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GNOS E

Arcanjo da Estação: Gabriel Ano Rosa-Cruz - 643

Fraternitas Rosicruciana Antiqua

Junho - Julho / 2021

Aula Lucis Central - Rio de Janeiro - RJ - Brasil


ORGÃO OFICIAL DA FRATERNITAS ROSICRUCIANA ANTIQUA
S U M M U M S U P RE M U M S AN C T UA R I UM
Publicação Mensal
Fundador: Joaquim Soares de Oliveira em 1936
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depois de revisados e adaptados de todos.
quanto ao espaço, à linguagem, e

2
ÍNDICE
O Caminho .................................................................... 04

Igreja Gnóstica .................................................................... 06

Eu Sou .................................................................... 07

A Lei do Triângulo .................................................................... 08

Símbolos e Simbolismo .................................................................... 09

Pistis Sophia .................................................................... 14

A Rosa .................................................................... 16

Magnetismo Pessoal .................................................................... 17

O Amor é o Dom Supremo .................................................................... 19

As Quatro Regras Alquímicas .................................................................... 20

ATIVIDADES PÚBLICAS
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Mensagem do Soberano Comendador da FRA
bres e sábios seres humanos.
Devido a tais conhecimentos
O Caminho dos seus "Adeptos", o Egito

D
ainda hoje é admirado pelos
e acordo com a modernos cientistas que não
ciência antiga, o conseguem compreender e ex-
hermetista, ou plicar suas construções gigan-
adepto do Hermetismo, era, tescas, os fenômenos que aí
ao mesmo tempo, médico do se verificam e as descobertas
corpo, da alma e do espírito. que aí se fazem.
0 Iniciado estudava sempre Champollion, o sábio tradu-
os fatos (corpo), as leis (alma) tor da escrita egípcia, escre-
e os princípios (espírito) em veu: "Tudo foi singular e mis-
ação na natureza. terioso nesse País, para sem-
pre célebre. As primeiras pági-
A Ciência, como a Nature- nas dos anais humanos
za, era viva. A Natureza, com (papiros e gravações escritas
seu corpo, alma e espírito, em granito) nos entretém com
constituía urna única ciência. seus imensos trabalhos e suas
O estudo do corpo, tanto natu- glórias. Os maiores fenôme-
ral quanto social, obedecia às
nos morais se desenvolveram
Leis da Organização - Univer- ainda nessa terra desde a ori-
sal. 0 estudo da vida revelava gem das sociedades huma-
as Leis da Transformação. Do nas".
estudo do espírito descortina-
va as Leis da Criação. Com 0 vale do Nilo gerou por
tais conhecimentos, o herme- muito tempo a calma tão ne-
tista se constitui em Engenhei- cessária a nação como aos
ro e Legislador, poderia dirigir indivíduos, para elaborar gran-
as organizações sociais e ex- des pensamentos e manter a
plorações terrenas. Transmu- felicidade pública e doméstica
tava as sombras em luzes, sobre lares sólidos".
metais vis em metais nobres, "Os antigos sábios Egíp-
animais e vegetais selvagens cios, adepto, prenderam-se
em animais e vegetais úteis com rara predileção a tudo
ao homem} era o alquimista. que era útil, durável e verda-
Mas ia além, transformava os deiro, visando a felicidade do
homens embrutecidos em no-
4
homem e estudo da Natureza, etc., para alcançar a Serenida-
fortalecidos na solidão e medi- de. Vemos hoje nas ordens
tação" modernas (e também em anti-
gas) muitos irmãos se auto en-
A parte as provas de cora-
gem e sangue-frio, de solidari- ganando com a busca inútil de
edade e amor ao próximo, o títulos e comendas que não
Iniciado era submetido a um levam a lugar nenhum só agra-
regime alimentar propício, tro- dando aos caprichos de um
cando lentamente velhos hábi- ego transitório.
tos alimentares por uma ali- "Nas profundezas de tua al-
mentação mais saudável, abs- ma, cravada no muro de tua
tendo-se também do excesso. própria subconsciência, há
uma Pedra... tosca, rija, im-
Champollion* atribuiu à paz
reinante no Egito e ao passível e fria...
"misticismo" do Nilo grande Faísca lhe, molda-a com
ajuda a meditação e realização cuidado, com Amor. Nessa Pe-
dos primeiros grandes Inicia- dra íntima que faíscas está a
dos do referido país. Rosa, o Tesouro de tua Alma!"
Realmente, o tempo empre- Mestre Huiracocha
gado em profundas medita-
ções, no bom sentido, conduz
Afirmações de Poder:
a sadias inspirações, não raro
até ao contato com os Irmãos Eu Sou consciente de meus
maiores do Mundo Superior, deveres no concerto universal!
de acordo com o grau de evo- Eu Sou um obreiro pronto ao
lução do estudante. Serviço!
A meditação bem orientada Eu Sou um canal de Luz pa-
nos mostra o Caminho, sob a ra meus Irmãos! ∆
proteção da Luz Divina, ideal a
percorrer para a conquista da
Serenidade, da Justiça e da nhecido * Jean-Franç ois Champollion, também c o-
c omo Champollion le jeune, f oi um
Verdade. egiptólogo, c onsiderado o pai da egiptologia.

Atente-se bem:
- Nenhum aspirante ao S.C. Basilides R+
Adeptado progredirá sem sub-
meter-se às referidas provas,
e ainda ao combate à inveja, à
avareza, sobretudo a vaidade
5
IGREJA GNOSTICA elemento, se desprendem, e
desprendidas, comunicam-se
conosco, com nossa carne,
com nosso sangue, com o fluí-
do de nossas glândulas onde
existe o ritmo da vida, e nos
tornamos imortais.
Também ELE disse: “Eu sou
a Luz do Mundo.” Os Gnósti-
cos sentem esta LUZ em si
mesmos e tratam de ser esta
LUZ, pela Graça Divina.

C
Esta LUZ é substância viva
HRESTOS, O LO- – seres vivos inteligentes –
GOS SOLAR, indi- que os Gnósticos aplicam no
vidualizado em Je- seu Trabalho material e Espiri-
sus como CRISTO, tual, para descobrirem a ver-
falando da Eucaristia, disse: dade e praticá-la.
“Eu sou o Pão da Vida, Eu O trigo não nasce e a videi-
Sou o Pão Vivo. Quem comer ra não produz, a não ser pela
deste Pão viverá eternamente. radiação do Sol que neles se
Quem comer minha carne e infiltra.
beber meu sangue terá Vida
Eterna e Eu o ressuscitarei. Este Sol visível é o Media-
Quem comer minha carne e dor do Sol Central Invisível
beber meu sangue mora em Crestos Cósmico - Fonte da
mim, e Eu nele.............. Vida, Distribuidor da Vida no
Universo Infinito.
As partículas solares do Pão
são seres vivos que, ao conta- A transformação desta
to com o “Cristo” no Sacerdo- Substância Luz, no Pão e no
te, bem como no “Cristo” em Vinho que se transformam em
cada Ser quando cada Ser re- carne e sangue puros, é o Mis-
velar o Sacerdote em si, isto é, tério da Eucaristia, somente
quando revelar o “Dom Sagra- dado a conhecer e participar
do, e original”, que vive em si aos puros de coração, sejam
desde o PRINCIPIO DOS sãos ou doentes, santos ou
PRINCIPIOS, então estas par- criminosos, vermes ou ho-
tículas solares no pão, como mens, seres do reino animal
em qualquer outro alimento e ou vegetal ou mineral. A Luz

6
ou vegetal ou mineral. A Luz pela Graça do Altíssimo. ∆
se transforma Sac. MigueI –
e atinge estados sublimes
de espiritualidade, assim como
de materialidade. O Mestre EU SOU
Huiracocha diz: « Os Gnósti- Deveis saber que - EU SOU
cos aprendem a manejar esta - é A PRESENÇA DE DEUS
Força Luz, este Mediador, EM CADA SER HUMANO.
Transformador e Redentor. » Nunca se deve esquecer isto.
O Pão não é tão somente ma- EU SOU (é) A VIDA, A LUZ, A
terial; nele está a energia e SUBSTÂNCIA, A INTELIGÊN-
sobretudo a Consciência do CIA E A ATIVIDADE (Nele vi-
Crestos Cósmico, pela ação do vemos, nos movemos e temos
Sol no trigo. o ser), de uma maneira incons-
Também no Vinho se opera ciente. O objetivo destas expli-
o mesmo fenômeno alquímico. cações é prepararmo-nos para
As águas das montanhas se sentir conscientemente nossa
infiltram na terra. Nos seres união com o PAI - EU SOU - o
vivos que formam as águas es- DEUS ÍNTIMO.
tá o Sol da Vida. Os seres das O homem tem dois “Eus’, ou
águas entram nas raízes da está composto de duas entida-
videira; nas suas folhas e nos des: o Eu pessoal, corporal,
seus frutos infiltram-se os rai- objetivo ou CARNAL como o
os Divinos do Sol. Tudo isto é chama São Paulo, e que tem
transmitido ao Vinho que fica sua própria mente; e o EU
então impregnado da Substân- SOU, os quais por meio de
cia Luz Força do Crestos Cós- seus atributos, (o corpo físico
mico. e a mente) têm vida e podem
Na Eucaristia, o Sacerdote mover-se.
ao operar, desperta a Substân- Cada vez que o homem diz -
cia Luz no Pão e no Vinho, e o EU SOU a substância única da
Crestos neles, através o Sa- qual Deus formou o céu e a
cerdote, diz aos fiéis: Este é o terra, se põe em movimento.
meu corpo; este é o meu San- “Que a Luz seja feita” e o flui-
gue. Neles EU SOU. do e a vibração se puseram
Quem assimilar esta Luz te- em movimento. Dizer - EU
rá Vida Eterna porque desper- SOU - é trabalhar sobre esta
tou em si o Cristo Consciente Luz, e por seu meio, sobre to-
da a natureza submissa às
7
modificações da Inteligência. ples e menos prejudicial.
Nem todos os que me cha- Dr. Jorge Adoun
mam: “Senhor! Senhor! serão
salvos, mas somente os que
que cumprem a vontade do Pai
que me enviou”. Pois assim
A lei do Triângulo

A
também, não só é suficiente
invocar a PRESENÇA - EU Lei do
SOU - e cruzar os braços, es- Terná-
perando que os pedidos sejam rio ou
atendidos automaticamente, do Triângulo
ou que alguém os faça sempre tem a sua ori-
por nós; ao contrário, devemos gem na pri-
ser bons filhos, bons pais, meira manifestação da vida em
bons esposos, bons amigos e nosso planeta. Três foram os
bons cidadãos, e em cada um elementos que tornaram possí-
destes postos há muitos deve- vel a manutenção das formas
res para cumprir. rudimentares no globo terres-
tre — a terra, o ar e a água.
Para a realização perfeita é Sem esses elementos primor-
mister cumprir certas condi- diais não seria possível a exis-
ções: tência de nenhuma forma ani-
1° - Ter um corpo são; mada sobre a terra.
2° - Ter uma aspiração pura; A mesma Lei, segundo as
mais antigas filosofias e religi-
3° - Ter uma consciência
ões do mundo, se manifesta
perfeita.
por uma triplicidade; daí, os
Para ter um corpo são, é ne- três Logos, as três Emana-
cessário praticar as indicações ções, as três pessoas da Trin-
seguintes que podem ajudar dade. — Hindu, Persa, Egíp-
muito. cia, Grega, Romana e Cristã
Ao despertar, praticar al- Nas ciências positivas en-
guns exercícios respiratórios, contramos, também. a mesma
pelo menos sete vezes, e que divisão ternária, corroborando,
consistem em fazer 7 respira- assim, os principais elementos
ções rítmicas com a maior pu- de que se compõem os corpos.
reza de pensamento.
Na matemática encontramos
Qualquer exercício é bom, as três dimensões; na Física,
porém indicamos o mais sim- os três princípios; na Mecâni-
8
ca, as três forças; na Música, ideias manifestadas através da
harmonia, melodia e ritmo; na palavra falada ou escrita, assi-
Botânica. raiz, tronco e folhas; nala a existência de um gran-
na Anatomia, cabeça, tronco e de reservatório de conheci-
membros e na Psicologia, cor- mentos que se supõe existir
po, alma, mente ou espírito. nas recônditas dobras da mas-
sa cinzenta do cérebro. Entre-
Assim, pois, somos levados
tanto, sem o calor da corrente
a reconhecer, diante da evi-
invisível de vida que faz funci-
dência dos fatos, uma Lei de
onar o dínamo do coração que,
Trina manifestação regendo os
por sua vez, irriga, pelos ca-
fenômenos do Macro e do Mi-
nais venosos e arteriais, vitali-
crocosmos.
zando-os, os demais órgãos e
Deduzimos, como corolário membros, não poderia funcio-
dessa manifestação, a neces- nar essa rede telegráfica ma-
sidade do conhecimento per- ravilhosa, denominada sistema
feito dessa Lei e a sua aplica- nervoso.
ção imediata na vida humana.
Em última análise, verifica-
A melhor maneira de iniciar-
mos que a Lei do Triângulo re-
mos o estudo dos princípios
ge tanto o homem externo co-
fundamentais que governam a
mo o interno e que o conheci-
nossa natureza é pela divisão
mento dessa Lei nos capacita
do conjunto do ser humano a
a melhor compreender as fun-
que denominamos Homem.
ções do corpo, as sensações
Todo ser humano tem um da Alma e as grandes aspira-
corpo que é o veículo de ex- ções do Espírito. ∆
pressão de manifestação, atra-
THURIZAR R+C
vés do qual percebe-se a exis-
tência de faculdades próprias
que o distinguem sobremodo
das outras espécies existen- SÍMBOLOS E
tes, o grau de sensação, de SIMBOLISMO
sensibilidade, manifestado pe- Jules Boucher
lo homem externo como a ca-
pacidade de reação por parte A palavra "símbolo" vem do
de sentidos sutis que escapam grego sumbolon, sinal de reco-
aos meios físicos ou materiais nhecimento formado pelas du-
de percepção as metades de um objeto que-
brado que tornam a se juntar;
A afluência e variedade de por extensão, essa palavra

9
significa uma representação curso: mudar o rumo da con-
analógica relacionada com o versa) distingue-se do sentido
objeto considerado. anagógico (ana, no alto; ago,
conduzir: elevar o espírito às
A propósito, é bom fazer
aqui uma distinção entre as coisas do alto) por ter o pri-
palavras alegoria, emblema e meiro um sentido moral e o se-
gundo um sentido místico.
símbolo.
A alegoria (do grego, alego- O padre Auber, examinando
o símbolo na aplicação que
ria) pode ser traduzida literal-
dele faz a imaginação na inter-
mente pelas palavras "falar" e
pretação simbólica faz as se-
"outro", isto é "falar de outro
guintes advertências:
modo". Podemos citar como
exemplos de alegorias o apó- Jamais usar o sentido aco-
logo (apo, sobre, e logos, dis-
modatício como algo dado por
curso) uma alegoria moral e a autores sagrados, mas como
parábola (parabolé, compara- uma simples apropriação, feita
ção) uma alegoria religiosa. por nós, da linguagem divina
O emblema (do latim emble- ao assunto que estamos tra-
ma, ornamento que se usa) é a tando.
representação simples de uma Não alterar em nada, sob
ideia. O boi, por exemplo, é pretexto algum, o sentido lite-
considerado o emblema da for- ral ou espiritual, que só pode-
ça. ria ser explicado pela Igreja e
O símbolo é mais amplo, de acordo com a definição do
mais extenso, e sua compre- Concílio de Trento.
ensão relaciona-se intimamen- Enfim, só usar interpreta-
te com os conhecimentos já ções acomodatícias quando
adquiridos por quem o estuda. não reprovadas pelos escritos
O padre Auber, examinando dos doutores e dos mestres
o símbolo em sua aplicação autorizados. O padre Bertaud,
especial a Sagrada Escritura, por sua vez, pede que se res-
distingue quatro sentidos que peitem as duas regras seguin-
podem estar ligados ao símbo- tes:
lo em geral: o sentido literal, o Que a coisa estudada com-
alegórico, o moral ou tropoló- porte realmente um simbolis-
gico e, enfim, o anagógico. mo.
O sentido tropológico Que logo que nos encontre-
(tropos, mudança; logos, dis- mos diante de algo que de fato
10
comporte. um simbolismo, nos do simbolismo que, desvalori-
conformemos, para encontrar zando-o, causaram a sua rejei-
seu verdadeiro significado, ção. Contudo, seu uso, de
com as regras da simbólica às acordo com as regras tradicio-
quais tal coisa está ligada e às nais, parecer ser o único meio
quais o autor se sujeitou em de explicar o inefável.
sua composição. Tais limita- "O símbolo, diz Jean C.-M.
ções não foram observadas, Travers, é como uma sensível,
muito pelo Contrário, pelos au- com consistência própria, mas
tores religiosos. Huysmans, através do qual se pode perce-
em seu livro A Catedral, obser- ber uma relação de significa-
va "que os simbolistas não se ção. Antes de significar, ele já
limitaram a converter em cur- possui, em seu poder, sua na-
sos de catecismo tratados de tureza própria. Ele se apresen-
botânica, de mineralogia, de ta primeiro como um ser co-
história natural, e de outras nhecido por ele mesmo, depois
ciências; alguns, entre os apenas como um ser que tem
quais São Militto, acabaram uma relação de significação
aplicando seu processo de in- em outro termo."
terpretação a tudo o que en-
contravam: uma cítara trans- O mesmo autor cita estas
formou-se, para eles, no peito palavras de Brunetiêre: "O
dos homens devotos; os mem- símbolo é imagem, é pensa-
bros do corpo humano se me- mento... Ele nos faz captar,
tamorfosearam em emblemas: entre o mundo e nós, algumas
assim, a cabeça significava o dessas afinidades secretas e
Cristo; os cabelos, os santos; dessas leis obscuras que po-
o nariz, a discrição; as nari- dem muito bem ir além do al-
nas, o espírito de fé; o olho, a cance da ciência, mas que
contemplação; a boca, a tenta- nem por isso são menos cer-
ção; a saliva, a suavidade da tas. Todo símbolo é, nesse
vida interior; as orelhas, a sentido, uma espécie de reve-
obediência; os braços, o amor lação".
de Jesus, etc.; e esses escrito-O simbolismo é, com efeito,
res estenderam seu estilo de uma verdadeira ciência que
exegese aos objetos mais usu-tem suas regras precisas e cu-
ais, aos utensílios, até aos ins-
jos princípios emanam do
trumentos que se encontravam mundo dos Arquéticos9. Na
ao alcance de qualquer um" Maçonaria, o símbolo é cons-
São precisamente os abusos tante e latente em todas as su-
11
as partes. É preciso, portanto, se possa negar seja o valor,
penetrar pacientemente seu seja a necessidade do simbo-
significado. lismo em nossa Ordem. Os
que se obstinam nessa atitude
Somente pelo estudo dos
símbolos é que se pode che- não percebem que estão ne-
gar ao esoterismo. Apenas gando, ao mesmo tempo, o ca-
considerando o exoterismo dos ráter filosófico da Franco-
símbolos, isto é, interpretando- Maçonaria e que, desse modo,
os num sentido quase literal, é privam-na de sua virtude es-
que chegaremos a julgar os sencial".
Ritos fora de uso ou caídos em O estudo aprofundado dos
desuso. símbolos e, sobretudo, dos
símbolos maçônicos pode le-
Damos aqui uma explicação
e uma interpretação do simbo- var muito longe. Nesta terra,
lismo maçônico; mas não po- tudo é símbolo; as próprias pa-
demos ter a pretensão de pos- lavras, na realidade, não pas-
suir a qualidade de "Iniciado". sam de símbolos das ideias.
Diríamos até que é preciso Na vida corrente, são muitos
desconfiar prudentemente de os símbolos de deferência, de
todo indivíduo que se gaba ou amizade, de alegria, de luto
se vangloria de ser um etc. O homem que saúda tiran-
"Iniciado", ou, em outras pala- do o chapéu ou inclinando a
vras, de ser o único a estar de cabeça simboliza com isso a
posse do Conhecimento e da deferência que ele quer mani-
Verdade. festar à pessoa saudada; o
aperto de mão - que se trans-
"Iniciado" (de initium, come-
formou numa cortesia banal - é
ço) quer dizer simplesmente
um símbolo de afetividade, de
"colocado no caminho", e o
cordialidade, de devotamento,
Maçom sincero sabe, mesmo
quando se tornou Companhei- de lealdade; sua recusa é sím-
bolo de inimizade. O brinde é
ro e Mestre, que ele continua a
um símbolo de amizade e de
ser um Aprendiz.
esperança em alguém ou em
Henry Thiriet, lamentando a alguma coisa. Por que levantar
negligência na qual alguns dei- a mão direita por ocasião de
xavam o estudo do simbolis- um juramento senão para sim-
mo, escrevia: "Não consigo en- bolizar a sinceridade? O anel
tender, a não ser como uma de casamento não simboliza,
enfermidade do espírito, que acaso, a aliança indefectível

12
que deve unir os esposos? etc. de obreiros. Esses últimos, por
Todo mundo compreende certo, são os primeiros, mas
esses símbolos simples e ba- não se pode fixar, a não ser
aproximadamente, a época em
nalizados. Mas existem outros
símbolos menos frequentes, que a Franco-Maçonaria, de
mais ocultos: filosóficos, religi- operativa, tornou-se especula-
osos, iniciáticos. Às vezes, tiva. Voltaremos a este assun-
sua casca é dura de ser que- to ao tratar das "associações
brada, mas a semente, uma de obreiros".
vez libertada, mostra-se tanto A "Arte de construir" o Tem-
mais deliciosa! plo ideal: eis o objetivo pro-
FORMA PARTICULAR DA posto pela Maçonaria. Esse
Templo é, primeiro, o Homem,
INICIAÇÃO MAÇÔNICA.
e, depois a Sociedade. Na ini-
Cada "iniciação" tem suas ciação maçônica, o profano,
formas particulares e a Inicia- ao "receber a luz", toma-se
ção Maçônica, derivada das aprendiz-maçom; seu trabalho
iniciações operativas e das as- essencial consiste em
sociações de obreiros liga-se, "desbastar a pedra bruta" e
por um lado, à arte de constru- para isso bastam-lhe dois
ir, e, por outro, com o mito de utensílios: o Cinzel e o Malho.
Hiram, aos "mistérios antigos". Quando sua habilidade se tiver
Certos autores, mais imagi- desenvolvido, ele se tornará
nosos do que críticos, afirma- "companheiro" e aprenderá o
ram, sem provas válidas, que uso de novos instrumentos.
a Maçonaria era a continuação Mais tarde, terá acesso ao
da Ordem dos Templários; ou- grau de "Mestre", que lhe dará
tros disseram que ela havia o direito e o dever de ensinar
sido instituída pela misteriosa a Ciência Maçônica aos Apren-
Fraternidade dos Rosa-cruzes dizes e aos Companheiros.
(Fama Fraternitas); outros ain- Nos dois primeiros graus, o
da quiseram fazer remontar Maçom age sobre si mesmo:
sua origem a tempos imemori- de "Pedra Bruta" ele se torna
ais; alguns chegaram até "Pedra Cúbica" e pode, então,
Adão, por eles transformado integrar-se em seu lugar no
no primeiro franco-maçom! edifício, ou melhor, no Templo
Existe certo parentesco en- ideal. Esse trabalho é de reali-
tre os símbolos e os ritos ma- zação mais ou menos demora-
çônicos e os das associações da; algumas pessoas jamais

13
conseguirão "desbastar a Pe-
dra Bruta", não por falta de ca-
pacidade, mas justamente por- PISTIS
que não sentem necessidade
disso. Estes, embora iniciados
SOPHIA
ritualmente, não chegaram a
receber verdadeiramente a luz.
É sobre esses "Maçons",
que não são maçons, que o
público forma seu julgamento
P
significa
ISTIS
para
nós,
FÉ.
e, por isso, a Franco-
Maçonaria, cuja verdadeira Não, porém, esta fé habitu-
grandeza é desconhecida, é al, que resulta da aceitação
caluniada. vulgar de uma opinião estra-
A forma particular da Inicia- nha, simplesmente porque nos
ção maçônica é expressa pe- contam.
los símbolos do Esquadro e do Não... Fé, no sentido
Compasso, cujo simbolismo bíblico, é uma força: a força
examinaremos adiante. Ragon, mágica que basta ter tanto
Oswald Wirth, Plantageneta, quanto um grão de mostarda;
Bédarride, Marius Lepage, pois é suficiente para levantar
Mme. A.Cédalge, Ed. Gloton e uma montanha e lançá-la ao
muitos outros autores se esfor- mar.
çaram para fazer voltar ao pri- Sofia quer dizer ciên-
meiro lugar o estudo do simbo- cia (já o sabemos). De manei-
lismo maçônico.
ra que Pistis Sophia é crença
Eles nos indicaram o cami- no poder, é crença na ciência;
nho e se, as vezes, nós os cri- é teurgia; é magia branca, cuja
ticamos, não desprezamos chave, naturalmente, não se
seus esforços reais e os servi- pode dar neste texto (porque
ços por eles prestados à Ma- só é transmitida em lições se-
çonaria. cretas).
A diferença, perante
a teosofia, reside no fato de
(Texto do seu livro - A Sim-
que esta é teoria, e muitos dos
bólica Maçônica -Edit. Pensa-
seus seguidores são, até con-
mento) ∆
trários à prática da magia; ao
passo que o gnóstico, a seu

14
mo d o , prefere, p r i me i r a - me n ci o n a d o l i vr o ve i o a t é
me n t e , o co n t e ú d o d e Pi st i s n ó s n e ce s sa r i a me n t e , e é
S o p h i a , p a r a , só d e p o i s , n o s so Pa t r i a r c a d o e f i e l
c o mp r o v a r a p r á t i ca d o s f a - g u a r d a d o r d e t ã o a p r e ci a d a
t o s . A ssi m, p o r t a n t o , e l e jo i a .
o b se r va , r e a l e e f e t i v a me n - Ei s a q u i p o r q u e a cr í t i -
t e , s u a a p r e n d i za g e m se m ca histórica não pode falar,
n e n h u ma e s p e cu l a ç ã o p r e - c o m ma i s a ce r t o , s o b r e
c o n ce b i d a . a q u e l a o b r a q u e t e m si d o a
E n t ã o , é r a ci o n a l e B í b l i a Sa g r a d a d o s g n ó s t i -
ju s t o q u e a l g u n s cr í t i co s c o s , e m t o d a s a s é p o ca s.
s u p o n h a m, a n t e a f a l t a d e A vi d a mo d e r n a o f e r e c e
c o n co r d â n ci a e d e h o mo g e -
um grave perigo. Trata-se
n e i d a d e n a s p a r t e s d e ss a d e co n si d e r a r q u a n t o q u e a
o b r a , q u e n ã o f o i e scr i t a H u ma n i d a d e p e r ca o h u ma -
s o b a su je i ç ã o d e u ma u n i - n o e s e t o r n e má q u i n a .
d a d e e d e u m p l a n o t r a ça d o
p r e vi a me n t e ; p o r é m, i ss o E s se p e r i g o , p o i s , é
s e e xp l i ca p o r q u e n a t r a d u - t a n t o ma i s i mi n e n t e q u a n t o
ç ã o d e Sc h wa r t ze , b e m co - ma i s se t r a t e d e ma t a r a
mo n o có d i ce d o mu se u d e p e r s o n a l i d a d e – co mo p r o -
L o n d r e s , s ó e xi st e m f r a g - c u r a m f a ze r o s d a t e o so f i a
me n t o s d o c u me n t a i s q u e a l - ( se ja n o O r i e n t e , se ja n o
g u ma s p r e t é r i t a s e s co l a s O ci d e n t e ) .
g n ó s t i ca s, s e m d ú vi d a , q u i - E n t ã o , a ú n i c a sa l va çã o
s e r a m p r e se r va r e o s d e i xa - s ó p o d e r á se r e n c o n t r a d a
r a m e sp a l h a d o s à p o st e r i - n o Cr i s t i a n i s mo E so t é r i co ,
dade. q u e , p r e ci sa me n t e , cu i d a
O l i vr o co mp l e t o – i n - d e sa l va r o Eu : b a s t a ve r
t a c to – o a u t ê n ti co , o o r i g i - n o Ap o ca l i p s e d e Sã o Jo ã o .
n a l g r e g o , t a l co mo f o i e s - Um Eu forte e potente,
c r i t o co m t o d a su a p u r e z a c o m o s a va n ço s d a t é c n i ca ,
d e e n si n a me n t o s , co mo r e - s e r á o e i xo , p a r a n o r t e a r a
l í q u i a e so t é r i c a , e st á e m H u ma n i d a d e d o p o r vi r . De s -
p o d e r d e n o ss a Sa n t a I g r e - s e mo d o , t u d o o q u e se p r o -
ja , q u e o t r a n s mi t e a p e n a s p o n h a o p o r o b st á cu l o s a
à q u e l e s d o t a d o s d e co n d i - t a i s a v a n ç o s d e ve s e r co m-
ç õ e s p a r a r e ce b e r s u a s p r o - b a t i d o . ∆
f u n d a s e cl a r a s ve r d a d e s. O
M.: Huiracocha
15
A rosa é, junto ao símbolo
da alma, que deve florescer
A ROSA sobre a cruz (o corpo), o sím-

U
bolo do sol, e é uma flor solar.
m dis- É curioso que floresça apenas
cípulo sob o signo de Leão (signo do
da sol), no mês de junho-Julho, e
América Central floresça novamente em Sagitá-
pergunta-me: Por que é que os rio, no início de Novembro. Is-
rosa-cruzes, como os orien- to aqui na Europa Central, e
tais, não levaram a flor de ló- na África do Sul e América do
tus ou, como os franceses, a Sul? o mesmo. É a única flor,
flor-de-lis como símbolo, mas neste sentido, universal. Em
a rosa? Por que é que deveria todos os outros lugares só flo-
ser precisamente a rosa? resce sob os sinais Câncer-
Leo e Scorpion-Sagittarius.
Não quero deter-me na ex-
plicação simbólica da rosa, Já que estou a falar de can-
porque então tudo o que digo cro, é interessante observar
sobre a flor-de-lis e a flor-de- que na terrível doença a que
lótus poderia ser aplicado. Vou chamamos cancro, o microrga-
explicar por que é precisamen- nismo que o provoca tem a
te a rosa que está unida à mesma forma que o cancro ou
Cruz. o caranguejo. E se me for dito
que ainda não foi possível es-
A rosa é a única flor que tudar o bacilo com tal preci-
não existe num estado natural são, responderei aos meus co-
selvagem em qualquer lugar, legas médicos que existem
mas deve-se exclusivamente muitos meios que estão fora
ao esforço humano. Há em to- do seu alcance, e o tempo pro-
do o lado as roceas, aquela vará que tenho razão. As ob-
pequena flor de onde saiu a servações de um famoso as-
rosa, tal como a conhecemos trónomo alemão sobre as ema-
nos seus milhares de varia- nações radiantes provaram
ções. Todos os povos da anti- que, na realidade, as influên-
guidade, Babilónia, Egito, os cias dos raios que recebemos
antigos mexicanos etc., etc., do céu estão em relação à
dedicaram-se ao cultivo da ro- constelação de onde provêm.
sa. É a única planta que o es- Platão, repetindo os caldeus,
forço humano levou à perfei- considerou a constelação de
ção. Câncer como a porta escura
16
onde as almas encarnavam; e mos fracassar.
os egípcios colocaram nesta O nosso trabalho diário exi-
parte do céu, nos seus mapas, ge um enorme desperdício de
o sinal da morte. Perdoe-me
forças, em que tudo é uma difi-
esta digressão que parece ter- culdade, e só aquele que irra-
me afastado do meu assunto, dia forças magnéticas, os su-
embora na ciência da Cruz Ro- cessos chegam até ele por si
sacruz tudo esteja maravilho- só, sem grandes esforços.
samente relacionado). Muitas escolas ocultas desen-
Os rosa-cruzes pintam sobre volvem-se, ou pelo menos fin-
a cruz sete rosas que corres- gem desenvolver a força de
pondem a sete glândulas, en- vontade, mas os mais poucos
tre elas a glândula pineal, al- sabem o que é força de vonta-
gumas com uma forma exata- de.
mente igual à rosa, e o mantra Como em todas as coisas
encontra-se nas vogais O-A. que se relacionam conosco,
Eu não quis, repito, ir à ex- temos um aspecto duplo. Te-
plicação simbólica porque de- mos uma vontade física, men-
pois preencheria este número, tal se quiser, e consciente,
uma vez que em todos os po- com a qual muito se consegue,
vos antigos o símbolo da rosa mas que não pode ser energi-
é conhecido.∆ zada, e uma verdadeira vonta-
Revista Rosa-Cruz nº1 - de, a vontade mágica, que não
é consciente, mas pertence ao
jan/1928
Subconsciente, que é parte in-
tegrante do Ego cósmico, e es-
Magnetismo pessoal ta é a que pode ser energiza-
da, apenas por meio de práti-

A
cas Rosa-cruzes.
luta pela vida, o Há escolas que dizem: as
caminho para o forças cósmicas, prana, estão
triunfo, exige for- unidas às frutas e a todos os
ças magnéticas; sem o desen- alimentos que ingerimos, não
volvimento se pode, portanto, ter magne-
de poderes
tismo pessoal comendo carne,
interiores e a é necessário, dizem, optar por
sua aplica- um alimento absolutamente
ção na vida vegetariano, alguns levam-no
prática, va- ao exagero e comem apenas

17
coisas cruas. solar é a antena ou receptor.
Há uma escola que diz: toda Tudo se resume, portanto, a
a força penetra através das aumentar a sensibilidade e a
narinas, só os exercícios res- ação destes dois pontos de
piratórios, como os pregados partida e de recepção. Com
pelos hindus, nos podem dar a isto podemos forçar outros a
chave para o desenvolvimento fazer o que é conveniente para
dos nossos poderes ocultos. E nós.
ainda outras escolas dizem: Aquele que alcança estes
muito bem a comida vegetal e poderes está protegido de to-
superior a questão dos exercí- das as misérias, de todas as
cios respiratórios, mas tudo é dificuldades, já não é um es-
inútil se deixarmos as nossas
cravo, mas um Senhor na Vi-
forças ir para as asas de da.
Vénus. O Mestre deve abster-
se de qualquer contacto car- As práticas Rosa-cruzes,
nal, deve ser celibatário, caso que vão diretamente para este
contrário nunca terá força, objeto, são, portanto, algo
nunca gerirá o magnetismo grandioso. A pessoa, que lida
pessoal. com eles, pode estar tempora-
riamente na pobreza, terá cir-
É uma lei oculta que os dife- cunstancialmente um inimigo e
rentes planos não devem ser fracassos superficiais, mas
misturados, e com as coisas sem esperar muito, todo o bem
físicas nada se consegue no -estar, abundância e sucesso
plano astral, e o astral, se não virão até ele.
se souber dirigi-lo, na sua
ação, no corpo físico, será nu- O sucesso e a vitória são
lo. coisas positivas que dominam
e dominam a vida neste plano
O magnetismo é um elemen- e no futuro, e é um erro grave
to, um fator de vida; tem um
querer passar uma vida cheia
princípio de força e de ação de humilhações, fracassos e
mística. privações para esperar todos
O magnetismo pessoal é a os benefícios na vida após a
irradiação de uma influência morte.
que emite e recebe, e o nosso
Não, senhor! As condições
corpo não passa de um apare- psíquicas marcam a sua marca
lho de rádio, no qual a glându- característica no nosso ego
la pineal é o emissor e o plexo individual, aquele que conse-

18
guiu impor-se, triunfar nesta nos cofres sagrados da Frater-
vida, a continuação dos seus nidade Rosa-cruz, apenas nós
triunfos sorrir-lhe-ão, também os temos e apenas os inicia-
quando abandona o envelope dos autorizados a comunicá-
carnal. los os damos.
Ascetismo, a submissão, é Não se esqueça, então, que
causa e efeito, portanto, rejei- seja o que for, de onde quer
to como um chela de magia, que venha e para onde quer
toda e qualquer imposição que que vá, eu recebo-o de braços
finja tirar um ápice da minha abertos.∆
autoridade positiva. Não me Revista Rosa-cruz Ano II, Nº 3
submeto às autoridades ecle-
siásticas, por mais liberais que O amor é o dom supremo
se possam chamar, nem admi-

A
to a orientação de um messi-
as. O único salvador, o único inda que eu fale as
guia, aquele que disse: "Eu línguas dos homens
sou o caminho, a verdade e a
e dos anjos, se não
vida", é o Cristo cósmico, fun-
damentado em nós como um tiver amor, serei como o bronze
corpo astral, e só através dele que soa, ou como o címbalo que
podemos alcançar a iniciação. retine.
O mágico pensa com o cora- Ainda que eu tenha o dom de
ção e sente com o cérebro. profetizar e conheça todos os mis-
Se você, caro leitor, nada térios e toda a ciência; ainda que
mais teve do que teorias que eu tenha tamanha fé, a ponto de
lhe foram comunicadas, seja
lendo livros ou ouvindo orado- transportar montes, se não tiver
res teóricos, perdeu o seu amor, nada serei.
tempo; o que você sabe entrou E ainda que distribua todos
no cérebro e morre com ele
sem sequer deixar vestígios. os meus bens entre os pobres e
ainda que eu entregue meu corpo
Os verdadeiros segredos
para ser queimado, se não tiver
não são publicados através de
livros, apenas os iniciados es- amor, nada disso se aproveitará. ∆
tão autorizados a dar-lhes, e Epístola de São Paulo aos Co-
as práticas que foram manti-
ríntios - Cap. XIII .
das durante séculos e séculos

19
AS QUATRO REGRAS ALQUÍMICAS
Dr. Franz Hartmann R+C

1 — SEGUE A NATUREZA.
É inútil buscar o Sol com a luz de
uma vela
2 — PRIMEIRO CONHECE, DE-
POIS ATUA.
O conhecimento real constitui o tri-
ângulo composto por:
VER, SENTIR E COMPREENDER.
3 — NÃO USES PROCEDIMENTOS COMUNS; USA SO-
MENTE UMA VASILHA, UM FOGO, UM INSTRUMENTO .
O caminho do êxito descansa na unidade de Vontade e
Propósito e na justa adaptação dos meios ao fim.
Há muitos caminhos que conduzem ao centro celestial. O
que segue a Senda escolhida, pode ter êxito, enquanto que o
que tenta caminhar por muitos caminhos ficará atrasado.
4 — MANTÉM O FOGO CONSTANTEMENTE ARDENDO .
Se permitimos aos metais fundidos resfriarem, antes de
sua transmutação, em outros mais puros, os mesmos retor-
narão à sua primitiva condição e todo o processo terá que
ser reiniciado desde seu principio.
Usa a lâmpada inesgotável, sua luz não se perde, a menos
que seja arrancada pela força.
.

Fraternitas Rosicruciana Antiqua


Rua Saboia Lima, 77 Tijuca Tel.: 21- 2254-7350 - RJ - CEP:20521-250
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