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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

CONDUTORES ELÉTRICOS

LINHAS ELÉTRICAS

1- Condutores elétricos

Os condutores elétricos constituem os principais componentes das linhas elétricas


que conduzem eletricidade até as cargas elétricas. Define-se condutor elétrico
como sendo o produto metálico, geralmente de forma cilíndrica, utilizado para
transportar energia elétrica ou transmitir sinais elétricos.

Basicamente podemos considerar três tipos de condutores elétricos:

• fios – usados diretamente no transporte de eletricidade. Podem ser nus (sem


isolação) ou com isolantes (PVC, PE, XLPE, EPR, Neoprene, etc).

• cabos – são os conjuntos de fios encordoados, isolados ou não entre si, podendo
o conjunto ser isolado ou não. ou com isolantes (PVC, PE, XLPE, EPR, Neoprene,
etc).

• barramento – condutor rígido, em forma de tubo ou de seção perfilada. São


utilizados diretamente em equipamentos, tais como quadros de distribuição de
energia elétrica.

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2- Tipos de linhas elétricas (Tabela 33 da NBR 5410)

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3-Capacidade de condução de corrente dos condutores.

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4-Temperatura ambiente.

O valor da temperatura ambiente a utilizar é o da temperatura do meio circundante


quando o condutor considerado não estiver carregado.

Os valores de capacidade de condução de corrente fornecidos pelas tabelas 36 a 39


são referidos a uma temperatura ambiente de 30°C para todas as maneiras de instalar,
exceto as linhas enterradas, cujas capacidades são referidas a uma temperatura (no
solo) de 20°C.

Se os condutores forem instalados em ambiente cuja temperatura difira dos valores


indicados em (30°C para todas as maneiras de instalar, exceto as linhas enterradas,
cujas capacidades são referidas a uma temperatura (no solo) de 20°C), sua
capacidade de condução de corrente deve ser determinada, usando-se as tabelas 36
a 39, com a aplicação dos fatores de correção dados na tabela 40.

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Os valores de capacidade de condução de corrente fornecidos pelas tabelas 36 a 39
são válidos para o número de condutores carregados que se encontra indicado em
cada uma de suas colunas.
Para linhas elétricas contendo um total de condutores superior às quantidades
indicadas nas tabelas 36 a 39, a capacidade de condução de corrente dos condutores
de cada circuito deve ser determinada, usando-se as tabelas 36 a 39, com a aplicação
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dos fatores de correção pertinentes dados nas tabelas 42 a 45 (fatores de
agrupamento).

5-Fatores de correção aplicáveis a condutores agrupados em feixe em um


mesmo eletroduto.

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O número de condutores carregados a ser considerado é aquele indicado na tabela
46, de acordo com o esquema de condutores vivos do circuito. Em particular, no
caso de circuito trifásico com neutro, quando a circulação de corrente no neutro não
for acompanhada de redução correspondente na carga dos condutores de fase, o
neutro deve ser computado como condutor carregado. É o que acontece quando a
corrente nos condutores de fase contém componentes harmônicas de ordem três e
múltiplos numa taxa superior a 15%. Nessas condições, o circuito trifásico com
neutro deve ser considerado como constituído de quatro condutores carregados e a
determinação da capacidade de condução de corrente dos condutores deve ser
afetada do “fator de correção devido ao carregamento do neutro”. Tal fator, que em
caráter geral é de 0,86, independentemente do método de instalação, é aplicável

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então às capacidades de condução de corrente válidas para três condutores
carregados.

6-Seção mínima dos condutores.

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A seção dos condutores deve ser determinada de forma a que sejam atendidos, no
mínimo, todos os seguintes critérios:

1) a capacidade de condução de corrente dos condutores deve ser igual ou superior


à corrente de projeto do circuito, incluindo as componentes harmônicas, afetada dos
fatores de correção aplicáveis.
2) a proteção contra sobrecargas.
3) a proteção contra curtos-circuitos.
4) a proteção contra choques elétricos por seccionamento automático da alimentação
em esquemas TN e IT, quando pertinente.
5) os limites de queda de tensão.
6) as seções mínimas indicadas.

7- Queda de tensão.

Em qualquer ponto de utilização da instalação, a queda de tensão verificada não deve


ser superior aos seguintes valores, dados em relação ao valor da tensão nominal da
instalação:
a) 7%, calculados a partir dos terminais secundários do transformador MT/BT, no
caso de transformador de propriedade da(s) unidade(s) consumidora(s);
b) 7%, calculados a partir dos terminais secundários do transformador MT/BT da
empresa distribuidora de eletricidade, quando o ponto de entrega for aí localizado;
c) 5%, calculados a partir do ponto de entrega, nos demais casos de ponto de entrega
com fornecimento em tensão secundária de distribuição;
d) 7%, calculados a partir dos terminais de saída do gerador, no caso de grupo
gerador próprio.

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7- Dimensionamento dos condutores terminais.

Primeiramente deve-se identificar os condutores a serem utilizados, a maneira de


instalar, aparente ou embutido.
Após esta etapa deve-se determinar a corrente de projeto do circuito.

𝑃𝑚𝑎𝑥
Ib =
𝐾 ∗ 𝑈 ∗ 𝐹𝑃
Onde:

𝑃𝑚𝑎𝑥 = potência máxima instalada [W];


U = tensão do circuito [V];
FP = fator de potência do circuito;
K = constante que vale 1 para circuitos monofásicos ou bifásicos e √3 para circuitos
trifásicos.

Exemplo 1: Determinar a corrente de projeto de uma carga de 2200 W, tensão de


220 V (FF) e fator de potência de 0,90.

2200
Ib = = 11.11 A
220 × 0,9
Exemplo 2: Um circuito trifásico alimenta uma carga de 7000 W. Sendo sua tensão
de alimentação 380 V e o fator de potência do circuito de 0,8, determine a corrente
de projeto do circuito.

7000
Ib = = 13,29 A
√3 × 380 × 0,8
Exemplo 3: Um circuito monofásico (F-N), de 127 V, alimenta uma carga de 4500
VA. Determine a corrente de projeto do circuito.

4500
Ib = = 35,43 A
127
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Note-se que, no exemplo 3, não há necessidade de se utilizar o fator de potência.
Isso decorre do fato de a potência fornecida (4500 VA) ser aparente e não ativa
(conceitos de circuitos de corrente alternada).
De posse do valor da corrente, deve-se consultar tabelas dos fabricantes (que
deverem estar de acordo com as tabelas 36 a 39 da NBR 5410 para verificar a seção
do condutor.

Exemplo 4:
Determinar a seção dos condutores do exemplo 3. Este circuito será constituído por
condutores de cobre com isolação PVC e será instalado em eletroduto de seção
circular embutido em alvenaria.

Solução:
Da Tabela 33, verifica-se a maneira de instalar: maneira de instalar – B1
(Condutores isolados instalados em eletroduto de seção circular embutido em
alvenaria). O número de condutores carregados são dois (Fase e neutro). Com essa
maneira de instalar, com número de condutores carregados e com o valor da corrente
de projeto (Ib = 35,43 A), é necessário utilizar a Tabela 36. Por esta tabela, chega-
se à seguinte conclusão: o condutor de 4 mm² suporta, nesta modalidade de
instalação, uma corrente de 32 A e, portanto, não pode ser utilizado. A próxima seção
é a de 6 mm², que suporta uma corrente de 41 A, com este tipo de instalação, e,
portanto, suporta uma corrente de 35,43 A, com este tipo de instalação. Assim, o
condutor utilizado será de 6 mm².

O FCA e O FCT

Conforme estudado em materias elétricos os fabricantes de condutores elétricos


constroem os seus condutores de eletricidade considerando uma temperatura
ambiente de 30°C para um único circuito instalado no eletroduto, calhas, bandejas e
etc. para temperaturas diferentes deve-se adotar os fatores de correção de
temperatura (FCT) preconizados na tabela 40 da NBR 5410 e os respectivos fatores
de correção de agrupamento (FCA) preconizados na tabela 42 da NBR 5410.

Devido aos fatores de temperatura e de agrupamento surge a necessidade de calcular


a corrente fictícia Ib’, Onde:

𝐼𝑏
𝐼𝑏 ′ =
𝐹𝐶𝑇 ∗ 𝐹𝐶𝐴
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Exemplo 5: Determinar a seção dos condutores de um circuito terminal monofásico
para alimentar tomadas, cuja potência total é de 2300 W.
Considere os seguintes dados:
Tensão: 127 V.
Condutores de cobre com isolação de PVC.
Eletrodutos de PVC aparentes,
Temperatura de 30°C,
Fator de potência de 0,8.

Solução:

2300
Ib = = 22,6 A
127 ∗ 0,8
Maneira de instalar: B1 (eletrodutos aparentes)
FCA = 1 (somente um circuito no eletroduto).
FCT =1 (temperatura de 30°C).
Logo: Ib = Ib’

Com o valor de Ib’ consulta-se a Tabela 36 para determinar o valor da seção do


condutor e obtém-se:

• condutor de 1 mm²: suporta uma corrente de 14 A - não pode ser utilizado;


• condutor de 1,5 mm²: suporta uma corrente de 17,5 A - não pode ser utilizado;
• condutor de 2,5 mm²: suporta uma corrente de 24 A - pode ser utilizado.
Assim, a seção dos condutores será de 2,5 mm².

Exemplo 6: Determinar a seção dos condutores para instalação de um chuveiro cuja


potência é de 5.400 W, sendo que no primeiro trecho do eletroduto tem-se mais dois
circuitos. Considere os seguintes dados: tensão de 220 V (F - F), condutores de
cobre com isolação de PVC, eletrodutos de PVC embutidos em parede termicamente
isolante, temperatura de 30°C.

Solução:

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Maneira de instalar: A1 (eletrodutos embutidos em parede termicamente isolante -
Tabela 33).
Dois condutores carregados (F - F).

Cálculo da corrente de projeto:

5400
Ib = = 24,54 A
220
Fator de correção da temperatura: FCT = 1 (temperatura de 30°C).
Fator de correção de agrupamento: FCA= 0,7 (três circuitos no eletroduto).
Cálculo da corrente fictícia de projeto (Ib'):

24,55
Ib` = = 35,07 A
0,7
Com o valor de Ib' consulta-se a Tabela 36 para determinar o valor da seção do
condutor e obtém-se:
• condutor de 1 mm²: suporta uma corrente de 11 A - não pode ser utilizado;
• condutor de 1,5 mm²: suporta uma corrente de 14,5 A - não pode ser utilizado;
• condutor de 2,5 mm²: suporta uma corrente de 19,5 A - não pode ser utilizado;
• condutor de 4 mm²: suporta uma corrente de 26 A - não pode ser utilizado;
• condutor de 6 mm²: suporta uma corrente de 34 A - não pode ser utilizado;
• condutor de 10 mm²: suporta uma corrente de 46 A - pode ser utilizado;
Assim, a seção dos condutores é de 10 mm².

Exemplo 7: Qual seria o condutor utilizado para alimentar o chuveiro do exemplo 6,


se no eletroduto houvesse apenas um circuito.

Solução:

Ib’ = Ib = 24,55 A

• condutor de 1 mm²: suporta uma corrente de 11 A - não pode ser utilizado;


• condutor de 1,5 mm²: suporta uma corrente de 14,5 A - não pode ser utilizado;
• condutor de 2,5 m²: suporta uma corrente de 19,5 A - não pode ser utilizado;
• condutor de 4 mm²: suporta uma corrente de 26 A - pode ser utilizado;
Assim, a seção dos condutores seria de 4 mm².

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Exemplo 8: Um circuito trifásico equilibrado de 4 fios (3F - 1 N) alimenta uma carga
de 10.000 VA. Determine a seção dos condutores considerando os seguintes dados:
tensão de 220 V, condutores de cobre com isolação de PVC, instalados em canaletas
abertas, temperatura de 40°C. Na canaleta será instalado mais um circuito.

Solução:

Maneira de instalar: C (condutores instalados em canaleta aberta - Tabela 3).


Três condutores carregados - circuito trifásico equilibrado.
Cálculo da corrente de projeto:

10000
Ib = = 26,24 A
√3 ∗ 220

No cálculo da corrente de projeto (Ib) não foi necessário o uso do fator de potência
pois a potência fornecida é aparente (VA).
Fator de correção da temperatura: FCT = 0,87 (temperatura de 40°C).
Fator de correção de agrupamento: FCA= 0,8 (dois circuitos no eletroduto).
Cálculo da corrente fictícia de projeto (Ib'):

26,24
Ib` = = 37,70 A
0,87 ∗ 0,8
Com o valor de Ib' consulta-se a Tabela 5 para determinar o valor da seção do
condutor e obtém-se:
• condutor de 1 mm²: suporta uma corrente de 14 A - não pode ser utilizado;
• condutor de 1,5 mm²: suporta uma corrente de 17,5 A - não pode ser utilizado;
• condutor de 2,5 mm²: suporta uma corrente de 24 A - não pode ser utilizado;
• condutor de 4 mm²: suporta uma corrente de 32 A - não pode ser utilizado;
• condutor de 6 mm²: suporta uma corrente de 41 A - pode ser utilizado;

Assim, a seção dos condutores será de 6 mm².

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Queda de tensão – Dimensionamento dos circuitos

Além dos condutores apresentarem condições para suportar as correntes de projeto,


as quedas de tensão que irão ocorrer devem permanecer dentro dos limites impostos
pelas normas.
Os limites máximos de queda de tensão, entre a origem da instalação e qualquer
ponto de utilização, devem ser respeitados, em relação a tensão nominal da
instalação.

A queda de tensão pode ser calculada, considerando toda a carga concentrada na


extremidade do circuito, pela seguinte expressão:

𝛥𝑈 = 𝑘 × 𝐼𝑏 × 𝐿 × (𝑟 × 𝑐𝑜𝑠 𝛷 + 𝑥 × 𝑠𝑒𝑛 𝛷)
sendo:
ΔU = a queda de tensão do circuito [V];
Ib = corrente do projeto [A];
cos Φ = fator de potência da carga;
r = resistência do condutor [Ω/km];
x = reatância do condutor [Ω/km];
L = comprimento do circuito [km];
k = constante que vale 1 para circuitos monofásicos e bifásicos e √3 para circuitos
trifásicos.

Em um certo trecho de circuito, em se fixando o cabo (e também a forma de sua


instalação, que define a reatância) e considerando-se o fator de potência, é possível
tabelar o comprimento L em função da corrente de projeto Ib, para um dado valor
de queda de tensão. Com isso é possível verificar se um certo circuito (ou trecho de
circuito), com uma determinada corrente, constituído por um cabo dado, não
transgrida os limites de tensão preconizados por norma. Há referências que
apresentam quedas de tensão calculadas para correntes e comprimentos unitários
(denominada queda de tensão unitária). A Tabela 9 apresenta as quedas de tensão
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unitárias em V/A.km para dois valores de fator de potência (0,80 e 0,95). Assim, é
possível calcular a queda de tensão a partir da corrente de projeto e do comprimento
de cada circuito.

Tabela 7.1 Queda de tensão unitária em V/A.Km

Por exemplo, um circuito de tensão nominal 127 V, com fios de seção 1,5 mm²
instalados em eletrodutos não magnéticos, com uma corrente de 15 A e comprimento
de 30 m, e fator de potência de 0,95, pode ter sua queda de tensão avaliada do
seguinte modo:

Da tabela 7.1 obtém-se o valor da queda de tensão unitária de 27,6 V/A.km


(eletroduto não magnético, fator de potência 0,95).

ΔU = ΔUunit (tabela) × Ib × L (em km)


ΔU = 27,6 × 15 × 0,03 ⇒ ΔU = 12,42 V
12,42
∆U% = × 100% = 9,78%
127

As quedas de tensão dos alimentadores e dos circuitos terminais devem ser


compostas para a obtenção da queda de tensão resultante.

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Caso os níveis de tensão não forem respeitados com a utilização do condutor
definido anteriormente, deve-se escolher um outro condutor de seção maior, de
modo que esta condição seja satisfeita.
Uma outra maneira de se aplicar o critério da queda de tensão é calcular o valor da
queda de tensão unitária a partir da seguinte expressão:

∆U% × U
∆Uunit. =
Ib × L
Sendo:

∆Uunit. = queda de tensão unitária do circuito (V/A.km);


ΔU% = queda de tensão percentual admissível (estipulado por norma, em certas
condições, pelo projetista);
U = tensão nominal do circuito [V].
Ib = corrente de projeto [A];
L = comprimento do circuito [km]

Com o valor da unitária do condutor calculado, e de posse da tabela com as


respectivas unitárias dos condutores, escolhe-se a seção do condutor cuja queda
de tensão unitária seja igual ou imediatamente inferior à calculada.

Exemplo 09. Dimensione os condutores para alimentar um chuveiro, instalado em


um eletroduto de PVC embutido em alvenaria, cujo comprimento do circuito é de
15,0m. Utilizar condutores de cobre com isolação PVC. Considere um único circuito
no eletroduto, temperatura ambiente de 30C e queda de tensão admissível de 2%.
Considere as seguintes situações:
a) tensão de 127 V;
b) tensão de 220 V.

Solução:

Maneira de instalar: B1 (eletrodutos embutidos em alvenaria - Tabela 33 da NBR


5410). Dois condutores carregados – circuitos FN e FF.

a) tensão de 127 V;

Cálculo da corrente de projeto:

5400
Ib = = 42,52 A
127

Fator de correção da temperatura: FCT = 1,0 (temperatura de 30C).


Fator de correção de agrupamento: FCA = 1,0 (um circuito no eletroduto).
Assim, Ib’ = Ib
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Com o valor de Ib consulta-se a Tabela 36 da NBR 5410, para determinar o valor da
seção do condutor e obtém-se o condutor de 10 mm² (suporta correntes de até 57A).
Deve-se verificar se a queda de tensão deste condutor está dentro das especificações
(ΔU% = 2,0%). Tem-se:

0,02 × 127
∆Uunit. = = 3,98 𝑉/𝐴. 𝐾𝑚
42,52 × 0,015

De posse desse valor, consulta-se a Tabela 7.1. Como o fator de potência é de 1,00,
utiliza-se 0,95. Assim sendo, verifica-se que o condutor de 10 mm² apresenta um
valor de queda de tensão unitário maior do que o calculado, não podendo ser
utilizado. O cálculo seguinte demonstra essa afirmação:

ΔUunit (condutor de 10 mm²) = 4,23 V/A.km (Valor tabelado)


ΔU = ΔUunit (tabela) × Ib × L
ΔU = 4,23 × 42,52 × 0,015
ΔU = 2,70 V

2,7
∆U% = × 100% = 2,16%
127
O valor de ΔU% é superior a 2%, não atendendo as especificações solicitadas.
Pela tabela 7.1, o condutor de 16 mm² apresenta uma queda de tensão unitária de
2,68 V/A.km, valor inferior ao calculado, atendendo as especificações. O cálculo
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abaixo mostra a queda de tensão percentual desse condutor apenas para confirma a
afirmação.

ΔUunit (condutor de 16 mm²) = 2,68 V/A.km


ΔU = ΔUunit (tabela) × Ib × L
ΔU = 2,68 • 42,52 • 0,015
ΔU = 1,71 V

1,71
∆U% = × 100% = 1,35%
127
b) Agora para 220 V

Cálculo da corrente de projeto:

5400
Ib = = 24,55 A
220

Fator de correção da temperatura: FCT = 1,0 (temperatura de 30C).


Fator de correção de agrupamento: FCA = 1,0 (um circuito no eletroduto).
Assim, Ib’ = Ib

Com o valor de Ib consulta-se a Tabela 36 da NBR 5410, para determinar o valor da


seção do condutor e obtém-se o condutor de 4 mm² (suporta correntes de até 32A).
Deve-se verificar se a queda de tensão deste condutor está dentro das especificações
(ΔU% = 2,0%). Tem-se:

0,02 × 220
∆Uunit. = = 11,95 𝑉/𝐴. 𝐾𝑚
24,55 × 0,015

De posse desse valor, consulta-se a Tabela 9. Como o fator de potência é de 1,00,


utiliza-se 0,95 na Tabela 9. Assim sendo verifica-se que o condutor de 4 mm²
apresenta um valor de queda de tensão unitário menor do que o calculado (10,6
V/A.km), podendo ser utilizado.

Portanto tem-se:
• tensão de 127 V – condutores de 16 mm²;
• tensão de 220 V – condutores de 4 mm².

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Exemplo 10: Dimensionar os condutores para um circuito que irá alimentar tomadas
de potência total 2000 VA. Os condutores serão instalados em um eletroduto de PVC
embutido em alvenaria, e o comprimento do circuito é de 20,0 m. Utilizar condutores
de cobre com isolação PVC. Considere um único circuito no eletroduto, fator de
potência de 0,8 (tomadas de uso geral), temperatura ambiente de 30C e queda de
tensão admissível de 2%. A tensão nominal do circuito é de 127 V.

Solução

Maneira de instalar: B1 (eletrodutos embutidos em alvenaria - Tabela 36 da NBR


5410).
Dois condutores carregados – circuito FN

Cálculo da corrente de projeto:

2000
Ib = = 15,75 A
127

Fator de correção da temperatura: FCT = 1,0 (temperatura de 30°C).


Fator de correção de agrupamento: FCA = 1,0 (um circuito no eletroduto).
Assim, Ib’ = Ib

Com o valor de Ib, consulta-se a tabela, para determinar o valor da seção do condutor
e obtém-se o condutor de 1,5 mm² (suporta correntes de até 17,5 A).
Deve-se verificar se a queda de tensão deste condutor está dentro das especificações
(ΔU% = 2,0%). Tem-se:

0,02 × 127
∆Uunit. = = 8,06 𝑉/𝐴. 𝐾𝑚
15,75 × 0,02

De posse desse valor, consulta-se a Tabela 7.1, utilizando-se a coluna de fator de


potência 0,8, eletroduto não metálico (PVC) e circuito monofásico. Da Tabela
verifica-se que os condutores de 1,5, 2,5 e 4,0 mm² apresentam quedas de tensões
unitárias superiores a 8,06 V/A.km, portanto não podendo ser utilizados. Já o
condutor de 6 mm² possui queda de tensão unitária de 6,03 V/A.km, podendo ser
utilizado.
Condutor adotado: 6 mm².

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Exemplo 11: Um circuito trifásico equilibrado de 220 V alimenta uma carga elétrica
de 15 kW e fator de potência de 0,8. Dimensione os condutores desse circuito,
instalados em um eletroduto de alumínio aparente juntamente com mais dois
circuitos.

Dados:
Comprimento do circuito: 25 m;
Queda de tensão admissível: 2,5%;
Temperatura ambiente: 35C;
Utilizar condutores de cobre com isolação PVC.

Maneira de instalar: B1
Três condutores carregados – circuito trifásico equilibrado

Cálculo da corrente de projeto:

15000
Ib = = 49,20 A
√3 × 220 × 0,8

Fator de correção da temperatura: FCT = 0,94 (temperatura de 35°C).


Fator de correção de agrupamento: FCA = 0,7 (três circuitos no eletroduto).
Cálculo da corrente fictícia de projeto (Ib’):c

49,2
Ib’ = = 74,77 A
0,94 × 0,7

Com o valor de Ib’ consulta-se a Tabela 5 para determinar o valor da seção do


condutor e obtém-se o condutor de 25 mm² (suporta correntes de até 89 A). Deve-se
verificar se a queda de tensão deste condutor está dentro das especificações (ΔU%
= 2,5%). Tem-se:

0,025 × 220
∆Uunit. = = 4,41 𝑉/𝐴. 𝐾𝑚
49,2 × 0,025

De posse desse valor, consulta-se a Tabela 9, utilizando-se a coluna de fator de


potência 0,8, eletroduto não metálico (PVC) e circuito trifásico. Da Tabela verifica
se que, pelo critério da queda de tensão, poderiam ser utilizados condutores de 10
mm² (3,67 V/A.km). Porém, pelo critério da corrente admissível determinou-se um
condutor de 25 mm², valor que será adotado.
Condutor adotado: 25 mm².

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