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Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica – UFES

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Estudo Dirigido sobre aleta

𝜃𝐿 − 𝜃𝑏 𝑒 𝑚𝑙 𝑚𝑥 𝜃𝐿 − 𝜃𝑏 𝑒 𝑚𝑙 −𝑚𝑥
𝜃(𝑥 ) = (𝜃𝑏 − ) 𝑒 + ( )𝑒 (1.42)
𝑒 −𝑚𝑙 + 𝑒 𝑚𝑙 𝑒 −𝑚𝑙 + 𝑒 𝑚𝑙

Fazendo as devidas manipulações algébricas e cancelamentos na equação


(1.42), obteremos

𝜃𝐿 𝑒𝑚𝑥 + 𝜃𝐿 𝑒−𝑚𝑥 − 𝜃𝑏 𝑒𝑚𝑥 𝑒−𝑚𝑙 − 𝜃𝑏 𝑒𝑚𝑙 𝑒−𝑚𝑥


𝜃(𝑥) =
𝑒−𝑚𝑙 − 𝑒𝑚𝑙
𝜃𝐿 𝑚𝑥 −𝑚𝑥 ) − 𝑒 𝑚𝑥 𝑒 −𝑚𝑙 − 𝑒 𝑚𝑙 𝑒 −𝑚𝑥
𝜃(𝑥) (𝜃𝑏 ) (𝑒 + 𝑒 (1.43)
=
𝜃𝑏 𝑒 −𝑚𝑙 − 𝑒 𝑚𝑙

Aplicando as identidades (1.24) e (1.25) na equação (1.43), teremos, por fim

𝜃𝐿
𝜃(𝑥) (𝜃𝑏 ) cosh(𝑚𝑥) + 𝑠𝑒𝑛ℎ(𝑚(𝐿 − 𝑥) (1.44)
=
𝜃𝑏 senh(𝑚𝐿)

𝜃(𝑥)
A equação (1.44) é a equação de distribuição de temperaturas, 𝜃𝑏
, para uma
transferência de calor com temperatura específica na extremidade da aleta.

Caso 4: Aleta infinita

Onde a aleta é grande o suficiente para que a sua temperatura na extremidade


seja igual à temperatura do meio ambiente. Não há meios forçando para que a
ponta seja adiabática ou que possua uma temperatura específica ou que haja
exposição para uma troca de calor por convecção, apenas é assumido que a
aleta é grande o suficiente para que ela consiga se resfriar antes de seu
término.

Nossas condições de contorno podem ser expressas, para esse caso, da


seguinte forma

𝜃 (0) = 𝑇𝑏 − 𝑇∞ ≡ 𝜃𝑏 (1.45)
𝜃 (𝐿 ) = 0 (1.46)

Substituindo as condições (1.45) e (1.46) na equação (1.14), teremos

𝜃𝑏 = 𝐶1 + 𝐶2 (1.47)
𝑚𝑙
𝐶1 𝑒 + 𝐶2 𝑒 −𝑚𝑙 = 0 (1.48)

Manipulando as equações (1.47) e (1.48), explicitando C1 e C2


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Estudo Dirigido sobre aleta

𝜃𝑏 𝑒 −𝑚𝑙
𝐶1 = − (1.49)
𝑒 𝑚𝑙 − 𝑒 −𝑚𝑙
𝜃𝑏 𝑒 𝑚𝑙
𝐶2 = 𝑚𝑙 (1.50)
𝑒 − 𝑒 −𝑚𝑙

Aplicando as equações (1.49) e (1.50) na equação (1.14)

𝜃𝑏 𝑒 −𝑚𝑙 𝑚𝑥
𝜃𝑏 𝑒 𝑚𝑙
𝜃(𝑥 ) = (− ) 𝑒 + ( ) 𝑒 −𝑚𝑥 (1.51)
𝑒 𝑚𝑙 − 𝑒 −𝑚𝑙 𝑒 𝑚𝑙 − 𝑒 −𝑚𝑙

Fazendo as devidas manipulações algébricas e cancelamentos na equação


(1.51), obteremos

𝜃(𝑥) 𝑒 𝑚𝑥 𝑒 −𝑚𝑙 + 𝑒 −𝑚𝑥 𝑒 𝑚𝑙


= (1.52)
𝜃𝑏 𝑒 𝑚𝑙 − 𝑒 −𝑚𝑙

Trabalhando matematicamente a equação (1.52), chegaremos, finalmente

𝜃(𝑥)
= 𝑒 −𝑚𝑥 (1.53)
𝜃𝑏

𝜃(𝑥)
A equação (1.53) é a equação de distribuição de temperaturas, , para uma
𝜃𝑏
transferência de calor em uma aleta infinita.

Conhecer a distribuição de temperatura ao longo da aleta é uma informação


importante para podermos prever quanto de calor teremos que dissipar através
dela.

1.2.1 Transferência de calor na aleta, q a

Nosso interesse principal é descobrir qual a quantidade de calor transferida em


toda a aleta. Uma das formas para se avaliar isso, evidentemente envolvendo o
uso da distribuição de temperaturas, é aplicarmos a lei de Fourier na base da
aleta. Dessa forma

𝑑𝑇 𝑑𝜃(𝑥)
𝑞𝑎 = 𝑞𝑏 = −𝑘𝐴𝑐 | = −𝑘𝐴𝑐 | (1.54)
𝑑𝑥 𝑥=0 𝑑𝑥 𝑥=0

Entretanto, a conservação de energia diz que a taxa na qual o calor é


transferido por convecção na superfície da aleta deve ser igual à taxa condutiva
através da base da aleta. Consequentemente, a formulação alternativa para q a
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𝑞𝑎 = ∫ ℎ𝜃(𝑥)𝑑𝐴𝑠 (1.54)
𝐴𝑎

Em que 𝐴𝑎 é a área superficial total da aleta, incluindo a extremidade.

A taxa de transferência de calor na aleta, qa, para cada caso, será mostrada a
seguir.


𝑠𝑒𝑛ℎ(𝑚𝑙) + ( ) cosh⁡(𝑚𝑙)
𝑞𝑎 = 𝜃𝑏 √ℎ𝑃𝑘𝐴𝑐 𝑚𝑘
Caso1 (1.55)

cosh(𝑚𝑙) + ( ) ⁡𝑠𝑒𝑛ℎ⁡𝑚𝐿
𝑚𝑘
Caso 2 𝑞𝑎 = 𝜃𝑏 √ℎ𝑃𝑘𝐴𝑐 ⁡tanh⁡(𝑚𝑙) (1.56)
𝜃
(cosh(𝑚𝑙) − 𝐿 )
Caso3 𝜃𝑏 (1.57)
𝑞𝑎 = 𝜃𝑏 √ℎ𝑃𝑘𝐴𝑐
𝑠𝑒𝑛ℎ⁡𝑚𝐿
Caso 4 𝑞𝑎 = 𝜃𝑏 √ℎ𝑃𝑘𝐴𝑐 (1.58)

1.3 Desempenho de aletas

São três os parâmetros que podemos utilizar para avaliarmos o desempenho


de uma aleta.

1º parâmetro: Efetividade

Ela é definida como a razão entre a taxa de transferência de calor na alta e a


taxa de transferência de calor que existiria sem a presença da aleta.

𝑞̇ 𝑎
𝜀𝑎 = (1.59)
ℎ𝐴𝑐,𝑏 𝜃𝑏

Onde 𝐴𝑐,𝑏 é a área da seção transversal na base.

Tendo essa relação, é fácil notar que o 𝜀𝑎 > 1, caso contrário não faria sentido
conter aleta, uma vez que estaríamos admitindo que sem aleta a troca de calor
seria maior. A literatura diz que, no ponto de vista econômico, o uso de aleta é
justificado quando 𝜀𝑎 ≥ 2.

Fazendo devidas substituições, podemos observar que


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𝑃𝑘
𝜀𝑎 = √ . 𝑓(𝑚, 𝐿, ℎ, 𝑘) (1.60)
ℎ𝐴𝑐

Notamos que a função f é dependente das condições de contorno na


extremidade da aleta. Outras considerações pertinentes ao termo da raiz são:
𝐿
• 𝜀𝑎 é diretamente proporcional ao fator k, pois 𝑅𝑐𝑜𝑛𝑑 = 𝑘, ou seja,
quando a condutividade térmica do material aumenta, sua resistência
condutiva diminui, tornando a aleta mais efetiva na troca de calor;
𝑃
• 𝜀𝑎 é diretamente proporcional ao termo 𝐴 , pois, considerando um
𝑐
𝑃 1
exemplo de uma aleta cilíndrica, = 𝑟, ou seja, quanto menor seu raio,
𝐴𝑐
𝑃
maior será a relação , em outras palavras, quanto mais fina a aleta for,
𝐴𝑐
melhor ela será em sua eficiência;
• 𝜀𝑎 é inversamente proporcional ao coeficiente convectivo, pois um
h grande não justificaria o uso de uma aleta.

2º parâmetro: Resistência da aleta

O desempenho da aleta pode também ser quantificado em termos de uma


resistência térmica. Ela é definida como

𝜃𝑏
𝑅𝑡,𝑎 = (1.61)
𝑞𝑎
1 𝑞
Lembrando que 𝜀𝑎 = ℎ𝐴 . 𝜃𝑎 (1.62), ou seja, é a resistência convectiva (𝑅𝑡,𝑏 =
𝑐,𝑏 𝑏
1
(1.63)) multiplicada pela resistência térmica da aleta, teremos, com as
ℎ𝐴𝑐,𝑏
equação (1.61) e (1.63) aplicadas em (1.62)

𝑅𝑡,𝑏
𝜀𝑎 = (1.64)
𝑅𝑡,𝑎

Desse modo, a efetividade da aleta pode ser interpretada como uma razão
entre resistências térmicas e para aumentar a efetividade da aleta é necessário
reduzir a resistência condutiva/convectiva da mesma.

3º parâmetro: Eficiência da aleta

Outra medida do desempenho térmico de uma aleta é fornecida pela eficiência


da aleta 𝜂𝑎 .
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𝑞𝑎
𝜂𝑎 = (1.65)
ℎ𝜃𝑏 𝐴𝑎

Onde 𝐴𝑎 = 𝐴𝑠 + 𝐴𝑐 , área superficial mais a área da base da aleta,


respectivamente.

O denominador representa a quantidade de calor que uma área equivalente à


área da superfície estendida trocaria por convecção. Na prática, a eficiência é
uma relação entre uma situação real e uma situação ideal, por esse motivo o
𝜂𝑎 < 1.

1.4 Eficiência global de uma superfície com várias aletas

Enquanto a eficiência da aleta, 𝜂𝑎 , é caracterizada pelo desempenho de uma


única aleta, a eficiência global, 𝜂𝑜 , é definido por um conjunto de aletas. Ela é
dada pela equação

𝑞𝑡
𝜂𝑜 = (1.66)
ℎ𝜃𝑏 𝐴𝑡

Onde 𝑞𝑡 é igual à taxa total de calor transferida por convecção através da área
𝐴𝑡 e 𝐴𝑡 = 𝐴𝑏 + 𝑁𝐴𝑎 (1.67), em que 𝐴𝑏 é igual à área da superfície primária, N, o
número de aletas.

Podemos escrever 𝑞𝑡 como a taxa de calor associada à base primária mais a


taxa de calor associada ao conjunto aletado, ou seja, 𝑞𝑡 = 𝑞𝑏 + 𝑞𝑐,𝑎 . Daí

𝑞𝑡 = ℎ𝐴𝑏 𝜃𝑏 + 𝑁ℎ𝜃𝑏 𝐴𝑎 𝜂𝑎 (1.68)

Aplicando a equação (1.68) na equação (1.66)

ℎ𝐴𝑏 𝜃𝑏 + 𝑁ℎ𝜃𝑏 𝐴𝑎 𝜂𝑎
𝜂𝑜 =
ℎ𝜃𝑏 𝐴𝑡
ℎ𝜃𝑏 (𝐴𝑏 + 𝑁𝐴𝑎 𝜂𝑎 )
𝜂𝑜 = (1.69)
ℎ𝜃𝑏 𝐴𝑡

Uma vez dada a igualdade (1.67), substituindo na equação (1.69)

𝑁𝐴𝑎
𝜂𝑜 = 1 − (1 − 𝜂𝑎 ) (1.70)
𝐴𝑡

A partir do conhecimento de 𝜂𝑜 , podemos calcular a taxa total de transferência


de calor em um conjunto de aletas. Vale notar que uma única aleta muito
eficiente, 𝜂𝑎 → 1, faz com que o conjunto também se torna eficiente, pois (1 −
𝜂𝑎 ) → 0, forçando 𝜂𝑜 → 1.
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Podemos ver a eficiência global pela perspectiva de resistência em dois casos


distintos, com a resistência do contato entre a base primária e a aleta e sem a
resistência de contato.

𝜃𝑏 1
No primeiro caso, a formulação é 𝑅𝑡,𝑜(𝑐) = =𝜂 . No segundo caso, 𝑅𝑡,𝑜 =
𝑞𝑡 𝑜(𝑐) ℎ𝐴𝑡
𝜃𝑏 1
= .
𝑞𝑡 𝜂𝑜 ℎ𝐴𝑡

Considerando o primeiro caso, podemos dizer que


−1
−1 𝑅𝑡,𝑐 ′′ 1
𝑅𝑒𝑞 = [⁡ + ] + ℎ(𝐴𝑡 − 𝑁𝐴𝑎 )
𝑁𝐴𝑐,𝑏 𝑁𝐴𝑎 ℎ𝜂𝑎 ⁡
−1
𝑅𝑡,𝑐 ′′
1 + 𝐴𝑎 ℎ𝜂𝑎 ( 𝐴 )
𝑐,𝑏
𝑅𝑒𝑞 −1 = ⁡ + ℎ(𝐴𝑡 − 𝑁𝐴𝑎 ) (1.71)
𝑁𝐴𝑎 ℎ𝜂𝑎
[ ]

𝑅 ′′
Adotando 1 + 𝐴𝑎 ℎ𝜂𝑎 ( 𝐴𝑡,𝑐 ) = 𝐶1 , teremos
𝑐,𝑏

𝑁𝐴𝑎 ℎ𝜂𝑎
𝑅𝑒𝑞 −1 = + ℎ𝐴𝑡 − ℎ𝑁𝐴𝑎 )
𝐶1
𝑁𝐴𝑎 𝜂𝑎
𝑅𝑒𝑞 −1 = ℎ𝐴𝑡 [1 − (1 − )]
𝐴𝑡 𝐶1
1
𝑅𝑒𝑞 = (1.72)
𝜂𝑜(𝑐) ℎ𝐴𝑡

𝑁𝐴𝑎 𝜂
O termo 1 − (1 − 𝐶𝑎 ) podemos chamar de 𝜂𝑜(𝑐)⁡ , eficiência térmica
𝐴𝑡 1
considerando o contato.

𝑅 ′′
Observamos que quando 𝐶1 → 1, 𝐴𝑎 ℎ𝜂𝑎 ( 𝐴𝑡,𝑐 ) → 0 e isso acontece quando
𝑐,𝑏
𝑅𝑡,𝑐 ′′ → 0. De forma prática, isso significa dizer que lim 𝜂𝑜(𝑐) = 𝜂𝑜 .
𝐶1 →1

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