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O Cinema No Ensino de Filosofia
O Cinema No Ensino de Filosofia
Um Resumo Estendido
Maceió
2020
Daniel Vitor Alves de Lima
José Guimarães Lira Neto
Romério José da Silva Santos
Um Resumo Estendido
Maceió
2020
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 3
FILOSOFIA DELEUZIANA E FILOSOFIA TRADICIONAL .......................................... 3
A CARTOGRAFIA COMO PRÁTICA DE PESQUISA E INTERVENÇÃO ................... 4
AS IMAGENS FÍLMICAS COMO FORÇAS DE MOVIMENTO DO PENSAMENTO 5
CINEMA E FILOSOFIA EM SALA DE AULA:.................................................................. 6
REFERÊNCIA .......................................................................................................................... 8
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INTRODUÇÃO
Sua dissertação tem por fundamento as obras de Gille Deleuze e de Félix Guattari, seu
método escolhido foi a cartografia de intervenção filosófica na educação, com a sua
aplicabilidade na Unidade Escolar Nossa Senhora da Paz, Teresina, Piauí.
Para Deleuze, afirma Moura, que a filosofia deleuziana está concentrada na produção
de conceitos a partir da ação em meio ao pensamento em sala de aula se diferenciando da
filosofia tradicional, que busca os conceitos através da contemplação dos alunos através da
problematização da realidade.
Em primeiro lugar, diz Moura, devemos compreender que três elementos são
necessários para a criação de conceitos: o plano de imanência, os conceitos e os personagens
conceituais. O plano de imanência é o lugar de onde se captura elementos que serão utilizados
como obra-prima para a produção de conceitos. É sair do seu território e se inserir em um
território desconhecido com o objetivo de colher componentes que serão utilizados futuramente
na criação de novos conceitos.
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Deleuze afirma que a filosofia deveria ser isenta de pressupostos, mas essa filosofia é
quase impossível, pois toda filosofia parte de imagens de pensamento pré-estabelecidas. Com
o objetivo de ser o mais isento possível, Deleuze mapeia-os como objetivo e subjetivo; sendo
os conceitos objetivos, conceitos utilizados pelas ciências e pela filosofia como um ponto de
partida, uma “lei”, algo a ser observado por todos; enquanto o conceito subjetivo parte das
percepções pessoais.
No capítulo dois, Moura explica o método cartográfico, no qual ela utilizou para realizar
sua pesquisa. Trata-se de um método baseado em ideais geográficos para elaboração de mapas,
cartas e representação de objetos e fatos relacionados ao território que o ser humano habita.
Moura, ao escolher esse método, tem como objetivo transformar a sala de aula em uma
oficina de criação de conceitos, onde se pensa durante o caminhar, e com esse pensamento se
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cria caminhos. Nessas oficinas, os alunos não são espectadores passivos, mas sim
“pesquisadores-cartográficos, nômades, em processo de construção de mapas de território,
montando seu próprio percurso nas intervenções filosóficas” (MOURA, 2020, p.53).
A imagem tempo é a imagem direta do tempo, ou seja, é uma imagem da realidade tal
como ela é. Ao falar sobre isso, Deleuze expõe o fato de que no cinema, o plano de imagem do
filme não tem perspectiva clichê. A imagem-cristal é o aprofundamento na discussão da
imagem tempo, sendo expressa na tela de maneira fragmentada, na qual, cada fragmento exibe
um determinado momento no tempo. Como afirma Moura: “A criação do conceito de imagem-
cristal nasce, então, como respostas a exigências das situações óticas e sonoras puras.”
(MOURA, 2020, p.76).
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Seis oficinas foram realizadas na Unidade Escolar Nossa Senhora da Paz, em Teresina-
PI, com a participação de 36 estudantes pertencentes ao Primeiro e Terceiro Ano do Ensino
Médio, e professores de filosofia. Ela mapeou sua pesquisa em observância ao método
cartográfico de pesquisa-intervenção, documentando os resultados de cada encontro, como por
exemplo, a maneira que os alunos interagiam no território de pesquisa.
Na escolha dos filmes, os alunos foram consultados sobre seus interesses pessoais no
que se refere a entretenimento e obteve diversas respostas do qual lhe rendeu uma variedade de
opções de gêneros cinematográficos, como: ação, ficção científica, comédia, romântico, terror,
guerra, drama e etc.
Após a realização das oficinas, foi elaborada uma roda de conversas, tendo em vista a
opinião de todos os participantes sobre as atividades realizadas, e um dos aspectos negativos
observados pelo grupo foi a carga horária, considerada insuficiente para as atividades propostas.
Quanto aos aspectos positivos segue os seguintes comentários:
— Foi interessante a ideia de juntar cinema e filosofia para estudar temas filosóficos,
pois agregou novas experiências e novos conhecimentos.
— O trabalho em equipe tornou possível uma maior interação entre os participantes
para planejar e executar as atividades da proposta.
— As rodas de conversas foram importantes, pois a escuta das exposições dos
resultados das pesquisas, das análises dos filmes exibidos ajudaram a compressão dos
temas.
— A superação das expectativas deles, pois na apresentação da proposta ficaram
curiosos, mas em dúvidas quanto a relação entre os temas filosóficos e o cinema, no
entanto, o desenvolvimento das atividades mostrou que é possível trabalhar cinema e
filosofia para estudar temas filosóficos. (MOURA, 2020, p. 93, apud Caderno de
Anotações. Registro 12).
Para concluir, Moura evoca mais uma vez o método cartográfico como pesquisa-
intervenção como uma ferramenta importante para a realização da sua pesquisa e na produção
de conceitos, junto aos filmes exibidos para os alunos.
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REFERÊNCIA