maneira? Quando não se limitam a trabalhar o tema da luta feminina apenas no dia 08 de março de cada ano com um relato superficial, cartazes e flores, como se isso já fosse suficiente para conscientizar alunos e alunas do quanto o episódio ainda é importante até hoje. Quando os professores e professoras de literatura, por exemplo, apresentem a obra de Clarice Lispector2 para seus alunos com seus contextos históricos bem elaborados e também fatos da sua vida. Quando propõem para a turma uma discussão acerca da ditadura, partindo da visão de Olga Prestes, suas lutas. Quando apresentam artistas como Frida Kahlo3 e Louise Bourgeois4 que, para além de suas obras também expressam as nuances da sua biografia repleta de batalhas pessoais, que podem ser facilmente assemelhadas às batalhas das mulheres nos dias atuais. Por que não contar às crianças a história de Malala5 a menina que lutou contra tudo e todos pelo direito das meninas irem à escola (CARRANCA, 2015). Ou então da estilista Coco Chanel6 que revolucionou o mundo da moda quando essa ditava que as mulheres para serem bonitas deveriam andar apertadas ao meio por um espartilho, quais as semelhanças essa história têm com os padrões de beleza impostos pela moda hoje em dia? (MATTHEWS, 2009). Oferecer aos alunos e alunas uma pesquisa sobre a porcentagem de mulheres em nosso país e questionar se é proporcional à porcentagem de mulheres que assumem cargos políticos. São reflexões deste tipo que aos poucos irão trazer à tona no espaço da sala de aula as desigualdades entre os gêneros. Tais reflexões poderão promover a representatividade e a conscientização de oprimidos (as) e opressores. O diálogo como um dos métodos de ensino favorece que os educandos participem ativamente do seu processo de aprendizagem, o que leva à democratização dos saberes, inclusive e principalmente sobre as questões de gênero necessita acontecer dentro da sala de aula. Precisamos de; [...] uma escola pública capaz, que se vá constituindo aos poucos num espaço de criatividade. Uma escola democrática em que se pratique uma pedagogia da pergunta, em que se ensine e se aprenda com seriedade, mas em que a seriedade jamais vire sisudez. Uma escola em que, ao se ensinarem necessariamente os conteúdos se ensine també