Você está na página 1de 1

A data: 15 de Setembro de 2015

A hora: 6:27 da manhã.


O Local: Meu quarto, ainda debaixo do cobertor esperando o despertador parar de tocar.
O tempo: Meia Estação, inverno com ar de verão e rajadas de vento gélido.

Pela Fresta da janela vejo o amanhecer de uma manhã fria, enquanto passeio a mão pelo
lençol em busca do celular para desligar o despertador.
O aparelho é pequeno, um modelo antigo, eu mal consegui achar.
Ouço os passarinhos nas árvores, um pé de laranja dá sombra bem na janela do meu quarto e
consigo ouvir a vizinha, Dona Jacira, conversar com o marido (Ele sempre concorda com ela,
afinal, já se acostumou com o temperamento rígido da esposa).

Levanto-me e vou em direção ao banheiro e percebo a luz acesa, mais uma vez esqueci-me de
apagar ao ir dormir (Estarei com algum problema de memória? Talvez).

Uma fileirinha de formigas caminha em direção ao açucareiro, umas 30 no máximo, todas


muito rápidas e certeiras em carregar minúsculos grãos açúcar nas costas.
Um vento chato com aroma de café toma conta da casa.
Minha xícara tem um trincado na borda, mas não ligo, era de minha avó.
Fico alguns minutos em frente ao guarda roupas esperando o cérebro decidir quantas camadas
de roupa colocar sabendo que ao passar do meio dia terei que tirar alguns casacos.

Chego ao trabalho as 08:00 em ponto, começo as aulas e já tem uma turma com crianças
pequenas me esperando, todas bem arrumadas, agitadas, quanta energia.
Em meio a cantigas, papeis, livros e risadas passamos o dia.
Chega o horário do lanche, o cheirinho de comida passeia pela escola, me despeço dos
colegas e da turma, passo na cozinha pra provar um pouco da merenda mas sem demora vou a
saída, os ônibus escolares, aqueles amarelos, com vários lugares, chega com mais alunos.
Ao fim do dia passamos juntos com diversão e risadas, mas temos que ir, o vento fresco
retorna ao ar.

Em casa, na cozinha, as formigas ainda passeiam, com os grãos de açúcar nas costas, em
fileiras, sem descanso.
Vou descansar também... O sono pesado me convida a dormir.
Esqueço mais uma vez a luz da cozinha acesa. Não vou apagar, amanhã é outro dia.

Você também pode gostar