pars as empresas, que, experava-se, poderia levar as regis aa prescindir de incentivos fiscss, alimeatavase da troca de catas por x¢8es dos projetos eomuns, jf que no eas dos projetos préprics 3a agGse cruen entregues diretamente ans contribuintssloptantes pelos bancor operadores (COMI, 1982). Analitando 0 furcionamento deste sisternay nfo € diflell ehegor & -conclusto de que nar operneZes aconceciam expressivas desvalorzagécs das -sotas © apts, provoradas, de us lade, pels buina descrapenho das empresas ‘ncentivadas e, de outro, pelo mercado que as avaliava em nivelssafersores, levando 8 redusée do capital dus contribuintesfoptantes. Em uma consultona realizada para a SUDAM, Fernando Resende assinala: “Bsses nivelstrasoeios ide recuperagao do eapical aplcado-explicana ogrande desintereste do mercado peloseftulos das Fundos, dos concribuintesloptantes pela aplicagin dos recurs, alémdofato de o sistema rer se transformado em um mero esquema de doagies para empresirios, que recomprovam as suas agbes, e para especuladores, que acabavam obcendo gankos ficeis no sistema" (SUDAMIPNUD, 1995a; 26). ACOMIFidentificou, também, caine principal desvio, noque concerne 20% projetos priprios, oartficio de simular participagSono capital da em presa que liderava o projeto para justificar a aplicagie de suas opgies no cenpreerddimentoe, posteriormente, vender seusdieitns(cocasfagBes)& empresa titular em toca de uma comissio financetrs. Essa distorgo eta possbiltada pelo fatode ses muito baixo-opercentaal (5%) exigido para cada pessoa juridica participar da empresa beneficiirta. Para a comissic isso resultava: a} de foto cds grande maioria das empresas beneficiias estarem organizadas sob a forma de sociedades andmimas fechadss, 0 que, aléen de no as sujeitar & regras de fisealizagio da Comusio de Valores Mobiidrios (CWM), nfo thes dava acess fa nenhum mercado orgenizada para 2 negocingto de suas ages, limitando.a age de seus detentores, e nem lhes exigia "performance" financeira favarivel, 8 que 0s Fundos garantiam a colocacio de seus papi; b) da deterrninago de intransferibifdade das ag6e6 por qustto anos apée a permuia rcalizada neo leilses, « que as tomava iliquides;c) do tipo de investimentos realzadoy ex ropies strasadas e em projets de implantagdo, que tinham amplificadcs os 166 Diane Chae de Bs riscos neles envolvidos em razio do deficiente sistema de aprovacia, 2companhamento ¢ fucalitengo de sun execugtoe deaua entrada em operagio (SUDAM/PNUD, 19952: 26), (Como se pode depreender dessa exposisfo— sinds que apresentada de forma vuenéeia -, a peli de incentives fiscais ¢ a estrutura enanizacional, concebidas como inseramentos inpulsinsadores do dese meulyimento, cam base be financiamento © plansjamenco das poltices pablicus, wtraves das quats o soveme controlava, direcionava ¢ estimulava os secores da economia, haviam sofrido um desvio de percurso, A COMIF aponta, em varios poncos do relatério, que iso foi resuhado da incapacitae técnica, da faltade uma eseruturs efciente de fiscalisagio € de uma leyialagdo adequada para inibir a malversacao dos recurscs, soncluinda que o sistema de desenvolvimento regional ¢, no caso da Amuzonta, os érgacs diretamente envolvidos (SUDAM © BASA} mostravam: ac impermedves 4 logica do pancipio estruturador da burvesacta modems, pois permiiam, em suas agées, gas préticas de elientelismo. De acordo com ‘nossa tese,o fundamento dessa impermeabilidade ao peinefpio da racionalidade, que serve de parimetto As estruturas institucionais modernas, entre elas as cestarais, esi na formagio do ordenaments sécio-econdimico braailera, Na eifera da administragéo organizacional as estrututas parcialmente raetonalicadas thostram contundentemente wma modemnizagio da superficie. ‘Segundo Max Weber (1999) ¢ de acorda.com Jurgen Habermas (1954), ‘opracessade tacionalisicio crescente impSe nfo apenasum avangada técnica come elemento de dominagio objetiva da natureza, mas imprime ‘tmansfarmagdes fundamentais na visto interpretativa do mundo. Isso seria & btincipal fator de reforgo da ideolagia do progres, que serviu de base para « desenvolvimento da sosiedade maderna. A partir dessa teoria, acompanhando 8 formacio histérica das estruturas politcas « insticucionais no Brasil, noea-re tumadiferencisgao nesse processe, pode-re diter que hd um recon dicionamento. os principios organtzacionais da sociedade moderna. Bles sto submetidos « uma press que‘os levam a se estabelecerem de forma parcial. De um lado, estimuls-se a incorporacio des nvangos técnicos orundos de deserwolvimenca ds forgas produrivas e, de outro, através de grande esforgo, assegurs-se uma lentae gradual mudanga ou mest adeptagio da satus quo, da ordem politica ‘Com iso sc tem ume roupagem modernizada numa estrutura onde teansitamn relagbes niio-modemax ‘Apts haver detectado ox problemas envolvendo os recursos ortundes tos funds de finaniclamentos a0 desenvolvimento, constitulds com recurs de rendncld.tributria pelo Estado, a COMIF fax uma série de sugesties que ‘io fazer parce de uma nova legslagao, © Decreto-Lei 2304/86 refortnula 0 [A Modem da Serie: Endo Deseneisenss Asin 167 Decreto-Lei 1376/74, que criou o FINAM, principalmente a Art. 18, buscando uma outta eonformagto nomativa no sentido de impedir a “pricics das ‘coligagées de fachads, lastreada nas cransagoes dos direitos de opst0 que eram fa piorface do sistema vigente” (SUDAM/PNUD, 1995 28). A implements dessa nove legilagSo sofreu ura série de coatratempos, entre os quals podemas citar: uma Tonga espers para regulamentagSo dos dispositivos opertcionals; resiténcia das agéncias’ adaptagio &s navas regras; morosidade na expedisto dios inetrumensos que permiciam a intervengio da CVM; ols mpartane, a pressiio sobre 0 dispositive que obrigava a utilzagla de debintures 10° ‘conversiveis em agSes ers projetos agropecufrios ¢setorbis, 0 que resultou na su revogagdo em 1987. {sto neutralizou completamente 2 reforma, voltavase praticamente 4 Kigica normativa anterior que permitia of desvics. Em decorténcis dos fatos apontados no perioda de 1986 4 1989, verificou-se o apatecimento de uma pritica perigosa na conduta das berag de recurias pelos furrlos de investimentos. "A nova pritica foi denominads de artigo dezessete e meio, por combinar of a1rigos 17 ¢ 18 das tradicionais logislages sobre incentivos fiscais. © Arcigo |8, referido aos projetos proprins, sempre sbrigow préticas mais discutfvels, especislmente cuanto ao pagamento tle compusdes aos opcantes para participagio em projeto na conigie de seins minoritérios, nurs precesto onde 0 dnice objetivo do optante era reaver rapidamence parce do Impasto de Renda devido. A prtica de deaessete e miler significa a introdugio deste mecanisme para os projeros de terceitos (art 17), onde as agéncias se comprometiam a liberee ct reeurtos pana os projeto: que alavancassem opgdes, dadas as maiores dificuldades na realizagio de negéicios nos termos anteriores a 1986, introxusidas pela exigéncia de 20% dos capital votante para caracteriagio de sécio mincritisia” GUDAM/PNUD, 19958: 30)", ‘Obrervando o contexte dessa politica, ne que dis reapeita &Amaitinia, wonstacamas que, até 1980, os projesosfinanctados através do sistema FINAM sstavam voltados, no seu maior mantante, para a8 reas de fronscinss, comes por exemplo o sul do Fars, ¢ os beneficifrios, também, em grande maictia, feramn empresas bascadas no Centro-Sul do pals, A partir desse moment acontece ma reorientaglo na politica de incentives, passa-se a estinnulir substancialmente a agropecudria em areas tradicionals da Amazénia, que haviam sido pretersdas anteriormente, vindo a elite local u sez bastante ‘Siapomcn de oethos franver stance dasto i wna saia doavalagbos 2 wtexbor dort ‘3 SUHIA Sena tn vor sina SUOAMPRUD (10080) # SUDAMVPNAD (#850, 18 (aid Chwe e B benefictada (Coste, F.1992:43). A que se deve essa mudanga? Aqui podemos sarrolat fortes motivagdes polices, Embora ainda vigoranda o regime militar, ‘ease ¢ um perfodo em que comesa uma reariculagio das elites regionsie, que tiveram seu poder de influtncia minimizado, ao-defender a permaninels de atruturas econdmicas nfa-capitalistas,c sentiram que a modemisacio técnica ‘¢1 integragto econdinica marcaram a sua destruigha. Carma ji mextrames,¢ FFrojeto de modernizago vitava uma mudanga nessa velha oedem tridicional, ‘mas, no mesmo tempo, buscavi reforrular a visto de mundo das elces lacais com relacio I organizigio s6eio-eccnfmica, para forsivlas a se enquadtae na logica da moderniiacso, ‘Oforealecimento dex grupos locais, reorganizados em partidos, pases 3 ser ainda mat rigicativo com o.ancamento do pracesuo de rede mocratzasso dopats.E tsi que, a paride 1985, coin a proximidade de uma nova estutara instiractonal matenalisads ra Qoraleuigdo de 1988, suqgeum campleyo eapago Politico, onde ns negoriagSes envelvern naa apenas bancadas partis, rmas stupos de representantes de setores especiicos com os mals diversos iatercstes ‘egionats, Ror pressfo desses grupos, ocorreu uma neutralisagia das mudangas introduridas pelo Decreto-Lei 2304/86. E, assim, obtiveram incentives earn os ‘mesmos beneficios que existiam anteriormence. ‘Entretanto, nfo era dificil chegar & conclusio de que, uma vextarapida 3 constelagio de forgas que apoiava o governo, as fundos voltariam a ser alva dereformulagdes. O morivo mais importante estava na erise Racal que 9 Estados vinha enfrentando, © uma reordenocio do sisterna triutérie fiscal patnria ‘necessariamente por esse ponco. Nesse sentida, 08 fundos tormaram-se alvo de A Modern da Sigerfte eus# Deon Arann 79 que o regional, Na década de 60 ele #1 5.6% para Brasil e de-5,1% para 0 ‘Note, enadécada de 1990, pelo menos nos seus primelros anes fa se apontava ‘um crescimento brasileiro de 2,5% e 1,3% para o Norte. Tebela 8. BRASIL E REGIAO NORTE Taxas médies anusis do crescimento do Produto Intemo Bruto Real para diterentes perlodos erire 1960.¢ 1993. Tabela'9. BRASIL E REGIAO NORTE Taxes médias Anuais de crescimenta dos produtos agropecuiri, industrial @ do servos para derenss pariados compreendidos ene 1970 e 1994, Tana nia wl ae senainonis RP ‘Na periods de 1970 a 1994 (ver tabele 9}, os grandes setoies de ‘economia mostrar um desempenho bastante significativo. & ind.stria liderou ‘corn 9.4%, seguida da apricultura (6.9%6) e dos servigas (5.996). A décacla de ‘10 oi» fase eer que a indlistria alcancouo seu pararnay mais ako de erescimento, quando atingiv: 22%, quase o dobbra da perfermance da agriculture, que ehepou 212,03 2 muito superiar 2 dae seevigos, que fot de 8,0%. Na décadn de 80, vemos umn arrefecimento nas atividades, o setor de servigos, com 4,7%, 180 Duel hanes de to ultrepasa lipiramence 0 PIB industisl, que fot de 46%, A parte de entio ccomeya uma is, pode-se dizer, tryica pura. indstria, quando so registrados limeros negativos. Na apresentagio dot nameros do Produte Interno Bruto regional, & Importance verificar a evolu;o do desempenho dos Estados que complem & regio Norte. Levando-se em cansideracio 0: dados da tabcla 10, destaca-se 0 cteacimento médio,emrelagSo aos demais, dar Estados de Rondémnia e Rorsima, aque chegaram a 11,5% e 10,2% respectivamente, com o Estado de Rond6nia alcanganda, na déeada de 70, 17.9%, bem A frente de todos os outros Entretanta, considecando-se 0 pemernual de crescimenta (tabela 11), observa se que os Estados que mais contribuem para a formagio do PIB regional si Paré (50,596) € Amazonas (31,8%). Comparando-se o desempenho do crescimenta desses Estados, comesa-se aperceher um problema que caracseriza a economia regional: sua grande concentragla Tabela 10: ESTADOS DA REGIAG NORTE Taxas médias anuais de crascimanto do PIB para dilerantes porlodos compreendidas entre. 1970 0 1994 Foie SUORAPADE (7 AT Tabela 11. ESTADOS DA REGIAG NORTE Contribuipdo percontual dos PIES ‘ssladuais para o crescimenic do FIB da Regiae None om diverses perlodss ‘compracndiddos entre 1970 @ 1994 Fast: SODANOPLOE TROT A (N Masemaz a Soperfoe: Fata Daten ns Ann iat Tabela 12. Exportago @ importagao Inter-regionals de bens 1961/77, 1985 « 1991 fem USS 7,000 oe 1991), roy Baldo (c)= 48) 787 818) 19a 0, 963 an ws 736) ‘mes stag57 70) vee 708 25:7) 1.7 136997 aa700) +008 a.g6s wasioh roe woe 5,300) 1s was 8 1 rasa wry, swe maser wis) 1873 280 aie 104 72.900 (aes, 510) 175 ‘210.182 (670,64) 1976 1545 907,20) 107 3oi7as (asa) 195 5.06 403 (os20.80) 01 497 06 769 Foras: BUBAMPADE (19576, Un cut fate que vai dscinguir o desermpenho da econennia da repr Norte & 0 sou comércio exerine « interreyional, Or dados mastram que fo srande © mvimenta no period de 1980-4. 1995, Comsiderando as dads da tabela 12, observamos uma mudanga significaciva ras magnicudes relaivas aos fluxos de comércio do Norte com a2 demais regises do pats a partir de 1973. "Além disso, oe as dados eativerera corzetes, em alpum ano entre 1985-¢ 1991, 2 Amacins deisow de set o que era — unis tegiso tradlicionalmente deficitériaemseu comércio de bens com as demas rexsbes beaslleiras—passance ‘apeesentar superdvits neste camércio" (SUDAM/FADE, 1997; 68)..De 1973, a 1985, portanto, 0 camnércio inter-regional do Norte se acelerou de forma ‘igorasa. As exportages passaram de US$ 364 milhes (1573) para US$ 4.286 bilhoes (1985), apresentanda um crescimento de quase 200%; ja as iimportagSes crescerara de maneira ainda mats incenea, 1.800% (elas pascarate cde USS302 mullides, em 1973, para USS 5.806 bilhoes, em 1985). Os defices 182 (Darel Cases de Brin omerciais da regio Nore com as desnais regides do pals também cresceram muito neste periodo, Esse quadra veriiceda entre 1973 ¢ 1885 comesponde 4 fase em que fot maisintensa a implantaco dos Grandes Projetos ea construc de infrescrucura. O' acentuado saldo negative na balanga comercial incer- regional, advém da sbsorcaa, pelo Norte, de capital vind de outrae regis, ‘que passtma canalizarseus investirmentas para a Amardia, através de empresae eestals, mas também do incentiva ao setor privado, como jf dernonstramos anteriormente, Em 1985, no-auge econdmico, quando ¢ inaugurada a prime'ra etapa da hidrelétrica de Twcurul, “as importagées de bens sleangum n casa doe US$ 4 bilhdes, com o saldo da balanga comercial apresentando-se ainda negative” (SUDAM/FADE, 1997: 70), A parti de entia comesa uma outra fase, que vem favorecer a balanga comercial regional. De ur lado, sheerva-te uma redugio drstica das transferéncias de eapital, cam a queda abrupta dos investimentas estat ais ¢ das nécursee (de origem também predominantemente estarall que financiavam ox investimentes privades. Com iss, 6 em 1991 (Gitima observagso-dispontvel), as itnportagies globais ~ naturalmente af inclutlas, rambéin as importagtes de bens de consamo - eaem para niveis inferiores aos observados em 1985, De outro, com » consolidagio de. pdlo industrial de Manaus, as exportogées interteionais cs Atmazdnia continuama s¢ expandic gerando, pela primelra vez ina histGria econémica da re4iso, substonciis superivits no seu comércio com ozestado pals. Em 1991, a balange comercial incer-egional ca Amazdnia teria sido superavietria em US$ 1,3 bilhies, com a regiso vendendo para o resto do pals cerca de 6,2 bilhSex (SUDAMFADE, 1997: 70). ‘A balanga comercial internacional da regia, bem como as balangas ‘comerciais inter-regional e global, so periodo de 1970 a 1992 (conforme os dacs apresentados na tabela 13), apresentam o.seguinte somportanseato. Du inicio de period até o anc de 1987, a balanga do comércio internacional fot efit (com excegio de ano de 1984), comcidindo com défeits na balanga inter-regional (pelo menos para o¢ unos [pars 08 quais sc dispée de dads). A. sartiede 1988, entretunto, o comércioda Amastinia com o exterior apresentou superivits, de forma erescence (SUDAM/FADE, 1997: 71), Hié que se nocar que 0 eomércio intemacional da regia creaceu relacivamente pouco, no perfodo, com as expoctagSes, que otinglam um rotal de US$ 677 milhces cen 1970, passanlo pars USS 1 106 billes em 1980 e, posteriormente, para US$ 1.340 bilhdes em 1992, © que significa que o volume total de exportasces regionnis fol multiplicade por um fator menor do que 2, entre o inicio eo fim do petiodo. Aa importagSes, por seu cumo, parciraa de US$.$90 mids, erm 1970, paru aleangar o seu pica ein 1989, com US$ 1.286 lilhio, declinando A Modemsnuie a Supefice Ext ¢ Drsermalyestn x Armani 183 em seguida, De modo que, nos anasmais recentes do periode —de fata, a patti de 1988 (inclusive) ¢ até 1992, - a balanga comercial intemacional da regifio norte tornou-se crescentemente superaviténia (SUDAMIEADE, 1997: 72) No que conceine ao desemp=nho ca balanca comercial internacional, a cabela 14 mostra o desempenbo cessa relagio para cada Estado da F Norte, considerando © montante exportado ¢ 0 percentual, Também pedemcs visualzara duparidade do desenvohimento econtmico intra-regional, emeque as exportagées do Estado do Pari veriaram, em 15 anos, entre 70% € 90% ce todo o total expartado pela Ataaainia, enquanto o Estado do Acre, nese perfodo, nunes aleangau sequer 1% desse total Tabela 13. REGIAO NORTE Expcrtagdes e importagies inteinacionais © ssaldos de balanga comercial internacional, inter-tegiral e total, 1876/1882 om US$ 1.000 de 1991), oy tan | Guar comansat | comersiat maeaageral | global @ | @si)+ 0 woe) eras) ae | eleva wrt sesso | gaat | ervey | iona7s) we razsac | gugcer) | rem | dava.e4s) wa savzsta | e770) era | cete.e20) ta vaste | ir 707.00) | eausen | 2.172.840) ars graze | reszasr | samo | raoey | (1388, 16 ware | aotean | (ivsesen | ora | ose.sri) iar wager | ssrosra | eazor) | trsesecm | feos sm) i= asses | eszzior | zens wa | suxpo0 | sage | coanenss yom | yon | saeases | (rieere) wear | voosar sss | RRO ‘2 naz | uzeae | eee vos | ram | marr | paca 1H vawoss | ote 97.148 vs. sreecs | saga | (2.113) a0 on Le ee) eu? eerge | amass | (tttsen woes | voonyia | eapzs. stat woe | iawn | s.2en976 23197 rao | taza | taiare 20887 ver | rzeqjc03 | vooane an.s8 seco | isinzea | vitae 000 134 12 085)) 3owaPIwaNS sao Dank Cher de Brit g EEGPEZESRREEEESE ES PGLEEERGEER EEE al] ‘A Modeminydo dt Sapertce Estadoe Dexemealsnent na Amis 1as ‘A ands do crescimemto econémico mostra que a performance da economia ta regito Norte atingiu patamares extraordindties, sobretude no perfodo de 1970 até mais ou menos 1985. Qutros aspectas tarmbérs foram importantes nesse processo, como, por exemnplo,a amplingfoda infn-esteutura ‘A rode vidna federal e-estacual passou de 7.971 km,em 1971, para 49.800km. em 1986, Newer dimos anos, a maths rodowidria vegional abeangix ume cextensio de 83.833 km de estradas ~ 18,994 kes (22,7%) federai, 40.806 km (6,795) estac unis e 34.083 km (40%) vieinaisApenas 5.579 km (6,89%) foram ppavimentadas (Costa, }, 1002: 69). A energs elrnca também dew uns grind ssako na sua produgiia e consumo. Em 1964, « potécia instalada era de 75.676 KW, passando para 4.759 MW’ em 1990, A pares se 1985, com a inauiguragsn dia hidrelétrica de Tucurus™'. regio passa a produsi para o meicado exirw regional. Nese perfodo acorreu uma raudlanga no tipo de gerago de energia em 1981, 94,2% da produsso-erain de energia f:mica: cm 1990, energia de origem hidréulica tomou-se preponderance, atinginde 91,29 da tocal .produnida. De lado do consumo, o-aumenta também fi significative, isto & squadniplicau na décad de 1980, crescendo de 2,15 GHw para 8.550 Gllw “Cresceu pertanta mais rapido que 0 nacional, ascendendo de 1,9% para 4.7% Asus paricipagia no consumobrasileira Em 1950 maiesniveisde consumo abservarain-se no Par (69%) ¢ Amazonas (19,638). Quevassim o perfil do consumo nessemesma ano era o seguinte: 55,2% industrial; 22,1 9residenscal; 11,5% comercial; 11.2% outras modabitades" (Cowra, J, 1992: 71). Para completar o quadra do crescimento econémica da Amasdeia, vamos destacat agora a vatidvel popuilagio. Considerando as dads da rabela 15, que relacivos ao pertedlo de 19700 1991, nocamos que neste campo também foi sigificativo o desempenho em relagio a0 restante do pale. Enguanen a Populicéo brasileira cresceu » uma taxa de 2,503 entre 1970 © 1980 « de 1,90% entre 1980 e 1991, na AmasGnia, para 0 mesmo perfodo, verificamos ereselnento méctio de 3.00% ¢ 4,00% Quanto a sitaagio por domtelio, 0 rutruero de pessoas que residiom na dea rut fi, neste perfodo,superado pelo snimieto de pessoas residindo-na érea urbana, Em 190, viviam em areas rurais 5.130.820 pessoas e, em ushanas 3.062.816, Em 1980, « populagio rural mantero-2¢ malo, cot 6.066.105, ea populao uibana tinha 4947 258. Er de 1991, » populagio residente em éreas urbanas stings 4 ciffa de 9.880.109, somarsdo um raimeto maior de pessonsdo que na fea rural, que foide 7.607.935 (SUDAMICPR, 1997; 14), 7 A atetpa orate pals Maven de Tucurl 6 assim etrbuldn: 12%parn os eaamidcres do ard. porintemédo ca Gmmpantin de Bataan dy Pars CELPR). 20% paras feds Ocha fe Bavearona (Abr. Atinak 65% pas ules Elna Pins, 1 186 rail Aue Ty (A Meera a Supefice:Fande Desens mtr 1a7 4.5 Impacto social e ambiental do desenvelvimento ‘A partir de mencios da década de 80, 0 projero de desenvolvimento ds Amarénia, que fora implementado pelos governos militares, mewta sinas de U§eBe nw 28 ‘esgotamento, Com a abertura do regime, mais trabalhos académicos sobre is aigdehigenl| § eonteqiéneias dessa politica vio powco a pouco demonstrando que, a0 lado SGEEEEGE Ea dos nme ontves do execimento econo, bur pia cad v2 les 20a? ttoremans camo maior e predatéria sobre o meio ambiente, uma fragmentagSo da cultura local, eselusio social ete. Mesos defensores mais intransigentes desse modelo de deseawvolvimento sko obr\gadosa reconhecer es problemas que a regia passou 9 enfrentar partir desse perlodo, JMM, Costa assinala: “Paradoxalmente 5 ‘elhoria selativa da participogia da Regie Norte na renda nocional. hé evidencia de que se acentuou a assimetria das apropriagoes relotivas Intexpessoais intersetoriais c intra-tepionais da ronda laeaimente gerada... Em derradeira anilie, no obstante o cautocronismo enireo elenco de realicagtiex relevantes com o afloramentes— ou em alguns casns recrudescimentn — problemas sociais de varias naturezas. o saldo fol incontestavelmente cred (Costa, J., 1992: 90). Othando por esse mesmo: angulo, Gomes ¢ Yergoltne easalenen:“E oportures meriorar que nem todas casas dftrenaste tradutiraca em termos de produto per capita. Como 2 populagio da Regio Norte wem crescendo a taxas bem superiores & do Brasil come um todo, uma parte do crescimento do PIB teve de ser distsbuida por uma popelagSa que também cresceu rapidamente, rerultande em ganhes menores pot habitante. De qualquer forma, o desempenho macroecondmica agregado da regiio Norte, desde a década 1960, tem sido notével” (SUDAMANUD, 1997), A politica de desenvolvimento. que forga a modernisag‘io, reduz 0 sdecenvelvimento & dimensio do creseimento econdimico, Desse modo, acirewito econdraica mais importante € acessfvel aos. grandes empreendimentos moderns, porque eles proporcionam de imdiato um chaque na mundo endicional, A superposigio dessas duas I6gicas organizacionsis reaultou em tuma transformagio da face sécio-econdmica regional. De um lado, apareceram ‘or-enelaves, com sua organizagéo moderna potenctalizando o instrumental de dominio sobre # natureza, fruto do acelerado descrivolvimensa das forgan produtivas. De outro, dadu a incepacidade de integrar @ contingente Popwlactonal no seu nivel de produgio, sie potencializados os mecanismos de exclusso, Mas prevalece a visho de um mundo ern transformagae servindo 90 jogo de aparéncias, com o qual se assinala « chegada da modernidade, muito: embora ela ndo deixe de ser paradoxal. Os ndmeros que avestaram a pobreza, bern comncros qué mastram ocrescimente da pressia sobre os reeursos natura “[eeLOBEL/OL6I eeapag W037 YINGZWHY'S| Bee, BL UF ENB Ka SDR GemNERO el “9BLAL6: b8 oped x cpeeRCD mudd quIDODo BAD ab OIE EYP REE ON nue eet koa el ROW] muprmuy@arized oRUDU;auD Nos 30 EL Rubbed teats er iad op eos ORG wD mE a LNEaranSa SRS Ei sovivi ae oe wz we ei we wa Le see we aw wer me ee at eve eo ‘S0RPIUN opunbas ‘eayesBowep opeprsuap 2 cquoWINeoRD Op bee URDIEG! ORIEN it Phoniel Chaves de fmt aumentando 9 fluxo de matéria © eneiga, com sens jveisimpactos negatives a meio ambiente, cnvivem com ume poles de ientves + erpres icitétias, apoiadas por um tipo de capitalise em que © invesmento de isco € totalmente assumido pelo Estado, Entre os problemas sociais que resultarae di las politicas priblicas para deservolvimenta de Amesénia, destaca-se a urhanizeglo da pobresa"™. De sean como cceficeate de Gn» Repta Norte no pevodo de 1970s caracteriza-se por uma apropriacho relariva da renda crescenteme concentrada, de 0,55 em 1970, de 0,59 em 1980 de O61 cm 1988 "Toles, 1993). Enka x noo de pbres no enka um aludrento guano au int Com: Ds parimetros que: servem de apoio ao procedimento de medhr Indice serdo-questonadas em wins aspects, Telosa (2993:12) ass que ewe Eopeene tem side estudado do ponto de vista politica e ver sendo a coe oe niémero de individuos pebzes. A tabela (6 ‘most, com as devidas reisalvas, a evalugio do ndmero de pessoas viv ahaina da linha de pobreza na Regito Aread ica, eae Tabela 16. Niimero # proparcie de pobrae na Brasil» por regides. (ae a (oe mane eis be hace Hi : a i ("} Granta Rpts on herons aan oem see ‘@soerfciets Ole tum ncaa ds apostate stern roe Sena Sones ia ant do ams: urs A.Modemitinin da Suprce: Ena€ Dexewelfneny na Arad 189 Qsnamerosmostram que a propor Se de individuoapabres cet bastante nite 1970be 1980, voltanda a crescer no perfodo seguinte. Entre outras colsis pode-se dizer que 0 desenvolvimento econdinico tal qual desenhado para.a Regio nfo & auto-sistentada, Aqui, se confrontarmos esses indices com © crescimento do PIB, conforme apresentamos anteriotmene, verermos ura tendéncia tempre declinante para o perfodo de 1980 a 1990, Par outre lack, seguindo as conclusdes do Relatéria do Desenvatvimenta Hurano de PNUD (divulgado em 996) at polticas regionals de desenvalvimente ne camps de desenvolvimena social nao fora capenes de sedunir os distncias entre as regides. Diz o Relatdrio: ‘A pobre:a no Brasil tern um componente claramente revional, sendo mais clevadas a2 proporgées na Noree (439) « no Nordeste (46%), redusindo-se cm diresie no Sul (20%). As propargser sio tarnhéen nals alta parma populigie rural (3958); nas dreas metropolitanas © usbanas rio metopolicanas constam resultados cm patamar rignifiestivamence mais baina (tespectivamence 29% © 27% da populacio)" (PNUD, 1996 23) No-easo da Amaadnia, a concentrayo populacional nas dreas urbaris reflece o upo de politica fundidria adorada pelo governo, Analsando exe aspecto, L, Machado diz que “no s6 cresceu 0 eximero das cidades, como também a "fuvelizagiio” dos asseramencos rurais. NAO € exageto aflrmar que + expansBo da frontetra agricola se fez num contexto urban" (Machado, 1995: 212). Porém, mesmo assim, ao se evitou a-concentragae de cerras. A polfcica de incentives fisesis, voltada para a agropecudra, teria sido respensivel pels imobiizagio de grandes exterstes que setviram téo-somente & expeculigi, provocando um recrudescimervoda violencia no campo!™. B.A. Casta, apotado fem documentes da Comissio Pastoral da Terta (CPT) ¢ da Confederagio Nacional dos Trabalhadores na Agricultuta (CONTAG), assinala que, nos anos de 1980 ¢ E981, dos 1.363 confitos de terras registrados 10 Brasil, 35% ocarreram na Amazénia, conta 47% na Nordeste e 18% no Sul ¢ Sudeste (Costa, F, 1992: 31). (Os conflites nao se sestringiram ao envolvimento de produtores rurais campeneses. A pressio sobre as freas de fronteiras trouke revigoramento dla atividade mineral, na sua forma tanto industrial como de garimpagem. Em fustea das Sreas mais promissoras para a produgio mineral, confontaram-se indigenas cara garirapeitos e ambos cor empresas mineradoras. O némero de gaimpeiros, que na décadade 1940 era de [0.000, passa 240.000 ra decals ‘SS aaa quac ceetecarcas viiostrabalhos, wo os uss Astana no arco: Cee Impuricnde slaeraco pla Mosmeen0 fos Tabalnacores Som Tor, Mar (180, #954 © 180), ‘Aa (1988), Hate (1883) " Cost (1987) 199 isi Chae de Br de 1980, 0 que corresponde 2 BO% de todas 08 gatimpeitos em atividade no Brasil nesse perfodo (Becker, 1990). Os garimpos so uma das figuras mats blnarrat que dio vida @ modernizagiio paradoxal. Os inceresses do Estado voltaram:se para a minerago, como urna forma de ateair divisnsrpdns peta © Fal com a tara excecio de Serra Pelada'"!, mio havenda qualquer aio politica para diciptinar o garimpo, Por esi¢ motivo, acompanharde a frente Sarimpeiry na repiio, velo ima série de relagSee eceinis, que iam da mais vil sscravidSo, passonde pelo tradicional sisteiaa de aviamento, até relacdes assalariadas ser nenhuura das garantias previstas nas leis rabalhustas. O maior Problema gerado por essa sicwagia fol © eruzamento de diversas interesses condmlcos “submersos na relagte entre garimpagem e erffico de naredeleos com o financtamento de campanhas polleieas, ‘Além das confliis socinis, at politicas pablicas de desenvolvimenta para a Amantinia, ttowkeram uma série de impactos ambientais, como destlorestamento e poluigio dos rios, Nesse campo, ais como nos demats, os

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