Personagens: A e B. (A está parado, entra na cena feliz e desfruta dos encantos do lugar. Chega B e, surpreendido ao encontrar A, o observa, o cheira, o toca e finalmente o adverte)
B: Você, o que faz parado neste lugar?
A:(Feliz) E…estou parado B: Você não pode ficar parado neste lugar. A :(Feliz e confuso) Por que? B: Porque eu sou o dono deste lugar A: Então vou me sentar (A se senta, B o observa) B: Também não pode estar sentado A: Então vou me deitar B: Também não pode se deitar A: Então vou caminhar B: Também não pode caminhar A: Então vou correr B Também não pode correr. você não pode ficar neste lugar. Eu sou o dono daqui. A: Então vou pra outro lugar B: Nesse lugar você também não pode estar A: E neste? B: Também não A: E neste? B: Também não! Você não pode estar em nenhum lugar. Todos os lugares são meus. A: Então devo ir embora? B: Se tiver que ir… A: Então…adeus! B: Adeus, senhor. A: Adeus… B: E…? O que você está esperando? Vai ou não vai? A: Ah! É que eu gosto tanto deste lugar. B: Mas você vai ter que ir embora A: Tenho que ir…que pena! Este seu lugar é tão bonito. B: Você acha bonito? A: Sim. Você está de parabéns! É um lindo lugar! B: Mas você vai tem que ir embora. A: Tenho que ir B: E o que você está esperando pra ir? A: E se eu não for…o que você faria? B: Eu te mataria! A: Ah! Me mataria! B: Sim… e com um punhal A: E onde você vai me acertar? B: Na região abdominal A: Aí que lindo! Eu gostaria muito de morrer nesse lugar… B: Vou buscar o punhal! (Sai) A: Eu amo este lugar! B: (volta com o punhal) Aqui está o punhal! A: Você vai me acertar? B: Vou te acertar A: Aí!! B: Te matei! A: Me matou! Estou completamente morto. B: (Deixa o punhal, levanta A, tenta carregá-lo) A: O que você está fazendo? Pra onde você está me levando? B: Para o cemitério! A: Por que ao cemitério? B: Para te colocar numa cova! A: Não, eu quero ficar neste lugar. B: Não senhor, eu vou levá-lo. A: Então eu não morro! B: Você está, tem que estar morto. A: Não e não! Não morro. Eu quero ficar neste lugar! B: Não, eu vou levá-lo. (eles lutam até que A consegue escapar e começa a chorar em um canto). Não chore que eu não suporto as lágrimas. A: Desalmado!...Homem sem sentimentos!...Cruel…Desumano!...Sem piedade!...Profanador!... (chora). B: (Ao escutar A, se comove e explode em lágrimas. Choram os dois em coro). Me comoveu. Você tem razão! Fui muito injusto com você. Me dá um abraço! A: (Recusa perdoá-lo, mas B insiste e A cede. Se abraçam) B: Não guarde rancor de mim. Me perdoe, reconheço que fui cruel.. Quero me desculpar. Te dou esse lugar. A: Você me dá? (surpreso) B: Sim, é todo seu. A: E posso parar em qualquer lado? B: Pode parar onde quiser A: (Vai parando em diversos lugares) Aqui? B: Sim! A: E aqui? B: Sim! A: E aqui? B: Também! Vou buscar papel e caneta para assinar a escritura! A: Ai, que não me aguento de tanta felicidade. Ai, que não me aguento de tanta alegria Ai, sou proprietário de uma propriedade! B: (Sai para buscar o papel e a caneta) A: Sou feliz! Sou de verdade! Sou dono de propriedade! (Canta e dança a canção do proprietário) B: (Volta com as escrituras) Tome, este é o título de propriedade. A: (Pega em silêncio as escrituras e começa a ler. B o observa e logo para em um canto. Se aproxima de B em silêncio e diz para ele) B: E…estou parado A: Você não pode ficar parado neste lugar. B: Por que? A: Porque esse lugar é meu. B: Então vou me sentar (B se senta, A o observa) A: Também não pode estar sentado B: Então vou me deitar A: Também não pode se deitar B: Então vou caminhar A: Também não pode caminhar B: Então vou correr A: Também não pode correr. você não pode ficar neste lugar. Eu sou o dono daqui.