O documento discute a aplicação do princípio da insignificância para absolver um réu acusado de furto de dois pacotes de cigarro avaliados em R$44. A conduta foi considerada atípica devido ao valor mínimo furtado e à ausência de violência. A reincidência não impede a aplicação deste princípio, que analisa a tipicidade de forma objetiva. Com base nisto, o documento defende a absolvição do réu.
O documento discute a aplicação do princípio da insignificância para absolver um réu acusado de furto de dois pacotes de cigarro avaliados em R$44. A conduta foi considerada atípica devido ao valor mínimo furtado e à ausência de violência. A reincidência não impede a aplicação deste princípio, que analisa a tipicidade de forma objetiva. Com base nisto, o documento defende a absolvição do réu.
O documento discute a aplicação do princípio da insignificância para absolver um réu acusado de furto de dois pacotes de cigarro avaliados em R$44. A conduta foi considerada atípica devido ao valor mínimo furtado e à ausência de violência. A reincidência não impede a aplicação deste princípio, que analisa a tipicidade de forma objetiva. Com base nisto, o documento defende a absolvição do réu.
Em face do princípio da intervenção mínima, o Direito Penal tutela os bens
mais importantes da sociedade e, desta feita, uma conduta somente tem relevância para esse segmento do Direito se ofender de forma efetiva um bem jurídico.
Atos mínimos de ofensa são considerados materialmente atípicos pelo
Direito Penal em face da reprovabilidade reduzida da conduta ou ofensa mínima ao bem jurídico. Nesse contexto, pode-se falar em aplicação do princípio da insignificância.
Assim, em sendo mínimo o grau de reprovabilidade do comportamento do
acusado, em virtude da inexpressividade da lesão causada, deve ser afastada a tipicidade de sua conduta, ante a aplicação do princípio da insignificância, medida de política criminal que melhor se amolda ao presente caso.
Percebe-se que o réu é acusado de ter furtado um dois pacotes de maços
de cigarro, avaliados em R$ 44,00 (quarenta e quatro) reais, fl. 35.
Importante mencionar, ainda, que a reincidência não impede o
reconhecimento e aplicação do princípio da insignificância. Isso porque a tipicidade penal é fator de avaliação objetiva, importando, neste caso, verificar se houve ou não lesão suficiente ao patrimônio alheio.
A reincidência, como circunstância subjetiva, tem atuação e reflexo quando
da fixação da pena, art. 61, inc. I, do CP, descabendo antecipar sua apreciação para o momento da verificação da adequação típica. Nesse sentido:
“EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - FURTO - PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA -
AUSÊNCIA DE TIPICIDADE MATERIAL - RECONHECIMENTO - ABSOLVIÇÃO QUE SE IMPÕE - CIRCUNSTÂNCIA DE CARÁTER PESSOAL QUE NÃO INFLUI NA ANÁLISE DA TIPICIDADE MATERIAL. 01. Nos crimes patrimoniais, o mínimo valor do resultado obtido autoriza o magistrado a absolver o réu, quando a conduta do agente não gerou prejuízo considerável para o lesado, nem foi cometida com o emprego de violência ou grave ameaça à pessoa. O direito penal, por sua natureza fragmentária, só deve incidir quando necessário à proteção do bem jurídico tutelado pela norma. 02. As circunstâncias de caráter pessoal do agente, tais como a reincidência, maus antecedentes e personalidade do agente, não influenciam na análise da insignificância penal.” (TJMG - Apelação Criminal nº 1.0693.13.007100-6/001, Relator(a): Des.(a) Fortuna Grion , 3ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em 14/07/2014, publicação da súmula em 17/07/2014)”. “A Primeira Turma, por maioria, deu provimento a recurso ordinário em habeas corpus para absolver, com base no princípio da insignificância, paciente, que possui antecedentes criminais por crimes patrimoniais, da acusação de furto de um carrinho de mão avaliado em R$ 20,00 (vinte reais). RHC 174784/MS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 11.2.2020. (RHC-174784) INFORMATIVO 966 STF, de fevereiro de 2020.”
Isto posto, reconhecida a atipicidade material da conduta por inexistir
lesão jurídica relevante ao bem jurídico protegido, a absolvição do acusado, com base no art. 386, inc. III, do Código de Processo Penal, é medida que se requer.