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Eu vejo um olho
Gosto de chamar aquilo de bicho da noite
Ela é minha amiga
Ela conversa comigo.
Hoje é o amanhã
Todo dia é amanhã
Afinal ela sempre fala isso
Afinal sempre em minha mão se vê sangue
Estranhamente tudo fica bem
Estranhamente nunca vi minha mãe comer
As mesmas palavras
"De noite eu como"
As mesmas sombras
Eu durmo cedo
Não vejo ela comer
Quando eu acordo as 22
Eu escuto a voz repetitiva da criatura
Afinal….
Porquê tanto afinal?
Será que tudo é sobre eu ser canibal?
Minha mãe chora faltando o olhar
O bicho da noite quer que eu venha a me matar.
Olhos furados
Mandíbula cortada
Língua rasgada
Garganta dilacerada
Pernas quebradas
Braços comidos