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Salmo 130

1. SENHOR, das profundezas clamo a ti. 2. SENHOR, escuta minha voz; estejam teus ouvidos atentos às minhas
súplicas. 3. SENHOR, se atentares para o pecado, quem resistirá, Senhor? 4. Mas o perdão está contigo, para que
sejas temido. 5. Espero no SENHOR, minha alma o espera; em sua palavra eu espero. 6. Espero pelo Senhor mais
do que os guardas pelo amanhecer, sim, mais do que os guardas esperam pela manhã!  7. Ó Israel, coloca a
esperança no SENHOR! Pois no SENHOR há amor fiel, e nele há plena redenção; 8. ele remirá Israel de todas as
suas maldades.

No verso 1, o salmista, em primeiro lugar, reconhece o seu estado, o lugar onde o


pecado o levou, um lugar profundo, que dá uma ideia de inferioridade, abaixo do
estado normal do indivíduo. O pecado faz tal coisa ao homem, o tira da
normalidade humana, da sua humanidade, e o põe inferior ao que Deus o desejou,
desvirtuando sua imagem e semelhança de Deus. Isso pode ser corroborado
olhando até que ponto uma sociedade chega com a cultura desmoralizada, que se
afasta dos princípios estabelecidos por Deus. Se olharmos na História, veremos
que todas as nações que excluíram Deus de sua cultura entraram em ruína, seja
na época de Roma, seja nos dias de hoje.
No verso 2, o salmista pede a Deus que ouça seu clamor, que Ele esteja atento ao
seu desespero profundo. É importante salientar que ele não confiava que o Senhor
o ouviria por causa do volume de sua voz ou pela força de seu clamor que
conseguiria romper a distância da profundeza de onde estava, mas sim porque,
apesar de estar em horríveis profundezas, Deus ali também estava, como está
escrito em Salmo 139.8b: “se fizer no Inferno minha cama, eis que tu ali estás
também”. A onipresença de Deus é poderosa para ouvir o seu servo nas maiores
profundezas do pecado do homem.
No versículo 3, Deus é indagado e ao mesmo tempo respondido pelo salmista.
Quem poderia resistir ao julgamento de Deus pelos seus pecados? Não há um
homem sequer! Deus é justo, e por isso julga com retidão tudo que vê, como está
escrito em Ezequiel 18.4: “a alma que pecar, essa morrerá”.
No verso 4, o salmista começa a mostrar a sua esperança para resgate das
profundezas onde se encontra, afirmando que com Deus está o perdão. Há um
paradoxo ao afirmar tal coisa depois de ter dito que Deus julga ao ver as
iniquidades de alguém. Isso porque a fé do filho de Deus está firmada no maior de
todos paradoxos: a morte e ressurreição de Cristo, o Deus homem que morre
pelos piores pecadores para que de Deus possa alcançar perdão de pecados.
Deus está disposto a perdoar a todo aquele que clama o seu nome, pois de forma
alguma Ele lança fora aqueles que o buscam, pois é Ele mesmo que leva o
homem a Si. Assim está escrito em João 6.37: “Todo o que o Pai me dá virá a
mim, e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora”. Uma coisa muito
importante é dita no fim do verso 4, “para que sejas temido”, uma das grandes
frustrações do crente é cair no mesmo pecado, quando já se pediu perdão por ele
outras vezes. Não podemos confiar na força do nosso braço para não pecar, pois o
perdão que está em Deus. Ele está disposto a nos perdoar para que temamos a
Ele e não mais pequemos.
Nos versículos 5 e 6, o salmista fala acerca da sua espera em Deus para que Ele
responda a sua súplica, “A minha alma o aguarda”, ou seja, o interior dele anseia
por Deus. Seu clamor não é algo externo apenas, mas algo que flui de seu
coração esperançoso nEle. Há vezes em que nosso coração não consegue
descansar em Deus e nossa ansiedade pode nos levar a manter sentimento de
culpa pelo nosso pecado, mas o salmista mostra onde podemos encontrar conforto
para alma, na Palavra. É na Palavra de Deus onde está a esperança para o
pecador.
Nos dois últimos versos, o salmista fala ao lsrael de Deus em quem deve confiar,
no Senhor, pois no Senhor há misericórdia e abundante redenção. Não redenção
apenas, mas abundante. O salmista se importou em dizer “abundante”, pois não
há pecado, ou profundeza qualquer que possa afastar o homem ao ponto de Deus
não poder escutá-lo e resgatá-lo de seu pecado, pois Ele prometeu que “remirá a
Israel de todas as suas iniquidades”.
Que possamos confiar no perdão de Deus, que é fiel para cumprir o que está na
sua Palavra independente da profundeza que o pecado venha nos le

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