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Quando falamos de salinas a imagem mental que vêm em geral na mente das pessoas é

uma praia calorosa, muito som alto e diversão para todos. Um orgamos momentâneo em
julho e no final de ano, salinas tem a sina de suas praias serem tratadas como meretrizes,
usadas e pagas no final. Se esquecem da cultura e da arte marajoara, se esquecem de
aproveitar o calor salgado da maré que secam os lábios e desidrata a pele.

No entanto, eu tenho outra relação. Eu gosto da chuva de salinas, porquê eu tenho certeza
que elas dançam de forma diferente, uma dança amedrontadora, pois com ela vem junto os
rugidos da maré, a maré dita o ritmo da chuva, ou vice e versa, mas claramente é algo
bonito e tenebroso.

Não deixo de notar que muitas pessoas parecem ignorar os aspectos violentos e
amedrontadores de salinas, como a maré que engole o carro e mata sem pena o banhista
desavisado, que com toda sua arrogância e pompa acha que pode contra ela, e em pouco
tempo se ver cercado pelo oceano e sem chance de defesa.

E claro, existe beleza no assombroso e sublime. Existe um certo fenômeno, que é mais
perceptível no verão, pois o contraste é claro. é entre às 15:30 e 18:30, entre o fim da tarde
e o anoitecer, uma quebra na luminosidade que causa arrepios na espinha, é em geral o
prelúdio de sair da frente da maré, os pescadores caiçaras sabem do que eu estou falando.

E chegamos a noite, já fez pesca de rede à noite numa praia com a maré “alta” ? Se não, eu
o aconselho a fazê-lo com um pescador experiente, pois a maré da madrugada é ainda
mais violenta se não tratada com respeito. Ela não vai exitar em engoli-lo para dentro do
amar através de buracos escondidos na escuridão, um pescador atento sabe o exato
momento de entrar no mar e o de sair.

E se você não se arriscou a entrar no mar para pescar alguns camarões, olhe para trás,
olhe para as dunas, observe os espectros de areia que o vento forma, eles são dançantes e
parecem o convida-lo para a ciranda, as próprias dunas parecem vivas, e parecem estar se
movimentando durante a madrugada, e durante a manhã não restam dúvidas, elas estão
vivas, os donos de bares e restaurantes tem que tirá-la de dentro de seus estabelecimentos,
as dunas estão vivas e querem seus territórios de volta, estão furiosas.

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