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A História dos EUA – das origens ao século XXI (KARNAL, Leonardo)

“Os ingleses contestam a validade de Tordesilhas e praticam a pirataria oficial como corsários.”
Saquear era mais simples e tentador do que colonizar de fato. No fim do séc XV explorar a
América do Norte, que tinha começado a ser considerada um lugar de muitas riquezas e atraía
a atenção de comerciantes, aventureiros e da Coroa inglesa. Navegadores de outros países
como França e Espanha já tinham pisado no território que se tornou EUA antes dos ingleses. O
primeiro contato com os indígenas da região trouxe doenças novas e fez com que cavalos
abandonados fossem domados por esses povos (modificação nas táticas de guerra e
transporte).

A rainha Elizabeth concedeu permissão para o início da colonização da América. Não deu certo
com o nobre sir Walter que mesmo assim teve total permissão desde que passando a quinta
parte à Coroa. Depois de um tempo, a colonização volta a acontecer, mas por meio de
companhias de comerciantes (Londres e Plymouth por exemplo), que funcionam como
empresas capitalistas. “Aqui, ao contrário da América ibérica, define-se uma colonização de
empresa, não de Estado”. Os holandeses aproveitaram para fundar cidades no lugar também e
compraram Manhattan por U$24. A concessão à companhia de Londres falava do objetivo de
catequizar os índios, o que na verdade não aconteceu, ele sempre foi tratado como um
estranho. As companhias foram caçadas por suas dívidas.

Camponeses que deixavam a área rural na Inglaterra foram para América em busca de terra
fértil para viver e enriquecer, órfãos, mulheres leiloadas. Colônia = “receptáculo de tudo o que
a metrópole não desejasse”. Pessoas que não podiam pagar a viagem para a América, ficavam
como servos temporários nela. Existia servidão por dívida e por crianças raptadas e vendidas
no Novo Mundo também.

Perseguidos religiosos fizeram da América seu refúgio. Os puritanos acreditavam ser o povo
escolhido de Deus rumo a uma nova Canaã e, “a idéia de povo eleito e especial diante do
mundo é uma das marcas mais fortes na constituição da cultura dos Estados Unidos”. Eles
tinham a predestinação como uma idéia muito forte. “Nesse grande contingente, embrião do
que seriam os Estados Unidos, misturaram-se inúmeros tipos de colonos: aventureiros, órfãos,
membros de seitas religiosas, mulheres sem posses, crianças raptadas, negros e africanos,
degredados, comerciantes e nobres”.

No final do século XVII e em todo o XVIII ocorreram muitas guerras na América e na Europa,
iniciando o processo de independência dos EUA da Inglaterra. Isso porque esses vários
conflitos causaram ressentimento dos colonos com relação aos britânicos pelos vários mortos
por interesses da Coroa, pelos interesses dos próprios colonos sempre estarem subordinados
às vontades inglesas. Em junho de 1754 as colônias reúnem-se e pela primeira se unem na
elaboração de um plano que as fortalecesse na luta contra os inimigos. A França é derrotada
na Europa e na América e tem de ceder parte e suas possessões no Caribe e Canadá para a
Inglaterra.

Antes, a Inglaterra era ausente e distante da colônia e raramente interferia na vida interna
delas. Mas as guerras do século XVIII deram muitos gastos à metrópole e o Parlamento queria
que a colônia colaborasse com os custos. A Coroa decidiu manter um exército na América e
cobrar impostos para essa manutenção, que estava ali policiando-os. Após um tempo, começa
uma fase de guerra entre os colonos e os índios, até que o rei proíbe que os colonos acessem
áreas que ele considera de soberania indígena. Pela primeira vez a Inglaterra interfere em
assuntos internos e impede os colonos de ganharem plantando naquelas terras.

Até que, com essas guerras ocorridas no século XVIII

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