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III.

V – A NECESSÁRIA REDUÇÃO DA PENA NO GRAU MÁXIMO (2/3) ANTE A


INCIDÊNCIA DA CAUSA DE DIMINUIÇÃO DE PENA PREVISTA NO ARTIGO 14,
II. DO CP.

Conforme se verifica nos autos, não houve sequer uma subtração, eis que o
veículo sequer foi violado, pois o defendente foi avistado e agredido por populares antes
mesmo de adentrar no veículo.
Assim, o lapso temporal entre uma possível subtração e a devolução de
objetos não existiu não havendo sequer uma possível consumação do delito.
Desta forma, se pouco ou nenhum foi o caminho percorrido do iter criminis,
maior há de ser a redução da pena-base, porventura, fixada.
O delito foi interrompido mais próximo de seu nascedouro do que da sua
consumação.
Assim, com relação à tentativa, pugna a Defensoria Pública pela aplicação
da redução máxima (2/3), conforme a dominante jurisprudência extraída dos
julgamentos de nossos Tribunais:

TJSC: “Para a fixação da pena no crime tentado, há de observar


o iter criminis percorrido. In casu, a infração encontrava-se em
seu limiar. Redução em 2/3. Recurso provido parcialmente para
diminui a reprimenda”(JCAT 77/652).

JÚRI - HOMICÍDIO - PENA - CRITÉRIO PARA REDUÇÃO


EM RAZÃO DA TENTATIVA. “A quantidade de redução deve
ser analisada de acordo com o ""iter criminis"" percorrido, isto
é, quanto mais distante o réu ficou da consumação do crime,
tanto maior o fator de redução da reprimenda”(TJMG, Apelação
Criminal n° 1.0024.01.582259-6/002, Comarca de Belo
Horizonte, Relator: Desembargador Paulo César Dias, julgado
em 14/03/2006)

“Se o crime não passou da tentativa, é de ser levado em


consideração para efeito da fração a ser considerada na redução
da pena, o iter percorrido pelo meliante. Se abortada no seu
limiar a ação delituosa, posto já ingressada no caminhar da
tentativa, maior deve ser a redução, dentro dos limites
legais”(RJDTACRIM 67/58).

“Pena - Diminuição decorrente da tentativa - Critério para se


aferir o percentual adequado. - O direito pretoriano adotou um
critério prático e objetivo que, via de regra, tem sido aceito, por
juízes e doutrinadores, sem maiores polêmicas: a diminuição
deve ser feita de acordo com o iter criminis percorrido pelo
autor, excluídas todas as circunstâncias de ordem subjetiva, que
são sopesadas em momentos anteriores. Nessa parte, o resultado
transparente tem prevalência sobre a pessoa do sujeito ativo.
Destarte, o quantum da diminuição será estabelecido segundo o
maior ou menor desenvolvimento do sujeito em relação ao
pináculo ou ponto consumativo do crime. Graduar-se-á o
percentual em face da maior ou menor aproximação da meta
optata” (TACRIM: Apelação no. 5310854, , Rel. Silva Pinto, in
RJDTACRIM, vol:2, página 114).

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