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Quando Wyatt deixou a Inglaterra, ele disse adeus à sua educação

privilegiada e abriu seu próprio caminho. Após anos comandando operações


para uma unidade de elite da Navy SEALs, ele está satisfeito com sua vida
focada na missão até que um emaranhado bagunçado atravessa a porta.

Natasha Chandler não existe - e é assim que ela gosta. A dedicação


total ao seu disfarce é precisamente o que a torna uma grande oficial da CIA.
A carreira que ela ama cobra um preço alto: família, identidade,
relacionamentos. Mas enquanto persegue um dos criminosos mais
procurados do mundo, o Teamguy robusto e sexy que ela não consegue
esquecer entra de volta em sua vida e a faz questionar tudo.

Trabalhando juntos para caçar um elusivo ciberterrorista, Wyatt e


Natasha são forçados a enfrentar seu passado, expor seus segredos e
sobreviver à química explosiva que se instala entre eles. E quando uma jovem
conectada a Wyatt acaba na mira do jogo mortal do hacker, ele e Natasha
devem protegê-la e a outros de serem vítimas do próximo ataque.

A obsessão por justiça lhes custará a chance de ficarem juntos - ou


eles terão a chance de amar?
SAN DIEGO (JANEIRO DE 2013)

— Pensei em te encontrar aqui. Você sempre preferiu estar ao ar livre.

Wyatt manteve os olhos baixos na fogueira, que estava cercada


por pedras empilhadas do rio para manter as chamas afastadas. Era um pouco
rústico para este cenário e parecia mais adequado para seu lugar no Colorado
do que na Califórnia.

— Eu acho que algumas coisas nunca mudam. — Suas palavras


trouxeram lembretes de por que ele e Clara nunca haviam funcionado - mas o
principal motivo: ele não conseguia mudar. Ele não podia ser o que ela
precisava.

Ele lentamente se virou para a noiva no terraço, sem saber como se


sentiria ao enfrentá-la pessoalmente esta noite.

Como atirador de elite, seu trabalho era prestar atenção nos mínimos
detalhes. Era uma habilidade que se enraizou nele ao longo dos anos e era
impossível de desligar. Mas que diabo se ele não quisesse encerrar agora. Ele
não queria notar os detalhes.

A forma como seu cabelo negro como o corvo caía sobre os ombros em
cachos apertados, contrastando com o decote de seu vestido de baile branco.

As camadas de tecido cintilantes com cristais costurados na saia do


vestido, fazendo-a parecer uma princesa da Disney - a antítese de seu traje
habitual: shorts jeans cortados e um top com nervuras manchado de sujeira de
jogar bola com os rapazes.
Ele limpou sua barba loira aparada e piscou algumas vezes antes de
redirecionar seu foco para os olhos azuis dela. — Eu deveria ter dado a você
um casamento de verdade como este. — Ele acenou com a cabeça em direção
ao salão de banquetes à sua direita, onde a banda tocava e casais dançavam
lá dentro.

O casamento deles havia sido no tribunal. Impessoal, quase clínico.

Sem vestido branco. Sem smoking.

Eles até usaram trajes de banho por baixo das roupas para que
pudessem surfar logo após fazerem seus votos.

— Nós somos jovens. — Sua voz era suave, uma sugestão de desculpas.

Ele estendeu a mão, pegando as mãos dela, então se inclinou e levou a


boca ao rosto dela. — Parabéns. Você está deslumbrante. — Ele a segurou
por um momento, provavelmente um momento longo demais, lembranças de
sua vida juntos catapultadas para a mente. Os bons e os maus momentos.

— Eu não sabia se você iria aparecer.

Ele finalmente a soltou e forçou as mãos nos bolsos. — Eu sou RSVP,


não é?

Se o convite não tivesse sido por e-mail, ele nunca o teria visto. Ele
estava encerrando cinco meses de implantação de combate no Afeganistão
quando soube que Dale Franklin estava se casando com Clara.

— A maioria dos caras não iria ao casamento da ex-mulher.

Verdade, mas... — Então, por que você me convidou?

— Porque somos amigos.


Amigos? Sim, ele supôs que sim, embora não falassem com tanta
frequência. — Certo. — Disse ele com um suspiro.

Ela alisou as mãos para cima e para baixo em seus bíceps, uma
indicação certa de que seus nervos estavam em sintonia com os dele. Clara
poderia lidar facilmente com o frio no ar, e sessenta graus em janeiro não era
tão ruim.

Ele se virou e olhou para Mission Bay, as luzes do barco balançando na


água escura, e seus pensamentos se voltaram para o treinamento no BUD/S,
especificamente para sua segunda tentativa de ganhar o tridente.

— Você está feliz com Dale? — Isso é tudo que ele queria para
ela. Felicidade. O tipo de vida que ele não tinha sido capaz de dar a ela desde
que estava muito ferrado.

Ao sentir a mão dela em seu braço, ele enrijeceu. — Sim, mas isso não
significa que o que tínhamos não era real.

Ela o deixou escapar, e quando ele a viu de relance com o canto do olho,
o olhar dela estava na fogueira. — Você se lembra da primeira vez que nos
conhecemos?

— Como eu poderia esquecer? — Ele voltou a se concentrar nas chamas


laranja-avermelhadas que balançavam com a brisa suave. — Você
salvou minha vida.

— Você já disse aos meninos que costumava ser uma merda na água?
— Ela nunca o deixaria viver isso.

Ele sorriu. — Claro, diga aos meus amigos que levei uma pancada na
cabeça por uma prancha de surfe e vocês tiveram que me dar boca a boca? De
jeito nenhum.

Clara era uma estrela na água quando se conheceram. Uma surfista


durona e também uma fuzileira naval incrível.
Ela riu, mas depois ficou em silêncio, e foi como se os dois estivessem
assistindo a uma bandeira ser reduzida a meio mastro. — Tente não trabalhar
muito. Talvez se acomode e encontre alguém que o faça feliz.

Ela o conhecia muito bem para sugerir que ele encontraria o amor. Mas
ele já estava feliz, não estava? Seu trabalho era tudo que ele precisava. Seus
irmãos da Marinha. Mas ele ofereceu a ela um. — Sim, talvez. — Pois sabia
que ela ainda se apegava ao sonho de que um dia ele perceberia que era digno
de amor. De alguma forma, Clara permaneceu otimista ao longo dos anos,
nunca deixando a guerra manchar sua visão do mundo ou sua opinião de que
as pessoas eram inerentemente boas. Ela ainda acreditava nele, mesmo que
ele não merecesse.

— Eu provavelmente deveria voltar para os convidados. — Sua voz era


tão suave quanto um cobertor fresco de neve.

Ela deu um tapinha no peito dele e foi embora, o tecido de seu vestido
arrastando atrás dela.

— Wyatt? — Ela girou de volta. — Não morra.

— Você roubou minha fala. — Essas foram suas palavras para ela cada
vez que se despediam quando ela desdobrava. Um pedido simples, mas
honesto para voltar para casa. — Vou fazer o meu melhor. — Ele imitou a
resposta que ela costumava dar a ele. Também simples. Também honesto.

Depois de alguns minutos, ele voltou para dentro, precisando


desesperadamente de uma bebida para passar a noite. O salão de banquetes
tinha uma vibração costeira chique para combinar com a paisagem ao ar
livre. No geral, o quarto era descomplicado, o que era muito mais o estilo de
Clara do que o vestido de noiva que ela usava.

Ele navegou no meio da multidão, fazendo o possível para evitar


conversas, especialmente com os pais de Clara, e se dirigiu ao segundo bar
menor, que estava escondido ao lado perto do guarda-roupa.
— Uísque. Qualquer tipo que você tiver. — Ele deixou cair os cotovelos
sobre o balcão e baixou o rosto na palma da mão.

— Você odeia casamentos tanto quanto eu?

A mulher tinha o tipo de voz que poderia vender seguro de carro para um
homem sem carro. Como veludo ou seda, seu tom era suave e baixo. Uma
sugestão do sul.

Quando ele girou para a direita, seu olho foi cortado direto para um par
de íris verdes claras. — Não sou o maior fã de casamentos. — Admitiu.

Seu vestido cinza-azulado não era um vestido de dama de honra, graças


a Deus. Fluía da cintura para baixo, mas se ajustava bem na parte superior, e
ele fez o possível para não se concentrar no decote V que oferecia uma
sugestão de decote.

Ela afastou o cabelo loiro dourado do ombro e sorriu, atraindo os olhos


dele para seus lábios adoráveis.

— E se você? A maioria das mulheres gostam de casamentos, certo?

— Nem todas as mulheres. Por que você acha que estou me


escondendo aqui no canto? — A jovialidade em seu tom fez seu motor
funcionar, e seu corpo foi de zero a sessenta.

Ele tinha acabado de voltar de uma temporada de cinco meses em


Cabul. Cinco meses sem ligações. E este foi seu único fim de semana na
Califórnia antes de voltar para Dam Neck. Talvez ele pudesse...

Wyatt deixou de lado seus pensamentos quando ela trouxe um copo de


coquetel aos lábios, e ele viu seu relógio G-shock, que deveria parecer fora do
lugar combinado com o vestido, mas por algum motivo, combinava com ela.

— O que? — Ela arqueou uma sobrancelha e baixou o copo para o


balcão à sua direita.
— Você é militar?

Seus olhos verdes claros caíram para o relógio, e seus lábios se


contraíram como se ela estivesse lutando contra um sorriso e uma carranca. —
Meu irmão estava no Exército. Era dele.

Estava? — Merda, sinto muito.

— Não, não. — Ela acenou com a mão entre eles, quase batendo em
seu peito. — Ele saiu por causa de um ferimento médico, mas ele está
bem. Melhor do que nunca, na verdade.

Graças a Deus.

— Mas usando seu relógio, sabendo por algum milagre que ele
sobreviveu isso me faz sentir... — Ela encolheu os ombros — Bem ou algo
assim. Protegida. Eu não vou a lugar nenhum sem ele.

Ele podia entender isso.

Ele estendeu a mão para o copo que o barman havia deslizado em seu
caminho, e quando sua manga mudou um pouco para expor sua Casio, ela
apontou para seu pulso. — Vendo que você está usando um, isso significa que
você está no serviço? Britânico?

— Marinha americana. Não se deixe enganar pelo sotaque.

— Aw. Marinha contra Exército. Grande rivalidade. Adoro assistir aos


jogos de futebol.

Ele absorveu suas palavras. Peguei a visão de seus lábios


carnudos. Seus olhos lindos.

Ela tinha aquele olhar doce de garota ao lado. A garota sexy da porta ao
lado. Um sorriso inocente que poderia destruir os pensamentos de um homem.
— Então, uh, por que você não gosta de casamentos?

Um olho se fechou como se ela hesitasse em contar a verdade. — Você


já ouviu falar sobre a síndrome da noiva em fuga, certo?

De jeito nenhum ela saiu voando e deixou algum pobre sujeito no altar,
deixou?

— Você é uma corredora? — Ele perguntou, quase engasgando com


seu uísque.

— Em vez de uma noiva em fuga - imagine um noivo em fuga.

— Que homem em sã consciência iria deixar você?

— Sem ideia. Eu sou um grande partido. — Ela disse com um sorriso


provocador. — Mas pretendo ficar solteira para sempre e estou bem com isso.

— Bem, o traseiro que te deixou é um idiota.

Wyatt olhou ao redor da sala e pegou Clara dançando com o marido uma
música mais lenta. Não muito longe estava o almirante Chandler, coberto de
balas de peito, dançando com sua esposa. Ele não tinha certeza da conexão
de Chandler com Clara ou Dale. Não era todo dia que um almirante de sua
estatura aparecia em um casamento.

— Diga-me que seu irmão chutou a merda do seu ex, pelo menos.

— Meu noivo era o melhor amigo do meu irmão.

Merda. — Mais uma razão para arrancar a cabeça dele.

Seus olhos se voltaram para o teto abobadado antes de voltar para a


pista de dança. — De qualquer forma, você quer sair? Há uma fogueira que
ninguém está usando.
Meu tipo de mulher. — Absolutamente. — Ele a seguiu através da
multidão, focado em seu corpo em forma enquanto atravessavam a sala de
duzentas pessoas.

Uma vez no terraço, ela manteve as palmas das mãos abertas e fez um
giro de três a sessenta como se estivesse aliviada por se livrar da recepção. —
Muito melhor.

Enquanto Wyatt se aproximava, o cheiro de madeira queimando,


misturado com toques de baunilha de seu perfume, flutuou em seu caminho
em uma brisa repentina. — Eu te daria minha jaqueta, mas não tenho a menor
ideia de onde joguei antes.

— Oh, este tempo está perfeito. Estou bem. — Ela se deixou cair em
uma das quatro cadeiras rústicas que cercavam a fogueira, a fenda de seu
vestido mudando para expor uma perna longa e bronzeada. Mas foi o flip-flop
prateado que o fez sorrir.

— Bom toque.

— A coisa toda de beleza é dor nunca funcionou para mim. — Ela falou
lentamente.

— Você é texana? — Ele perguntou enquanto ocupava a cadeira ao lado


dela, mas ele a reposicionou para encará-la ao invés do fogo. Ele trabalhou
com vários rapazes do Lone Star State, então o sotaque era bastante familiar.

— Dallas. Nascida e criada. — Ela ofereceu sua mão. — Natasha.

Ele alcançou sua palma. — Wyatt. — Ele limpou a garganta quando ela
ainda não retraiu a mão, mas também não tinha pressa em soltá-la. — Você
ainda mora lá?

— Virgínia agora. Fronteira com DC.


— Você está na política? — Ele não captou aquela vibração dela, mas,
novamente, além de conseguir uma leitura de suas raízes no Texas, ele não
conseguia descobrir muito mais sobre ela.

— Eu trabalho no Departamento de Estado. — Respondeu ela. —


Especialista em telecomunicações. — Ela soltou a palma da mão dele, seu
olhar se movendo para as chamas bruxuleantes.

A maioria das pessoas que ele conheceu nessa função no Departamento


de Estado era na verdade agentes da CIA. Certamente, ela não estava, mas
ele não pôde deixar de brincar: — Ah, então você está na The Company?

— Você é um comediante, hein? — Seus olhos pousaram nos dele.

Ele acenou com o dedo para ela com um leve aceno de cabeça e
continuou a provocar. — Sim, eu posso ver agora. Você trabalha em Langley.
— Ele aproximou o antebraço do braço da cadeira de prancha larga e fez uma
brincadeira de olhar longamente para a esquerda, depois para a direita. —
Você está em negócios oficiais? — Ele perguntou em voz baixa. — Você está
disfarçada agora?

Ela se aproximou e sussurrou: — Não esta noite, mas eu tenho uma arma
amarrada na parte interna da minha coxa, caso Dale tente correr de Clara.
— Suas sobrancelhas franziram quando ela disse em uma voz séria, brincando
com a farsa: — Mas você me pegou, sou definitivamente uma agente da CIA.

Ele se recostou na cadeira e soltou o braço da cadeira. — Bem, isso


confirma isso. — Ele manteve os olhos nela, seu humor muito melhor do que
estava antes. — Você não está realmente na CIA.

Ela pressionou a palma da mão no peito, fingindo surpresa e


indignação. — E o que me entregou?

— Nenhum fantasma se chamaria de agente. Os oficiais


da CIA recrutam estrangeiros para serem agentes. — Por que estou falando
sobre isso? Ele estava fora do jogo. Droga, esses cinco meses sem sexo. Além
disso, bem, o cenário provavelmente estava bagunçando sua
cabeça. Casamento da ex-mulher e tudo.

Seu lábio inferior tremeu como se estivesse lutando contra uma risada.

Ele olhou na direção da sala de banquete, percebendo que havia deixado


sua bebida no bar. Claro, ele não precisaria de álcool para passar a noite agora
que conheceu Natasha. — Então, como você conhece a noiva e o noivo?

Suas mãos foram para o colo e ela brincou com o tecido de jersey de seu
vestido. — Você vai pensar que estou louca se eu te contar.

— Eu duvido disso.

Ela olhou para ele. — Lembra do meu ex-noivo?

— Melhor amigo do irmão? — Wyatt assentiu.

Seu peito subiu e desceu com uma respiração profunda. — Bem, ele
acabou de se casar com Clara.

Se ele tivesse bebido, teria cuspido o uísque imediatamente. — Isso


é horrível. Dale e seu irmão podem ter sido melhores amigos, mas por que seu
pai não o matou?

Ela encolheu os ombros. — Papai ama Dale como um filho.

— E você é filha dele. — Talvez os dois estivessem um pouco malucos


por estar ali? — Então, por que você veio?

— Eu conheço Dale há muito tempo. Amigos da família. Como eu


poderia não vir?

— Você realmente esperava que ele corresse esta noite, não é? — E se


Dale tivesse fugido em Clara, Wyatt teria quebrado as pernas.
— Dale nunca olhou para mim da maneira como olha para Clara, então
não. — Ela acenou com a mão desdenhosa como se estivesse tentando
bloquear memórias de seu passado. — Mas, qual é a sua história? Aposto que
você é amigo da noiva, já que nunca te vi antes.

Ele agarrou os braços da cadeira de madeira já que era sua vez de uma
dose da verdade. — A noiva é minha ex-mulher.

Não houve sensação de choque em seu rosto com a resposta. Na


verdade, ela respondeu com um descontraído: — Somos um par, hein?

Ele olhou para ela, e seus longos cílios vibraram antes que seus olhos
verdes se conectassem com os dele. — É o que parece.

Ela inclinou a cabeça para o lado, observando-o com curiosidade nos


olhos. — Posso te perguntar uma coisa?

— Certo. — E talvez ele fosse capaz de responder. Foi um cara ou coroa.

— Há quanto tempo vocês dois estão divorciados?

Ele não falava sobre Clara com ninguém. O fracasso era inaceitável e,
por mais distância que colocasse entre ele e o pai, ele não conseguia tirar a
voz do homem da cabeça. O incômodo você sempre me decepcionou soando
em seus ouvidos como o som daquele maldito sino do BUD/S sempre que um
de seus irmãos se despedia.

O fracasso em seu casamento tornou a voz de seu pai mais alta. Mais
aguda.

E quando Wyatt teve que voltar para o BUD/S para terminar a próxima
aula, quase foi sua ruína. Ele conseguiu se convencer de que os únicos
culpados foram a pneumonia e uma lesão no ombro e não tinha nada a ver
com o fato de Clara ter jogado a grande bomba do divórcio sobre ele pouco
antes da doutrinação. Mas a mordida da decepção havia afundado
profundamente.
— Legalmente, de volta em zero-sete. Mas nos separamos no outono de
cinco e cinco, logo depois que me tornei oficialmente um cidadão.

Sua boca se curvou de surpresa. — Você não se casou pela


cidadania... você fez? — Ela cobriu o rosto por um breve momento antes de
sua mão cair no colo como se estivesse envergonhada. — Pelo que sei,
seus pais se mudaram para cá quando você era mais jovem. Desculpe
assumir.

— Não se preocupe. — Ele havia recebido muito a pergunta sobre


casamento-cidadania e, por fim, começou a dar a mesma resposta
curta: mudou-se para os Estados Unidos para se casar e tornou-se
cidadão. Não era exatamente a verdade, mas funcionava, e a maioria das
pessoas não conhecia as regras de cidadania, então não o questionou. Ele
preferia manter seu passado fora de vista e longe da mente.

Ao contrário da Marinha, ele não poderia obter um contrato SEAL até se


tornar um cidadão, e parte dele sempre se perguntaria se Clara esperou para
se separar até que sua cidadania fosse processada, sabendo o quão
importante ser um Teamguy tinha sido para ele.

— Escolhi a escola em San Diego, em vez de Londres, para grande


consternação dos meus pais. — Mais decepção da parte deles que levou à luta
do século com seu pai. — Eu conheci Clara no verão antes de começar a
faculdade, e Clara e eu nos casamos alguns meses depois, um pouco antes de
ela entrar na faculdade. — Quando foi a última vez que ele realmente disse a
verdade, e nada menos para um estranho?

— Então, ela já era fuzileira naval estacionada em Pendleton na época?

— Sim.

Clara era quatro anos mais velha e muito diferente das mulheres com
quem ele namorou em Londres. Parte do apelo.
— O que fez você entrar para a Marinha, se não se importa que eu
pergunte?

— Quando era criança, pensava em ingressar na Marinha Real do Reino


Unido, então acho que sempre tive o desejo de servir. — Ele coçou a coluna
da garganta, ainda tentando digerir o fato de que estava se abrindo. —
Abandonei San Diego depois do Nine Eleven e entrei para a Marinha. Contanto
que você esteja no caminho da cidadania, você pode servir.

Seu olhar permaneceu no fogo e cortou seu caminho um momento


depois. — Bem, Clara parece legal.

— Ela é uma boa pessoa.

Sua boca se apertou brevemente antes de sussurrar: — Dale também.


— Um ombro se ergueu e caiu. — Simplesmente não são as pessoas certas
para nós, hein?

Ele engoliu em seco. — Certo.

— Você, hum, está saindo com alguém agora? — Ela apontou para a
mão esquerda dele. — Hoje em dia, a maioria dos homens que conheço não
usa anel, então é difícil mais identificar um homem casado.

— É esta a sua maneira de perguntar se estou disponível? — Se não


tivesse passado uma eternidade e um dia desde que ele fez sexo, talvez ele
pudesse ter suprimido o sorriso arrogante em seu rosto.

— Talvez.

— E se eu estiver disponível? — Ele perguntou.

— Então vou convidar você para dançar comigo.

— Lá fora?
— Melhor do que por dentro, certo? — Ela tirou a saia do vestido do
caminho para se levantar. — Então, você está para sempre solteiro como eu
ou totalmente apegado? — A jocosidade em seu tom havia retornado,
substituindo qualquer indício de sombrio que teria levado um K9 para farejar.

— Para sempre solteiro. — Ele se levantou e sentiu saudades da mão


dela, e ela engasgou quando ele a puxou para seus braços e a segurou contra
seu peito, quase esquecendo as paredes de vidro da área de recepção à sua
esquerda. Esquecer sua ex que agora estava casada novamente.

Ela apoiou seus bíceps e olhou para seus olhos enquanto ele a
segurava. Eles só se moviam de um lado para o outro, mas lhe convinha
perfeitamente.

Ele alcançou entre eles e segurou seu queixo, incapaz de se


conter. Linda era a ponta do iceberg. Seu instinto lhe dizia que havia muito mais
sob a superfície também.

— Eu amo esse cantor, mas não tão boas memórias vêm com sua
música. — Ela sussurrou como uma confissão.

— Oh?

— A música I'm Yours de Jason Mraz foi meu toque para Dale quando
estávamos juntos. Eu tinha vinte e dois anos, o que posso dizer?

Sua mão se moveu para sua bochecha e dane-se se ele não queria se
inclinar e provar o brilho de seus lábios, para deixar sua língua entrar em sua
boca - para dar a ela uma nova memória para acompanhar a música.

— Bem, pelo menos não é aquela música tocando agora. — Ele não
achava que fosse, pelo menos. Ele não tinha muito conhecimento das batidas
atuais. A maioria dos caras da base geralmente ouvia músicas mais antigas.

Seu lábio inferior rolou entre os dentes, seus nervos escorregando para
a superfície. Ele não tinha tanta certeza se era a conversa de seu ex ou o
momento em que estamos compartilhando que fez seu pulso vibrar ao lado do
pescoço e dilatar as pupilas.

— Sabe, não consigo dizer se seus olhos são azuis ou cinza. — Disse
ela depois que o DJ mudou para uma música de ritmo mais rápido. Eles
continuaram balançando lentamente de um lado para o outro de qualquer
maneira. Enquanto ele a estivesse segurando, não importava que tipo de
passos eles dessem. — Aqui fora, eles são uma espécie de ardósia azul, como
a cor do meu vestido, mas por dentro pareciam cinza.

— O DMV também não conseguiu decidir. — Disse ele com toda a


seriedade, incapaz de desviar os olhos dela.

Eles continuaram a dançar por mais dez minutos ou mais sem dizer nada,
e foi perfeito.

— Você realmente quer me beijar, não é? — Seus lábios se curvaram


nas bordas e uma covinha apareceu em sua bochecha esquerda.

— Você não tem ideia de quanto. — Ele admitiu sua voz rouca. — Mas...

— Mas você é outro destruidor de corações?

Ultimamente, sim.

Ela saiu de seu abraço quando ele não respondeu e ofereceu sua
mão. — Que tal darmos um passeio na praia?

Ele era atraído por ela de tantas maneiras que iam além da atração, o
que o assustava como o inferno. Quase o suficiente para se virar e ir embora.

Ele não fez isso, entretanto. Ele aceitou sua palma e entrelaçou seus
dedos.

— Você está sempre tão nervoso sobre ir passear? — Ela perguntou. —


Não vou tentar tirar vantagem de você na praia, eu prometo.
Ele percebeu o sorriso malicioso dela por cima do ombro e, de
brincadeira, virou os olhos para o céu pontilhado de estrelas. — Bem, eu não
vou resistir se você fizer. — Ele apertou mais a mão dela.

— Diga-me algo sobre você. — Ela disse suavemente


enquanto andavam em um ritmo lento.

— O que você gostaria de saber?

— Quando você se tornou um SEAL?

Ele parou de andar e a encarou. — O que te faz pensar que sou um


Teamguy?

— Já conheço marinheiros o suficiente para reconhecer um SEAL


quando vejo um. O sotaque me desconcertou no início. — Ela sorriu quando
ainda não confessou. — Virginia Beach ou Coronado?

Ele largou a mão dela para acariciar sua bochecha. — Virgínia.

Ela virou a bochecha e seus lábios macios se arrastaram por sua pele
quente. Ele não queria nada mais do que sentir aqueles lábios em sua boca.

Suas bolas se contraíram, o desejo o agarrando como uma mão firme em


torno de seu eixo.

— Os ex dos nossos ex namorados. — Ela sussurrou. — Isso seria


errado, certo?

Ela era direta, e ele gostava disso.

— Eu pensei que você não iria me atacar aqui?

Ela molhou os lábios e ele baixou a mão de seu rosto antes de colocar a
palma em volta de sua cintura para trazê-la para seu corpo.

— E eu pensei que você não faria objeções?


— Tenho certeza de que isso seria impossível de fazer. — Admitiu.

Ela franziu os lábios como se estivesse pensando, então murmurou: —


Sexo quente em uma praia da Califórnia está na minha lista de desejos.

— Não é Virginia Beach? Ou em outro lugar? Apenas na Califórnia? —


Ele ergueu uma sobrancelha.

— Ok, então eu não tenho uma lista de desejos. — Ela começou. — Mas
se eu tivesse, acho que incluiria sexo em uma...

Ele uniu seus lábios, e ela relaxou nele enquanto ele a beijava.

Sua língua mergulhou em sua boca, encontrando a dela, e ele soltou um


silvo baixo, uma espécie de grunhido de necessidade reprimida. Mas, inferno,
era mais do que isso. Algo dentro dele despertou.

Ele estava na praia com uma estranha, não muito longe da recepção do
casamento de sua ex-mulher, mas todo o barulho em sua cabeça ficou
silencioso. Ele mal conseguia se lembrar de sua experiência de quase morte,
três semanas atrás, quando um insurgente disparou um s-colete. Ou o ataque
contra seu comboio um mês antes disso.

Os últimos anos se tornaram um borrão com os lábios dela nos dele.

Tudo o que ele podia sentir e saborear era ela. Toda a sua consciência
era Natasha.

Suas unhas cravando-se em suas costas. Sua fragrância. Seu corpo


pressionado contra ele como se estivesse com fome de estar ainda mais perto.

Ele mordeu seu lábio inferior depois de subir para respirar, embora não
quisesse parar de beijá-la.

— Eu quero você, mas em um quarto. — Ele murmurou antes de sorrir


como uma criança com um bilhete dourado para a Fábrica Willy Wonka. —
Tenho lembranças muito fortes de ter areia em lugares aos quais não pertence
quando estou no BUD/S, e prefiro não reviver isso enquanto.

— Entendido. — Ela recuou e ofereceu a mão.

E isso estava realmente acontecendo? Ele iria transar no casamento de


Clara?

Mas foda-se se ele pudesse se conter.

Clara e Dale eram felizes, então por que duas pessoas solteiras não
podiam se divertir?

— Seu quarto ou meu? — Ele perguntou quando eles começaram a ir


para o hotel.

— Seu. — Ela gaguejou.

Ele enfiou a mão no bolso em busca do cartão-chave, mas quando


olhou para o terraço e a fogueira brilhante, ele parou de andar, praticamente
puxando Natasha para uma parada abrupta também.

— O que há de errado? — Ela perguntou.

— Eu, uh. — Ele voltou a andar, e eles subiram os degraus para o terraço
para que ele pudesse enfrentar um homem que supôs estar lá para ele.

O que diabos Luke Scott estava fazendo lá? Ele recentemente, e de


forma muito inesperada, deixou sua posição como um operador de Nível Um,
então isso não poderia ser um agarre sua merda, estamos criando um tipo de
visita.

Luke tossiu com o punho fechado ao ver as palmas das mãos de Wyatt
e Natasha. — Desculpe por aparecer assim. Posso ter uma palavra? — Ele
inclinou a cabeça em um pedido de desculpas para Natasha, e seus olhos azuis
voltaram para Wyatt.
— Eu posso voltar para a recepção e esperar. — Natasha ofereceu.

— Eu realmente preciso que ele volte para o meu quarto. — Luke disse
em seu tom severo, sem rodeios, cara do time.

Wyatt se virou para ela, com uma forte decepção em seu tom quando
disse: — Eu vou te encontrar depois.

— Sim, tudo bem. — Mas algo em sua voz dizia que ela duvidava que
ele voltaria.

E ele honestamente não sabia se voltaria, mas dane-se, ele não queria
deixar uma mulher como ela pendurada. Ele se inclinou e sussurrou: — Se eu
não puder voltar...

Ela assentiu como se entendesse completamente. Havia perdão em seus


olhos. Ela era uma mulher incrível, não era? E ele odiava se afastar dela.

Ela deu um beijo rápido em sua bochecha.

Luke permaneceu em silêncio enquanto Wyatt a observava cruzar o


terraço e abrir a porta do salão de banquetes. A música se espalhou
no ar noturno por um breve momento, então desapareceu junto com Natasha
quando a porta se fechou. Ela, no entanto, deu uma última olhada nele através
do vidro.

Ele queria ir atrás dela. Para perseguir o momento que eles estavam
tendo e permitir que continue pela manhã.

Mas ele não podia virar as costas para Luke, mesmo que a noite com
Natasha tivesse prometido ser uma que ele nunca esqueceria.

Wyatt acompanhou o passo rápido de Luke quando eles saíram do


terraço e desceram o caminho para o segundo edifício do hotel adjacente ao
salão de banquetes.
— Eu teria esperado até amanhã para aparecer, mas estou com pouco
tempo. Desculpe interromper assim.

— Está tudo bem. — Ele respondeu enquanto eles se moviam.

Eles pararam do lado de fora de uma suíte no primeiro andar um minuto


depois, e Luke colocou seu cartão-chave na fenda e empurrou a porta. — Eu
não estou sozinho, a propósito.

Wyatt seguiu Luke para o quarto e parou ao ver a mulher sentada no sofá
em frente à cama king-size. — Jessica?

Ela se levantou e estendeu a mão. — É bom ver você de novo, Pierson.

— Vocês dois são parentes? O olhar de Wyatt mudou entre Jessica e


Luke. Mesmos sobrenomes, mas Luke nunca mencionou...

— Ele é meu irmão. — Ela fez um gesto para que ele se sentasse na
cama enquanto se abaixava no sofá novamente.

Ele se abaixou, o colchão macio afundando sobre ele.

Luke permaneceu parado ao lado de sua irmã. — Jessica me disse que


você trabalhou algumas operações juntos.

— Na verdade, apenas no ano passado na Somália. — Respondeu


Wyatt.

A princípio, a Marinha queria fazer uma investigação cinética no local


onde um bando de terroristas da Al Shabaab estava alojado, mas Langley
queria que os homens fossem trazidos de volta para interrogatório. Jessica
havia sido a ligação da CIA entre o AFRICOM e sua equipe, aconselhando o
melhor curso de ação para garantir que eles entrassem e saíssem do país
rapidamente. E, mais importante, sem que nenhum de seu povo morra. Sua
inteligência tinha sido exata.
Todos os seus rapazes atacaram um pássaro super-furtivo em vez de um
Chinook e agarraram sete terroristas, o que acabou levando à queda de
jogadores adicionais.

O relatório após a ação, a versão higienizada do que aconteceu em


Mogadíscio, deixou de fora a maioria dos detalhes do que tinha acontecido,
incluindo o fato de que Jessica Scott era uma foda e deveria ter recebido uma
medalha por aquela operação. Tinha sido perfeito por causa de seu
planejamento.

Então, sua presença agora significava que Luke estava de volta ao jogo
e precisando da ajuda de Wyatt?

— Eu não sabia que ela trabalhava na The Company. — Luke


comentou. — Acabou de descobrir.

— O que está acontecendo? — Seu pulso deveria ter subido, deveria ter
aumentado, mas ele estava acostumado a ser jogado em situações
desconhecidas e seguir em frente por reflexo. Isso não era nada novo.

O que acelerou seu pulso foi quando soube que Luke-a-Lenda-Scott


havia desistido. Agora - bem, inferno, ele estava apenas curioso para o que
estava acontecendo.

— Se importa se eu fizer meu ponto? — Jessica olhou para seu irmão e


ele acenou com a cabeça. Ela se levantou e caminhou em direção às janelas,
então enfrentou Wyatt. — Depois da Lança de Netuno, os caras do Nível Um
foram colocados no centro das atenções e isso tem tornado seu trabalho cada
vez mais difícil.

Lança de Netuno - uma das operações SEAL mais famosas da história


moderna porque foi a operação que derrubou Osama bin Laden. E sim, ela
estava certa. A mídia foi incansável em sua busca por aprender mais sobre as
operações DEVGRU, ou Equipe SEIS. Que maldita parte do clandestino eles
não entendiam?
— Eu tive uma ideia rolando na minha cabeça por um tempo desde
aquela operação. — Jessica começou. — E eu decidi, que momento melhor
para implementar o plano agora que temos um novo presidente. Felizmente, o
presidente Rydell concordou com a proposta.

— Que foi? — Wyatt se levantou incapaz de permanecer sentado por


mais tempo à menção de POTUS.

— Montar uma equipe específica para fazer as operações de alguns altos


escalões, inclusive o presidente. Operações para as quais nosso pessoal da
DEVGRU não pode obter luz verde. Estrangeiros e domésticos. — Explicou ela.

— O POTUS já não tem dinheiro sujo para seus caras Delta que lidam
com merdas como essa?

— Sim, mas ainda existem canais apropriados que o presidente tem que
passar para essas operações também. — Rebateu Jessica. — Estaremos
ainda mais fora dos livros.

— Temos aprovação para dez SEALs. Jessica e eu fomos encarregados


de liderar este grupo. — Luke cruzou os braços. — Mas eu gostaria de nos
dividir em duas unidades. Vou dirigir Bravo e gostaria que você assumisse o
comando da Echo.

— Eu vi você operar como um líder de assalto, e você também é um dos


melhores atiradores lá fora. — Acrescentou Jessica. — Achamos que você se
encaixa perfeitamente neste papel.

Ele piscou algumas vezes, tentando compreender a oferta. — Então,


você realmente não desistiu? — Suas sobrancelhas levantaram em surpresa.

— Preciso que o mundo pense que me aposentei, mas não, ainda estou
ativo. — Explicou. — Ouça. — Ele segurou a palma da mão no ar como se
sentisse a preocupação de Wyatt, uma vez que eram vagos como a merda. —
Estaremos trabalhando diretamente para o POTUS. Se Washington não puder
aprovar uma operação, mas a inteligência disser que nosso pessoal é
necessário, seremos os caras que ele enviará.

— Ao contrário das operações Delta da POTUS, não teremos QRF em


espera. — Observou Jessica.

— Ninguém virá atrás de nós se formos capturados. — Luke reiterou.

Porque não existiremos. Wyatt se virou para a parede, que tinha uma
imagem de Mission Bay pendurada acima da cama. Esse tinha sido um dos
lugares favoritos de Clara quando se casaram. Mas agora ele tinha certeza de
que seu beijo com Natasha ficaria para sempre gravado em sua mente sempre
que ele pensasse na baía.

— Eu sei que é pedir muito, especialmente sem muitos detalhes, mas


não podemos divulgar muito até que você concorde e assine alguns NDAs. —
Disse Luke. — Estaríamos operando sob o pseudônimo de Scott e Scott
Segurança.

— E provavelmente faremos alguns trabalhos de segurança privada


entre as operações para acompanhar as aparências. Esses empregos também
podem ser uma ótima maneira de nos financiar. Estaremos trabalhando em um
orçamento governamental limitado para evitar que alguém descubra que
existimos. — A voz de Jessica permaneceu confiante. Determinada, mas não
excessivamente agressiva.

— Você pode ajudar a escolher quatro caras para fazer parte de sua
equipe. — As palavras de Luke fizeram Wyatt se contorcer para encarar os
dois.

— Por que não recrutar membros da equipe de aposentados?

Jessica e Luke trocaram um olhar rápido. — Queremos caras mais


jovens que possam viver conosco. — Disse Luke. — Os riscos serão
grandes. E a maioria de nossos SEALs aposentados são mais velhos e têm
filhos.

— Acho que faz sentido. — Respondeu ele.

— Luke me convenceu a contratar alguns veteranos para trabalhar na


Scott e Scott, no entanto. Isso ajudará a manter nossa cobertura.

— Mas eles não vão saber a verdade? — Ele praticamente podia sentir
sua pulsação em seu pescoço agora.

— Ninguém pode saber. A verdade é muito perigosa, especialmente se


quisermos que isso seja duradouro. — Ela se aproximou mais, seus olhos fixos
nele para fazer uma leitura.

Jessica era loira de olhos azuis. Atraente. Final dos vinte anos. Jovem
para alguém em um papel tão importante. E se ele não tivesse visto Jessica em
ação em primeira mão, ou não tivesse testemunhado Luke operar na guerra,
ele provavelmente já teria deixado a sala.

A ideia da equipe contornar a burocracia e a aprovação do Congresso


era atraente e assustadora.

— Você tem trinta e um. No auge da sua carreira. Pedir para você deixar
seus homens é muito, eu sei. — Luke estava certo, especialmente sobre deixar
seus irmãos para trás.

— Posso ter algum tempo para pensar sobre isso?

— POTUS tem uma missão na qual precisa de nós, e estamos lutando


para reunir todos. — O tom calmo de Luke estava em contradição com sua
declaração. — Não temos muito tempo.

— Minha vida tem sido cheia de decisões rápidas.

Saindo da Inglaterra.
Casando com Clara.

Abandonando da universidade pela Marinha.

— E isso significa? — Jessica perguntou a ele.

Ele estendeu a mão para Luke e afastou todas as dúvidas de sua


mente. — Não tenho certeza do que estou entrando, mas isso também me
excita. A história da minha vida, de qualquer maneira. — Ele agarrou a palma
da mão de Jessica em seguida e sorriu. — Então, por que diabos eu faria as
coisas de forma diferente agora?
Natasha desviou o olhar do terraço externo onde o lindo SEAL havia
desaparecido com outro homem que tinha Teamguy escrito sobre ele.

Eu realmente quase quebrei minha regra de – não fazer sexo com


estranhos?

Wyatt provavelmente não voltaria. Havia algo nos olhos de seu amigo
que emitia a vibração de – você está prestes a girar. E ela não ia ficar no
caminho de um homem e de uma missão. Ela viveu e respirou a vida.

Mas talvez ela tenha se esquivado de uma bala? Esse homem


provavelmente poderia transformar seu coração em pó na palma de sua mão
grande e áspera.

Normalmente, ela não era de cair rápido. Ela errou por ser cautelosa
atualmente quando se tratava de homens. O que pode ter algo a ver com o seu
noivo saindo no dia do casamento, deixando-a de pé em seu vestido de noiva
com um bolo, triste e com saudades do noivo. Mas havia algo sobre Wyatt. Ela
foi imediatamente atraída por ele, e seu beijo foi incrivelmente incrível.

Ela voltou seu foco para seu belo amigo, Jack London. Jack se mudou
para Dallas quando ela tinha sete anos e se tornou o melhor amigo de seu
irmão, mas ela sempre amou que ele nunca a tratou como a irmã mais nova
de Gray, embora ela gostasse de ir aonde quer que fossem. Construir fortes na
floresta e travar tiroteios Nerf sempre foi preferível a ela a Barbies.

Jack estava diante dela com uma bebida cor de âmbar na


mão. Provavelmente era o que Wyatt estava bebendo. Um uísque puro - sem
qualquer coisa misturada com ele.
— Eu sei que somos todos amigos de Dale, e já se passaram quase três
anos desde que você se separou, mas parte de mim quer quebrar as pernas
dele pelo que ele fez com você.

Ela sorriu com seu comentário. Mas... a separação acabou sendo o


empurrão que ela precisava para finalmente se candidatar ao emprego
atual. Então, algo de bom veio de ser rejeitada no altar, ela supôs.

E pensar em sua linha de trabalho agora tinha uma faísca de culpa


aquecendo suas bochechas. Dois anos depois não tinha tornado mais fácil
mentir sobre trabalhar para a CIA, especialmente para um homem como Wyatt.

— Estou surpreso que você esteja lidando com isso tão bem. — A
atenção de Jack se voltou para o novo casal feliz, Clara e Dale. — Fuzileiros
navais. — Ele resmungou.

Jack não tinha nada além de amor por seus irmãos Semper Fi nos
braços, mas os caras de outras filiais adoravam cutucar uns aos outros sempre
que podiam.

O pai de Natasha nunca deixou o irmão ignorar o fato de ter escolhido o


Exército em vez da Marinha, optando por não seguir seus passos.

— Estou bem. — Disse ela, na esperança de descartar o


assunto. Quando a mão dele foi para o peito, e sua aliança de ouro chamou
sua atenção, foi um lembrete de que ela não tinha visto sua esposa na
recepção. — Onde está Jill? — E sim, eles eram – Jack e Jill. E seus amigos
nunca os deixaram viver assim. Felizmente, Jack era mais um cara mais
divertido e risível do que taciturno e pensativo, então ele tinha gracejos
preparados para cada caso de reclamação.

— Jill disse que não estava se sentindo bem. Ela voltou para o quarto do
hotel após a cerimônia. — Ele engoliu o resto de sua bebida e baixou o copo
até o balcão. Ela sabia que havia mais do que isso. Afinal, era seu trabalho
prestar atenção aos detalhes.
Jack ergueu o olhar para ela quando ela colocou a mão em seu
antebraço.

— Podemos ter brigado.

— Achei que a única coisa pela qual vocês dois brigaram foi o quanto
sua vida foi consumida pelo Exército. O que há para discutir agora que você
renunciou à sua comissão?

Ele girou nos calcanhares e foi para o bar principal. Natasha considerou
aquele código para ‘Não vamos falar sobre Jill’, então assim que ela o
alcançou, ela escolheu seguir o pedido silencioso para abandoná-lo.

Eles pediram outra rodada de bebidas, e seu irmão, Gray, fez o seu
caminho, segurando a perna para ajudar com seus movimentos, o que
normalmente só acontecia quando ele estava cansado ou bebia demais.

Grayson, que ela chamava de Gray, entrou na conversa, mergulhando


direto sobre qual filme de Rocky era o melhor. — 'Se ele morrer, ele morre'. —
ele deu seu voto, recitando uma linha do filme. — Tenho que ir com o Quatro.

— Concordo. — Jack brindou com ele.

— Mas...

— Não, essa é a resposta final. — Gray a interrompeu e colocou o braço


em volta dos ombros dela.

— Uh, eu não posso nem com vocês dois. Adicione Dale à mistura e
vocês serão praticamente os Três Patetas.

À menção de Dale, Gray se inclinou e perguntou em uma voz não tão


sutil: — Você está bem, irmã?

E esse era o código para... Você quer que eu mate Dale? Fale agora ou
cale-se para sempre.
Houve uma pequena briga após a situação do noivo fugitivo. Gray havia
caçado Dale, mas acabou perdoando seu amigo, decidindo, como seu pai,
Dale não era o homem certo para ela.

— Onde está Jill? — Gray arrancou a azeitona de seu martíni acabado


de fazer, e ela deu um tapa na lateral dele por tanto tempo.

— Não pergunte. — Ela avisou.

Jack bebeu outro uísque como se estivesse em uma competição de


bebida. Sim, isso não poderia ser bom.

— Quem era aquele cara com quem você estava falando lá fora? — Gray
soltou o braço de seus ombros e pediu sua própria bebida.

— Ele é apenas alguém.

Ele trocou um olhar com Jack. — Como alguém que preciso caçar e dar
o terceiro grau?

Ela revirou os olhos e deu um tapinha de brincadeira no peito do


irmão. — Não é da sua conta. — E ele provavelmente não vai voltar. Seu
desejo de fazer sexo com Wyatt tinha definitivamente superado sua
necessidade de prevenir o momento de merda que inevitavelmente se seguiria
devido à quebra de sua regra de – não fazer sexo com um estranho.

Talvez se ela ainda estivesse se sentindo aventureira amanhã, ela ligaria


para ele. Ela precisava de seu sobrenome para olhar seus dígitos, no
entanto. Devia haver alguém que conhecesse o marinheiro. Bem, alguém além
da noiva e seus pais. Merda. Sem dúvida, havia muitos alguéns que podem ter
estado presentes no casamento de Wyatt e Clara.

E agora ela não podia deixar de se perguntar que tipo de cerimônia e


recepção eles tiveram. Ela não sabia virtualmente nada sobre o homem, mas
ela duvidava que fosse semelhante a essa vibração boho chic.
— Eu conheço esse olhar. — Jack anunciou depois de pedir mais uma
rodada. Esses meninos iriam se meter em problemas se não diminuíssem o
ritmo. Basicamente - a norma para eles. — Você gosta desse homem
misterioso?

— Ele é um Teamguy. — Talvez ela não devesse ter revelado essa


informação, mas ela confiava em seu irmão e em Jack.

Gray grunhiu. — Chega de idiotas.

— Você tem dois ex-SEALs em sua folha de pagamento. — Ela revirou


os olhos mentalmente, punindo-se por continuar a tagarelar. Ela estava
tentando tirar Gray de suas costas, não justificar as estrelas em seus olhos para
Wyatt.

— E eu dou a eles o inferno por isso todos os dias. — Disse Gray.

— Viva isso, irmão. — Jack bateu sua taça na de Gray.

— Vocês dois. — Ela virou os olhos para o teto, as memórias do salão


de banquetes vazio em seu próprio casamento invadindo seus pensamentos.

As cadeiras foram cobertas por um cetim azul bebê. As peças centrais


cheias de lírios.

Lírios são para funerais, certo? Nunca foi para ser, amor, sua amiga
Alexa tinha dito a ela. Alexa trabalhava para o MI6 e era só trabalho e nenhuma
diversão, e se Natasha não diminuísse o ritmo logo, ela acabaria no mesmo
caminho.

Natasha vinha se fortalecendo em seu trabalho desde 2011, ainda não


endurecida pelos males do mundo. Ainda não está cansada. Ela havia sido
avisada de que isso aconteceria eventualmente, mas faria o possível para não
se perder no trabalho, para não ficar entorpecida.
Ela queria sentir cada perda. Lembrar-se de cada vitória também. Para
sempre ser a melhor e nunca desistir.

Ficar solteira para sempre manteria seu coração protegido, mas, ao fazê-
lo, ela se transformaria no tipo de oficial que não queria ser, tão motivada pela
perseguição, pela caça, que errou em tudo o mais na vida?

Seu foco voltou para o casal feliz agora compartilhando outra dança no
centro da pista. Clara já fora a outra metade de Wyatt. Ele tinha seus lábios
sobre ela. As mãos dele. E por isso, por mais ridículo que seja, sentiu uma
pontada de ciúme. Porque ela agora sabia como era o toque de Wyatt.

Mas ela não sentiu nada, nenhuma pontada de ciúme ou


arrependimento, enquanto observava Dale e Clara juntos.

O que foi sobre Wyatt?

Se ele não voltasse - talvez, apenas talvez - ela o faria... ela pediria seu
nome completo, e ela pesquisaria o inferno fora daquele homem para encontrá-
lo. Terminar de onde pararam na praia.

— É o marinheiro a razão desse sorriso no seu rosto? — Gray a cutucou


nas costelas com o dedo indicador.

Sim, ela queria deixar escapar. — Você poderia me fazer um favor? —


Ela perguntou ao invés. — Você poderia pegar o sobrenome dele com Clara?

— E o seu SEAL a conhece?

Essa seria a parte difícil. — Ele é o ex-marido dela.

As sobrancelhas de Jack se ergueram de surpresa.

Gray piscou duas vezes como se ele não pudesse tê-la ouvido direito. —
Você está falando sério. O ex dela veio ao casamento?
Ela apontou para o peito. — Estou aqui. Por que é tão chocante ele ter
aparecido?

— Se você realmente quer saber o nome do marinheiro, Lady Macbeth.


— Um nome que Gray adorava chamá-la desde que ela desempenhou o papel
na peça do colégio, e ele sabia que a pressionava seus botões como todos os
bons apelidos fraternos pretendiam... — Você mesmo vai precisar perguntar a
Clara.

Bem.

Ela poderia fazer isso.

Sem problemas.

Bem, talvez...
O RESGATE

Tres anos e meio depois


ARGEL (JULHO DE 2016)

— Eu não gosto disso. — Jack bateu com o dedo indicador na mesa ao


lado de Natasha, como se o dedo no gatilho coçasse. Eles estavam em um
café ao ar livre no centro da cidade. Os edifícios ao redor deles datavam da
época colonial francesa, com suas paredes caiadas de branco.

O cheiro insuportável de temperos locais atingiu seu nariz, e ela sufocou


um espirro com a mão quando uma brisa levantou um toque de cominho que
saiu de um vendedor.

— Claro que você não gosta disso. Você nunca gosta quando estou na
cidade. — Menos de um mês na Argélia rastreando uma pista, e toda vez que
ela saía da rede de segurança da Estação, Jack ficava rabugento de
preocupação com ela.

Ela brincou com as pontas de seu lenço, que servia para esconder
seu cabelo loiro. Além de um toque de rímel, seu rosto estava limpo de
maquiagem.

Esta parte do mundo representou um desafio significativo quando se


tratou de criar uma lenda - um pano de fundo fabricado ou biografia para um
oficial disfarçado. As opções eram limitadas, especialmente para mulheres.

Corpo da Paz, figuras religiosas e até jornalistas como matérias de capa


estavam fora dos limites.

Para tornar ainda mais problemático, uma mulher de negócios solitária


não fazia parte da região. Portanto, seu companheiro desempenhava o papel
de empresário e, para torná-lo mais crível, seu irmão.
Jack era praticamente seu irmão, no entanto. Depois de deixar as Forças
Especiais do Exército, acabou servindo de outra forma, conseguindo uma vaga
de empreiteiro paramilitar no Grupo de Operações Especiais (SOG) da CIA,
também conhecido como GRS (Global Response Team). A CIA
frequentemente contratava ex-militares para ajudar nas zonas quentes do
mundo.

E esta estação da CIA em Argel qualificou-se como uma zona quente


agora. As tensões aumentaram devido à repressão policial-estatal, sem falar
da presença do grupo terrorista AQIM (Al-Qaeda no Magrebe Islâmico), cujo
principal objetivo era derrubar o governo e inserir o domínio da religião em todo
o país.

Jack olhou de soslaio para ela enquanto levava o café à boca. — Nem
pense nisso. — Ele avisou enquanto ela mexia no nó de seu hijab,
contemplando removê-lo para permitir que seu cabelo loiro fluísse livremente
como um farol venha e me pegue. — Eu sei o que você está pensando.

Jack, o homem que nunca perdeu o humor, mesmo depois de cinco


implantações, estava nervoso hoje. Até mesmo taciturno.

Ela acatou seu aviso e soltou o nó que prendia o lenço de seda vermelha
sob o queixo, deixando cair a mão no colo.

Ele bateu no comunicador em seu ouvido. — Qual é a sua posição,


G? Algum movimento ouvido?

Os empreiteiros paramilitares ficaram amplamente conhecidos depois da


tragédia que aconteceu em Benghazi alguns anos atrás. Aquelas treze horas
que eles controlaram o forte no anexo da CIA se tornaram notícia de primeira
página.

Jack era um dos melhores homens com quem ela já trabalhou, e ela ficou
aliviada ao saber que ele conseguiu um contrato na Argélia pouco antes de sua
chegada. Ela também telefonou imediatamente para o pai para questionar se
ele puxou os pauzinhos para que isso acontecesse, visto que esta não era a
primeira vez que Jack fora designado para sua localização. Seu pai negou, é
claro, mas ela tinha suas suspeitas. Seu pai faria qualquer coisa para mantê-la
segura. Talvez ele tenha até empurrado Jack para servir novamente.

Um ano atrás, a esposa de Jack decidiu desistir. Na defesa de Jill, ele


prometeu não voltar ao trabalho militar assim que saísse do Exército. Em sua
defesa, o negócio imobiliário não o ajudou muito depois do tipo de vida que
viveu. Além disso, era isso que ele amava. Ajudar pessoas. Derrubando
bandidos.

— O que G disse? — Garrison estava na equipe de Jack. Ex-Forças


Especiais do Exército. Outro homem em quem ela confiaria em qualquer dia da
semana.

— Tudo limpo de seu ponto de vista. — Jack respondeu sua voz tensa.

Ela protegeu os olhos do sol enquanto olhava para o telhado ao longe,


onde G estava localizado. Ele tinha um rifle de atirador posicionado
neles. Mesmo que ela não pudesse vê-lo, ela sabia que ele podia vê-la.

— Mas algo não parece certo. O ar está carregado.

— Como é que é? — Ela baixou a voz e segurou a risada que queria


escapar. Não seria bom chamar atenção para ela e Jack sorrindo e mostrando
os dentes brancos. Não, ela tinha que se misturar como irmã de um
empresário.

Eles estavam lá para encontrar um ativo potencial, um homem que


ela esperava ter uma inteligência valiosa. Alguém que estava disposto a vender
seu grupo, o AQIM, em troca de um pagamento pesado da Agência.

Ele era sua melhor chance não apenas de derrubar os terroristas, mas
de encontrar o hacker que forneceu ao AQIM as dinâmicas que levaram o
Black Hawk a ser derrubado nas montanhas do Atlas seis semanas atrás,
matando dois soldados e ferindo gravemente dois Mais.

Ela fechou os olhos, lutando contra a memória do helicóptero de seu


próprio irmão caindo seis anos atrás, o que o levou a sair do Exército. O
caminho para a recuperação tinha sido longo, mas ele sobreviveu, e ela teve
que se lembrar disso sempre que o medo e os nervos ameaçavam passar. O
relógio que ele deu a ela, que ela sempre usava, estava escondido sob a manga
preta em seu pulso esquerdo.

— Algo vai acontecer, estou lhe dizendo. Eu tenho um pressentimento.

Ela abriu os olhos com a urgência nas palavras de Jack.

Ele estava observando as ruas, olhando para a esquerda e para a


direita. A área ao redor deles zumbia com conversas em árabe, além de
alguns pedaços de francês aqui e ali. Um burro carregando grandes fardos de
lixo amarrados aos lados passou pesadamente no momento em que o garçom
entregava um prato de dolma, cuscuz e cordeiro.

Ela agradeceu em árabe e olhou para a comida à sua frente com


incerteza, seu estômago embrulhando em protesto. O sexto sentido de Jack
em ação só serviu para deixar seus nervos mais confusos.

— Acho que seu homem está se aproximando.

Natasha seguiu o olhar de Jack até a rua movimentada ao lado deles,


cheia de vendedores que vendiam comida local.

Um homem com uma espessa barba negra vestindo jeans escuro e uma
camisa branca de mangas compridas folgada veio em sua direção. Seus olhos
estavam focados. Mais observador do que os homens e mulheres por quem
ele passou.

Era seu ativo potencial. Farid, com a AQIM.


Ele parou um pouco tímido da pequena mesa redonda e desviou o olhar
para o prédio à esquerda, o oposto de G.

— Você veio. — Ela inclinou levemente a cabeça para mostrar


subserviência ao homem para manter seu disfarce.

— Não podemos falar aqui. — Os olhos castanhos escuros de Farid, da


cor da terra do jardim de tomates de sua mãe, encontraram os dela. — Me
siga. — Ele se virou para a rua de onde tinha vindo.

Jack segurou seu bíceps, tentando impedi-la de se levantar. — Não


podemos segui-lo cegamente. Precisamos de mais cobertura.

Sim, bem, o chefe da estação não achou que eles precisassem de


suporte adicional. Ele não achou que Farid realmente apareceria. Ele pensou
que ela havia perdido as últimas quatro semanas tentando transformá-lo. Esta
é uma pista de merda, seu chefe havia dito antes de ela deixar a Estação, trinta
minutos atrás.

— Eu tenho que ir. Você sabe como isso é importante. — E maldição,


eles já o estavam perdendo.

Jack rosnou, mas acenou para que ela o seguisse. — G estamos nos
movendo.

As ruas íngremes e sinuosas tornavam mais difícil lidar com Farid. —


Para onde ele está nos levando? — Ela trouxe a mão para a Sig Sauer P226
no coldre em seu quadril sob a blusa, e uma sensação de conforto a invadiu
sabendo que estava ao alcance.

Muitos oficiais em campo não estavam equipados para a batalha, mas


Natasha havia completado os cursos mais rigorosos na Fazenda. Ela ganhou
suas asas de salto de prata também. Como oficial de operações e parte da
Diretoria de Operações (DO), era seu trabalho desenvolver, identificar, criar e
lidar com as fontes. Para adquirir informações para proteger os americanos e
a política dos EUA. A maioria das pessoas que se juntou à Agência queria estar
no campo recrutando espiões, transformando cidadãos estrangeiros em
agentes. E ela teve sorte o suficiente para conseguir o show.

Os oficiais da CIA eram notórios por andar na linha entre o certo e o


errado, porém, que era sua parte do trabalho que menos gostava - também,
uma em que ela era boa. Muitas vezes ela irritava as pessoas erradas, como
na semana passada, e quase acabara com PNG (declarada persona non grata
e expulsa do país).

Mas se ela não estivesse disposta a ofender os escalões superiores do


governo de vez em quando, nunca pegaria tantos bandidos.

Então, seguindo Farid pelas ruas, mesmo que homens armados


contornassem cada esquina com AKs, ela estava fazendo o que fora treinada
para fazer.

Ela não precisava de Jack sussurrando em seu ouvido a cada minuto


como ele estava fazendo no momento, tem certeza? Às vezes, ele ainda a via
como uma irmã mais nova, como a garota que poderia matar um veado como
o melhor deles, mas que choraria pela morte mais tarde e lamentaria a
perda de vidas. Sim, aquela garota. Em campo, ele podia esquecer que ela era
uma policial responsável por derrubar vários HVTs ao longo dos anos e impedir
a ocorrência de ataques terroristas.

Mas eram os ataques que haviam escapado pelas fendas que


a assombravam todos os dias, como o Black Hawk que foi derrubado. Se ela
tivesse parado o hacker depois de seu último ato, três meses atrás, talvez
aqueles homens no helicóptero tivessem voltado para casa com suas
famílias. A culpa mergulhou como uma faca em seu peito, e outra em seu
intestino, que se retorceu por uma pontada extra de dor.

Jack puxou seu braço, fazendo-a parar abruptamente, e um tipo


estranho de energia surgiu e bateu nela. Uma sensação de perigo.
Jack estava certo. Havia algum tipo de carga no ar.

Farid ficou parado a três metros, encarando-os.

— E se ele tiver um cinto S por baixo da camisa? — A voz de Jack falhou


quando uma ameaça crescente encheu o ar. — Ele pode detonar.

— Ele não vai fazer isso. — A proteção de Jack era excelente, mas
agora, ela não precisava disso. Ela precisava de respostas. Em
formação. Inteligência acionável.

Era disso que ela precisava e acreditava que Farid o tinha.

— Devíamos parar de seguir e abortar a missão, G. — Jack disse em seu


comunicador.

— Absolutamente não. — Ela partiu para Farid, que ainda a


encarava como se... como se ele fosse traí-la.

Ela se acalmou quando chegou perto o suficiente para praticamente ver


a dilatação de suas pupilas enquanto ele murmurava, — Desculpe.

Oh merda.

— Temos tangos à frente. — Disse Jack, segurando-a pelo cotovelo. —


Cinco pelas minhas contas. — Ele tocou a orelha. — G diz que há mais cinco
atrás. Estamos encaixotados.

Farid já havia se virado e corria na direção oposta, indo direto para os


cinco homens armados que avançavam contra eles.

Ela segurou a mão em sua arma enquanto Jack a empurrava para um


beco à sua direita.

Sua melhor pista se foi.


Como diabos ela deixou isso acontecer? Ela tinha sido tocada, e ela era
melhor do que isso.

A voz de seu pai empurrou em sua cabeça. Não sei se você aguenta
isso, ele disse quando ela se inscreveu na CIA. E se você conseguir matar a si
mesmo ou a outras pessoas?

— Entre, G. Não consigo ouvir o que você acabou de dizer. Repita. —


Jack cobriu a orelha e praguejou. — Eles estão convergindo em nossa
localização. Precisamos sair daqui. — Ele disse enquanto continuavam a
disparar pelo beco, mas havia uma parede obstruindo seu caminho. Um beco
sem saída. — Há uma porta à sua esquerda. Tente.

Tiros de aviso soaram no ar e alguém gritou em árabe por trás.

Ele manteve o peito contra as costas dela, servindo como um escudo


enquanto ela agarrava a maçaneta.

O sangue correu para seus ouvidos enquanto ela se contorcia, enquanto


seu peito se apertava de preocupação.

Ela empurrou a porta com sua Sig na mão, sabendo muito bem que eles
estavam prestes a perder a sorte.

E ela estava certa.

Três homens armados estavam esperando.


CAPÍTULO QUATRO

I BIZA

— E STAMOS GIRANDO DE VOLTA . — Luke simulou as lâminas de um


helicóptero e girou o dedo no ar. — Cinco ou seis de nós são necessários para
este. — Luke estava ao lado de sua irmã dentro da luxuosa propriedade na
ilha, diante das equipes Bravo e Echo. Luke tinha acordado os caras assim que
eles adormeceram e os laçou para a sala principal.

Apenas duas horas atrás, eles destruíram uma célula terrorista que
estava usando a cobertura de uma boate para traficar armas de alta potência
e explosivos. As equipes Bravo e Echo conseguiram tirar dezessete tangos
sem matar nenhum frequentador do clube. Eles considerariam isso uma vitória,
especialmente porque ninguém em sua equipe havia sido atingido.

Mas agora para onde eles estavam indo?

Jessica empurrou os óculos de armação preta até a ponta do nariz


enquanto ele via o tablet em sua mão. Ela estava em sua camiseta justa branca
padrão e jeans escuro. Não tem muita maquiagem. Ela fez o possível para não
se destacar com a chamada aparência simples. Mas Bravo Três certamente
estava prestando muita atenção nela desde o momento em que se juntou à
equipe no inverno passado.

— Duas horas atrás. — Ela começou, sua voz solene. — Um oficial da


CIA e um membro do SOG foram levados na área de Cabash de
Argel. Chandler estava lá para se encontrar com um ativo que possuía
inteligência possível sobre o AQIM, bem como o hacker responsável por
vender a inteligência que causou a queda de um Black Hawk há seis semanas.

Algumas maldições murmuradas retumbaram em torno de Wyatt de seus


amigos. — Você conhece o oficial? — Ele perguntou.

Fazia apenas alguns anos desde que Jessica deixou a Agência, então
era possível.

— Nós nos encontramos algumas vezes. — Respondeu Jessica. — Um


pouco criador de inferno.

— Como você, Pêssego? — Bravo Três e seu amor por irritar Jessica...

Wyatt escondeu uma risada ao ver a carranca de Jessica direcionada


para o caminho de Asher.

— De qualquer forma. — Ela disse como se mordendo a palavra. — O


cara com quem ela estava se encontrando a traiu. Ao que parece, ela e seu
parceiro foram emboscados por pelo menos dez homens armados.

— O homem em vigília deles conseguiu tirar vários tangos, mas não pôde
prever o sequestro. — Luke acrescentou sua voz sombria.

— E por que estamos entrando? Por que não enviar forças paramilitares
adicionais ou...

— Eles ainda estão esperando o sinal verde. — Jessica interrompeu


Owen, que atuava como Bravo Dois. — Eles estão tentando se coordenar com
o governo argelino, mas presumem que se a AQIM for a responsável, esta é
uma situação de resgate.

— O pedido para a gente mudar e agora vem direto da POTUS. Chandler


não é apenas um oficial de operações, mas ela é filha do Almirante Warren
Chandler. — Luke disse seu tom mais grave do que se as palavras tivessem
sido ditas pelo próprio Grim Reaper. — E o homem com ela era um Boina Verde
antes de entrar para a SOG. Amigo da família dos Chandler também.

— Esta deve ser uma operação de resgate e recuperação rápida de


entrada e saída. — Jessica virou a tela do iPad para mostrar o homem e a
mulher que eles perseguiam.

As sobrancelhas de Wyatt franziram e ele deu um passo para trás. Você


deve estar brincando.

Natasha Chandler. A Natasha. A mulher que ele pensou em


rastrear depois do casamento de Clara para continuar de onde pararam depois
daquele beijo na praia.

Ele resistiu a encontrá-la porque ela parecia doce e inocente, e ele era
exatamente o oposto do que ela provavelmente precisava - uma trepada e
nada mais.

Ele brincou que ela era da CIA, mas ela o enganou facilmente com uma
pequena espionagem.

Ele não tinha certeza se estava chateado com a mentira dela, embora
não tivesse o direito de receber sua linha de trabalho atual ou, se possível,
ainda mais excitado e intrigado com a mulher.

Mas ela também estava sendo mantida em cativeiro por um grupo


terrorista, então ele teria que colocar seus pensamentos em espera.

— Echo tem isso. — Wyatt ofereceu sua equipe, trabalhando as palavras


soltas em torno do nó que se formava em sua garganta.
Luke acenou com a cabeça. — Então Owen pode servir como extrato.

Owen girou o boné e suas mãos foram direto para os quadris. Ele havia
sido um piloto naval antes de se tornar um Teamguy, escolhendo seguir os
passos de seu irmão, que morreu servindo seu país como um SEAL. As
habilidades de voo de Owen foram úteis mais vezes do que Wyatt poderia
contar.

Jessica apresentou uma vista aérea de Argel em seu tablet. — Chandler


está usando um dispositivo de rastreamento, então temos as coordenadas do
GPS dela. Os militares têm um drone monitorando cada movimento de seus
sequestradores. Seis combatentes inimigos os mantêm presos em uma casa a
cerca de um quilômetro de um palácio otomano histórico. Eles estão ao norte
da praia, perto das Cavernas de Jijel. A paisagem é acidentada, o que a torna
bastante isolada. Você deve ser capaz de entrar sem nenhum olho em você.

— Uma pena que eles não os levaram de volta para sua empresa, teria
sido bom rastreá-los lá e destruir toda a sua base na chegada. — Ele adoraria
nada mais do que se vingar dos homens derrubados no Black Hawk.

— Infelizmente, eles não são burros o suficiente para fazer isso. — Luke
comentou.

— Qual é o plano infalível? — Wyatt perguntou.

— Você vai inserir alguns quilômetros no mar. — Luke ordenou. — Leve


uma nave Zodiac com você e, quando chegar perto o suficiente, nade nela.
Esconda seu equipamento em uma das cavernas.

Wyatt olhou em volta para seus companheiros de equipe, que


permaneceram imóveis, preparados apesar da falta de sono. AJ, seu braço
direito como eco Dois, deu-lhe uma empresa Conseguimos este aceno.

— Regras de noivado? — Roman perguntou que serviu como Echo Four


e seu chefe de comunicação quando ele não estava rodando como atirador
principal com Wyatt. Ele não tinha ido para a escola de atiradores de elite como
Wyatt, mas cada homem em sua equipe estava bem equipado para ser um
assaltante e atirador. Inferno, médico e invasor quando necessário também.

— Tenho certeza de que você não vai entrar e sair de lá sem tirar
algumas vidas. — disse Jessica. — Esta é a filha do almirante Chandler,
afinal. Faça o que você tem que fazer.

— Esses mesmos idiotas responsáveis por derrubar o Black Hawk na


Argélia, ou eles são ajudantes contratados? — Raiva amarga rastejou pelo tom
de Owen, imitando a raiva que Wyatt sentia por dentro pelas vidas americanas
perdidas.

Luke respirou fundo. — Parece que eles estão com o AQIM, então se
envolva como se eles próprios disparassem o míssil no Black Hawk. — Os
caras começaram a se dispersar para se preparar para a missão, mas Luke
disparou uma mão para impedir Wyatt de sair com sua equipe. — Tem certeza
que quer fazer isso? Você está acordado há quase dois dias. Eu posso liderar
este aqui.

O som sensual da voz de Natasha flutuou em sua mente, e ele teve que
piscar algumas vezes para se voltar ao presente.

Se alguma coisa acontecesse com aquela mulher...

Ele balançou a cabeça e Luke soltou o braço de Wyatt.

— Não, eu estou bem. E se estou acordado há dois dias, você


provavelmente está olhando para o terceiro dia sem tempo de espera.

— Mais uma coisa. — Os olhos azuis de Jessica, da mesma cor que os


de seu irmão, eu olhei para Wyatt. — O almirante quer que sua filha seja trazida
de volta para cá, e ela não deve sair até que ele chegue.

— Mantendo-a prisioneira, hein? — Ele não tinha ideia de como Natasha


era no campo, mas não conseguia imaginar que ela ficaria emocionada com
um bando de ex-SEALs secretos dizendo que ela tinha que ficar parada e
esperar pelo pai. — E quanto ao empreiteiro com ela? —Ele perguntou quando
o silêncio de Jessica serviu como resposta suficiente para seu gracejo
prisioneiro.

— Ele deve pegar o primeiro vôo de volta para Argel por ordem do chefe
da estação. — Ela respondeu. — Provavelmente Natasha não será fã desse
plano. Se ela for como eu, ela vai ficar chateada por seu disfarce ter sido
descoberto.

— O quê, ela não ficará feliz em ver nossos rostos bonitos? — AJ entrou
na conversa e jogou um braço em volta do ombro de Wyatt. — Estou sentindo
que essa mulher Natasha é mal-humorada?

— Não tenha ideias. — Wyatt resmungou, sem querer deixar a ordem


escapar, mas como o inferno ele teria AJ dando em cima dela, especialmente
agora que ele sabia que ela não era uma especialista em telecomunicações do
Departamento de Estado.

Não, ela não era apenas da CIA, mas também filha do almirante.

— Você está bem, chefe? — AJ largou a mão quando Wyatt o encarou.

Na verdade, não. — Eu conheço nosso alvo. — Ele disse uma vez que
Jessica e Luke estavam fora do alcance da voz. — Inferno. — Acrescentou ele.
— Eu até a beijei.

***

Poucas horas depois, todos os cinco caras da Echo estavam dentro de


um avião semelhante a um C-130, se preparando para pular na costa da
Argélia. Luke contratou o mesmo piloto que usaram na operação em Ibiza, um
ex-oficial da Força Aérea que morava na Espanha.
Sua equipe não tinha o luxo de operar com aviões militares oficiais, já
que tecnicamente não existiam, mas eles tinham amigos com acesso a
brinquedos divertidos.

Um, em particular, era um expatriado que vivia na Espanha e que possuía


uma coleção rara de veículos militares. Era o avião em que eles estavam
voando, e seria seu Black Hawk customizado que Owen faria para pegar o
extrato da Echo.

O expatriado rico havia projetado de alguma forma o helicóptero para


combinar com o pássaro furtivo usado para invadir o complexo de Bin Laden. O
rotor de cauda tinha pás extras para reduzir o ruído, junto com modificações
no rotor principal para redução do ruído. E uma pintura para dificultar a
localização dos sensores infravermelhos. Além disso, mais algumas
modificações.

O almirante Chandler sabia que a equipe de Luke estava sendo enviada


para resgatar sua filha, mas o presidente explicou que eles estavam sendo
contratados como empreiteiros militares privados semelhantes ao SOG.

Ter a capa de Scott & Scott veio a calhar para operações como a desta
noite. E, aparentemente, o almirante não se importava que linhas inimigas
fossem cruzadas, contanto que sua filha voltasse viva. Ele não queria que ela
passasse semanas em alguma jaula até que o governo pagasse um resgate,
ou pior ainda, fosse morta com sua morte transmitida online.

— Pronto para salvar sua garota? — AJ perguntou enquanto se


preparava para sair da aeronave.

— Cala essa maldita boca. — Ele revirou os olhos e colocou os óculos


de proteção no lugar.

Poucos minutos depois, os caras largaram o Zodiac CRRC (nave de


ataque de borracha de combate) antes de pular.
Pular de paraquedas no mar na calada da noite não era exatamente a
atividade favorita de Wyatt, mas ele faria o que precisava ser feito,
especialmente para salvar Natasha.

— Bom para ir. — Disse ele, uma vez que estavam no barco.

Eles ancoraram a oitocentos metros da costa e vestiram seus trajes de


pele preta e colocaram suas nadadeiras.

AJ olhou para a água. — Alguma mandíbula da morte por aí?

— Este é o mar. — Roman o lembrou. — Mas houve alguns avistamentos


de tubarões na história.

— Você poderia ter mentido para mim, irmão. — AJ disse com um aceno
de cabeça e fixou os óculos de proteção no lugar.

— Então você não deveria ter perguntado a ele. — Wyatt respondeu com
uma risada, então pulou na água primeiro.

Ele olhava por cima do ombro a cada trinta segundos ou mais enquanto
nadavam, verificando se seus irmãos estavam bem. Nenhum ataque surpresa
do mar, graças a Deus.

Uma vez na praia, eles se livraram das nadadeiras, tiraram as roupas de


mergulho e esconderam o equipamento dentro da caverna mais próxima com
o uso de uma rede de camuflagem.

— O rastreador está definido. — Roman anunciou após colocar o


dispositivo em seu equipamento dentro da caverna para transmitir sua
localização a Owen para coleta.

— A casa fica a menos de um quilômetro ao norte. — Wyatt olhou o


rastreador GPS para a localização de Natasha e apontou na direção que eles
precisavam seguir. — Cabeças giratórias, pessoal.
— Roger. — Disseram os caras em uníssono, depois baixaram os óculos
de visão noturna e entraram em formação.

Normalmente em uma operação, ele não estava pensando no alvo. Não


sobre seu cabelo, cheiro, o som de sua voz. Ele não pôde deixar de se
perguntar se Natasha iria reconhecê-lo. E ele se sentiria culpado quando
puxasse o cartão secreto e mentisse sobre quem ele era e o que ele realmente
fazia para viver? Ela mentiu, ele lembrou a si mesmo.

E ele mentiu para todas as mulheres que conheceu desde que começou
a trabalhar diretamente para a POT US em 2013. Mas na noite em que
conheceu Natasha, ele se abriu, permitiu que palavras mais honestas do que
o normal saíssem suavemente de sua língua.

Wyatt voltou seu foco para a operação e ergueu o punho enluvado


enquanto parava, sinalizando para os caras ficarem parados. Ele verificou
a transmissão do satélite na tela de seu pulso. — Dois veículos estacionados
do lado de fora do prédio, e temos movimento no lado leste da casa e perto da
entrada norte.

Wyatt fixou os olhos na propriedade à frente, que parecia que mal


sobreviveria a um ataque de drone ou a um bombardeio nos últimos anos.

— O lugar parece que está sendo mantido por alguma cola forte e talvez
orações. — Disse AJ nos comunicadores.

— Sim, mantenha isso em mente quando entrarmos. — Ele respondeu


em seu microfone. — Eu não quero que ele desmorone sobre ninguém.
— Wyatt direcionou seus rapazes para filtrar para suas posições
designadas. O plano era invadir a casa o mais rápido possível para manter o
elemento surpresa. — Isso é um. Guarda norte para baixo. — Ele anunciou
depois de disparar um tiro reprimido.

— Este é o Quatro. Guarda leste para baixo. — Roman disse a seguir.


— Preenchimento agora. — Wyatt deu a ordem, e sua equipe violou
conforme planejado.

Uma escada velha e frágil estava empoleirada na parte de trás da casa,


e Chris, o Eco Três, manobrou como um maldito ninja para chegar ao segundo
andar. Uma vez que ele estava em posição, o resto da equipe se dividiu para
invadir a casa pela frente e por trás.

Foi uma emboscada clássica. Uma entrada e uma saída rápida antes que
os filhos da puta soubessem o que os atingiu.

Apenas outra sexta-feira.

Seus caras dispararam tiros com precisão com seus M4s suprimidos,
derrubando três tangos dentro. Onde estava o último cara?

— Este é o Três. Segundo nível limpo. — Anunciou Chris.

Wyatt fez uma rápida varredura do interior. O prédio estava sem


móveis. A definição de conceito aberto. Metade do telhado, incluindo parte do
segundo andar, estava faltando quando ele olhou para cima para ver o céu
escuro como breu.

Ele tirou seus OVNs do caminho e usou a luz do rifle para guiá-lo
enquanto ele manobrava ao redor do espaço vazio.

— Primeiro andar livre. — Onde diabos eles estão?

— Merda, há um túnel aqui atrás. — Disse AJ nos comunicadores. —


Indo... — Ele largou suas palavras, e Wyatt correu para sua localização.

AJ gritou algo um momento depois, então Wyatt o viu caminhando de


costas para fora da entrada do túnel com as mãos para cima.
Wyatt abaixou seu M4 ao ver Natasha e o empreiteiro saindo da velha
entrada em arco do túnel lado a lado. Jack London tinha um rifle apontado para
AJ.

Com o Echo Two em sua camuflagem sem a bandeira americana no


peito, seria mais difícil para Jack reconhecer AJ como um dos mocinhos.

— Somos americanos. — Wyatt largou seu rifle, permitindo que a tipoia


o pegasse, para que pudesse demonstrar que não era uma ameaça. — O
almirante Chandler nos enviou.

Os olhos de Natasha dispararam em sua direção e ela deu um passo à


frente, boquiaberta.

Ela parecia ilesa, graças a Deus.

— Então, definitivamente não sou um especialista em telecomunicações.


— Ele meditou, fazendo o possível para não sorrir diante da situação.

— E você não está aposentado. — Sua voz falhou de surpresa. Ele não
a culpou exatamente. Ele tinha entrado parecido com o Rambo - ok, ele
desejava ser Rambo porque o homem era basicamente um fodão e quem não
gostaria de ser ele? - mas sim, certamente vendo um cara com quem ela quase
dormiu na casa do ex casamento tinha que ser uma surpresa.

Mas... como diabos ela sabia que ele se aposentou? — Você, uh, está
ok?

Jack baixou o AK modificado de merda com um tambor de 100 cartuchos


presos a ele que provavelmente roubou do soldado AQIM. — Não estamos
feridos.

Wyatt olhou de volta para Natasha, que ainda estava olhando para
ele. Não é bem um olhar de cervo nos faróis, mas perto o suficiente. Ela tinha
um lenço de cabeça vermelho pendurado frouxamente em volta do pescoço, o
que acentuava seu cabelo loiro. Suas roupas estavam quase no ponto com
Jessica. Camisa de manga comprida lisa e jeans. Quase nenhuma
maquiagem.

— Estamos bem. — Ela disse. — Para quem você trabalha?

— Segurança privado. — Respondeu AJ antes que Wyatt tivesse a


chance de mentir. — Não houve tempo para trazer outra equipe aqui e
estávamos por perto. — Ele estendeu a mão enluvada. — Fico feliz em ver
vocês dois vivos.

— O que aconteceu no túnel? — Wyatt perguntou.

— Algum idiota nos empurrou lá, mas Jack cuidou dele e tirou nossos
zíperes. — Ela olhou ao redor do espaço aberto. — Presumo que você matou
todo mundo? — Uma pontada de irritação percorreu seu tom.

Ela queria alguém vivo para interrogar. Claro. Ele não a culpava, mas sua
prioridade tinha sido resgatar ela e Jack.

Natasha se agachou ao lado de um dos babacas mortos e o apalpou. —


Nada.

Ela estava viva e segura. Não parecia estar abalada.

Há quanto tempo ela está na Agência?

— Estamos prontos para a extração, Bravo Dois. — Alertou Owen pelo


rádio.

— Cinco microfones fora. — Respondeu Owen.

— Precisamos nos mexer. Tenho um helicóptero vindo nos pegar a um


quilômetro daqui. — Wyatt acenou para Natasha e Jack saírem.

— Alguém pode ter algo útil. — Ela já havia passado para seu segundo
corpo, verificando os bolsos do homem.
— Não queremos esperar e ver se esses idiotas teriam a chance de
mandar buscar reforços. — Wyatt se agachou em frente a ela e estendeu a
mão. — Por favor.

Ela ignorou sua palma e balbuciou: — Só mais um segundo. — Ela se


endireitou e foi para o outro corpo antes que ele pudesse protestar.

— Ei, acabei de receber uma palavra de Jessica. — Disse Chris,


correndo em direção a eles. — Parece que vamos precisar fazer uma extração
rápida. Tenho três jipes fortemente armados indo para nossa posição. —

— Hora de ir. — Wyatt girou um dedo no ar, gesticulando para que


saíssem. — Agora. — Acrescentou ele quando Natasha ainda estava curvada
sobre um corpo.

— Tasha! — Jack rebateu.

— Eu tenho um telefone! — Ela ficou de pé e olhou para Wyatt. — Agora


podemos ir.

Ele balançou a cabeça enquanto pressionava o microfone. — Bravo Two,


prepare-se para uma extração rápida.

— Entendido, Um. — Owen respondeu pelo rádio.

— Fique entre nós. — Wyatt ordenou uma vez do lado de fora.

As pedras e a areia subiam por suas botas enquanto eles corriam. —


Qual é a situação da nossa entrada, Três? — Ele perguntou a Chris quando
eles se aproximaram da praia.

— Dois microfones, vamos deixar isso rápido. — Respondeu Chris.

— Uau! Espere. — Natasha disse assim que eles fizeram o seu caminho
para a praia. Ela girou para enfrentar Wyatt. — Você não pode estar falando
sério.
Uma corda preta grossa pendurada no Black Hawk balançou logo acima
de suas cabeças, e ele apontou para ela, sinalizando para ela se prender. —
Não podemos pousar. Basta prender e o piloto irá levá-la a um navio de
guerra próximo.

— Você fez treinamento paramilitar na Fazenda, você pode lidar com


isso. — Jack bateu em seu lado enquanto pegava o arreio de Wyatt. — Você
pode me prender. Eu entendi você.

Wyatt olhou para ela enquanto Jack prendia Natasha em seu corpo e se
prendia à corda. Ele fez o possível para lutar contra a sensação estranha que
rodopiava na boca do estômago. O que diabos foi isso?

Ele mal a conhecia, mas dane-se se ele jurava que o ciúme o estava
chutando nas bolas ao ver seus seios esmagados no peito de Jack
enquanto ele posicionava a outra mão em suas costas.

— Eles estão prontos. — Disse ele em seu rádio, alertando Owen que
eles estavam preparados para ir.

Natasha olhou para Wyatt quando ele começou a colocar sua roupa de
mergulho. — Vocês não vão conosco?

— Temos um barco. — Parte dele queria ficar para trás e lidar com os
jipes cheios de bandidos, mas suas ordens tinham sido estritamente para uma
operação de resgate. — Vamos nos encontrar com você no navio. — Disse ele
antes de mudar de ideia. — E todos nós embarcaremos no pássaro e voaremos
juntos para Ibiza.

— Espanha? — Ela levou as mãos ao peito de Jack e empurrou como se


pudesse escapar, mas eles estavam amarrados juntos e o helicóptero estava
começando a se levantar. — Não, não posso ir para a Espanha! Me
solta! Droga, pessoal. Deixe-me... — Suas palavras morreram no ar quando
Owen as varreu.
— Merda, irmão. Ela vai nos matar naquele navio. — AJ disse com uma
risada.

— Podemos ter que nocauteá-la com algo para levá-la para Ibiza. — Finn
comentou enquanto se preparavam para ir para o mar antes que os reforços
da AQIM chegassem a eles. — Parece que a parte da extração será uma
caminhada no parque em comparação com mantê-la presa na ilha.

— Você vai dizer ao almirante que não conseguimos fazer a filha dele
seguir as ordens? — Chris ergueu as palmas das mãos e voltou-se para o
mar. Suas nadadeiras bateram na areia enquanto ele se movia para a água. —
Boa sorte com isso.

— Bem. — AJ começou. — Agora que a conheci, estou apostando que


aquela mulher beija muito bem. Talvez você possa usar sua língua para
convencê-la a ficar.

— AJ. — Ele avisou assim que o pop-pop-pop de tiros disparou à


distância. — Acho que, já que eles nos encontraram. — Ele começou enquanto
segurava a mão de seu rifle. — Devemos ficar por aqui e matar esses idiotas
terroristas antes de irmos.

AJ sorriu. — Hooyah, irmão.


IBIZA

— Você vai torcer o tornozelo. Você poderia esperar?

Natasha lançou um rápido olhar para Wyatt atrás dela enquanto ela
descia o caminho rochoso. O acesso a Águas Blancas era difícil. Na verdade,
chegar à praia não foi tão difícil quanto tentar dar o fora da área onde a
propriedade estava localizada. Estava empoleirado no topo de um penhasco
íngreme no meio do nada, e ela havia passado uma hora tentando fugir.

Já que ela não conseguiu escapar, ela estava chateada e precisava de


um momento sozinha.

Mas não, Wyatt, o cara gostoso de seu passado com os olhos azul-
acinzentados mais incríveis de todos os tempos, não iria deixá-la em paz. Ele
estava com muito medo de que ela tentasse fugir novamente.

Talvez ela pudesse pegar uma carona com um dos banhistas da


madrugada fazendo um surfzinho com o vento forte hoje. Volte para a Argélia
e termine o trabalho que ela começou.

Maldito pai e suas conexões.

Maldito chefe de estação que fazia o que diabos o almirante queria


porque seu pai era amigo de golfe do POTUS.

— Você poderia, pelo menos, me deixar andar ao seu lado, então se


você começar a cair do penhasco sangrento, eu tenho uma chance de salvar
sua bunda? — Ele murmurou, seu suave e sexy sotaque inglês deslizando por
suas palavras um pouco mais.
Ela o ignorou e continuou andando pela trilha sinuosa. O suor floresceu
entre seus seios, embora não estivesse tão quente ainda. Ela ainda estava com
a mesma calça jeans e camisa de mangas compridas de quando foi
sequestrada ontem.

O sol estava apenas começando a subir à distância como uma bola de


fogo. Ela espiou a extensão de areia à frente. As ondas eram brancas e
espumosas, agitadas pelo vento como o topo de um café com leite.

A praia estava vazia até onde ela podia ver, mas talvez se ela esperasse
alguém aparecesse.

Quando ela alcançou a areia, ela deu outra olhada para trás, mas ele
ainda estava lá.

Na verdade, ele estava pirando lá. Ela se chocou contra uma parede
musculosa, também conhecida como peito, e ele agarrou seu bíceps como se
ela pudesse flutuar na brisa.

Uma carranca marcou seus lábios, lábios que eram mais cheios do que
a maioria dos homens, mas definitivamente não eram femininos - lábios que ela
nunca esqueceria de beijar.

Havia uma ligeira cicatriz que cortava a borda de sua testa loira, e se
tornou mais pronunciada quando a curiosidade cruzou seu rosto.

— Eu preciso sair daqui, e vocês me prenderam como um prisioneiro.


— Ela permaneceu enraizada no lugar, querendo sair de seu alcance tanto
quanto ela queria ficar nele.

Ele a salvou. Salvou seu amigo. Mas ela era uma oficial de operações
treinada e não precisava de uma babá. E se Jack não tivesse recebido ordens
de voltar para a Argélia no segundo em que eles chegaram a Ibiza, ela teria
implorado por ajuda para sair dessa prisão SEAL.
— Meu pai está exagerando, e por me manter aqui sob suas ordens,
você também está. — Ela mordeu fora, ainda sem se mover. Ainda não foi
capaz de se desprender do calor de seu aperto. Ela podia sentir o calor das
palmas das mãos dele, mesmo através do tecido de algodão de sua camisa.

— Eu não trabalho para a CIA. Meu trabalho é mantê-la segura, e vou


fazer isso, mesmo que isso signifique mantê-la protegida de si mesma. — Um
som familiar ecoou em seu tom - uma dica da preocupação de seu pai com sua
segurança.

— Eu me viro sozinha. — Ela ergueu a mão para o peito dele, com a


intenção de se afastar, mas seu batimento cardíaco estava estável sob seu
toque, e ela estava mais uma vez confusa com os sentimentos que este homem
evocava nela. — E teria sido bom se você pudesse trazer um daqueles idiotas
de volta vivo para que pudéssemos interrogá-lo para obter informações.

Um sorriso preguiçoso cruzou seu rosto, uma indicação de que ele


estava segurando ela.

— O que você não está dizendo?

— Eu não posso te dizer agora, mas tenho certeza que você vai
descobrir em breve. — Seu sorriso se estendeu depois de suas palavras
enigmáticas, e ela queria - bem, ela queria beijá-lo, droga.

Ela fez o possível para voltar a se concentrar na missão. — Bem,


agradeço a defesa, mas tenho trabalho para voltar.

— Sua lenda, ou como vocês a chamam, foi destruída. Volte para Argel
e terá um alvo na cabeça. — Suas palavras foram baixas. Suave. Macio como
a areia.

Ela olhou furtivamente para o sol acima do mar turquesa. Se ela


não estivesse tão chateada por ser segurada contra sua vontade, ela pararia
um momento para admirar a linda folha de laranja, rosa e vermelho cortando o
céu em camadas. À medida que aquela bola de fogo subia cada vez mais alto,
era como se Deus a tivesse pegado e embalado.

Com a língua presa no céu da boca, ela considerou seu plano, suas
próximas palavras. Como ela poderia convencer este ex-militar duro como
pedra a ceder a ela? Romper a cadeia de comando e ignorar as ordens do
almirante?

Se ele estava realmente aposentado, não devia nada ao pai dela.

— Você não entende, não posso abandonar minha missão.

— E eu não posso abandonar a minha. — Ele rebateu com uma voz


profunda e rouca. Um tom de autoridade, que dizia ‘Não me tente, querida’ -
ou o que quer que as pessoas que não sejam do sul diriam. — Diga-me o que
é tão importante que o tem disposto a arriscar sua vida.

A luz continuou a fluir na área, lançando faixas de ouro nas altas falésias
que protegiam a praia. — Classificado.

Ele soltou seus braços e enfiou as mãos nos bolsos.

Ela tirou os sapatos, tirou as meias e foi para a água. Água tão clara que
implorou para ser nadada, mas ela deu apenas um passo.

— Por que você se aposentou? — Ela perguntou quando ele pisou ao


lado dela, a água espirrando em suas botas de estilo militar e cor cáqui. Ele
não tinha o corte de cabelo regulamentar, mas a maioria dos SEALs nunca
seguiu os regulamentos típicos da Marinha, especialmente os caras do
DEVGRU, que, em sua pesquisa após o casamento, ela descobriu que ele tinha
feito.

Seu cabelo estava mais longo, quase caindo sob o boné preto liso. Sua
barba cheia. Seus olhos ainda tão magníficos como ela se lembrava, aquele
tom lindo de cinza azulado.
— Classificado. — Ele soltou a palavra como um suspiro, um longo sibilo
de que também posso jogar esse jogo. — Como você sabia que eu me
aposentei? — Ele a tinha lá. — Uma pesquisa no Google ou seu computador
espião no trabalho? — Ele olhou para ela.

Ele tinha olhos que podiam penetrar no aço. Derreta o


titânio. Envergonhe Henry Cavill como Superman.

— Por que você não voltou na noite do casamento? — Ela perguntou ao


invés.

— E por que você não me ligou se, se deu ao trabalho de me procurar?

— Você ainda mora no Colorado? Eu só encontrei uma residência, e ela


estava bem escondida dos registros públicos. Escondendo algo do Tio Sam?

— O que há nesta missão que a tem disposta a arriscar sua vida tão
livremente?

Ela o encarou, a água ainda escorrendo pelos dedos dos pés. Seus pés
afundaram na areia macia e úmida. Sua marca desapareceria logo depois que
ela partisse. Essa era a vida dela. Era seu trabalho ir e vir sem ser notada.

Ela foi notada em Algeria, no entanto. Semanas de trabalho


perdidas. Seu disfarce explodido. Farid armou para ela, e foi culpa dela estar
tão determinada a obter sua marca que não percebeu os sinais reveladores de
manipulação.

— Para quem você realmente trabalha? — Ela perguntou.

Ele inclinou a cabeça e dobrou os braços sobre o peito, seus bíceps


esticados contra o tecido de sua camiseta verde oliva. Ela resistiu ao impulso
de ver a tinta em seu braço direito que ficava perto do topo de seu cotovelo.

— Vamos continuar respondendo a todas as perguntas com uma


pergunta?
Ela ergueu o queixo e capturou seus olhos. — Essa é outra questão.

Ele soltou um longo suspiro. — Fui chamado para trabalhar depois do


casamento. Eu tenho uma casa no Colorado. É minha única casa permanente
e gosto da minha privacidade. Eu trabalho para uma empresa de segurança e
somos contratados. — O sussurro de um rosnado atravessou seus lábios. Um
estrondo que veio do fundo de seu peito. — Sua vez.

Suas defesas, normalmente indestrutíveis, estavam desmoronando com


os olhos dele nela. — Eu perguntei a Clara seu sobrenome. —
Ela secretamente começou a conversar, já que nem seu irmão nem Jack
tinham coragem para fazê-lo. — Eu usei o Google até que o Google não estava
cortando. Eu ia ligar, mas fui afastada para o trabalho.

— E a outra parte? A missão? — Ele acariciou sua barba espessa, uma


barba que ela não pôde deixar de imaginar deslizando ao longo da parte interna
de sua perna quando sua boca encontrou a área sensível dela.

— Ainda classificado. — A pergunta dele deveria ter servido como um


estraga prazeres eficaz para os pensamentos altamente inapropriados que
nadavam em sua cabeça, mas não serviu.

Ela estava trabalhando sem parar e em algum lugar ao longo da linha


havia esquecido a arte de uma boa fantasia. Este homem, diante dela como a
tentação em pessoa, despertou sua libido e a empurrou para dentro de um
trem desgovernado. Ela passou meses sem orgasmos, mesmo auto-induzido,
e seu corpo precisava de um. Ser mantida refém - esta não era sua primeira
vez, também - nunca a deixou com tesão depois. Por que seria? Mas esta foi a
primeira vez que ela foi resgatada por um verso mais sexy e alto de Tom Hardy,
ou talvez aquele ator escocês por quem ela ansiava alguns anos atrás. Qual
era o nome dele? E mesmo a presença de Wyatt a fez esquecer nomes de
homens famosos? Ótimo.
— Você está atrás dos membros da AQIM responsáveis pelo acidente
de Black Hawk. E o hacker que vendeu a inteligência para eles. — O
conhecimento de Wyatt de sua missão a trouxe de volta à realidade.

— Como diabos você sabe sobre o hacker? — Desta vez, foi ela quem
agarrou seu braço.

— Classificado. — Ele piscou e voltou para o mar, e ela perdeu o controle


sobre ele. — Embora eu respeite seu desejo de completar sua missão, sinto
que há mais do que isso. Como se tivesse se tornado pessoal. — Sua voz ficou
mais profunda. Gravemente. A não me tente, vou definir um tipo de tom.

— É minha culpa. — Sua admissão escorregou pelas fendas, fluindo


quase muito livremente para seu conforto, e ainda assim, ela se sentiu
compelida a compartilhar mais. — Minha falha em prender o hacker resultou
na morte daqueles homens. Se eu o tivesse pego, ele nunca poderia ter
vendido essa informação, e aqueles homens ainda estariam vivos. — Ela
enfrentou os penhascos rochosos. A propriedade estava distante, em um local
estrategicamente remoto. Era mais como o complexo de um homem rico com
paredes de concreto e câmeras de portão.

— Você não pode se culpar.

— Conte-me... se você não tivesse me escoltado a tempo e eu tivesse


morrido, você se sentiria culpado? — Ela olhou furtivamente para ele, e sua
boca se tornou uma linha tensa. Ela não precisava ou queria piedade ou
perdão, ela estava bem com a compreensão, e ela tinha a sensação de que se
alguém a tivesse seria ele. — Por que sua equipe foi enviada para nós? —Ela
o encarou totalmente, e a linha dura de sua mandíbula barbuda se contraiu.

— Éramos locais.

Ela respirou fundo quando o olhar dele se ergueu para encontrar o


dela. Uma sombra de tristeza escureceu seus olhos e banhou suas feições
antes que ele desviasse o olhar. — O que é isso?
Sua mão voltou para a barba como se estivesse ganhando tempo para
dizer as palavras, ou para tentar manter seus pensamentos trancados. — Eu
perdi alguém da minha equipe não faz muito tempo. Certeza de que a
informação vazou por causa de um hacker. Há quanto tempo você rastreia
esse cara?

Ohh... — Seis meses. Ele estava no radar do FBI primeiro, mas quando
ele começou a vender inteligência para terroristas, seu caso caiu no meu colo.
— Ela ficou quieta antes de perguntar: — Foi Marcus Vasquez quem você
perdeu? Ele estava na sua equipe? — Ela não conseguia imaginar como seria
perder alguém assim. Ela nunca perdeu um companheiro de equipe e esperava
que nunca o fizesse.

Seus olhos se fixaram nos dela com a menção do nome de Marcus, e ele
assentiu lentamente.

— Não acho que o hacker que estou perseguindo seja responsável, mas
ouvi sobre o que aconteceu com ele. — Ela cruzou o curto espaço entre
eles. — Eu sinto muito.

Ele ficou quieto por um minuto sólido, tendo tempo para esconder suas
emoções onde a maioria dos Teamguys que ela conhecia normalmente as
mantinham - atrás de paredes fortificadas guardadas por dragões cuspidores
de fogo.

Quando Wyatt falou novamente, sua voz era clara e firme. — Tenho
certeza que você vai pegar o seu homem. Pelo que tenho visto você não é do
tipo que desiste e eu respeito isso. Mas faça um favor a todos, não seja morta
no processo de ir atrás dele. — Ele ficou quieto antes de acrescentar: — Não
gostaríamos que seu pai fizesse toda a política de terra arrasada do mundo,
queimando tudo em nome da vingança, certo?

— Ele não iria a esse extremo. — Bem, espero que não.


— Ele é um pai. Se alguém machucasse minha filha, não haveria um
buraco ou um inferno em que ele pudesse se esconder.

— Você tem uma filha? — Isso não tinha aparecido em sua pesquisa.

— Não que eu saiba. — Ele disse com um sorriso antes que rapidamente
desaparecesse. — Não pretendo ter filhos porque não acho que seria difícil
criá-los neste pesadelo de um mundo em que vivemos.

— Como podemos consertar o mundo se não temos filhos, aqueles que


podemos criar para, com sorte, tornar as coisas melhores? — E na maioria dos
dias, bem, ela realmente acreditava em suas próprias palavras.

Ele baixou brevemente os olhos para a areia. — Isso significa que você
quer ter um monte de crianças correndo por aí no futuro? Eu pensei que você
fosse ficar solteira para sempre?

— Ainda posso ter filhos sozinha. — Ela soltou um suspiro trêmulo, seus
pulmões se recusando a funcionar corretamente com a emoção pesada. —
Mas primeiro, eu preciso encontrar esse idiota antes que ele machuque mais
alguém.

— E você vai. Mas se você voltar para a Argélia, terei que entrar e salvá-
la, e se eu levar um tiro no processo? — Havia um brilho em seus olhos, um
toque de humor em seu tom, apesar das palavras graves que ele disse. Um
pedido para fazê-la recuar tentando encontrar algum tipo de calcanhar de
Aquiles para usar contra ela.

— Nós não quereríamos isso. — Ela sussurrou quando ele trouxe seu
rosto para mais perto dela como se ele pudesse ousar beijá-la.

Ele inclinou a cabeça e seus lábios se separaram.

Sem palavras.

Sem beijo também.


O silêncio se estendeu por toda a extensão da praia de areia branca até
que ele sugeriu: — Por que você não descansa um pouco?

— Claro. — Ela murmurou, parcialmente desejando que este momento


tivesse tomado uma direção diferente.

Ela calçou as meias e os sapatos sem dizer mais nada, e eles mantiveram
o silêncio enquanto faziam a jornada de volta para a propriedade.

Sua vila de um quarto era cercada por palmeiras, hibiscos coloridos e


laranjeiras perfumadas. Ela respirou o aroma cítrico ao contemplar a vista e se
perguntou como seria tirar férias algum dia.

Uma vez dentro de seus aposentos temporários, ela moveu-se ao longo


do chão de ladrilhos de terracota para chegar à cama de dossel, que estava
coberta com lençóis transparentes. A cama, o luxuoso edredom de cetim, tudo
alimentava suas fantasias ridiculamente românticas.

Acima havia tetos de oliveira e duas vigas de madeira grossas serviam


como a única divisão entre o quarto e a sala de estar. O cenário poderia ter
sido do show The Bachelor, que ela nunca admitiu que assistiu mas foi seu
prazer culpado, uma forma de esquecer o mal do mundo por uma ou duas
horas.

— Atende aos seus padrões? — Ele se encostou em uma das vigas e


cruzou o tornozelo sobre o pé.

Ela se sentou na cama e sorriu. — Você vai manter o posto do lado de


fora para se certificar de que eu durmo e não saia correndo?

— Outra corrida, você quer dizer? — Ele sorriu, mostrando seus dentes
brancos e retos.

Justo. — Eu não vou. — Embora ela também não estivesse ansiosa para
enfrentar o pai. Ele tentaria fazer com que ela fosse enviada de volta ao quartel-
general.
— Divulgação total, existem câmeras fora desta vila. Se você tentar e
decolar, saberemos sobre isso.

Ela ergueu a palma da mão. — Eu sou sólida. Eu prometo.

— Bom.

Ele se virou e se encaminhou para a porta, mas ela não pôde evitar
perguntar: — Você tem que ir? — Ela não estava pronta para ficar sozinha
ainda. A noite passada ainda era um eco em seus ouvidos, em sua mente
também.

Ele se acalmou, e o tecido de sua camiseta se apertou bem no meio de


suas costas enquanto os músculos se uniam. — Ainda não.

Ela ficou. — Então, não faça isso.

Natasha não tinha certeza do que diabos ela estava fazendo, mas havia
algumas coisas primordiais girando dentro dela.

Veja cara gostoso.

Faça cara gostosa.

Um aumento repentino em seus hormônios a fez desejar que ele o


puxasse em seus braços e a tornasse sua em todos os sentidos.

Seria bom trocar suas memórias da noite passada por novas.

Quando Wyatt girou lentamente para encará-la, seu lábio foi entre os
dentes quando ela observou a indecisão em seu rosto.

O cansaço em seus olhos foi lentamente levantando como uma cortina


para expor seu desejo.

— Se você me deixar em paz, posso quebrar minha promessa. Nem


sempre penso com clareza quando estou determinado a conseguir o que
quero. — Honestidade e verdade impregnaram suas palavras, mas seu
estômago apertou com o uso arriscado de tal discurso ousado.

— E por que mais você quer que eu fique? — Ele atravessou a sala como
se estivesse cheia de minas terrestres. Passos cautelosos. Uma avaliação
cuidadosa dela. — Achei que você estava bravo por estar mantendo você
como um pretenso prisioneiro.

— Não há nada de 'assim chamado' no que você está fazendo. — Ela


brincou.

Ele colocou as mãos nos bolsos e ficou a uns bons sessenta centímetros
de distância. — Então, por que eu deveria ficar? Conte-me. —Suas palavras
soaram com comando. Com uma gentil facilidade de autoridade, ficou claro
que ele ainda tinha em sua linha de trabalho, mesmo na segurança privada.

Seu coração palpitava, mas ela o fez. Ela fechou o espaço entre eles. —
Você sabe o que estou pensando.

— Talvez eu precise ouvir isso? Talvez eu precise saber que você é tão
louco quanto eu por querer fazer sexo... — Ele respirou fundo quando os dedos
dela deslizaram até o centro de seu peito. — Depois do que aconteceu na
Argélia.

— Acho que estamos no mesmo barco da loucura, não é? — Ela inclinou


a cabeça e ele levou a palma da mão à bochecha dela. — Eu poderia ter
morrido na noite passada e gostaria de poder dizer que não é a norma para
mim, mas tenho uma tendência a me colocar em situações de merda, mas
também acho que...

Sua boca capturou a dela e ela relaxou em seus braços.

Ele gemeu antes de aprofundar o beijo, antes de deslizar sua língua


magnificamente habilidosa em sua boca.

— Droga, Natasha. — Ele murmurou alguns segundos depois.


Ele soltou o chapéu ao chegar atrás dele, tirou a camisa pela cabeça e
jogou-o.

Músculos. Mais tinta. Uma obra de arte, e ela passou as mãos


gananciosas por todo o corpo dele antes que ele a puxasse para mais perto.

Ela se rendeu ao seu próximo beijo. Mais difícil. Mais intenso. A


quantidade perfeita de pressão e varredura da língua.

A barba dele arranhou um pouco o rosto dela, mas ela não se


importou. Ela estava muito presa pela luxúria, por sua necessidade de ser dele
depois de se perguntar o que tinha acontecido com ele. Ela quase começou a
pensar que aquela noite na praia em San Diego tinha sido uma invenção de
sua imaginação. Mas ele era realmente real. Ele estava lá e a
segurando. Beijando ela.

A mesma energia elétrica da noite do casamento ainda rugia entre eles


mais quente do que nunca.

Inclinando-se para trás, ele guiou seu top sobre sua cabeça, as pontas
dos dedos arrastando ao longo de sua pele aquecida.

Ela caiu na cama e ele subiu em cima dela sem perder o ritmo.

Seu sutiã preto não era rendado ou justo. Era normal. Chato. Jane
Simples na CIA. Mas a maneira como ele se mantinha sobre ela, seus olhos
devorando-a era como se ele estivesse no final de uma passarela da Victoria's
Secret, e ela estivesse caminhando em direção a ele com um apoio confiante
e asas de anjo vermelhas brilhantes anexadas.

Nem um pouco de maquiagem. Ela tinha os pulsos amarrados com zíper


na noite anterior e uma bandana enrolada em volta da boca.

E aqui estava ela agora em um ambiente romântico enquanto Jack


estava de volta a Argel, onde ela deveria ter estado e... droga.
— Você quer que eu pare? — Ele leu seus pensamentos, seus nervos
repentinos. De alguma forma, ele conhecia a dúvida que tentava invadir.

— Eu deveria ter estado no avião com Jack. — Ela admitiu enquanto sua
palma corria por seu peito.

Ele começou a se afastar, mas ela passou a mão pela nuca dele para
mantê-lo no lugar.

— Quer dizer, eu deveria estar trabalhando. — Ela esclareceu caso ele


achasse que Jack era mais do que um amigo e colega de trabalho.

— Eu também deveria. — Ele trouxe sua boca de volta para a dela e


mordeu seu lábio inferior. — Nós podemos parar.

Mas sua resposta foi erguer os quadris, desesperada para estar mais
perto. Para tê-lo dentro dela. Ela queria se esfregar contra a ereção em suas
calças cargo pesadas.

Seus mamilos se esticaram contra o tecido de seu sutiã enquanto ela


se mexia e girava contra seu peito duro.

Ela estava prestes a perguntar se ele tinha um preservativo por acaso


quando uma voz desconhecida encontrou seus ouvidos. — Aham.

Ela abriu os olhos e Wyatt parou em cima dela. Os dois viraram a cabeça
para o lado para ver quem estava lá, quem os observava perder o controle.

Um homem que ela reconheceu do resgate estava parado na frente da


porta de vidro com um sorriso gigante no rosto. — Eu bati, mas você não ouviu.

— O que foi Finn? — Raiva, misturada com um eu não dou a mínima para
o que você quer, apenas vá embora, preenchia seu tom.

— Achei que você gostaria de saber que o almirante Chandler pegou um


vôo antes do esperado. Luke e Asher foram buscá-lo.
Seu pai aparecendo seria um pesadelo. Wyatt podia cuidar de si mesmo,
mas ela não precisava que ele recebesse a ira de seu pai.

Finn se virou e saiu, e Wyatt baixou a testa na dela. — Bem, merda.

— Você prefere que meu pai não fique todo arrasado com você, hein?
— O humor era seu ponto forte diante da decepção.

Mas talvez esse Finn a tenha salvado de cometer um erro? Ela poderia
ter lidado com uma relação de uma manhã - isso é uma coisa? - ou ela teria
querido mais depois?

Ela podia falar um grande jogo, jurar que seria solteira para sempre, mas
sexo sem amarras nunca funcionou para ela durante a faculdade. Por que
agora seria diferente, especialmente com um homem como Wyatt?

— Eu realmente não quero parar. — Ele empurrou para cima e segurou


o peso de seu peso acima dela com as palmas das mãos posicionadas em
cada lado de seu corpo. — Mas não é ideal para o almirante me pegar
devorando a filha que fui contratado para resgatar.

Ele rolou de cima dela e se levantou para pegar a camisa e o chapéu.

Ela agarrou sua camisa também e a puxou pela cabeça. —


Provavelmente não, mas daria uma ótima TV. — Disse ela com uma
risada. Mais brincadeira. Estou apenas rebatendo mil. — Estou quase sem
prática com as coisas do sexo. Tenho vivido de acordo com a minha coisa de
'para sempre solteira', como você pode ver.

Ela não fazia sexo desde que vira Wyatt no casamento, mas suas
consultas de limpeza dos dentes bianuais eram mais regulares do que seus
orgasmos.

— Eu adoraria praticar muito com você hoje. — Ele sorriu. — Mas talvez
não seja o melhor?
— Lugar errado hora errada. — Novamente.

— Eu realmente espero que você não fique solteira para sempre, a


propósito. — Disse ele enquanto colocava o chapéu.

— Isso por quê? — Ela perguntou sua voz suave, a promessa de algo
mais ainda pairando no ar entre eles.

— Você é uma mulher incrível. — Ele puxou a aba de seu boné. — Eu


não tenho que te conhecer bem para ver isso. E qualquer homem daria o seu
pé esquerdo para ter a chance de ter pelo menos uma noite com você, quanto
mais uma vida inteira.

— Não é o certo? — Ela brincou. — Mas e você? Você está pensando


em se estabelecer?

— O casamento não vai acontecer para mim.

— Você se casou com Clara. — Por que sou tão estraga prazeres? Isso
deveria ser trabalho de seu pai.

— Isso é porque eu era jovem e ainda não tinha percebido que não fui
feito para o casamento. — Sua voz era baixa, plana. Protegendo-a de ouvir
quaisquer emoções possíveis. Evitando que ela visse o interior para descobrir
a verdade sobre por que ele não queria se casar novamente.

Um calafrio percorreu sua pele com suas palavras. — Presumo que não
seja por causa da parte da monogamia. — Ela estava
alcançando. Cutucando. Estava em sua natureza empurrar e cutucar. Para
obter fontes para virar e divulgar informações, e era tão natural que ela não
tinha percebido que estava usando sua habilidade com ele.

Ele balançou sua cabeça. — A parte de saber como amar é onde vou
falhar.
Uma dor dolorida rastejou em seu peito. — Isso é muito triste. — Ela
admitiu antes que pudesse entender a verdade ao passar por
suas defesas cuidadosamente elaboradas que hoje eram feitas de paus e
palha, sem respingos de cimento entre as rachaduras como normalmente. —
Me desculpe, eu não queria...

— Está tudo bem. — Ele se afastou dela. A linha de demarcação agora


desenhada. Seus limites foram redefinidos. Salvador. Resgatada. — Eu pensei
que amava Clara, mas ela, uh, me fez perceber que eu simplesmente não sou
capaz disso.

Ela não pôde evitar alcançar seu pulso, e seu pulso subiu sob seu
polegar.

— Aqueles caras que estavam com você quando você me salvou - você
se importa com eles? Você morreria para protegê-los?

— Claro.

Suas sobrancelhas franziram. — Então eu acho que você está


errado. Você não é incapaz de amar.

— Isso é diferente. Eles são como irmãos.

— Bem pouco. Eu não sei. Acho que há uma diferença entre capacidade
e desejo. E talvez você não queira amar. Talvez você seja como eu e amar é
muito assustador. Você está com medo de se machucar de novo.

Ela estava prestes a ser chutada de volta para Langley, e aqui estava ela
tendo uma conversa profunda sobre o amor e compartilhando seus próprios
medos com o homem que matou um bando de bandidos para salvá-la. O que
estava acontecendo?

— Talvez você esteja certa. — Ele apertou os lábios em uma linha dura,
quase implacável. Ela esperava mais a seguir, mas ele deixou seus
pensamentos inacabados. Talvez, como ela, ele realmente não tivesse a
maldita ideia do que mais dizer sobre o assunto.
— Por mais cansado que esteja, estava pensando em ir para a cidade e
ir a um clube para ver o que está acontecendo. — Finn abafou um bocejo,
sentado no sofá florido retrô na sala de estar em frente a Wyatt e AJ

—Você vai a uma boate? — AJ riu. — Desde quando você é um raver?

— Eu posso ser diverso na minha escolha de música e hobbies. — Finn


rebateu.

— Ele está brincando, irmão. — Disse Wyatt antes que AJ pudesse


responder. — E desde quando você deixa Finn puxar por cima de você?

— Deve ser minha falta de tempo no rack. — AJ puxou a aba do chapéu


e se acomodou mais confortavelmente no sofá.

— Como está, aham, Chandler? — E ótimo, talvez Wyatt preferisse


brincar sobre uma boate do que responder à pergunta de Finn.

Porque Natasha estava bem. Mais do que bem.

Ela tinha um gosto e um cheiro incríveis. Seus lábios se encaixaram


perfeitamente com os dele. Seu corpo também. Ela era engraçada e seu humor
em situações malucas combinava com o dele. Ambos provavelmente estavam
confusos com suas próprias experiências anteriores - guerra e
relacionamentos. Eles eram perfeitamente imperfeitos juntos, e isso o
assustava como o inferno.

— Por que sinto que estou perdendo alguma coisa? — AJ falou.

— Nosso garoto estava ficando pelado com a linda oficial da CIA e eu


tive que chover na festa dele. — Finn revirou os lábios para esconder um
sorriso.
— É um desfile. — Brincou AJ. — Chuva em seu desfile.

— Tanto faz. — Finn revirou os olhos.

— Mas, inferno, eu não deveria estar surpreso, já que vocês dois


trocaram cuspe no passado. — AJ golpeou a perna de Wyatt com as costas
da mão.

Finn abaixou os cotovelos até os joelhos e se inclinou para frente. —


Uau. O que aconteceu agora?

Wyatt olhou para o céu, desejando que ele pudesse fazer seus dois
companheiros desaparecerem agora.

Natasha naquele sutiã preto voltou à mente. Seu corpo em


forma. Seu sorriso incrível. Aqueles olhos - droga, agora ele entendia como
Helena de Tróia havia lançado mil navios. Natasha poderia facilmente ser sua
Helen, a mulher que o faria perder os sentidos.

Ele precisava se acalmar. Para fazer sua mente, não apenas seu pau, se
acalmar. Para recuar.

Ela é filha do almirante Chandler. Ela é CIA.

Prefiro pular de um penhasco a acabar como meus pais.

Divórcio.

Pessoas morrem o tempo todo. Isso dói.

O amor é uma merda.

Mais motivos zumbiram em sua mente enquanto ele tentava reprimir seus
sentimentos, sentimentos que ele não sabia que ainda era capaz de ter.

— Wyatt conheceu Chandler no casamento de sua ex-mulher alguns


anos atrás, não é uma merda? — AJ estava falando, divulgando os detalhes
que ele compartilhou na noite anterior ao resgate. Maldito seja. — Luke
apareceu e fez a ele a oferta de se juntar à equipe, e ele nunca teve a chance
de fechar o negócio.

Sua história abreviada resumia tudo - amarre uma fita e coloque um laço
nela.

Mas ele precisava desligar a parte de seu cérebro que ficava gritando
para obter o número dela para que pudesse vê-la novamente. — Por que
diabos eu te disse isso?

— Parece que eu estraguei tudo para você hoje. Desculpe. — Finn disse
quando a porta de vidro deslizante se abriu, chamando a atenção de Wyatt
para Jéssica entrando na sala.

Salvo pelo chefe.

— E? — Wyatt se levantou, esperando que eles tivessem boas notícias


para entregar Natasha.

— O diretor da CIA Rutherford falou com o COS em nossa embaixada


na Argélia, e entre o telefone recuperado e o dispositivo de rastreamento com
o qual você marcou aquele cara na praia.

— Temos uma localização no complexo AQIM? — AJ interrompeu, de


pé também. — Diga-me que podemos entrar e tirar esses filhos da puta nós
mesmos? Obtenha algum retorno por aquele acidente de helicóptero.

— Espere o que?

A atenção de Wyatt desviou-se para Natasha agora avançando ao lado


de Jessica. A mulher tinha habilidades furtivas para se aproximar furtivamente
deles assim.
A cabeça de Jessica se apertou. Ela geralmente era mais cuidadosa do
que deixar um estranho ouvir informações, mas eles não dormiam há dias, e
Natasha eram mesmo uma estranha?

— Os militares não estão planejando um ataque de drones, estão? Eu


estava esperando encontrar evidências que pudessem nos levar ao hacker
que vendeu a inteligência para eles. — Natasha falou rapidamente,
preocupação em seu tom. — Quero dizer. — Ela gaguejou. — Quero esses
caras eliminados, mas também tenho que pensar sobre o próximo alvo do
hacker - impedir que outro ataque aconteça.

— Eu entendo. — Jessica começou. — Mas isso está fora de nossas


mãos. E quanto ao plano operacional, não estamos sendo informados, pois não
será nossa equipe cuidando disso.

— Droga. — AJ soltou mais algumas maldições, tirou o chapéu e bateu


com ele na perna.

— Mas esses bastardos serão derrubados, tente se concentrar nisso. —


Wyatt desejou poder fazê-la se sentir melhor, mas também entendia suas
preocupações. Vingança era uma coisa, mas impedir o próximo ataque e
salvar mais vidas era a prioridade número um.

Natasha cruzou os braços, mantendo -se firme. — Quem vai


comandar? Com quem preciso falar?

Droga, essa mulher tinha bolas de aço.

Ela era uma oficial da CIA endurecida atrás de seu alvo mais uma vez e
não a mulher suave que se contorceu embaixo dele antes. Só negócios, sem
sexo. Ele tinha que colocar a cabeça de volta no lugar e se concentrar também.

Mas seus lábios.

Sua teimosia.
Seu lindo sorriso.

Seu maldito tudo.

Era como se ele a tivesse pintado com infravermelho, e ela era tudo o
que ele podia ver em sua mira. Golpeie diretamente em sua mira.

— Você sabe como essas coisas funcionam. — Jessica disse seus olhos
azul-gelo fixos em Wyatt por uma ajuda como se ela sentisse que havia uma
conexão entre ele e Natasha.

Ele levou um punho à boca e bateu ali enquanto tentava descobrir o que
dizer.

— Eu preciso voltar para Argel e encontrar minha fonte. Ele me traiu, mas
se ele ainda estiver vivo, eu posso...

— Ele está morto. — Jessica a interrompeu. — O corpo de Farid


apareceu fora da cidade.

Natasha praguejou baixinho, cruzou a sala, passou por Wyatt e abriu a


porta para sair.

— Ela é como outra pessoa que eu conheço. — Finn reprimiu um sorriso,


os olhos em Jessica. — Vocês dois formam um par.

— Eu vou falar com ela. — Wyatt ofereceu.

— Obrigada. Rodamos em uma hora. Estamos voltando para Nova York.


— respondeu ela. — O almirante deve estar aqui logo.

Wyatt envolveu a mão na maçaneta e olhou para eles. — Ela vai ficar
com raiva.

— Mais do que ela já está? — AJ brincou.


— Não posso dizer que a culpo. — Jessica olhou para o relógio de pulso
e girou o dedo no ar para seguir em frente.

Ele acenou com a cabeça e saiu em busca de Natasha, esperando que


ela não tivesse tentado correr novamente.

Felizmente, ela estacionou em um banco perto do perímetro da


propriedade. Ele caminhou lentamente em direção a ela, procurando por seu
olhar, e ela finalmente ergueu os olhos para encontrar os dele. Seus ombros
relaxaram e ela pressionou as costas contra o banco de metal, que estava
preso entre duas palmeiras.

— Desculpa. Só estou chateada.

— Entendi. Confie em mim, eu entendo. — Ele apontou para o banco, e


ela deslizou para a direita para deixá-lo sentar ao lado dela. — Mas como eu
disse antes, eu sei que você o encontrará. E tenho certeza de que quem for
enviado para ir atrás do AQIM terá sucesso em derrubá-los.

— Mas esse hacker é bom. Muito bom. E estou preocupada que ele
esteja apenas começando - que este seja o começo. — A voz dela tremeu
ligeiramente. — E se eu não o impedir mais cedo ou mais tarde, quantas
pessoas mais morrerão?

Ele olhou a palma da mão em sua coxa e deslizou a mão por cima da
dela. — Você tem que se concentrar no que você pode fazer não no que você
não pode controlar.

— Mas eu gosto de estar no controle. — Um sorriso de lábios apertados


cruzou seu rosto.

Ele apertou suavemente a mão dela. — Acredite em mim, eu também.


— Ele continuou a olhar nos olhos dela, e ela se mexeu no banco para encará-
lo melhor.
Eles foram pegos em algum tipo de momento cósmico e permaneceram
assim por um tempo, sentados em silêncio, ouvindo os sons do mar à distância,
de alguma forma se entendendo sem falar.

Eles eram um e o mesmo, não eram?

— Você o encontrará. — Ele finalmente soltou a mão dela e se forçou a


se levantar, para se libertar do momento compartilhado. Ele normalmente não
se permitia ter tais momentos, não que ele já tivesse encontrado alguém que
conseguisse congelar o tempo e fazer o resto do mundo desaparecer até ela.

— E o que você vai fazer a seguir? — Ela se levantou e esfregou os


braços como se estivesse com frio.

Ele inclinou a cabeça, o sol batendo em seus olhos. — Dormir no voo de


volta para os Estados Unidos.

— E depois disso?

— Matar mais alguns bandidos.

Ela sorriu. — Achei que sua especialidade fosse resgate de reféns.

— Eles andam de mãos dadas. — Ele trouxe seu foco para seus lábios
deliciosos. — Eu acho que vou, uh, te ver em mais dois ou três anos, então? E,
com sorte, da próxima vez não será para um resgate. — Ele começou a se
virar, mas então olhou para ela. — E, uh, vá com calma com seu velho. Ele só
se preocupa com você como qualquer pai deveria.

Ela assentiu solenemente. E então ela deu seu sorriso lindo, aquele que
percorreu todo o caminho até seus olhos. — Cuide-se, Lorde Wyatt Edward
Frederickson, o terceiro.

Suas palavras foram um tiro no saco. Claro que ela descobriu seu nome
de batismo. Afinal, ela trabalhava para a Agência. — Até mais, Chandler. — Ele
piscou, então se virou, esperando que a visse muito antes dos três anos.
PARTE III

OPERacaO ROMaNIA

Tres anos depois

2019
LONDRES (SETEMBRO DE 2019)

A chuva estava implacável. O aguaceiro torrencial parecia adequado


para um funeral, envolvendo todos em uma mortalha sombria, batendo guarda-
chuvas e batendo contra a folha de carvalho do caixão em que Arthur
Montgomery estava. Os lírios brancos sucumbiram ao ataque.

Wyatt ficou sem jeito no perímetro da reunião, fazendo o seu melhor para
evitar a todos, incluindo seus pais. Ele não se encaixava mais na estrutura de
sua sociedade, que era marinada na tradição e cheia de arrogância.

Ele nunca pertenceu lá. Nunca entendeu a necessidade de nobreza. A


única classificação importante para ele era o militar. Respeito que foi
conquistado com muito esforço.

Então, por que ele estava prestes a ir para o velório na Mansão


Montgomery, onde ele teria que falar com as pessoas, estava além dele.

Seus sapatos sociais pretos, que eram reservados para casamentos e


funerais, agora o carregavam pela porta da frente. Ele deu passos lentos e
cautelosos como se estivesse em formação para atacar uma casa de tijolos de
barro em Ramadi que continha possíveis insurgentes com AKs.

Ele preferia estar no Iraque a entrar na casa de seu melhor amigo de


infância. No entanto, um amigo que já se foi.

O lugar era mais um castelo do que uma casa, no entanto.

O exterior de pedra era uma volta aos tempos medievais. Não era um
palácio de Kensington, mas a grandeza não estava muito longe. A propriedade
de setenta milhões de dólares ficava em um enclave privado na orla do Hyde
Park. Artesanato de época. Tetos amplos. Painéis de pinho. Uma mistura de
antigo e novo desde que a propriedade sobreviveu a um incêndio em 1800,
apenas para ser parcialmente queimada novamente na década de 1970.

Memória após memória surgiu na mente como uma onda de tempestade


crescendo mais e mais - à beira de atingir o pico.

Ele estava a poucos passos de distância das portas duplas dentro da


entrada da frente, e seus olhos encontraram o retrato de família pintado por
algum artista conhecido. Arthur tinha quinze anos na pintura.

Quinze tinha sido quando Wyatt perdeu a virgindade com a filha do


jardineiro na cabana particular em Back.

Tinha dezesseis anos quando ele e Arthur jogaram rúgbi dentro de casa
e ele atravessou a parede da sala de estar.

Dezesseis anos também quando eles levaram o Rolls-Royce do pai de


Arthur para um passeio para pegar garotas. Uma multa por excesso de
velocidade depois... sim, eles estiveram em águas profundas depois daquela
noite.

O velho de Arthur não achou graça quando eles desmaiaram de bêbados


na adega, quando deveriam estar de castigo. E, oh sim, duas meninas de
dezoito anos de idade tinham estado com eles também.

Eles planejaram e tramaram sua fuga de Londres. Eles frequentariam


uma escola na América onde ninguém se importava com nobreza, e as
mulheres se atiravam sobre eles não por causa de seus nomes, mas por causa
de sua boa aparência e músculos (bem, voltando, então ambos eram um pouco
magros, mas eles eram mais construídos do que a maioria de seus
companheiros).

Mas quando Arthur fez dezoito anos, ele mudou de ideia sobre deixar
Londres. Ele se apaixonou por sua amiga em comum, Charlotte Walsh. A filha
de um marquês. Seus pais haviam pressionado pela união - um casamento
logo depois do colégio. Wyatt não tinha certeza se eles estavam apaixonados,
não ainda, pelo menos, mas um casamento no outono estava planejado.

Mais memórias vieram à mente enquanto ele permanecia enraizado no


lugar dentro do saguão de entrada, não pronto para entrar mais longe e
enfrentar o fato de Arthur ter morrido de câncer.

— Eu vi você de pé atrás da reunião durante o funeral. Eu não esperava


que você viesse.

A atenção de Wyatt mudou-se para Charlotte parada à sua direita. Ela


enfiou os dedos em seu cabelo loiro acinzentado antes de alisar as palmas das
mãos nas laterais de sua saia lápis preta. Na altura do joelho. Sapatos pretos
combinando. Uma blusa de seda preta enfiada na saia por baixo de um blazer
preto. Adequado. Sempre adequado quando se tratava de Walshes.

— Lady Montgomery.

— Já se passaram vinte anos, mas quando você me chamou de


senhora? — Seus lábios se contraíram em um leve sorriso, mas seus olhos
estavam lacrimejantes, mais do que ele esperava. Não era típico dos Walshes,
dos Montgomerys, e certamente não de sua família, demonstrar emoção em
público, nem mesmo em um funeral.

— Eu sinto muito sobre Arthur. Eu, uh, deveria ter visitado quando
descobri. — Ele coçou o rosto barbeado. Ele não estava acostumado a ficar
sem barba, mas com o dia, ele se livrou dos pelos faciais.

Quando Wyatt soube do diagnóstico de câncer de Arthur, ele estava no


meio de uma operação. E quando essa operação terminou, outra tomou o seu
lugar. E depois outro. Mas ele deveria ter arranjado tempo. Apesar do que
aconteceu para separar sua amizade, ele conhecia o cara desde que
nasceram.
— E o que você teria dito? — Ela colocou as unhas bem cuidadas na
palma da mão ao seu lado. — Vocês não se falavam há vinte anos, e temo que
seja minha culpa.

Com suas palavras, seu foco foi para seus olhos verdes.

Ele nunca deveria ter feito sexo bêbado com Charlotte no verão antes de
partir para San Diego...

— Eu destruí sua amizade. Eu sinto muito. — Foi a primeira vez que ela
reconheceu as consequências de suas ações todos aqueles anos atrás. Ela
tinha ido direto para Arthur no dia seguinte para dizer a ele que tinha feito sexo
com seu melhor amigo, sem dúvida esperando que isso despertasse algum
ciúme, fizesse Arthur parar de trair e manter seu pau dentro das calças antes
que ele a perdesse para sempre e irritou ambas as famílias.

Ela usou Wyatt, mas ele o deixou ser usado. Se alguém era o culpado,
era ele e sua própria estupidez.

E quando Arthur o atacou em uma demonstração pública de indignação,


a fofoca se espalhou como fogo, como sempre acontecia dentro de seus
círculos sociais.

Arthur exigira que ele desse o fora de Londres e nunca mais


voltasse. Não tão difícil no que diz respeito às demandas. As malas de Wyatt já
estavam prontas para San Diego, o que levou à luta número dois, esta com seu
pai. Se você for embora, nunca mais volte, foram as palavras de seu pai antes
de partir para Heathrow.

Ao longo dos anos, ele e seus pais fizeram uma pseudo-reparação, mas
nunca o perdoaram por ter partido. Ele era seu único filho. Seu bebê milagroso
desde que sua mãe soube que ela não poderia ter filhos.
Quem continuará com o nome da família? Seu pai rugiu quando
descobriu que Wyatt havia mudado legalmente seu nome para Pierson, o nome
de solteira de sua mãe, para evitar o ridículo dos caras na Marinha.

— Ouvi dizer que você esteve em Londres neste verão. — Acrescentou


Charlotte, quando ele ainda não tinha falado.

Claro. Rumores. Fofoca.

Os nobres adoravam um bom escândalo, contanto que não estivessem


no centro dele.

— Eu deveria ter visitado então. — Ele estava na cidade em uma missão,


o que levou seus irmãos nas equipes a descobrirem seu sobrenome verdadeiro
e sua nobreza. — Eu estava aqui para trabalhar, e...

— Sua mãe está orgulhosa de você, sabe. O trabalho que você fez na
Marinha e agora como segurança paramilitar... — Ela forçou um sorriso de
boca fechada. — Meu filho, Richard, pesquisou no Google o termo paramilitar
para que eu pudesse entender o que você faz.

— Sim, eu, hum, ajudo as pessoas. — O mais vago possível, mas ela
pareceu aceitar com um breve aceno de cabeça.

Mas também, por que sua mãe estava falando sobre ele? Ela nunca
mostrava muito interesse quando conversavam ao telefone, o que era uma
raridade em si, mas ouvir sua mãe estava – orgulhosa – dele, Charlotte estava
confundindo sua mãe com outra pessoa?

Ele se mexeu desconfortavelmente em seus sapatos


sociais. Arrependimento derramou dentro dele, enchendo seus pulmões,
tornando difícil respirar decentemente.

— Arthur era um bom pai, mas nem sempre era o melhor marido. — Sua
admissão o pegou de surpresa.
A honestidade, e isso abertamente, também não era muito comum para
um Walsh ou Montgomery. Ele não tinha certeza de por que ela sentia a
necessidade de confessar a ele, nada menos.

— Ouvi dizer que você tem tatuagens. — A mudança abrupta de tópico


poderia ter lhe dado uma chicotada. Seus olhos permaneceram nas mangas
de sua jaqueta preta como se ela pudesse ver através do tecido para saber se
os rumores eram verdadeiros. Sim, ele tinha tinta, também boca de
marinheiro. — Você se casou logo depois do que fizemos aquele verão.

E ela era dois por dois na mudança rápida de conversa. Ele precisaria de
airbags se continuasse.

— Para um fuzileiro naval, certo?

Ele assentiu. O que ele deveria dizer?

— Desculpe pelo divórcio, mas tenho certeza que você encontrará


alguém que te fará feliz de novo.

Engraçado. A mesma coisa que Clara me disse.

Alguns convidados contornaram onde estavam perto da porta principal,


e Charlotte se virou para recebê-los.

Ele enfiou as mãos nos bolsos e olhou para a sala aberta à sua esquerda,
onde a maioria das pessoas estava reunida para prestar suas homenagens.

Ele avistou o pai de Charlotte conversando com dois adolescentes e não


pôde deixar de se perguntar se eles eram filhos de Arthur. Pelo que sua mãe
havia dito, eles tinham três filhos. Dois filhos para dar continuidade ao nome. O
tom de sua mãe soou com ciúme.

Seus olhos viajaram de volta para Charlotte assim que ela terminou de
dar as boas-vindas aos convidados. — Qual a idade de seus filhos?
Ela avistou o pai e acenou com a cabeça na direção dos dois meninos
conversando com ele. — Arthur Junior tem quinze anos. Richard tem doze
anos. — Ela inclinou a cabeça para obter uma visão melhor da outra sala,
como se procurasse seu terceiro filho, mas então se endireitou, desistindo. —
Gwen fez dezenove anos em março. Tenho certeza que ela está aqui em algum
lugar.

Gwen. A gravidez que Charlotte tentou esconder mudando o casamento


de outono para o verão. O escândalo acabou. Boatos voaram. Ela os havia
denunciado e, pelo que sua mãe lhe contara, Charlotte declarara que o bebê
simplesmente nascera seis semanas antes.

— Gwen vai para a universidade no Canadá. — Ela apertou as mãos em


um nó, juntando-as. Seus ombros afundaram um pouco, embora fosse óbvio
que ela estava fazendo o melhor para manter a postura digna que se espera
de uma senhora. — Ela e Arthur tiveram uma discussão horrível no verão
passado antes de ela partir.

Outra confissão em público. Mesmo?

— Ela queria seguir seus sonhos. Lembra-me de alguém que


conheço. Ela se formou em programação de computadores e filosofia.

— Isso é ótimo. Você deve estar orgulhosa.

— Não era o caminho que eu teria escolhido para uma senhora, mas
Gwen nunca foi muito parecida comigo. — Os lábios de Charlotte franziram e
seus olhos caíram no chão. — Podemos, talvez, conversar em particular mais
tarde?

Ele ergueu uma sobrancelha. — Quanto tempo depois? — Ele não


planejava ficar muito tempo. Na verdade, ele esperava sair de lá dentro de uma
hora.
— Depois que todos forem embora? — Ela sugeriu quando seu celular
começou a vibrar em seu bolso.

Era sua linha de trabalho, o que significava que Jessica ou Luke


precisavam dele o mais rápido possível. Eles não iriam chamá-lo durante o
velório de outra forma.

— Sinto muito. — Disse ele enquanto produzia seu celular, — mas tenho
que sair e pegar isso.

— Oh-ok.

Ele se virou e trouxe o celular para sua sala enquanto voltava para
fora. Ele se moveu sob uma saliência para ficar longe da chuva que se recusava
a parar.

— Sinto muito por ligar agora. — disse Jessica quando ele atendeu.

— Está bem. — Ele não queria estar lá de qualquer maneira. — E aí?

— Você pode pegar um voo para a Romênia em uma hora? É uma


operação que depende do tempo.

— Claro. — Ele respondeu, não precisando de mais detalhes. Qualquer


lugar era melhor do que Londres. — Partindo para Heathrow agora.

— Você é um salva-vidas, obrigada. O resto da equipe Echo irá


encontrar você lá. Vou mandar uma mensagem com os detalhes do voo. —
Disse ela. — Os caras vão te informar quando você chegar.

— De que tipo de alvo estamos falando?

— Lembra-se do cara que vendeu informações que derrubou um Black


Hawk em vinte e dezesseis? — Ela perguntou.
Como ele poderia esquecer? Era todo o cara que Natasha Chandler
procurava.

— Achamos que encontramos sua localização. Ainda não tenho um


nome, mas se a informação estiver correta, ele está na Romênia. Três horas
ao norte de Bucareste. POTUS precisa que ele seja levado vivo. Ele também
vendeu informações para várias organizações terroristas e criminosas nos
últimos anos.

— Então, uma mina de ouro. Entendi. — Ele começou a descer as


escadas depois de encerrar a ligação, com pressa para chegar ao seu carro
alugado, mas então parou e olhou de volta para a casa.

Ele poderia ir embora sem se despedir? Sim, mas ele também não queria
ser um idiota real, então ele girou de volta.

Ele tinha cinco minutos. Ele deveria ver seus pais e dizer adeus a
Charlotte antes de partir.

Ele enxugou a água do cabelo assim que voltou ao saguão de entrada.

Ele viu Charlotte conversando com uma prima dela. — Charlotte.

Ela se virou para encará-lo, as sobrancelhas franzidas como se sentisse


que algo estava errado.

— Escute. — Ele começou, alcançando seu cotovelo uma vez que


fechou a distância entre eles. — Sinto muito, mas vamos precisar ter essa
conversa em outra hora. Eu tenho uma emergência de trabalho. — Antes que
ele pudesse dizer mais alguma coisa, ele avistou seus pais a caminho de sua
localização.

— Me liga? — Charlotte perguntou, e ele acenou com a cabeça, sem


ideia do que ela queria falar.
— Wyatt. — A voz de seu pai era baixa e rouca, cheia de rancor. — Você
realmente veio.

— Pensei ter visto você no funeral. — Sua mãe apertou seu braço, sua
versão de afeto, e ele acenou com a cabeça, sem saber mais o que fazer.

Seu pai ajustou o nó de sua gravata preta e suas sobrancelhas se


moveram para dentro enquanto ele o observava. Sem abraço. Sem calor. Não
esperado, de qualquer maneira. Se sua mãe não abraçou, seu pai com certeza
não o fez.

— Estou saindo. — Disse ele, sem vontade de dissecar sua vida, o que
seria inevitável se ficasse.

Charlotte o pegou desprevenido com o comentário – orgulhoso –


de sua mãe, porque ele geralmente ouvia o contrário dela.

Se você vai servir, deveria ter escolhido a Marinha Real.

Mas, sério, por que você mata pessoas?

Não se preocupe se vai acabar no inferno?

Acho que há algo muito errado com você. Você parece gostar de matar.

Talvez você devesse ver um terapeuta. Não, não importa, alguém pode
ouvir sobre isso, e a fofoca seria...

— Vim prestar minhas homenagens, mas tenho que sair.

— Certo. Basta entrar, deixar que as pessoas vejam você e sussurrar


sobre...

— Mãe. — Ele a interrompeu, sua voz um suave apelo. — Eu tenho que


ir. Eu sinto muito.
— Eu nem mesmo te reconheço. — Seu pai disse sua voz dura, seus
olhos frios. — Você me desonrou mudando seu sobrenome. Não vimos você
muitas vezes em vinte anos. Por que mesmo aparecer aqui hoje?

E aqui vamos nós. Por que diabos ele iria querer ficar por aqui e
conversar com eles?

Ele enfiou as mãos nos bolsos para esconder a curva de seus dedos em
punhos. Para conter sua raiva. Ele disse a si mesmo repetidas vezes que seus
comentários não o incomodavam. Esperar algo diferente deles era como ficar
surpreso ao descobrir que um terrorista disparou um cinturão depois de
prometer que não o faria.

Ele apunhalou um dedo em sua camisa debaixo da jaqueta escura. — É


meu nome agora, supere isso. — Wyatt não tinha a intenção de gritar com seu
pai como um adolescente mal-humorado, mas ele se recusou a se envolver em
uma partida de mijo.

Sua mãe estendeu a mão e pressionou-a contra o peito de Wyatt. — Não


faça uma cena.

Ele não sentia falta dessa vida.

De modo nenhum.

Seu time era sua família, e ele era bom nisso.

— Eu tenho que ir. — Disse ele com os dentes cerrados, fazendo o


possível para não deixar sua irritação tomar outro caminho equivocado para
fora de sua boca. Ele engoliu o nó na garganta e ignorou a dor em seu peito. —
Adeus. — Ele disse o mais casualmente possível e saiu correndo.

Foi um erro voltar, tentar fingir que ele poderia ser o homem que eles
desejavam que fosse por cinco minutos.
Ele era Wyatt Pierson agora. Ele abandonou seu título, seu nome e seu
passado. Se sua família não podia aceitar isso, então ele iria ficar com seus
irmãos, quem o faria.
WASHINGTON, DC

— Eu não entendo. Ficamos presos, esperando o sinal verde para enviar


uma equipe para lá. — Natasha ficou do outro lado da mesa de seu chefe na
sede, ainda tentando compreender a informação que ele acabara de dar a ela.

Eles estavam sentados no local do pacote-alvo por uma semana, não


muito, dada a lentidão com que Washington se movia, mas fazia sete dias a
mais para ela.

Mas foi seu alvo número um por anos realmente morto?

— Grande parte dos detalhes da operação são sigilosos. Mas achei que
você gostaria de saber que ele foi eliminado. — Seu chefe aplainou seus dedos
longos e finos no folheado de bordo e ficou com sua altura de 1,78 m. Dan era
um estúdio de marrom - calça cor de café, camisa social bege, gravata
avermelhada. Seu cabelo castanho escuro estava penteado para o lado, com
seus olhos castanhos igualmente escuros direcionados diretamente para ela.

— O plano era trazê-lo vivo. — Morto era inaceitável. Era como uma
ferida aberta no peito que sangraria para sempre. — Foi recuperada alguma
evidência confirmando que era mesmo ele que...

— O cara tinha um fail-safe. Ele equipou o local com explosivos para


destruir tudo enquanto tentava fugir.

— Mas como sabemos que ele está realmente morto, que não escapou?
— Sua garganta se apertou e seu estômago doeu.

— A equipe enviada tentou chegar até ele, mas não foi possível. Eles
tiveram que recuar antes de sofrerem baixas. Mas não tinha como ele sair vivo.
— E essa casa data de antes da Segunda Guerra Mundial. — Ela havia
feito sua pesquisa e acrescentado todos os detalhes ao relatório, na esperança
de dar aos operadores a melhor chance de proteger o alvo quando eles fossem
acionados para a missão. — Os registros originais de propriedade listavam um
bunker e também túneis. Muitas casas naquela região foram construídas como
preparação para possíveis ataques aéreos. — Provavelmente foi por isso que
O Knight escolheu o maldito local. — A equipe cobriu os túneis?

— Dentro de segundos de corda rápida para a propriedade, o lugar


explodiu.

— Então, eles não protegeram os túneis?

— Droga, Chandler. — Dan caiu de volta em sua cadeira de couro, uma


carranca nos lábios. — A equipe nem tinha autoridade operacional para estar
na Romênia. Quando o bastardo explodiu a casa, eles receberam ordem de
evacuar imediatamente. Foi um movimento inesperado, e a decisão foi retirada
da equipe, em vez de se expor ao risco.

Ela precisava se sentar agora também. Ela tropeçou de volta na cadeira


em frente a sua mesa.

— Não houve oportunidade de confirmar a identidade do homem lá


dentro ou verificar os túneis. Eles conseguiram olhar para o bunker e ele estava
vazio. E como não estávamos oficialmente lá, não podíamos pedir aos romenos
que retirassem DNA. Para verificar os registros dentários.

— Merda. Então, nós nem temos um nome? — Ela estava de pé


novamente. — Existe alguma maneira de conseguirmos os registros agora,
pelo menos?

— Essa e a coisa. — Ele se acomodou mais para trás em seu assento. —


Fizemos algumas verificações sobre o manejo do caso pelos romenos, e não é
bom. A casa pertencia a um empresário, Alexander Rothus, e depois que ele
morreu em um acidente de carro, a propriedade foi entregue à cidade, e está
desocupada desde então. Os romenos presumiram que foi um invasor que
morreu na explosão. Não sobrou muito do corpo, então os restos foram
cremados e rotulados como não identificados.

— Você está me zoando! Um invasor manipulou a casa para explodir e


depois se matou? Me dá um tempo! — Ela não pretendia levantar a voz, mas
não estava em condições de se conter - suas emoções iam rasgá-la. — Não
há como lidar com uma situação de John Doe.

— O que você quer que eu diga? — Seus lábios se achataram antes que
ele soltasse um suspiro exausto. — Nossa inteligência apoia a ideia de que o
Knight estava escondendo o fogo, um lugar perfeito para alguém como ele. E
a suposição é que, quando nossas botas atingiram o solo, ele tentou destruir
evidências e fugir, mas morreu no processo. Nós o queríamos vivo, mas não
poderíamos ter previsto que ele...

— Com todo o devido respeito, senhor, você não está realmente me


dizendo que ele está realmente morto agora, está, não depois dessa história
de cremação de merda? Provavelmente nunca houve um corpo recuperado na
cena do crime. — Ela passou a mão pelo cabelo, processando o que sabia
sobre seu alvo.

— A estratégia dele era explodir a casa.

— E usar isso como uma distração para sair pelos túneis, o que
certamente ele fez! — Natasha exclamou.

— Os operadores disseram que viram um homem lá dentro pegando


fogo, e é por isso que acreditamos que ele nunca teve a chance de apaga-lo.

Ela balançou a cabeça. — Isso não significa que ele não escapou e
pagou alguém da força policial para dizer que encontrou um corpo. —Quantas
vezes eles viram isso? — De jeito nenhum isso vai acabar não depois de anos
perseguindo um dos hackers mais calculista e de elite do mundo. De jeito
nenhum ele se matou acidentalmente.
— E talvez eu concorde com você, mas os chefões querem uma vitória
e gostam da ideia de que esse cara está morto.

— Claro que sim, até que ele hackeie o Pentágono novamente ou ajude
terroristas a roubar armas biológicas ou...

— Chandler!

Ela cerrou os dentes, a frustração soando em seus ouvidos, um buraco


vazio sendo cavado em seu estômago a cada segundo que a CIA acreditava
que aquele filho da puta estava realmente morto.

— Se ele aparecer de novo, vamos atrás dele.

— E até a hora? — Ela perguntou.

— Presumimos que ele está morto.

— Porque é isso que as grandes armas querem? — Ela bufou e se


afastou incapaz de olhar para alguém que ela costumava respeitar antes que
ele se tornasse um peão covarde para os elitistas de Washington.

— Você tem estado preocupada com este homem por mais de três
anos. E por enquanto, é hora de seguir em frente.

Ela girou de volta, suas têmporas latejando. — Ele


invadiu nossos registros seguros no ano passado, senhor. Ele entregou a
identidade dos agentes em campo, nossos próprios oficiais - eles foram
assassinados! E eu não consegui impedi-lo. — Ela manteve as palmas das
mãos abertas, seu coração batendo forte, seu corpo tremendo. — Há sangue
em minhas mãos e não posso simplesmente ir embora sem saber que ele está
realmente morto.

Três anos e meio perseguindo-o. Muitas vidas inocentes perdidas.

Já era o bastante.
— Mas ele manteve você viva.

A culpa se enrolou como uma fita apertada ao redor de sua espinha e a


fez se curvar para frente, fechando os olhos.

— Ele sabe o seu nome. Estava no arquivo do caso que ele


hackeava. Agradeça por estar viva, e se foi ele na Romênia, você o
pegou. Está finalmente acabado.

— Ele me manteve viva porque é um jogo para ele, e eu sou apenas uma
jogadora. Ele sabia que eu estava perto e queria me fazer sofrer - me punir
matando outras pessoas e me tornando impotente para impedir isso. — A
emoção sufocou suas palavras, mas ela se forçou a ficar totalmente ereta e
abrir os olhos. — E este provavelmente foi apenas mais um jogo. E se o
encontramos porque ele queria que o fizéssemos?

Dan se levantou e deu a volta na mesa para confrontá-la. — Acho que


você precisa de férias.

— O que eu preciso fazer é falar com a equipe enviada depois


dele. Preciso saber exatamente o que aconteceu.

Ele embolsou as mãos. — É classificado. POTUS não pode divulgar mais


do que eu já disse a você.

Isso era normal, mas, neste caso, ela se recusou a aceitar um não como
resposta. — Alguma pista de quem foi? — Ela empurrou. — Seus caras
ultrassecretos? — O presidente tinha dinheiro escuro para tais operações, e
dizia-se que eram um grupo de caras da Força Delta. Os boatos geralmente
eram verdadeiros em Washington.

— Meu palpite é que eles eram do setor privado, se você quer ouvir a
verdade. A missão terminou enquanto ainda esperávamos a aprovação para
montar uma equipe. Não sei quem poderia ter feito isso tão rápido, nem mesmo
Delta. Mas é mais uma razão para POTUS querer que os operativos dessem o
fora da Romênia e rapidamente após a explosão.

Seus pensamentos voltaram para Argel, para seu resgate rápido.

Wyatt. Segurança privada. Beijador estelar. Sotaque pecaminosamente


sedutor.

Foi um exagero, mas era ele? O time dele?

— Tire férias e, quando você voltar, pedirei para colocá-la de volta no


campo.

— Sim, hum, ok. — Ela murmurou sua mente agora zumbindo com
perguntas e possibilidades. — Eu, uh, tenho que ir. — Ela se virou e foi para a
porta.

— Chandler. — Ele resmungou. — Não faça nada estúpido.

Ela olhou para ele. — Nunca, senhor.


PEDREGULHO

Eu posso fazer isso. Bata na porta. Se ele está em sua cabana transando
com alguém, não é grande coisa. Ele não é meu. Nunca foi. Nunca será.

Ela estava lá para trabalhar. Para obter respostas. Não para ele. Isso não
era uma desculpa para vê-lo, para ver se ele ainda parecia tão bom, cheirava
tão bem. Beijava bem.

A cabana estava situada na floresta no Colorado, e se houvesse neve no


chão, pareceria o cenário de um filme Christmas Hallmark. A cabana de
madeira de dois andares com uma varanda frontal envolvente era um pedaço
do céu. Paraíso puro.

Um redemoinho de fumaça empurrado para o céu noturno da lareira para


um efeito dramático. Perfeitamente romântico.

Quando a porta se abriu depois de algumas batidas firmes, ela mordeu


os dentes de trás ao ver o sexy SEAL sem camisa em apenas jeans surrados.

Seus olhos se ergueram para encontrar os dele como se estivessem


seguindo o tiro de um clarão no céu. Como uma explosão de fogos de artifício
iluminando seus sentidos. Ele tinha todas as cores do arco-íris naquele
momento enquanto ela olhava profundamente em seus olhos. A familiar
atração insana que ela sentiu ao redor dele nas últimas duas vezes em que
respiraram o mesmo oxigênio a atingiu.

Ele olhou para o pulso como se estivesse checando um relógio que não
estava lá. — Você está quase dentro do cronograma. Faz três anos. Embora,
eu esperava mais cedo, se estou sendo honesto. — Sua piada a fez sorrir. Sua
falta de choque com a presença dela também significava que ele foi alertado
de que ela estava chegando.

— Jessica ligou? — E se sim, por que a falta de camisa e a provocação


tentadora do início de uma trilha feliz levando a lugares tão felizes?

Ela piscou para sair de seu estupor quente-britânico-agora-americano de


comando para se lembrar por que tinha voado para o Colorado.

Se ela não estivesse tão ocupada olhando para o peito dele, então caindo
em cativeiro para seus olhos, não teria demorado tanto para notar a bandagem
espiralando ao redor de seu braço esquerdo do pulso ao cotovelo.

— O que aconteceu? Você está bem? — Ela teve uma ideia muito boa
e, se estivesse certa, isso confirmaria a presença dele na operação na
Romênia.

— Menor queimadura. Não é grande coisa. Fogo na cozinha.

— Oh sim, o que você estava fazendo? — Ela desafiou.

Ele se apoiou na moldura da porta, casualmente cruzando os braços e


bloqueando a entrada dela. — Ovos.

Ela revirou os olhos. — Você vai me deixar entrar ou o quê?

— Se eu fizer isso. — Ele começou seus lábios cativantes se curvando


lentamente em um sorriso. — Você vai fazer mais perguntas sobre essa
queimadura?

— A queimadura é classificada?

— Talvez. — Respondeu ele, mas seus braços relaxaram e ele deu um


passo para o lado.
Ela passou por ele e olhou ao redor da cabana de conceito aberto. Tetos
altos com um cruzamento de vigas de madeira grossas no alto. O segundo
andar estava aberto para o andar de baixo. Três portas lá em cima por sua
conta. Um sofá em frente a uma lareira e uma cozinha nos fundos com vista
para a sala de estar.

— Por que você está aqui? Período de férias? — Ela colocou sua bolsa
de mão que comprou e abriu o zíper de sua jaqueta.

Ele fechou a porta e a encarou, seus olhos indo para sua bolsa. — Você
está pensando em passar a noite?

— Não aqui-aqui. — Ela gaguejou. — Vou conseguir um lugar em uma


pousada. — Ela jogou sua jaqueta vermelha e leve nas costas do sofá. —
Preciso saber o que aconteceu na Romênia. Você o viu morrer com seus
próprios olhos? Deu uma boa olhada nele? Você pode me dizer algum detalhe
de identificação? — Ela decidiu que seria melhor parar com as besteiras e ir
direto ao ponto.

Ele passou por ela sem responder, sem qualquer mudança na


expressão, foi até a cozinha e abriu a geladeira.

— Não tenho ideia do que você está falando. — Ele passou o braço ileso
por cima da porta enquanto ficava de costas para ela, olhando para a geladeira
como se procurasse respostas.

Havia algumas cicatrizes em suas costas, o que doeu de


ver. Iraque? Afeganistão? Sua linha de trabalho atual? Ele tinha algum PTSD
de combate?

— Por favor, me diga o que aconteceu. — Ela não estava acima de


implorar, não quando se tratava desse assunto. — É classificado, eu
entendo. Mas foi minha inteligência que o enviou para a Romênia.
Ele a encarou, armado com duas cervejas. — Por que eu iria para a
Romênia?

Ela caminhou para a cozinha enquanto ele tirava a tampa das


cervejas. Ele estendeu uma, mas ela balançou a cabeça e seguiu os braços,
mantendo-se firme.

Ele colocou a garrafa dela na ilha da cozinha ao seu lado e levou a bebida
à boca e tomou alguns goles. Ela tentou não deixar sua garganta bronzeada
distraí-la enquanto ele bebia o líquido. — Por favor. Eu não posso seguir em
frente com isso. Eu não acho que ele realmente morreu. Preciso saber
exatamente o que aconteceu.

Ele baixou a cerveja para o balcão. — Tash.

— Então, é 'Tash' agora?

— Estou cansado. Foi uma longa semana, então sim, é Tash. Você está
bem com isso? — Um corte de dor percorreu sua tonalidade. Mais tristeza do
que irritação.

— O que há de errado? — Ela perguntou incapaz de esconder sua


preocupação por ele.

— Nada. — Disse ele, mas escondeu os olhos olhando para o chão.

— Então você pode me dizer o que você sabe?

— Hipoteticamente falando, se eu estivesse na Romênia, ninguém da


minha equipe se machucou. E também não tivemos a chance de fumar
ninguém. — Ele limpou a garganta e arrastou os olhos até o rosto dela. —
Hipoteticamente, parece que ele mandou equipar o local com vários
explosivos. Provavelmente uma carga de térmite em seu mainframe junto com
aceleradores, com base na rapidez com que o lugar ficou kaboom e pegou
fogo. Remoto e detonado por comando.
Seu estômago apertou com a notícia. — Mas você o viu? As saídas
estavam cobertas?

— O que quer que estivesse naquela casa, ele queria ter certeza de que
seria destruído. Suponho que a explosão foi feita para cobrir seus rastros.
— Ele agarrou a ponta do nariz e a atenção dela se voltou para a bandagem
em seu braço. — Eu vi um cara, mas ele estava pegando fogo, e eu não
consegui dar uma boa olhada em seu rosto ou salvá-lo. — Ele deu um longo
suspiro. — Mas ele era bom e quentinho. Pode assar marshmallows no filho da
puta.

Ela manobrou ao redor da ilha para ficar mais perto dele, o que o fez girar
para encará-la, os braços caindo como âncoras para os lados. — O mesmo
humor de guerra dos meus irmãos, eu vejo.

— Não estou mais no exército.

— Nem eles. Mas com o que vocês dois fazem, todo dia parece ser um
campo de batalha.

Ele se inclinou mais perto, abaixando a cabeça um pouco, os olhos


diretamente nela. — Isso implicaria que havia alguma competição do outro
lado.

— Diz a queimadura em seu braço.

— Essa foi minha própria estupidez. Entrando atrás do seu homem


porque eu sabia que você iria me comer se eu não o trouxesse vivo para
interrogatório. — Ele endireitou sua coluna. — Hipoteticamente falando.

— Legal da sua parte pensar em mim.

— Como eu não poderia? Você está na minha maldita cabeça desde a


última vez que nos vimos. — Seus olhos se estreitaram como se ele não tivesse
a intenção de deixar a verdade escapar, mas agora estava lá fora, oscilando
entre eles, e ela se viu tentando se lembrar de como respirar novamente.
— É possível que ele tenha saído vivo? — Ela perguntou, escolhendo se
concentrar em seu problema em mãos e não na maneira como esse homem a
fazia sentir absolutamente todas as emoções possíveis sempre que estava
perto dela.

— O cara tinha o lugar equipado com o tipo de merda que usamos para
explodir um drone abatido, então sim, ele estava preparado. Suponho que ele
escolheu aquele lugar por causa do sistema de túneis também. —Ele inclinou
a cabeça. — Mas você sabe sobre os túneis desde que forneceu os detalhes
operacionais, certo?

— Mas ele poderia ter sobrevivido ao fogo para sair daqueles túneis com
vida?

Sua boca se apertou por um momento. — Eu não sei. Achei que a polícia
encontrou um corpo.

— Eles disseram que sim, mas não estou acreditando. — Ela balançou a
cabeça. — Você acha que ele está morto? — Ela perguntou suavemente.

— O que você quer que eu diga? — Ele perguntou sua voz mais corajosa
desta vez. — Espero que, para o seu bem, pelo bem do mundo, o cara que
você estava procurando, que agora chamo de Sr. Crispy, tenha morrido. — Ele
cruzou os braços e encostou o quadril na bancada da cozinha. — E se ele
estiver morto, você vai desacelerar? Talvez parar de ser solteira para sempre?

O que o fez pensar que ela já não estava namorando? Ele estava
mantendo o controle sobre ela do jeito que ela fazia com ele?

— Você ainda só faz sexo? — Ela atirou de volta.

Talvez ela não devesse ter tocado nisso, mas ela não poderia
exatamente agir de forma vermelha, marcar suas palavras com tinta preta.

Ele também não tinha pressa em esconder seu sorriso. — Voltamos a


jogar o jogo de pergunta com pergunta?
— Essa é outra pergunta. — Respondeu ela sem deixar cair a bola. Uma
repetição de sua conversa na praia, três anos atrás.

— Sim. — Ele praticamente sussurrou a palavra, e seus olhos


dispararam para a boca dela. — Apenas sexo.

Ela estava pensando no hacker, o possível fim de sua perseguição de


três anos e meio pelo homem. E agora era como se ela estivesse estourando
fora de sua pele com o desejo de que Wyatt a tomasse em seus braços e fosse
como um homem das cavernas sobre ela.

Ela nunca se sentiu assim com outro homem antes, certamente não com
Dale. Ninguém nunca a fez sentir o desejo de ser jogada por cima do ombro
e arremessada na cama, em um tapete, em algum tipo de superfície para ser
devidamente fud-...

— Você ainda é filha do almirante? — Seu polegar fez pequenos círculos


em sua bochecha, e a ação fez seu sexo apertar.

— Isso nunca muda realmente. Ele sempre será o almirante. — Mas ele
sabia disso em Ibiza, e ele a prendeu na cama debaixo dele de qualquer
maneira.

— Fala-se que ele será o próximo secretário de Defesa.

Ela assentiu. — E isso significa?

A atenção dele mudou-se para a camisa de mangas compridas azul-


claro dela, para o pescoço que não parecia tão sexy, mas com seus olhos
atraídos para o decote lá como um puxão magnético, era como se ela estivesse
nua.

— Por que você está aqui em Boulder? — Ela perguntou quando ele não
respondeu, e suas palavras fizeram a mão dele cair de seu rosto, e ele deu um
passo para trás.
Um arrepio tomou conta dela, e ela estava grata por suas mangas e jeans
esconderem o arrepio em seu corpo.

— Venho aqui quando preciso de espaço. — Ele se virou e voltou ao


negócio de beber sua cerveja.

Ela parou um momento para estudar a ondulação dos músculos


abdominais, que se contraíram por um momento como se ele tivesse levado
um soco no estômago em um ringue do UFC.

— Algo está errado. — Ela disse suavemente. — O que mais aconteceu


durante sua missão?

Ele largou sua bebida e olhou para o chão por um longo minuto. — Um
amigo meu, bem, ele costumava ser um amigo, morreu.

Seu peito cedeu com suas palavras. Em outra perda, ele teve que
suportar. — Eu sinto muito.

— É complicado. — Ele disse sua voz profunda, os olhos de volta nela. —


E eu não esperava estar tão fodido sobre isso, mas acho que estou. Vim aqui
para colocar minha cabeça no lugar. — Luto e dor esvaziaram suas palavras,
arrastando sua voz rouca ainda mais baixo.

— Quer que eu vá?

Ele balançou a cabeça, mas passou por ela e entrou na sala de estar
para ficar na frente da lareira. Ela vagarosamente se acomodou ao lado dele,
olhando para ver seu foco perdido nas toras queimando.

Seu olhar chicoteou para o braço enfaixado, e a culpa a golpeou no peito,


tirando o fôlego dela. Se ele tivesse morrido indo atrás do homem que ela
estava perseguindo, ela nunca teria sido capaz de viver consigo mesma.

— Quer falar sobre o seu amigo? — Ela ofereceu, mantendo sua voz o
mais suave possível. Ela costumava ser melhor nisso - compartilhar emoções,
confortar um amigo - mas ela começou a endurecer ao longo dos
anos. As missões, as perdas, eles começaram a cobrar seu tributo sobre ela,
não importa o quanto ela resistiu.

Ele lentamente se virou para o lado, o brilho do fogo lançando uma


sombra em seu perfil. — Eu normalmente não gostaria de falar, mas algo sobre
você...

— Você está abrindo?

Ele bufou profundamente. — Quando saí de Londres aos dezoito anos,


também deixei todos para trás, inclusive um grande amigo meu. Meu melhor
amigo.

Ela torceu as mãos na frente do corpo, tentando criar coragem para ser
a orelha, o ombro, o que ele precisava naquele momento. Se este homem
durão estava preparado para se abrir com ela, ela queria estar lá para ele.

Quando ela fez sua pesquisa e o checou - e ela se recusou a chamar isso
de perseguição porque seu trabalho era coletar informações, então estava
totalmente no reino do normal - ela aprendeu que ele mudou seu nome para
Pierson. Ele abandonou sua nobreza inglesa antes de se tornar um
Teamguy. O porquê não foi difícil de descobrir. Ele receberia um monte de
merda por esse tipo de nome como operador. Mas havia mais nisso?

Ela relaxou os ombros, respirou fundo para não desmaiar de prender o


oxigênio em seus pulmões por tanto tempo, então se moveu para ficar diante
de seu corpo musculoso. — O que aconteceu?

Ele ergueu os olhos para o teto alto, seu peito subindo no processo. Após
uma expiração, ele disse: — Eu dormi com sua noiva.

Suas palavras deveriam ter feito ela se afastar dele, mas a culpa em seu
tom era tão pesada, tão forte, estava claro que o estava rasgando,
especialmente agora que esse amigo dele era provavelmente aquele que tinha
morreu.

Ele enfrentou o fogo novamente, e ela parou um momento para observá-


lo. Seu cabelo estava cortado desde que ela o viu pela última vez. Corte
estreito e afilado nas laterais, um pouco mais longo na parte superior e
propositalmente bagunçado - ou talvez ele estivesse arranhando. Sua barba
havia sumido. Mais como uma semana de crescimento novo, o começo de uma
barba se ele não se barbeasse logo. Seu nariz parecia ter sido quebrado uma
ou duas vezes em sua vida. Não perfeitamente correto, mas combinava com
ele.

Ele era fortemente sexy com sua tinta e seus músculos. Nada como os
aristocratas britânicos que ela vira na TV ou no cinema.

Ela cruzou um braço sobre o peito e apoiou o bíceps do outro braço,


esperando pacientemente que ele se abrisse mais, para revelar o que quer que
ele queria tirar de seu peito.

— Clara é a única pessoa que sabe tudo o que aconteceu antes de eu


deixar a Inglaterra. E para ser honesto, estou mais chateado com a forma como
lidei com as consequências do que com vergonha do que fiz. — Ele segurou a
boca por um breve momento. — Arthur e eu crescemos juntos. Tiveram
problemas juntos. Tínhamos planos de nos mudar para a Califórnia aos dezoito
anos. Aplicado a unidades lá.

Ele caminhou até o sofá e caiu. Ele se inclinou para frente e colocou os
cotovelos sobre os joelhos, mantendo contato visual com o fogo como se isso
tornasse a verdade mais fácil de revelar.

Ela se sentou ao lado dele e pensou se deveria ou não estender a mão


para ele. Uma mão em seu joelho. Um toque em seu braço. Algo para deixá-lo
saber que ela estava lá, que estava tudo bem. Que este grande Teamguy
poderia ser honesto sem julgamento.
— Arthur de repente ficou nervoso. Com muito medo de se afastar de
tudo. O título. Dinheiro. Seu pai entrou em seu ouvido. Além disso, ele
começou a se apaixonar pela mulher com quem seus pais queriam que ele se
casasse. — Ele olhou para ela, e sua mão foi para o topo de sua coxa. Ele
parou por um momento, seu olhar movendo-se para o toque dela, antes de
continuar. — Eu não tinha certeza se ele realmente a amava porque ele estava
dormindo por ai, muito. Mas quando Charlotte, também uma amiga minha,
apareceu na minha porta chorando sobre a traição dele... Eu estava muito
bêbado e acabamos dormindo juntos. Na época, eu não sabia que ela estava
me usando para deixá-lo com ciúmes, para tentar fazê-lo parar de bagunçar
com o casamento deles se aproximando.

— Oh. — O pequeno som saiu de sua boca. Até onde ela estava
preocupada, o que Wyatt fez não foi tão ruim.

— Arthur estava chateado. Me atacou em público. Veio para mim


balançando. Acho que ele realmente a amava. — Ele balançou sua cabeça. —
Mas vamos apenas dizer que o único escândalo que a nobreza despreza é um
escândalo sobre si mesmo. Meu pai, com certeza, estava com raiva de
mim. Nós também lutamos, então resolvi dar a notícia para ele de que estava
indo para San Diego. Eu disse que estava farto da vida, de ser filho dele.
— Seus dedos rasgaram linhas em seu cabelo. — Eu nunca fui feito para ser
um maldito senhor, de qualquer maneira.

Ela repetiu suas palavras em sua cabeça, então sussurrou: — Pelo que
parece, não posso dizer que te culpo pelo que aconteceu.

— Arthur me demitiu como padrinho em seu casamento, um casamento


que teve que ser agendado antes do planejado porque Charlotte
ficou conhecida. E Arthur tinha todo o direito de odiar minhas malditas
entranhas por dormir com sua noiva.

— Como ele morreu? — A morte era uma ocorrência tão regular em sua
vida agora. Ela se ressentia desse fato, mas em sua linha de trabalho, ela tinha
sido ingênua ao pensar que poderia deixar de ser recatada, permanecer
imaculada pelas coisas que ela testemunhou, os criminosos que ela falhou em
parar.

— Câncer, e eu deveria ter visitado ele antes de morrer. Reparar, não


sei. Eu também posso ser teimoso. Mas eu fui ao funeral e ver todos lá, bem, foi
mais difícil do que pensei que seria. Recebi a, uh, chamada hipotética sobre a
Romênia no velório, e acho que simplesmente não tive tempo para processar
sua morte até agora.

Ela estava ocupando seu espaço? Sua necessidade de lamentar?

— Tem sido um ano louco. Alguns anos loucos. —Ele enrijeceu. — Não
tenho certeza se você se lembra de Liam, mas ele quase morreu no verão
passado. E eu não teria sobrevivido a isso. Nenhum de nós teria - perder outro
cara...

— Marcus. — Ela sussurrou, lembrando-se do companheiro de equipe


que ele mencionou ter perdido antes. — Fiquei feliz em saber que os homens
responsáveis pela morte de Marcus foram finalmente retirados.

— Como você sabe?

— Informações da CIA forneceram a localização dos terroristas que o


mataram. Eu não estava envolvida, no entanto.

Ele olhou para o piso de madeira sob seus pés descalços. — E também
ouvi sobre o que aconteceu com alguns membros de sua equipe no ano
passado. — O arrependimento transpareceu em suas palavras. — Eu sinto
muito.

— Como você sabe disso? — Ela tirou a mão. — Quer dizer, não estou
surpresa considerando quem você é, mas os verdadeiros detalhes foram
enterrados profundamente. As histórias de capa foram fabricadas para o
público.
Para o mundo, os homens e mulheres assassinados por mercenários
contratados eram pessoas normais que viviam suas vidas cotidianas. As
estrelas estavam na parede em Langley para homenageá-los, mas, no que
dizia respeito à mídia, as mortes não tinham relação.

Hit-and-run. Roubo em lugar errado, hora errada. Invasão de


domicílio. Suicídio.

As únicas semelhanças? Todos os assassinatos aconteceram na mesma


hora, no mesmo dia, e com pessoas que trabalharam com ela no caso que
perseguia o hacker mais procurado da história.

— Tenho autorização de segurança de alto nível. — A resposta dele não


cortou bem, mas ela não sentiu vontade de pressionar por mais
informações. — Acho que meu coração parou quando soube disso, e também
fiquei muito aliviado por você estar bem. Se seu pai não tivesse designado
praticamente todo militar nos Estados Unidos para ficar de olho em você
depois, eu teria passado para vê-la, para cuidar de você. — Ele agarrou a pele
de sua garganta. — Eu deveria ter ligado, no entanto. Eu deveria ter estendido
a mão. Eu continuo fodendo. — Sua mão escorregou para a nuca e ele
apertou. A inquietação cruzou seu rosto e se moveu em cada linha de seu
corpo. — Eu, uh, pensei que seria melhor se eu ficasse de olho em você de
longe.

— E por que isto? — Ela sabia a resposta, no entanto. Ela se lembrou da


conversa deles em Ibiza. Como ela poderia esquecer? Ele não acreditava que
pudesse amar.

Ele estava preocupado que ela caísse sob seu feitiço e que ele quebrasse
seu coração?

Era possível que acontecesse também. Sexo era uma coisa, mas sexo
com este homem transformaria seus sentimentos em algo mais?
Seus olhos se voltaram para o chão, e uma batida de silêncio ao longo
das Montanhas Rochosas se estendeu entre eles antes de dizer: — Talvez
possamos guardar esta conversa para a próxima vez que nos encontrarmos?

Os olhos dela vagaram para o peito dele até o umbigo, para a ligeira trilha
de cabelo passando por baixo da parte de cima da calça jeans. — Não tenho
certeza se isso se qualifica como um solavanco. — Ela brincou, esperando
aliviar um pouco a troca antes que eles se despedissem, que ela podia sentir
que estava por vir.

Ele inclinou a cabeça, seus olhos escurecendo para um cinza-azulado


meia-noite quando ele a pegou olhando para ele. — Ou talvez devêssemos nos
manter no status quo de nossos encontros, onde coloco minha língua em sua
boca e apalpo você? Bem, até que alguém nos interrompa, pelo menos.

— Como um urso? — Ela não pôde evitar o sorriso em seu rosto. — E o


sexo está realmente em nossas mentes agora? — De alguma forma, estava
para ela.

Seu desejo por ele estava presente desde antes mesmo de ele abrir a
porta, só tinha sido colocado de lado por causa de sua busca pela verdade
sobre a operação na Romênia.

Ele lançou-lhe um sorriso torto e seu coração se apertou. — Está sempre


em minha mente. Sou bom em duas coisas. Tiro e sexo.

Uma pulsação de necessidade surgiu entre suas pernas, e ela engoliu


em seco antes de engasgar. — Tenho certeza que você é bom em mais do que
isso.

Ele avançou mais perto, invadindo seu espaço pessoal, e quando ela
respirou fundo, sua colônia encontrou seu nariz. Notas fortes de
especiarias. Um toque de pinho. Outra coisa lá que ela não conseguia
identificar, muito absorta pela proximidade de seu peito nu. — Existem tantos
motivos pelos quais eu não deveria tocar em você agora.
Tentáculos de desejo continuaram a girar dentro dela com sua
proximidade, com a profundidade rouca de seu tom. A batida crua e intensa
de pressão que vinha crescendo entre eles desde que se conheceram. Bem,
para ela, pelo menos.

— Eu estava preparada para ser sua na noite do casamento. — Ela


admitiu. — E naquela manhã em Ibiza.

— Fomos mantidos separados nessas duas ocasiões. — Disse ele, sua


voz ainda profunda como sempre. — Por algum motivo?

Ela ergueu o queixo, desejando poder abrir a boca e oferecer a ele uma
prova, mas seria muito perigoso? E quando ela moveu a mão para tocar
suavemente a bandagem em seu braço, e a compreensão de que ele poderia
ter morrido depois que seu alcatrão a atingiu, teve seu desejo diminuído,
substituído por culpa.

— Eu acho. — Ele estava sofrendo uma perda, e ela estava se


recuperando da confusão de fatos sobre a operação da Romênia... que talvez
aqueles obstáculos fossem mais do que suficientes para impedir que
algo acontecesse entre eles esta noite.

Ele continuou a olhar para ela, sem piscar. A paixão ainda está acesa.

— O quarto extra está fora de questão, certo? — Ela provocou, porque


por que ela não faria uma piada agora? A verdadeira ela poderia ser estranha
e confusa em comparação com as cobertas que ela vestia. Não havia força
magnética da CIA no interior.

— Se você ficar aqui sabe o que vai acontecer. — Ele respondeu como
se não tivesse percebido que era uma piada.

Mas ele estava certo. Se ela ficasse, ela esqueceria seus bloqueios de
estradas, e ela não seria capaz de resistir a ter suas mãos traçando cada linha
e curva de seu corpo antes que sua boca fizesse o mesmo.
E no dia seguinte ela gostaria de fazer de novo, mas ela tinha um trabalho
a fazer, e ele também. Um enredo com este homem seria complicado.

— Eu deveria ir, mas odeio deixar você aqui sozinho.

— É assim que eu deveria ser.

Seus ombros caíram. — Ninguém deveria ficar sozinho. — Ela apertou


seu braço bom. — Obrigada por tudo.

— Obrigado por quê? — Ele segurou seus olhos enquanto ela


continuava segurando seu bíceps.

— Pela Romênia. — Ela disse suavemente. — E por cuidar de mim no


ano passado, mesmo que de longe. É bom saber que você está me
protegendo.

— Bem, isso é algo que posso prometer que sempre farei.

Ela sorriu e se forçou a soltá-lo para pegar seu telefone e pedir um Uber.

— Eu posso te levar a um hotel. — Ele ofereceu.

— Eu acho que é melhor se eu apenas pegar uma carona. — Mais tempo


com ele e...

Ele permaneceu em silêncio enquanto ela pedia um veículo, então ela


guardou o telefone na bolsa e ergueu os olhos para encontrá-lo estudando-a.

— Qual é o nome desse hacker, afinal - seu apelido ou como ele se


chama, quero dizer - aquele que pode ou não estar morto?

— Eles não te contaram?

Ele ergueu as palmas das mãos no ar. — Não era preciso saber.
— Ele atende por The Knight. — Ela disse, removendo a culpa de sua
voz por compartilhar informações confidenciais.

— O Knight? Alguma ideia do por quê?

— Ele trata seus hacks como um jogo de xadrez. Cada movimento é


estratégico e calculado. E seu objetivo é o...

— Xeque-mate. — Ele terminou para ela com um aceno de cabeça, e


uma sensação estranha rastejou por sua nuca, soletrando em letras vivas que
o jogo do Knight estava longe de terminar.
PARTE IV

NOS DIAS DE HOJE

A perseguição continua

2021

CAPÍTULO DEZ

M OSCOU (JANEIRO DE 2021)


— Eu preciso de mais um minuto.

— O que diabos você está fazendo? — Disse Jack no ouvido de


Natasha. — Bor está chegando quente. Ele estará dentro do hotel em dois
minutos.

— O que significa que meu minuto é bom. — Seus dedos correram sobre
as teclas enquanto ela continuava a trabalhar. Ela não era a melhor
codificadora da Agência, mas era a melhor atualmente em missão na Rússia, e
ela tinha que saber - ela tinha que levar um minuto para seguir a trilha para ver
se seu instinto estava certo. O Knight tinha estado fora do radar desde sua
suposta morte dezesseis meses atrás, mas como o inferno se ele realmente se
foi.

— Você conseguiu o que precisávamos. Saia agora. — Jack ordenou.

Sua equipe havia sido designada para Moscou três meses atrás, apenas
uma semana depois que ela recebeu ordens para relatar lá por seis meses (ou
mais) de trabalho secreto relacionado à recente série de atividades terroristas
antiocidentais.

Seu pai claramente interferiu, puxando os pauzinhos para designar Jack


para lá. A preocupação de seu pai por ela não tinha limites, e sua influência era
alta em Washington.

— Mais um segundo. — Ela disse baixinho, inserindo rapidamente uma


série de comandos no laptop, tentando abrir a caixa de Pandora e descobrir a
fonte da informação - a pessoa ou grupo por trás do hack.

Sempre que um hacker estava conectado a atividades terroristas em


qualquer lugar do mundo, Natasha sempre pressionava a Agência para
verificar o código para garantir que não fosse obra do Knight.
Cada programador tinha um estilo de codificação distinto, uma espécie
de impressão digital e, no caso de The Knight, ele sempre deixava um cartão
de chamada eletrônico para trás também.

Uma vez que este último hack envolvia seus alvos, não havia como ela
perder a chance de verificar uma conexão com o Knight.

— Você está sem tempo. Boris está no elevador. Estou pegando o


próximo passeio.

— Abaixe-se. — Ela disparou de volta sua própria ordem. — Eu cuido


disso.

— Se ele encontrar você naquela sala, a missão está perdida. — Disse


ele em voz baixa. — Fora. Agora.

Ela executou outro conjunto de comandos, uma sequência de uns e


zeros - código binário... Estou perto. Eu posso sentir isso.

— Ele está no seu andar. Você Terminou.

Um redemoinho de letras e números verdes piscou


na tela. Criptografado. Mas isso não importou. Ela conseguiu o que procurava
- evidências para provar que ela não era louca, evidências de que sua marca
ainda estava lá e vivendo livremente.

Ela sacou seu telefone e tirou uma foto de seu identificador online, uma
imagem de uma peça de escola de Knight quicando no canto da tela. Foi quase
muito fácil de encontrar, quase como se um doce tivesse sido preparado para
ela...

Ele sabia que eu estava aqui. Ele sabia que eu estava seguindo Boris.

Seu coração batia cada vez mais forte, a adrenalina bombeando. Ela
saiu do programa com dedos trêmulos e terminou de deletar todas as
evidências de que estava em seu laptop no momento em que o arrastar lento
da porta contra o tapete gasto e puído anunciou a chegada de Boris.

Ela se virou e viu todos os seus dois metros e meio quando ele a avistou
de onde ele estava na porta.

Uma litania de palavras russas raivosas a atingiu, e os dedos grossos de


Boris cravaram em sua garganta. Ela não tinha permissão para matar o
bastardo, e até mesmo um tiro reprimido na perna para tirá-lo de cima poderia
ficar de cabeça para baixo.

Ele manteve um aperto firme em seu pescoço enquanto ela optou pelo
combate corpo a corpo. Ela estava enferrujada depois de passar a maior parte
do tempo atrás de uma tela de computador. Ela deveria ter saído mais. Mais
treinado.

Ela ergueu os braços, moveu os pulsos contra os antebraços dele e


aplicou pressão para enfraquecer o controle de sua garganta. Ao mesmo
tempo, ela encaixou o joelho entre seus corpos e conectou a rótula à virilha
dele. Uma manobra que nunca envelhece, especialmente quando uma mulher
de cinco a sete está contra um homem com o dobro de seu tamanho.

Mas o filho da puta segurou firme e nem soltou um gemido. Ele tinha
bolas de aço?

Ela posicionou os cotovelos em cima dos braços dele e usou o peso de


seu corpo para cair, então girou para o lado o mais rápido possível.

Suas mãos se soltaram e ele perdeu o controle, dando a ela tempo


suficiente para se deslocar para o lado e dar um chute em sua bochecha.

Ele tropeçou, quase caindo para trás na cama, mas rapidamente


recuperou o equilíbrio e estava se movendo na direção dela quando Jack
chegou.

Agora eram dois contra um.


Boris avistou Jack e girou em sua direção, mas não teve chance. Jack
foi muito rápido.

Um borrão de movimentos se seguiu quando Jack derrubou o cara no


chão.

Ele amarrou as mãos atrás da nuca e enfiou uma agulha na lateral do


pescoço para nocauteá-lo. — Este não era o plano. — Ele sibilou, mal suando
enquanto estava de pé sobre o russo adormecido.

— Eu tenho as informações do comprador. — Ela disse com alívio. — O


negócio das armas é daqui a dois dias.

— Mas não temos a localização. — Disse Jack, levando o telefone ao


ouvido. — Precisamos de uma limpeza na sala dois e vinte. — Ele ouviu a outra
pessoa na linha. — Sim, ele ainda está vivo. — Disse ele antes de encerrar a
ligação. — Você vai ter sua bunda mastigada por isso, e você sabe disso.
— Ele guardou o telefone no bolso. — E você poderia ter se matado.

— Sim. — Disse ela com um encolher de ombros. — E o que mais há de


novo?

N ATASHA TINHA uma boa ideia do que esperar ao se aproximar do SCIF,


que foi pronunciado “esquife” por todos. O Sensitive Compartmented
Information Facility era uma sala segura para discutir informações
confidenciais, e as letras pretas em negrito da sigla na porta reforçavam o
significado do que se passava lá dentro.

Ela digitou a senha, passou o crachá no scanner e empurrou a porta


pesada.
O chefe da estação chamou sua atenção no momento em que ela entrou,
e ele se levantou abruptamente de sua cadeira. Ele espreitou diretamente para
ela e apontou para uma sala fechada à sua direita.

Ela seguiu as ordens e entrou na sala normalmente reservada para ter


sua bunda mastigada. Hoje foi seu dia de sorte. Dado o que aconteceu no hotel
antes, ela estava esperando por isso.

— O que diabos você estava pensando? — Raulson empurrou a gravata


para fora do caminho como se fosse um inconveniente, mas o tecido fino voltou
ao lugar.

— Eu não poderia simplesmente ir embora sem saber com certeza. Era


o Knight. Ele invadiu a instalação de armas. Olhe para o laptop de Boris e você
verá. Acho que ele está no Canadá também. —Como Boris
estava inconsciente enquanto eles esperavam por uma extração, ela havia
se dedicado a baixar os arquivos de seu computador para uma unidade USB
antes de voltar para a Estação.

Levou apenas três horas, mas rastreou o endereço IP do hacker até


Montreal. Ela seria devida a outra mastigação de bunda, uma vez que seu COS
descobrisse que ela foi em frente e descriptografou a mensagem e rastreou
sem permissão.

— Ele está fora da rede por dezesseis meses. Se ele está realmente vivo,
por que vir à tona agora? — Ele jogou a mão no ar. — E nesse assunto, por
que usar a mesma alça e nos avisar que ele está vivo? Isso seria um erro de
novato, o que todos nós sabemos que o idiota não era, era um novato. Talvez
estejamos lidando com um imitador, mas...

— Não é um imitador. O Knight quer que eu saiba que ele está vivo. Para
você saber. — Ela se aproximou de seu chefe. — Você não entende, é tudo
um jogo para ele. — Mais de um ano procurando por este bastardo e agora
havia provas de que ela não era louca. Ele estava vivo.
— E como você descobriu que ele estava em Montreal? Por que o Knight
tornaria isso tão fácil? — Ele apertou os braços sobre a camisa social e olhou
para ela.

Porque ele está me provocando. Ele me quer lá. E como ela poderia não
ir, armadilha ou não?

— Vamos, Chandler. — Disse ele quando ela não respondeu. — Você


está perseguindo fantasmas. Você tem que estar no topo. Você está se
matando tentando encontrar esse cara. E você desobedeceu às ordens
anteriores. Você perdeu de vista a missão por causa de sua obsessão por este
homem.

— Nós temos Boris. Podemos fazer com que ele nos leve à venda de
armas. — Ela desafiou.

— Esse não era o plano. Se o comprador souber que a concorrência foi


estourada e que Boris foi pego, o que acontecerá? Se ele não aparecer,
perdemos o comprador. Os terroristas irão a outro lugar para comprar armas,
e então não seremos capazes de impedir qualquer ataque que eles estejam
planejando. — Ele se virou para a porta e baixou a cabeça. — Todo mundo me
avisou que você era um canhão solto. Eu não escutei, mas eles estavam
certos.

— O que você está dizendo?

— Você vai voltar em um avião amanhã. Inferno, esta noite se eu puder


balançar. — Raulson a encarou lentamente, o desenho raivoso de seus lábios
tremendo como se ele estivesse resistindo a cuspir palavras das quais se
arrependeria mais tarde. — Nem mesmo seu pai pode tirar você dessa
bagunça.

Esta não poderia ser outra Argélia. Outra instância em que ela foi expulsa
da Estação, deixando O Knight escapar por entre seus dedos.
— E essas ordens vieram de cima, certo? — Ela fez uma careta. — Ele
está procurando por qualquer motivo que possa encontrar para me tirar de
Moscou.

— Não, Chandler. Isso é por causa da sua merda de lobo solitário. — Ele
soltou um suspiro longo e prolongado. — Nós somos um aqui. Você terá sorte
se conseguir outra tarefa de campo novamente. — Ele saiu da sala sem dizer
uma palavra, e ela bateu as palmas das mãos na parede perto da porta.

— Você está bem? — Ela olhou para a direita para ver Jack na porta.

— Acabou. Vou pegar o PNG de volta para Langley. — Argélia tudo de


novo.

— Isso sobre mais cedo, ou sobre você irritar o ambo ao recusar o pedido
dele para que você transar com ele? — Suas sobrancelhas castanhas se
ergueram em questão.

— Como você sabia que o embaixador me atacou? — Seus braços


caíram para os lados quando ele fechou a porta para que pudessem ficar
sozinhos.

— Eu o ouvi, e levei todo o meu controle para não o derrubar. Parecia


que você tinha resolvido, de qualquer maneira.

— Ele é um idiota, mas não é meu problema agora. Devo dizer que
estraguei tudo quebrando pedidos, mas...

— Você ainda sente que fez o que era certo?

— Recebi a confirmação de que o Knight está ativo novamente e até


tenho uma localização.

Ele agarrou seu bíceps. — Talvez seja hora de você passar isso para
outra pessoa?
— Como você pode dizer aquilo? Você sabe como isso é importante
para mim. Você sabe o que ele fez ao nosso povo. Eu não posso deixar isso ir.

— Tasha, você tem agido sem parar nos últimos anos. Você não chega
em casa no Natal, você nunca namora, você...

— Você tem falado com Gray? — Ela ergueu uma sobrancelha.

— Eu não preciso. Eu vejo você mais do que sua família. Seu irmão se
preocupa com você. Todo mundo se preocupa com você. — Ele passou a mão
pelo cabelo castanho. — E há algo que você deve saber.

— Sim?

— Estou finalmente saindo. Este foi o meu último contrato.

— Mesmo? —Ela tinha ouvido isso antes. Ele era viciado em trabalho e
era por isso que não mantinha um relacionamento desde que sua ex-mulher o
deixou. Ele estava muito preocupado que uma mulher tentasse forçá-lo a
escolhê-la ao invés do trabalho novamente.

— Seu irmão finalmente me convenceu a trabalhar com ele.

— Ah. — Ela sorriu. — Então, você não está realmente fora,


simplesmente não está mais trabalhando com a Agência.

— Paga melhor. — Disse ele com uma piscadela. — E seria bom


trabalhar com Gray novamente.

— Ele poderia usar um cara como você em seu time.

— Mas isso significa que eu não estarei mais aqui para proteger você.

Ela baixou a cabeça. — Parece-me que nem mesmo vou poder estar em
campo para você se preocupar.

— O que você vai fazer agora?


— Talvez eu precise de férias?

— Está falando sério? Você vai deixar a Agência lidar com a liderança?

— Claro. — Ela mentiu, nem mesmo pestanejando. Não há sinais de


blefe de pôquer em exibição.

— Tasha. — Seu nome retumbou sob sua respiração.

Ela abriu a porta e olhou para ele de volta. — O que?

— Faça-me um favor, tenho mais duas semanas aqui antes de sair, não
se meta em problemas antes disso.

— Então, você está dizendo para esperar duas semanas? — Ela sorriu
para ele.

— Ou que tal não ter problemas?

— Agora você sabe que não posso fazer uma promessa dessas.
CIDADE DE NOVA YORK

— Não posso acreditar que a nossa primeira operação com o novo


POTUS foi no frio de congelar as bolas. — Reclamou AJ. — Vou falar com Knox
sobre isso quando voltarmos.

O novo presidente era apenas o pai de Knox. O ex-presidente Rydell


deixou um grande cargo para preencher, mas se alguém podia fazer isso,
era Isaiah Bennett.

Ainda era difícil entender, mesmo três semanas depois de sua


presidência, mas a alternativa teria sido impensável. Se Isaiah Bennett tivesse
perdido a eleição, as equipes Bravo e Echo estariam desempregadas.

Fazia oito anos desde que Luke recrutou Wyatt.

Naquela época, eles perderam um homem e tiveram vários riscos para o


resto de sua equipe, incluindo quase perder Jessica.

Eles também cresceram em mais maneiras do que Wyatt poderia contar


durante esses oito anos. Bem, a maioria de sua equipe tinha. Ele não estava
tão certo sobre si mesmo. Todos da Equipe Bravo estavam apaixonados, o que
era algo que Wyatt ainda não acreditava que aconteceria com ele, embora
houvesse uma mulher que o fazia questionar seu caminho escolhido de solteiro
e estritamente sexo sempre que pensava nela.

Natasha o havia atraído com seus olhos ardentes, seu sorriso lindo e sua
voz sensual na noite do casamento de Clara. Mas foi Ibiza, com sua mente
linda, habilidades duras e coração gigante, que oficialmente o fez tropeçar em
si mesmo.
Mas ela merecia mais do que seria uma tentativa fracassada de ser o
homem de que precisava.

Talvez ela finalmente tenha encontrado alguém? O hacker que ela


perseguiu incansavelmente por anos estava fora do controle desde a Romênia,
então ele só podia esperar que ela decidisse seguir em frente e encontrá-la feliz
para sempre.

Mas talvez se... Merda, talvez não.

— O que você disse? — Wyatt direcionou seu foco para AJ que disse,
bem, algo, um momento atrás. Ele estava sentado à sua frente na mesa de
conferências em sua sede da Scott & Scott Securities.

Jessica ligou para informar Wyatt que eles tinham uma missão de última
hora na Noruega e para levar sua equipe para a sede. — Eu disse que é uma
merda nossa primeira operação com o Presidente Bennett tem que ser no frio
mais frio do que uma bruxa. — AJ tremeu propositalmente como se estivesse
do lado de fora.

— Vai valer a pena ver você cagar nas calças ao ver um urso polar. —
Wyatt disse com uma risada.

AJ acenou com a mão no ar. — Como se você fosse ficar melhor, irmão.

— Não estou preocupado com os ursos polares, embora ache que eles
superam o número de pessoas lá. — Finn tamborilou com os dedos na mesa
cinza-espacial. — É o fato de que todos fora dos assentamentos são obrigados
a portar uma arma. Não quero ser confundido com um urso em nossa
camuflagem de neve.

— Você realmente pesquisou? — Roman, sentado à esquerda de Wyatt,


brincou.
— Nem todo mundo é uma enciclopédia ambulante como você. — Finn
respondeu casualmente. — Mas Jessica disse que ela está nos enviando ao
sul do Polo Norte, então sim, eu gostaria de saber no que estou caminhando.

— Então, além de ursos que só devem ser vistos na lateral de uma lata
de Coca-Cola, com o que mais devemos nos preocupar quando sairmos?
— AJ recostou-se em seu assento de couro.

— Para começar, você não tem permissão para morrer lá. Os corpos
demoram uma eternidade para se decompor por causa do clima. O permafrost
vai mumificar você. — Roman manteve uma cara séria, mas inferno era
verdade.

Wyatt também fez a devida diligência no local-alvo designado:


Longyearbyen, uma cidade de mineração de carvão no arquipélago de
Svalbard, na Noruega. O que Roman disse era verdade sobre o permafrost e
os corpos mumificados, mas o principal motivo pelo qual a regra foi instituída
há muito tempo foi o medo de que corpos preservados criogenicamente ainda
possam conter vestígios de vírus mortais, como a gripe espanhola. Hoje em
dia, todos os cadáveres eram enviados ao continente para serem enterrados.

— Eu gosto bastante dessa política. Não morra comigo lá fora. — Wyatt


agarrou os braços da cadeira, ansioso para se mexer assim que fosse
informado.

— Eu não sei sobre você. — Chris começou. — Mas estou pronto para
sair e operar.

AJ jogou seu boné da bandeira americana para trás. — Claro que você
diria isso. Você age como um FNG. Chutando nossa bunda sempre que
corremos como se você estivesse de volta ao BUD/S com algo a provar.

— Vale a pena ser um vencedor, irmão. — Chris repetiu um lema comum


do SEAL. — E realmente, se você está preocupado com sua capacidade de
operar no frio, talvez você deva voltar para a Ilha Kodiak e fazer algum
treinamento.

O treinamento dos SEALs em climas frios no Alasca se tornou obrigatório


após 11 de setembro para os caras da equipe. A maioria dos civis considerava
o Oriente Médio quente - eles não sabiam que fazia muito frio nas montanhas
do Afeganistão também.

Há anos que suas missões não aconteciam no frio de urso polar


ártico. Parece que eles eram devidos. Fazia quarenta e cinco dias desde que
eles saíram em missão, e Wyatt iria para onde diabos POTUS quisesse.

— Você se acha engraçado, não é? — A fala arrastada de AJ no


Alabama beijava as sílabas enquanto ele falava.

— Bem, meu dedo no gatilho está coçando. — Wyatt admitiu. — Eu


preciso dar o fora da cidade. — Ele precisava fazer o que fazia de melhor, que
era operar. Caçar bandidos. Limpa-los do planeta. Não era como se ele tivesse
alguém para quem voltar para casa. Ninguém no Echo o fez, então ele preferia
que seus rapazes saíssem sempre que possível, deixava Bravo ficar em casa
com seus entes queridos.

AJ esfaqueou o dedo no ar no caminho de Wyatt. — Você se ofereceu


para a equipe Echo, não foi?

Sua equipe não teve escolha a não ser se preparar, mas ele adorava
dificultar a vida do irmão. — Claro. E você é grato, não finja o contrário.

A porta da sala de conferências abriu um momento depois e Jessica


entrou, seguida por Harper Brooks.

Como Jessica, Harper trabalhava para a CIA. Ela trabalhou na operação


que trouxe Luke e sua agora esposa juntos. Ela quase morreu no processo
também. Só depois de Luke se casar em 2019 é que trouxeram Harper para
ajudar. Harper acompanhava a equipe Echo sempre que eles giravam
geralmente todas as missões em que todos os dez caras estavam em operação
também.

— E sobre o que vocês estavam falando? — Harper colocou seu laptop


na mesa de conferência e Jessica o sincronizou com a tela na parede.

— Eles estavam reclamando do frio. — Os caras adoravam brincar, mas


Wyatt preferia isso em qualquer dia da semana a ficar tenso, especialmente em
seu ramo de trabalho.

— Alguns de nós, não todos. — Chris corrigiu e piscou para Harper.

Harper revirou os olhos para a tentativa fraca de flertar de Chris. Ele não
teve uma chance com ela, mas inferno, ele não era um desistente.

Harper era inteligente e linda. Cabelo escuro comprido e ondulado com


alguns novos destaques em tons avermelhados. Maçãs do rosto altas. Lábios
carnudos. Wyatt não culpava seus rapazes por se sentirem atraídos por ela,
mas preferia que mantivessem as coisas platônicas. Seria melhor para seus
homens permanecerem solteiros. Focado na missão.

Harper ajeitou o cabelo atrás das orelhas, seus lábios provocando um


sorriso, depois cruzou os braços sobre a camiseta gráfica, esta exibindo uma
foto em preto e branco de Einstein. Ela geralmente se vestia de forma mais
casual e descolada do que Jessica.

Bem, ultimamente, Jessica estava vestindo roupas de gravidez. Ela e


Asher finalmente se tornaram um casal depois de anos de tensão e para
trás. Grávida de seis meses com gêmeos, e em seu corpo pequeno, ela estava
mais estômago do que qualquer outra coisa.

— Talvez você deveria se sentar? — Wyatt se levantou e puxou a cadeira


de Jessica para ela.

— Você não é o cavalheiro? — Finn sorriu enquanto dobrava um pedaço


de papel em um lutador furtivo.
Wyatt lançou a Finn seu notório olhar ‘morda-me’ enquanto Jessica
lentamente se abaixava na cadeira.

— Obrigada por chegar tão rápido. Bravo está espalhado por toda a
Costa Leste agora, e precisamos de vocês em um jato na hora. — Jessica
explicou quando Wyatt se sentou novamente. — Luke não vai chegar ao
escritório a tempo, então vamos prosseguir e começar.

Harper agarrou as costas da cadeira e olhou ao redor da mesa para a


equipe. — Tecnicamente, estamos sendo contratados como Scott e
Scott. Extraoficialmente, esta missão é um pedido pessoal do POTUS.

— Qual é a missão? — Wyatt endireitou-se na cadeira, intrigado.

O projeto arquitetônico de uma instalação em sua maior parte enterrada


na encosta de uma montanha nevada apareceu na tela que ocupava a parede
principal da sala.

— O cofre do 'fim do mundo'. — Disse Roman, reconhecendo claramente


a estrutura. — O local armazena sementes em câmaras de proteção em caso
de desastres naturais ou guerra.

— Certo. — Harper clicou em outra vista aérea da instalação. —


As práticas agrícolas do mundo melhoraram com o avanço da
tecnologia. Conseguimos uma produção em larga escala, mas, no processo,
diminuímos a biodiversidade. Hoje, apenas trinta safras constituem noventa e
cinco por cento do suprimento mundial de alimentos, o que torna nossa
agricultura suscetível a ameaças como doenças e secas. Embora existam mais
de mil desses bancos de genes em todo o mundo, muitos foram destruídos por
desastres naturais ou guerras. Svalbard foi escolhido especificamente por
causa de sua localização remota e segura - um deserto gelado. Seu objetivo é,
eventualmente, abrigar uma cópia de cada semente que existe. Além disso,
outros países usam o cofre como local de armazenamento de backup. Para
simplificar, este lugar é basicamente nossa apólice de seguro contra a fome.
— Ontem de manhã, Roland Nilsson foi retirado do seu quarto de
hotel. Ele é um empreiteiro americano da Cyber X Security que estava
conduzindo uma atualização de sistemas de segurança para o cofre de
sementes. — Disse Jessica enquanto Harper exibia um homem de quarenta e
tantos anos. Cabelo castanho com fios de prata por toda parte. Barba e bigode
aparados. Olhos azuis afiados. — As câmeras do hotel capturaram uma
imagem parcial no saguão de seu sequestrador e estamos examinando seu
rosto em nossos sistemas para ver se conseguimos uma correspondência.

— Você está pensando que alguém está planejando forçar Nilsson a


invadir a segurança do cofre para entrar, e o quê, roubar sementes? —Wyatt
perguntou.

— O bioterrorismo é a nova tendência para os bandidos. — Observou


Roman. — Os fungos patogênicos destroem um terço de todas as safras de
alimentos a cada ano. Imagine se alguém coordenou e induziu um ataque às
safras globais mais importantes - trigo, soja, arroz, batata, milho. Ou introduziu
uma espécie de semente não nativa de uma terra, permitindo que ela invadisse
a lavoura hospedeira e destruísse o suprimento de comida
existente. O resultado seria uma fome massiva.

O olhar de Harper se conectou com o de Roman, e ela concordou com


a cabeça. — É por isso que esta instalação foi projetada para ser um dos locais
mais impenetráveis do mundo.

— Então, se os bandidos não são capazes de hackear o sistema


de segurança, a próxima melhor coisa é sequestrar o homem que o projetou.
— Apontou AJ.

— Certamente, o protocolo de segurança deles será atualizado após seu


sequestro. — Seria a primeira coisa que Wyatt faria se estivesse no controle
de uma instalação tão inestimável. — Mas por que nos colocar com algo
assim?
— O governo norueguês prefere não ter suas impressões digitais neste
caso por alguns motivos. — Começou Harper. — E o Crop Trust e o Nordic
Genetic Resource Center, que também administram o depósito de sementes,
querem discrição. Eles não querem chamar a atenção para uma violação
potencial e susto fora países de utilizar seu banco.

— Eles estão alertando as outras empresas para as quais Roland Nilsson


projetou sistemas de segurança? Não deveriam todos saber que também
podem estar em risco? — Roman pergubtou, e era uma pergunta muito boa.

— Essa chamada está fora de nossas mãos. Estamos sob ordens diretas
de não compartilhar nenhuma informação sobre este caso com ninguém. —
Jessica respondeu, claramente compartilhando as preocupações de Roman
sobre outras violações de segurança. — A área para a qual você está voando
está sob controle norueguês em sua maior parte, mas outros países tiveram
acesso aos minerais de mineração lá. Um local específico, uma antiga mina de
carvão, está sob a soberania russa.

— Russo? — AJ murmurou. — E aqui estão as outras razões pelas quais


estamos indo, irmãos.

— Já começamos a coordenar com as autoridades norueguesas o que


sabem sobre o sequestro. — Disse Jessica. — E houve um aumento repentino
na atividade elétrica em um local que atualmente tem apenas dois
ocupantes. O turismo lá está fechado agora, então a atividade é uma bandeira
vermelha.

— Pyramiden, a cidade fantasma? A esquecida cidade soviética?


— Roman perguntou surpreso, chamando a atenção de todos.

— Sim. — Harper mudou para uma vista aérea da cidade. — Pyramiden


é sobre uma viagem de quatro horas no inverno por meio de snowmobile da
maior cidade, Longyearbyen. O lugar estava quase deserto em noventa e oito
anos, mas para manter a soberania, a Rússia precisa de pelo menos dois
cidadãos morando lá o tempo todo.
— E você acha que nossos bandidos levaram o especialista em
segurança a este lugar? — Chris se levantou e se aproximou da tela para ver
o mapa.

— Se eles estão planejando um ataque, faria sentido. Um lugar perfeito


para se esconder antes de tentarem entrar no banco de sementes - respondeu
Harper. — O governador de Svalbard tentou entrar em contato com os dois
homens que moravam lá, mas houve silêncio no rádio.

— E os noruegueses não querem fazer uma viagem eles próprios para


dar uma olhadinha? — Perguntou AJ.

— Olhar o quê? — Finn jogou seu avião de papel direto para ele, mas AJ
o agarrou com seus reflexos rápidos antes de atingir seu rosto, jogando-o de
volta para ele.

— Os noruegueses preferem não ter que pedir permissão aos russos


para ir para lá, nem querem entrar sem ela. — Jessica continuou, ignorando
o comportamento idiota típico do menino.

Wyatt jogou as possíveis situações infil para uma operação de


recuperação de reféns em sua cabeça. — Nenhum LZ disponível para reduzir
o tempo de viagem?

— Eu não gostaria de voar para lá. — Disse Roman. — Em noventa e


seis um avião caiu, matando todo mundo. E alguns anos atrás, um helicóptero
russo Mi-8 carregando três cientistas caiu após a decolagem de Pyramiden,
matando a todos também. O lugar está condenado.

Chris enfrentou a equipe. — Bem, pessoalmente, prefiro me arriscar em


um helicóptero do que em um Ski-Doo.

— O heliporto está muito perto. Nossos sequestradores ouviriam você


chegando. Além disso, o sitio é propriedade da Arktikugol, uma empresa
russa. Duvido que esteja operacional nesta época do ano, de qualquer
maneira. — Disse Jessica enquanto Harper mostrava uma imagem do terminal
e um helicóptero Mil Mi-8 estacionado do lado de fora. Ela foi tirada à luz do
dia, o que significava que não era uma imagem recente, já que a área estava
passando por dias sombrios.

— E quais são as chances de nossos alvos ainda estarem lá quando


chegarmos? — Wyatt perguntou. — Os noruegueses terão uma chance
melhor se invadirem agora, em vez de esperar por nós.

— O banco de sementes está em processo de alteração do protocolo de


segurança, portanto, se os sequestradores conseguiram tirar algo do
empreiteiro americano, a informação será inútil - essa é a sua prioridade. —
Explicou Harper. — Nosso objetivo é resgatar o americano e, se pudermos,
levar os sequestradores para interrogatório.

— E vamos trazê-los de volta conosco em nossos snowmobiles? — AJ


perguntou surpreso.

— Estamos coordenando com as autoridades norueguesas. Eles terão


tudo que você precisa para qualquer situação quando você chegar. — Disse
Jessica. — Há um acessório de ambulância que você pode usar para trazer de
volta Nilsson e quaisquer sequestradores.

— Sim, e quem está puxando isso de volta? — Perguntou AJ. — Eu


sugiro que você beba aqui.

— Não sou muito mais jovem. — Respondeu Chris.

— Então, pare de agir como um cara novo o tempo todo com aquele
malabarismo exagerado que você faz, e não vai ganhar esses desafios do
Capitão América. — AJ lançou-lhe um sorriso de comedor de merda.

— Eu não me pareço com o Capitão América, a propósito. — Chris


passou a mão pelo cabelo loiro curto e sujo.
— Já que a luz do dia não é um problema, nós entraremos, pegaremos
nossos reféns e depois sairemos. — Wyatt girou sua cadeira para o lado para
ver melhor Jessica. — Vamos voar particular ou comercial?

— Jato particular. Precisamos de vocês lá o mais rápido possível.


— Jessica lentamente se levantou e apoiou a mesa ao seu lado.

Bom. Ele prefere trazer sua própria arma longa na operação.

— Merda, teremos que usar protetores de cano para os rifles se estiver


nevando. — Disse Finn.

— Nah, apenas pegue alguns preservativos. — AJ olhou para Wyatt. —


Claro que o chefe tem alguns que podemos usar.

Wyatt estava prestes a responder, mas merda, AJ estava


certo. Ele tinha sempre preservativos nele. Não o suficiente para cobrir a boca
do rifle de todos, então a neve não atingiu suas armas longas. Taxas de tiro na
faixa no frio intenso sempre eram complicados.

— Você terá apenas cerca de vinte minutos antes que a comunicação


entre em pane por causa da temperatura. — Harper franziu a testa. — Vou
ficar em Longyearbyen, então não estarei aí com todos vocês, o que odeio,
mas espero que o telefone via satélite funcione para que possamos
permanecer em contato.

— Boa ideia. — Roman a interrompeu. — Vai ser uma jornada perigosa


lá fora, e prefiro que você fique para trás.

— Nah, esta operação deve ser uma caminhada no parque. Vai ser. —
Chris disse com um encolher de ombros. — Realmente escuro, cheio de ursos,
e você sabe - em uma cidade fantasma soviética fria.

— Então, como qualquer outro dia, sério. — Finn brincou.


PYRAMIDEN

Era Janeiro o arquipélago vivia suas Noites Polares. O sol estava sempre
seis graus abaixo do horizonte e a única luz vinha da lua, das estrelas, dos
prédios e, claro, do famoso tom esverdeado do céu - as luzes do norte.

Estava escuro, mas Wyatt podia ver os limites das rochas altas à
distância. Os dramáticos picos de gelo pareciam surpreendentemente
semelhantes a pirâmides, dando à cidade seu nome.

Acima, as luzes verdes místicas piscaram e dançaram. Uma estrela


cadente correu horizontalmente e o brilho verde ondulou, vendo- se intensificar
diante de seus olhos.

Foi uma visão incrível, mas depois de um passeio de quatro horas no


snowmobile, suas pernas estavam rígidas - os efeitos de sua quase idade de
40 anos se aproximando dele, não que ele jamais admitisse para os caras.

Wyatt ajustou sua lanterna frontal para que pudesse ver melhor através
de seus óculos de neve Klim Viper enquanto os caras abriam um caminho na
neve para chegar à parte principal da cidade, que estava a meio quilômetro de
distância. Eles estavam vestidos da cabeça aos pés com roupas árticas para
mantê-los o mais quentes possível nas temperaturas abaixo de zero, mas ainda
estava muito frio lá fora.

Eles zeraram suas armas em preparação para atirar no frio, bem como
lubrificaram seus rifles. Um tiro pode facilmente dar errado com o ar mais
denso, criando um maior arrasto nos projéteis. Sem mencionar como a merda
pode ir para o sul com a ótica.
A equipe havia examinado as possíveis opções infil na viagem de avião
para Longyearbyen e também sugerido meia dúzia de planos de contingência.

Wyatt diminuiu a velocidade assim que alcançaram a cidade vermelha,


branca e azul localizada do lado de fora da entrada. As luzes pareciam estar
acesas no antigo prédio da sede do governo. — Siga o plano. Limpe as
estruturas circundantes e espere meu sinal verde inserir. — Wyatt ordenou em
voz baixa.

O Eco Quatro estaria em vigília, embora fosse normalmente Wyatt


manuseando a arma longa. Eles não tinham ideia de quantos combatentes
inimigos iriam enfrentar então Wyatt preferia ter suas botas no chão com seus
homens.

A equipe se espalhou para seus pontos de violação designados e fez o


seu caminho para a cidade em questão de minutos.

Wyatt ligou seu comunicador. — Verificação de rádio, Quatro. Você está


em posição?

— Este é o Quatro. — Respondeu Roman. — Estou localizado em frente


ao prédio do governo central. Definitivamente há atividade lá dentro.

— Entendido. — Wyatt respondeu.

A cidade inteira parecia congelada no tempo. Uma mini União


Soviética. Os russos provavelmente tinham outros motivos para escolher tal
local, além da mineração de carvão, provavelmente para manter uma posição
segura no oeste.

De qualquer forma, era como se a Cura de Ferro nunca tivesse se


levantado, mesmo depois da queda do comunismo na Rússia. Quanto ao
motivo pelo qual os russos ainda queriam manter a soberania sobre a terra,
bem, seu teórico da conspiração residente, AJ, havia levantado uma dúzia de
razões em sua fuga de Nova York.
Wyatt saiu do primeiro local que ele verificou o ginásio.

Sem sinais de vida. Apenas plantas murchas.

Ele diminuiu a intensidade do farol, esperando que as lentes não


embaçassem e rachassem então em voz baixa disse: — Este é um. O ginásio
está vazio. Qual é a sua localização, Dois?

— Este é Dois. — AJ veio na linha. — Estou no berçário das crianças e


me sinto como se estivesse em um filme de terror. Berços vazios. Sapatinhos
alinhados ao longo da parede. Fodidamente assustador. É como se todo
mundo tivesse abandonado o lugar.

— As pessoas deixaram suas coisas em todos os lugares. — Chris


entrou na conversa. — Também encontrei o estoque de Playboys de alguém.

— Como diabos você conseguiu isso quando estamos apenas


verificando se há um refém e nossos alvos? — Perguntou AJ.

— Abri a porta de um armário e juro que as revistas simplesmente caíram


na minha cabeça. — Respondeu ele.

— Caiu direto na peça central também, certo? — Um estalo da risada de


AJ cortou os comunicadores.

— Este é o Quatro. — Roman estalou no ouvido de Wyatt. — Acabei de


receber uma ligação do TOC no telefone SAT.

— O que ela disse? — Wyatt ficou imóvel, esperando Roman


continuar. Harper não teria arriscado ligar a menos que fosse sério.

— Ela disse que alguém deve ter avisado os russos. Os noruegueses


disseram que voaram para Longyearbyen antes de nós. — Acrescentou
Roman. — E eu tenho uma visão positiva de três agentes FSB saindo do prédio
do HQ agora. Fortemente armado.
— Charlie Mike, chefe? Ou vamos sair daqui? — Perguntou AJ.

Droga. — Precisamos abortar. Agora. — Ele diminuiu a intensidade da


lanterna para a configuração mais baixa. — Estamos não ir para a guerra com
os russos. O FSB trabalha diretamente para o presidente russo. Não se
envolvam. Compreendem?

— Entendido. — Respondeu Roman.

— Merda. — gritou Chris. — Você ouviu isso? Helo em algum lugar


acima.

— O heliporto está perto. Você tem visual, Quatro? — Wyatt saiu do


prédio em que estava para colocar os olhos no céu. Estava muito escuro de
seu ponto de vista, mas ele podia ouvir o som familiar de lâminas.

— Foda-se. — Roman saiu correndo. — Eles têm um RPG. Os agentes


do FSB estão prestes a derrubar o helicóptero. Eles devem presumir que os
sequestradores estão tentando fugir.

— Então, eles vão apenas matá-los? — Chris perguntou surpreso. — E


vamos deixar isso acontecer? E se o americano estiver naquele pássaro?

— Não faça um movimento, Quatro. — Wyatt ordenou, embora doesse


para ele. Eles não tinham ordens para atirar em agentes russos. — Mantenha
sua posição. Não podemos entrar nessa luta.

— Não podemos deixar aquele helicóptero cair. — AJ sibilou.

— Fique quieto, Dois. — Wyatt mordeu os dentes de trás. — As regras


de engajamento são claras. Não nos envolvemos com os russos em nenhuma
circunstância.

Um som de assobio rasgou o ar, então, um momento depois, o


helicóptero explodiu. Uma explosão de vermelho e laranja borrifou o céu antes
que a gravidade puxasse o helicóptero para o solo nevado.
— Este é o Três. Precisamos chegar até aquele pássaro antes que os
agentes do FSB o façam e confirmar quem estava a bordo. — Disse Chris
apressado. — Eu posso ir para lá agora.

— Não, é muito...

— Eu posso fazer isso! — Chris cortou Wyatt. — Alguém ainda pode


estar vivo.

— Você tem companhia, Um. — Roman informou Wyatt.

Ao som de botas esmagando a neve, Wyatt voltou apressado para dentro


do prédio, desligou sua lanterna frontal e se escondeu nas sombras do
ginásio. — Vá três. Não se envolva com ninguém, nem mesmo com a porra de
um urso. Entendido?

— Certo. — O Eco Três disse com pressa, sua respiração já difícil como
se ele tivesse começado a se mover antes de receber ordens, e se eles não
estivessem com pressa, ele teria lhe dado o inferno por isto.

— O resto de vocês não movam um maldito músculo até que os russos


estejam fora de vista. — Wyatt disse depois que o som de botas na neve
diminuiu.

— Os homens do lado de fora do prédio HQ estão saindo da cidade,


provavelmente indo para o local do acidente. Se tiver mais aqui, não sei. —
Roman atualizou a equipe.

— Mantenham suas posições até que tenhamos a liberação de Quatro


para mover. — Wyatt instruiu o medo subindo rapidamente por suas costas
enquanto ele se preocupava com Chris do lado de fora.

— Este é o Três. — A voz de Chris apareceu na linha dois minutos


depois. — Tenho confirmação visual do americano. Ele estava em um saco de
cadáveres, já morto. Torturado, e ele sangrou ao que parece.
— Talvez os russos saibam disso. — Pelo menos Wyatt esperava que
eles não tivessem arriscado a vida do americano. — Quem mais estava a
bordo? Algum sobrevivente?

— Eles estão todos mortos. — Respondeu Chris. — Estou pegando fotos


dos homens para que possamos examiná-las no reconhecimento facial quando
voltarmos.

— Melhor ir depressa. Os russos estão chegando em sua localização. —


Roman murmurou.

— Não seja um filho da puta heroico. — Wyatt disparou. — Vá para o


nosso ponto de saída, Três. — Wyatt comandou.

— Dois outros agentes do FSB acabaram de sair da entrada lateral em


direção ao acidente do helicóptero. — Anunciou Roman.

— Agora é a hora de abortar. — Wyatt respondeu. — Mudar.

— Entendido. — AJ respondeu, seguido por Finn e Roman.

— Três? — Wyatt chamou uma vez que toda a sua equipe, exceto Chris,
estava de volta onde eles haviam deixado seus Ski-Doos. — Entre, três.

— Três, onde diabos você está? — AJ perguntou a seguir.

A estática encheu a linha por um momento. — Estou com um problema.


— Disse Chris. — Meu caminho para você está um pouco bloqueado.

— Pelo quê? — Wyatt perguntou.

— Eh, você sabe, a porra de um urso polar gigante. — A linha ficou


quieta por um momento. — Se eu atirar ou lançar um 9-Bang, os russos vão
me ouvir.
— Faça o que for necessário para evitar que seja comido. — Wyatt disse
a ele. — Um tiro suprimido vai servir.

Um tiro suprimido ainda seria ouvido, mas seria mais como um aplauso
alto. Uma palmada firme na bunda. Com sorte, o som seria atribuído a algo
diferente de um tiro, e os russos não iriam perseguir.

— Basta atirar no urso. Deixe de lado sua besteira de amar os animais


esta noite. — AJ pediu.

— Eu não posso arriscar expor vocês. — Chris respondeu com uma voz
firme.

— Nem pense em se sacrificar. — Wyatt ordenou. — Ponha-se aqui e


vivo maldito inferno agora!

A linha ficou muda.

— Três, entendeu? — Wyatt selou seu Ski-Doo quando ouviu um barulho


estrondoso à distância e viu um flash de luz. Chris jogou a granada flash-bang
para assustar o urso em vez de atirar na coisa.

— Estamos indo atrás de você. — Disse AJ. — Não passamos metade


de nossas vidas esquivando-nos de balas para que um de nossos caras fosse
morto por um urso maldito.
CIDADE DE NOVA YORK

— Este idiota estava planejando fazer alguns movimentos de Kung-Fu em


um urso polar de quase três metros, tudo porque ele não queria matar a coisa.
— AJ desatou a rir, agarrando a barriga depois de contar a história do que
aconteceu em Pyramiden no escritório.

Chris pegou uma maçã da tigela sobre a mesa da cozinha e jogou em


AJ.

— Você tem sorte de que os russos nunca nos alcançaram. —


Acrescentou Wyatt. — Isso é tudo que estou dizendo, ou podemos ter sido
servidos como comida de urso por estarmos lá. — Ele ajustou a aba de seu
boné preto liso, fazendo o possível para não sorrir.

Foi muito difícil para todos eles, e poderia facilmente ter saído para o lado
errado, então ele não deveria sorrir, mas a reconstituição de Asher e Chris
contra o urso polar de AJ foi cômica demais para manter uma linha reta rosto.

— Estou feliz que vocês estão bem e não começamos uma maldita
guerra com a Rússia. — Disse Asher antes de Harper espreitar sua cabeça
para dentro da sala.

— Ei, acho que temos algo. — Ela balançou o pulso em um movimento


venham cá. — Vá para o escritório de Jessica.

Chris a saudou. — Sim, senhora.

Os caras saíram da cozinha para a sala de Jessica três portas abaixo. Ela
estava em sua mesa com sua moldura preta, e Harper estava à sua direita. —
Temos novidades. — Disse Jessica assim que a equipe Echo se acomodou na
mesa circular em frente à sua mesa.

Asher caminhou atrás de sua cadeira e esfregou o nariz em sua


bochecha. — Demorou bastante. — Ele brincou.

— Muito engraçado, meu amor.

Asher deu-lhe um beijo rápido, então se juntou aos rapazes na mesa.

Wyatt voltou seu foco para as duas mulheres geniais na sala, esperando
por mais informações.

— Pegamos um dos homens daquele helicóptero, e ele combinou com a


foto de perfil que tiramos do hotel da vítima - um mercenário altamente
treinado. Ele foi contratado pela Dark Net e montou uma equipe para realizar o
trabalho. — Jessica tirou os óculos e endireitou-se na cadeira. Seus olhos
percorreram a mesa de conferência antes de cair sobre Wyatt por último. —
De acordo com os noruegueses, os russos reclamam quando chegaram a
Pyramiden, as imagens de vigilância mostraram o americano sendo torturado
até a morte.

— Eles tinham câmeras dentro? — Finn zombou. — Ou eles estão


cobrindo o traseiro por atirar no pássaro sem saber se ele já estava morto?

— Eles não vão compartilhar a filmagem, então acho que nunca


saberemos. — Respondeu Jessica.

— Por que trazer o corpo com eles no pássaro se os sequestradores


estavam tentando fazer uma saída rápida? — Wyatt agarrou os braços da
cadeira, tentando se preparar para qualquer notícia que Jessica estivesse
prestes a dar a eles.

— Seguro, talvez? Eles presumiram que não seriam abatidos com o


americano a bordo e não previram que as câmeras dentro de Pyramiden
provassem que Nilsson já estava morto. — Respondeu Harper.
— Ainda duvidando da teoria da câmera, mas por que vocês duas
senhoras parecem que viram um fantasma? — Perguntou AJ. — Fomos nós
que quase tivemos nossos traseiros fumados pelos russos em uma cidade
fantasma.

— Porque o rapto não teve nada a ver com o cofre das sementes. Foi
um caso de desorientação. Usar Pyramiden como local os beneficiou de duas
maneiras - enganou os noruegueses fazendo-os supor que o sequestro era
para invadir o cofre de sementes e forneceu um refúgio seguro para torturar o
empreiteiro para obter informações.

— Se o sequestro não estava relacionado ao cofre de sementes, que tipo


de informação eles esperavam obter de Nilsson? — Uma sensação ruim
começou a invadir o estômago de Wyatt. AJ acertou em cheio quando disse
que as mulheres pareciam ter visto um fantasma. Dado que Jessica e Harper
eram duronas por direito próprio, demorou muito para abalá-las.

— Enquanto aquele helicóptero afundava em Pyramiden, o Data Center


Pionen na Suécia, uma das instalações mais seguras e supostamente
inquebráveis do mundo, foi simultaneamente hackeado. — Disse Jessica.

— E deixe-me adivinhar, nosso empreiteiro americano com Cyber X


também foi fundamental na configuração de seu sistema de segurança?
— Wyatt perguntou.

— Fechado. Algumas das principais empresas do mundo, incluindo o


Pentágono, contratam o Cyber X para invadir seus sistemas. — Respondeu
Harper. — Se o Cyber X não consegue entrar, praticamente ninguém mais
consegue. Mas se eles tiverem sucesso... hora de uma atualização de
segurança.

— E estou supondo que o Cyber X seja um banco fornecendo essas


atualizações. — Comentou Finn. — Então, Nilsson foi o cara do Cyber X
enviado para tentar hackear o data center?
— Por último. — Jessica respondeu. — Estamos pensando, por causa
de seu conhecimento privilegiado do local, que ele era necessário para ajudar
a violar a instalação.

— Então, enquanto todos estavam preocupados com o cofre de


sementes, nossos bandidos estavam realmente mirando no data center.
— Wyatt lançou seu aperto nos braços da cadeira. — Nós sabemos quais
dados foram roubados?

— Os suecos não nos dizem, dizendo que o assunto é privado. Eles não
tornarão o hack de conhecimento público. Até mesmo os noruegueses contam
que Nilsson morreu em um acidente. — explicou Jessica. — Esse tipo de
situação tende a causar mais pânico e danos se a verdade for divulgada sobre
o que realmente aconteceu.

— Eu ainda gostaria de saber o que o hacker estava procurando na


Suécia. Toda aquela configuração tinha que ser para algo grande.

Jessica agarrou a caneta e fez uma anotação. — Vou ver se há alguma


conversa.

— Precisamos descobrir quem diabos contratou esses homens. O hack


do data center claramente não foi feito em Pyramiden. — Asher disse sua voz
baixa e resmungona.

— Nós sabemos quem os contratou. — Jessica se afastou da mesa e


levou a mão ao estômago.

— Deixando as melhores notícias para o final. — Wyatt disse, forçando


um sorriso porque ainda não estava claro por que ela estava tão assustada. E
quando o olhar de Jessica baixou para o chão, seu estômago embrulhou.

— Achamos que foi o hacker que vocês supostamente derrubaram na


Romênia em dois mil e dezenove, conhecido como O Knight. Bem, ele deixou
seu cartão de chamada eletrônico para trás, pelo menos. — Jessica disse ao
olhar para cima.

— Ou estamos lidando com um imitador. — Acrescentou Harper.

O sangue correu do rosto de Wyatt, e ele fechou os olhos com a


notícia. Agora ele sabia por que Jessica estava evitando olhar para ele. Ela
estava bem ciente de que Natasha o procurara no Colorado para obter
respostas sobre a operação na Romênia, uma operação que tinha dado
errado. Natasha disse a Wyatt o apelido online do hacker quando ela o visitou,
mas provavelmente era o resto da equipe que ouvia pela primeira vez.

— Onde estamos rastreando a localização do hacker? — Os olhos de


Wyatt se abriram e ele se afastou da mesa.

Ele queria ligar para Natasha, para saber se ela sabia que O Knight
estava de volta, ou pelo menos alguém fazendo parecer que ele estava.

— Esse é o problema. — Jessica começou. — Ele tornou tudo muito fácil


para nós. Nós o rastreamos até o que parece ser uma fábrica abandonada em
Montreal.

— Então vamos para Montreal. — Chris disse enquanto se levantava,


sem hesitação alguma. — Não gosto de deixar um trabalho inacabado.

— Calma aí Capitão América. — AJ falou lentamente. — É claramente


uma configuração ou um imitador perdedor.

— Não me diga, mas você viu um cadáver na Romênia? — Chris


perguntou a AJ. — Porque eu não fiz, e nunca me senti bem em tirar o traseiro
de lá tão rapidamente sem confirmar que o Sr. Crispy morreu com nossos
próprios olhos.

Wyatt concordou, mas ordens eram ordens. Seu pessoal teve que
evacuar imediatamente ou se expor ao risco.
— Tem mais. — Jessica disse antes que Chris ou AJ pudessem continuar
com qualquer tipo de idas e vindas. — Neste momento, quase todo hacker que
vale seu peso no mundo hacker está atualmente reunido em Montreal.

— O que? — Os olhos de Wyatt viajaram direto para Jessica.

— A competição Bug Bounty. — Roman murmurou, atraindo a atenção


de Wyatt para mais informações. — E vi nas notícias que a Cyber X Security é
o principal patrocinador do evento este ano.

— Certo. — Respondeu Harper. — Estou surpresa que o proprietário,


Felix Ward, ainda esteja aparecendo devido ao que aconteceu com Nilsson,
mas, novamente, Felix nunca perdeu um evento, não com os melhores hackers
do mundo reunidos lá.

— O vencedor recebe o direito de se gabar e um enorme pagamento


financeiro. — Observou Jessica. — Também é considerada uma zona segura
contra prisão porque, em troca de fornecer a agências, como o FBI, seus
conhecimentos e habilidades, os hackers não são algemados.

— E muitos hackers também são recrutados para trabalhar para os


patrocinadores. Se eles vão hackear, o FBI prefere que eles façam isso do lado
do bem. — disse Harper. — Esses eventos são onde a Cyber X consegue a
maioria de suas contratações de primeira linha, e Felix Ward gosta de escolher
a nata da cultura.

— E nosso hacker poderia usar este evento para se esconder à vista de


todos. — Wyatt arrastou a palma da mão pelo rosto e respirou fundo antes de
soltá-la.

— Este idiota quer que todos saibam que ele ainda está por aí e de volta
aos negócios. — Com base nos comentários de Jessica, estava claro que ela
não acreditava que esta fosse uma situação de imitação, como Harper havia
sugerido. — Também houve uma violação recente de segurança de sistemas
em uma instalação de armas, que permitiu a um criminoso russo roubar
armas. As armas foram destinadas a terroristas, mas a CIA impediu.

— E aquele hack foi rastreado até The Knight? —Wyatt perguntou.

— Sim, e para Montreal. — Jessica confirmou. Felizmente, ela ainda


tinha muitos contatos na Agência. Além disso, não fazia mal que o diretor da
CIA também estivesse em sua equipe. — O policial que rastreou o chumbo não
seguiu o protocolo e ela foi chutada de volta para o QG por causa disso.

Puta merda. — Natasha Chandler. — Então, Natasha já sabia. E se ela


pensasse por um minuto que o Knight estava vivo, ela sabiamente morderia a
isca ao tentar encontrá-lo.

Wyatt podia sentir os olhos de AJ nele com a menção do nome de


Natasha, mas manteve seu foco em Jessica.

— Onde ela está agora? — Wyatt perguntou a Jessica.

— Natasha tirou férias de duas semanas. — As sobrancelhas de Jessica


se ergueram. — Então, onde você acha que ela está?

— Ela vai se matar. — Wyatt foi até a janela e cerrou os punhos cerrados
no vidro. — Precisamos seguir esse exemplo e ir para Montreal.

— E isso é exatamente o que ele quer. — Disse Asher, e Wyatt não queria
ouvir agora.

— Asher está certo. Precisamos obter mais informações antes de enviar


uma equipe diretamente para a armadilha do cara. — Jessica manteve a voz
calma.

— Este hacker pode estar fazendo as coisas de forma diferente agora.


— Wyatt curvou a testa para o vidro. — Ter o Roland Nilsson sequestrado é
uma mudança em relação ao MO de The Knight, certo?
— E qual é o seu MO? — Roman perguntou.

Wyatt lentamente se virou para encarar a equipe. Braços cruzados sobre


o peito, seu batimento cardíaco estável como um tambor, mas as batidas
estavam se intensificando lentamente quanto mais ele pensava em Natasha no
Canadá. E desde que ela estava lá de férias, ela não tinha a Agência para
apoiá-la.

— Não trabalhei no caso, mas pelo que me lembro seu MO sempre foi
tentar se superar. No passado, ele ficava mais corajoso a cada hack. Foi um
jogo de escalada. — Explicou Harper, assumindo as rédeas, já que ela era
a única ativa durante o auge da chamada carreira de hackers de The Knight. —
Ele roubaria inteligência ou ajudaria terroristas a invadir sites seguros para
obter armas. E quando a CIA estava perto de descobri-lo em dois mil e dezoito.
— Ela disse enquanto tentava pegar a corrente de ouro em seu pescoço e
esfregava a cruz entre os dedos. — Ele invadiu a Agência. Vazou as
identidades de vários oficiais e agentes estrangeiros envolvidos em seu caso,
contratou um assassino na Dark Net e mandou matá-los.

O Knight manteve Natasha viva, mas por quê? Que jogo doentio ele
estava jogando? Ou pior, ainda está jogando?

— Então, de alguma forma, Chandler. — Jessica adicionou depois de


limpar a garganta. — O rastreou até a Romênia, e vocês foram enviados.

— E tudo correu FUBAR. — Comentou Chris.

Os olhos azuis de Jessica se conectaram com Wyatt. — Se for realmente


ele, e ele está por trás de tudo isso, vamos pegá-lo desta vez.

— Mas precisamos de mais informações antes de pularmos no fundo do


poço sem saber nadar, irmão. — Desde quando AJ era a voz da autoridade?

— Somos SEALs, lembra? Somos ótimos nadadores. — Chris ergueu o


queixo na direção de Wyatt, deixando-o saber que estava do seu lado, não
importa o que decidisse fazer e, claro, Chris estaria no jogo. Ele viveu para essa
merda.

— Embora, eu não me importasse se vocês todos conversassem com


Felix Ward, visto que ele está patrocinando a competição de hacking, e foi
Nilsson quem trabalhou para ele. — Disse Jessica, e Wyatt concordou,
especialmente se isso significasse que ele poderia ir para o Canadá e garantir
que Natasha estivesse segura.

Luke abriu a porta e entrou no escritório um momento depois. —


Desculpe estou atrasado. O presidente precisa de nossos ouvidos. Ele está
ligando para a linha segura em alguns minutos. — Ele olhou para os caras na
sala. — Parece que você os preencheu com base na expressão azeda em seus
rostos. — Luke fechou a porta atrás dele e se encostou nela.

— Antes de voltarmos ao assunto sombrio, há algo que você queira nos


dizer? — O lábio de Jessica ficou preso entre os dentes enquanto ela olhava
para o irmão, e Asher ficou ao lado dela e passou um braço em volta de sua
cintura, segurando-a com força ao seu lado.

Harper deu-lhes algum espaço e cruzou a sala para ficar com o resto dos
caras, os olhos dirigidos a Luke enquanto esperavam por notícias, e com base
no olhar estrelado de Jessica, seriam boas notícias, graças a Deus.

Luke enfiou os polegares nas presilhas do cinto frontal. — Eu, hum.


— Ele limpou a garganta e um toque de vermelho subiu pelo pescoço e pelas
bochechas. — Parece que Eva está grávida.

— Outro bebê? Cacete! — AJ cortou a sala para chegar até ele, e Luke
sorriu. — Vou começar a chamá-los de toda a Fábrica de Bebês Bravo. —Ele
o abraçou e deu um tapa forte nas costas dele, tão alto que você podia ouvir a
picada.

Todos na Bravo, exceto Knox, que havia se casado recentemente,


tinham filhos ou estavam prestes a ter.
Emily, a esposa de Bravo Four, estava grávida. Eles também adotaram
uma filha em 2019.

E Owen já tinha um garotinho não muito tempo atrás.

Jessica estava grávida de gêmeos.

E agora Luke estava tendo outro bebê.

AJ estava certo. Os homens da Bravo estavam acumulando a


quilometragem de fabricação de bebês.

— Parabéns, irmão. — Wyatt disse. — Eu não sabia que você estava


tentando.

— Nem eu. — Luke respondeu com uma risada. — Mas ei, Eva vai
querer esperar pelo anúncio oficial, então...

— Nenhuma conversa de bebê até então. Mamãe é a palavra certa —


AJ disse com um aceno de cabeça e fechou os lábios com o zíper. — Ok. —
AJ começou enquanto colocava a mão no bolso e tirava uma nota de vinte. —
Estamos apostando no que o POTUS tem a dizer?

Os caras enfiaram a mão no bolso e sacaram alguns dólares para fazer


apostas. Típico.

Mas Wyatt não conseguia pensar em nada agora, mas o fato de


que Natasha poderia estar em perigo. Certa vez, ele fez a promessa de que
sempre a teria de volta, e não estava prestes a deixá-la pendurada agora.

— Gente. — Disse Jéssica um minuto depois. — Recebemos a entrada


do presidente Bennett.

Depois de um momento, o rosto do presidente preencheu a tela na


parede. — Senhores, senhoras. Como você deve ter ouvido os rumores, irei
anunciar o novo Secretário de Defesa em breve, Almirante Warren Chandler.
Natasha Chandler, filha do almirante. A mulher em sua mente agora. Seu
pai sabia que ela estava em apuros?

O presidente mudou sua tela para mostrar o almirante Chandler sentado


ao lado dele na Sala de Situação. A última vez que os caras estiveram naquela
sala foi quando souberam que um assassino mirou em Isaiah Bennett no ano
passado, durante a temporada de eleições. Um swing e um erro.

— O Presidente Bennett me contou o que todos vocês fazem por ele,


pelo país. Não posso dizer que estou surpreso com o seu envolvimento no
resgate de minha filha na Argélia, no entanto.

— Caso você esteja se perguntando, ele está no bom caminho. —


Acrescentou Bennett, como se houvesse alguma dúvida. — Na verdade, é por
isso que estamos falando com vocês hoje.

Wyatt deu um passo mais perto da tela na parede, sua curiosidade


aguçada.

— Luke me contou o que aconteceu em Pyramiden. — Bennett


começou. — Obrigado por não começar uma guerra com a Rússia, a
propósito. — Disse ele com um pequeno sorriso. — Ele também me informou
que o hacker responsável parece ser o homem supostamente morto por seus
homens na Romênia.

— Tecnicamente, nós não o matamos. — Luke observou. — A casa foi


manipulada e foi detonada por comando para explodir.

O presidente assentiu. — A agência acredita fortemente que este é um


imitador e não o negócio real. De qualquer forma, ele ou ela precisa ser
encontrado, mas o diretor da CIA Spenser é obviamente cauteloso ao presumir
que o hacker está em Montreal.
A equipe ainda não conhecera o novo diretor da CIA pessoalmente, mas
pelas interações ao telefone com o diretor Spenser, ele parecia ser menos
idiota do que o último cara com quem tiveram que trabalhar.

— Ou ele está lá e quer a Agência lá também. Um retorno para a


Romênia? Talvez até para terminar o jogo que ele começou. — Jessica
interrompeu.

— Ou tentando arranjar alguém em Montreal, já que os melhores hackers


do mundo estão lá. — Observou Luke. — De qualquer forma, seria um local
seguro para trabalhar, visto que a Competição Bug Bounty começa na sexta-
feira. O lugar está literalmente cheio de hackers. Sem trocadilhos.

— Sinceramente não sei. — Começou o almirante. — Mas minha filha


acabou de ser enviada de volta ao quartel-general. Felizmente, a Agência foi
capaz de completar a operação e evitar a venda de armas, mas como Natasha
desobedeceu às ordens para verificar se O Knight era ou não o hacker
envolvido, ela foi colocada em uma mesa. Ela está usando o tempo de
férias. Embora, se você se lembrar dela em Ibiza, ela não seja fã de ser
afastada de um caso. Então, é difícil acreditar que estas férias em Montreal
sejam para sentar e relaxar.

— O que você está pedindo de nós, almirante Chandler? — Luke foi


direto ao ponto.

— Estamos dando a você autoridade operacional sobre este assunto. —


Afirmou o presidente. — Se enviarmos alguém com a Agência para o Canadá,
alguém em Montreal - na comunidade hacker - com certeza ficará
sabendo. Seria melhor para o seu pessoal subir até lá e dar uma
olhada. Mantenha esta missão fora dos livros.

— E sua filha, senhor? — Wyatt engoliu em seco.

— Eu gostaria de mantê-la viva e fora de uma prisão canadense, se


possível.
— Nós podemos fazer isso. — Luke respondeu antes que Wyatt pudesse
pronunciar as palavras.

— Mantenha-nos informados. Quero atualizações regulares. —


Acrescentou o almirante. — Devido à natureza pessoal desta operação,
estarei demorando em anunciar minha nova posição até que a situação seja
resolvida.

— Entendido. — Luke trocou mais algumas palavras com o presidente e


o almirante antes que a ligação terminasse.

Wyatt passou os dedos pelos cabelos. De jeito nenhum ele tentaria


convencer Natasha a desistir desse caso. Eles precisariam trabalhar juntos, o
que significava que ela descobriria em breve que ele não era realmente um
segurança privado de aluguel, mas no momento, essa era a última de suas
preocupações.

— Podemos obter uma lista de hackers que se inscreveram para a


competição e estão na conferência. Limite a lista de suspeitos, caso o hacker
que estamos procurando seja um deles. — Disse Harper, e ela já estava
trabalhando em seu laptop antes de terminar sua linha de pensamento.

Wyatt continuou a observar o trabalho de Harper, fazendo o possível


para não deixar sua mente disparar, vagar pelos pensamentos de
Natasha. Para seu cabelo loiro beijado pelo sol e seus olhos verdes matadores.

— São muitos nomes para examinar. — Disse Finn quando Harper trouxe
a lista para a tela.

Wyatt se aproximou e começou a lê-los para ver se alguém se


destacava. Quando ele avistou um nome familiar próximo ao final da lista, seus
olhos se arregalaram. — Merda, não pode ser ela.

— Não pode ser quem? — Asher perguntou, vindo por trás dele.
— Você pode puxar o que pode encontrar sobre Gwen Montgomery?
— Wyatt apontou para o nome na tela. Charlotte mencionou que sua filha
estava na escola no Canadá e estudava programação de computadores, mas
ela realmente competiria em uma competição de hackers? Sua mãe teria um
ataque cardíaco sangrento.

— Aqui está. — Disse Jessica, e quando o rosto da garota encheu a tela,


Wyatt tropeçou para trás e os músculos de seu estômago se contraíram.

Porra. Eu.

— Ela é linda. — disse Chris. — Muito jovem para mim, mas gostosa.

— O nome completo é Gwyneth Diana Montgomery, mas ela atende por


Gwen. Ela tem vinte anos. Bem, vinte e primeiro de março. Ela frequenta uma
escola em Toronto. Filha de Charlotte Montgomery e do falecido Arthur
Montgomery. Nobreza também. — Jessica disse mais alguns detalhes.

— Você a conhece ou algo assim? — Luke perguntou.

Wyatt nunca conseguiu olhar para ela no velório de Arthur, mas...

— Eu preciso de um minuto. — Wyatt pegou seu celular e saiu correndo


do escritório para uma sala de conferências privada no final do corredor.

Ele ligou para a mãe, pediu que ela lhe desse o número de Charlotte sem
explicar por que, então ligou para Charlotte antes que perdesse a coragem.

— Charlotte. — Ele murmurou quando reconheceu a voz dela ao


responder. — É Wyatt Pier... — Ele parou de terminar seu nome. — Sou
eu. Desculpe, demorei mais de um ano para ligar para você, mas porra,
Charlotte. Ela tem meus olhos. — Ele levou a palma da mão à mesa enquanto
seu estômago se contraía e seu peito se contraía. — Inferno, ela tem muito
mais do que meus olhos.
Cada fibra de seu ser queimada. Ele se esticou. Ele iria quebrar cada
momento de silêncio meticuloso enquanto esperava que ela falasse.

— Ela é minha? — Ele fez uma pausa. — Gwen é minha filha?


— Você vai ter que passar por mim novamente. — A sala estava se
fechando sobre ele, e Wyatt puxou o tecido de sua camisa. Ele estava com
muito calor e não conseguia respirar. — Eu não entendo.

— Arthur não queria saber. E ele não queria que você soubesse que
havia uma possibilidade. — Ela disse sua voz plana. Sem emoção. Como isso
foi possível dada a conversa atual? Ele estava pronto para arranhar sua pele.

— Recomece. Do começo. — Ele escorregou para o chão, encostando-


se na parede e apoiando um joelho com uma perna esticada. — Palavra por
palavra.

Houve um estalo na linha como se ele estivesse em um telefone SAT no


Oriente Médio e apenas acionou o microfone para obter ajuda. O som era o
resultado de uma respiração instável. Emoção de Charlotte agora
aparecendo. E isso o apavorou.

— Quando o médico me disse que eu estava grávida, presumi que fosse


de Arthur, porque você e eu estivemos juntos apenas uma vez.

— Usei camisinha, Lottie. — Ele não usava o apelido dela desde que
estavam na primária juntos, mas simplesmente escapou.

— Arthur sempre fez isso também. — Outro estalo alto atingiu seus
ouvidos. — O médico disse que a concepção foi em junho. Eu admiti para
Arthur, depois que nos casamos que havia uma pequena chance de o bebê
ser seu. Ele não queria nem falar sobre isso. Ele disse que ela era dele e me
proibiu de contar a você ou a qualquer outra pessoa o que eu disse a ele.

— Você nunca descobriu? Testou o sangue dela contra o dele ou algo


assim? — Como diabos isso estava acontecendo?
Uma filha.

Não.

Ele não poderia ter uma filha de quase 21 anos.

Uma filha que estava participando da competição Bug Bounty em


Montreal. Inferno, ela poderia até ter encontrado The Knight, sem saber que
ele era o melhor hacker até o momento, além de um monstro perigoso e
cruel. O mesmo monstro que Natasha vinha caçando há anos. E sem dúvida o
motivo pelo qual ela estava atualmente – de férias – em Montreal.

— Quando ela ficou mais velha, ela começou a me lembrar de você, e


eu queria verificar. Mas toda vez que eu tocava no assunto com Arthur, ele
ficava muito chateado. Em seus olhos, sangue não importava, ela era sua. E
ele está certo, quero dizer - o que é sangue, afinal? Ele a criou. Ele é o único
pai que ela conhece.

— Você ia me contar no velório, não é? — Arthur tinha acabado de


falecer, e Charlotte pensou que era hora de esclarecer as coisas, deixar Wyatt
saber que ele poderia ser o pai de Gwen?

Ele olhou para a lembrança da tatuagem dentro de seu antebraço do


amigo que ele perdeu duas vezes. Uma vez porque Wyatt deixou a Inglaterra e
nunca mais olhou para trás e para o câncer. A emoção o invadiu muito pesada
e rápida para lidar.

— Ocorreu-me então que Gwen ainda poderia ter um pai. — Ela disse
um eco aos pensamentos dele.

— Pode ser. — Ainda havia uma chance de que ela não fosse dele. Mas
no segundo que viu Gwen na tela, ele soube em seu coração, em seu intestino,
que ela tinha seu sangue correndo em suas veias.

Deus, ele não sabia para que lado estava agora. O mundo estava
girando.
Ele fechou os olhos com força e respirou fundo para tentar se
acalmar. Ele nunca ficou assim. Nunca. Mas isso foi... Novo. Estrangeiro. Um
pai? Ele pensou em seu pai tenso e apertou o peito.

Como seus pais não perceberam as semelhanças? Eles não viam os


Montgomerys regularmente?

— Eu sinto muito. Estávamos fazendo o que achávamos ser o


melhor e, admita você não gostaria de saber.

Suas palavras foram um tapa frio na cara. — EU...

— Como você sabe? Por que a ligação?

Porque ela está em uma lista de hackers. Ela pode estar em perigo.

Uma sensação de preocupação, uma preocupação como ele nunca


experimentou, disparou através dele. Foi um som cruel e soou tão alto que ele
pensou que sangue iria sair de seus ouvidos.

Ele já tinha decidido ir para o Canadá antes do pedido do almirante para


proteger Natasha, mas agora - merda, ele também tinha que ir para lá para
proteger sua própria filha.

Ela é minha?

Sim.

Não.

Droga.

— Vou para o Canadá a trabalho e estarei perto de... — Ele não


conseguia pronunciar as palavras. Sua habilidade de falar estava enterrada
profundamente sob uma pilha de novas responsabilidades que ele nunca em
sua vida assumiu, nem acreditou que teria.
— Há uma chance de que ela não seja sua. — Charlotte disse em uma
voz suave, mas ela nem estava comprando suas próprias palavras. — Sua mãe
viu Gwen uma dúzia de vezes, e ela nunca fez a conexão, então...

Sua mãe não queria ver a semelhança. Isso causaria um escândalo e ela
perderia a cabeça. Ela precisava ter alguma ideia, no entanto.

Gwen não se parecia em nada com Arthur. Ela não tinha o nariz adunco
de Arthur, ou o pequeno botão de Charlotte. Não, as maçãs do rosto de Gwen,
sua estrutura óssea era uma versão feminina de Wyatt. Até mesmo um toque
de uma fenda em seu queixo como a dele, quase imperceptível, mas ele tinha
visto na tela. Ele notou cada detalhe como se estivesse olhando para a imagem
de uma irmã muito mais nova.

— Eu tenho que ir. — Ele piscou, trabalhando para puxar sua merda
de éter enquanto se forçava a ficar de pé. Ele apoiou a palma da mão na
parede ao seu lado para manter o equilíbrio, sentindo-se como se estivesse
bêbado de raiva.

— Você não vai chegar a ela, vai? Ela nunca me perdoaria, e ainda não
temos certeza. E você não quer filhos, certo? Sua mãe disse que não.

Claro. Sua mãe plantou sementes na cabeça de Charlotte para impedi-


la de deixar escapar a verdade, para evitar uma mancha maior no nome da
família do que Wyatt já havia causado.

— Eu tenho que ir. — Disse ele novamente atordoado e encerrou a


chamada ao som da porta se abrindo.

— Você está bem? — AJ deve ter percebido que algo estava errado
porque fechou a porta atrás de si e se aproximou de Wyatt como se ele tivesse
puxado o pino de uma granada. Ou talvez estivesse tudo na cabeça de
Wyatt porque ele estava à beira de um colapso mental. — Doente?
Ele largou a parede para garantir que parecia ter condições de voar para
o Canadá e derrubar um hacker ao mesmo tempo em que
protegia duas mulheres. — Não, eu estou bem. Sushi ruim no almoço.

— Você não comeu sushi. Eu estava com você. BLT.

Direito. Merda. — Bacon provavelmente era, hum, ruim. Ou a alface.


— Ele forçou um meio sorriso. — Há sempre alguma recordação de alface hoje
em dia.

Estou enlouquecendo.

AJ fechou o espaço e colocou a mão sobre o ombro. — Nós realmente


conversamos sobre alface agora? — Seu olhar mudou-se para o celular
agarrado à mão de Wyatt. — Ou isso é sobre a filha do almirante?

Ele desejou que fosse apenas sobre ela.

Encarar Natasha provavelmente testaria sua determinação. Ele não tinha


feito um trabalho estelar em resistir a ela antes, e levou toda sua maldita força
para fazê-lo no Colorado.

Mas não, tratava-se do fato de que ele pode ter uma filha, uma filha que
pode estar em perigo. E ele não tinha ideia de como ele deveria agir e se sentir
agora.

— Vou dormir no avião.

— Isso significa que você está se voluntariando para a Echo nesta


missão?

Wyatt assentiu. — Você realmente esperava algo diferente?


MONTREAL

Lâmpadas fluorescentes QUEBRADAS e lascas de tinta rangeram sob as


botas de Natasha enquanto ela se movia com cuidado pelo chão. Ela já havia
passado duas horas vasculhando a fábrica de roupas abandonada, a cerca de
um quilômetro de distância de onde algumas das outras antigas fábricas têxteis
estavam situadas. Ao contrário daqueles prédios, que foram lindamente
reformados como se os proprietários tivessem assistido a um daqueles
programas da HGTV que sua mãe adorava este lugar não tinha recebido
nenhum amor. O moinho permaneceu um pária da área recém-florescida que
agora atraiu grandes nomes em IA e tecnologia.

O prédio estava quase vazio, exceto pelo lixo e alguns roedores, mas seu
tamanho gigantesco dificultava a travessia. Mesmo que não estivesse cheio de
minas terrestres, havia bastante madeira podre que se dobrou sob seus pés,
ameaçando ceder a cada passo.

Para piorar a situação, a maioria das janelas de tamanho gigante tinha


sido fechada com tábuas, deixando-a contando apenas com uma lanterna para
navegar entre as pilhas de lixo. Também foi útil para assustar as criaturas que
ela ouviu se mexendo.

Ela nunca acreditou muito em fantasmas ou casas assombradas, mas


quando chegou ao terceiro andar, jurou que havia uma mudança na
atmosfera. Tinha adquirido uma quietude misteriosa diferente dos outros
andares e, se possível, estava ainda mais frio. Mais inquietantes foram as
pinceladas do que ela só poderia descrever como energia que cutucava seu
corpo, como pessoas esbarrando nela com pressa de chegar a algum lugar.
Ela olhou para o relógio. Talvez fosse um eco do passado, pessoas
correndo do trabalho às cinco para voltar para casa.

Seus ombros tremeram e um calafrio bateu em seus dentes. Estava


muito frio lá dentro, mesmo com sua jaqueta. Mas era janeiro no Canadá, o
que ela esperava?

A sensação assustadora continuou a percorrê-la enquanto procurava


algum sinal, alguma indicação de que O Knight tinha estado recentemente
dentro do prédio da fábrica.

Já haviam se passado quatro dias desde que ela executou o programa


traceroute em Moscou, antes de ser chutada de volta para Langley. O
programa permitiu que ela vinculasse o endereço IP do hack da instalação de
armas a um endereço físico. Embora passar pelo firewall não tenha sido fácil,
e o sinal tenha saltado por todo o lugar antes que ela rastreasse as origens - o
fato de ela ter sido capaz de encontrar o local e tão rápido significava que O
Knight a queria lá. O sinal ainda estava transmitindo, então, pelo menos,
deveria haver um modem no prédio.

O Knight plantou a isca na frente dela e esperou que ela mordesse. Ele
de alguma forma a encontrou em Moscou e usou Boris para chegar até
ela. Outro pião em qualquer jogo doentio que ele estava jogando agora que
estava acabado.

Mas ela estava determinada a seguir qualquer pista possível, mesmo que
tivesse sido propositalmente colocada à sua frente. Ela queria esse cara e faria
todo o necessário para encontrá-lo e colocá-lo fora de serviço.

Inferno, se ela estivesse assistindo um episódio de sua própria vida agora


na TV, ela estaria gritando Oh, vamos lá, não entre aí! e me dê um tempo!

Mas apesar dos enredos muitas vezes ridículos, os roteiristas acertaram


algumas coisas na ocasião. Pessoas na posição dela às vezes faziam coisas
arriscadas, e este momento era a prova disso. Ela estava dentro do fantasma
de uma fábrica que poderia ser usada como cenário para filmes de terror, e ela
estava desarmada. Outra verificação no gráfico idiota. Já que ela não estava
em Montreal com autoridade operacional, ela não teve permissão para trazer
sua arma de fogo através da fronteira.

Talvez ela devesse ter voltado para casa no Texas e tirado férias de
verdade. Ela devia uma visita à mãe e sentia falta dos velhos amigos do colégio
e da faculdade.

Mas não, ela se conhecia melhor do que isso. Assim que ela chegasse
ao Texas, a culpa afiaria sua lâmina e começaria a esculpir sua consciência até
que ela embarcou em um avião para Montreal para tentar pegar o bastardo. Ela
iria visitar sua casa depois que O Knight finalmente estivesse fora de sua vida
de uma vez por todas, e se pegá-lo significava arriscar sua carreira, então que
fosse.

A culpa do sobrevivente era real, e queimou seu corpo como uma linha
de raiva ardente por sua espinha. Seus colegas caídos não podiam persegui-
lo, então cabia a ela derrubar o bastardo e evitar que mais vidas fossem
perdidas.

Depois de mais 30 minutos procurando pelo terceiro nível, ela subiu uma
escada de madeira frágil até o último andar e enviou um agradecimento
silencioso ao universo por não permitir que as escadas desabassem sob seu
peso.

Ela ficou parada por um momento, permitindo que seus olhos se


ajustassem à luz que entrava pelas janelas, então desligou a lanterna e a
guardou em sua bolsa.

Era o único andar com luz natural. Alguém havia removido as tábuas das
janelas e, se seus instintos estivessem certos, era O Knight.

Talvez ele quisesse que ela encontrasse algo lá? Ou talvez ele só queira
atirar em mim. Poderia facilmente haver um atirador em vigia do prédio do outro
lado. Ele não me quer morta, ela se lembrou pela décima vez desde
que apareceu na fábrica. Ainda não, pelo menos.

Ela deu passos cuidadosos passando a parede de tijolos expostos à sua


esquerda que tinha sido transformada em uma tela para pichadores de grafite.

— O que você quer? — Ela sussurrou enquanto caminhava lentamente,


quase tropeçando em um cano enferrujado.

Ela ainda liderou com a leve contração do som, e isso definitivamente


não era uma perturbação do passado, nenhum espírito vindo para assombrá-
la.

Não, o som era deste mundo e era tecnologia moderna.

Uma câmera.

Ela seguiu o barulho alguns metros à frente para encontrar uma câmera
de segurança montada acima de uma impressionante estátua de Davi
grafitada.

A luz verde brilhou como um estereótipo de — diamante bruto— e foi um


indicador de que estava realmente funcionando.

Ele estava olhando para ela, ela podia senti-lo atrás das lentes. A câmera
detectou seu movimento, e o ruído suave e zumbido era ele dando um zoom
nela. Ele escolheu este andar por causa da luz, para que pudesse vê-la melhor.

O lugar poderia ser equipado com explosivos como a propriedade na


Romênia, mas o medo não a atingiu enquanto olhava para a câmera. Não, ela
estava completamente chateada.

Ele tirou muito dela.

Penny, uma analista da CIA com um sorriso megawatt e grandes sonhos.


Zach, marido e pai de dois filhos que prestou vinte anos de serviço à
Agência.

Xena, um gênio cibernético russo que se tornou um agente da CIA,


fornecendo informações confiáveis por três anos.

Yasemin, uma espiã turca e hacker de chapéu branco que chegou mais
perto de rastrear The Knight, um movimento que provavelmente o levou a
eliminar sua equipe.

— O que você queria? — Ela sibilou, olhando diretamente para a


câmera, palmas abertas, implorando. — Estou aqui. — Ela pronunciava cada
palavra para o caso de não haver som na câmera e o filho da puta ter que ler
seus lábios.

Irritada, ela se virou para olhar a sala para procurar a área dentro do
alcance das lentes da câmera. Ele a trouxe lá por uma razão e não apenas para
dar uma boa olhada nela.

Ela inclinou a cabeça ao avistar uma luz piscando perto de um monte de


sobras. Uma pilha de roupas velhas como se pertencessem a um sem-teto,
pedaços de tecido possivelmente da época em que funcionava a tecelagem,
carretéis vazios outrora usados como linha...

Ela se aproximou para confirmar o que suspeitava ser uma caixa de


modem e roteador sem um computador conectado. O Knight encenou essa
cena até o último detalhe. Ela notou mais adereços para o show dele atrás dela.

Um iPhone cinco modelos mais velho.

E algo mais, algo que fez seu estômago queimar.

Ela deu passos cautelosos, mantendo a cabeça baixa para pelo menos
evitar um tiro na cabeça se um franco-atirador estivesse realmente nas asas,
então engoliu o nó apertado em sua garganta e alcançou o objeto que estava
regiamente sentado em cima da caixa preta do roteador. Uma peça de xadrez
- um cavalo branco.

Natasha fechou os olhos quando uma memória veio à mente. No dia em


que soube que os membros da equipe de seu caso foram atingidos em 2018,
um pacote foi entregue contendo um telefone celular e uma peça de
xadrez. Uma peça idêntica à que agora tem na mão.

Ela tentou identificar a marca, a idade e onde pode ter sido vendida. Sem
sorte. Não tinha sido distinto o suficiente.

Como a peça de xadrez anterior, esta era áspera nas bordas. Uma
pequena lasca na lateral. Desgastado pelo uso. As únicas impressões digitais
que ela provavelmente encontraria neste aqui seriam as dela, como da última
vez.

Ela largou a peça de xadrez e pegou o telefone quando ele começou a


tocar.

— Natasha. — Ele disse assim que o telefone alcançou seu ouvido. —


Você sentiu minha falta? — Ele não estava usando um aplicativo de troca de
voz como da vez anterior em que ligou para ela. — Já faz muito tempo. Como
você está?

Ela vacilou um passo para trás ao som de sua voz, o que era muito
normal para como ela o imaginou em sua cabeça. Ao contrário de um vilão do
filme, cuja voz comunicava escuridão e maldade, a voz do Knight era clara. Não
revelou qualquer indício de que ele era um monstro.

— Eu não esperava que você aparecesse sozinho. Onde está aquele


cara que você sempre prendeu ao seu quadril quando está me caçando?

Jack?
— Você chegou aqui muito mais rápido do que eu esperava, mas não
deveria estar surpreso. Houve uma razão pela qual te mantive viva. Você
sempre foi melhor do que seus colegas.

Pelo que ela poderia dizer, ele provavelmente era europeu, um falante
não nativo de inglês. Um homem na casa dos trinta ou quarenta e poucos. Ela
poderia perder por uma década ou mais, já que ele estava se esforçando para
esconder seu sotaque, mas a maioria dos falantes nativos da língua
inglesa usava contrações, e ele falava muito bem.

Ela precisava mantê-lo falando para tentar aprender mais sobre ele, mas
como ele não estava disfarçando a voz, provavelmente tudo isso fazia parte de
seu plano.

Ela estudou o jogo de xadrez, procurando por simbolismo em sua


escolha de cabo de hacker onde talvez não houvesse nenhum, esperando que
se ela entendesse o jogo melhor, de alguma forma a ajudasse a descobrir seus
próximos movimentos.

Mas talvez ele fosse apenas um sociopata? Talvez sua escolha em usar
um Knight tivesse sido derrubá-la?

— O que você quer? — Ela perguntou quando ele ainda não falaria
novamente.

— Nunca terminamos nosso jogo. — A lente da câmera piscou e clicou


como se estivesse focando novamente, obtendo um close-up dela.

— Por que você esperou tanto para sair das sombras? Por que
você detonou aquela casa antes mesmo de sair? — Ela estava pescando,
esperando que ele mordesse.

— Quer saber se eu estava na casa da Romênia quando ela


explodiu? Você está se perguntando há dezesseis meses.

Ela acreditaria em qualquer resposta que ele desse a ela?


— Eu estava lá, mas como ainda estou vivo, você não ganhou nosso
jogo. — A raiva em seu tom revelou seu sotaque, oferecendo a confirmação de
que ele era do Leste Europeu.

— Por que você me quer no Canadá? Se você está procurando continuar


qualquer jogo doentio que você pensa que estamos jogando, me mandar em
uma perseguição de uma vez não está em seu livro de regras normal.

— Você está certa, Natasha. Desta vez é diferente. Mas já que você tem
que me perguntar por que eu o trouxe aqui, estou preocupado que você esteja
perdendo sua vantagem. Forneci pistas muito sólidas para você nestes últimos
dias. Dois hacks consecutivos devem ser mais do que suficientes para você
começar.

Ela se aproximou ainda mais da câmera e inclinou o queixo, olhando


como se pudesse ver em seus olhos cruéis e sem alma.

— Eu tive muitos problemas para trazê-la aqui, por favor, não me


desaponte. Só é um jogo se eu tiver um adversário digno.

— Seu filho da puta! — Ela sibilou, mas ele não a ouviu porque já havia
encerrado a ligação.

Dois hacks recentes? Qual foi o segundo? Talvez se ela tivesse ficado
em Langley mais um dia antes de sair de férias, ela teria descoberto sobre
isso. Só porque não estava no noticiário não significava que algo não tinha
acontecido.

Ela puxou a manga de sua jaqueta e checou seu relógio G-shock.

Havia alguém que ela precisava rastrear.

Seu bem mais valioso, Jasper, saiu do controle depois que ele a ajudou
a localizar O Knight na Romênia. Perder sua fonte foi um golpe, especialmente
porque ela sabia que o Knight não estava morto.
Jasper irritou mais do que a CIA com seu ato de desaparecimento. O MI6
também estava mirando nele.

Mas ela sabia que Jasper estava em Montreal agora. E ele escolhendo
ressurgir no mesmo lugar que a maior convenção de hackers na mesma época
que o Knight tinha saído do esconderijo, bem, não havia nenhuma maldita
chance de ser uma coincidência.
— Senha? — O cara musculoso parado na porta parecia entediado e
parecia que preferia estar em qualquer outro lugar, menos ali. Natasha
ofereceu-lhe o código e ele deu um passo para o lado com um aceno de
cabeça, permitindo sua entrada. O prédio de tijolos vermelhos, de dois
andares, era um dos prédios de bombeiros originais de Montreal e, em seus
dias de glória, havia usado carroças puxadas por cavalos. Hoje o local foi
alugado para festas, como o evento desta noite para um grupo de hackers
mundialmente famosos.

A festa foi em Griffintown, um distrito de Montreal que foi revitalizado ao


longo da última década. Ao que parecia, o quartel dos bombeiros manteve seu
charme original com as janelas decoradas em vermelho e um poste de latão
no centro da sala, com a adição de uma barra totalmente encaixada que se
estendia por toda a extensão de uma parede de tijolos à vista. Vários sofás de
couro preto estavam estrategicamente posicionados ao redor da sala, junto
com mesas altas e bancos. O DJ girando do segundo andar, que dava para o
andar principal, fazia o lugar parecer mais uma boate do que um paraíso para
hackers fazerem merdas obscuras.

Ninguém estava dançando. A maioria das pessoas ouvia


congestionamentos com seus próprios fones de ouvido, se é isso que toda a
cabeça balançando, com computadores no colo enquanto trabalhavam -
codificando.

Havia uma mistura diversificada de pessoas presentes. Homens e


mulheres tinham vindo da Rússia, Romênia, China e dois caras que ela havia
anotado em sua lista eram da Coreia do Norte. Eles vieram para a conferência
e a competição, todos ansiosos para serem declarados o MEH, o Hacker Mais
Elite. Eles não tinham ideia de que o Knight já possuía esse título, pelo menos
em sua opinião. Claro, esses hackers estavam competindo em um ambiente
legal.

A recompensa de quinhentos K provavelmente transformou alguns


hackers que normalmente andavam na Dark Net nos chamados hackers de
chapéu branco. E se tivessem sorte ou quisessem um futuro legítimo, poderiam
conseguir um dos empregos mais bem pagos com os patrocinadores da
competição fazendo o que amavam sem o risco de algemas.

Natasha fez outro levantamento da sala, identificando todos os homens


que pareciam ter seus trinta ou quarenta anos.

Metade das pessoas lá usava moletons com o capuz puxado para cima,
um visual hacker clássico. O cara no sofá à sua esquerda não era diferente. Ela
largou a mochila no chão e se sentou ao lado dele.

Ele estava em seus vinte e poucos anos e provavelmente não era seu
alvo. O hacker ergueu os olhos da tela. Seu enorme capuz cor de vinho
cercava seu rosto, servindo como uma espécie de máscara e capa para
proteger sua identidade. Abaixando os fones de ouvido para pendurá-los no
pescoço, ele deu uma olhada nela.

Natasha retribuiu e conduziu uma leitura casual de seu pescoço, rosto e


mãos - as únicas áreas não cobertas por roupas - e se perguntou se O Knight
tinha alguma cicatriz de queimadura.

— Oi. — Disse ela com um sorriso fácil, falhando em seu papel como
uma jovem hacker, esperando que fosse verossímil.

As sobrancelhas pretas, artisticamente puxadas, se juntaram quando ele


deu a ela outro olhar rápido.

Ela estava com uma saia xadrez curta rosa e preta, um top rosa sob um
capuz preto e Dr. Martens preto de 8 olhos para completar a roupa. Não era
exatamente o que ela costumava fazer, especialmente todo o delineador
escuro e sombra, mas funcionou. Normalmente, alguém na Agência ajudava a
escolher seu disfarce, mas, felizmente, ela tinha participado várias vezes em
eventos de hackers nos últimos anos, então ela estava familiarizada com a
cena.

Ela colocou um chiclete na boca e começou a quebrá-lo para cortar


alguns anos de sua idade. — Eu sou Heather. — Ela apertou o rabo de cavalo,
no qual ela adicionou alguns destaques rosa em seu eloquente antes de ir para
lá.

— Qual é o seu nome? — Ele perguntou cético.

— Crash Override. — Ela brincou. Ele não entendeu, mas uma mulher
em uma mesa à sua direita riu.

— Você é de verdade?

— Você nunca viu o filme Hackers? Isso foi... — Ela deixou de falar ao
ver sua fonte caminhando pela entrada principal.

O ditado ‘Não julgue um livro pela capa’ não poderia ser mais verdadeiro
no que diz respeito a Jasper Kenyon.

Parecendo ter saído das páginas de um catálogo da Abercrombie,


Jasper parecia mais um modelo do que um dos melhores hackers do
planeta. Quando os olhos de Jasper encontraram os dela, um olhar que ela
não conseguiu identificar imediatamente passou por seu rosto, e ele deu um
passo rápido para trás, esbarrando na mulher que estava atrás dele.

Ele não deveria ter ficado surpreso em vê-la. Ele escolheu sair do
esconderijo entrando na competição. Mas o alarme cruzou seu rosto... ele
achava que ela iria anunciar na sala que ele usava para vender informações
bancárias para a CIA?
Ela inclinou o queixo, gesticulando para que ele a seguisse escada acima
para que pudessem conversar. Ele segurou os olhos dela, então finalmente
acenou com a cabeça antes de desabotoar o casaco de lã preta.

Sem mais uma palavra para o Hacker Guy, ela agarrou sua bolsa e foi
para a escada em espiral.

No andar de cima, ela passou correndo pelo DJ e fez seu caminho para
o que uma vez foi a cozinha onde os bombeiros deveriam se reunir para as
refeições naquela época. Ela estudou o layout do prédio ao saber sobre a festa,
presumindo, e com razão, que Jasper iria aparecer desde que ele entrou
na competição Bug Bounty.

Ela discretamente removeu um dispositivo de sua mochila para verificar


se havia algum inseto ou dispositivo de escuta. Quando o pequeno semáforo
ficou verde, sinalizando que o lugar estava vazio, ela o guardou na mochila,
pendurou a bolsa no lugar sobre um ombro e esperou com expectativa.

Jasper dobrou a esquina um momento depois, fazendo uma abordagem


lenta e hesitante. — Já que você está aqui, suponho que se lembre de como
resolver uma cifra. — Ele inclinou a cabeça e a observou, seu olhar
catalogando cada detalhe como se verificando três vezes se ela era de fato
Natasha.

— Ainda me lembro de como resolver uma cifra de substituição básica.


— Para saber a localização da festa e receber a senha para entrar, ela teve
que descriptografar um código. E, graças a uma aula sobre cifras usadas por
espiões russos durante a Guerra Fria, ela estava bastante familiarizada com ela
- uma cifra tabuleiro de xadrez de straddle. — Devo dizer que fiquei surpreso
ao ver seu nome na lista de concorrentes. Onde você esteve? Por que você
me fantasiou? — Mais cem perguntas zumbiram em sua mente, mas ela
não queria oprimi-lo.

Recrutar novos recursos para trabalhar neste caso após a trágica perda
de suas fontes em 2018 tinha sido quase impossível, especialmente desde que
The Knight reivindicou o crédito na Dark Net. Então, quando soube que o MI6
tinha um ativo valioso, ela pediu um favor a um amigo e solicitou que o MI6 o
compartilhasse. Jasper era um dos melhores programadores que ela já
conheceu pessoalmente e sua disposição em ajudá-la foi um inferno de uma
pausa.

— Você é Heather esta noite? — Ele perguntou, ignorando seu


comentário, seu sotaque britânico uma lembrança de outro inglês de seu
passado - Wyatt.

Ele cruzou os braços, com desconfiança em seus olhos quando deveria


ser ela desconfiando dele. Foi ele quem se livrou do queimador da CIA e
desapareceu.

— Sim eu sou. — Heather foi o apelido que ela usou quando trabalharam
juntos no passado. Cabelo rosa e tudo.

Seus dedos se moveram por seu longo cabelo loiro, da cor da areia do
Saara. Ele tinha deixado crescer desde que ela o viu pela última vez em 2019.
Escovou contra a gola de sua própria camisa preta de botão.

— Eu não posso te ajudar. O que quer que você vá perguntar, estou


feito. Eu nunca deveria ter ajudado todos vocês em primeiro lugar.

— Você disse ao MI6 a mesma coisa? Eles sabem que você está
aqui? Se eu fui capaz de encontrar você, não demorará muito para que eles
apareçam. — Da última vez que ela verificou, Jasper tinha um compromisso
vitalício com a Inglaterra em troca de um cartão – saia da prisão grátis. E por
causa disso, o MI6 não teve que pagar a ele, então a CIA pagou a conta quando
se tratou de usar seu gênio cibernético para ir atrás do Knight.

— O MI6 sabe que estou aqui.

— Você falou com o seu treinador?


— Sim, uma hora antes de vir aqui. Eu tenho uma semana, então eu
tenho que apresentar um relatório para Londres.

E o quê, trabalhar com o MI6 de novo como se nunca tivesse


partido? Sete dias de rédea solta? Ela não acreditou. Ela ligaria para seus
contatos aqui para verificar sua história, mas o que ela diria? Ela nem deveria
estar trabalhando no caso.

— Bem, nós precisamos conversar. Não sei onde você esteve ou o que
está acontecendo, mas você decidiu mostrar sua cara, então enfrente as
consequências.

— Eu tive que me esconder porque eu ajudei você. — Ele esfaqueou o


ar, uma carranca nos lábios. — Fiquei sem dinheiro, daí a razão de estar aqui.
— Ele soltou um suspiro exasperado.

Ela deu um passo à frente. — Não consigo imaginar o dinheiro motivando


você o suficiente para entrar em uma competição patrocinada pela Cyber X
Security. Você detesta Felix Ward.

— Bom, é verdade. E depois que eu ganhar a competição, o que eu


ganharei, porque eu posso hackear todo mundo aqui com meus olhos
fechados sangrando, eu voltarei para Londres. — Sua mandíbula se apertou
sob sua barba loira, e seus olhos azuis tornaram-se frios e cruéis.

— Besteira. — Ela sussurrou, não acreditando nisso por um segundo. —


O que diabos está realmente acontecendo? — As pontas dos dedos dela
enrolaram em suas palmas ao lado do corpo. — Por que você está no Canadá?

De jeito nenhum isso foi uma coincidência. Não.


Droga. Caminho. Quando se tratava de O Knight, todo mundo era um pião em
seu jogo, e cada movimento tinha sido cuidadosamente mapeado com
antecedência, tornando-o seu adversário mais desafiador de todos os tempos.

— Quantas vezes eu tenho que te dizer?


— Continue trabalhando nisso até chegar à verdade. — Ela retrucou.

Ele bufou.

— Se você estava se escondendo porque está preocupado que alguém


descubra que você está trabalhando com...

— Ele não está morto! — Jasper gritou, então rapidamente baixou a voz
ao perceber o quão alto ele tinha falado. — Ele está vivo, e sim,
estou preocupado. Como eu poderia não estar?

Seus olhos se esticaram com a admissão dele. Este não era apenas um
palpite. Ele tinha provas, não tinha? — E como você sabe que ele está vivo?

Seu peito subia e descia com uma respiração profunda, mas ele
permaneceu quieto.

Ela agarrou o braço dele. — Deixe-me ajudá-lo. Esta competição só vai


colocar um alvo na sua cabeça. Por que se colocar aos olhos do público se
você tem medo dele? Não pode ser pelo dinheiro.

Ele girou de volta e puxou seu braço livre de seu aperto. — Eu não tenho
escolha. Por favor, deixe-me sozinho. Não me siga. Não tente entrar em
contato comigo novamente. — Ele fechou os olhos, o medo sombreando seu
rosto. — Qualquer que seja o jogo que ele está fazendo, você pode ter certeza
que desta vez você não vai ficar viva. Eu sugiro que você dê o fora daqui antes
de acabar morta. — Seus olhos se abriram de repente, ele balançou a cabeça
e saiu com pressa.

Ela pegou sua mochila e desceu as escadas um momento depois. Ela


não viu Jasper em lugar nenhum, então ele provavelmente saiu correndo.

De jeito nenhum ela poderia largar isso, no entanto. Ela precisava


descobrir a verdade. Para descobrir o que ele realmente sabia e por que estava
em Montreal.
— Vocês são amigos do The Smoking Gun?

Ela piscou com o uso do identificador de hacker online de Jasper. — O


que? — Ela olhou para o Hacker Guy ainda sentado no sofá, aquele que não
sabia sobre o filme Hackers.

— Eu o vi subir atrás de você. Além do DJ, ninguém mais estava


lá. Vocês dois estavam trepando? Ele é lindo, e eu esperava que ele gostasse
de homens em vez de mulheres. Infelizmente para mim, parece que sua saia
curta venceu.

— Não estávamos fazendo nada. Só conversando. — E Jasper, de fato,


preferia homens, mas não era da sua conta compartilhar essa informação com
um estranho.

Suas sobrancelhas se ergueram. — Bem, nesse caso, então você


deveria saber que há um gostoso que definitivamente não está me
examinando, mas ele com certeza está batendo em você com os olhos. Você
sabe, se você está interessado em homens, claro. — Ele inclinou o queixo e
ela se virou para seguir seu olhar.

Os pelos de seus braços se arrepiaram. Seu corpo travou com força. Ela
estava quase congelada no lugar. Seu coração bateu forte quando seus olhos
se encontraram com o homem sexy do outro lado da sala.

Ele estava de costas para o poste de fogo de latão, os olhos fixos em seu
caminho. Ele não estava aqui quando ela chegou. Ela teria sentido uma
presença como a de Wyatt Pierson.

— Você o conhece? Com base na linguagem do seu corpo, presumo que


você queira, pelo menos.

— Sim, somos familiares. — Ela admitiu em transe. — Você pode me dar


licença?
— Eu nunca ficaria no caminho de um bom orgasmo. — Disse Hacker
Guy enquanto ela atravessava a sala.

E se o Knight estivesse assistindo e a visse com Watts?

Ele estava vestido com jeans desbotado e mangas curtas que mostravam
suas tatuagens. A tinta agora se estendia por todo o comprimento de seu braço
direito, ao contrário da última vez que ela o vira no Colorado.

Suas botas militares foram trocadas por civis, e ele deixou os primeiros
olhos desamarrados. Natasha marchou até ele, e quando seus lábios se
separaram, preparando-se para dizer Deus sabe o que, ela agarrou o tecido
de sua camisa, pressionou-se na ponta dos pés e o beijou.

Sua boca estava rígida no início. Sem dúvida, surpreso com a


saudação. Mas então seus lábios relaxaram e ele assumiu, sua língua
separando seus lábios e introduzindo-se em sua boca como se fosse a coisa
mais natural do mundo, como se eles tivessem passado uma vida inteira se
cumprimentando assim.

Uma de suas mãos foi direto para sua bunda e agarrou com força. Por
um momento, ela esqueceu que era para ser uma atuação, algo que – Heather
– faria. Seria melhor que todos os olhos na sala acreditassem que ele era um
parceiro, uma boa noite e não um operador especial.

Wyatt aprofundou o beijo enquanto sua outra mão foi para a parte de trás
de sua cabeça e a segurou firmemente no lugar. A língua dele percorreu sua
boca, dançando com a dela, e sua calcinha estava molhada mais rápido do
que ela pensava ser possível, especialmente dado o dia que ela teve.

Como eles ainda têm essa química? Por que nem sempre era tão
cinético quando eles estavam perto um do outro?

Ela se forçou a subir para respirar e levou a boca ao ouvido dele. — Vá


com minha liderança. — Ela sussurrou. — Por favor.
— Entendi. — Sua voz estava um pouco instável, um pouco desfeita, o
beijo tendo o impactado também.

Seus corpos ainda estavam pressionados com força, tão apertados que
ela podia sentir seu comprimento duro contra ela. A mão em sua bunda se
moveu sob sua saia curta e estava queimando sua marca em sua carne nua. O
fio dental a deixou totalmente exposta.

— Você está bem? — Ele sussurrou vermelho, preocupação evidente


em seu rosto e na maneira como a estudou. Na atual iluminação de má
qualidade, seus olhos pareciam cinza-chumbo. Seu olhar a atraiu, fazendo-a
esquecer por que ela estava lá para começar.

— Estou trabalhando. — Ela sussurrou uma vez que recuperou seu


foco. E já que ele estava lá, ele tinha que estar também. — O nome é Heather.
— Esperançosamente, ele a ouviu sobre as batidas eletrônicas do DJ, como
se fosse 2001 e eles estivessem em uma rave.

Ela finalmente se livrou de seu abraço e se virou para ver se o hacker do


sofá, ou qualquer outra pessoa, estava observando-os. Ela não tinha ideia em
quem confiar, e agora, todos naquela sala eram suspeitos até prova em
contrário.

— Venha comigo. — Ela pegou a mão dele, seu coração ainda batendo
forte. A música pontuava cada passo que ela dava, batida a batida.

Wyatt a seguiu até o corredor à esquerda, onde os banheiros estavam


localizados. Ela se virou para encará-lo, colocou a palma da mão em seu peito
e deu-lhe um empurrão rápido contra a parede pintada de vermelho. — O que
você está fazendo aqui? — Ela passou uma unha curta em seu peito,
acompanhando o ato, mas honestamente, não parecia falso ou forçado. A mão
dela sobre ele, seu corpo perto dele, era tão perfeito quanto perfeito poderia
ser independentemente de sua localização.

— Eu...
Ela roubou suas palavras com um beijo ao ver alguém se aproximando
do banheiro.

Seguindo seu exemplo, Wyatt a tomou em seus braços. Sua língua


percorreu a costura de seus lábios, encorajando-a a abrir a boca para que ele
pudesse ter acesso. Era como se eles estivessem retomando do ponto em que
pararam em Ibiza. Talvez como teriam feito no Colorado se o momento não
tivesse sido tão ruim para os dois.

Agora não estava melhor, mas esse beijo era para seu disfarce. Bem, ela
continuaria dizendo a si mesma, pelo menos.

— Não tem sido nosso padrão três anos desde que nos vimos. O que o
traz aqui mais cedo? — Uma onda de alívio encheu seu peito com a ideia de
não estar tão sozinha nesta busca pelo Knight.

— O que te faz pensar que estou aqui por você? — Havia um toque de
brincadeira em seu tom, e sua sobrancelha se ergueu aquela pequena cicatriz
se tornando mais óbvia.

— Talvez não para mim, mas você está aqui para trabalhar.

Ele se inclinou e mordeu o lábio dela quando avistaram um homem


saindo do banheiro um momento depois. O calor acumulando-se entre suas
pernas se intensificou ainda mais quando ele chupou seu lábio inferior entre os
dele, em seguida, girou-a para que ficasse de costas para a parede agora. Ele
apoiou as mãos nos ombros dela.

A boca dele pairou perto da dela, e ela ergueu os olhos para ele. — Você
não deveria estar aqui. — Disse ela, embora fosse exatamente onde ela queria
que ele estivesse.

— Se você está aqui, eu estou aqui. — Ele moveu os lábios para o ouvido
dela. — Eu disse que protegeria você e parece que você precisa de mim.
Ele estava certo. Ela precisava de alguém agora mais do que nunca. Ela
poderia perder sua posição com a CIA se a Agência descobrisse o que ela
estava fazendo, mas como ela poderia não perseguir O Knight depois de tudo
que ele fez?

A ereção de Wyatt pressionou contra ela, trazendo seus pensamentos


de volta à intimidade de sua posição. Sem pensar, ela girou seus quadris, a
necessidade de criar atrito entre eles, eclipsando seus pensamentos
racionais. — Como você sabia que eu estava aqui?

Ele recuou um toque e encontrou os olhos dela. — Porque eu acho que


o Knight está vivo. — Ele murmurou, fazendo seu coração quase parar. — E
precisamos conversar. — Disse ele antes de beijá-la novamente.
CAPÍTULO DEZESSETE

O BEIJO QUASE APAGOU a missão da mente de Wyatt. Seus lábios


incendiaram seu foco. Sua boca na dele quase obliterou todos os perigos
possíveis que os rodeavam.

Não foi até que ele e Natasha estivessem lá em cima, escondidos em


uma área da cozinha do antigo corpo de bombeiros, que ele conseguiu se
recompor. Esta mulher tinha uma tendência a dar a ele visão de túnel, e tudo
o que ele podia ver e querer era ela.

Mas Gwen... onde ela estava?

Ele checou a festa no momento em que chegou por Natasha e Gwen,


mas não havia sinal de nenhuma delas. Quando ele dobrou uma esquina e viu
Natasha descendo a escada em espiral em seu uniforme, ele congelou no lugar
e esperou que ela o notasse.
Mas ainda nenhum sinal de Gwen.

Quase todos os hackers que valem a pena na lista da competição


estavam presentes. Ele aprendeu a aguçar sua memória na escola de
atiradores de elite quando era mais jovem, e isso era útil durante operações
como essa, quando ele tinha rostos e nomes para lembrar.

O rosto de Gwen era um que ele nunca esqueceria. E como ele poderia?

Ele tinha ficado em um silêncio frio no voo para Montreal enquanto


estudava os outros nomes da lista de competidores. Ele passou por uma gama
de emoções, incluindo ficar chateado com sua mãe por suspeitar que Gwen
era sua filha e manter a verdade escondida dele.

AJ tentou fazê-lo falar durante o voo, mas falhou.

Chris e seus comentários espertos foram um fracasso.

Roman o havia deixado em paz porque Roman era Roman.

E Finn havia entrado no mesmo trem que AJ e Chris, o que era típico,
tentando fazer com que ele explicasse a repentina mudança de humor.

Ele apenas acenou para seus amigos.

Sua mente estava agitada, assim como seu estômago, pensando em


Gwen.

Uma filha.

Ainda era muito difícil entender.

Com Harper e o resto da Echo juntos na operação, eles precisariam


saber a verdade, mas ele não estava pronto para dizer as palavras em voz
alta, eu sou um pai.
Natasha ficou na frente dele, com as mãos na cintura depois de ter
limpado a sala dos dispositivos de escuta. — Você promete que não está aqui
para me fazer sair? Meu pai não vai deixar você me manter como refém de
novo?

Ele não se importaria em manter esta mulher como refém. Tranque-a em


algum lugar para mantê-la segura, assim como Gwen. Tenha-os guardados e
protegidos enquanto ele caçava o bastardo. Mas Natasha era uma mulher forte
e independente, uma oficial de operações da CIA. Ela não era um civil
destreinado, inconsciente do verdadeiro ponto fraco da escuridão no
mundo. Não, ela viveu e respirou isso. Ela poderia cuidar de si mesma. Mas
poderia Gwen?

— Não, estou aqui para ajudar. — Disse ele, seu olhar varrendo sobre
ela, observando seu olhar atual.

Uma garota hacker gótica que amava preto e rosa. Até mesmo seu
cabelo tinha mechas rosa. Ela ficaria gostosa não importa o que vestisse, mas
a saia curta combinada com as botas o deixava louco para trazer as mãos de
volta às pernas dela e sentir o material novamente.

E merda. Ele ia ficar tonto se continuasse trocando de posição entre as


duas mulheres que precisava proteger.

Duas mulheres? Ele levou a palma da mão ao rosto, tentando


se reagrupar. — Boa opção na verificação de bugs. — O que ele esperava,
entretanto? Não era hora de amador. Ela era uma profissional. Mais equipado
para espionagem e cobertura de histórias do que ele.

— Estive aqui antes, mas prefiro ser cautelosa. Estamos bem, no


entanto. Nós podemos conversar.

Ele cruzou os braços sobre o peito e observou enquanto o olhar dela


permanecia em sua nova tinta. Ele tinha feito as tatuagens algumas semanas
atrás, quando estava entediado demais esperando para operar.
— Desculpe pelo beijo, eu não sei quem pode estar nos observando, e
eu meio que aceitei. — Ela combinou com a posição dele, mas manteve-se de
costas para o balcão da cozinha como se tentasse manter uma distância
segura entre eles, da possibilidade de ele puxá-la de volta para seus braços
para beijá-la.

Mas, inferno, parte dele queria levantá-la sobre o balcão, envolver


aquelas longas pernas apertadas em volta de sua cintura e tomá-la ali
mesmo. Nem mesmo a música do DJ abafaria os gritos de seus orgasmos.

A outra parte dele queria que ele se recompusesse e se lembrasse do


por que estava naquela festa violenta no Canadá - para ajudar e proteger
Natasha, além de encontrar sua filha e cuidar dela.

Ele não tinha certeza de qual parte dele iria ganhar, especialmente com
Natasha parada lá em uma saia xadrez e regata rosa neon sob o moletom, que
agora estava fora do ar, oferecendo a ele uma visão do ajuste apertado da
blusa, mostrando suas curvas.

Em Ibiza, ele tirou a blusa dela, mas nunca chegou longe o suficiente
para desabotoar o sutiã.

— O Knight. — Ela disse suavemente, e suas palavras foram um tapa na


cara, um que ele claramente precisava.

Graças a Deus seus amigos não estavam em comunicação, ou seriam


capazes de ficar dentro de sua cabeça agora. A merda que ele receberia por
seu súbito lapso de pensamentos coerentes... eles teriam material cômico para
usar por dias.

— Você está aqui por causa dele ou de mim? — Ela perguntou. — Estou
confusa.

— Ambos, mas prefiro não entrar nisso aqui.

— Como você encontrou essa festa?


— Uma colega minha acabou de se registrar para competir naquela
competição de hackers e recebeu uma mensagem criptografada para decifrar
a fim de revelar a localização. Eu a persuadi a me deixar ir ao invés para que
pudéssemos conversar.

Sua boca se curvou por um breve momento enquanto ela aceitava suas
palavras. — Parece que temos muito o que discutir.

— Mas não aqui. — Ele repetiu.

— Devemos ir, então. — Ela agarrou sua bolsa com pressa e passou por
ele, mas ele a agarrou pelo braço.

— Eu não posso sair ainda. Eu apenas preciso... — Ele engoliu em


seco. — Preciso ficar mais um pouco.

Porque ele queria ver se Gwen apareceu. Colocar os olhos nela, dar uma
boa olhada para ver a verdade de perto por si mesmo. A verdade que ele já
havia aceitado.

Natasha girou para trás para encará-lo, seus lábios desenhados em uma
linha tensa. A preocupação gravada entre suas sobrancelhas. — O que é que
você não está me dizendo?

Ela era da CIA, claro, ela veria através dele, assim como o irmão dele
tinha feito no avião. Ele enfiou as mãos nos bolsos e inclinou a cabeça para o
lado. — Há alguém na lista de competições que eu conheço e quero ter certeza
de que ela está bem.

— Quem?

— Gwen Montgomery. — Ele ficou tenso ao pensar em sua


conversa com Natasha no Colorado, quando ele despejou parte da história de
sua vida nela - um fato que ainda o surpreendeu profundamente. — Meu amigo
que morreu, bem, é a filha dele.
Ela ergueu os olhos para os dutos de ar expostos acima deles por um
breve momento. — Eu me lembro de você mencioná-lo. Ela está realmente
aqui?

— No velório de Arthur, Charlotte me disse que Gwen estuda no


Canadá. Vi o nome dela na lista de competidores do evento e quero ter certeza
de que ela não se envolverá com o que quer que o Knight esteja fazendo.

Natasha largou a bolsa no chão perto das botas e encontrou os olhos


dele. — Você está aqui. Estou aqui. — Ela deu a ele um olhar contemplativo. —
E uma jovem relacionada ao seu passado está aqui. Por que estamos todos
aqui? Por que ele quer todos nós aqui?

— Não. — Ela estava tentando conectar pontos que simplesmente não


existiam. — Ninguém sabe que ela é... que ela é filha do meu amigo. Nem
mesmo meus companheiros de equipe. E Gwen nunca me conheceu. Ela
provavelmente não tem ideia de quem eu sou.

— Então, Gwen estar aqui é uma coincidência? — Ela perguntou


descrença empurrando seu tom.

— Acho que sim. — Eu espero que sim.

— OK. — Ela forçou um sorriso. — Ainda assim, não tenho certeza se é


uma boa ideia alguém ver você com ela. Não sem um alias formado de
antemão.

— Certo. — Wyatt obviamente não tinha pensado nisso. Ele não disse a
ninguém de sua equipe que planejava procurar e falar com um dos
competidores da lista. Um competidor que por acaso era sua filha.

— Tenho certeza de que haverá mais um desses eventos, já que a


competição só começa na sexta. Podemos descobrir um plano, que permita
que você fique de olho nela. — Natasha agarrou seu braço e apertou.
Ela não protestou, não o questionou. Ela apenas aceitou o que ele
precisava fazer e concordou em ajudar. — Você é incrível. — Disse ele antes
de mergulhar para beijá-la. Para o inferno com a razão e as consequências, ele
precisava daquele beijo.

Ela se afastou lentamente depois de um momento, os olhos ainda


fechados quando ela sussurrou: — Alguém estava vindo?

— Não. — Ele admitiu sua garganta apertando enquanto a emoção se


acumulava como uma tempestade em seu peito. — Isso foi para mim.

***

Eles continuaram agindo como ex-amantes, saindo da festa com o braço


de Natasha enlaçado no dele, apoiando-se um no outro como se não
suportassem ficar separados.

Um minuto depois, eles estavam sentados na parte de trás de um táxi, o


foco de Wyatt na paisagem que passava seus pensamentos vagando para
Gwen, que estava em algum lugar da cidade, e com sorte, longe do perigo.

Quando o taxista atingiu um obstáculo na estrada, sacudindo a linha de


pensamento atual de Wyatt, ele mudou seu olhar para Natasha.

O braço de Natasha estava pressionado com força contra o lado


esquerdo, e mesmo a espessura de um casaco de inverno não poderia
amortecer a onda de eletricidade que corria por seu corpo com aquele simples
toque. Sua coxa nua (e aquelas pernas deviam estar muito frias) conectando-
se com sua perna machucada estava causando todos os tipos de estragos em
seus sentidos também. E, como se isso não fosse distração o suficiente, sua
saia xadrez tinha subido a um nível quase indecente. Wyatt avistou o motorista
olhando para trás em seu espelho retrovisor, sem dúvida tentando obter um
vislumbre entre suas pernas, embora ela tivesse prendido as coxas fechadas
para evitar tal olhar.

A mente de Wyatt estava quase no ponto com o taxista, porém, porque


ele queria dar uma olhada também. Honestamente, ele queria fazer mais do
que olhar. Ele queria se curvar diante dela, abrir seus joelhos e adorar no altar
de seu corpo. Experimente com os outros lábios dela.

Ele apertou a ponte do nariz por um segundo. — Porra de chicotada.

— O que?

Ele largou a mão e a encontrou sorrindo. Ele havia falado seus


pensamentos? E como ele explicaria que não conseguia manter a cabeça no
lugar quando sua mente estava saltando para frente e para trás entre manter
Gwen segura e se preocupar e desejar Natasha?

— Chegamos. — Anunciou o motorista, antes que pudesse dar


uma resposta.

Uma vez na rua, Wyatt fez sinal para que ela se afastasse para o lado da
entrada do hotel. — Um segundo, eu tenho que avisar meu pessoal que
estamos entrando antes de subirmos.

Ela arqueou uma sobrancelha. — Como você achou que me encontraria


na festa?

Sua mão pousou sobre o iPhone. — Porque é onde eu estaria se


estivesse rastreando uma pista sobre o bastardo em Montreal.

— Grandes mentes.

— Você certamente tem uma. — Ele levou um segundo para se permitir


a ideia de que ele e Natasha poderiam trabalhar juntos em uma base regular,
ou ele iria apenas passar mais do que suas poucas horas padrão sozinhos.
Sua avó costumava dizer ‘Encontre uma senhora que faça você se sentir
como o sol depois de um dia chuvoso’. Ele adotou uma abordagem mais literal
às palavras dela e escolheu a Califórnia como protagonista, onde o sol era mais
abundante do que em Londres. Mas diante dessa mulher brilhante, talvez ele
finalmente entendesse o que sua avó queria dizer.

— Você está bem? — Dedos delgados contornaram a lateral de seu


braço com tinta.

Ele limpou a garganta e piscou para sair de seu estupor. — Sim. —Um
aceno extra para garantir que ele fosse tão verossímil quanto a linha telefônica
conectada. — Estamos do lado de fora. — Anunciou ele a Harper enquanto
Natasha tirava a mão de seu bíceps.

— Você a encontrou. AJ me deve vinte. — Harper deu uma risadinha. —


Ele pensou que você voltaria sozinho. Estou me preparando para repetir os
feeds agora.

— Obrigado. Chego logo. — Ele enfiou o telefone no bolso de trás. —


Iremos primeiro para o meu quarto, então Harper irá fazer um loop nos feeds
de segurança para esconder o fato de que estamos saindo para chegar à
minha equipe.

— Pensamento inteligente.

— Se ele está te observando, é melhor que ninguém conecte você ao


meu time.

— Mas você acha que está tudo bem estarmos juntos? — Ela estava de
costas para o revestimento de tijolos do hotel, e ele queria se inclinar para beijá-
la novamente. Para sentir o sol e fugir da chuva.

— Acho que vamos ter que manter o fato de que somos velhos
amantes. Tenho certeza que ele não vai acreditar, mas para o bem de todos
os outros no evento, a história de capa deve funcionar. — Ele pressionou a
palma da mão no prédio por cima do ombro e inclinou a cabeça.

Uma exalação trêmula guiou seus olhos para sua boca amenamente. —
Bem, eu sou muito bom em tradecraft. Eu posso acompanhar a atuação, se
você puder. — Foi como se as palavras dela tivessem se estendido e tocado
fisicamente, e quando seus olhares se encontraram, ele viu a cor das joias da
família de sua mãe nos olhos de Natasha. Um verde quase cristalino.

— Eu nunca tive que beijar em uma missão antes. — Um gole quase


audível se seguiu.

— Nem eu. — Palavras leves como uma pena o fizeram mergulhar o


rosto mais perto do dela.

— Você era uma pessoa natural de volta ao clube. — Aqueles olhos


verdes expressivos permaneceram conectados com os dele, continuando a
atraí-lo.

— Não sei, talvez precise de mais prática.

— Certo. — A mão livre de Wyatt segurou sua bochecha. — Para ajudar


com a história de capa.

— Para a capa. — Ela murmurou então se pressionou na ponta dos pés


para fechar o espaço entre eles.

Um toque suave dos lábios se transformou em algo mais quente. Mais


profundo. Línguas se tocando. Mãos percorrendo.

Mas merda. Suas pernas estavam congelando. Nua por baixo da saia.

Levou toda a sua energia para afastar sua boca da dela depois de seu
beijo longo e sensual. — Devíamos aquecê-la.
Ela sorriu quando ele tirou as mãos da parte externa das coxas, onde a
segurava, fazendo o possível para não deixar as mãos deslizarem por baixo da
saia. — Diz o cara que nem está de paletó.

— Confie em mim, agora estou muito quente. — Ela tinha seu sangue
aquecido, pelo menos. Mas ele queria tirá-la do frio antes que ela perdesse a
sensibilidade nas mãos, então eles entraram em casa.

Levaram alguns segundos para entrar no elevador e, antes mesmo que


percebesse o que estava fazendo, ele a segurou contra a parede com a boca
apertada contra a dela.

Ele não deu a mínima se esta cena exata foi repetida e reproduzida na
filmagem de segurança que Harper estava ocupado criando. Ele nem se
importou se os meninos estavam lá em cima olhando para eles e foi difícil para
ele depois.

Em seus braços, ela fez o resto do mundo desaparecer.

Havia mais sentimento embalado em seu beijo do que jamais houve com
outra mulher.

Ele não podia explicar o que diabos estava acontecendo entre eles, mas
talvez se eles tivessem mais tempo para pegá-la, ele teria a coragem de
decifrar os sentimentos estranhos que experimentava quando ela estava por
perto.

Se tivesse sorte, poderia ficar ao sol por mais de algumas horas antes
que a tempestade iminente os atingisse e os separasse novamente.

— Nós somos o e dela. — Suas palavras vibraram contra sua boca.

Ele se forçou a recuar, fez o possível para ajustar seu pau enquanto ela
reprimia uma risada com a visão, então eles foram para o corredor e deram
uma rápida esquerda para chegar ao seu quarto.
Assim que a porta de sua suíte foi fechada, ele a encarou no
saguão. Uma pequena lacuna de espaço existia entre eles - as costas dela
para a parede, as dele contra a porta.

Sem olhos neles. Não há razão para beijar. Mas ele queria, e ele podia
ver em seus olhos que ela sentia o mesmo.

— Além do casamento, o Knight continua nos unindo. — Ela disse sua


voz suave. — Eu o odeio mais do que qualquer pessoa que já encontrei, mas
o fato de que eu posso te ver a cada poucos anos... não é tão ruim. Mesmo
quando você me prende em um cinto e me força a voar em uma corda
pendurada em um helicóptero.

— Você finalmente me perdoa por isso?

— Você me salvou. Acho que posso perdoar o fato de ser refém em uma
bela ilha. — Seus lábios provocaram um sorriso lindo quando ela deixou cair a
mochila no chão, e ele interpretou isso como um sinal para se mudar.

Em dois passos, ele a tinha apoiado contra a parede, as pernas em volta


de seus quadris e as pontas dos dedos enterradas na carne de suas nádegas.

Sua língua combinava com cada golpe dele. Ambos estavam loucos de
necessidade. Bêbados de luxúria que eles deixaram insatisfeitos por
oito malditos anos.

— O que estamos fazendo? — Ela perguntou entre beijos famintos.

— Praticando nossa história de capa, lembra? — Ele a segurou presa à


parede, e quando seus lábios viajaram de sua boca para a pele sensível ao lado
de seu pescoço, suas unhas curtas se cravaram em suas costas. — Seu cheiro
é tão bom. Como café e baunilha. — Era o cheiro mais sexy que ele já respirou.

— Chama-se Black Opium. — Ela sussurrou.


Ele arrastou os lábios até a orelha dela. — Sim, bem, com certeza é
viciante. — Ele queria lamber, beijar e provar cada centímetro dela. Arraste os
dedos de sua bunda até seu clitóris e veja o quão molhada ela estava para ele.

Mas seu celular começou a vibrar e, como sempre, ele foi bloqueado pelo
chamado do dever.

Quando Natasha abaixou os pés no chão, Wyatt a manteve enjaulada,


suas mãos pressionadas contra a parede sobre seus ombros. — Estamos
sendo convocados.

Ela piscou como se estivesse tentando afastar a luxúria em seus


olhos. — Nós nos distraímos, eu acho.

— Fácil de fazer perto de você. — Ele admitiu.

Ela fechou os olhos e respirou fundo. — E há algo que eu ainda não disse
a você.

— Que é? — Ele perguntou sua voz quase vazia.

— Eu estava trabalhando em um caso em Moscou e...

— Hack de instalação de armas. Eu sei.

— Você faz? — Seus olhos se abriram de surpresa.

— Sim, e você o rastreou aqui.

Ela assentiu. — E eu encontrei o local exato que ele queria que eu


encontrasse. Havia uma câmera de vigilância, um telefone e uma peça de
xadrez esperando por mim.

— O que? — Ele se afastou da parede e baixou as mãos para os lados,


as palavras dela um zumbido eficaz. A imagem mental dela sendo sequestrada
e torturada o atingiu com um golpe intenso.
— Ele me ligou. Ele me trouxe aqui para reiniciar seu jogo.

— Ele poderia ter matado você. — A preocupação quebrou suas


palavras ao meio. — Ele poderia ter estado lá. Você sabia disso, mas ainda
assim foi.

Ele sabia que ela era teimosa e determinada, mas ela desejava morrer?

— E o que você teria feito? — Uma voz agora sem desejo. O experiente
oficial da CIA havia retornado. Aquela mulher gritando sua fúria para ele
enquanto pendurada em um helicóptero na Argélia estava diante dele.

— Eu não teria entrado sozinho.

— Eu não tive escolha e não sabia que você estava na cidade.

Ele se encostou na parede e encostou a parte de trás da cabeça nele,


desejando que seu batimento cardíaco voltasse ao normal. — Meu pessoal
também sabia sobre o prédio, mas estávamos organizando um plano para
evitar sermos identificados caso ele tivesse o local sob vigilância. Ou seja,
eliminado por um franco-atirador na vigilância. — Possibilidades horríveis
continuaram a atingi-lo a torto e a direito. — Ou explodido para o inferno com
possíveis cargas de térmite definidas.

— Estou feliz que você não se envolveu. Ele não teria hesitado em matar
seu povo. — Ela se importava com ele, mas onde estava a preocupação com
sua própria segurança?

— Você tinha certeza de que ele a deixaria viva?

Olhos verdes flamejantes encontraram os dele. — Estou caçando esse


bastardo desde antes de você e eu nos conhecermos na Argélia. — Uma
mordida lancinante de raiva cortou seu tom. — Eu não sou uma idiota. Eu sabia
que ele não iria me matar. — Com a bolsa de volta na mão, ela se virou para a
porta.
— Droga, não foi isso que eu quis dizer. — Ele gentilmente agarrou o
braço dela, e ela ficou imóvel. — Eu sei que você não é estúpida, mas me deixa
um pouco louco pensar em você aí sozinha e bem onde ele a queria... na palma
da sua mão.

— Então eu acho que é uma coisa boa eu não estar mais sozinha. —
Palavras mais suaves o encontraram desta vez. — Nós, hum devemos ir nos
encontrar com seu povo.

— Há algo que preciso dizer a você também.

Ela lentamente se virou para encará-lo, a preocupação gravada como


uma linha tensa cruzando sua testa.

— Você deve saber a verdade sobre mim. — Ele recebeu permissão do


Comandante em Chefe para fazê-lo, o que removeu o fardo da culpa por
revelar sua identidade como Eco Um para uma unidade de elite de SEALs
secretos. — Eu trabalho diretamente para o presidente e, assim que o
secretário de Defesa for nomeado, parece que vou trabalhar para o seu
pai também.
Ele queria a filha do almirante. A filha do futuro secretário de Defesa,
nada menos.

Na verdade, era mais do que querer. Era uma necessidade que o


percorreu a uma velocidade quase imparável. Nem mesmo sua determinação
obstinada e política fixa sobre permanecer solteiro poderiam bloquear seu
desejo por ela.

— Onde está o resto da equipe? — Eles estavam dentro da suíte de


Harper no hotel depois que ele revelou a verdade sobre seu trabalho para
Natasha, e a equipe Echo não estava à vista.

Harper sentou em sua cadeira giratória na escrivaninha da sala de estar,


e seu olhar se moveu para Natasha parada em silêncio ao lado dele. — Eles
estão dormindo. Eu não acho que precisávamos deles aqui agora, de qualquer
maneira. — Ela se levantou e caminhou para cumprimentar Natasha. — Já faz
um tempo. Você lembra de mim?

— Harper. — Natasha sorriu e largou a bolsa. Um aperto de mão firme


entre dois operativos durões em vez de um abraço. — Ouvi dizer que você
entrou no setor privado, mas acho que nunca saiu realmente, não é?

— Mais como uma transferência. — Harper acenou com a cabeça para


Wyatt. — E parece que Wyatt teve a chance de te informar sobre o que
realmente fazemos.

— Sempre me perguntei por que você deixou a Agência. Eu imaginei


você para uma vida como eu. — Ela disse.
Natasha entrou no modo operativo. Fazendo um rápido tour pelo
seu centro de comando temporário e, provavelmente, catalogando cada
detalhe. Havia 1.000 pés quadrados, que incluíam o quarto à direita.

Apenas uma cama, na qual Harper dormia, mas a suíte era grande o
suficiente para servir como centro de comando enquanto estivessem na
cidade. Era difícil enfiar um bando de militares em um quarto de hotel pequeno
e único, então o dinheiro valeu a pena.

— Parece que esse show paga melhor do que o meu. — Brincou Natasha
enquanto dava uma olhada na Victoria Square fora das janelas de dois andares.

— Somos em sua maioria autofinanciados. — Explicou Wyatt. — É um


dos benefícios de dirigir Scott & Scott. Ganhamos um dinheiro decente lá, e
isso ajuda a pagar operações como essas.

— Isso é muito altruísta de todos vocês. — Seu foco voou na direção de


Harper, que agora estava de volta à mesa.

Wyatt ficou no meio da sala para que pudesse olhar para frente e para
trás entre as duas mulheres. — Natasha foi para a fábrica hoje. — Ele deixou
cair a notícia como se estivesse rasgando uma bandagem, querendo acabar
com isso, sem olhar para se enredar com ela sobre uma decisão que ainda
fazia seu coração palpitar. Ele confiava em seus instintos, sim, mas isso não o
fazia se preocupar menos com ela.

— Você fez o que? — Harper lançou-lhe um olhar penetrante.

— E você não teria feito o mesmo? — Natasha desafiou com um sorriso


astuto, depois apontou para a mochila que deixara ao lado da porta ao entrar
no quarto. — Havia uma câmera, modem e roteador lá. Um telefone e uma
peça de xadrez também. Está tudo na minha bolsa.

— Este hacker antecipou que você iria aparecer. — Os lábios de Harper


se apertaram.
— Esse hacker é o Knight. — Resmungou Natasha, claramente frustrada
por ter sido questionada nos últimos dezesseis meses sobre suas crenças
sobre esse fato. Ela piscou algumas vezes. — Mas, hum o que trouxe sua
equipe aqui? Foi o hack da instalação de armas? Ou o outro hack, aquele que
não conheço porque saí de férias?

— Como você sabe sobre outro hack, então? — Harper inclinou a


cabeça para o lado. — Não foi tornado público. Ainda não, pelo menos.

— O Knight. — Disse ela, adicionando um pouco mais de mordida em


seu tom. — Conversamos um pouco sobre o iPhone que ele deixou para mim
hoje. Ele me disse que houve dois hacks recentemente.

Wyatt enfiou as mãos nos bolsos de trás. — O segundo hack é aquele


que chamou nossa atenção.

— Não tenho certeza se você viu nas notícias sobre o especialista em


segurança americano morrendo em um acidente de helicóptero em Svalbard?
— Harper pegou seu laptop e sentou-se ao lado de Natasha. — Ele foi
sequestrado e levado para Pyramiden.

— Você está dizendo que o Knight estava envolvido? — Seus olhos


verdes se ergueram e deslizaram direto para Wyatt.

— Ou um imitador. — Harper soltou casualmente, e Natasha pareceu


ignorar suas palavras, sua atenção permanecendo em Wyatt.

— Ele deve ter feito isso para chamar minha atenção. Ele basicamente
se confessou para mim hoje.

Wyatt observou enquanto a culpa cruzou o rosto de Natasha. Culpa


pela morte de Roland Nilsson. — Não. — Foi tudo o que ele disse, sabendo
que ela o entenderia.

Harper pigarreou como se quisesse redirecionar a atenção deles. —


Originalmente, acreditava-se que o Svalbard Global Seed Vault era o alvo, mas
descobriu-se que o Pionen Data Center na Suécia foi hackeado. Um dos
especialistas em segurança do Cyber X, Roland Nilsson, foi torturado para
obter informações, pelo menos é o que presumimos que aconteceu antes de
ele ser morto. Não tenho ideia do que, se alguma coisa, ele disse a eles. Os
homens que fizeram isso foram contratados no Dark Net. Ainda estamos
tentando rastrear o pagamento, mas conseguimos fazer um ping de um local
para a fábrica aqui.

— Nós sabemos o que foi roubado do data center durante o hack? O


que o Knight estava atrás? — Natasha perguntou.

— Ainda estamos tentando fazer os suecos falarem, mas enquanto


estávamos a caminho para cá, Jessica conseguiu ouvir algumas conversas. —
Harper começou seu tom firme. — Parece que era uma conta virtual
pertencente a uma pessoa e não a uma empresa ou organização. Quanto a
quem pertencia e o que foi roubado, ainda estamos trabalhando para
descobrir.

Wyatt olhou para as janelas bloqueadas pelas cortinas do chão ao teto,


uma cor cinza prateada preenchendo sua linha de visão. Ele não conseguia
parar de pensar na possibilidade de sua filha ficar presa nos fios de cabelo
dessa loucura - o perigo em que ela poderia estar. Um latejar surdo e dolorido
floresceu em seu peito, e sua mão moveu-se para o coração.

— Obviamente, eu não trabalhei no caso quando estava de volta à


Agência. — Harper falou. — Mas o diretor da CIA Spenser forneceu a Jessica
Scott todos os arquivos do caso desde o final de vinte e quinze, quando The
Knight pela primeira vez apareceu no radar. O que não foi mencionado é o
nome da fonte de quem descobriu a localização do The Knight na Romênia. Foi
redigido.

— Depois que os arquivos da CIA foram roubados por The Knight em


vinte e dezoito, eu não podia arriscar ter o nome da minha fonte listado em
qualquer registro. — Natasha respondeu.
— E como você encontrou essa fonte? — Wyatt enfrentou a sala e
endireitou as pernas, firmando sua postura enquanto esperava que ela
compartilhasse informações. A dor em seu peito permaneceu então ele
continuou aplicando pressão com a palma da mão.

— Minha fonte, Jasper Kenyon, foi emprestado pelo MI6. — Respondeu


Natasha. — Foi um grande momento, convencê-lo a nos ajudar, dado o que
aconteceu aos meus agentes em vinte e dezoito, mas ele é um dos melhores
hackers do mundo. Possivelmente melhor do que O Knight, já que ele
conseguiu localizá-lo na Romênia.

— E ele é britânico? — Uma suposição decente se o MI6 tivesse as mãos


sobre ele.

— Sim. Ele se meteu em muitos problemas ao expor segredos da


Câmara dos Lordes, entre outras coisas. Uma espécie de denunciante. — Os
olhos de Natasha vagaram em sua direção. — Seu apelido online era The
Smoking Gun. Ele ficou conhecido por fornecer as melhores evidências para
derrubar líderes corruptos - o tipo de coisa infame 'arma fumegante' de
Sherlock Holmes.

— Então, um hacker de chapéu branco que irritou os nobres? — Harper


esclareceu.

— Exatamente, mas suas táticas ainda eram ilegais, e foi assim que o
MI6 conseguiu adquirir seus talentos. — Explicou Natasha. — Ele trabalhou no
caso comigo por cinco meses antes de rastrear O Knight até a Romênia.

— Mas quando nosso pessoal apareceu, ele explodiu a casa. — A


memória de sua equipe se preparando para infil veio à mente. A explosão
mandou seus caras voando. Eles tiveram a sorte do seu lado naquela noite, já
que ninguém no Echo se machucou, exceto as queimaduras por
ter entrado para tentar tirar o alvo.
— Se ele tivesse sua casa equipada com explosivos, ele já teria partido
muito antes de detonar. Ele nunca escolheria sair dessa maneira. Teimoso
demais. — Ela provavelmente tinha passado pela operação da Romênia ainda
mais do que ele, o que a levou a acreditar que O Knight não morreu naquele
dia. — Acho que ele pagou a um oficial romeno para dizer que um corpo foi
encontrado para esconder o fato de que ele ainda estava vivo.

— Talvez, mas e se ele não estivesse esperando nossos caras? É


possível que ele tenha entrado em pânico. Talvez apertou o botão mais cedo.
— Harper estava claramente bancando o advogado do diabo, ainda sugerindo
que O Knight estava morto e que eles estavam lidando com um imitador em
Montreal. — Ou outra pessoa hackeado seu fail-safe e foi um assassinato?

— Isso é possível? — Mas então, ele sabia de carros sendo hackeados


remotamente, por que não uma casa equipada com térmite?

— Que tal uma configuração? Alguém sabia que nossa equipe estava a
caminho, e eles esperaram que vocês aparecessem para explodir o lugar. —
Harper lançou outra possibilidade enquanto se levantava, e Natasha,
surpreendentemente, permaneceu bastante estável desta vez durante a linha
de perguntas de Harper.

— Se fosse esse o caso, e outra pessoa o quisesse morto e todas as


evidências destruídas, quem mais sabia sobre o local? — Wyatt perguntou.

Além do pessoal de Natasha e da fonte, apenas a equipe de Wyatt tinha


sido lida sobre os detalhes confidenciais da operação.

— Você está sugerindo um trabalho interno? — Uma repentina


expressão de insulto cruzou o rosto de Natasha. — Eu nem sabia que a
operação tinha acontecido até depois do fato. Ninguém o fez, exceto
o presidente e seu povo, pelo que parece.
— E quanto a Jasper? — Harper perguntou antes que Wyatt pudesse
responder. — Ele deu a você a localização. Ele tem alguma razão para querê-
lo morto?

— Jasper tem um longo histórico de derrubar pessoas más. Mas


assassinar? Não. — Natasha fechou os olhos e se sentou novamente. — Mas
Jasper está na cidade. Ele estava na festa hoje à noite.

— O cara com quem você estava conversando lá em cima logo antes de


descer? Não lembro o nome dele na lista de competidores. — O cara agarrou
sua jaqueta e passou por Wyatt antes de Natasha descer as escadas em
espiral parecendo um sonho momentos depois.

— Uma adição tardia. Hoje, na verdade. — Natasha explicou. — Fiquei


chocado ao ver o nome dele na lista quando entrei em Montreal mais cedo.

— Eu só me inscrevi hoje também. É melhor eu atualizar nossa lista de


concorrentes para o caso de haver outros anúncios atrasados. — Disse
Harper, e Natasha concordou com a cabeça.

— Mas sim, era Jasper na festa. E quando eu o confrontei, ele alegou


que decidiu entrar na competição pela recompensa, já que ficou sem fundos
enquanto estava escondido.

— Você está me zoando. — A mão de Wyatt caiu de seu peito em um


movimento pesado.

— Eu acho que Jasper está mentindo sobre porque ele está aqui. Ele diz
que o MI6 concordou em deixá-lo entrar na competição se ele
prometesse retornar a Londres depois. Mas ele deve saber que o Knight não
morreu naquele dia na Romênia, e é por isso que ele se escondeu. Ele está
preocupado que o Knight esteja atrás de sangue.

— E, no entanto, ele está disposto a se expor agora? — Wyatt balançou


a cabeça. — Isso não bate.
— Posso tentar entrar em contato com meus contatos no MI6 e ter
certeza de que ele está dizendo a verdade. — Propôs Harper. — Tem certeza
que não quer ficar de fora, entretanto? Já que você não está aqui com
autoridade operacional, não acha que seria melhor nos deixar cuidar das
coisas?

— O Knight matou pessoas de quem eu gostava pessoas que eram


minha responsabilidade mantê-las seguras. Eu não posso ir embora. Mas
também, ele me quer neste jogo doentio e distorcido, e se eu desistir, isso só
vai irritá-lo, e ele pode machucar mais gente inocente por causa disso. Então
não, eu não vou recuar. E eu prometo a você, Harper, este não é um
imitador. O Knight está vivo. — Natasha girou em direção a Wyatt. — Eu
deveria ir. Se ele está observando meus movimentos... —Uma súbita maldição
escapou.

— O que há de errado? — Ele se aproximou, mas resistiu a agarrá-la


com os olhos de Harper neles.

— Eu pintei um alvo em você esta noite, sem nem mesmo pensar. — Ela
começou quando seus olhos viajaram lentamente até o rosto dele. — Isso não
é típico de mim. Achei que faria sentido para todos na festa pensar que você
era um amante do passado. Mas, quer o Knight acredite ou não na história de
capa, ele ainda pode vir atrás de você para tentar chegar até mim.

Wyatt agarrou seus braços, decididamente sem se importar que Harper


estivesse olhando, e ele gentilmente agarrou seus bíceps.

— Não há chance de ele identificar você da operação na Romênia,


certo? — Natasha perguntou antes que ele pudesse falar.

— Não, ele não seria capaz de me reconhecer. E não estamos


oficialmente trabalhando para o presidente, então se ele hackear um servidor
do governo, ele encontrará um SEAL aposentado. — Acrescentou ele, na
esperança de tranquilizá-la.
— Mas ele é bom. — A preocupação encheu os olhos de Natasha.

— Sim, e mesmo que o Knight esteja vivo, ele comprou um software de


reconhecimento facial na Dark Net para tentar colocar um nome no rosto de
Wyatt enquanto estamos aqui, bem, nós temos isso coberto. — Harper
acrescentou um aceno confiante. — Isso é o que fazemos.

— E, além disso, a última coisa que você precisa fazer é se preocupar


comigo, eu prometo. — Ele disse com toda a sinceridade. — E se ele vier atrás
de mim, estarei pronto.
— Você não precisa passar a noite no meu hotel. Ele não vai me
machucar. Ainda não, pelo menos.

O hotel de Natasha era na Velha Montreal, a área histórica da cidade que


remonta aos primeiros colonizadores franceses e ainda impregnada de sua
influência. Galerias, cafés, boutiques e lojas gourmet foram instaladas em
edifícios históricos que datam do século dezesseis.

Eles andaram por ruas de paralelepípedos irregulares, o som de seus


passos um eco fraco da história em seus ouvidos, a arquitetura impressionante
fazendo-o sentir como se tivesse voltado no tempo. Quando eles se
aproximaram de seu hotel no que ela havia descrito como um cenário muito
pitoresco e romântico, e uma carruagem puxada por cavalos passou trotando,
Wyatt não pôde deixar de concordar. E ele nunca foi um romântico.

Dentro de seu quarto, o tema romântico continuou. Natasha comparou


aos sets dos filmes da Hallmark que ela confessou assistir. Aparentemente,
esses filmes forneciam uma distração bem-vinda do trabalho e impediam sua
mente de girar fora de controle na hora de dormir. Ele poderia pensar em
algumas outras distrações para colocar sua mente à vontade, no entanto.

Ele colocou sua mala de viagem no chão e se moveu mais para dentro
do pequeno espaço. Enquanto o hotel excessivamente caro dele era luminoso
e moderno, o quarto dela era aconchegante com toques aconchegantes. Era
escassamente mobiliado - uma cama preta de aparência antiga com edredom
branco contra uma parede de tijolos à vista, mesinha de cabeceira combinando
com uma pequena luminária de latão e um armário antiquado semelhante aos
dentro dos quartos da antiga casa de seus pais na Inglaterra. Ao contrário dos
hotéis mais modernos, as janelas do quarto eram realmente abertas.
Ela se agachou ao lado da cama e puxou uma pequena mala, em
seguida, abriu para revelar um fundo falso, expondo uma pequena caixa preta
escondida lá.

— Nós os temos em nossos quartos de hotel também. — Disse ele ao


ver a pequena luz verde no dispositivo piscando continuamente, indicando que
nenhum dispositivo de escuta estava presente.

— Eu não confio no Knight. Gosto de garantir que meu quarto


permaneça livre de qualquer intrusão por parte dele.

Wyatt bateu no relógio em seu pulso, uma vez que ela estava de pé
novamente. — Se alguém entrar na minha suíte recebo um alerta.

— Parece que seus gadgets são mais sofisticados do que os meus. —


Ela sorriu e jogou a jaqueta na cama. Seu moletom saiu em seguida. Seguido
por suas botas.

— Nós teremos você ficando comigo a partir de amanhã. — Não havia


muito espaço para os dois em seu quarto, e se ele ficasse neste espaço
apertado com ela por muito tempo, bem, Deus o ajudasse.

— Isso faz sentido.

Sem discussão. Ele quase ficou surpreso com isso.

De pé ao lado de sua cama com apenas uma saia, regata e meias, era
como se todos os caminhos levassem a essa mulher, e ele sabia disso. Podia
sentir. Talvez sempre tenha.

Mas desta vez, ele poderia ignorar isso?

— O almirante me deu ordens para mantê-la viva e fora da prisão, e eu


odiaria irritar aquele homem. — Um sorriso afetou seus lábios.
— Conhecendo papai, eu imaginei isso. — Ela se sentou na cama e tirou
o laço do cabelo, deixando sua massa de mechas douradas, com reflexos rosa,
cair sobre os ombros para emoldurar seu rosto em formato de coração.

Uma cama. E com em cima... — Vou dormir no chão.

— Eu não vou deixar você dormir nas madeiras. Não seja ridículo.

— A cama não pode ser mais que uma rainha. — Eles estariam muito
perto. A prática de sua história de capa pode se transformar em algo
real. Quem ele estava enganando? Nem uma única coisa que ele fez com ela
esta noite tinha sido uma atuação.

— Somos adultos. Tudo bem. Eu não trouxe nada sexy. Tudo algodão e
conforto. Não se preocupe.

Como se seus PJs serviriam como um campo de força para manter seus
pensamentos afastados? — E você é tão louca quanto linda.

— E você é tão direto quanto sexy. — Ela disparou de volta, sem perder
a cabeça.

— Eu acho que nós fazemos um perfeito. — Um perfeito o quê? Ele não


tinha ideia de onde diabos ele estava indo com isso.

Ela tossiu com o punho fechado, como se tentasse remover a tensão que
ele havia criado com sua sentença pendente.

— Você realmente acha que o Knight é ele, e podemos finalmente pegá-


lo? — Sua mente estava de volta onde deveria estar e não para onde seus
pensamentos tinham ido... sob sua saia.

— Por mais teimosa que você seja, sim, meu dinheiro é com você, não
ele. — Ele sempre colocaria suas apostas nela também.
— Você acredita em mim, certo? — Ela franziu o cenho. — Eu sei que
Harper não está muito convencida, mas...

— Ela foi queimada por alguém se passando por um imitador em uma


operação passada enquanto estava em Langley. Acho que ela está
extremamente paranoica agora. — Harper tinha algumas paredes erguidas,
assim como muitos dos caras das equipes. Ele teve que assumir que a
experiência dela na Agência, antes de entrar para a Equipe Echo, moldou quem
ela era - como não poderia?

— Oh, eu não conheço o caso dela quando ela estava na Agência, mas
posso entender como é ser queimado. O Knight é a prova disso.

Ele pressionou as costas contra a porta fechada do banheiro em frente à


cama muito pequena para os dois.

— Então, qual será o seu apelido? — Ela perguntou, talvez precisando


de alguma distração. — O que Harper vai preparar para você?

— Que tipo de homem seria o seu pseudônimo Heather?

— Ohhhh, ela não namoraria. — Sua provocação brincalhona fez seu


quadril ficar tenso.

— Então, com que tipo de homem ela dormiria? — Ele fez o seu melhor
para se abster de deixar cair a palavra com F, sabendo que o uso de tal
linguagem enviaria um sinal imediato para seu pênis saudá-la.

— Um menino mau. Alguém com tatuagens. Bonito, mas inteligente. Um


senso de humor. — Ela prendeu o lábio entre os dentes, adicionando um efeito
sensual extra antes de dizer: — Mas você servirá. — O humor dela se
desvaneceu rápido demais, e ele percebeu o motivo quando ela acrescentou:
— Se você quiser ficar de olho em Gwen, sugiro que seu pseudônimo também
esteja no campo cibernético.

Gwen. Minha filha. Nós provavelmente.


— Eu posso me manter nesse departamento. — Ele não teria sido capaz
de dizer isso no passado, mas depois de oito anos no Echo, ele fez seu quinhão
de trabalho cibernético, e Jessica tinha sido uma ótima professora. — Duvido
que esteja no seu nível, mas contanto que não precise entrar nessa
competição, estarei bem. — Ele acariciou a barba, que estava começando a
crescer desde que ele a raspou no mês passado. — Posso te perguntar uma
coisa?

— Claro. Se eu respondo ou não depende da pergunta. — Seu tom era


tão suave que era como se a lingerie de seda que ela alegou não embalar
tivesse acariciado sua pele.

Ele teve que tossir. Para limpar sua garganta. Para fazer algo
sangrento para colocar a cabeça no lugar. — Quando você entrou para a
agência?

— Essa é a sua pergunta? — O sorriso provocador que exibiu seus


dentes brancos o fez vacilar um passo para trás.

Conversa de trabalho. Era mais seguro.

— Em 2011. — Ela ficou. — Eu tinha 25 anos, acabado de terminar meu


doutorado em relações internacionais e não tinha certeza do que fazer da
minha vida, então pensei, por que diabos não tentar fazer algo onde eu possa
fazer a diferença - vá fora da minha zona de conforto?

Fora de sua zona de conforto? Como ele estava agora. — Então, eu


deveria estar chamando você de Doutora Chandler? Você é como uma versão
feminina do personagem de um romance de Clancy, hein?

— Não sou analista. — Seu sorriso se estendeu até seus olhos.

— Certo. — Ele inclinou a cabeça. — E você está feliz?

— Eu não tenho nenhum arrependimento.


— Mas você está feliz?

Um momento de silêncio pairou entre eles antes que ela dissesse: — Nas
noites solitárias... não.

Filmes de marca para preencher o vazio?

Seu estômago apertou, porque inferno, ele sentia o mesmo, sem os


filmes.

Ele queria fechar o espaço entre eles, para segurá-la, mas ele
permaneceu enraizado no lugar, em frente à porta do banheiro.

— Às vezes, tenho dificuldade em lembrar quem eu realmente sou.


— Um toque de melancolia encheu sua voz. — Separar da minha história de
capa para lembrar o que está por trás de tudo.

— E o que está por baixo? — Conseguir o nó em sua garganta foi mais


difícil com seus suaves olhos verdes fixos nele.

— Antes de me tornar uma fodona, eu era uma completo idiota. —


Honestidade, ele gostou. Inferno, ele adorou. — Não uma garota legal. Alguém
que diz a coisa errada na hora errada e depois quer se esconder
desajeitadamente em um canto. — Ela ergueu as duas mãos para o céu como
se dissesse, Mas ei, é assim que Deus me fez, tem que amar a si mesmo. —
Uma garota que não iria até um estranho em uma festa e o beijaria como eu fiz
hoje à noite, com certeza.

— Você beijou outro cara? — Ele inclinou a cabeça para o lado,


estudando esta mulher incrível. A luz irradiava dela como o sol. — Porque acho
que não me qualifico mais como um estranho. — Ela fez o movimento que ele
queria e fechou o espaço entre eles. — Estamos namorando. Bem, nossas
capas estão.

— Meu disfarce não namoraria, lembra?


— Certo. Apenas sexo. — Seus músculos ficaram tensos por reflexo. —
Então, quem eu conheci no casamento de Clara?

— Eu ainda era relativamente nova na Agência, então você


provavelmente percebeu uma pitada de mim estranha com uma pitada de mim.

— Tudo bem se eu me sentir atraído por todas vocês, não apenas por
uma parte? — Ele murmurou.

A expressão A verdade o libertará foi encontrada no


inferno. Compartilhar essas palavras com ela o fez se sentir como uma criança
de novo, quando ele se imaginava voando livre no céu como o
Superman. Antes do casamento sem amor de seus pais e das coisas de merda
que ele tinha visto no mundo se tornaram como a gravidade, pesando sobre
ele.

— Porque gosto da mulher que usava chinelos com o vestido formal e


que às vezes divaga. — Admitiu. — Mas eu também admiro o quão corajosa
você é. Como realmente corajosa. E como você não desiste, e é apaixonada
pelo que faz. Inferno, a maneira como você me amaldiçoou quando o Black
Hawk levou...

Ela fechou a distância e pressionou seus pés para juntar suas bocas, e
ele abaixou a cabeça para que ela pudesse alcançá-lo melhor.

Foi um beijo delicado no início, e ele apreciou cada golpe de sua língua,
cada beliscada e lambida suave. Ele a amava assumindo o comando do
momento. A confiança em suas ações era excitante.

Suas mãos se moveram de seu peito para a nuca. A necessidade


desesperada começou a assumir o controle de seus pensamentos - o desejo
apaixonado aumentando com cada passagem de seus lábios sobre os
dele. Com cada toque.
Mas ele teve que parar. Ele teve que sair do sol. Por enquanto, pelo
menos.

Ele afastou os lábios dos dela e segurou suas bochechas. — Eu quero


você mais do que posso expressar.

— Mas você está com medo de me machucar?

Seria um beco sem saída para ele, não seria?

Ele curvou a testa para ela, não pronto para soltar. — Porque acabei de
descobrir que provavelmente tenho uma filha e minha cabeça está uma
bagunça real.

Ela ficou imóvel em seus braços. — Você engravidou alguém? — E ela


certamente estava evocando imagens de uma mulher lá fora agora com seu
filho dentro dela - mas não, esse não era o caso.

— Eu fiz isso há mais de vinte anos.

Ele baixou as mãos e recuou os olhos abertos, o coração disparado


enquanto esperava uma resposta.

— Gwen. — Ela disse com a realização. — Você tem certeza? — Ela


procurou respostas em seu rosto.

— Charlotte me disse antes que há uma chance de ela ser minha. Liguei
para ela depois que vi o nome de Gwen na lista de concorrentes e descobri
que ela estaria em Montreal. — Ele se sentou na cama, largando seu peso no
colchão macio. — Mas no segundo em que vi a foto dela, eu sabia.

A mão dela foi para a perna dele, uma vez que ela estava sentada ao
lado dele. — Eu não sei o que dizer.

— Nem eu. — Ele colocou a palma sobre a mão dela. — Eu nunca quis
ser pai.
— Tem certeza de que ninguém mais sabe sobre isso?

— Além de contar a Arthur sua incerteza, Charlotte disse que nunca


contou a ninguém. Eu estava planejando vir a Montreal para ficar aqui com
você, mas quando descobri sobre Gwen, e que ela estava aqui,
simplesmente...

— Sobrecarregou você?

Ele olhou para ela e acenou com a cabeça. — Eu continuo me


preocupando com ela, continuo querendo você e minha cabeça está girando.

— Não consigo imaginar o que você está passando. — Sua doce


sinceridade o tocou no coração. — Mas posso prometer que vou ajudá-lo de
qualquer maneira que você precisar. Farei o que puder para impedir Gwen de
entrar na linha de fogo enquanto estivermos operando aqui.

Claro, ela diria isso. Porque ela era uma boa pessoa.

Ele deixou escapar um suave — Obrigado.

— Mas eu acho que você deveria contar ao seu povo. Acho que eles não
sabem.

— Não, eles não sabem. — A culpa o atingiu. — Eu posso dizer a eles


amanhã. — Ele soltou um suspiro profundo, em seguida, passou um braço em
volta das costas dela e puxou-a com força para o seu lado porque parecia certo
fazer isso. — Você deve saber que eu realmente quero você. — Ele deixou o
‘mas’ não dito, seguido por um milhão de elipses, pairar entre eles enquanto
calafrios cruzavam seu corpo. — Você é uma mulher incrível que merece um
homem que tem a cabeça no lugar, alguém que pode dar o que você precisa,
que pode estar totalmente presente no momento.

— Você me disse antes que estava me protegendo. — Ela


sussurrou baixinho. — Parece que você está tentando proteger meu coração
também.
A cama era muito pequena. Wyatt estava certo em se preocupar com
eles dormindo juntos.

Seu corpo esteve contra ele a noite toda. Cada vez que ele se mexia, ele
encontrava seu peito contra suas costas, ou seus seios esmagados contra seu
peito. Ele optou por manter suas roupas em vez de colocar o moletom e a
camiseta em sua bolsa, esperando que o jeans áspero fosse uma barreira
melhor entre seus corpos. Mas quando ela o acordou, gemendo em seu peito
como se estivesse sonhando com sexo, ele encontrou seu pênis
dolorosamente duro em suas calças, de qualquer maneira.

Era por isso que eles precisavam dormir em sua suíte, onde havia duas
camas. Ele ainda seria quase impossível de ser em torno dela sem desejá-la
sexualmente, mas a sua era uma tortura, francamente.

E que Deus o ajudasse, suas calças de algodão PJ eram finas e as


bolinhas rosa não faziam nada para impedi-lo de imaginar o que estava por
baixo. Era quase pior porque permitia que sua imaginação corresse solta com
maneiras criativas de tirar o pijama dela em menos de três segundos.

Algumas horas depois, quando o sol começou a nascer, a luz lentamente


se espalhando pelas janelas, Natasha parecia estar tendo um pesadelo. Ao ver
as lágrimas escorrendo pelo seu rosto, Wyatt decidiu acordá-la.

Ele a envolveu com força em seus braços, da mesma forma que sempre
desejou que sua mãe tivesse feito para confortá-lo depois de um pesadelo
quando ele era criança. Em um tom suave, ele sussurrou: — Está tudo bem. Foi
um sonho. — Ele acariciou suavemente sua cabeça e enfiou os dedos por seu
cabelo. — Eu tenho você. — Ele murmurou.
Um ou dois momentos depois, ela ergueu o queixo para olhar para ele,
seus olhos verdes brilhando enquanto ela murmurava. — Eu estava revivendo
suas mortes. Eu nunca sou capaz de pará-las.

O coração de Wyatt inchou, desejando tirar sua dor. Ele presumiu que
ela se referia aos membros de sua equipe que morreram que The Knight havia
assassinado em 2018.

Quando seu amigo Marcus, que uma vez foi Bravo Três, morreu, levou
muito tempo para a dor diminuir.

— Você conseguiu ajuda? Falou com alguém sobre isso? —Ele manteve
a voz baixa e suave.

Ela piscou para afastar o resto das lágrimas e assentiu. — Foi obrigatório
que eu fizesse terapia se eu quisesse operar novamente depois do que
aconteceu.

Ele manteve seu controle sobre ela, não pronto para deixá-la ir, não
preparado para perdê-la.

— Eu estava bem, mas acho que receber a confirmação de que ele ainda
está vivo trouxe todos esses sentimentos de volta. — Ela lambeu uma lágrima
de seu lábio. — Mas eu sou muito teimosa para ficar de fora, se você vai sugerir
como Harper fez na noite passada. — Ela alcançou entre o ajuste apertado de
seus corpos e colocou a palma da mão em sua mandíbula barbada. — Há uma
chance de eu não estar pensando tão claramente quanto deveria, no
entanto. É bem possível que você estivesse certo em gritar comigo por entrar
naquela fábrica sozinha, mesmo se eu soubesse que ele não me mataria.

Ele concordou com sua confissão, mas também confiou em seus


instintos. Ela sabia que o Knight não a mataria tão facilmente. O homem era
um bastardo insuportável e tinha um jogo para jogar.
— Acho que é por isso que fico um pouco confusa estando perto
de você. — Seus olhos se fecharam. — Você se sente bem. — Ela
sussurrou. — Mas também perigoso. — O lábio dela tremeu como se estivesse
lutando contra as emoções novamente, e isso o retalhou até o centro. —
Aparentemente, gosto de segurança, mas também de viver perigosamente. A
CIA contrata contradições andantes, e eu sou aquela garota.

— Eu te assusto? — Porque eu deveria.

— A maneira como você me faz sentir, mas também me faz sentir segura.
— Seu delineador da noite anterior estava ligeiramente borrado sob seus olhos,
e quando seus longos cílios se levantaram, suas íris verdes brilharam com
lágrimas não derramadas. — Eu sei que não estou fazendo absolutamente
nenhum sentido.

Ela estava errada.

Ela fazia todo o sentido para ele.

Porque ele sentia o mesmo.

Ela era o sol que ele nunca soube que ansiava e, ainda assim, ele se
apegava à familiaridade da chuva.

— Eu sinto muito. Você tem muito a fazer. E eu não quero falar sobre
isso. Você me disse ontem à noite que está lutando e...

— E você está lutando, também. Estamos no mesmo barco. — Seu


batimento cardíaco aumentou quanto mais perto ele trouxe seu rosto para o
dela. — Você não me deve desculpas. Na verdade, devo uma a você porque
não consigo colocar minha cabeça no lugar.

Porque por mais que precisasse ficar focado no caso, em manter Gwen
segura, ele não podia ignorar Natasha, ou como ela parecia acender algo
dentro dele que ele não conseguia nem começar a explicar.
— Vou fazer algo que nunca fiz. — Ela fechou os olhos como se tentasse
manter a determinação. — Vou seguir o exemplo de sua equipe neste caso.

— Você vai? — Esta não era a direção que ele esperava que a conversão
fosse, mas talvez fosse o melhor.

— Uma nova perspectiva e um novo par de olhos podem ser


valiosos. Trabalho neste caso há tanto tempo que me sinto perdida. E a última
coisa que quero é machucar o seu povo, porque não estou no estado
de espírito certo. — Suas pálpebras levantaram. — Se alguma coisa
acontecesse com você ou sua filha, eu nunca seria capaz de viver com isso.

Agora ele estava fechando os olhos, seu corpo ainda crescendo como
se ele estivesse preso no modo imagem-congelada.

Como ele sobreviveria ao constante estado de preocupação que


surgia em ser pai? O medo de que algo acontecesse com Gwen já era
insuportável.

Ele não queria filhos, ou se casar novamente, por muitos motivos. Mas
quase no topo de sua lista estava esse mesmo problema - como ele iria garantir
a segurança deles para sempre?

Como Arthur fez isso? E ele teve três filhos. A tatuagem na parte interna
de seu braço atraiu seus olhos e seu estômago queimou. Ele não foi feito para
isso.

Ele não jogou o E se? quando se tratava de sua equipe e suas


missões. Ele não pensou em morrer. Ele estava fazendo seu trabalho.

Perder um irmão foi difícil, mas como ele, eles eram guerreiros. Isso
machuca. Doeu inacreditavelmente quando um deles morreu. Mas essa foi a
vida que todos eles escolheram.

Tendo um filho, ou uma esposa, ele enlouquecia de preocupação


diariamente.
— Você está quieto. Você está bem? Eu chateei você? — A mão dela
conectou com o peito dele, onde o batimento cardíaco dele se agitou como um
cavalo selvagem chutando as pernas no ar de medo.

— Eu não posso. — Ele gaguejou como se ela tivesse uma ideia do que
estava acontecendo em sua mente. Ele saiu da cama e ergueu as mãos no
ar. — Eu simplesmente não posso.

Ela se sentou e apertou o lençol contra o peito, cobrindo-se como se


estivesse nua em vez de usar pijama. — O que há de errado?

Ele levou a palma da mão à boca, tentando desacelerar o pulso, para se


acalmar.

— Ei. — Ela deixou cair as pernas para o lado da cama, soltou o lençol e
caminhou até ele.

— E-eu não acho que posso fazer isso.

— Fazer o que? — Ela agarrou seu antebraço, forçando-o a tirar a mão


da boca.

— Ser um pai. — Ele balançou a cabeça, seu corpo inteiro tenso. Os


nervos esticando. — Só sei sobre ela há um dia e, de alguma forma, já sei...
— Ele levou as mãos aos quadris e abaixou a cabeça enquanto tentava ganhar
o controle, para não ser um covarde. Ele tinha que ser um homem. — Eu não
posso ser ninguém além do Echo Um.

— Wyatt. — Seu nome em sua língua deveria tê-lo acalmado. O som da


voz dela deveria tê-lo confortado, mas ele estava muito longe. Muito maluco
para fazer ou dizer qualquer coisa.

— Eu posso ser um atirador. Posso caçar e matar terroristas. — Ele


apontou para o peito, odiando o som áspero e áspero que vinha com suas
palavras. — Eu sei como fazer isso. — Ele abriu bem os braços enquanto ela
o encarava com olhos tristes. — Mas eu não sei como ser pai, ou como não me
preocupar com algo acontecendo com ela. — Seus braços caíram como
marcas de talho no ar. — E então há você. Tenho medo de machucar você. —
Ele se virou e pegou o celular da cômoda.

— O que você está sentindo é normal. Tudo isso é novo. Você não
precisa se sentir mal por isso. — Ela disse quando ele agarrou as botas e
calçou-as, sem se preocupar em amarrá-las.

— Eu preciso de um pouco de ar. — Ele foi até a porta e lançou um


rápido olhar para ela por cima do ombro. — Mas talvez seja eu quem não
deveria estar trabalhando neste caso.
Natasha não podia deixa-lo sair dessa forma. Seu coração parecia
quebrar a cada segundo, e estava claro que ele estava com raiva e chateado
consigo mesmo.

— Espere. — Ela resmungou enquanto se aproximava dele no corredor,


a palavra quase inaudível. — Por favor, pare. — Mais soco em seu tom desta
vez para fazê-lo ouvi-la.

Wyatt estava do lado de fora das portas do elevador, a cabeça baixa, as


palmas das mãos nos quadris. — Estou bem. Você não precisa tentar e...

— Mas eu preciso.

Ele a salvou de se sentir sozinha no casamento de Dale.

Ele se precipitou para resgatá-la na Argélia.

Ele literalmente atravessou o fogo tentando tirar o Knight vivo para ela na
Romênia.

E certamente houve dezenas de outros casos (provavelmente muitos


mais) que ela não conhecia em que ele agiu abnegadamente para ajudar os
outros. Então, sim, ela precisava fazer isso, porque ela se recusou a deixar este
homem se espancar.

Ficando a um passo de distância dele, ela se virou para o lado e apontou


para seu quarto, sabendo que eles não poderiam ter essa conversa no
corredor. — Volte lá agora. Eu não vou aceitar um não como resposta.

Ele resmungou algo baixo demais para ouvir, mas seguiu seu
comando. Uma vez que eles estavam dentro da sala com a porta fechada, ele
se virou para encará-la, um apelo silencioso em seus olhos para deixá-lo em
paz. Não vai acontecer.

Wyatt a prendeu no lugar com um brilho, sua íris era uma mistura
chocante de azul e titânio que roubou sua fala e fez seu coração disparar.

Sua respiração congelou em seus pulmões enquanto o silêncio pairava


no ar e enchia o espaço, criando uma pressão quase visível entre eles.

— Eu não fui feito para ser pai. E ela tem vinte anos. Ela já tinha um. Ela
não precisa que eu ocupe o lugar de Arthur.

— Isso é um monte de merda, e você sabe disso. E homens como você


não desistem e vão embora quando as coisas ficam difíceis.

— Sim, bem, talvez eu não seja tão forte quanto você pensa. — Se a
derrota fosse um rio transbordando, arrastaria os dois para longe.

Ela absorveu um pouco de sua dor, e seu tom estava trêmulo quando ela
sussurrou: — Isso não é verdade. — Com a palma da mão nos planos de seu
peito, os músculos duros sob seu toque, ela se atreveu a se aproximar. — Nós
nem mesmo estaríamos tendo essa conversa se você não tivesse um senso de
responsabilidade para com ela.

— Você acha que ela quer um pai que só fique por aqui por honra ou por
senso de dever? — Ele desafiou.

— Você só está com medo. Você coloca sua vida em perigo o tempo
todo para salvar estranhos. Você faz isso sem nenhum agradecimento
depois. Mas saber que Gwen é seu sangue torna isso pessoal. Isso muda as
coisas. Ela não é mais uma estranha, e se algo acontecer... — Ela respirou
fundo e soltou. — Ficar longe deste caso e de uma criança que você nem teve
a chance de conhecer não mudará o fato de que ela é sua filha. Isso não fará
com que qualquer mágoa, raiva ou frustração que você esteja sentindo vá
embora.
— Seu psiquiatra te ensinou isso? — Ele estava
intencionalmente batendo nela com um jab de esquerda verbal, na esperança
de deixar uma picada, mas não funcionou. Ela era mais forte do que isso.

E ela entendeu sua necessidade de lutar. Para manter a guarda


erguida. Ela fez o mesmo quando foi ordenada a ir para a terapia. Ela não
queria aconselhamento educacional então, apenas vingança.

— Quando meu irmão quase morreu, eu nunca me arrependi de ser sua


irmã, embora a angústia me causasse dor. Quando o Knight mandou
assassinar a maior parte da minha equipe, nunca me arrependi de meu
relacionamento com eles ou por chorar por causa deles. — Seus olhos
queimaram com lágrimas enquanto ela revivia as tragédias. — Você não
entende isso? Ela ainda será sua filha. Você não pode mudar isso fingindo que
ela não existe.

— Passei vinte anos sem saber que tinha uma filha. — Sua respiração
acelerou e seu olhar ficou tenso. Com cada arfada de seu peito, ela o
testemunhou lutando com seus próprios demônios pessoais. Às vezes, a
batalha mais difícil de lutar era contra você mesmo, e ela sabia disso muito
bem.

Wyatt não estava apenas com medo de perder Gwen, ele estava com
raiva por já ter perdido vinte anos de sua vida.

— Talvez a mãe dela estivesse certa em mantê-la longe de mim. — Mais


raiva dirigida a si mesmo.

— Você não quis dizer isso. — Disse ela, mantendo a voz suave.

Sua mandíbula se apertou. — Você estava certa em nunca me


procurar. Para não...

— Não, eu só estava com medo, como você está agora. — Ela lutou
contra o tremor em seu tom o melhor que pôde. — Eu estava com medo de
me apaixonar por você. Não estava preocupada que você me deixasse no altar
como Dale, mas que você... — Sua garganta ficou grossa, as palavras presas
dentro dela. A verdade era inquietante. Uma verdade que ela ainda não tinha
enfrentado.

Ele se inclinou. — Diga. — Suas palavras foram quentes e se espalharam


em seu rosto. — Você estava preocupada que eu morresse.

— Não. — Ela se apressou. — Dale era fuzileiro naval, mas eu ainda ia


me casar com ele.

— Aposto que você realmente não o amava. E isso foi antes da Agência,
antes de você descobrir como o mundo pode ser bagunçado. —Suas mãos
escorregaram da parede como se percebendo a implicação de suas palavras,
com a sugestão de que poderia haver amor entre eles no futuro.

— Não dê as costas para Gwen. — Ela teve que se concentrar em por


que eles estavam tendo essa conversa para começar. — Ela precisa de você.

— E como você saberia? — Ele levou as mãos aos quadris.

— Porque aos trinta e cinco anos ainda preciso do meu pai, mesmo que
nunca admita para ele.

— Sim, bem, ela tinha um pai, e ele morreu muito jovem. — Ele caminhou
até a janela e trouxe a palma da mão para fora da moldura, embora sua visão
estivesse obstruída por cortinas pretas. — Meus homens vão mantê-la segura,
mas eu não deveria ficar aqui. E se minhas ações a matassem?

— Você é um herói e...

— Eu não sou. Sou apenas um cara fazendo seu trabalho.

Ela caminhou até ele e levou a mão às costas dele. — Os pais costumam
ser heróis aos olhos dos filhos. Militar ou não.
— Meu pai não era um herói. — Ele falou, pegando os olhos dela por
cima do tênis.

— Mas você é. — E não havia dúvida em sua mente. — Talvez você e


eu não nos conheçamos muito bem, mas eu respeito você. E quer você queira
ou não, eu me importo com você. Por favor, escreva o que estou dizendo.

Ele se virou lentamente, seus olhos mais suaves agora enquanto olhava
para ela. — Tash.

Seu apelido a levou de volta à conversa no Colorado. — Então, é 'Tash'


de novo?

— Depois de tudo que acabamos de falar, e você me colocando no meu


lugar enquanto usava aquele pijama de bolinhas, sim, você é a Tash para mim.
— Agradecidamente, seu tom foi atado com muito menos raiva agora. —
Preciso contar à equipe e ver o que eles dizem, e vou deixá-los ligar para saber
se me querem aqui ou não.

— Ok. — Ela concordou. — Mas, como agora estamos trabalhando


juntos, você conhece meu voto.

As costas de sua mão acariciaram sua bochecha antes que seu polegar
contornasse seus lábios entreabertos.

— Qual versão de você eu peguei agora? CIA Natasha ou...? — Ele


enfiou as duas mãos nos bolsos.

Ela encolheu os ombros. — Eu acho que você tem tudo de mim.

Um pequeno sorriso de rendição encontrou seus lábios. — Do jeito que


eu gosto de você.
Natasha havia tomado banho e se trocado antes de partirem para o
hotel. Wyatt permaneceu quieto na maior parte. Ela lhe ofereceu o uso de seu
chuveiro, mas ele recusou e resmungou algo sobre como ficar nu enquanto ela
estava no quarto ao lado provavelmente soltaria seus parafusos novamente, e
ele estava, aparentemente, ainda tentando prendê-los de volta ao lugar.

Ela escolheu manter seu apelido de Garota Hacker no lugar, vestindo


jeans combinados com um top branco sob um capuz rosa com o logotipo do
grupo de hackers Anonymous costurado nas costas do moletom. Uma trança
lateral ampla e seu Dr. Martens para completar o visual.

Uma vez na suíte de Harper, Wyatt apontou com o polegar em direção a


quatro caras musculosos que estavam em sua entrada. — Acredito que você
conheceu todo mundo na Argélia. Vou deixar vocês se conhecerem enquanto
pego um café para nós.

— Equipe Echo, hein? — Na noite anterior, quando Wyatt deu a ela uma
breve explicação sobre seu trabalho ultrassecreto, ele disse que havia dez
caras no total, e era a equipe Echo em Montreal.

— Este é o Capitão América. — Um cara com sotaque sulista passou o


braço em volta do homem que de fato a lembrava do super-herói do filme. Ela
podia ver uma semelhança no rosto. Corpo também.

— Eu sou Chris, e AJ se acha hilariante. — Depois de um rápido aperto


de mão, Chris se jogou no sofá secional e esticou as pernas de jeans,
colocando os pés na mesa de centro.

Seu olhar se moveu para o cara à esquerda de AJ, o homem que tinha
sido um estraga prazeres na manhã em sua vila em Ibiza, interrompendo ela e
Wyatt quando eles estavam prestes a fazer sexo.
— Finn, certo?

— Veja, eu deixei uma impressão. — Finn apertou a mão dela, então se


sentou do outro lado do sofá em forma de L, suas linhas modernas um
complemento adequado para as pinturas azuis e roxas de Picasso dispostas
na parede acima dele.

— Claro irmão. — AJ inclinou a cabeça para o último cara na sala. —


Isso é Roman. Ele é o quieto. — Fiel à descrição de AJ, Roman silenciosamente
apertou a mão dela e sentou-se ao lado de Harper na mesa.

— E graças a Deus, temos alguém como ele para compensar o resto


desses comediantes. — Harper se virou em sua cadeira para encarar Natasha
com as palmas das mãos abertas. — Bem-vinda ao circo.

Natasha sorriu quando seu foco disparou para Wyatt vindo em sua
direção armado com duas canecas. — Obrigada. — Ela engoliu o café nas
mãos e ele inclinou a cabeça antes de se retirar para a parede de janelas do
outro lado da sala.

— Obrigada a todos por estarem aqui. — Os caras provavelmente


esperavam que ela desse o pontapé inicial, certo? — Acho que ter sua equipe
aqui vai oferecer uma nova visão sobre o caso. Vai ser bom trabalharmos
juntos.

— Estamos felizes em fornecer uma assistência. — Harper sorriu. —


Além disso, não é que eu não confie em seus instintos sobre o Knight estar
vivo... Quer dizer, você está trabalhando no caso há anos, mas eu só precisava
tirar minhas próprias conclusões sobre isso.

— Eu estava um pouco nervosa ontem à noite, me desculpe. — Natasha


se desculpou. — Por dezesseis meses, disseram-me para abandonar este
caso. Acho que posso ficar na defensiva.
— Ah, vocês precisam se abraçar? — AJ sorriu, e Wyatt ia tirar o sorriso
espertinho de seu rosto.

— Mas, só para você saber. — Harper disse, ignorando AJ. — Eu


comparei o código de alguns dos hacks anteriores do The Knight, e é
idêntico. Poderia ser um hacker muito bom imitando ele? Sim, mas duvido
muito que haja alguém que possa.

— E isso significa que estamos oficialmente operando sob a noção de


que estamos lidando com o verdadeiro Knight? — Perguntou AJ.

— Acho que sim. — Harper examinou a equipe Echo. — Vocês caras?

— Eu estou de acordo com isso. — AJ anunciou antes que o resto da


Echo seguisse o exemplo e concordasse. — Bem, acho que isso resolve tudo,
então. — Ele bateu palmas e deu um sorriso malicioso para Natasha

— Então, por acaso você puxou algo útil da câmera ou do telefone que
ele deixou na fábrica? E suponho que você digitalizou tudo para garantir que o
Knight não tenha deixado para trás nenhum dispositivo de rastreamento? —
Natasha perguntou enquanto se sentava ao lado de Chris, desejando que
Wyatt estivesse ao lado dela. Ele ainda parecia um pouco
retraído, talvez pensando na conversa sobre Gwen.

— Sem rastreadores. Tudo estava limpo. — Harper disse com um aceno


de cabeça. — Rastreamos a ligação até o centro de conferências, então ele
estava lá. Ou, pelo menos, ele queria que pensássemos que sim.

AJ se acomodou no sofá ao lado de Finn. — Mesmo que o hacker não


tenha começado oficialmente, há atualmente duas apresentações de figurões
da indústria de tecnologia acontecendo lá, e as inscrições ainda estão abertas
para a competição. É como tentar encontrar uma agulha virtual em um palheiro
virtual.

Chris sorriu. — O hacker hoedown? Um palheiro virtual?


— Você sabe o que quero dizer. — AJ resmungou.

— De qualquer forma. — Começou Harper. — Como esperávamos, não


havia nada de útil, mas se ele ligar de novo, talvez tenhamos sorte. Por
enquanto, estamos examinando todos os arquivos do caso.

Ainda havia muito que Natasha precisava para contá-los, e ela estava
feliz por Harper e Jessica terem feito algumas leituras rápidas. Isso certamente
lhes pouparia tempo.

— Jéssica e eu estávamos conversando mais cedo e começamos a


pesquisar sobre Felix Ward. — Harper arregaçou as mangas de sua camisa
vermelha de mangas compridas e digitou algo em seu laptop antes de virar a
tela para mostrar a Natasha. — O cofre de sementes, o data center e a
instalação de armas eram todos clientes da Cyber X Security.

— Você acha que o Knight está mirando em Cyber X. — Afirmou


Natasha. — É possível.

— Metade das principais empresas do mundo contratou Cyber X em


algum momento nos últimos anos, e é por isso que acho tão interessante que,
de todos esses ataques. — Harper começou apontando para a longa lista de
nomes na tela The Knight hackeado. — Nenhum dos clientes do Cyber X foi
atingido. É como se eles fossem imunes ao Knight.

Natasha ficou impressionada com a rapidez com que Harper e Jessica


estavam montando as peças do quebra-cabeça. Devia haver uma pilha de
arquivos de casos com um quilômetro de comprimento. Ela colocou a caneca
na mesinha de centro à sua frente e se inclinou para frente, esperando que
Harper explicasse ao time o que Natasha já sabia, mas não teve a chance de
falar sobre eles na noite anterior.

— Você está dizendo que o cara que dirige o Cyber X é melhor do que o
The Knight? — Perguntou AJ. — Porque, com base no que aconteceu a dois
de seus clientes esta semana, vou dizer não.
— O Cyber X não era muito conhecido até 2017. — Natasha disse a
ele. — Felix fundou a empresa em 2013, mas declarou falência em 2015. No
entanto, um ano depois, as coisas começaram a mudar. — Seu olhar moveu-
se para Wyatt enquanto ele permanecia com uma postura firme na frente da
janela, uma fatia de luz das cortinas abertas criando um halo ao redor de seu
corpo. Ela piscou, voltando seu foco para os outros na sala. —Sua empresa
atingiu um bilhão de receita há dois anos, e ele até publicou um livro, From
Bankrupt to Billionaire in Five Years. Foi lançado em novembro passado.

— Como ele conseguiu fazer isso? — Wyatt cruzou a sala para se juntar
à equipe e descartou sua caneca no suporte da TV.

— O Cyber X conquistou muitos novos clientes por causa dos hacks do


The Knight. Muitas das empresas abandonaram sua segurança cibernética por
causa das violações maciças. Eventualmente, a Cyber X começou a
abocanhar o negócio. Nem todos contrataram a empresa de Felix, mas muitos
o fizeram, e ele rapidamente se estabeleceu como a principal agência, já que
seus clientes pareciam ser os mais protegidos contra hackers. — Ela ofereceu
o que normalmente era uma explicação prolixa com o mínimo de palavras
possível. — A CIA não fez a conexão até 2018.

Como Harper não havia trabalhado no caso durante seu tempo na


Agência, ela não teria sido informada dos detalhes confidenciais. Era –
necessário saber – para reduzir vazamentos.

— O FB I colocou Felix e sua esposa sob vigilância. Além disso, todos os


outros funcionários. Como a sede da Cyber X fica em Seattle, não poderíamos
operar lá. — Devolver a investigação ao FBI foi brutal. Ela odiava ser deixada
de fora.

— Acho que foi difícil pegá-lo em qualquer coisa, já que o FBI está
sempre limitado pela incômoda Constituição dos EUA, tendo que obter
mandados para aquelas escutas telefônicas e tudo mais. — Disse Chris, com
humor em seu tom.
Mas ele estava certo. O FBI frequentemente entregava casos
internacionais à CIA porque a Agência tinha mais liberdade e financiamento do
que eles. — O FBI acreditava que Felix era na verdade The Knight, e ele estava
hackeando outras empresas para angariar negócios como um último esforço
para salvar o Cyber X de afundar completamente. A linha do tempo também
combinava. A atividade da Knight começou não muito tempo depois que a
empresa declarou falência.

— E com o Cyber X se beneficiando dos ataques do Knight, posso ver


como isso chamaria a atenção para ele. — Finn olhou na direção de
Natasha. — Mas por que demorou tanto para ver esse padrão?

— Porque, no início, Cyber X era um ponto no radar da


indústria. Demorou anos para ver a tendência. E como nem todas as empresas
iam direto para a casa de Felix, só ficou claro mais tarde que algo estava
acontecendo, já que a Cyber X ainda era a única empresa que nunca foi
visada. — Admitiu Natasha. — Felix afirmou que o Knight provavelmente tentou
hackear seus clientes, mas devido ao design de sistemas superiores do Cyber
X, ele falhou. Como The Knight, o ego de Felix requer seu próprio código postal.

— Já que Felix não está na prisão, suponho que a teoria do FBI foi uma
falha? — Wyatt perguntou, e Natasha dirigiu sua atenção para ele.

— Quando The Knight invade uma instalação ou empresa, ele vende a


inteligência ou os dados na Dark Net. Às vezes, acho que ele até vendeu de
volta para as empresas de origem. — Disse Natasha. — Mas o dinheiro nunca
poderia ser rastreado até o Cyber X. Para qualquer lugar, na verdade. Não
havia discrepâncias nos livros de Felix, nem contas offshore, nada fora do
comum. Ele e sua esposa também tinham álibis para vários dos hacks.

— O Knight se tornou mais agressivo em 2018, quando o FBI estava


vigiando o Cyber X. — Disse Roman. — O que seria o oposto do que Felix faria
se estivesse no radar dos federais.
— Bem, você está pensando como uma pessoa normal e não como um
psicopata. — Observou AJ.

— Sim, mas se Felix é nosso homem, por que começar a atacar seus
próprios clientes na semana passada? — Wyatt perguntou.

— Bem, eu, por exemplo. — Chris começou. — Não acho que seja Felix,
mas O Knight pode querer que acreditemos nisso. — Ele se levantou e apertou
os braços sobre o peito.

— Pela minha experiência, qualquer que seja o jogo que o Knight esteja
jogando, Felix provavelmente é um pião. — O olhar de Natasha voltou para o
homem capaz de fazer seu coração pular.

— E ainda não estou convencido de que o cara na casa da Romênia era


o Knight. Inferno, talvez sua fonte armou para você. — Chris olhou para
Natasha. — Sem ofensa.

— Poderíamos dar de cara com o filho da puta hoje e não saber disso.
— Reclamou AJ.

— É possível. — Ela confessou. — Mas quanto a se Jasper me


enganou ou não e mentiu sobre a Romênia, eu acho que não. Não faria muito
sentido, a menos que você esteja sugerindo que ele é o Knight, e ele apenas
me queria fora de sua cola. E só para ficarmos claros... — Seus olhos foram
para Chris. — Jasper está sob o controle do MI6 há anos. Ele
foi minuciosamente examinado pela CIA antes de começarmos a compartilhá-
lo como um recurso também. Ele tem um álibi para muitos dos hacks do Knight,
e eu sou um deles. Estávamos trabalhando lado a lado na época do último
sucesso do Knight em 2019.

O raciocínio de Chris por trás de divulgar o nome de Jasper como


suspeito fazia sentido, especialmente porque Jasper cortou Natasha e o MI6
depois da Romênia, mas ela não era uma novata, e ela tinha feito mais do que
seu quinhão de devida diligência quando se tratava de qualquer pessoa ligada
ao seu caso ao longo dos anos.

— Eu entendo o que você está dizendo, e eu respeito isso. Mas o fato é


que Jasper e The Knight saíram do esconderijo ao mesmo tempo. — Chris
claramente não estava pronto para deixar passar a ideia de que Jasper poderia
ter enganado a CIA e o MI6. — Eu só acho que precisamos considerar todas
as possibilidades, dado o quão manipulador esse idiota do Knight é.

— Eu não sei. Chris pode ter razão. — Harper fez uma careta de
desculpas do jeito de Natasha. — Quase todo mundo em Montreal com
habilidades de hacker deve ser suspeito.

— Eu concordo que Jasper mentiu para mim sobre porque ele está
realmente aqui. Ele não sairia do esconderijo apenas por dinheiro e pelo
tempo... — Natasha deu um aceno hesitante. — No mínimo, nós vigiamos
Jasper caso ele esteja em perigo. Não quero que mais ninguém morra por
causa deste caso.

— Há, uh, mais uma pessoa aqui que precisamos ficar de olho. — A voz
profunda de Wyatt chamou sua atenção para ele, e ele passou a palma da mão
pelo queixo, mostrando seu nervosismo. A conversa deles voltou à mente.

— Ei, irmão, você está bem? —AJ inclinou a cabeça.

— Sim, mas todos vocês podem querer sentar para isso. — As palavras
de Wyatt fizeram a sala fechar tão silenciosamente que você realmente podia
ouvir a agulha virtual caindo naquele palheiro virtual que AJ havia mencionado.

— Normalmente, é uma de nossas duas damas que deixa minhas cuecas


todas torcidas, mas merda, cara. — AJ disse, quebrando o silêncio enquanto
se jogava no sofá ao lado de Finn.

— Quer que eu vá para o corredor? — Natasha perguntou suavemente.


— Não. — Sua resposta foi imediata, e quando ela olhou para ele,
seus olhos estavam focados nela como se ele estivesse tentando reunir forças
para falar.

Ela deu a ele um aceno de aprovação apertado, sentindo que ele


precisava então ele olhou para seus companheiros de equipe que estavam
todos sentados novamente.

— Um dos nomes da lista de competições é alguém que conheço. —


Confessou Wyatt.

— Gwyneth Montgomery? — Roman foi um estudo rápido.

— A mulher que o fez sair correndo da sala do escritório depois que você
viu a foto dela ontem? — As sobrancelhas de Finn se juntaram. — Ela é um
pouco jovem para você estar... — Ele olhou para Natasha por um breve
momento antes de desviar seu foco de volta para Wyatt. — Você sabe.

— Deus não. — Wyatt balançou a cabeça e olhou para o chão. — Ela,


hum... Tenho certeza que ela é minha filha.

— Você vai ter que passar por mim de novo. — Disse AJ, incrédulo.

— Filha. — Ele repetiu lentamente como se estivesse se preparando para


o impacto, com as mãos apertadas ao lado do corpo.

— Mas você não tem certeza? — Harper segurou os braços da cadeira


como se estivesse se preparando para a decolagem.

— A mãe dela, Charlotte, acha que é possível. E depois há o


pequeno detalhe de que Gwen se parece comigo. — Wyatt puxou a pele de
sua garganta como se estivesse trabalhando para pronunciar as palavras. —
De acordo com Charlotte, Gwen não era fã de assumir o estilo de vida ou os
deveres esperados da nobreza. Ela deixou Londres como eu, e agora ela vai à
escola em Toronto.
— Você já fez contato desde que chegou aqui? — Harper perguntou,
ainda segurando os braços da cadeira.

— Não, eu não a vi ainda. E me desculpe por não ter contado tudo antes,
mas ainda estava tentando entender isso.

— Então, estamos dizendo parabéns e puxando nossas armas longas


para assustar qualquer homem que tente namorar com ela? — AJ estava de
pé, pronto para jogar com qualquer um dos futuros encontros de Gwen.

— AJ — sibilou Harper.

— O que? — AJ encolheu os ombros. — Quero dizer, todos


nós sabíamos que o namoro seria difícil quando os filhos de Bravo se tornassem
adolescentes.

— Estamos todos acreditando que é uma coincidência Gwen também


estar em Montreal e entrar nesta competição de hackers? — Finn perguntou.

— E nossa, sua filha é uma hacker. — Chris esfregou a mão na barba


loira e se levantou.

— Filha. — Disse Wyatt, a palavra um sussurro de descrença


novamente. — Ninguém sabe que ela é minha filha. Então, Gwen estar aqui,
competindo nesta competição, é apenas um lugar errado hora errada, tipo de
coisa.

— Ou a maneira do universo de deixar você saber que você tem uma


filha. — Finn comentou. — Quero dizer, você teria descoberto de outra forma?

— Eu não sei. — Os ombros de Wyatt caíram, a conversa obviamente


inquietante para ele. — Mas não tenho certeza se devo cumprir esta missão. A
conexão pessoal e tudo.

Todos os caras trocaram olhares, exceto Roman. Ele manteve seu foco
firme em Wyatt. — Você não deveria vigiá-la, mas deveria ficar.
— E eu concordo. — Finn foi rápido em dizer, e o resto da Echo
concordou com ele.

— Eu provavelmente deveria contar ao Luke e Jessica. — Wyatt se


concentrou em Harper como se esperasse por sua entrada.

— Quer que eu fale com eles? — Harper finalmente falou, e foi essa a
sua maneira de dizer ‘Fique’?

— Eu deveria falar com eles. — Disse ele. — Mas posso precisar de um


pouco de ar primeiro.

Natasha nunca deu a Wyatt aquele ar de que ele precisava antes, então
ela não iria ficar em seu caminho agora.

Wyatt olhou em sua direção. — Venha comigo? — Ele acenou para a


porta e Natasha o seguiu para o corredor.

Eles ficaram em silêncio enquanto o elevador os levava para seu andar,


onde esperariam que Harper alterasse as câmeras de segurança e
escondesse o fato de que eles estavam na suíte de Harper.

Uma vez dentro do quarto de Wyatt, ela agarrou sua jaqueta branca
North Face, e ele colocou seu casaco de inverno preto.

— Obrigado. — Disse ele, enquanto ficavam perto da porta, esperando


que o coração de Harper saísse. — Por esta manhã. Por enquanto. — Um
sorriso apareceu em seus lábios. — Obrigado por me ajudar quando eu não
conseguia distinguir minha esquerda da direita.

— É sempre mais fácil quando não é você quem está lidando com isso.
— Isso é o que seu terapeuta lhe disse uma vez, pelo menos.

Ele vislumbrou a mensagem em seu telefone que veio de Harper. —


Estamos prontos para ir. — Ele abriu a porta, e ela o seguiu pelo corredor e de
volta para o elevador. Ele se encostou na parede, as mãos nos bolsos, os olhos
fixos nela. Embora um milhão de coisas parecesse nublar sua mente. — O que
você pensa sobre?

— O Dallas Cowboys e se eles vão chegar ao Super Bowl este ano.


— Sua piada estranha pareceu funcionar desde que ele devolveu o sorriso.

— Futebol americano... — Ele seguiu suas palavras com um resmungo


brincalhão.

— Você é americano agora. Não é hora de você se apaixonar


por nossa versão do esporte?

Ele se afastou da parede e deu um passo mais perto, o que foi o suficiente
para fazê-la buscar uma respiração profunda.

O tema esportes pretendia usar a tensão antes de sufocar no pequeno


espaço do elevador, mas agora?

— Futebol inglês - futebol - não é minha preferência. — Não que ela


bebesse chá. Ela era uma viciada em café por completo. — Também sou do
Texas, então, basicamente, está no meu sangue amar o futebol.

Ele inclinou a cabeça para o lado, mas permaneceu quieto.

— Meu irmão jogava futebol em West Point, então também sou uma
grande fã do time deles. — Ela continuou quando ele ainda não tinha falado.

As portas apitaram e se abriram, e ele fez sinal para que ela saísse
primeiro. Suas altas botas marrons a carregaram silenciosamente pelo chão de
ladrilhos, e ela manteve o silêncio uma vez que estavam na rua. Ela permitiu
que ele assumisse a liderança e eles seguiram para a Victoria Square, em frente
ao hotel.

O solo estava coberto de neve recém- caída, mas o céu agora estava
claro como cristal. Eles caminharam até uma fileira de bancos próxima,
cercada por folhagens, e ele limpou a neve de um e fez sinal para que ela se
sentasse. — Obrigada, senhor.

Quando ele devolveu a Lady com seu sexy sotaque inglês, foi um
lembrete de que ele era, na verdade, um lorde. Não que o homem parecesse
se importar com a nobreza. Ele também não se encaixava no molde
estereotipado da nobreza, mas, com o cenário e a neve, ela poderia fingir por
cinco minutos que estava morando em um filme especial do Natal?

Eles se sentaram e observaram as pessoas passando em silêncio. Ela


começou a observar as pessoas quando ingressou na Agência para aprimorar
suas habilidades de criação de perfis, mas isso se tornou arraigado e era
apenas um hábito agora.

O toque de seu telefone perturbou o silêncio dez minutos depois. — É


meu irmão. Posso ligar de volta para ele.

— Não, você deveria responder. Ele provavelmente está preocupado


com você.

— Sério, está tudo bem.

— Por favor. Se eu tivesse uma irmã... — E a linha agora tenho uma


filha pairou no ar entre eles, e ela acenou com a cabeça em compreensão.

— Ei, Gray. — Ela finalmente respondeu antes que a chamada fosse para
o correio de voz.

Wyatt levou os cotovelos às coxas e olhou para longe, onde os carros


zumbiam na estrada em frente às árvores.

— Jack está preocupado com você. — Seu irmão disse logo de cara. —
Ele acha que você pode fazer algo maluco, então este sou eu sendo o melhor
irmão de todos os tempos e verificando você.
Ela não pôde deixar de sorrir - seu irmão tinha esse efeito sobre ela. —
Jack é paranoico. Estou bem.

— Claro. — Ele resmungou. — Onde você está? Você precisa da minha


ajuda? Vilões para tirar?

— Estou bem, eu prometo. — Um som, como uma batida forte, estalou


no fundo sobre a linha. Isso foi fogo suprimido? — Onde você está? — Ela
esperava que ele estivesse jogando videogame e não no meio de um tiroteio
de verdade, mas com Gray, qualquer uma das coisas era possível.

— Não é nada.

— Gray. — Ela repreendeu. — Por que você não me liga mais tarde? É
melhor que seja um jogo que você está jogando.

— Estou totalmente bem. Você me conhece.

— E se você faz ligações no meio de um tiroteio contra mulheres com


quem está namorando, não é de se admirar que ainda esteja solteiro. — Ela
podia sentir o olhar de Wyatt sobre ela, e ela roubou um olhar rápido para ele,
pegando um sorriso em seus lábios, e foi uma visão agradável de se ver. Isso
fez algo engraçado em seu interior. — Agora desligue o maldito telefone.

— Você está bem?

Sou eu? Os músculos de seu estômago se contraíram. — Sim, e agora


estou desligando. — Ela encerrou a ligação antes que Gray pudesse responder
a ela e enfiou o telefone de volta no bolso da jaqueta. — Me desculpe por
isso. Ele tem um timing espetacular. — Ela revirou os olhos. — Quem liga para
a irmã quando está sob fogo inimigo?

Ele manteve as palmas das mãos abertas e seus olhos brilharam como
se houvesse uma história ali.

Ela girou no banco. — Conte-me.


— Talvez eu tenha falado com minha mãe uma vez quando eu assumi
algum fogo inesperado, e eu poderia ter mantido a fala durante as filmagens de
volta.

— Tentando preocupá-la, hein?

— Às vezes, esqueço que levar um tiro não é a segunda-feira típica de


todo mundo. — Ele endireitou a coluna, trazendo as costas para o banco e o
tornozelo direito sobre o joelho. — Minha mãe, ela devia saber sobre
Gwen. Como ela não poderia? Eu soube no segundo que vi a foto dela. —Ele
olhou para o céu. — De qualquer forma. — Disse ele, arrastando a palavra
como se precisasse desesperadamente de uma mudança de assunto. —
Pensei que seu irmão tivesse saído do Exército. Lesão médica?

— Sim, hum seu helicóptero foi retirado e parte de sua perna teve que
ser amputada. — Ela falou rapidamente, esperando que isso tornasse a
memória menos dolorosa. — Temos sorte de ele ter sobrevivido, no entanto.
— Nem todo mundo fez.

— Droga, sinto muito. — Wyatt agarrou a mão dela, o que era bom, já
que seus dedos estavam formigando de frio, e ele era uma bola de calor.

— Eu estava preocupada que a amputação pudesse destruí-lo, e quase


o fez, mas ele se recuperou. Mas esse é Gray, um lutador. Ele faz o que você
faz agora. Ele não deixa seu ferimento pará-lo. — Ela conseguiu sorrir. — Bem,
devo dizer que ele faz o que pensei que você fez. Ele lida com contratos
militares privados, bem como alguns trabalhos de segurança.

— Nós também fazemos isso. — Ele apertou suavemente a mão dela. —


Quando temos tempo, pelo menos. Os shows paralelos quero dizer.

— Parece que você é um homem ocupado. — E ela apostou que esse


era outro motivo pelo qual ele não queria um relacionamento. — Deve ser difícil
manter o segredo do que você faz de todas as pessoas de quem gosta.
— É para você?

— Quase todas as pessoas de quem gosto têm credenciamento de


segurança superior, o que torna a minha vida mais fácil.

— E os homens com quem você sai? Eles estão no governo?

— Eu, hum normalmente saio com caras que têm permissão de


segurança semelhante a mim. — Ela admitiu. — A Agência contrata oficiais
que são honestos, mas também podem mentir facilmente - aquela coisa de
contradições novamente.

— Como quando você me enganou ao se chamar de agente no


casamento? — Ele se mexeu no banco para encará-la melhor.

— Ah, você se lembra disso. — Suas bochechas esquentaram e ela


provavelmente estava corando. — Foi doloroso da minha maneira de dizer a
verdade sem...

— Na verdade contar. — Ele terminou por ela. — Entendi.

E por falar na noite de núpcias, ela não pôde deixar de sussurrar: — Você
realmente quer me beijar, não é?

— Lembro-me de você dizer essas palavras para mim quase claramente.


— O timbre profundo de sua voz deixou os pelos de seus braços em pé.

— Eu, uh, não sei por que trouxe o beijo à tona. Eu sinto muito. Momento
ruim. Eu costumo fazer isso, e eu...

— Este é o começo de um passeio? — Ele perguntou com um sorriso


sexy.

— Estou incomodando agora.


— Não é o fodão? — Ele arqueou a sobrancelha, e a cicatriz dividindo-a
ao meio a fez alcançar o rosto dele como se estivesse no piloto automático.

— Não, definitivamente não é o durão. — Ela respondeu atordoada,


então apontou para a sobrancelha dele. — Como você conseguiu isso? —
Havia outras marcas em seu corpo que ela se lembrava ao ver seu peito nu no
Colorado, mas esta estava em sua linha de visão no momento.

Ele pode se machucar.

Ele poderia morrer.

O mesmo pode acontecer com ela.

Um aperto se desenvolveu em seu peito quando ela traçou a linha de sua


mandíbula antes que ele capturasse sua mão dentro da sua e a segurasse
entre eles mais uma vez.

— Não é do meu tempo no serviço. — Ele baixou as mãos para sua coxa
jeans, mas continuou segurando a palma da mão. — Alguém quebrou uma
garrafa de cerveja no meu rosto uma noite em um bar.

Seus olhos se arregalaram. — Por que alguém faria isso?

— Ele estava chateado porque o time de futebol americano perdeu, e


eu... — Ele mostrou uma polegada entre o polegar e o indicador de sua mão
livre. — Posso ter me regozijado um pouco.

— E este é o esporte que você acha que eu deveria assistir? — Ela sorriu.

— É o melhor esporte que existe. Somos apaixonados pelo futebol na


Inglaterra, entre outras coisas.

— Então, tiro, sexo e futebol? A trifeta?


— Eu não posso jogar esse esporte sangrento, então não. Mas sou muito
bom em apostar em quem vai ganhar. — Seu sotaque deslizou mais forte
por suas palavras, mais profundo do que o normal, e a aqueceu em lugares
inadequados.

Hora errada, ela se lembrou.

— Agora sou eu que estou vibrando. — Ele enfiou a mão no bolso e levou
o telefone ao ouvido. — Harper, o que foi? — Ele fez uma pausa para deixá-la
falar e então disse a Natasha: — A conta do Cyber X no Twitter postou um
desafio para os concorrentes do Bug Bounty tentarem descobrir onde Felix
estará esta noite.

— Qual é o truque? — Ela perguntou.

— Descriptografe um código ridiculamente complexo para obter a hora


e o local.

— Parece que Felix está tentando obter uma leitura antecipada de quem
são os principais candidatos. — Era o estilo de Felix. Ele adorava recrutar os
melhores hackers do mundo para trabalhar na Cyber X.

— Harper pode ir hoje à noite e levar um dos caras com ela, já que ela
está competindo. — Ele segurou o telefone no ouvido novamente por alguns
segundos e, em seguida, o mudou para o lado para dizer: — Não sabemos
onde Jasper está hospedado ainda, então teremos Finn e Chris na vigília no
local esta noite, e se ele aparecer, um deles seguirá Jasper de volta para
onde ele está hospedado.

— Eu também gostaria de ir.

— Você não é um competidor. — Ele a lembrou.

Ela olhou para o relógio. — Eu posso ser. A última chance de se registrar


é esta noite. Sempre posso desistir mais tarde, mas se Felix estiver lá, o Knight
também pode estar. E se Gwen mostrar...
Seu rosto mudou com a menção do nome de Gwen, preocupação
inundando seus olhos, endurecendo cada linha de seu corpo já superduro. —
Não tenho ideia de como ela é boa.

Nossa chance de descobrir.

Ele respirou fundo e aproximou o telefone do ouvido. — Acho que


também vamos. — Ele trocou mais algumas palavras com Harper antes de
encerrar a ligação.

— O que acontece se Gwen estiver lá. Você está pensando em falar com
ela?

— Talvez, mas odeio mentir para ela e, com certeza, não posso liderar
com essa coisa de pai.

— Charlotte está planejando contar a Gwen sobre você? — Ela


perguntou assim que eles começaram a caminhar de volta para o hotel.

— Acho que ela ia me contar em Londres depois do velório de Arthur.

— Mas você foi chamado para a Romênia. — Ela parou de andar com a
realização, e ele se virou para encará-la. — Eu sinto muito.

— Não é culpa sua. — Ele agarrou seu cotovelo, e seu aperto foi gentil,
mas firme o suficiente para sinalizar com seu toque que ele realmente quis dizer
suas palavras. — Ela queria que eu ligasse para ela, e nunca liguei, mas
Charlotte poderia ter entrado em contato. Talvez ela estivesse preocupada que
eu apenas desapontasse Gwen.

— Wyatt. — Ela não queria que ele voltasse para a toca do coelho
novamente.

— Eu tive um modelo de merda de pai. — Ele admitiu enquanto a soltava


e enfiava as mãos nos bolsos da jaqueta. — Eu não quero ser como ele.
Ela apertou o braço dele dessa vez. — Acho que você será um pai
incrível.

Ele inclinou a cabeça para o lado, trazendo o olhar para a mão dela antes
que seus olhos azul-acinzentados encontrassem os dela novamente. — Como
você sabe que vou ser bom?

— Porque não importa o que você pense, eu acredito que você é capaz
de amar, ou você não se importaria tanto em desapontá-la. Sobre perdê-la.

— Eu...

Ela pressionou um dedo nos lábios dele para silenciar qualquer refutação
que ela sabia que estava por vir. — É verdade, e eu não estaria aqui, confiando
em você do jeito que estou se não acreditasse.

Seus olhos se transformaram em fendas quando ele a observou com os


lábios entreabertos. — E talvez seja você quem sempre aparece quando
preciso de alguém. — Disse ele em voz baixa. — Não o contrário.

CAPÍTULO VINTE E TRÊS

N ATASHA não se PARECIA EM nada com sua capa de hacker esta


noite. De pé dentro da suíte de hotel de Harper, ela poderia ter interpretado o
papel de uma mulher linda em um filme de Bond, e embora ela estivesse em
um vestido vermelho justo que abraçava suas curvas sensuais, Wyatt não
estava exatamente interpretando o papel de Vinculo. Jeans e uma camisa
branca de mangas compridas. Um sobretudo preto casual. A única atualização
foram seus sapatos. Um par de mocassins escuros.

No segundo em que Natasha entrou na sala, ela imediatamente chamou


a atenção de Chris e Finn. Wyatt teve que sinalizar o comando para fechar suas
bocas sangrentas.

Graças a Deus, AJ, o Comediante, que gostava de irritá-lo, não estava


na sala. Ele estava estacionado em frente ao hotel de Gwen.

Harper escolheu Roman para acompanhá-la esta noite, então ele estava
em seu quarto se preparando.

Foi provavelmente o melhor que Natasha escolheu para se trocar no


quarto de Harper em vez de em sua suíte. Ele teria quebrado um vaso
sanguíneo ao vê-la sair do banheiro com aquele vestido e seus sapatos pretos
de tiras. Os saltos eram conservadores na altura, não muito altos para que ela
pudesse dançar. De qualquer maneira, suas longas pernas não precisavam
exatamente de impulso extra.

Wyatt pigarreou, alto o suficiente para perfurar o ar, um sinal para seus
irmãos encontrarem outra coisa para fazer, já que eles ainda estavam olhando
para Natasha como se ela fosse o teto da Capela Sistina.

— Você está quente. — Finn enfiou as mãos nos bolsos da calça


cargo. — Você vai chamar a atenção de Felix com certeza nessa coisa.

— Tem certeza que Felix não vai reconhecer você? — Chris perguntou
parado ao lado de Wyatt na sala de estar. — Mesmo como seu pseudônimo
Heather?

Natasha se inscreveu para a competição, usando seu apelido pouco


antes de o prazo expirar, enquanto Jessica e Harper decodificavam o desafio
Cyber X do Twitter.
— Não, eu nunca conheci Felix. — Natasha se virou para o lado e espiou
de volta para o quarto de Harper, como se esperasse que ela saísse também.

As costas de seu vestido caíram o suficiente para enviar uma nota rápida
para seu cérebro informando-o de um detalhe: sem alça de sutiã. Talvez o
vestido tivesse um sutiã embutido? Ele não tinha a menor ideia sobre a moda
feminina, tudo o que sabia era que ela era deslumbrante, e ela teria todos os
homens no clube hoje à noite olhando para ela como uma obra de arte
ambulante.

— Talvez você devesse trocar de lugar comigo. — Chris disse em seu


ouvido. — Eu posso brincar de babá com a filha do almirante.

Wyatt o ignorou, sabendo que seu amigo estava propositalmente


tentando irritá-lo, sem dúvida trabalhando em dobro para substituir AJ também.

Ele consultou o relógio antes de colocar o material da manga de volta no


lugar. Eram quase onze da noite. — Estou surpreso que Felix escolheu um
clube de salsa. Realmente não se encaixa na imagem de hacker que tenho na
minha cabeça.

— Ele é um bilionário excêntrico. — Natasha se moveu mais para dentro


da sala e para longe do quarto de Harper. — É difícil saber o que esperar dele.
— Ela jogou sua sedosa massa de cabelo loiro sobre um ombro. Seu olhar
verde viajou pela sala e se conectou com o dele, e ele imediatamente conjurou
visões dela de joelhos com seu pênis na mão, enquanto aqueles lábios
vermelhos dela o sugavam até secar.

Em seguida, sua mente fez uma mudança rápida para os pensamentos


dele de joelhos, curvando-se diante dela, separando suas coxas para chegar
às pernas macias. Passando a parte plana de sua língua pela costura de seu
sexo. Ele teria um inferno de tempo se concentrando em qualquer coisa ou
alguém que não fosse ela esta noite.
Ele estava ridiculamente atraído por ela naquela roupa, mas ele queria
tirar o vestido e tê-la só para ele - a verdadeira ela, aquela sob sua lenda.

Ele pode ter colocado um freio nisso ontem à noite, mas ele não tinha
certeza de quanto tempo ele seria capaz de pausar essa coisa entre eles.

A porta principal da suíte se abriu um momento depois, e Roman entrou


vestindo jeans preto e uma camisa preta de botões apertada combinada com
Oxfords. Seu cabelo preto estava com gel e repartido para o lado, e seus olhos
percorreram a sala, passando direto por Natasha e direto para Harper, que
havia saído de seu quarto um momento antes.

— Estamos prontos para fazer isso? — Harper estava com um vestido


rosa choque sem mangas que se moldava ao corpo dela e parecia
uma maquete para os olhos de Roman.

Roman não fez nenhuma piada para irritá-lo sobre Natasha, e ele não
tinha certeza se o homem a tinha notado. — Você está deslumbrante.
— Roman envolveu com força sua nuca.

— Não é tão ruim você mesmo. — Harper piscou na direção de Roman,


mas ele estava muito ocupado examinando o chão para notar.

— Em vez de seguir nossas marcas, talvez vocês possam usar algum


reforço. — disse Chris com um sorriso. — Você pode precisar de ajuda quando
Harper e Natasha forem perseguidas por todos naquela boate. —Ele apontou
o polegar na direção das duas mulheres.

— Não vamos deixar que nada aconteça com elas. — Wyatt manteve
sua voz o mais nivelada possível, esperando conter a nova onda de desejo que
explodiu nas costuras com ela, uma visão em sua cor favorita. — Precisamos
revisar o plano mais uma vez?
— Tipo, vocês quatro vão dançar em algum clube enquanto Finn e eu
estaremos em vigília congelando nossos sacos de nozes? — A típica esperteza
de Chris fazia a covinha de Natasha aparecer.

— Eu pensei que você não se importasse com o frio? — Wyatt


respondeu, referindo-se aos comentários de Chris outro dia, quando se
preparava para a viagem para Svalbard.

Chris agarrou a jaqueta de Natasha do sofá e ofereceu a ela em vez de


responder. Ela se virou quando ele a ajudou a entrar. — Tanto cavalheirismo
de vocês, homens.

— Inesperado, certo? — Finn deu uma risada enquanto Harper distribuía


mensagens para os rapazes.

— Onde você conseguiu modelos assim? — Natasha tirou o


comunicador da palma da mão de Wyatt, e o leve toque de seus dedos, por
menor que fosse, o deixou tenso. — Achei que a CIA tinha a melhor e mais
recente tecnologia.

— Uma vantagem de trabalhar com duas mulheres geniais é que você


ganha brinquedos como esses. — Disse Chris, acenando com a cabeça para
Harper.

— Você deveria ver as canetas que carregamos. — Finn não estava


sendo sarcástico. Ele enfiou a mão no bolso e tirou uma caneta esferográfica
preta.

Novos dispositivos de espionagem, hein? Tem alguma pílula secreta ou


canetas que funcionam como armas? AJ perguntou a Jessica quando ela
revelou a tecnologia mais recente antes de partirem para Montreal.

— A caneta não funciona como uma faca, mas grava todas as conversas
até um alcance de doze metros. — Explicou Roman, trazendo seu foco quando
Harper entregou seu comunicador. — Temos um novo software que pode
discernir e isolar conversas separadas.

— Infelizmente, se você está planejando espionar alguém como Felix, ou


mesmo Jasper, eles terão contramedidas para evitar que os dispositivos de
gravação funcionem. — Natasha olhou ao redor da sala.

Finn enfiou a caneta de volta no bolso. — Eu imaginei, mas nunca se


sabe, talvez tenhamos sorte.

Wyatt fez sinal para que Natasha saísse. — Estejam seguros. — Ele disse
aos rapazes antes de deixar a suíte.

Ele apertou o botão de chamada do lado de fora do elevador de forma


agressiva demais. Ele estava nervoso com a ideia de que Gwen poderia
realmente aparecer no clube esta noite. O melhor dos melhores hackers
provavelmente teria decifrado o desafio de Félix, mas ele não tinha ideia de que
tipo de habilidades ela tinha.

Luke e Jessica ficaram chocados quando souberam que ele era pai
durante a ligação pelo Skype mais cedo, mas foi decidido que Wyatt deveria
ficar no Canadá e apenas sair se a missão ficasse comprometida por causa de
sua conexão com Gwen.

Nós confiamos em você, Jessica havia dito.

Mas ele confiou em si mesmo? Ele mal conseguia manter o foco com
Natasha ao seu lado. O que aconteceria se sua filha aparecesse esta noite?

— Você está bem? — Ela perguntou enquanto desciam para o andar


dele.

— Nervoso. — Ele admitiu. — Não tenho certeza do que pensar se Gwen


estiver lá.
Ela girou para o lado e ergueu os olhos para ele. — Isso significa que ela
é um gênio. Esse código que Felix enviou não foi fácil de decifrar. Jéssica e
Harper demoraram três horas.

— E não tenho certeza se quero que ela seja um gênio hacker.

— Contanto que ela use seu talento para o bem...

— E se ela não quiser? — Assim que as portas se abriram, ele esperou


que ela saísse depois a seguiu até o quarto e mandou uma mensagem para
Harper dizendo que sairiam do hotel em um minuto.

Natasha pressionou suas costas contra a parede do pequeno vestíbulo,


e a lembrança de beijá-la neste mesmo lugar na noite passada veio à mente.

Ele checou o relógio, certificando-se de que o dispositivo em seu quarto


de hotel não havia sido adulterado e ninguém havia entrado enquanto eles
haviam partido. A luz verde sinalizou que eles estavam limpos e nenhum inseto
foi colocado.

— Tudo ficará bem. — Ela pressionou a palma da mão no peito dele e


deslizou até o ombro. — Eu prometo. — Ela disse suavemente. — Eu não
posso continuar a perseguição. Estou exausta de caçar esse cara. — Sua voz
baixou e suas palavras o atingiram direto no coração. — Eu preciso que isso
acabe.

— Eu te dou cobertura. Não se preocupe.

— Você vai me deixar ficar com o seu? — A mão dela foi para o coração
dele, que batia como um tambor intenso com ela tão perto.

— Eu farei o meu melhor para deixar você. — Ele admitiu, sabendo que
eles estavam falando sobre muito mais do que apenas ir atrás do Knight.
***

Foi como se eles entrassem em Havana uma vez dentro do clube na


Velha Montreal. O clube era um lugar secreto, provavelmente alguma joia
escondida. A decoração era uma mistura vibrante de cores: azul-petróleo,
esmeraldas, verdes lima, laranjas e rosas. As paredes, móveis e obras de arte
eram uma personificação do vibrante país de Cuba.

Uma banda estava situada no centro da sala em um palco,


tocando instrumentais de salsa animados. Entre a música e a quantidade
transbordante de mojitos, ele não pode deixar de lembrar sua última missão
em Cuba em 2018.

Chris e Finn ficaram muito bêbados e quase foram jogados na prisão


quando foram festejar depois que a missão foi concluída.

AJ se juntou à banda e pegou uma guitarra e de alguma forma conseguiu


que todos cantassem junto com ele uma música de Luke Bryan.

Roman voltou para o hotel por algum tempo, optando por não ir à festa.

E Wyatt sentou-se no bar bebendo uísque, decidindo se iria ou não para


DC visitar Natasha. Ele planejou entrar em contato com ela depois de saber
que O Knight tinha como alvo sua equipe, matando alguns de seus agentes e
colegas, mas então ele foi convocado para a missão em Santa Clara. Ele não
tinha certeza se ela queria que ele aparecesse, pelo menos foi o que ele se
convenceu, então decidiu que seria melhor ficar de olho nela à distância.

Quando ela o visitou no ano seguinte no Colorado após sua operação na


Romênia, foi então que ele percebeu que deveria ter ido vê-la depois de sua
missão em Cuba. Ele deveria ter feito mais do que apenas garantir que ela
estava segura. Ele deveria ter enterrado suas besteiras e, pelo menos, ligado
para ela.
Wyatt pediu dois rum e Coca-Cola, então girou para encarar o clube. —
Ela está fazendo contato agora. — Wyatt disse em seu microfone enquanto
Natasha caminhava pela sala para chegar até Felix, atraindo os olhos de todos
a cada passo que dava.

Felix estava lá como prometido no tweet, escondido em uma cabine ao


lado da pequena área onde casais estavam dançando salsa, trocando
parceiros de vez em quando durante as músicas. A mulher de aparência
irritada sentada ao lado de Felix era a presidente da Cyber X, e também sua
esposa.

Kate estava na casa dos trinta, mas parecia mais perto dos vinte
e poucos. Com sua riqueza, não era nenhuma surpresa que ela tivesse
removido mais de uma década para obter sua aparência muito mais jovem. Sua
pele pálida era um contraste com seu cabelo preto como o corvo, próximo ao
de Felix. Seus olhos eram verdes, vários tons mais escuros que os de Natasha.

Antes de deixar o hotel, Wyatt estudou o dossiê que Harper preparara


sobre as enfermarias. Felix conheceu Kate na primeira competição Bug Bounty
em 2012. Ela ficou em segundo lugar, e ele caiu em primeiro. Felix havia usado
seus ganhos e herança familiar para iniciar o Cyber X Security.

O Bureau investigou Kate, além de todos os funcionários da Cyber X.


Muitas das contratações de Felix eram ex-hackers antes de virar a página para
estar do lado certo da lei. Isso tornava o trabalho do FBI um pouco mais
complicado na criação de perfis, já que metade dos funcionários tinha ficha
criminal.

— O contato está sendo feito agora. — Ele atualizou sua equipe ao longo
da linha quando Natasha estava ao lado da mesa de Felix, apresentando-se
como um dos hackers que conseguiram resolver seu desafio no Twitter.

Natasha pivotou para o lado, as mãos no abdômen enquanto sorria e


acenava com a cabeça para algo que Felix disse.
O plano era fazer uma introdução rápida e, em seguida, voltar ao bar
para ficar de olho nos outros hackers que tinham as habilidades para
comparecer esta noite.

Gwen iria aparecer? A ideia de ela ser uma hacker de elite...

— Ela está voltando para mim. — Isso foi rápido. — Liberado para a fase
dois. — Ele sussurrou em seu microfone, deixando Harper e Roman saberem
que eles estavam bem para entrar no clube.

Ele se virou em direção ao bar e pagou as duas bebidas, então ofereceu


a Natasha quando ela voltou. — Como foi?

Ela tomou um pequeno gole de sua bebida, os olhos examinando


cuidadosamente o clube. — Ele não falou muito. Foi estranho. Ele estava
desligado. Sua esposa também. — Ela encolheu os ombros nus
ligeiramente. — Mas ele estava me xingando descaradamente, então talvez
isso tenha irritado a esposa dele. — Ela disse, mantendo a voz baixa enquanto
se inclinava para mais perto dele para que ele pudesse ouvi-la. — Ou talvez
eles tenham lutado antes. Eu não sei. Algo não estava certo.

— Um, este é o Três. — A voz de Chris estalou em seu rosto. — Eu tenho


confirmação visual do alvo dois entrando no clube.

Wyatt levou a mão ao ouvido. — Certo.

— Parece que Harper está prestes a se aproximar de Felix agora. —


Disse Natasha. Roman escolheu ficar com Harper quando ela se apresentou a
Felix. — E uau, eles estão recebendo um convite para sentar. — Natasha
inclinou o queixo em direção a um cara de cabelo loiro comprido. Ele estava no
final dos trinta, pelo que Wyatt se lembrava do perfil. — E há Jasper.

Jasper parou no meio do caminho quando seu olhar pousou em


Natasha. Ele mexeu na gola de sua camisa de botão salmão passada que
estava para fora da calça jeans escura.
— Parece que ele está vendo você. — Wyatt levou sua bebida aos lábios
e deu um gole.

Ela ligou seu braço livre com o de Wyatt quando Jasper se aproximou.

Ele parou na frente deles e seus olhos permaneceram em Wyatt antes de


voltar para Natasha. — O que você está fazendo aqui?

— Houve um tweet. — Ela respondeu, mantendo seu tom casual.

— Obviamente, você teve ajuda para encontrar o lugar. — Jasper olhou


para Wyatt novamente, seus olhos vagando lentamente por seu corpo.

Wyatt levou apenas um momento para perceber que ele era mais o tipo
de Jasper do que Natasha. — Eu sou Link. — Ele ofereceu o pseudônimo que
Harper inventou para ele hoje. Link era um hacker conhecido, mas nunca
mostrou seu rosto ou fez nenhuma aparição pública. Era mais fácil utilizar um
usuário com influência no mundo dos hackers do que tentar inventar uma
persona inteiramente nova, da qual ninguém jamais teria ouvido falar.

— O Link? — Jasper arqueou uma sobrancelha. — Não vi seu nome no


concurso ou na lista.

Wyatt deixou sua bebida de lado. — Estou aqui para apoiar Heather.

Os olhos de Jasper se apertaram nele. — Por que você finalmente está


saindo das sombras?

— Ficou um pouco escuro lá, pensei que poderia tentar a luz. — Wyatt
brincou. — Você conhece minha amiga? — Ele inclinou a cabeça para o lado
na direção de Natasha.

— Eu a conheço um pouco bem demais. — Jasper mudou seu foco para


Natasha. — E eu cuidaria de você com esta. — Ele se inclinou e sussurrou algo
no ouvido de Natasha, então se virou e foi para a mesa de Felix.
— Você acha que ele acreditou na minha história? — Wyatt perguntou a
ela uma vez que Jasper estava fora do alcance da voz.

— Talvez. Ele provavelmente presumiu que eu recrutei você, no entanto.

— E o que ele disse para você?

Ela o encarou e posicionou sua bebida misturada no topo do balcão à


sua direita. Ela gentilmente agarrou o tecido da camisa dele como se fosse
beijá-lo e levou a boca ao ouvido dele. — Para deixá-lo sozinho, para que ele
não seja morto.

— Você acredita nele?

— Sim e não. Mas acho que ele está com medo. — Seus cílios baixaram,
seu olhar pousou em seus lábios, e um momento depois, ela disse: — Meu par
provavelmente me beijaria agora.

Ele pressionou sua boca na dela, felizmente aceitando o convite, mesmo


que fosse em nome de suas histórias de capa.

— Um, temos um problema. — Anunciou Chris nos comunicadores.

Ele baixou a testa para a de Natasha depois do beijo de uma fração de


segundo. Ele precisava de mais de seu toque, um gosto mais longo para que
ele pudesse saborear o momento depois.

Ele se afastou de Natasha para manter o contato visual, mas ergueu a


mão perto da boca. — Vá, três. — Ele disse a Chris. — O que é isso?

— Jessica ligou. Ela disse que Felix não foi quem enviou aquele
tweet. Ela descobriu que a conta do Cyber X foi hackeada. — Explicou
Chris. — Alguém enviou o tweet.

— Isso significa o que eu acho que significa? — Wyatt perguntou a ele.


— Sim. — respondeu Chris. — Mantenha seus olhos abertos, irmão. Ele
provavelmente está te observando agora.

Wyatt olhou por cima do ombro de Natasha e avaliou a multidão atrás


dela, então olhou para todos até seus seis. — Temos um problema. —Ele
colocou o cabelo dela atrás da orelha e segurou levemente seu ombro como
se este fosse um momento sensual. Ele beliscou seu lábio antes de sua boca
patinar em seu ouvido. — O Knight hackeou a conta de Felix. Ele enviou o
tweet.

Ela estremeceu sob seu toque. — E Felix não teve escolha a não ser se
mostrar e fingir que enviou o convite. Explica o mau humor dele e de sua
esposa.

Ele a soltou e deu um passo para trás. — Eles estão nervosos. — Felix e
Kate provavelmente temiam que o mundo logo descobrisse que Cyber X
também tinha um calcanhar de Aquiles, e era O Knight. Afinal, eles não eram
tão intocáveis. — Harper está de pé. — Disse ele um momento depois, e ela
se virou para seguir seu olhar.

Harper estendeu a mão, solicitando uma dança de Roman. Seus olhos


se conectaram com Wyatt enquanto ela e Roman se moviam para a pista de
dança, dando a ele a oportunidade de encontrá-la lá fora.

Wyatt guiou Natasha até onde os casais dançavam. Ele ergueu os braços
dela e os jogou sobre os ombros, então segurou seus quadris.

— Ele poderia ser qualquer um. — Ela disse em seu ouvido enquanto
eles se moviam, seu footwork impressionante.

— Onde você aprendeu a dançar assim? — Ele a girou duas vezes antes
de pegá-la nos braços e mergulhá-la.

— Eu poderia te perguntar a mesma coisa. — Ela disse com um sorriso.

— Se lhe contar...
— Você vai ter que me matar? — Ela perguntou com uma risada. Era
quase como se eles tivessem se encontrado encasulados no momento,
esquecendo onde estavam e por que ainda estavam lá.

O Knight os trouxe para o clube, ele lembrou a si mesmo. É hora de se


concentrar. Mas maldição se ele não tivesse visão de túnel com esta mulher
incrível em seus braços. O sorriso em seu rosto foi para os olhos, tornando-a
simplesmente irresistível.

Ele tinha um fraco por pernas, mas um sorriso, especialmente o dela, era
sua criptonita final.

— Aulas de equitação, tiro ao alvo, piano e dança. Exigido pela minha


mãe. — Ele finalmente admitiu, movendo-se para frente e para trás no tempo
a cada batida.

Seus lábios se contraíram quando sua palma foi para o peito dele. — Um
homem segundo o meu coração.

Ele estava prestes a girá-la quando avistou Roman e Harper por


perto. Ele deu um aceno rápido, e eles trocaram de parceiros.

Dançar com Harper era como dançar com Jessica - as duas eram como
irmãs para ele. Sua mão não tinha vontade própria como tinha quando estava
com Natasha. Não desceu pelas costas de Harper e sua bunda.

— O que aconteceu na mesa? — Ele perguntou a ela.

— Eles estavam ambos tensos. Ele estava principalmente chateado e ela


parecia nervosa. Com medo, talvez. E acho que agora sabemos por quê. Mas
isso não pareceu impedir Felix de flertar comigo.

Sim, ele fez o mesmo com Natasha. Idiota. Wyatt deu uma olhada
na mesa de Felix. Jasper estava falando, mas Felix tinha seu foco morto em
Harper. — Bem, parece que você conseguiu distraí-lo de seu mau humor. —
Disse ele quando Felix de repente se levantou e veio em sua direção.
Felix era mais ou menos da altura de Wyatt, mais magro do que
musculoso. Suas pernas estavam envoltas em jeans escuro, que ele combinou
com uma camisa de botão branca bem passada.

— Posso interromper? — Os olhos verdes de Felix moveram-se para


Harper e Wyatt recuou.

— Demorou bastante. — Harper disse sua voz suave e sedutora, mesmo


que a esposa de Felix não estivesse longe.

Harper tinha facilmente deslizado para seu apelido tão rápido que Wyatt
demorou um momento para se lembrar da mulher que costumava trabalhar na
Agência como Natasha. Ela deve ter decidido aproveitar a atração de Felix por
ela.

Wyatt enfiou as mãos nos bolsos e recuou alguns passos, trabalhando


seu caminho mais perto de onde Kate e Jasper estavam sentados.

Ele olhou de volta para Natasha. Ela fez contato visual com ele enquanto
continuava a dançar com Roman. Ela se moveu com uma facilidade graciosa
e ele imediatamente perdeu a sensação de seu corpo intimamente pressionado
ao dele quando eles dançaram.

Ele enfiou a mão no bolso e clicou na caneta, esperando estar perto o


suficiente para pegar um pouco da conversa de Kate e Jasper com o gravador.

Depois de um minuto, a voz de AJ estalou em seu ouvido. — O alvo três


está entrando no clube.

Merda.

Alvo três. Sua filha.

Os caras estudaram as contas de mídia social de Gwen antes de ir para


o clube esta noite. Eles checaram o Twitter, Instagram e Facebook.
As fotos dela no Facebook datavam de cinco anos atrás. Dar um passeio
virtual por sua adolescência tinha afetado muito ele. Ele tinha sentimentos
confusos sobre ver fotos dela com seus amigos e namorados.

O arrependimento pesava muito por perder tanto de sua vida, mas


também foi bom saber mais sobre ela.

Sua cor favorita tinha que ser vermelho, dada a frequência com que ela
o usava.

Ela frequentava a mesma sorveteria em Londres que Wyatt frequentava


quando era criança. Uma simples amante de baunilha e chocolate como
ele. Uma colher de cada um.

Ela tinha excelente pontaria com base nas fotos de seu tiro ao alvo na
casa de sua família.

Gwen também escreveu várias matérias para o jornal de seu colégio que
provavelmente causaram ataques cardíacos a Charlotte e
Arthur. Especialmente um artigo, em particular, pedindo a abolição dos títulos
de nobreza.

O tweet que ela enviou alguns meses depois de completar dezoito anos
fez seu estômago revirar. Eu cresci em uma casa de
mentiras. #Gettingoutofhere #Screwthislife #Donewithliars

Ele não tinha ideia do que tinha acontecido e provavelmente nunca iria
descobrir, mas ele se lembrou de Charlotte dizendo no funeral que Gwen e
Arthur tiveram uma crise um pouco antes de ela ir para a faculdade.

— Você a tem em vista? — AJ perguntou, puxando o foco de Wyatt de


volta para o clube, assim que Gwen apareceu em sua linha de suspiro.

— Sim. — Wyatt respondeu baixo demais para AJ ouvi-lo, porque suas


cordas vocais estavam presas ao ver Gwen caminhando com passos
confiantes.
Vestida com calças pretas esvoaçantes com um top vermelho brilhante
pendurado em um ombro, ela garantiu a atenção de todos por quem passou.

Seu cabelo loiro estava preso em um rabo de cavalo apertado e seus


lábios estavam tão vermelhos quanto sua camisa. Seus saltos no chão de
ladrilhos foram silenciados pela banda.

Felix parou de dançar com Harper quando Gwen passou por ele como
uma brisa raivosa, varrendo seu foco para ela.

— Com licença. — Ele ouviu Felix dizer.

Harper trocou de lugar com Natasha e Wyatt desligou a caneta. Ele


pegou Natasha nos braços para dançar novamente, mas não conseguia se
lembrar dos passos, não depois de ter visto Gwen pela primeira vez. E
certamente não com Felix abrindo caminho para chegar até sua filha no bar.

A menos que Felix tivesse memorizado cada nome e rosto na lista de


competidores, o que era improvável, não havia como ele fazer uma abordagem
tão rápida em Gwen, a menos que a tivesse conhecido antes, e isso fez seu
estômago afundar como um Titanic profundidades.

— O que diabos está acontecendo? — Ele murmurou.

Natasha se virou e apertou as costas dele contra o peito dele, depois


começou a se mover para cima e para baixo contra ele, fazendo uma dança
sexy. Não era exatamente salsa, mas a levou a colocar os olhos em seus alvos.

Alvos. Em que mundo ele A, teve uma filha, e B, uma filha que era um
alvo?

Os braços de Gwen estavam apertados sobre o peito enquanto Felix


falava com ela perto do bar. Não houve toque. Sem intimidade. Mas havia algo
entre eles. A ausência de toque pode ter dito mais do que qualquer toque
possível de seus corpos jamais poderia.
— Ela está pedindo uma bebida. — Ele resmungou um minuto depois. —
Ela tem apenas vinte anos.

— Isso é legal aqui. E no Reino Unido, certo? — Natasha comentou.

— Sim, bem, é muito jovem. Inferno, então tem vinte e um. Precisamos
mudar as leis.

Ele parou de dançar, seu coração murchando em seu peito quando


Gwen ignorou a bebida que o barman ofereceu, ao invés disso manobrando ao
redor de Felix e em direção à porta lateral, que levava a um pequeno pátio
externo. — Eu vou lá fora.

A boca de Natasha se apertou, mas ela assentiu.

O olhar furioso de Harper também não foi suficiente para detê-lo. Ele
tinha que vê-la. Fale com ela. Saiba que ela estava bem.

Se o hacker mais perigoso da história estivesse em algum lugar no clube


esta noite, como o inferno ele teria sua filha parada do lado de fora em um
pátio.

Ele empurrou a porta e uma rajada de ar frio o atingiu no rosto.

Ela estava parada embaixo do aquecedor, e um cara com um moletom


escuro ofereceu-lhe um cigarro.

— Você não sabe que fumar faz mal para você? — Ele enfiou as mãos
nos bolsos, instintivamente puxando os ombros para a frente por causa do frio.

O cara girou na direção de Wyatt, mas manteve os olhos no chão, então


passou por ele e voltou para dentro. Ele não queria ir com Wyatt. Jogada
inteligente.
— O quê, você é meu pai? — Suas palavras e arrastamento sarcástico
foram um chute no saco. Então ela revirou os olhos, o que ele imaginou que
ela provavelmente fazia muito.

Ela se aproximou mais do aquecedor e ele ergueu a mão até a maçaneta


que estava fora de seu alcance e aumentou a chama para aumentar o calor
para ela.

— Obrigado. — Sua apreciação murmurada foi quase baixa demais para


ouvir. — Você me seguiu até aqui? — Suas sobrancelhas franziram em
desconfiança. — Você é uma trepadeira?

Pelo menos ela foi cautelosa, mas ele não podia acreditar que sua filha
estava tão perto e com seus olhos cinza-azulados focados nele, a teimosa
elevação de seu queixo se ergueu. — Eu vi você conversando com Felix, e
você parecia chateada. Pensei em verificar você.

Ela olhou para ele como se estivesse tentando fazer uma leitura dele. —
Você não parece um hacker. — Concluiu ela.

— Nem você. — E por que diabos você é um?

— Mas, você parece familiar. — Suas sobrancelhas permaneceram


tensas enquanto o avaliava. — Você é da Inglaterra?

Como ele poderia ficar aqui e mentir para sua filha?

Provavelmente uma habilidosa sua filha.

Não, ela era dele. Ela tinha que ser.

Cabelo da mesma cor. Os olhos são azuis ou cinza? O mesmo... — Sim.


— Ele forçou antes que ficasse tonto com seus pensamentos.

— Eu conheço você? — Ela chutou seu olhar suspeito para cima. Se


parece que pode matar...
— Nós nunca nos conhecemos. — Isso era verdade, então ele se sentiu
menos idiota por sua resposta.

— Eu realmente sinto que te conheço. — Ela inclinou a cabeça para o


lado e se aproximou dele.

Ele limpou a garganta e perguntou: — O que aconteceu com você e


Felix? — Ele precisava virar essa conversa e tirá-la dele.

Suas palavras a fizeram recuar um passo. — Felix é um idiota. — Seus


dentes bateram juntos, batendo com a temperatura gélida. Suas bochechas
estavam rosadas de frio, e seus longos cílios escuros ergueram-se para
encontrar seus olhos. — Qual o seu nome?

Ela não ia deixar isso passar, não é? Teimosa como ele.

Ela é filha de Arthur. Arthur a criou. Eu sou apenas sangue. Mas então,
por que diabos ele sentiu uma conexão tão imediata com ela? A necessidade
de protegê-la e derrubar qualquer ameaça em seu caminho?

— Nome real ou online?

— Você pode começar com seu nome cibernético.

Ele levou um momento para se lembrar, para se recompor. — Link.

Ela esbarrou no aquecedor e ele estendeu a mão para pegá-la antes


que caísse sobre ela.

— Bons reflexos, mas você também é um mentiroso. — Ela balançou a


cabeça. — Eu não gosto de mentirosos.

Ele soltou o aquecedor, que deveria ter sido chamado por sua
estabilidade de merda e quase caindo sobre sua filha.

Mas como diabos Gwen sabia que ele não era Link?
— Você não vai entrar na competição com esse nome, vai? — O
desenho irritado de suas sobrancelhas era a confirmação de que ele estava
fodido. De todos os nomes que Harper poderia ter escolhido, de alguma forma,
sua filha foi a única que conheceu esse hacker recluso, Link. Quais eram as
chances? Do jeito que as coisas andam ultimamente, por que ele ficou
surpreso?

— Não, não vou entrar.

— Link é um cara legal e não gostaria que alguém usasse seu nome. Eu
sugiro que você escolha um identificador diferente se você for tentar fingir que
é um hacker. — Ela disse seu tom afiado. Ela passou por ele, mas ele se virou
e a capturou pelo braço, fazendo o possível para manter o toque leve.

— Esteja segura. — Ele não pôde deixar de dizer.

Seu olhar foi para a mão dele em seu braço antes de encontrar seus
olhos. — Eu tenho um pai. Eu não preciso de outro.

Wyatt se forçou a soltá-la, suas palavras criando um buraco em seu


coração - um golpe inesperado e doloroso.

Ele a observou entrar apressada e levou um minuto para afastar suas


emoções. — Dois. — Disse ele em seu comunicador.

— Eu a peguei. — AJ respondeu imediatamente. — Ela está saindo do


clube.

— Não a perca. — Wyatt instruiu, empurrando a palma da mão na testa,


na esperança de aliviar a dor, mas grato por ela ter deixado o clube.

— Você está bem?

Ele abaixou a mão ao som da voz de Natasha. — Isso foi difícil.


Ela levou a mão às costas dele, mas ele ainda não estava pronto para se
virar. Ela veria a dor em seus olhos.

— Ela está com raiva de Felix. E parece... — Ele não quis entrar em
detalhes porque isso puxou seu desejo de matar, e havia um alvo em mente -
Felix Ward.

— Você acha que algo está acontecendo entre eles. — Ela disse isso por
ele, mas ele poderia responder sem quebrar alguma coisa?

— Eu faço. — Ele virou para encará-la.

— Talvez eles estejam se vendo secretamente. Ele poderia ter ficado


com raiva por ter aparecido esta noite.

Wyatt tentou usar a força de Natasha quando tudo o que ele queria fazer
era voltar para dentro e quebrar o pescoço de Felix.

Felix tinha trinta e oito anos, um ano mais novo que Wyatt.

Gwen faria vinte e um em março.

Ela era muito jovem.

E o idiota era casado.

— Eu vou mata-lo. — Suas mãos se transformaram em punhos e ele


rangeu os dentes de trás enquanto olhava para a porta lateral do clube. — Ela
provavelmente veio esta noite sem saber que Felix não foi quem lançou o
desafio.

— E já que ela está tentando provar a si mesma, como ela poderia


resistir?

— Mas ele ficou chateado por ela ter aparecido.


— E ele já estava chateado por saber que alguém havia hackeado sua
conta. — Acrescentou ela. — Além disso, a esposa dele estava lá.

— Isso não o impediu de flertar com Harper. — Ressaltou.

— O Alvo Um foi embora. — Disse Chris nos comunicadores, alertando


a equipe sobre o status de Felix, e suas palavras fizeram o coração de Wyatt
se intensificar.

Ele bateu em seu comunicador. — Qual é o status do seu alvo, Dois?

Felix estava indo atrás de Gwen?

A linha estalou e a respiração de AJ tornou- se difícil. — Ela caminhou


três quarteirões e parou. Ela está no telefone. Talvez ela esteja esperando uma
carona. Estou solicitando um Uber, então estou pronto para seguir. Posso
estar fora do alcance de comunicação em breve.

— Tudo bem. — Disse ele, seus ombros cedendo em alívio com Gwen
longe de qualquer jogo que o Knight estava jogando. — Avise-me se alguma
coisa mudar.

— Certo. — Respondeu AJ.

— O Alvo Um está entrando em uma limusine que acabou de parar. —


Chris o informou.

— Siga-o. — Wyatt ordenou e acenou para Natasha voltar para dentro


do clube para que ele pudesse colocar os olhos em Jasper e Kate. — Todos
fiquem com as metas atribuídas conforme planejado.

— E agora? — Natasha perguntou a ele.

— Nós voltamos para o hotel. — Ele disse sua voz cortada de


preocupação. Ele gostaria de poder trocar de lugar com AJ.
— Mas o Knight, e se ele estiver aqui? — Ela murmurou.

O filho da puta os trouxe para aquela boate por um motivo, mas qual
era? Para brincar com Natasha? Outro golpe em Felix?

Ele olhou ao redor do local, procurando por qualquer outro hacker na


lista de concorrentes - ninguém era familiar. — Se ele está aqui, não quer que
saibamos. — Disse ele em seu ouvido. — Podemos pedir a Harper que
verifique as imagens de vigilância do clube mais tarde.

— Ele é bom demais para nos deixar vê-lo. — Disse ela enquanto se
encaminhavam para a verificação do casaco, uma sensação estranha subindo
por sua nuca e calafrios caindo sobre sua pele.

Ele parou fora do clube quando a voz de AJ estalou em seu ouvido


novamente.

— Este é o Dois. — Disse AJ, seu tom mais ofegante do que antes. — O
alvo três foi pego e não é nenhum Uber. Ela acabou de entrar na limusine
da Target On e...
— Como Arthur lidou com sua adolescência? — Wyatt passou as mãos
pelo cabelo enquanto andava de um lado para o outro em seu quarto de hotel.

Natasha estava de costas para a parede ao lado da cama, tentando


descobrir uma maneira de acalmá-lo. Ele estava agindo como o pai dela na
noite de seu baile. Exceto que o almirante escolheu estar de uniforme quando
seu encontro chegou. Ele também tinha uma seleção de suas armas favoritas
na mesa da cozinha, preparada para a limpeza. Ela repreendeu seu pai sobre
isso, não porque ele estava tentando assustar seu par, mas por não ser mais
original.

— Se Felix é o alvo do Knight, talvez ele mereça o que quer que


aconteça. — Ele resmungou.

Ele bebeu o suco verde. Ou o que quer que tenha transformado Bruce
Banner de cientista em Hulk. Wyatt passou de um experiente operador
especial a um urso protegendo seus filhotes de uma ameaça.

Talvez houvesse um gene para esse comportamento? Um interruptor


inato que foi acionado quando um homem se tornou pai?

Ela piscou algumas vezes e decidiu que permanecer em silêncio pode


não ser o melhor curso de ação. — E se Gwen for pega no fogo cruzado porque
o Knight ataca Felix?

Ele se acalmou novamente, seus lábios uma barra branca de


preocupação. — Jesus. — Ele se jogou na cama e colocou os cotovelos
nos joelhos e as palmas das mãos no rosto.

— Eu sinto muito. — Ela tirou os calcanhares, jogou o casaco e sentou-


se ao lado dele, esperando poder convencê-lo a descer de qualquer penhasco
de onde ele estava prestes a pular. — Tente não se preocupar, no entanto. AJ
os viu sair da limusine e entrar em um condomínio que foi alugado para a Cyber
X. Ela não estava sob a mira de uma arma, ela foi de boa vontade para a casa
dele.

Quando Wyatt abaixou as mãos e virou a cabeça para observá-la, ela


percebeu que sua pele estava muito mais pálida do que o normal.

— A ideia deles juntos... — Ele fechou os olhos. — Ele é quase dezoito


anos mais velho que ela. Se ele estiver usando sua posição de poder para... —
Wyatt circulou seu dedo indicador no ar, e se a situação não fosse tão ruim, ela
riria que ele usou o sinal de mão – girar para cima – para indicar que comeu
sexo. — Durma com ela, então eu vou matá-lo antes que o Knight possa, e
então não teremos que nos preocupar com ela ser pega no meio de qualquer
coisa porque Felix estará morto.

Ele estava de pé novamente. Um homem com uma missão.

Ele atravessou a sala e se agachou em frente ao cofre, que ficava


embaixo da TV.

Ele estava indo para sua arma. Ótimo.

— Você tem que se acalmar. Você está lidando com emoções que
provavelmente nunca experimentou antes e vai superar isso. Mas respire ok?
— Ela foi para o lado dele. — AJ e Chris estão de olho na propriedade alugada.

— E as cortinas estão fechadas, e eles não podem ver o interior. — Ele


agarrou uma 9 mm, mas não se levantou. — E se ela estiver em perigo?

— Wyatt, ela foi com ele de boa vontade. Ela estava esperando que
alguém a pegasse. Ela sabia que Felix viria por ela.

— Ela é muito jovem para saber o que está fazendo. — Ele empurrou a
arma de volta no cofre e praguejou então a trancou e se levantou.
— Gwen foi inteligente o suficiente para entrar na competição, além de
ser uma das poucas que decifrou o tweet enviado pelo Knight esta noite. —
Apontou Natasha.

— E isso também me assusta pra caralho. — Seus ombros caíram.

Seu olhar voltou para o cofre. — Como você conseguiu fazer passar
armas pela fronteira? Eu não pude trazer a minha. Os canadenses são
rígidos com isso.

— Temos conexões praticamente onde quer que vamos. Precisamos


sempre de um arsenal à nossa disposição. Vou pegar uma para você amanhã.
— A tensão em sua mandíbula afrouxou, mas apenas por um momento. — E,
a propósito, ela é aparentemente a única no planeta que conhece o verdadeiro
Link.

Sua tentativa de distraí-lo de se preocupar falhou miseravelmente.

Mas espere... — O que? Mesmo? — Isso era difícil de acreditar. —


Agora mesmo, você deveria tentar descansar. Harper e Roman estão de volta
lá em cima, investigando se Gwen e Felix têm alguma história anterior ou
não. Além disso, Harper precisa verificar as imagens de vigilância do clube. Há
também a questão de rastrear a localização do Knight quando a conta de Felix
no Twitter foi hackeada. Muitas perguntas não respondidas e, com sorte,
saberemos mais no futuro. Deixe-os examinar isso enquanto você...

— Você acha que eu posso sentar aqui e descansar? — Ele caiu de volta
na cama e colocou os cotovelos nos joelhos.

— Você não tem escolha. Harper me pediu para mantê-lo nesta sala até
ouvirmos alguma coisa. — Ela confessou enquanto se sentava ao lado dele.

Ele a olhou de soslaio. — Eu sou seu refém?


— As mesas mudaram. — Disse ela, mantendo a voz leve e provocante,
na esperança de melhorar um pouco o humor dele, para pelo menos fazê-lo
ficar menos rosnado. — Depois de Ibiza, é justo.

Seus lábios se ergueram ligeiramente nas bordas. — Eu acho que há


lugares piores onde eu poderia estar do que preso aqui. — Seus olhos
percorreram o vestido dela, que era tão confortável que era difícil respirar. —
Suponho que você está aqui para supervisionar, então eu não vou fugir?

— Acho que seria melhor se eu ficasse com você. — Ela se levantou e


foi até sua mala. — Se eu me trocar no banheiro, você vai sair e matar Felix?

Inclinando-se para trás, Wyatt apoiou-se com as palmas das mãos


pressionadas no colchão de cada lado de seu corpo e olhou para ela, seus
olhos movendo-se lentamente para as pernas e descendo para as unhas
pintadas de vermelho. — Não posso fazer promessas.

— Pelo menos você está sendo honesto sobre isso.

Havia uma pequena chance de ele fugir, no entanto. Ele era um pai
agora, e talvez fosse para um jovem de vinte anos, mas independentemente
disso, ele era novo nisso e queria mantê-la segura. Mantenha a respiração
dela. E claramente, longe de algum bilionário manipulador que pode querer
mais do que suas habilidades de hacker.

— Vou me trocar aqui. — Ela estendeu a mão para o zíper na lateral do


vestido e arrastou-o.

— Você está tentando me distrair para que eu não faça algo estúpido?
— Sua voz era baixa e áspera e provocou uma reação imediata em seu corpo
como se ele tivesse levado uma palma calosa sobre seu seio. E por que essa
ideia a excitou tanto?
O tecido de seda vermelha começou a escorregar assim que o vestido
foi aberto, mas ela segurou a frente no lugar sobre o peito. — Não, só não
quero tirar os olhos de você.

— Sim, bem, você tem minha atenção agora. — Ele inclinou a cabeça,
seus olhos afiados em seu corpo, e seu olhar causou arrepios em sua
carne. Ele se levantou e fechou o espaço entre eles. — Mas você tem minha
palavra, não vou embora. — Ele inclinou a cabeça em direção ao banheiro. —
Não vou permitir que você se sinta desconfortável por minha causa. — Seu
tom permaneceu profundo e rouco. — Você deveria se trocar lá.

— Eu...

— Por favor. — A palavra gutural soou como uma prece de joelhos


implorando a ela para não se despir na frente dele.

— Eu tenho alguma experiência em ter que mudar de roupa de uma


maneira furtiva— disse ela com um sorriso fácil, na esperança de sair deste
momento sem dobrar os joelhos ou o campo de força invisível que eles
tentaram criar entre eles desintegrando-se. — Eu não estava planejando
mostrar a você nenhuma pele.

— Acredite em mim, você poderia ser tão furtivo quanto Houdini, e eu


ainda ficaria duro como uma rocha. — Sua franca honestidade a fez respirar
fundo e fazer o possível para não olhar para baixo para ver se havia alguma
verdade no que ele acabara de admitir. — Eu não irei. — Ele prometeu, suas
palavras agarrando-se a ela como se ele a tivesse tocado ao invés.

Ela agarrou o vestido, garantindo que ficasse no lugar e assentiu


levemente. — Eu já volto, então.

Ela pegou uma muda de roupa com a mão livre e correu para o
banheiro. Assim que ficou sozinha, Natasha deixou o vestido vermelho
acumular-se em seus pés e se apoiou no balcão. O que eu estou pensando?
O tambor familiar de desejo que ela experimentou com ele no passado
reverberou no tempo de seus batimentos cardíacos, o ritmo ganhando
velocidade.

Ela não tinha certeza de quanto tempo ela ficou no banheiro para se
acalmar e abafar suas emoções, mas quando ela voltou para o quarto, Wyatt
estava na cama, os braços apertados sobre o peito, e pelo que parecia,
dormindo.

Seus lábios se contraíram, a emoção vazando de volta ao ver este


homem musculoso passando por cima das cobertas, tão desgastado por tudo
que ele tinha passado.

Ela silenciosamente descartou seu vestido e calcinha na bolsa de roupa


suja e foi na ponta dos pés até a outra cama para se sentar em seu moletom
cinza e camiseta preta. Depois de esperar alguns minutos para garantir que ele
estava dormindo profundamente, ela tirou seus sapatos e agarrou o cobertor
cinza da outra cama para cobri-lo.

Ele se mexeu um pouco, com as pernas penduradas na beira da cama,


mas não acordou.

A ideia de pegar seu laptop e trabalhar passou por sua mente, mas antes
que ela tivesse a chance de decidir o que fazer, o celular de Wyatt começou a
vibrar na mesa de cabeceira.

O nome de Harper apareceu na tela. Ela agarrou o telefone e correu para


o banheiro para atender, mantendo a porta apenas ligeiramente aberta.

— Ei, ele está dormindo. — Ela sussurrou.

— Uau, você realmente conseguiu fazer com que ele se acalmasse.

— Acho que todo o seu andar furioso e gritar o exauriram. — Ela deu
uma olhada em Wyatt pela porta quebrada.
— Eu não quero acordá-lo, mas ele deve saber que Gwen deixou a casa
de Felix. Ela entrou em um táxi em vez de sua limusine. De volta ao hotel dela
agora.

— Ela parece bem? Houve algum som de luta ou, hum alguma coisa?
— Ela se encolheu com a ideia de Gwen e Felix dormindo juntos.

— Não. Ela não ficou muito tempo, então Felix a acompanhou até um
táxi. Sem abraço ou beijo de despedida.

Hã. — Estamos interpretando mal a situação, então? Ou eles brigaram e


não fizeram as pazes?

— Não tenho certeza ainda, mas Chris está hospedado em Felix e AJ


está estacionado em frente ao hotel de Gwen. — Ela fez uma pausa. — Eu
encontrei uma conexão entre Felix e Gwen.

Ela foi mais longe no banheiro e encostou o quadril no balcão da


penteadeira.

— Gwen pegou um voo para Seattle há duas semanas, pago pela Cyber
X.

— Então, ela teve uma entrevista de emprego?

— O hotel também foi pago pela empresa, o que eles fazem para todos
os candidatos a datas, então somam. Eles postaram três vagas de estagiário
de verão online há três semanas.

— E talvez ele não achasse que ela era qualificada, então ela decidiu
entrar na competição para tentar provar seu valor para ele dessa forma. —
Sugeriu Natasha. — Mas o comportamento deles no clube sugere que há mais
coisas acontecendo.
— Mesmo que não houvesse nada de romântico entre Gwen e Felix,
havia uma certa tensão, e se O Knight tivesse os olhos no lugar, ele teria
notado.

— Então, ele pode ter como alvo Gwen se achar que ela está conectada
com Felix de alguma forma. — Seus ombros caíram.

— Não podemos descartar a possibilidade, mas Jessica e eu estávamos


conversando e Gwen pode vir a ser uma vantagem.

— Porque ela tem alguma conexão com Felix? — Seu estômago


embrulhou. — Ou como isca para o Knight?

Ativos eram o pão com manteiga da vida de um oficial da CIA. Mas


Harper estava realmente sugerindo usar a filha de Wyatt para chegar ao The
Knight?

— Não, nós nunca arriscaríamos a vida dela. Mas parece que ela está
mais conectada à comunidade hacker do que imaginamos.

— Wyatt disse que ela conhece o verdadeiro Link.

— Então, é possível que ela saiba de algo. Talvez ela tenha uma ideia do
que está acontecendo com Felix e por que ele é um alvo.

Natasha entendeu o que Harper estava sugerindo, e se fosse qualquer


outra pessoa, ela seria a primeira na fila a fazer um acordo com
Gwen. Mas Gwen não era qualquer pessoa.

— Me transformar em pessoas é o que eu faço. — No que sou


boa. Normalmente boa, pelo menos. Ela havia falhado algumas vezes, como
tentar fazer Farid voltar para Argel. — Mas Wyatt não fará nada para colocar
Gwen em perigo. E eu não o culpo. — Ela deu um longo suspiro. — Eu tenho
perseguido esse filho da puta há anos, então acredite em mim, eu quero seguir
todos os caminhos possíveis para pegá-lo antes que ele mate mais pessoas,
mas Gwen está fora dos limites. Devemos nos concentrar em mantê-la segura.
Haveria um momento em que ela teria sacrificado quase tudo, incluindo
sua própria vida, para pegá-lo. Mas ela se importava com Wyatt, e ela não
poderia colocar sua filha em perigo ainda mais. Ela nunca voltaria de uma
escolha como essa.

— Eu sei. Eu não deveria ter mencionado isso. Mas você admite que o
Knight não está jogando o mesmo jogo desta vez. — A voz de Harper se
suavizou. — Ela pode ser capaz de ajudar.

— Ou ela não sabe absolutamente nada, e nós inadvertidamente


pintaremos um alvo na cabeça, puxando-a para isso. — Ela parecia celeste. —
Eu não posso pedir a ela para ser uma fonte no terreno. Podemos trazê-la para
protegê-la e ver se ela deseja compartilhar o que sabe, mas não a colocarei
em perigo. E essa ainda é a decisão de Wyatt. Esta é a filha dele, e é só uma
questão de tempo até que ele a ame como se ele fosse aquele que a criou.
— Se ele ainda não a amasse. Ela abaixou a cabeça ao som da porta
rangendo, e sua respiração engatou quando ela se virou para ver um par de
olhos azul-acinzentados. — Eu vou chamá-lo de volta.
Natasha encerrou a ligação e esbarrou no balcão da penteadeira atrás
dela.

Ela desligou o telefone, engolindo em seco ao ver os lábios de Wyatt


contraídos.

— Gwen está segura em seu hotel. Ela não ficou com Felix por muito
tempo. E parece que podemos ter interpretado mal a situação entre eles. —
Ela apressou os detalhes que Harper havia compartilhado sobre o que ela tinha
aprendido sobre Gwen. Declarações rápidas e fragmentadas. Seus nervos
cortando enquanto ele se inclinava contra o batente da porta interna com os
braços cruzados, seus olhos a prendendo no lugar.

Quanto da conversa dela com Harper ele ouviu?

— Harper e seu pessoal estão trabalhando em pistas. Tentando bolar um


plano. — Ela soltou as palavras, o início de uma divagação que inevitavelmente
se seguiria se ele continuasse olhando para ela assim.

Ele inclinou a cabeça e um toque de escuridão passou por seu rosto. —


E um plano é usar Gwen para chegar até Felix na esperança de chegar ao
Knight? — Seu tom era rouco e sonolento, mas ainda havia uma mordida
inconfundível de raiva presente.

— Eu não quero isso. — Ela respirou fundo e o estudou.

Seus músculos estavam tensos. Mandíbula tensa sob sua barba.

— Você está obcecada por esse hacker, mas você... — Suas palavras
foram sumindo enquanto ele se afastava do batente da porta e dava um passo
para o banheiro. — Você nem parou para pensar em usar Gwen. —Ele fechou
o espaço entre eles, prendendo-a contra o balcão enquanto descia as palmas
das mãos em cada lado dela. Ele a tinha em sua posição favorita - enjaulada
entre seus braços. — Encontrá-lo é tudo para você.

— Não é tudo se você se machucar. Se Gwen se machucar. — O líquido


penetrou em seus olhos, pegando-a desprevenida. Os sinais visíveis de suas
emoções turvaram sua visão.

Ele inclinou a cabeça quando ela forçou o olhar para cima. Seus olhos
ainda estavam escuros, mas não estavam sombreados de raiva desta vez. Eles
eram de um cinza-azulado mais suave, mais parecidos com a cor do mar em
Ibiza, uma lembrança de quando eles quase fizeram sexo.

— Eu nunca vou esquecer isso. Eu nunca vou esquecer você me


protegendo assim. — Sua mão se ergueu para acariciar seu rosto, e
quando ele se inclinou mais perto, seu eixo rígido pressionou contra ela.

Ela engoliu um gemido, deixando morrer dentro dela até que ele colocou
a outra mão em seu cabelo e puxou suavemente, guiando seu queixo para
cima. Então, ela deixou o suspiro livre. Deixe que ele veja o desejo dela por ele,
por mais errado que seja o momento.

— Estamos de volta no mesmo barco da loucura? — Sua voz estava tão


fraca que suas palavras quase se desintegraram no ar.

Em vez de responder, Wyatt perguntou: — Você realmente acha que sou


capaz de amar, não é? — Ele estava procurando a verdade em seus
olhos, mas ela a deu com o coração, esperando que ele a sentisse em um beijo.

Natasha ficou na ponta dos pés e aproximou a boca da dele. Se um beijo


fosse um poema de amor, uma flor se abrindo para revelar o vermelho mais
brilhante ou o momento em que um ente querido apareceu ao voltar para casa
a salvo do dever... aquele foi este momento. Esse beijo.
Sua luxúria e desejo se expandiram enquanto ela respirava seu perfume
inebriante, que só poderia ser feromônios, já que Wyatt não estava usando
colônia. Isso preencheu o espaço apertado entre eles enquanto cada emoção
possível empurrava contra suas costelas, clamando por atenção.

O beijo estava consumindo. Foi cru e real. Intenso.

Dentes se chocando. Duelo de línguas. Necessidade que foi mantida no


limbo por oito anos repentinamente liberada.

Ele não abafou seu gemido, ele o aliviou livremente, e quando ela se
rendeu a ele, no momento, seu corpo relaxou.

— Natasha. — Ele arrastou a boca até sua orelha, sua respiração se


espalhando e aquecendo sua pele, fazendo-a estremecer. Querendo mais, ela
se agarrou a seus bíceps para se aproximar.

Um beliscão afiado em sua orelha. Um beijo suave na lateral do


pescoço. Ela enterrou as pontas dos dedos no tecido de suas mangas quando
seus polegares roçaram seus mamilos antes de viajar lentamente pelas laterais
de suas costelas.

Quando ele puxou a bainha de sua blusa, Natasha a soltou e ergueu os


braços para acelerar o processo de fazer seu topless.

Um passo para trás. Uma rápida olhada. O desejo transformando seus


olhos em outro tom de cinza-azulado, a cor do céu quando uma tempestade
se aproximava.

Ela plantou o lábio firmemente entre os dentes e rezou para que ele não
recuasse esta noite.

Foram oito anos de interrupções e tempo ruim e, com sorte, nem mesmo
o Knight poderia ficar em seu caminho desta vez.
Ele caiu de joelhos sem avisar, colocou as mãos nos quadris dela e
baixou a calça de moletom cinza, acariciando suas pernas enquanto ela
observava e tentava se lembrar de como respirar.

De pé apenas com uma calcinha de algodão branca lisa, Natasha


instintivamente colocou os braços sobre o corpo e o olhar dele, intensamente
focado em sua nudez, fez sua pele ficar quente.

— Por favor, Tash. — Wyatt agarrou seu pulso, um pedido para se


mostrar a ele.

O nó em sua garganta desceu mais fácil do que o esperado, dado seu


estado de exposição. Depois de oito malditos anos querendo ele, que razão ela
tinha para se esconder?

Ela não era mais aquela jovem de vinte e poucos anos sozinha no
altar. Ela não estava quebrada ou com medo. Força e confiança rolaram por
ela como uma maré alta movendo-se sobre a areia, e suas mãos foram para
os ombros dele.

Seus lábios se inclinaram para os lados. A sugestão de um sorriso de


lobo. Um sorriso sexy do tipo as-coisas-que-vou-fazer-para-você. E Deus a
ajudasse, ela queria que ele fizesse todos eles.

Aqueles olhos cinza-tempestade baixaram mais uma vez. E se ela


fosse a lua e ele a terra, parecia que Wyatt não poderia mais lutar contra a
atração gravitacional entre eles. Levantando a mão, ele traçou um dedo no
centro de seu estômago, sobre a calcinha. Seus joelhos dobraram, sua
respiração engatou, e um tremor disparou diretamente por seu corpo enquanto
seu toque queimava uma linha em seu botão sensível.

Mãos fortes agarraram suas coxas enquanto ele se inclinava e


mordiscava a bainha de sua calcinha, sua barba curta raspando suavemente
ao longo de sua pele. Seus lábios roçando a faixa de material. Seus seios
latejavam pesados de necessidade. O momento iminente era quase demais,
esperando que ele a beijasse onde ela só tinha sonhado antes.

Wyatt permaneceu firme de joelhos, os olhos voltando para os dela como


se precisasse ver a expressão em seu rosto enquanto a tocava. Precisava
saber como ele a fazia se sentir. Ela estava completamente
desfeita. Desenrolado como um carretel de lã sem fim.

Apenas me tocando, e eu vou gozar.

Ela perdeu os olhos quando sua língua circulou seu umbigo, e seu dedo
mudou sua calcinha para o lado para ter acesso ao centro raspado.

— Wyatt. — Ela chorou quando o dedo dele empurrou para dentro e


imediatamente torceu para seu ponto G como se ele de alguma forma tivesse
superpoderes e soubesse onde encontrá-lo.

— Eu quero minha boca em você, tudo bem?

Seu pedido de permissão a fez piscar. Tomando um momento para fazer


uma pausa em sua sinceridade em um momento tão aquecido. Ela não tinha
certeza se sua pergunta se qualificava como cavalheirismo, particularmente na
aristocracia britânica, mas aqueceu seu coração.

— Por favor. — Disse ela. Em seguida, acrescentou um aceno de


cabeça, preocupou suas emoções, enrolado como um espartilho apertado em
torno de suas costelas poderia ter estrangulado a palavra.

Ela agarrou seu cabelo loiro escuro enquanto o êxtase crescia dentro
dela... sua respiração, suas palavras, seu tudo congelado neste momento de
intimidade.

Ele removeu o dedo e ela engasgou com a perda, mas quando ele puxou
sua calcinha para baixo, as pontas dos dedos deslizando lentamente ao longo
de sua pele no processo, ela engoliu em seco, preparando-se para o que viria
a seguir.
Sua língua quente deslizou ao longo da costura de sua vagina, e ela
gritou um grito de prazer, perdendo o controle de seu cabelo para se agarrar
ao balcão para se apoiar.

Este homem era um amante, isso era certo.

Especializado. Surpreendente. E agora, todo dela.

Ela pressionou seus quadris para frente, seus mamilos se contraíram


quase até os pontos de dor enquanto ele lambia e chupava, então trouxe dois
dedos profundamente dentro dela enquanto sua língua sacudia e acariciava.

O clímax foi crescendo e crescendo. Suas mãos voaram para os ombros


dele quando ela se rendeu ao orgasmo.

— Puta merda. — Ela murmurou baixinho quando ele trouxe seus lábios
até seu osso pélvico e então trabalhou sua boca mais alto até que ele estava
de pé, e eles estavam se beijando novamente.

Seu pênis se esticou contra seu jeans, duro como uma rocha e ela girou
os quadris, pronta para ele. Preparado para tomar cada centímetro que ele
daria a ela.

Noites solitárias não existiriam com este homem dentro dela.

Os filmes Hallmark não seriam necessários se ela tivesse o beijo


dele. Seu toque.

Em sua cama, ele a protegeria da escuridão do mundo, ajudando-a a


dormir melhor à noite.

Ela chutou sua calça de moletom e calcinha para fora de seus tornozelos
sem desconectar seus lábios. Então, com dedos hábeis, ele abriu o botão da
calça jeans e o zíper e rapidamente os tirou do caminho. Ele saiu delas, e elas
só pararam de se beijar no momento que levou para descartar sua camisa.
— Você tem um gosto tão bom lá embaixo. — Ele sussurrou contra sua
boca. — E seus lábios aqui em cima são uma marca especial do céu,
também. Eu poderia te beijar para sempre. — Antes que ela percebesse, ele a
girou para enfrentar o chuveiro, e ela engasgou quando seus seios
encontraram o vidro frio.

Com a cabeça inclinada para o lado, um suspiro de prazer deixou sua


boca quando ele colocou as palmas das mãos contra o vidro, em seguida,
arrastou uma mão áspera do centro de suas costas até a curva de sua bunda.

Ela apertou as pernas quando a necessidade a agarrou e ele ajustou seu


corpo nu ao dela.

Ela o queria.

Precisava dele.

Com os olhos fechados agora, as pontas dos dedos dela enrolaram em


suas palmas contra o vidro, sua adrenalina surgindo a cada momento de
espera por ele unir seus corpos como um só.

Ele ergueu a cortina de cabelo loiro dela, mudou-a para o lado, e trouxe
sua boca para a nuca dela antes de inclinar os lábios perto de sua orelha. —
Eu quero fazer algo diferente, mas honestamente não sei como.

Calafrios surgiram e percorreram sua espinha. — O que é isso? — Ela


sussurrou, abrindo os olhos.

Ele apoiou as mãos nas dela. — Fazer amor. Quero fazer amor com
você. — Sua voz estava crua e áspera de desejo, mas um redemoinho de
outras emoções o cortou também.

Eu vou me apaixonar por este homem.

E talvez parte dela já tivesse.


Ela deixou um pedaço de si mesma com ele na praia na Califórnia.

Outro fragmento em Ibiza.

Depois, no Colorado.

Ele já possuía tanto de seu coração, como ela poderia não dar o resto a
ele?

CAPÍTULO VINTE E SEIS

U MA LÂMPADA CAIU no chão, sua lâmpada piscando para uma morte


rápida, mas Wyatt mal percebeu, muito preocupado com Natasha em seus
braços.

No segundo que eles deixaram o banheiro, eles se tornaram ainda mais


famintos um pelo outro.

Os seios dela contra o peito dele, lábios deliciosos presos aos dele... eles
tropeçaram pela sala, derrubando merda enquanto se revezavam arrastando
os dedos um sobre o corpo do outro. Inferno, eles provavelmente pareciam
estar praticando manobras de combate corpo a corpo.

O óleo na lata de um Jackson Pollock deslizou para o chão ao lado da


mesa de cabeceira quando Natasha ganhou a vantagem, desta vez assumindo
o controle e empurrando Wyatt contra a parede. Maldição, sua paixão e força
física o excitaram.
Ele agarrou sua bunda, incitando-a a envolver as pernas ao redor de
seus quadris. Ela o fez sem esforço, esfregando avidamente sua boceta
molhada contra seu pau duro.

Ele tinha que tê-la. Direito. O. Porra. Agora.

O plano era fazer isso durar. Para esticá-lo o máximo possível.

Ele queria fazer amor porque tinha certeza de que tudo o que tinha feito
era trepar, e apesar da paixão física que compartilhavam um pelo outro, havia
algo mais entre eles. Algo que ele não conseguia explicar, ou talvez ainda
entender.

— Conte-me. — Ele inverteu suas posições, trazendo-a de volta à


parede. Suas pernas ainda estavam apertadas ao redor de seu corpo, mas ele
ainda não tinha entrado nela, embora sua vagina fosse uma bandeira vermelha
balançando ao vento, e seu pau, o maldito touro.

Restrição. Ele estava tentando manter um pouco de controle.

— Diga-me a diferença. — Ele murmurou.

— Entre fazer amor e sexo? — Ela perguntou entre gemidos ofegantes


enquanto resistia contra ele, e ele levou um momento para se livrar do animal
dentro de si para que ele não sucumbisse ao impulso e golpeasse dentro dela
como um selvagem e incontrolável leste.

Sexo era uma coisa.

Mas o que ele sentia por ela agora... era o próximo nível. Algo
diferente. Talvez ele já tivesse sua resposta, mas ele ainda queria ouvi-la dizer
as palavras. Sinta o significado passando por sua pele.

— Sim. — Ele rosnou o timbre em algum lugar entre o rugido de um leão


e o uivo de um lobo moribundo. Seu pau iria morrer uma morte dolorosa se ele
não mergulhasse profundamente dentro de seu centro úmido logo, no entanto.
Os dedos finos de Natasha se enredaram no cabelo de sua têmpora e
ela inclinou a cabeça para o lado. Um doce sorriso enfeitou seus lábios. — A
diferença entre fazer amor e fazer sexo é como você se sente em relação à
pessoa com quem está.

— E como você se sente sobre mim? — Ele perguntou quase nervoso


ao ouvir sua resposta.

— Eu me sinto feliz. Neste mundo de caos, os riscos que vêm com meu
trabalho, a dor de cabeça e o desespero que vejo... apesar de tudo isso, fico
feliz quando estou com você. Você faz meu coração se sentir
bem. Você me faz sentir bem. — Seus lábios se curvaram em um sorriso mais
amplo. — Muito, muito bem.

Ele permitiu que as pernas dela escorregassem de sua cintura, para que
seus pés tocassem o chão, porque talvez os dois precisassem estar aterrados
no momento. Para apreciá-lo totalmente. — Posso te perguntar... que tipo de
pessoa você pensa que eu sou?

Ela se encostou na parede, seus seios cheios levantando, distraindo-


o. Ele precisava se controlar por um momento. Mas, caramba, ele queria
estender a mão e agarrá-la novamente. Plante sua boca em um mamilo em
forma de botão de rosa e provoque-o levemente entre os dentes.

— Você é um cara extremamente sexy que salva as pessoas para viver


e faz isso sem agradecer. Você se preocupa com seus companheiros de
equipe e morrerá por eles sem pensar duas vezes. Você construiu paredes, o
que provavelmente começou quando você era criança por causa de como
seus pais te criaram, e essas paredes ficaram mais altas depois de Clara e
continuaram a subir enquanto você assistia as pessoas de quem gostava
morrer.

Foi como se o coração dele despencasse no estômago enquanto ela


falava. Sua próxima respiração foi mais trêmula do que ele esperava quando
ele olhou em seus olhos e curvou a mão em torno de seu quadril.
— Eu não quero derrubar suas paredes, porque eu aprendi que elas só
ficam baixas se você for o único a removê-las. — Suas sobrancelhas franziram,
tanta intensidade e compaixão ali. — Mas eu adoraria que isso
acontecesse. Depois que as paredes forem removidas, você poderá sentir
tudo o que sinto por você sem ter que me perguntar. Você apenas saberá.

— Jesus, Tash. — Ele trouxe sua testa para a dela e segurou sua
bochecha com a mão livre.

— Não sou Freud, mas...

Ele a beijou, e nem mesmo um trem de carga correndo em sua direção


poderia detê-lo.

Não o Knight.

Nenhum idiota terrorista do mundo poderia ficar entre ele e este


momento.

Agora, era apenas ela.

Ela deslizou a mão entre eles e agarrou seu eixo. A palma da mão dela
deslizou para cima e para baixo da raiz às pontas, e ele segurou os dentes de
trás, segurando seus olhos até que não pudesse mais permanecer de pé.

Em um movimento rápido, ele soltou a mão dela de seu pênis, pegou-a


em seus braços e a levou para a cama.

Ela deixou sua cabeça bater no travesseiro, seu cabelo loiro caindo
descontroladamente sobre ela, os toques de rosa um lembrete de que ela tinha
vindo para o Canadá para perseguir um hacker cruel e mortal.

Ele apressadamente se embainhou com um preservativo, em seguida,


trouxe o impacto de seu peso sobre seus antebraços em cima dela, seu peito
roçando seus mamilos.
— Eu quero você ainda mais do que o sol. — Ele sussurrou sem pensar,
esquecendo que ela não saberia do que ele estava falando. E antes que ela
pudesse perguntar, ele a beijou. Mais forte do que ele pretendia. Quase
contundindo. Um beijo destinado a se punir por esperar tanto estar com ela.

Ele sabia que no fundo era a hora certa, no entanto. Mais cedo, e eles
podem não estar prontos.

Seus quadris se ergueram como um convite e ele aceitou. Incapaz de


impedir o touro de atacar.

No momento em que seus corpos se uniram, ele ergueu a cabeça para


encontrar os olhos dela.

Um aperto encheu seu peito. Uma vibração de certeza absoluta


cortando, tocando cada espaço dentro dele, do coração à mente.

Ele dirigiu seu comprimento mais fundo, e cada impulso a fazia gemer,
gritar, mas nunca perdendo de vista seus olhos.

Ele agora entendia a diferença entre sexo e fazer amor. Não tinha nada
a ver com os movimentos e tudo a ver com o órgão em seu peito que ele não
acreditava que ainda funcionasse.

Seu coração inchou e seus ombros tremeram levemente enquanto eles


se moviam juntos como parceiros, como um só.

E algo dentro dele o deixou ir e dane-se se não haveria mais volta agora.

Ele romperia todos os pontos possíveis e explodiria cada parede ou porta


se isso significasse mantê-la em sua vida.

Ela perseguiu o Knight por anos, mas ele podia se ver perseguindo os
confins da terra se isso significasse mais uma conexão com ela assim.
***

Natasha lançou a Wyatt um sorriso preguiçoso e correu a palma da mão


ao longo de seu bíceps com tinta. — Sabe, não estou exatamente surpresa por
ninguém acreditar que você era um hacker. A maioria dos hackers passa muito
tempo atrás de um teclado para construir músculos como os seus.

Ele fez um show ao flexionar o bíceps e ela riu. — Não é a única coisa
difícil, querida. — Ele balançou as sobrancelhas e seu foco mergulhou entre
seus corpos nus.

Eles ficaram sem preservativos há duas horas. Ele só tinha dois com ele
desde que seus amigos realmente usaram alguns para suas armas longas na
operação em Svalbard para manter a neve fora dos canos.

Ele estava geralmente mais preparado, mas não fazia sexo há muito
tempo, nem fazia amor, e depois de fazer isso com Natasha, era tão viciante
que ele não queria parar. Então, apesar de toda a merda que acontecia em
suas vidas, eles lutaram uma após a outra, tomando um banho uma vez no
meio que significava uma chance de recuperar o fôlego.

Ela se ajoelhar sob a água e sugá-lo até deixá-lo seco o deixou mal capaz
de andar depois disso, entretanto, levou mais trinta minutos para recuperar sua
energia, já que ele não tinha exatamente vinte anos.

— E a propósito, Jasper pareceu acreditar na minha história de Link. —


Ele adicionou quando ela envolveu a mão com força em torno da base de seu
eixo.

— Ele estava muito distraído com seus músculos e aparência.

— Ei, eu sou mais do que um rosto bonito. — Ele provocou e se inclinou


para beijá-la. — Eu posso confessar uma coisa? — Ele perguntou depois de
separar seus lábios.
— Eu vou querer continuar te masturbando se você fizer isso? — Ela
arqueou uma sobrancelha. — Você está em uma posição bastante perigosa
agora.

Ele fechou os olhos por um segundo enquanto ela movia a mão para cima
e para baixo, adicionando mais pressão na base e pegando um pouco de pré-
semem na cabeça para usar sob seu toque.

— Eu acho que estou seguro. — Ele resmungou, tentando evitar explodir


sua carga impossivelmente rápido.

Ela inclinou a cabeça. — Então, por todos os meios.

Ele limpou a garganta e colocou o braço sobre o osso do quadril para


descansar a mão na bochecha de sua bunda. Ela definitivamente deu
certo. Seus glúteos estavam além de estelares.

E agora ele estava distraído pelas memórias dela algumas horas atrás,
de quatro com sua bunda para cima e seu clitóris rosa e macio e pronto para
ele penetrar.

O que ele queria confessar? Inferno se ele soubesse.

E... foooooda. Ele gozou na cama e ela manteve a mão deslizando para
cima e para baixo até que ele estivesse vazio.

Ele caiu de costas, seu pau batendo na lateral de sua perna,


totalmente exausto.

— Eu esqueci completamente o que diabos eu ia dizer. É como se eu


tivesse enlouquecido e...

— E isso é britânico para?


Ele rolou a cabeça para o lado, notando que a sala parecia ter
sobrevivido a uma festa pós-show de rock. Eles não estavam em marcha para
obter o seu depósito de volta. Jessica iria matá-lo.

...E valeu a pena cada segundo.

— Bunda sobre peito? — Ela repetiu como se percebesse que os sinais


para o cérebro dele ainda estavam se cruzando em todas as direções.

Suas palmas bateram em seu peito, seus cotovelos descansando em


cada lado dele. Ele estava saciado. Descontraído. Quase esquecido do motivo
de estarem no Canadá.

— Para cair. — Ele disse com um sorriso. — Às vezes, um pouco de


Londres volta às minhas palavras.

— Mais do que às vezes.

Ele inclinou o queixo para encontrar seus lindos olhos, e seu coração
apertou ao descobrir um sorriso em seu rosto também. Sua característica
favorita dela.

— Meu amigo AJ gosta de brincar que sou mais ianque - embora nunca
tenha morado no norte - quando estou nos Estados Unidos, mas quando
minhas botas saem dos Estados Unidos, volto a ser britânico.

— Ele é o comediante, certo?

Ele sorriu. — Ele é meu melhor amigo, embora nós nos chateamos o dia
todo. Mas, inferno, Chris e Finn são bastante quadrinhos. — Claro Liam
também poderia ser engraçado. Em seguida, há Asher e Knox. — Na verdade,
somos todos um bando de espertinhos. — Admitiu.

— Exceto o quieto, Roman?

— Ele tem seus momentos.


Ela apoiou a cabeça na palma da mão, apoiando o cotovelo na cama, e
ele girou para encará-la. Seus gloriosos seios imploravam para serem tocados,
então, naturalmente, ele estendeu a mão e espalmou seu seio.

— Eles estão bem aí, o que você esperava? — Ele perguntou quando ela
baixou o foco para sua mão.

— Eles estão doloridos de você os agarrar a noite toda.

Ele alisou seu mamilo rosa entre a ponta do polegar e o indicador. —


Quer que eu pare?

Ela fechou os olhos e chupou o lábio inferior.

— Vou considerar isso como um não. — Ele alcançou entre suas


coxas. Ela já estava molhada para ele. — Você está sensível aí embaixo
também? Eu poderia beijar você - fazer você se sentir melhor.

Ela foi para as costas, trouxe os pés para a cama e separou as coxas
como um convite direto. Droga, essa mulher era perfeita.

Ele avidamente se moveu entre suas pernas, evitando a mancha úmida


e pegajosa que seu esperma tinha deixado no lençol e se estabeleceu entre
suas coxas.

Suas mãos mergulharam em seu cabelo enquanto ela se mexia e se


movia contra sua língua, abrindo caminho para o orgasmo com a boca dele
nela.

— Não, droga. — Ela amaldiçoou quando seu celular começou a vibrar


na mesa de cabeceira. — Estou tão perto.

— Eu não vou parar. — Ele disse antes de reivindicá-la novamente com


sua língua e lábios.

— Eles podem saber alguma coisa. Harper pode precisar de nós.


— Trinta segundos não farão diferença. Agora desligue seu cérebro e
aproveite essa porra de orgasmo como você quer.

Ela gemeu com suas palavras. Ela admitiu para ele na noite passada que
nunca se excitou com xingamentos e conversas sujas no quarto até ele, e a
boca de marinheiro dele estava feliz em obedecer.

Ela se sacudiu contra seu rosto, gozando com força, e ele segurou seus
quadris para não perder o contato enquanto ela gritava uma série de Oh,
deuses, seguido por um longo grito de seu nome.

— Eu realmente espero que Harper não nos mate. — Disse ela depois
de recuperar o fôlego e sentar-se um minuto depois.

Ele ligou de volta para Harper. — Mais do que vale a pena mastigar para
ter você gozando na minha cara. — Disse ele pouco antes de a ligação ser
atendida.

— Ei. — Respondeu Harper. — Eu nunca voltei de Natasha, então


espero que vocês dois tenham dormido um pouco.

Talvez um total de trinta minutos. — Estamos prestes a ir para o seu


quarto. — Disse ele quando percebeu que já eram oito da manhã. — Alguma
novidade?

— Sim. — Disse ela. — Vou explicar quando você subir.

— Dê-nos cinco minutos para... — Ele limpou a garganta. — Ficarmos


limpos e, em seguida, ligar os feeds de segurança.

As bochechas de Natasha suavizaram com um toque rosado.

— Vamos, obrigado. — Respondeu Harper.

Ele largou o telefone e subiu em cima de Natasha. — Você cheira a sexo.


Ela passou as mãos no peito dele. — Você também.

— Você disse que é furtiva para trocar de roupa... como você está com
os chuveiros? — Ele sorriu.

— Contanto que eu não tenha cem quilos de músculos sólidos me


distraindo, posso entrar e sair em menos de sessenta segundos.

— Então, basicamente, eu preciso ficar aqui fora.

— Sim. — Ela sorriu. — Isso é uma ordem.


— Você transou não foi, irmão? — AJ deu um tapa nas costas de Wyatt
enquanto eles estavam dentro da cozinha da suíte de hotel de Harper.

— Por que você está aqui em vez de assistir Gwen?

Preocupar-se com Gwen e sua raiva em relação a Felix-o-Idiota-Ward foi


um golpe forte em seu estômago.

AJ pressionou as pontas dos dedos nos olhos antes de reprimir um


bocejo. — Roman trocou de lugar comigo por volta das cinco para que eu
pudesse obter algumas horas de tempo de rack. — Ele lhe deu uma cotovelada
na lateral do corpo. — Gwen ainda está em seu quarto. Harper invadiu as
câmeras de vigilância do hotel, então também temos uma linha de visão direta
para a porta dela, que graças às estrelas acima, ficava perto dos elevadores
onde há uma câmera.

Seus sapatos cederam de alívio, mas ele sabia que Harper tinha
novidades, e o que quer que fosse, poderia lhe causar palpitações cardíacas.

— E o resto da equipe ainda está em posição?

— Sim.

Ele queria se sentir culpado por ter feito sexo enquanto sua equipe estava
de guarda para manter sua filha segura e os olhos em seus alvos. Mas quando
ele avistou Natasha parada na sala de estar usando jeans, um top branco de
manga comprida, o cabelo ainda molhado e preso em um rabo de cavalo, ele
mal conseguia se lembrar de respirar, muito menos de se sentir culpado por
como passara a noite.

— Então, eu preciso de detalhes, porque eu não tenho sexo há seis


meses, e...
— O quê, somos irmãos da fraternidade? — Ele olhou de soslaio para
AJ. — Sua falta de sexo tem algo a ver com uma certa agente ruiva do FBI pelo
qual você está esperando?

Wyatt tinha notado que Natasha bebeu seu café preto como ele, então
ele encheu dois copos de papel com a coisa, esperando que milagrosamente
tivesse um gosto melhor hoje do que ontem.

AJ fechou os olhos, e o sorriso sonhador em seu rosto era uma indicação


clara de que ele estava se lembrando da agente por quem alegou ter se
apaixonado à primeira vista no ano passado, quando trabalhava no caso de
tentativa de assassinato contra o pai de Bravo Five.

— Droga, irmão, eu ficaria celibatário por mais um ano se soubesse que


ela era a luz no fim deste túnel escuro e assexuado, mas quem sabe se algum
dia a verei novamente.

— Existem essas coisas chamadas telefones. Você poderia ligar para


ela. — Wyatt sorriu quando os olhos de AJ se abriram.

— Boa tentativa de me distrair. — O tapa abrupto nas costas de Wyatt


quase o fez cuspir seu café.

E agora AJ foi quem mudou rapidamente de assunto, não preparado


para falar sobre sua própria vida amorosa.

— Você merece isso... — AJ acenou com a mão na frente de Wyatt. —


Adorável, olhar de veado que você tem em seu rosto, especialmente com o
que você está passando.

Eu sou pai. Seus pensamentos de repente o chicotearam, e ele voltou a


ter a cabeça toda confusa, se perguntando o que fazer com Gwen.

Ela estava em perigo, mas além de mantê-la como refém, o que ele
estava considerando seriamente, ele não sabia o que dizer sem assustá-la. Ele
não poderia liderar com ‘Eu sou seu pai’ ou ‘trabalho para o Comandante-
Chefe dos Estados Unidos da América, e você precisa fazer o que eu digo’.

— Sério, como você está? Não tivemos um segundo para conversar


desde que você deixou cair a coisa da filha sobre nós. — AJ cruzou o braço e
prendeu as costas no pequeno balcão à sua esquerda. — Alface. — Ele
resmungou, lembrando Wyatt de sua desculpa esfarrapada por parecer verde
em Nova York depois que ele desligou o telefone com Charlotte.

Falando em Charlotte - ele deveria chamá-la, certo?

— Você entende que se Felix machucar Gwen, ou tirar vantagem dela


de alguma forma, ele morrerá?

— Certo. — AJ disse com um aceno de cabeça, e Wyatt ficou grato por


eles estarem na mesma página.

— Vocês, rapazes, terminaram de fofocar aí? — Harper gritou. —


Estou com Jess em uma chamada segura pela web.

Wyatt seguiu AJ para fora da cozinha e em seu centro de comando


temporário. Natasha sussurrou um rápido obriga quando ele lhe entregou o
café, e ele retribuiu sua gratidão com um sorriso.

— Eu, uh, não perguntei antes, mas com quanto tempo você está? — O
olhar de Natasha estava na tela enquanto ela bebia seu café.

— Seis meses, mas com gêmeos, espero chegar a 36 semanas antes de


fazerem sua estreia. — Jessica colocou a mão em cima do abdômen. — Minha
outra metade, Asher, teria aparecido para dizer oi, mas ele está fazendo as
malas.

Wyatt agarrou as costas da cadeira de Harper. — Aonde ele está indo?

— Grand Cayman. — Jessica respondeu.


— Ah, inferno, não. — AJ propositalmente estendeu suas palavras para
dar ênfase adicional. — Estamos aqui em cima no frio e ele vai pegar alguns
raios de sol.

— Nós rastreamos o hack do Twitter. — Harper anunciou, ignorando as


lamentações de AJ. — O IP original foi rastreado até o centro de convenções,
mas ele remeteu de lá para Grand Cayman, e estamos pensando que é porque
ele quer que a gente vá para lá.

AJ estava ao lado de Wyatt. — E nós vamos seguir cegamente esse


idiota?

— Isso tudo faz parte de seu novo jogo. Outra pista. — Natasha se virou
e fixou os olhos nas janelas onde as cortinas estavam bem fechadas. —
Precisamos ver o que ele quer.

— Provavelmente é para descobrir se você está trabalhando solo


nisso. Ou para tirar você daqui por algum motivo. — E embora AJ fosse
conhecido por suas teorias muitas vezes selvagens, era possível que ele
estivesse certo sobre esta.

— Estou enviando Knox com Asher. Eles vão se manter discretos. —


Jessica falava com confiança, e por que ela não falaria? Ela comandou o show
com Luke por oito anos, e na maior parte, eles sempre tiveram sucesso na
missão.

Wyatt seguiu o olhar de Natasha de volta para a tela. — Qual é o número


do hotel que você rastreou o The Knight? — Ela perguntou a Jessica enquanto
descartava seu café na mesa para pegar seu celular.

Jessica disse o número sem perguntar por que e Natasha digitou


rapidamente no celular.

— Olá, sim, minha assistente fez minha reserva e estou ligando para
confirmar os detalhes. — Disse Natasha. — Heather Aleo.
Wyatt colocou sua bebida na mesa de café e ficou diante dela. O Knight
conhecia seu apelido?

— Não? — Os olhos de Natasha encontraram os dele. — Talvez ela


tenha colocado a lista em meu nome, Natasha Chandler. — Outra pausa. —
Ok, ótimo. Somente uma noite? Sim. Obrigada. E o número do cartão de
crédito que você tem em arquivo, pode lê-lo para mim para verificar se ela lhe
deu o dela ou o meu?

Harper entregou a ela um bloco de notas e uma caneta.

De jeito nenhum o hotel realmente... Os pensamentos de Wyatt


morreram quando Natasha começou a anotar os dígitos. — Sim, essa pessoa
precisa ser demitida. — Ele disse baixinho.

— Esse é o cartão do meu assistente. Vou trocar de cartas quando


chegar esta noite. Obrigada. — Ela encerrou a ligação e entregou o bloco de
notas a Harper. — O número é significativo. Estou certa disso.

— Você não vai sugerir que vá para Grand Cayman, em vez de nossos
rapazes, vai? — Wyatt ergueu uma sobrancelha e um nó apertado se formou
na boca do estômago.

— Ele me quer lá. Eu tenho que ser a única a ir.

— E se ele esperar você lá para matá-la? — Jessica perguntou, lendo os


pensamentos de Wyatt.

— Você sabe que não é o caso. — Natasha checou seu relógio G-shock,
aquele que seu irmão lhe dera. — Mas tem que ser eu.

Ele agarrou seu pulso. — Por que trazê-la para o Canadá, então você dá
meia-volta e voar para algum lugar?
— Ele está movendo suas peças de xadrez, certo? — Harper falou. —
Cada movimento que ele fez foi calculado e estratégico e, agora, parece que
ele quer que resolvamos um quebra-cabeça.

— Independentemente disso, você não pode ir. — Wyatt soltou seu


pulso e manteve uma postura firme diante dela, não pronto para recuar. — Não
posso deixar você ir sozinha e não quero deixar Gwen.

Dividido entre duas mulheres. Uma mulher ele... bem, senti algo por. E
uma filha que ele acabou de descobrir que tinha.

Chicoteado.

Ele puxou as mangas de sua camisa preta até os cotovelos, e seu olhar
se conectou com a tinta dentro de seu antebraço. Uma lembrança de Arthur
tatuado ali.

— Vá com ela. — O comando de Jessica chamou sua atenção de


volta. — O Knight já sabe que você está conectado com Natasha. E você sabe
que nossos caras não vão deixar nada acontecer com Gwen.

Ele engoliu a emoção que o empurrou para o norte em sua garganta.

— Você não tem que fazer isso. — Os olhos de Natasha encontraram os


dele, seu tom suave. — Você não precisa escolher uma de nós.

Seus ombros caíram. O que ele deveria dizer sobre isso?

— Eu posso colocar você em um voo para Miami em uma hora, então


uma conexão de lá. — Jessica disse antes que ele pudesse responder.

— Faça isso para dois. — Wyatt enfrentou AJ

— Eu prometo a você, Gwen ficará bem. — Disse AJ antes que pudesse


fazer o pedido.
— Wyatt. — Natasha fez sinal para que ele se afastasse, mas ele se
recusou a ceder. Ele não precisava que ela o acalmasse. Ele confiava em seu
povo e não havia nenhuma maneira de deixar Natasha ir para aquela ilha
sozinha.

— Estamos com pouco tempo. — Jessica jogou o lembrete. — A


competição começa amanhã.

Amanhã já é sexta? Como diabos o tempo passou tão rápido? — Ela só


tem reserva para esta noite, então reserve uma passagem de volta amanhã à
tarde.

— E neste ponto, provavelmente não há necessidade de você nem


mesmo entrar na competição. — Jessica olhou para Harper. — Precisamos de
seu foco no caso. Natasha também pode retirar seu apelido.

— Acordado. — Harper olhou para Wyatt um momento depois. — E o


que decidimos sobre Gwen?

Ele apertou a mandíbula e demorou um pouco para formular suas


palavras. — Esperamos para falar com Gwen até eu voltar, e não a deixamos
ir disfarçada. Vemos o que ela já sabe sobre Felix, então a protegemos. — Ele
não iria flexionar sobre isso, e ele lutaria com quem estivesse em seu caminho,
mesmo que fosse o seu próprio time. — Nós não a usamos. — Ele deixou de
fora o Estou claro? mas as palavras saltaram silenciosamente no ar, no
entanto.

— OK. Vamos descobrir alguma coisa. — Jessica passou a palma da


mão sobre o abdômen com um aceno de compreensão que provavelmente
não teria vindo tão facilmente se ela não estivesse prestes a se tornar uma
mãe.

— Posso ir para o centro de convenções e ficar de olho nas coisas lá


com o resto dos caras. — Sugeriu AJ.
— Vou continuar entrando em contato com o MI6 para ver se consigo
fazer com que eles abram o que sabem. Eles estão calados até agora. —
Jessica acrescentou. — Talvez eu precise pedir um favor a Alexa, que
trabalhava lá. Talvez ela consiga fazê-los ceder.

— Não Alexa Ryan, certo? Bem, ela é Alexa Summers agora. — Natasha
deu um passo à frente e, quando Jessica concordou, foi como se o mundo
tivesse ficado muito menor.

— Já trabalhamos juntos no passado. — Anunciou Natasha. — Ela, uh,


foi até dama de honra no meu casamento.

Dale... se não fosse por aquele homem deixando Natasha no


altar... onde estaria agora?

Tudo deu uma volta completa de uma maneira estranha.

— Eu posso ligar para ela em vez disso. Eu considerei a ideia depois de


falar com Jasper, mas eu estava em cima do muro. — Disse Natasha. — Vocês
todos trabalharam com Alexa antes?

— Não exatamente. — Wyatt sorriu. — A irmã do marido dela agora é


casada com Bravo Four, Liam.

Ela piscou algumas vezes como se estivesse absorvendo as notícias e a


conexão entre eles. — Então, se eles tivessem um casamento real com amigos
e familiares em vez de fugir e fugir, eu provavelmente teria conhecido Emily.

— Você conhece Emily? — Eles estavam perdendo o rumo, mas ele não
conseguia acreditar como suas vidas estavam conectadas desde a noite do
casamento de Clara e como o universo os mantinha unidos novamente.

— Não nos conhecemos pessoalmente, mas Alexa delira sobre ela. E


fiquei feliz que Alexa finalmente conheceu alguém. — Ela olhou para trás, na
direção de Harper. — Antes de eu ir fazer as malas, há alguma chance de você
puxar algo útil da vigilância do clube ou aquela gravação que Wyatt roubou de
Kate e Jasper conversando na noite passada?

Harper inclinou a cabeça. — Você estava certo. A gravação da caneta


foi embaralhada. Felix ou Kate devem ter implementado contra-medidas. — Ela
fez uma pausa. — Mas quanto ao clube, agora eu sei por que o Knight o
escolheu. É provavelmente um dos únicos clubes na área sem câmeras e
nenhum prédio próximo tinha vigilância em execução também.

Natasha praguejou baixinho. — Se ele queria um lugar sem câmeras, era


porque estava lá. O Knight poderia ser qualquer um.

— Mais como alguém que ele estava preocupado que reconheceríamos


se o víssemos na câmera, no entanto. — Harper apontou.

— O que descartaria oficialmente Jasper como O Knight, certo?


— Perguntou AJ. — Não há razão para evitar câmeras se ele estava escondido
à vista de todos.

— Precisamos descobrir quem apareceu no clube ontem à noite


enquanto Felix ainda estava lá. — Natasha se aproximou do laptop, os olhos
fixos em Jessica. — Verifique o Instagram. Todos os sites populares de mídia
social. Hashtags com o nome do clube. A maneira como as pessoas estão com
selfies hoje em dia.

— Por que não pensei nisso? — Harper sibilou claramente desapontada


consigo mesma. — Não eram câmeras. Provavelmente todos naquele clube
tinham um telefone, e podemos juntá-los e ver quem foi capturado no
fundo. Bem pensado. —Ela puxou o teclado para mais perto e começou a
digitar. — Seu avião sai em uma hora. Você deve ir.

Natasha consultou o relógio. — Vou ligar para Alexa antes de voarmos.


— Acho melhor avisar a Asher e Knox que não vão sair de férias. —
Jessica olhou para Wyatt. — Esteja seguro. Você não será capaz de levar uma
arma com você.

— As armas são superestimadas. — Disse Wyatt, tentando sorrir,


embora seu estômago estivesse torcido de preocupação.

— Diz o atirador profissional. — AJ revirou os olhos. — Mas ei... — Ele


agarrou o bíceps de Wyatt. — Essas são todas as armas de que você precisa,
certo, chefe?
— Você só pode estar brincando comigo.

— Ninguém pode ouvir você, certo? — Natasha sibilou ao telefone,


dentro do banheiro individual do aeroporto de Montreal.

— Não, estou sozinha. Mas você tem que me dizer, ele era uma boa
trepada? — O humor encheu a voz de Alexa.

As costas de Natasha bateram na porta enquanto ela fechava os


olhos. — O bom nem começa a descrevê-lo. — Ela segurou o punho com força
contra o peito, precisando de cinco minutos para ser uma mulher falando com
sua amiga sobre sexo e não uma agente da CIA.

— Eu sabia. Ele é selvagem, certo? Aposto que ele era muito selvagem
para ficar em Londres e viver a vida de um nobre, isso é com certeza. — Alexa
brincou seu sotaque britânico ecoando, um toque mais forte do que o de Wyatt.

Mesmo que Alexa não pudesse vê-la, as bochechas de Natasha


aqueceram. Seu pescoço provavelmente estava vermelho como uma
beterraba também. — Por que eu te disse?

— Porque eu sou sua amiga e você não precisa mais viver indiretamente
através de mim e de minha incrível vida sexual. — A linha ficou quieta por um
momento. — Mas, eu gostaria de saber por que você nunca mencionou
o marinheiro para mim antes.

— Ei, foi você quem me disse para não ir ao casamento de Dale e Clara,
e olha, se eu não tivesse, não teria conhecido Wyatt. E eu não poderia
mencionar as outras duas vezes em que, uh, nos encontramos porque era
relacionado ao trabalho. — Ela empurrou para longe da porta de metal. —
Você mencionou Liam se casando com Emily, mas eu não tinha ideia de que
ele e Wyatt eram amigos.

Alexa ficou emocionada por ter uma cunhada como Emily, mas quão
pequeno era o mundo em que o marido de Emily estava no mesmo time que
Wyatt?

—Mundo pequeno, certo? — Alexa ecoou os pensamentos de


Natasha. — E se você está se perguntando por que eu não mencionei nenhum
dos melhores amigos solteiros de Liam, é porque eles pareciam destruidores
de corações para mim, especialmente Wyatt.

Wyatt acha que ele é um destruidor de corações. Pelo menos ele


fez. Agora que eles fizeram amor, ela estava esperançosa de que ele não
acreditasse mais nisso como a verdade do evangelho. Ela poderia dizer que
ele não queria ser aquele cara. E eles tinham feito amor. Tinha sido cru e
animalesco às vezes, o que ela amava, mas a conexão emocional entre
eles era intensa e inconfundível a cada segundo que seus corpos estavam
unidos.

— Ok, eu preciso voltar à realidade. Falaremos sobre isso mais tarde.


— Natasha parou na frente do espelho e avistou seu reflexo. Apenas
delineador e rímel para os olhos e um gloss transparente para os lábios. Ela
não teve tempo de secar o cabelo antes, então ainda estava em um rabo de
cavalo apertado, mas não estava mais úmido. Ela estava com suas roupas
normais, jeans e um suéter de cashmere branco Ralph Lauren, já que não
estava viajando como Heather. — Tem certeza de que não se importa de
entrar em contato com seus contatos por mim?

— Claro que não. Não posso prometer que terei uma resposta firme, mas
farei o meu melhor.

Quando Natasha ligou para Alexa pela primeira vez, cinco minutos atrás,
de um queimador, ela deu uma versão abreviada do que estava acontecendo
no Canadá, fazendo o seu melhor para não compartilhar muitos detalhes
confidenciais.

— Obrigada. Você pode ligar para Jéssica se não puder falar comigo
porque estou no avião.

— Parece bom. E ei, se você tiver tempo enquanto estiver na ilha com o
bad boy sexy e tatuado, você deve tentar se divertir um pouco. Divirta-se. Uma
trepada pelo menos.

— Estou desligando agora. — Disse Natasha, lutando contra o sorriso


em seus lábios. — Fale logo. Obrigada novamente. — Eles encerraram a
ligação e ela guardou o queimador na bolsa.

Uma noite no paraíso com Wyatt e sem outras distrações, não seria
bom?

Ela saiu do banheiro um momento depois para encontrar Wyatt parado


ao lado da porta esperando por ela. Ele usava jeans escuro, uma camiseta
branca simples e um par de converse que ela duvidava que ele usasse se não
fosse um hacker disfarçado... mas era o sorriso em seu rosto que era a coisa
mais sexy que ele usava.

A porta era grossa e pesada, mas as paredes eram à prova de som?

Com base no olhar que ele estava dando a ela e no sorriso arrogante em
seu rosto, ele ouviu as partes da conversa que ela não sussurrou
discretamente. — Rambly. Desajeitado. — Ela encolheu os ombros e sorriu
enquanto suas bochechas aqueciam novamente. — Idiota.

Ele ergueu a sobrancelha cheia de cicatrizes, sem dúvida pelos adjetivos


que ela acabara de usar para se descrever, sua tentativa idiota de explicar seu
constrangimento pelo que ele poderia ter ouvido.

Ainda segurando sua bolsa para uma noite, Wyatt se inclinou e levou a
boca ao ouvido dela. — E você sabe que eu amo isso em você. — Ele
pressionou seus lábios em sua bochecha antes de inclinar sua boca sobre a
dela para um beijo rápido, ignorando completamente a enxurrada de pessoas
passando por eles para chegar a seus voos.

— Então, se bom não começa a descrever. — Ele perguntou uma vez


em seus assentos no avião vinte minutos depois. — O que significa? — Ele
reagiu pedindo a mão dela sobre o apoio de braço e agarrou-o enquanto ela
olhava para ele.

— Oh. — Ela disse com um sorriso, seu coração dobrando de tamanho.


— Eu acho que você sabe. — Ela quase riu alto quando ele mordeu o lábio e
se mexeu no assento. Ele olhou para os compartimentos da bagageira, um
olhar de dor em seu rosto, e ela percebeu que ele provavelmente estava
tentando fazer seu pau se acalmar porque seu jeans estava dobrado.

— Isso é tudo o que preciso com você. — Ele bufou. — Só a ideia de


estarmos juntos e eu sou um adolescente excitado de novo. — Oi sotaque
britânico, era como seda acariciando sua pele no mais sensível de lugares.

Pelo menos eles estavam na primeira classe sem outros assentos ao lado
deles, o que também lhe deu uma ideia. Ela enfiou a cabeça no corredor. —
Com licença, você tem cobertores? — Ela perguntou à aeromoça, e Wyatt
agarrou sua mão com ainda mais força, obviamente lendo seus pensamentos
maliciosos.

— Você é tão ruim. — Disse ele em seu ouvido depois que a mulher lhes
entregou um cobertor de lã azul marinho.

Natasha empurrou o braço da cadeira e se aproximou mais, então cobriu


os dois.

— Nós nem saímos da pista ainda. — Ele sorriu enquanto ela abria
furtivamente o zíper de seu jeans.
Suas costas bateram contra o assento quando ela puxou seu
comprimento duro livre de sua calça jeans e boxer e agarrou seu eixo. — E
você sabe que gosta.

Olhos azul acinzentados se voltaram para os dela. — Você é incrível,


você sabe disso, certo? — Ele perguntou, e seu tom era rouco, misturado com
a promessa de muito mais.
GRAND CAYMAN

NATASHA VARREU o quarto do hotel em busca de aparelhos de escuta e


câmeras enquanto Wyatt se sentava na cama que ela já havia limpado e abriu
o laptop para ligar para Harper.

Depois de jantar no aeroporto de Miami, eles pegaram o voo de conexão


para Grand Cayman. O sol já tinha se posto e, embora não fosse tão tarde,
os dois estavam exaustos, mas esperançoso de Harper ter novidades.

— Nada até agora. — Anunciou Natasha após verificar as lâmpadas e


as mesas de cabeceira.

A escrivaninha no canto da sala, com a tela LCD montada acima na


parede azul-petróleo, também estava limpa.

— Só preciso verificar o banheiro.

— Obrigado. — Ele jogou os travesseiros para o lado, esticou as pernas


de jeans e posicionou o computador no colo.

Ela correu para o banheiro para terminar a varredura, ansiosa para


atender a ligação e saber qualquer notícia que Harper pudesse ter para
compartilhar.

Natasha se acalmou ao ver o chuveiro de mármore quando ela entrou,


no entanto. Memórias da noite anterior em Montreal inundaram sua mente - do
chuveiro luxuosamente grande chovendo água quente sobre ela e Wyatt.

Foco. Afastando os pensamentos fumegantes, ela varreu o banheiro em


busca de insetos e voltou para o quarto. — Tudo limpo. Se o Knight esteve
nesta sala, ele não deixou nada para trás. — Ela não esperava, já que não havia
um quarto específico reservado para ela, mas ela tinha que ser cautelosa
quando se tratava daquele bastardo.

Wyatt fez um gesto para que ela se juntasse a ele na cama. — A


chamada está se conectando agora em um servidor seguro.

Ela se sentou ao lado dele e apoiou alguns travesseiros nas costas.

— Chegamos. — Anunciou ele, assim que o rosto de Harper


apareceu na tela.

— Bom. Alguma coisa estranha ainda? — Harper também estava em sua


cama, vestindo um pijama de algodão rosa com casquinhas de sorvete.

— Ainda não. Varremos a sala. Está limpo. — Respondeu Natasha.

— Como está Gwen? — Wyatt perguntou. — O que aconteceu no salão


de convenções hoje?

Um milhão de outras perguntas surgiram na mente de Natasha que


também precisavam ser respondidas, mas com base na expressão relaxada
de Harper, Gwen estava segura.

— Gwen está de volta ao hotel, provavelmente se preparando para a


competição de amanhã. Nenhuma interação entre ela e Felix hoje durante os
seminários. — Harper deve ter viajado com seu próprio travesseiro porque ela
tinha um rosa sedoso apoiado nas costas, que não combinava com o resto da
cama. — Felix fez um discurso. Kate estava no palco parecendo irritada, e
Jasper não fez contato com ninguém. Mantendo para si mesmo. Os meninos
estão em posição e de olho em todos. Mas eu tenho algumas novidades.

Natasha se inclinou para mais perto de Wyatt, seu batimento cardíaco


acelerando quando ela se concentrou em Harper.

— Alexa veio por nós. O MI6 tem pessoas no terreno em Montreal. Eles
estão indo atrás do Knight também. Usando Jasper como isca, embora ele não
saiba disso. — Harper começou. — Ele ligou para o MI6 exatamente como
disse a você. Mas ele não reapareceu por causa da bondade de seu coração
ou de qualquer obrigação. Ele os informou que sua presença na competição
era uma questão de vida ou morte. O Knight descobriu onde ele estava se
escondendo e deixou uma peça de xadrez em sua porta da frente junto com
uma mensagem em duas partes - participe da competição Bug Bounty ou
sua família morrerá. E, se ele cooperar com a CIA de alguma forma, também
será morto.

— Qual foi o motivo da mentira? — Porém, algo ainda parecia errado.

— Eu acho. É também por isso que o MI6 decidiu manter a CIA fora
disso. — respondeu Harper.

— Jasper é muito próximo de seus pais e de sua irmã gêmea na


Inglaterra. Ele saiu do esconderijo por eles. Acho que faz sentido. — Ela franziu
a testa, tentando digerir a notícia. — O Knight deve saber que Jasper foi o
responsável por rastrear sua localização, e ele quer vingança.

— O MI6 concordou em deixá-lo entrar na competição e mantê-lo seguro


caso ele voltasse para a Inglaterra depois disso. — Explicou Harper.

— Mas eles deixaram de fora a parte sobre usá-lo como isca, hein?
— Wyatt resmungou. — Então, agora temos agentes MI6 na mistura. Não
tenho certeza de como me sinto sobre isso. Mas estamos assumindo que
Jasper é inocente?

— Por enquanto, mas eu não descartaria nada. — Uma linha de


preocupação cortou a testa de Harper como se ela tivesse a mesma sensação
desagradável que Natasha estava experimentando. — Ele poderia ter mentido.

— Mas... a peça de xadrez. Jasper não saberia usar esse detalhe em sua
história para o MI6, a menos que fosse verdade. Ele não tinha ideia de que o
Knight me enviou uma peça de xadrez também. — Ela queria se
levantar. Andar de um lado para o outro enquanto tentava resolver o quebra-
cabeça, mas suas pernas pareciam de borracha. Ela estava mentalmente e
fisicamente esgotada. — Você aprendeu mais alguma coisa?

Harper assentiu. — O Data Center na Suécia não apenas armazena


arquivos de dados virtuais, mas também criptomoeda. A conta hackeada por
The Knight continha trezentos milhões de dólares em Bitcoin. Cada centavo foi
transferido para fora da conta.

Trezentos milhões? — Isso não é...

— O número estimado que a CIA deu para saber quanto dinheiro O


Knight acumulou vendendo informações que ele hackeado nos últimos cinco
anos. — Concluiu Harper por ela.

— O que, ele hackeou sua própria conta? — Wyatt perguntou um tom


de brincadeira em sua voz. — Isso não faz sentido.

— Suponho que você ainda não tenha o nome do titular da conta, ou


teria começado com isso. — Esta foi a primeira vez que O Knight roubou
dinheiro. Mas então, ele não estava jogando de acordo com suas regras
habituais, então por que ela ficou surpresa com esse movimento?

Os ombros de Harper caíram. — Ainda estamos trabalhando para


conseguir isso. Mais um dia ou dois, e devemos ser capazes de descobrir quem
perdeu trezentos milhões e não quer falar sobre isso.

— Então, qual é o plano agora? — E por que diabos O Knight a trouxe


para uma ilha?

— Vamos continuar procurando conexões para tentar encontrar uma


maneira de sair à frente desse cara pelo menos uma vez. E fazer o nosso
melhor para ficar fora do radar do MI6 e da Inteligência de Canadá. — A
confiança cortou o tom de Harper, mas ela não conhecia O Knight como
Natasha. Ela não trabalhava no caso dele há anos.

Todos os contratempos. As falhas. A perda de membros de sua equipe.


Harper escondeu um bocejo com a mão. Ela dormiu desde que chegou
ao Canadá? — De qualquer forma, descanse um pouco. Se alguma coisa
mudar do nosso lado, eu ligo para você. Por enquanto, não há nada que você
possa fazer a não ser esperar e ver por que aquele idiota o trouxe até lá.

— Dormiremos se você finalmente tiver tempo para se divertir


também. — Comentou Wyatt, e o aceno de Harper veio como um
sarcástico Sim, claro.

— Fique segura. E obrigada por tudo. — Natasha saiu da cama e ficou


perto da janela enquanto Wyatt encerrava a ligação.

— Você está bem?

Ela espiou entre as cortinas prateadas para dar uma olhada no resort. A
enorme piscina, iluminada com luzes internas, brilhava com um tom turquesa
brilhante, e postes de luz que revestiam os caminhos sinuosos davam ao ar um
brilho suave. Casais felizes passeavam de mãos dadas pela propriedade
enquanto as palmeiras balançavam na brisa. E ao longe, escuro demais para
ver agora, mas mesmo assim uma característica proeminente neste paraíso
era o Mar do Caribe.

— Estou apenas frustrada. — Ela soltou as cortinas e se virou para


encontrá-lo parado a apenas alguns centímetros de distância.

— Eu também. — Sua camisa branca de mangas compridas não era


muito justa, mas o tecido se agarrava a seus braços musculosos, e ela
estendeu a mão e apertou seu bíceps, preocupada com ele. Ele tinha tanta
coisa acontecendo também.

Seu olhar se ergueu para encontrar seus olhos quando ela o soltou. —
O que você vai fazer com Gwen?
Era uma conversa que precisava acontecer mais cedo ou mais tarde,
porque se eles pretendiam trazer Gwen para o redil de alguma forma, ele
precisaria decidir o que dizer a ela.

— Charlotte não vai me deixar contar a notícia sobre Gwen sozinho.


— Ele foi até a cama e se sentou. — E também não me sinto bem em destruir
o mundo dessa garota com a verdade.

Ela se sentou ao lado dele e pegou sua mão, desejando que houvesse
algo que ela pudesse dizer ou fazer para ajudar a tornar as coisas mais fáceis
para ele.

— Mas eu também sei que não posso olhar Gwen nos olhos e mentir
para ela novamente sobre quem eu sou. — Wyatt virou a cabeça para encará-
la, revelando a dor em suas íris. — O que eu faço? Por favor, diga.

Ela encostou a testa na dele e sussurrou: — Não sei. Mas você não
está sozinho nisso. Você tem sua equipe apoiando você.

— E eu tenho você? — Ele perguntou sua voz trêmula, a emoção


beliscando suas palavras.

Ela se afastou para encontrar seus olhos. — Eu acho que você me teve
desde aquela noite na praia, eu simplesmente não sabia disso.
Natasha abriu gradualmente os olhos naquela manhã, as pálpebras
pesadas depois de virar e virar a noite toda.

Wyatt estava de bruços ao lado dela, seus braços musculosamente


esculpidos em cada lado do travesseiro com o rosto voltado para ela, os olhos
fechados. Respirações suaves deixaram seus lábios mal se separaram quando
ele cochilava.

Em algum ponto no meio da noite, ele acordou e a encontrou procurando


em seu telefone, então ele fez amor com ela, o que finalmente ajudou a ajudá-
la a relaxar o suficiente para dormir.

Ele estava apenas em sua boxer preta simples, deixando as linhas duras
de suas costas expostas, e a visão deslumbrante tirou o apelo do sono, e o
torpor se dissipou como uma cortina.

Ela manteve o lado de seu rosto nivelado com o travesseiro enquanto


corria a mão ao longo das bordas de seu tríceps.

Ele só tinha tinta no braço direito, do ombro ao pulso. Cobrindo seu


ombro e braço, asas de anjo intrincadamente desenhadas dobradas para
dentro, como se protegendo alguém abaixo delas. Abaixo das asas havia um
brasão, mas não era como nenhum dos britânicos que ela tinha visto. Os
algarismos romanos III, um leão rugindo nas patas traseiras, além de mais fotos
ocupavam o interior da tatuagem. Também havia tatuagens patrióticas em sua
pele, como a bandeira americana balançando ao vento. Toda a tinta era
preta, incluindo a papoula tipicamente vermelha, um símbolo para
veteranos. O tridente Navy SEAL estava praticamente escondido entre as
tatuagens ao redor, e Wyatt provavelmente tinha feito isso de propósito para
não se destacar como um cara de equipe para os civis.
A tatuagem que sempre conseguia chamar sua atenção era a do interior
de seu antebraço. Ela não conseguia ter uma visão detalhada deste ângulo,
mas era uma espada em uma pedra. O design era muito arturiano. Não estava
em seu braço quando ela o visitou no Colorado. Provavelmente simbólico
para o amigo que ele perdeu, e agora tinha que funcionar como um lembrete
do homem que criou a filha de Wyatt como sua.

Natasha não tinha nenhuma tatuagem, nenhuma arte em seu corpo para
comemorar suas perdas, mas cada um lidou com a morte à sua maneira. Sua
dor foi costurada direto em seu coração, cada perda de outro ponto. Ela sentia
isso com cada batida de seu coração, cada respiração que ainda era capaz de
respirar, ao contrário de seus amigos caídos.

— Eu deveria ter visitado ele.

Suas palavras chamaram sua atenção, e ela olhou para cima para
encontrar Wyatt acordado, observando-a como se soubesse o que ela estava
pensando com base na direção em que seus olhos foram colocados.

— Você acha que ele sabia que não era o pai biológico de Gwen? Tipo,
no fundo sabia? — Wyatt rolou para o lado e deu um tapa no travesseiro
algumas vezes antes de colocar sua bochecha de volta nele.

— Dado o quão fortemente você sabe que ela é sua filha, então sim, ele
provavelmente sabia que ela não era de seu sangue. Mas já que você estava
tão perto enquanto crescia provavelmente como irmãos, eu aposto que ele
considerou o sangue dela - que ele perdeu você, mas a teve em sua vida.

— Você acha que ele ainda se importava comigo depois do que eu fiz?

— Você quer dizer a trapaça? — Natasha apoiou a cabeça na palma da


mão.

— A partida e nunca mais voltar.

— Ele não disse para você ir?


— Sim, mas isso não significa que eu deveria ter ouvido. Nós, uh, nós
dois somos teimosos.

A mão dela se moveu para o coração dele, sua batida firme sob seu
toque. — Se o que você realmente quer perguntar se eu acho que ele te
perdoaria por se tornar seu pai agora que ele se foi, então sim, eu faço.

A ponta de seu polegar roçou suavemente sua bochecha, então desceu


para alisar seus lábios. — Obrigado. Eu realmente quis dizer o que disse outro
dia. — Ele se inclinou mais perto. — Acho que é você quem continua me
salvando, não o contrário. — Seus lábios tocaram os dela, e eles estava
faminto por ele novamente.

Wyatt deve ter sentido também, porque ele recuou apenas para tirar sua
camisa de dormir. Ele espalmou seu seio, seus olhos pertencentes a um
homem faminto. Sua boca se apertou. O desejo profundo em cada linha de seu
corpo.

Ela enfiou a mão embaixo do edredom e empurrou a calça do pijama azul


claro para baixo. Sem calcinha, então era mais fácil.

— Fique em cima de mim. — Disse ele depois de tirar sua boxer, sua voz
rouca, atada com uma necessidade tão forte e poderosa quanto a dela.

Sempre o SEAL preparado, ele comprou preservativos no aeroporto de


Miami. Ela pegou um da mesa de cabeceira e o entregou enquanto montava
nele. Ela não tinha ideia se eles tinham tempo para as preliminares, e ela não
queria perder essa chance.

Seu pênis estava duro como uma rocha, a ponta vazando pré-gozo.

Ele embainhou seu comprimento, girou o dedo indicador, gesticulando


para que ela olhasse para o outro lado, e então se recostou em seus
antebraços.
Natasha se esforçou para inverter sua atitude indecisa, e com a mão
direita no osso do quadril dele e a esquerda ao lado dele na cama, ela começou
a se mover para cima e para baixo em seu eixo.

— Melhor vista nas Ilhas Cayman.

Ela roubou um vislumbre dele, seu sorriso arrogante bonito e sexy.

Natasha assumiu o controle do ritmo e subiu e desceu seu pênis em seu


próprio ritmo.

Ele deve ter caído de costas porque suas mãos estavam sobre ela agora.

Segurando os lados de seus quadris no início. Enviando arrepios em sua


pele quando seus dedos traçaram o comprimento de sua coluna.

Mas Deus a ajudasse, quando ele ergueu o corpo novamente e trouxe


seu peito para as costas e estendeu a mão para dedilhar seu clitóris com os
dedos, ela gozou em cima dele, gemendo tão alto que mal ouviu a batida na
porta.

— Estou indo. — Ele gritou em uma voz gutural.

Ela não tinha certeza de qual – gozo – ele estava se referindo, mas
quando ele ergueu os quadris da cama, enterrando -se mais fundo, assumindo
e bombeando - unindo seus corpos - ela percebeu que ele estava prestes a
gozar. — Um minuto. — Ele gritou com os dentes cerrados enquanto gozava,
segurando-a de costas contra o peito, as mãos em seus seios.

Ele deixou cair o queixo em seu ombro. — Fale sobre o tempo.

— Não é assim que as coisas acontecem conosco?

Mas também, quem diabos estava na porta?

A realidade veio muito rápida e inesperadamente.


— Já vou. — Ele gritou assim que eles desconectaram seus corpos. Ele
pegou um lenço de papel da mesa de cabeceira, embrulhou o preservativo e
jogou-o na pequena lixeira. Ele agarrou sua calça jeans, então se dirigiu para a
porta. — Espere aqui. — Ele sussurrou como se houvesse uma chance de O
Knight estar do outro lado da porta.

Ela assentiu enquanto ele fechava o zíper, então ela perdeu a visão dele
quando ele entrou no pequeno saguão de entrada.

Wyatt trocou algumas palavras rápidas com quem estava fora da sala,
então ele trancou e voltou com uma caixa na mão. — Você tem alguma
ferramenta nessa sua bolsa para ver se há uma bomba nisso? —Ele arqueou
uma sobrancelha enquanto lentamente colocava a caixa na cama, que parecia
tão normal quanto uma entrega de uma loja de varejo online.

— Infelizmente, não, mas isso é altamente improvável. — Ela apostaria


suas vidas nesse palpite? Provavelmente não. — É o tamanho perfeito para um
laptop. — Ela se vestiu apressadamente e deu a volta na cama para dar outra
olhada.

— Vou ligar para Jessica e Harper.

Ela estava ansiosa demais para esperar. — Acho que devemos apenas
abri-lo.

Ele gentilmente agarrou o braço dela, e ela o avistou, pegando a pesada


ascensão e queda de seu peito. Sua boca se apertou por um breve momento
antes de dizer: — Tudo bem, mas deixe-me fazer isso e você se afaste.

— É de mim que estamos falando. Meu trabalho é perigoso.

— Eu sei. — Ele soltou o braço dela. — Isso não significa que não vou
me preocupar com você a cada segundo de cada dia de agora em diante.
Agora em diante? O tom terno de sua voz, e as palavras que ele disse,
fizeram seu coração gaguejar, sua respiração momentaneamente presa nas
paredes de seu peito.

Ela finalmente se rendeu, com as palmas das mãos no ar, porque embora
ela estivesse chegando ao décimo ano na Agência, talvez ela não se
importasse de que ele cuidasse dela.

— Eu amo sua teimosia, mas obrigado por me deixar vencer desta vez.

Um sorriso surgiu nela, e ele trouxe sua boca para a dela para
um beijo rápido antes de seu olhar viajar de volta para o assunto em questão.

Ele gesticulou para que ela se afastasse ainda mais, então passou os
dedos ao longo da costura da fita adesiva marrom, abrindo a caixa. O nome
dela e o endereço do hotel estavam rabiscados em tinta preta no topo da caixa.

Seus ombros caíram como se estivessem aliviados. — Você acertou. Um


laptop. — Ela veio abruptamente para o lado dele enquanto ele tirava o
MacBook Air da embalagem e o ligava. — Por acaso você sabe a senha?

Ela se sentou na cama com o computador no colo enquanto ele ligava


para seus companheiros. — Deve ser algo que eu saiba.

— Tente seu nome. — Ele sugeriu antes de levar o telefone ao ouvido e


começar a informar Harper pelo viva-voz sobre a situação atual.

Ela só tinha algumas tentativas de acertar a senha antes de ele ser


bloqueado do Mac, então ela tinha que ter cuidado. Ela tentou seu nome,
depois o nome do Knight. Sem dados.

Wyatt se sentou ao lado dela, segurando o telefone entre eles. — Jasper


pegou a peça de xadrez também. — Ele sugeriu. — O Knight também o culpa
pelo que aconteceu na Romênia.
— Não, não seria o nome Jasper. — Suas sobrancelhas se franziram
com força enquanto ela trabalhava com os dedos no teclado. — Talvez seu
nome online? — Ela soltou um suspiro reprimido de alívio depois de digitar. —
Funcionou. A arma fumegante.

— Deve haver algum simbolismo aí. — Observou Harper na linha


enquanto a tela inicial do laptop aparecia.

Plano de fundo preto liso e apenas uma pasta de arquivo azul.

— Está rotulado como Play Me. — Ela o abriu. Um arquivo MP4 dentro.

— Este laptop não vai explodir se você clicar, certo? — Wyatt perguntou,
e ela não tinha certeza se ele estava brincando ou falando sério.

— Este não é um filme de Missão Impossível. — Harper brincou, e Wyatt


piscou para Natasha rapidamente.

Mesmo em uma situação como essa, o homem conseguiu acalmá-la.

— OK. Estou iniciando. — Ela clicou duas vezes no MP4.

— O que você vê? — Harper perguntou seus nervos provavelmente no


mesmo ponto com os de Natasha.

— É o lobby de um hotel, pelo que parece. — Wyatt se inclinou para mais


perto para compartilhar a visão da tela. — Não este hotel, o que é estranho.

—Não, mas eu reconheço. — Ela fechou os olhos enquanto desenhava


uma memória. — É o hotel que a CIA pagou a conta enquanto Jasper estava
emprestado para nós trabalhando no caso em Londres.

— Há apenas trinta segundos de filmagem, então pula uma hora e dura


apenas quinze segundos. — Wyatt informou Harper enquanto Natasha
reproduzia a filmagem.
Quinze segundos depois, ela pausou o clipe na terceira vez que
assistiu. — Veja. — Ela apontou para uma mulher com longos cabelos loiros
vestindo um terninho preto e óculos escuros. — Ela me preocupa. Mantém o
rosto para baixo e longe das câmeras. Além disso, quando ela entra no hotel,
ela tem uma pasta de prata. — Ela encaminhou a filmagem para o segundo
tempo. — Não está com ela quando ela sai.

— Isso pode significar qualquer coisa. Ela poderia ser uma convidada e
deixar a pasta em seu quarto. — Wyatt rebateu não pronto para tirar
conclusões precipitadas.

— Mas ela é a única pessoa que está nas cenas antes e depois. Acho
que é isso que o Knight quer que vejamos. — Seu pulso acelerou enquanto ela
tentava processar que tipo de mensagem ele estava enviando para ela.

— E o fato de ela estar no hotel de Jasper é a pista para a mensagem


certo? — Harper perguntou. — Qual é a data?

— 12 de julho. Isso foi cerca de dois meses antes de nossa operação na


Romênia. — respondeu Wyatt. — O que diabos ele está tentando nos dizer?

— A senha era The Smoking Gun. — Disse Harper, sua voz suave como
se estivesse trabalhando no quebra-cabeça. — Duplo sentido? É o nome
cibernético de Jasper, mas e se The Knight estiver nos informando que este
clipe é literalmente a arma fumegante, evidência para provar algo.

— Para provar que Jasper é culpado... — Para onde ela iria com esse
pensamento?

— Envie-me o arquivo. — Pediu Harper, — e trabalharei na obtenção de


todas as filmagens do hotel naquele dia para ver se consigo um ângulo melhor
desta mulher.
Wyatt se levantou e apoiou as costas na parede, os olhos fixos em
Natasha enquanto segurava o telefone. — O que não entendo é o que diabos
estamos fazendo nas Ilhas Cayman.

Antes que Natasha pudesse chamar uma resposta, o telefone do hotel


tocou. Ela colocou o laptop de lado e atendeu. — Olá?

— O carro que você solicitou está aqui. — A mulher anunciou.

— Carro? — Natasha lançou a Wyatt um olhar perplexo e ele se afastou


da parede.

— Sim, diz aqui em nosso sistema que você solicitou um carro. Primeira
parada no Cayman Island Trust Bank e, de lá, para o aeroporto.

Que diabos? — Uh, obrigado. Já desço. — Ela piscou algumas vezes e


desligou o telefone. — Harper, você pode nos conseguir um voo mais
cedo? Parece que ele nos quer em um banco e depois de volta para Montreal.

Por mais que ela odiasse seguir os comandos do Knight, que escolha ela
tinha neste momento?

Wyatt coçou a barba, seus olhos se conectando com os de Natasha. —


Acho que sabemos por que estamos aqui.

— E o número do cartão de crédito que The Knight forneceu ao hotel


antes de virmos. — Começou Natasha. — Estou achando que é igual para uma
conta no banco.
CAPÍTULO TRINTA E UM

A BELEZA da vida caribenha estava cimentada em cada centímetro


quadrado do banco, que estava localizado em George Town, onde a
arquitetura tradicional se fundiu com lojas como a Versace.

No alto, havia tetos em forma de pilares, da cor das praias de areia


branca, e ventiladores entalhados intrincadamente, mais para aparência do
que para refrescar. A pintura interna combinava com a água azul que enfeitava
a areia não muito longe.

Uma infusão da cultura local apareceu nas obras de arte


nas paredes. Natasha ouvia inglês na maior parte do tempo dentro do banco,
mas uma mistura de outros idiomas também flutuava em torno dela.

Dentro do escritório da mulher que finalmente foi designada para ajudar


Natasha e Wyatt, havia esboços de um artista local de jacarés ou crocodilos. O
nome da ilha derivou dos primeiros avistamentos de crocodilos nos anos 1500,
pelo menos é o que foi explicado no folheto que Natasha folheou quando se
sentou ansiosamente no saguão esperando por ajuda.

— Você entende que precisamos mais do que um passaporte para lhe


conceder acesso à conta, já que ela foi criada pela primeira vez sem você estar
aqui no local, certo? — A mulher no banco tinha um profundo sotaque
sulista. Um transplante, alguém provavelmente atraído pelo fascínio da vida na
ilha.

Snorkeling. Deitar na praia e beber coquetéis. Música e dança. Sim,


parecia o paraíso. No mínimo, como férias incríveis, uma que ela gostaria de
poder ter se oposto a usar seu tempo livre para caçar um assassino.

— Eu sinto muito. — Natasha piscou. — O que você disse?


— Você já usou uma digitalização de impressão biométrica antes?

Wyatt alcançou a mão de Natasha em cima do braço da cadeira ao lado


dela. — Querida, eu tenho que fazer uma ligação. Você me dá licença?

Ela assentiu, presumindo que Wyatt estava prestes a ligar para Harper
ou Jessica para avisá-los que a Agencia poderia ser alertada sobre um oficial
da CIA dentro de um banco nas Ilhas Cayman. Graças a Deus, o Diretor
Spenser trabalhou com o pessoal de Wyatt e poderia protegê-la, ou ela estaria
ridiculamente ferrada em questão de minutos.

— Palma esquerda. — A mulher instruiu, e Natasha colocou a mão na


posição no dispositivo de tela plana que a mulher segurava na frente dela. —
Obrigada. — Ela voltou para sua mesa e se sentou. — Então, eu tenho sua
identificação, sua digitalização de palma e agora só preciso do seu número PIN
de quatro dígitos antes de processar sua conta.

PIN? Ela se recostou na cadeira de couro salmão, fazendo o possível


para não parecer perturbada.

— Você o teria configurado quando criou a conta.

— Certo. — Ele queria que eu visse as imagens de segurança antes de


vir aqui. Qual foi a conexão? — Desculpe, tenho viajado. E você sabe como
pode ser com um novo homem na sua vida, certo? — Ela engrossou seu
sotaque texano e molhou os lábios, inclinando-se um pouco para a frente no
assento, fechando os olhos. — Tantos orgasmos, eu mal consigo me lembrar
do meu próprio nome.

A mulher não mostrou nenhum choque. Em vez disso, um sorriso casual


cruzou seus lábios. — Com um homem como ele, não posso dizer que te culpo.
— Seu olhar vagou para a porta aberta e Natasha seguiu seu foco para ver
Wyatt voltando para o banco e em direção ao escritório.
— Sim. — Natasha disse um pouco atordoada quando as longas pernas
vestidas de jeans de Wyatt o carregaram em seu caminho. A camiseta branca
impecável mostrava seus músculos e a tinta em seu braço. — Ele tem a
capacidade de roubar meus pensamentos. — Como agora.

— Estamos bem? — Ele perguntou depois de entrar no escritório.

— Só preciso da senha. — A mulher falou enquanto Natasha se virava


para ela, uma ideia vindo à mente. — Zero, sete, doze.

Wyatt se sentou ao lado dela e pegou sua mão, e o calor de seu toque a
fez cuspir, — Desculpe, não. — Ela dera a data no vídeo que eles assistiram
no hotel, 12 de julho, mas a data marcada na filmagem era 12/07. Era mais
comum no exterior do que nos Estados Unidos ter a data anterior ao mês. —
Doze, Zero, Sete. — Ela engoliu em seco. — Esse é o pin.

— Bem, vou me encontrar com meu gerente e processaremos tudo. —


A mulher fez uma leitura rápida de Wyatt como se estivesse imaginando como
ele era na cama, então se levantou e saiu do escritório, fechando a porta atrás
dela.

— Que número era esse? — Ele perguntou uma vez que eles estavam
sozinhos.

— A data no vídeo de segurança. É um palpite.

Ele apertou a mão dela. — E conhecendo você, estou apostando com


uma maldita boa.

Ela esperava que sim. — Você ligou para Jessica?

— Sim, eu pedi para Jessica alertar o Diretor Spenser sobre a varredura


da palma. — Ele inclinou a cabeça para o lado. — Tudo vai ficar bem.

— E por tudo, você quer dizer o fato de eu estar neste banco ou em toda
esta situação? — Ela agarrou o peito com a mão livre, o nó de emoção abrindo
caminho em sua garganta. — O fato de ele dar as cartas e eu ter que continuar
seguindo-os me deixa louco.

— Tudo como, em tudo. — Dado o que ele estava passando, o homem


ainda era tão forte. — Só porque estamos deixando ele fazer seus movimentos,
não significa que não faremos os nossos. Os melhores jogadores estudam
seus oponentes, fazem uma leitura sobre eles e então atacam.

— E desde quando você é um jogador de xadrez?

— Não sou, mas a guerra costuma ser um jogo de estratégia e sou um


especialista nisso.

— Obrigada. — Ela murmurou quando suas cordas vocais não pareciam


funcionar. — Por tudo, obrigada.

Ele se inclinou sobre os braços das cadeiras e a beijou. Seu gloss com
sabor de coco, cortesia do hotel, foi transferido para ele também, e quando ele
se afastou, ele provou o lábio. — Isso é bom.

— Não deveria comer. — Ela disse com um sorriso assim que a mulher
abriu a porta.

Wyatt se mexeu de volta em seu assento, e um pouco da tensão que ela


carregava parecia ter derretido com aquele beijo.

— Está tudo pronto. — Anunciou a mulher.

O alívio a invadiu. Graças a Deus.

— Então, você vai transferir todo o dinheiro ou apenas parte dele? — Ela
se sentou em frente a eles em sua mesa e abriu seu laptop.

— Tudo isso. — Natasha disse com a maior confiança possível e enfiou


a mão no bolso para pegar o telefone para pegar o número da conta que
Harper havia fornecido para ela no caso de tal transferência.
— Então, para onde você gostaria que os cento e cinquenta milhões
fossem?

— UM QUINTO . — Wyatt repetiu a quantia uma e outra vez, sem


acreditar, depois que eles deixaram o banco.

— Essa é a metade do valor que o The Knight transferiu da conta na


Suécia. — Ela olhou para Wyatt na parte de trás do carro, a divisória entre eles
e o motorista enquanto caminhavam para o aeroporto. — Já que nada é
coincidência com esse cara, devo presumir que o dinheiro que agora
possuímos veio daquele hack na Suécia.

— Mas por que diabos ele iria querer que você o tivesse? — Sua mão se
transformou em um punho de frustração no assento de couro entre eles, e ela
colocou a palma da mão em cima da dele para tentar acalmá-lo.

— Trezentos milhões é o que ele tirou de seus hacks ao longo dos


anos. Se esse foi seu próprio dinheiro que ele realmente transferiu para fora da
Suécia, ele deve ter tido que invadir eletronicamente porque seus bens foram
congelados ou algo assim. Mas, por que ele queria que eu ficasse com metade
de seu dinheiro, não tenho a menor ideia. — E ela geralmente nunca entendia
os movimentos do Knight até que fosse tarde demais. Ela não podia deixar isso
acontecer desta vez.

Ele enfiou a mão no bolso e tirou o telefone, uma chamada recebida


da chefe. — É a Jessica.

— Nome da criança.

Eles informaram Harper antes de partirem para o aeroporto, mas não


esperavam uma ligação de Jessica. Ele segurou o telefone ligeiramente
afastado do ouvido para que Natasha pudesse ouvir.
— Ei, que bom que peguei você antes de chegar ao aeroporto. — Disse
Jessica. — Desde que vocês voltaram de Pyramiden, venho tentando
conseguir o vídeo que os russos alegaram ter de Roland Nilsson sendo
torturado.

— Eu estou supondo que você fez? — Natasha perguntou.

— Foi necessário um pedido pessoal do POTUS, mas o Presidente


Bennett conseguiu garantir a filmagem. E veja só, Roland foi torturado e
espancado até a morte, mas os sequestradores nunca lhe pediram
informações. Nada sobre o data center na Suécia. — Anunciou Jessica.

— Não achei que The Knight precisaria dele para invadir o data center.
— Os instintos de Natasha estavam certos.

— Mas ainda não faz sentido por que Roland foi levado. Se ele quisesse
que você fizesse a conexão com o Cyber X, o fato de o cofre de sementes, o
data center e a instalação de armas serem todos clientes de Felix teria sido
suficiente, certo? — Wyatt apontou, seguindo a linha de pensamento de
Natasha.

— Tem mais. — Jessica ficou quieta por um momento. — Os russos


descobriram que outra pessoa assistia àquela filmagem. As câmeras de
vigilância foram hackeadas. Os russos não conseguiram rastrear a origem do
hack, mas meu dinheiro está no The Knight, e ele queria assistir Roland sendo
torturado.

— Isso significa que a morte de Roland foi pessoal. — Natasha fechou


os olhos, tentando entender como o especialista em segurança se encaixava
na trama de vingança do Knight.

— Asher e Knox estão mergulhando profundamente no passado de


Roland enquanto conversamos. Se houver algo lá, nós o encontraremos. Com
sorte, quando você voltar a Montreal, saberemos mais.
— Obrigada. — O olhar de Natasha mudou-se para a janela quando eles
viraram na estrada final que levava ao aeroporto.

Wyatt terminou com Jessica e guardou o telefone. — Esta é uma boa


notícia. Pode ser a pausa de que precisamos. Uma pista que ele não plantou.

Ele estava otimista, mas ao longo dos anos, Natasha aprendera que
muito otimismo em relação a derrotar O Knight geralmente levava a uma
coisa... alguém sendo morto.
MONTREAL

Depois de um atraso insesperado em Miami, quando Wyatt e Natasha


chegaram ao hotel no Canadá, eram onze da noite. A competição ainda estava
acontecendo - nenhum descanso para os hackers se eles quisessem ficar entre
os três primeiros.

Wyatt largou a bagagem, pegou o telefone e abriu o Twitter. Ele teve que
criar uma conta para poder se manter atualizado com a concorrência,
mas ainda mais para se manter atualizado com Gwen.

Ele tinha ido com @ JohnDoe2021. De alguma forma, ele já tinha três
seguidores, todos com XXX em seus nomes.

Ele mexeu na tela do celular. — Gwen acabou de ser marcada no último


anúncio. Ela está em segundo. Pescoço e pescoço com Jasper.

— Impressionante. — Natasha se afastou à sua esquerda e deu uma


espiada na tela.

— Twitter. — Ele resmungou. — Eu juro que estar aqui pode te levar a


um lugar escuro. Parece o mesmo que usar telefones celulares terroristas.

— Então, por que você ainda está lá?

Ele a olhou de soslaio. — Acho que é menos assustador do que entrar


na conta do Instagram de Gwen. — O pensamento o deixou imediatamente
tenso. — Todos aqueles caras comentando sobre os looks dela nas fotos. Isso
me deixa um pouco...

— Bravo? — Seus lábios tremeram como se lutassem como uma milha.


— Sim um pouco.

— Você teve tempo para ler as respostas dela? Porque eu fiz. E se


alguma coisa, você deve se sentir melhor sobre como ela se comportou. Ela
colocou todos aqueles idiotas em seus lugares.

— Mesmo? — Uma sensação de orgulho enviou um arrepio em sua


espinha.

— Realmente. — Ela pegou o celular dele e o jogou na cama, em


seguida, colocou os braços em volta do pescoço dele. — Pelo que eu posso
ver você tem uma filha incrível. Parece que ela puxou você. O sangue pode ser
forte.

Mais de vinte anos.

Ela o desejaria em sua vida?

— O que quer que você esteja sentindo agora, garanto que é normal.

Ele trouxe um punho sob seu queixo. — Gwen não precisa da


recompensa ou do trabalho de Felix. A mãe dela tem muito dinheiro. Por que
ela está fazendo isso? — Tinha sido uma pergunta em sua mente desde que
ele deixou que ela estava na competição, mas ele não verbalizou suas
preocupações.

— Bem, já que parece que ela se parece muito com você, acho que ela
queria abrir seu próprio caminho. Não estar amarrada ao dinheiro que ela não
ganhou. Ou viver a vida de um estreante. — Ela trouxe uma palma em sua
bochecha, e ele virou a boca para que seus lábios roçassem o interior de sua
mão.

Enquanto ele e Natasha estavam a caminho do hotel, Harper mandou


uma mensagem dizendo que ela tinha novidades. Mas ele preferia ignorar a
responsabilidade e usar os preservativos que sobraram.
Passe horas beijando cada centímetro dela. Aprendendo cada
sarda. Cada ponto sensível. Para se aquecer no calor daquele sol que ele
nunca percebeu que precisava, até que conheceu uma mulher cuja luz era tão
brilhante que era impossível não vê-la, ansiá-la.

Mas o Knight ainda estava jogando seu jogo doentio. Mais pessoas
podem morrer.

E um deles pode acabar sendo Gwen.

— Provavelmente deveríamos subir. — Ele relutantemente saiu do


alcance de Natasha e mandou uma mensagem para Harper dizendo que
estavam a caminho.

— Você está tão nervoso para ouvir o que eles descobriram quanto eu?
— Ela perguntou uma vez que eles estavam no elevador.

— Eu só quero acabar com isso. — Ele a encarou, pegando seus olhos


no reflexo da parede espelhada atrás de onde Natasha estava. — Eu quero
uma chance de conhecê-la. — E Gwen.

— Você ainda não me conhece? — O humor tocou seu tom. — Você


passou metade do voo me fazendo perguntas. Acho que você me conhece
melhor do que ninguém agora.

— E eu quero saber todas as coisas que você se recusou a falar em um


avião cheio de pessoas.

— Oh? — Ela arqueou uma sobrancelha quando as portas soaram e se


abriram.

Ele se aproximou dela. — Você não pode amontoar trinta e cinco anos
de sua vida em seis horas, e eu sou ganancioso. Eu quero saber tudo. Tudo o
que há para saber sobre esta errante. — Disse ele enquanto puxava seus
longos cabelos para trás. — E uma mulher estranha, mas durona.
— Você pode se arrepender disso. — Ela brincou seus olhos brilhando
enquanto ela sorria.

— Meu único arrependimento é não conhecer você antes. — E foi


preciso um hacker psicótico e descobrir que tinha uma filha para perceber isso.
— Deixe-me ver se entendi. — Wyatt piscou surpreso com o que Jessica
havia anunciado na chamada segura pela web na suíte de Harper. — Você
está dizendo que Roland Nilsson foi a Seattle para uma entrevista com Cyber
X antes da operação na Romênia em 2019, em seguida, conseguiu o emprego
junto com um bônus de inscrição depois que O Knight supostamente morreu
no incêndio?

— Sim, e fica melhor. — Os olhos azuis de Jessica brilharam. Ele


conhecia aquele olhar. Ela estava certa. — Pouco depois da entrevista inicial,
Roland voou para a Bulgária. Ele poderia estar tirando férias? Certo. Por que
não? — Ela acrescentou seu jeito sarcástico de sempre ao falar. — Mas o
momento da operação da Romênia é muito suspeito, especialmente porque ele
reservou uma viagem só de ida como se não soubesse quando voltaria para
os Estados Unidos.

— Ele cruzou a fronteira e foi para a Romênia quando chegou lá? — Ele
perguntou.

— Não legalmente, mas sim. Parece que ele estava tentando cobrir seus
rastros e esconder o fato de que ele esteve lá. Outra marca de seleção na caixa
suspeita. E levamos o dia todo para vasculhar as antigas imagens do CCTV
para provar que ele estava lá. Conseguimos confirmar sua presença fora de
um hotel a menos de uma hora de distância da casa do Knight, alguns dias
antes de suas botas tocarem no chão. — Jessica fez uma pausa. — Então, um
dia depois da nossa operação, Roland estava de volta em um avião saindo da
Bulgária.

Natasha se acomodou na cadeira ao lado de Harper e agarrou os braços


da cadeira de couro. Wyatt colocou a mão em seu ombro, preocupado que ela
estivesse se culpando por sentir falta disso, e essa era a última coisa que ele
queria.

Ela ergueu uma mão para cobrir a dele e apertou como se o avisasse
para não se preocupar, que ela ficaria bem.

Eram apenas os três na suíte. Os caras estavam todos em posição, de


olho em seus alvos, um dos quais era Gwen.

— Jasper me informou sobre a localização do Knight na Romênia cerca


de uma semana antes de seu povo ser enviado. — Disse Natasha. — Ele tinha
preocupações, no entanto. Ele pensou que o Knight poderia se
mudar. Olhando para trás, eu acho que ele esperava que pegássemos isso, de
alguma forma cortássemos a burocracia usual e mandássemos uma equipe
o mais rápido possível, o que faria sentido se Jasper também estivesse
trabalhando com o Cyber X.

— E nossos rapazes foram despachados porque leva uma eternidade e


um dia para obter a aprovação de qualquer outra pessoa. — Disse Jessica. —
Além disso, nosso pessoal não teria que se preocupar em coordenar com
os romanos, já que tecnicamente não existimos.

O olhar de Wyatt foi para Jessica. — Tínhamos brincado com a ideia de


que alguém hackeado o cofre do Knight para detonar os explosivos quando
chegamos na Romênia, garantindo que testemunhamos sua suposta
morte. Qual é a rodada de Roland? Ele seria capaz de fazer isso?

— Ele tinha um duplo mestrado em ciência da computação e engenharia


química. — Respondeu Jessica. — E aqui está o retrocesso, ele trabalhou para
uma das empresas cibernéticas que teve que fechar suas portas depois de
perder credibilidade devido a repetidos hacks por The Knight. Roland perdeu o
emprego e sua esposa acabou deixando-o.

— Então, se alguém dissesse a Roland, que ele poderia matar não


apenas um criminoso perigoso, mas o cara responsável por virar sua vida de
cabeça para baixo... — Wyatt se afastou do computador, processando a
notícia. — E se o papel de Jasper fosse dizer à CIA a localização, e o trabalho
de Roland fosse estar em posição e esperar que uma equipe da CIA
aparecesse - então hackear o arquivo seguro Knight's e detonar os explosivos
para garantir que The Knigh morresse.

— E nosso pessoal estava lá para testemunhar tudo para tirar os federais


das costas do Cyber X. — Jessica ressaltou.

— Então, estamos dizendo que tudo e todos se conectam de volta ao


Cyber X? — Eles pensaram que Roland Nilsson tinha sido um pião no jogo do
Knight, uma vitória. E talvez tivesse sido, mas se ele explodiu aquela casa na
Romênia onde alguém na Echo poderia ter se ferido ou morto, então ele não
teria mais pena do filho da puta.

— É o que parece. — Natasha se levantou e deu um passo para o lado,


captando os olhos de Wyatt. — Talvez Cyber X tenha feito um acordo com The
Knight para angariar negócios para eles?

Jessica removeu sua moldura preta e se recostou na cadeira da


escrivaninha. — Eles forneceram os alvos e ele ganhou dinheiro vendendo a
inteligência. Teria sido uma vitória para os dois.

— Espere. — Os olhos de Natasha se arregalaram. — Aqueles trezentos


milhões roubados do data center na Suécia... e se The Knight e Cyber X
compartilhassem seus ganhos com os hacks e os mantivessem agrupados
para serem mantidos em segurança como criptomoeda?

— Por que o Knight dividiria o dinheiro? Parece-me que ele fez todo o
trabalho. — E Wyatt não podia ver ambos os lados confiando outro que muito
para gerenciar uma conta desse tipo de dinheiro, também.

— Eu ainda não tenho certeza. Não temos todas as peças para isso. —
A voz de Harper era suave, você lutador. Wyatt reconheceu que ela havia
entrado em seu modo de debate, executando ideias e possibilidades como
código de computador.

— Mesmo assim, precisamos descobrir por que O Knight transferiu cento


e cinquenta milhões para mim. — Disse Natasha. — Algum tipo de pista
para me informar sobre a culpa de Cyber X em tudo isso?

— Uma pista de cento e cinquenta milhões de dólares? — Isso parecia


loucura, mas eles estavam lidando com um criminoso psicótico que claramente
gostava de distribuir lentamente as peças do quebra-cabeça para Natasha.

Honestamente, tudo isso estava começando a lhe dar dor de cabeça. O


caso serviu como um lembrete para apreciar as operações em que um pacote
de destino foi fornecido, e tudo o que ele teve que fazer foi caçar e matar. Estar
com um kit completo, carregando quarenta quilos de equipamento no deserto
do Afeganistão por dois dias sem tempo de espera, era preferível a perseguir
o Knight.

Esse trabalho veio com uma vantagem incrível, porém, que era passar o
tempo com Natasha. Ela era uma oficial brilhante que poderia enfrentar esse
burro terrorista sem problemas.

— Ou talvez O Knight tenha conseguido atrair Felix e Kate Ward para


Montreal, prometendo a eles uma chance de redenção por tentarem matá-lo?
— Harper sugeriu. — Recuperar os milhões roubados também deve ser
atraente.

Os ombros de Natasha caíram, o arrepio da dúvida, ou culpa,


parecendo entrar sorrateiramente, então ele levou a mão de volta ao ombro
dela para se apoiar. — Mas isso é tudo especulação.

Ela estava certa. Eles não podiam ir à frente de si mesmos. Ainda havia
muito que descobrir. — Precisamos de evidências concretas ligando The
Knight ao Cyber X.
— E para confirmar que Jasper e Roland estavam realmente trabalhando
com os Wards. — Harper acrescentou.

— Você conseguiu obter um ângulo melhor da mulher no hotel em


Londres? — Natasha perguntou.

Harper balançou a cabeça. — Ela sabia o que ela estava fazendo. Ela
nunca deixou as câmeras darem uma boa olhada em seu rosto no dia em que
ela estava no hotel de Jasper. Mas presumo que ela foi enviada por Cyber X.

— E quanto a Kate? Será que ela está usando uma peruca? — Havia
algo que Wyatt nunca gostou na mulher desde o momento em que pôs os olhos
nela no clube de salsa. Seu passado era limpo, mas talvez isso não significasse
merda nenhuma. — Podemos descobrir se ela estava em Londres naquele
dia? Ela tem a mesma altura e constituição da mulher na câmera.

Jessica colocou os óculos de volta. — Vou dar uma olhada nisso agora.

— O que não entendo é por que, de repente, o Cyber X iria querer que
The Knight fosse eliminado se eles tivessem trabalhado juntos no passado?
— Natasha perguntou, e Wyatt sentiu o tremor em seu corpo quando ela
falou. O mergulho do desconforto. Ele não podia culpá-la, mas faria o possível
para ajudá-la a superar isso.

Natasha se virou na cadeira e ele a soltou. — Precisamos falar com Kate


e Felix. Ou Jasper. E se eles puderem identificá-lo? — A esperança encheu sua
voz, mas ele sabia exatamente o que Jessica estava prestes a dizer.

— Desculpa. — A resposta de Jessica foi imediata. — Não temos


autoridade para operar aqui. Não podemos levá-los para interrogatório.

— Então, devemos esperar até a grande jogada do Knight para descobrir


o que diabos está acontecendo? — Natasha estava de pé novamente. Ela
passou por ele, caminhou até a janela e deu uma olhada do lado de fora entre
as cortinas fechadas. — É óbvio que ele quer vingança contra todos os
envolvidos na operação na Romênia. Ele se sente traído.

— Ele torturou e assassinou Roland. — Jessica disse sua voz firme. Anos
de experiência em casos tão difíceis. — Mas ele queria Jasper na
competição. E claramente, uma vez que Felix e Kate Ward ainda apareciam
apesar de tudo que estava acontecendo, O Knight os queria aqui também.

— Nós também precisamos descobrir como os Wards contrataram


O Knight para começar. — Wyatt observou, e Natasha soltou as cortinas e
olhou para a sala. — Para um trabalho como esse, você não confia apenas em
um cara da Dark Net.

Natasha jogou o cabelo para o lado e torceu os longos cachos em uma


trança enquanto pensava os olhos no chão. — Talvez fosse alguém do
passado que eles conheciam e confiavam?

— Vou mergulhar fundo nos antecedentes dos Wards e dar uma olhada
mais de perto assim que determinar se Kate era a mulher naquele hotel em
Londres. — Disse Jessica.

— E onde estamos juntando todas as fotos que você encontrou online


tiradas naquela noite no clube de salsa? — Wyatt perguntou a Harper, uma
sensação de esperança o enchendo de que eles estavam finalmente
descobrindo tudo.

— Terei imagens suficientes combinadas pela manhã, para que


possamos examiná-las. — Harper girou sua cadeira de volta para se
concentrar na tela.

— O Knight mostraria o rosto se Felix e Kate pudessem reconhecê-lo?


— Natasha perguntou, levantando um bom ponto.

— Ele pode não ter deixado que eles o vissem, mas ele poderia ter estado
lá. — Wyatt fechou os olhos e pensou na noite no clube. — Merda. — Seu
estômago embrulhou e seus olhos se abriram. — Havia um cara de moletom
oferecendo a Gwen um cigarro do lado de fora. Ele saiu quando eu saí e nunca
ergueu os olhos. Eu estava tão acostumado a ver moletons que não pensei em
nada disso.

O filho da puta estava bem ali? E falando com a filha dele?

— Quem usa moletom em um clube de salsa onde o lugar é quente e


suado? — Harper zombou. — Se ele estivesse na competição, ele não
esconderia sua identidade, ele gostaria de mostrar o fato de que completou
com sucesso aquele desafio do Twitter. Ele poderia ser nosso cara. Você se
lembra de mais alguma coisa? Posso tentar encontrá-lo nas fotos.

— Minha altura. Jeans. Moletom preto liso. — Wyatt contou mais alguns
detalhes que ele poderia pensar.

— Esta pode ser a pausa de que precisamos. — Natasha encontrou seus


olhos, um leve sorriso nos cantos dos lábios. Esperança.

— E você estava certo. — Jessica disse um momento depois. — Kate


Ward esteve em Londres no dia 12 de julho. Tem que ser ela quem se
encontrou com Jasper. Mas nada disso é evidência suficiente para fazer
POTUS colocar o pescoço lá fora e prender os Wards.

— Acho que precisamos de mais mão de obra. — Wyatt olhou para


Jessica. — Você pode enviar Bravo?

— Eu estava conversando com eles sobre isso antes, na verdade. —Ela


tirou os óculos e beliscou a ponte do nariz antes de colocá-los de volta. Ela
parecia cansada. Wyatt se lembrou de quando Jessica trabalhava por dias
seguidos durante uma operação. Então, novamente, ela estava grávida não de
apenas um, mas de dois bebês. Inferno, ele se cansou só de pensar nisso. —
Mas Luke e Asher estão sendo um pé no saco. Um deles quer ficar para trás,
caso eu precise de ajuda, como se não tivéssemos dez outros caras
trabalhando na Scott e Scott que...
— Ela está grávida de seis meses de meus bebês. — Asher apareceu na
tela, baixando a cabeça e olhando carrancudo para a tela. Wyatt nem tinha
percebido que estivera na sala de conferências. — Tenho todo o direito de
estar preocupado. Diga a ela. Você é pai, entende certo?

Merda. Ele entendeu. Asher estava certo. — Luke deveria ficar para
trás. Com Eva grávida, ele pode ficar de olho em vocês dois.

Asher torceu a cabeça para o lado para olhar para Jessica. — Veja?

Jessica revirou os olhos e murmurou: — Tudo bem. — Ela apontou para


a porta. — Vá buscar os caras. Você precisa dirigir. — Ela agarrou o
material da camisa cinza de mangas compridas de Asher e puxou-o para mais
perto dela. — Esses bebês precisam de um pai. — Ainda segurando sua
camisa, ela olhou para Wyatt. — Não deixe nada acontecer com esse cara.

— Entendido. — Wyatt disse com um sorriso. — O Bravo deveria ficar


em um hotel diferente e provavelmente manter distância de nós.

Natasha surgiu ao lado dele. — Por mais cuidadosos que tenhamos ao


cobrir nossos rastros com câmeras de segurança no hotel, eu não deixaria
passar O Knight por ter descoberto que tenho mais do que Wyatt aqui
trabalhando comigo.

Ele vislumbrou sua Casio. Droga. — A luz do meu relógio ficou vermelha,
mas apenas por meio segundo.

Ele foi para o cofre para pegar uma arma, mas Natasha gritou: — Espere!

Wyatt girou ao redor, seu coração batendo descontroladamente com a


ideia do Knight em seu quarto.

— Quando você chegar lá, ele terá ido embora. — Natasha se aproximou
com a palma da mão no ar como se fosse um pedido para considerar suas
palavras. — Se ele plantasse um dispositivo de escuta, poderíamos usar isso a
nosso favor.
Seu olhar caiu para o chão enquanto processava o que ela estava
dizendo. — Prepare uma armadilha. — Ele disse com compreensão, olhando
para ela. — E se ele suspeitar disso?

— Seu relógio piscou por quanto tempo, meio segundo? — Natasha


desafiou. — Você poderia facilmente ter perdido isso. A maioria das pessoas
teria. Você vai correndo para o seu quarto, ele saberá que você
descobriu. Certamente ele tem sua própria câmera agora posicionada no
corredor em frente à porta do nosso hotel e estará observando nossos
movimentos.

— Ela está certa. — Jessica entrou na conversa. — Ele também vai


cobrir seus rastros para garantir que não possamos vê-lo
nas câmeras do hotel.

— Ele é muito bom. Se ele repetiu os feeds, não sei dizer. — Harper
estava em outro laptop, verificando as câmeras de segurança do hotel. — Tem
certeza de que viu o semáforo ficar vermelho?

— E você tem certeza de que seu spyware não quebrou? — Ele atirou
de volta.

Harper sorriu. — De jeito nenhum.

Ele ergueu as palmas das mãos como se dissesse ‘Bem, você sabe
minha resposta, então: o sinal estava vermelho’. E ótimo, sem chance de fazer
amor com Natasha no quarto de hotel de novo, não com aquele filho da puta
ouvindo.

Natasha fechou os olhos e praguejou. — É muito tarde, e se ele


realmente acabou de entrar em nosso quarto de hotel, ele deve ter sabido que
não estávamos lá. E, certamente, ele monitorou a chegada do nosso voo.
— O que significa que ele pode saber sobre nós. — disse Harper sem
tirar o olhar da tela enquanto trabalhava. — Bem, eu tenho nossas identidades
cobertas se ele tentar executar nossos nomes ou rostos.

— Mas é uma boa coisa termos Bravo chegando. — Wyatt respirou


fundo. — Ele não os espera.
Primeiro lugar. Liderando por dez pontos. Já sendo chamada de a
Hacker Mais Elite do mundo nas redes sociais, embora ainda faltassem vinte e
quatro horas de competição.

Como isso foi acontecendo? Como Gwen estava chutando a bunda de


Jasper? Jasper era supostamente um dos melhores hackers lá fora, e agora
ele estava sendo superado por sua filha.

— E se Knight vier atrás de Gwen porque ele acha que ela é uma
adversária digna? — Ele tirou a camisa e a jogou na cama de Harper no sábado
de manhã. — Está muito calor aqui. — Ele reclamou quando Natasha fechou e
trancou a porta do quarto, dando a eles um pouco mais de privacidade.

Ele começou a andar de um lado para outro quando soube que Gwen
assumira a liderança há uma hora, às oito da manhã.

Wyatt e Natasha tinham relutantemente voltado para seu hotel


para dormir um pouco para manter as aparências se O Knight tivesse
grampeado seu quarto, mas eles não queriam ficar muito tempo, então eles
voltaram para a suíte de Harper.

— Eu não acho que esse seja o jogo final do Knight. Ele quer vingança
para a Romênia e Gwen não se encaixa na equação. — Natasha fez sinal para
que ele se sentasse, mas ele não conseguia parar de andar.

O suor pontilhava suas costas. O calor estava muito alto na sala.

— Gwen está trabalhando em seu quarto de hotel. — Ela disse como um


lembrete. — E você tem mais quatro caras que estarão aqui em breve
para backup.
A equipe Bravo, faltava apenas uma hora e Natasha estava certa, seria
bom ter quase toda a equipe na cidade para ajudar.

Liam poderia estar na vigilância como um atirador extra se necessário,


além disso, ele tinha um número ridículo de outras habilidades que ele trouxe
para a mesa. Asher como líder, agressivo, especialista em EOD ou invasor,
seria uma grande adição. E embora Knox fosse o seu melhor médico, ele
também sabia como desativar uma bomba se O Knight tivesse planos de fazer
cinética com eles. Owen era basicamente bom em tudo, e se ela acertasse o
ventilador e eles precisassem de uma extração rápida, o homem comandaria
um avião se isso fosse necessário para salvar seus traseiros.

Então, tendo os nove deles lá, por que diabos seu pulso ainda estava
indo tão rápido? Estava correndo como um daqueles cavalos nas pistas em
que sua mãe costumava apostar secretamente.

— Ela precisa desistir desta competição para que possamos trazê-la.


Traga-a aqui conosco. — Ele parou de andar e a encarou, seus nervos em
frangalhos.

— Você acha que ela vai desistir da competição quando estiver a menos
de um dia de uma recompensa de quinhentos mil dólares? — Suas
sobrancelhas se arquearam como se uma ideia a tivesse ocorrido. — É assim
que falamos com Jasper! — Ela agarrou seu braço, um sorriso animado em
seu rosto. — Vocês. Você é o, uh, elo perdido. — Seu sorriso se alargou. —
Você não entende?

— Não. — Ele a olhou perplexo.

— Seu apelido Link. Jasper sabe que Link é um dos melhores hackers
que existem, e se Jasper tiver que vencer a competição por causa de qualquer
jogo que o Knight esteja jogando, ele pode estar aberto para a sua ajuda. — Ela
o soltou e ergueu um ombro. — Não faz mal que ele também tenha se sentido
claramente atraído por você no bar.
— Então, eu devo fazer o quê, exatamente?

— Convide-o para voltar de carona para conversar. Estarei lá dentro


esperando. Finn pode dirigir. Nós o interrogamos na parte de trás do SUV. O
MI6 provavelmente o seguirá, mas como ele entrará voluntariamente no banco
de trás do carro, os agentes apenas o seguirão. Então perdemos o rabo deles.

— Você tem certeza de que Jasper irá comigo? — Ele sabia que eles
poderiam fazê-lo falar quando estivessem sozinhos, mas não tinha tanta
certeza de que poderia colocá-lo em um carro sem usar uma arma. Claro, era
para isso que serviam os planos de contingência. — Ele pode não confiar em
mim, já que nos viu juntos naquele clube.

— Temos que pelo menos tentar e se não...

— Use minha arma sem que ninguém perceba.

Ela pegou o celular. — De acordo com esses tweets, Jasper tem


trabalhado naquele quartel. Provavelmente mantendo-se cercado de pessoas
para evitar ser morto pelo Knight.

O quartel de bombeiros. Foi uma noite inesquecível porque ele e Natasha


se reconectaram, e ela se pavoneou até ele e o beijou, pegando-o de
surpresa. Nem mesmo uma semana se passou desde aquela noite.

— Antes de irmos lá... — Ela traçou uma linha no centro de seu peito nu
com o dedo indicador. — Tenho certeza de que Harper não se importaria de
ver você assim, mas, por via das dúvidas, você pode querer sua camisa.

Ele agarrou o pulso dela e levou a palma da mão à boca, esquecendo


momentaneamente tudo o que acontecia no mundo. — Obrigado pelo aviso.

Um leve rubor tocou seu rosto. — Bem, quando você está seminu, meus
pensamentos ficam um pouco confusos, e imagino que você possa ter esse
efeito nos outros também. E precisamos de Harper cem por cento.
Ele permitiu que suas mãos caíssem e mergulhou para um beijo.

— Você está vibrando. — Ela anunciou contra sua boca.

Ele hesitantemente se afastou e ergueu uma sobrancelha. — Eu estou?


— Ele queria ficar perto dela, mas tirou o celular do bolso. Pessoal, não telefone
comercial. Ele olhou para ela, um nó se formando em sua garganta. — É
Charlotte.

— Você vai atender?

Ele engoliu em seco, mas levou o telefone ao ouvido.

— Wyatt? — A voz de Charlotte estava ofegante com a resposta.

— Sim, você está bem? — Sua testa se contraiu, os olhos no tapete.

— Não. Meu filho segue a conta da irmã no Twitter. Ele disse que ela está
em algum tipo de competição de hackers. Estou indo para Heathrow. Você
está em Montreal? Você disse que estava indo para o Canadá, mas...

Merda. — Sim estou aqui.

— Você sabia que ela estava envolvida nisso, não é? É por isso que você
me ligou na semana passada. Como você não me contou?

Ela estava brincando?

— Você a viu? Ela está bem? Ela sabe quem você é?

— Eu a vi, mas não, ela não tem ideia de quem eu sou. — Graças a
você. — E você não deveria vir aqui. Fique em Londres.

Ela ficou quieta antes de sussurrar: — Ela está com problemas?


— Ela vai ficar bem, mas se você vier aqui, só vai criar mais problemas.
— Uma dor de cabeça que ele não conseguia controlar estava começando a
se apoderar dele.

— Estou chegando. Eu tenho que fazer, mas se você pensar por um


minuto que vai fazer minha filha me odiar novamente, contando a verdade a
ela, então eu...

— Odiar você de novo? Do que você está falando? — Seu olhar viajou
para Natasha, e uma sensação de calma tomou conta dele com ela ali.

— Eu não fui completamente honesta com você.

Não é uma surpresa. — O que você está dizendo? — Ele não tinha
tempo para lidar com Charlotte, mas se houvesse algo que ele precisasse
saber sobre Gwen para mantê-la segura...

— Gwen teve alguns problemas quando tinha dezesseis anos. Ela


invadiu os registros da escola para expor gastos fraudulentos. Ela fez isso de
novo em sua nova escola no ano seguinte. Arthur conseguiu varrê-lo para
baixo do tapete e fez com que ela prometesse que não se envolveria mais com
aquela bobagem de hacker, mas parece que ela não parou. Não sei, ela se
autodenominava hacktivista. Arthur exigiu que ela parasse, ou ele a cortaria
quando ela tinha dezoito anos, e foi quando ela decidiu ir para a escola em
Toronto. Ela disse que só iria parar quando finalmente fôssemos honestos com
ela. Ela não queria morar em, hum...

Ele pensou no tweet de Gwen. Uma casa de mentiras? Ele olhou para
Natasha, preocupação em seus olhos.

— Acho que de alguma forma Gwen sabia a verdade. — Charlotte fez


uma pausa. — Acho que ela sabe que Arthur não é seu pai biológico.
Wyatt imediatamente foi para a cama e sentou-se, sentindo as pernas
como se estivesse de volta ao BUD/S durante a Semana do Inferno,
entorpecido e dolorido. — Eu não entendo.

— Gwen é muito inteligente. Certa vez, ela perguntou se foi adotada


quando tinha dez anos porque não tinha nada em comum conosco. — A dor
cortou seu tom, mas ele poderia se sentir mal por ela?

— Eu, hum. — Ele passou os dedos pelo cabelo e respirou fundo.

— Eu sinto muito. Sinto muito por tudo.

Ele hesitou, temendo que seus joelhos cedessem. — Você não deveria
vir.

— Ela está em perigo? — A voz de Charlotte estava tímida. Como um


mouse. Gwen não se parecia em nada com sua mãe, certo? O homem que
conheceu no clube de salsa tinha uma coluna vertebral forte. — Estou
chegando. Se você está lá para o seu trabalho de segurança, isso significa que
pode haver problemas. E Gwen não vai confiar em você sem saber a verdade
primeiro.

Seu estômago caiu. — O que você está dizendo?

Ela fez uma pausa. — Precisamos dizer a ela, Wyatt. Ela precisa saber
que você é pai dela, mas fazemos do meu jeito.

— Mas você não tem certeza.

O silêncio consumiu o espaço, e seu batimento cardíaco acelerou a cada


momento que passava. — Outra mentira? — O sangue jorrou de seu rosto. —
Você não apenas disse a Arthur que havia uma chance de ela ser minha, você
disse a ele que ela era minha.

— Eu fiz exames de sangue depois que Gwen nasceu. Testes


executados. — Ela confessou. — Você já era casado com Clara na época, e
decidimos que seria melhor se você nunca soubesse. — Ela estava
chorando. Lágrimas de pesar. Mas isso foi... — Arthur não queria você de volta
em nossas vidas. Ele ainda estava com muita raiva no momento.

— Charlotte. — Ele fechou os olhos, cada fibra de seu corpo travada


com força. Raiva, dor e mágoa rasgando-o.

— O câncer o mudou, no entanto. Ele me disse que eu deveria te


contar. Diga a ele. Mas não antes de ele ter partido. Ele queria viver seus
últimos momentos como seu pai. Ele não queria que ela o odiasse por mentir.

Arthur a criou, ele era seu pai em todas as maneiras que contavam. Mas
o que causou mais dor a Wyatt foi que ele nunca teve a escolha de criá-la
sozinho. A decisão foi tirada dele.

Quando ele abriu os olhos, o líquido queimava seu olhar, obstruindo sua
visão de Natasha.

Foram essas lágrimas?

— Mas você não me contou depois que Arthur morreu. — Ele disse. —
Você manteve a mentira.

— Eu queria depois do velório, mas aí você simplesmente se levantou e


saiu, e Gwen não precisa de outro pai que a deixe. E depois do velório, ela e
eu nos tornamos próximos novamente, e percebi que se ela contasse a
verdade, nunca me perdoaria. Eu a perderia novamente.

Ele segurou a boca, preocupado em perder a calma. Grite ou chore, ele


não tinha certeza. Ele queria fazer as duas coisas.

Natasha ficou ao lado dele e alisou a mão para cima e para baixo em
suas costas, tentando acalmar seus nervos que não pareciam muito curáveis.
— Meu voo chega às oito e meia da noite. Eu avisarei quando eu estiver
lá. — Charlotte encerrou a ligação antes que ele pudesse dizer mais alguma
coisa.

Ele piscou para conter as lágrimas indesejadas que se recusou a deixar


cair e se virou para Natasha. — Ambos sabiam. Todos esses anos, eles sabiam
que Gwen era minha e mentiram.
— Tem a certeza que está bem? — Natasha parou na frente da porta do
quarto, bloqueando o caminho de Wyatt para a sala. Ela precisava ter certeza
de que ele estava realmente bem depois da bomba que Charlotte entregou. Ele
teve menos de dois minutos para processar a verdade antes de Harper bater
na porta, dizendo que ela tinha novidades. Ela atirou a Harper um pedido
silencioso com os olhos e uma ponta da cabeça para dar-lhes um segundo.

— Eu vou ficar bem. — Wyatt a assegurou.

Mas ele ficaria bem? Ele estava mais pálido do que o normal. Olhos um
pouco vermelhos. As veias no topo de suas mãos mais proeminentes por abrir
e fechar repetidamente, enfiando com raiva as pontas dos dedos nas palmas.

Gray fizera a mesma coisa após a queda do helicóptero e, sempre que


ela o visitava, ele estava na cama, as mãos cerradas ao lado do corpo como
se canalizasse toda a sua frustração, preparado para atacar um inimigo
invisível.

Natasha deu um passo hesitante em sua direção e colocou os braços em


volta do corpo dele antes que ele pudesse protestar, antes que ele pudesse
dizer a ela que eles não tinham tempo. Harper tinha uma imagem do cara de
moletom do clube de salsa e, sim, eles eram necessários na sala de estar, mas
Wyatt também precisava de um maldito minuto.

— Você pode me apertar. Apertado como você precisa. — Ela disse. Ele
enterrou o rosto em seu cabelo perto do pescoço.

Seu coração batia ferozmente contra seu peito, mas ele não chorou. Ele
não me soltou. Ele apenas a segurou em silêncio.
— Nós devemos ir. — Ele anunciou enquanto se afastava, sua voz
profunda. — Obrigado. — Suas sobrancelhas franziram com força e ela
assentiu.

— Então, hum o que você tem? — Wyatt perguntou a Harper assim que
eles estavam na sala de estar.

— A imagem que tirei do Instagram estava bem pixelizada, já que ele


estava no fundo de uma selfie, mas fiz minha mágica e consegui uma foto mais
limpa. — Harper ampliou a vista e, por algum motivo insano, Natasha fechou
os olhos.

— Natasha? — Wyatt colocou a mão em seu ombro, e aquele ato simples


imediatamente lhe deu força. Este homem tinha virado seu mundo de cabeça
para baixo nos últimos dias, e muito provavelmente, muito antes desta noite.

Ela engoliu em seco, afastou seus temores de que esse seria um chumbo
morto e ergueu o olhar para a tela.

Um par de olhos castanhos escuros próximos a encarou de volta. O


cabelo castanho-escuro espiava por baixo da testa do homem. Um nariz longo
e reto. Sobrancelhas grossas e inclinadas. Sem traços marcantes, mas ela o
reconheceu instantaneamente.

Os ombros de Natasha cederam sob o peso da decepção. — Eu o


conheço. E ele está morto. Bem, eu pensei que ele estava.

— O que você quer dizer? — A mão de Wyatt conectou com suas costas
neste momento. Movimentos suaves para cima e para baixo. Reconfortante e
calmante.

Ela se virou para o lado para que pudesse olhar para trás e para frente
entre Harper e Wyatt. — Aquele é Alexander Rothus, um empresário
falecido. O proprietário da casa na Romênia para onde sua equipe foi enviada
para tentar prender O Knight. Pelo menos ele era o dono daquela casa. Ele
morreu em um acidente de carro em 2016. Ou então fui levada a acreditar. Ele
não tinha herdeiros, então a propriedade foi entregue à cidade e permaneceu
vaga. Bem, supostamente vaga.

— Mas a CIA acreditava que na verdade era O Knight que morava lá em


2019? — Wyatt perguntou, e ela assentiu. — Você tem certeza que esse cara
com o capuz é páreo para Rothus?

Natasha fixou seu foco na tela, a dúvida em suas habilidades para


realizar o trabalho rastejando em sua mente. Mas... — Sim, é ele. — Ela inalou
pelo nariz e soltou o ar lentamente. — Depois que os romenos cremaram o
corpo e o rotularam como um ocupante não identificado, eu fiz algumas
escavações.

Wyatt puxou a cadeira ao lado de Harper e ofereceu um assento a


Natasha, mas ela precisava ficar de pé, para manter os pés no chão enquanto
enfrentava o fato de que o Knight a havia enganado novamente.

— Originalmente, a Agência presumiu que O Knight deve ter escolhido a


casa porque ela estava vazia, e para o tipo de localização fora da rede com
aqueles túneis pré-existentes. E muito provavelmente, ele pagou alguém
debaixo da mesa para olhar para o outro lado enquanto ele morava lá. Não fui
capaz de verificar quem ele pagou, no entanto. Mas eu tive que verificar o
histórico de Rothus para garantir que O Knight não era realmente Rothus, e ele
fingiu o acidente de carro. — Eu verifiquei três vezes. — Já que o acidente
aconteceu em 2016, mais ou menos na época em que o caso caiu no meu
colo, suspeitei de que pode não ter sido uma coincidência.

— Fingir a morte dele, então alguns anos depois, voltar e se esconder


temporariamente naquela propriedade no meio do nada... talvez. — Harper
franziu os lábios pensando.

— Ele teria que ter certeza de que ninguém o reconheceria.


— Wyatt publicou uma das preocupações que seu COS contestou como um
buraco na trama na teoria de Natasha em 2019 sobre Rothus ser o Knight.
— Rothus possuía várias propriedades quando estava vivo. É possível
que ele nunca tenha chamado aquela de sua casa. Mas como eu não
estava autorizada a ir para a Romênia e bisbilhotar sem ser demitida...

— Você não podia mostrar a foto de Rothus para ninguém na cidade. —


Harper concluiu por ela. — E quanto às câmeras CCTV?

Os ombros de Natasha caíram. — As cidades mais próximas de sua casa


não tinham o tipo de teste que eu precisava para ver se Rothus estava andando
vivo após o acidente de carro, mas antes que sua equipe entrasse. E mesmo
quando eu fiz a imagem que tínhamos de Rothus, também não houve nenhum
sucesso internacional. Ou qualquer apelido alternativo conectado ao seu rosto.

— Aposto que seu chefe acabou com essa teoria, então? — Harper
sabia muito bem como as coisas iam em Langley, e ela estava certa.

— Sim, e ele tinha um ponto. — Natasha voltou para Langley depois de


visitar Wyatt no Colorado e apresentou a ideia de uma luta contra Rothus como
O Knight para seu chefe, Dan Jessup. Ele a fechou em minutos, forçando-a a
passar para um novo caso.

— Era o fato de você ter até uma foto de Rothus, certo? — Wyatt
perguntou. — Se Rothus fosse a identidade real do Knight ou mesmo um
pseudônimo, ele nunca deixaria uma foto legítima de si mesmo online para ser
rastreada.

— Bem, parece que seu chefe - aposto que você estava lidando com
Dan the Man Jessup - estava errado. — Harper girou na cadeira, fixando os
olhos em Natasha.

— Nem pense em se bater. Aquele idiota de chefe provavelmente


transferiu você, então ameaçou você para recuar do O Knight ou coisa
parecida, certo? — Wyatt falou, tentando dissipar suas dúvidas, remover a
culpa que a consumia.
Resumindo, olhando para esta nova foto de um suposto morto no clube
de salsa, significava que ela deveria ter seguido seu instinto e continuado a
empurrar sua teoria.

— Eu garanto que mesmo agora, se eu tirar a foto desse cara de moletom


- Rothus ou qualquer que seja seu nome real - por meio de nosso programa de
software de reconhecimento facial, vamos encontrar nenhuma pista. — Disse
Harper enquanto ela se virava. para seu computador e começou a enviar a
imagem para Jessica. — Independentemente de como foi para o Canadá, ele
encontrou uma maneira de proteger seu rosto de ser marcado.

— O que significa que não há absolutamente nada que você pudesse ter
feito de diferente depois daquela operação na Romênia, especialmente com
Dickhead Dan no comando. — Observou Wyatt.

Dan Jessup não era tão ruim, mas ele não tinha sido tão teimoso quanto
ela em busca da verdade.

— E ter uma foto do Knight provavelmente não a teria ajudado a


encontrá-lo antes. — Wyatt apoiou seu ombro. Ele deslizou de volta para o
modo de operador forte, empurrando seus problemas pessoais de lado pelo
bem da missão. Quantas vezes ele fez isso? Quantas vezes ela fez isso?

— Mas isso não significa que ter a foto dele agora não vai adiantar nada.
— disse Harper. — Como sabemos que O Knight está conectado aos Wards,
podemos examinar melhor a história dos Wards e ver se ele está em alguma
foto. Talvez consiga um nome verdadeiro.

— Jéssica não passou toda a noite passada remexendo no passado


deles? — Wyatt perguntou enquanto Harper pegava seu telefone. — Essa
mulher tem uma boa memória louca sobre o ponto com Liam, então talvez ela
se lembre de tê-lo visto.

Natasha olhou para Wyatt enquanto Harper ligava para Jessica e


começava a explicar tudo o que haviam aprendido até agora.
Wyatt coçou a nuca, seus olhos caindo no chão. — Se existe algo como
uma memória fotográfica, Liam a tem, mas ainda nada em comparação com
Elaina.

— Elaina, certo. A garota adorável que eles adotaram. — Natasha


sorriu. — Alexa me contou tudo sobre ela.

— Eu juro que Elaina é vidente, e Liam vai ter as mãos ocupadas quando
ela for mais velha e começar a namorar. — Sua voz engrossou quando ele
disse suas últimas palavras, e suas mãos voltaram para a familiar posição
cerrada ao lado do corpo. Ele estava pensando em sua própria filha
agora. Olhos desenhados fechados. Emoções de batalha que assolaram
silenciosamente sob a superfície.

— Jessica acha que pode ter visto uma foto de Rothus quando ele era
mais jovem na noite passada. — As palavras de Harper chamaram sua
atenção, e as mãos de Wyatt relaxaram com a notícia.

Ele estava mais calmo no modo de operador. Em seu elemento. Ela


supôs que ela poderia se relacionar.

— Jessica está procurando algo agora, mas eu estava pensando - você


disse que o cara naquela casa estava pegando fogo quando você entrou certo?
— Harper olhou para Wyatt, uma vez que ele foi o único a tentar e corajoso
entrar na casa enquanto as chamas devoravam a estrutura, tentando tirar o
homem para fora.

Deus, ela ainda devia isso a ele. Sua bravura. Seu heroísmo para seguir
em frente contra todas as probabilidades. Ele arriscou sua vida para tentar
trazer o Knight vivo para ela.

— Sim, ele estava coberto da cabeça aos pés pelas chamas. Eu não
poderia chegar até ele sem morrer. — Wyatt vislumbrou Natasha, desculpas
em seus olhos, e ela apertou seu bíceps, um apelo para não se culpar por nada.
— Se ele estava envolto em chamas, como ele poderia ter escapado,
mesmo que houvesse um túnel, sem cicatrizes enormes? Não estou
familiarizada com o processo de recuperação de vítimas de queimaduras, mas
se ele sobreviveu, ele não teria algumas cicatrizes de
queimaduras? Descoloração ou mudança na textura da pele, pelo menos.
— Harper apontou para a tela, a imagem de Alexander puxada de volta. — A
pele desse homem nesta foto recente é perfeita. Rosto. Pescoço. Mãos.

— Melhor cirurgião plástico do mundo? — Wyatt propôs.

— Eu não sei. — Harper não estava acreditando, o que é verdade...

— Você não acha que Wyatt viu alguém pegando fogo naquele dia. —
Natasha soltou o braço de Wyatt e olhou em direção às cortinas que escondiam
a visão de fora enquanto ela trabalhava com uma ideia.

— Talvez os romenos cremaram um corpo, apenas não era do Knight.


— A ajuda de Wyatt, seu tom grave. — É muito provável que ele queira
vingança se perder alguém de quem gostava naquele dia na explosão.

— O que significa que os Wards acreditaram que Roland matou O Knight


com sucesso naquele dia. Talvez eles até pagaram à polícia para cremar o
corpo rapidamente. — Merda, era isso, não era? — Os Wards queriam que ele
fosse cremado porque a verdadeira identidade do Knight poderia se conectar
a eles.

— E acho que sei por quê. — Jessica anunciou no viva-voz. Natasha


quase havia esquecido que a linha ainda estava conectada. — Estou lhe
enviando uma foto de vinte anos agora. Diz-me o que pensas.

Natasha agarrou as costas da cadeira de Harper enquanto Harper


clicava em um e-mail seguro de Jessica.
— A foto data de dois mil e um. — Explicou Jessica. — É do anuário de
Kate Ward no internato que ela frequentou na Suécia. Olhe para o homem
parado atrás dela.

Natasha se inclinou sobre o ombro de Harper enquanto ampliava a


imagem para que eles pudessem ver melhor. E puta merda. — Esse é ele. Esse
é Rothus.

— De acordo com o seu livro, o nome dele é Alexander Balan. — Disse


Jessica. — Ele era professor de informática e também treinador de xadrez. A
foto foi tirada quando Kate ganhou o campeonato europeu de xadrez.

Xadrez é claro. — O que mais você pode descobrir sobre Balan?

Um estalo estalou sobre a linha como se Jessica tivesse exalado uma


respiração profunda. — Nada. Eu pesquisei seu nome, e ele é um fantasma.

— Exceto esta imagem. — Como isso foi possível?

— Balan deve ter apagado sua identidade. Quando carreguei a foto


recente que Harper me enviou em nosso banco de dados, consegui o Rothus
para uma correspondência. — A irritação passou pelo tom de Jessica. — A
única razão pela qual consegui obter esta foto é porque neste verão que se
aproxima é a reunião de vinte anos da turma de dois mil e um, e o coordenador
da véspera digitalizou seu anuário como um presente para aqueles
alunos. Kate estava no segundo ano na época do campeonato de xadrez do
anuário, então ela não teria recebido uma cópia.

— Este é um golpe de sorte danado. — Wyatt pegou a mão de Natasha


e entrelaçou seus dedos.

Era assim que se sentiam esperança e otimismo?

— Eu acho que Balan esqueceu esse detalhe. — Jessica disse. — Estou


pensando que Balan não apenas colocou Kate sob sua proteção no clube de
xadrez, mas também viu potencial nela como hacker. Ela provavelmente era
sua protegida enquanto estava na escola.

Natasha ergueu o olhar da tela, uma ideia vindo à mente. — E se Kate


for o cérebro por trás de tudo, e Felix for apenas o rosto e o nome? O negócio
estava com problemas, então Kate pediu ajuda a seu antigo treinador. Ele era
alguém não rastreável em quem ela confiava.

— Mas quando Balan foi longe demais... Kate percebeu que tinha que
acabar com ele. — Wyatt acrescentou. — E a rainha no xadrez não é realmente
a peça com mais poder?

Natasha franziu a testa. — Passei cinco anos perseguindo O Knight, mas


e se Kate estiver dando as cartas o tempo todo? — Ela vislumbrou Wyatt
quando ele apertou sua mão um pouco mais forte. — Mas temos que parar
Balan antes que ele chame o xeque-mate.
— Tem certeza de que isso vai funcionar? — A última coisa que Natasha
queria fazer era questionar Wyatt e sua equipe, mas seus nervos estavam à flor
da pele, especialmente depois de descobrir a verdadeira identidade do Knight
e sua conexão com Kate Ward.

— Meus caras executaram operações como esta mais vezes do que eu


consigo me lembrar. — As mãos fortes de Wyatt seguraram seu rosto,
aquecendo-a, acalmando-a. Os olhos dele. Seu toque. Seu cheiro. Ele poderia
acalmar um exército de soldados espartanos e fazer com que eles se
rendessem com um olhar simples, mas poderoso.

Eles estavam de volta à segurança do quarto de Harper. Eles foram para


seu quarto de hotel para continuar a encenar, caso O Knight estivesse ouvindo.
Eles até se beijaram algumas vezes, o que era estranho e um tanto forçado, já
que nenhum deles estava confortável com a situação. Mas eles não tinham
escolha a não ser agir o mais normal possível se isso significasse que eles
tinham uma chance de finalmente enganar o bastardo.

— Você pode confiar em mim.

— Eu sei. — Ela sorriu. — E eu faço. É nele que não confio. — E


agora ela. Kate Damn Ward, que ela apelidou de Rainha em sua mente.

Cada morte, cada ataque terrorista, estava agora nas mãos de


Kate. Sua ganância por riquezas, seu desejo de fazer parte de uma empresa
de experiência incomparável e fama no campo a levaram a usar todas as
medidas necessárias e sem consideração pela vida humana.

Na mente de Natasha, ela era tão psicopata, senão mais, do que


Alexander Balan.
— Balan se sente enganado. Jasper provavelmente nunca o teria
encontrado se ele não tivesse a ajuda de Kate. Acho que Balan manteve Jasper
vivo, ao contrário de Roland Nilsson, porque ele quer provar a ele que ele é um
hacker superior. — Ela fez uma pausa. — Uma vez que ele provar, em
seguida, ele vai ter Jasper morto.

— Mas ele não pode fazer tudo isso sozinho. — Wyatt a lembrou. — Ele
contratou mercenários para raptar Roland e, com certeza, ele também tem
pessoas em Montreal. — Suas mãos foram para seu bíceps, e ele apertou
suavemente. — Além disso, Harper vasculhou todas as câmeras CCTV dentro
e ao redor do salão de convenções e do nosso hotel. Ele está mantendo o rosto
abaixado. Ele sabe onde não olhar. Mas também acho que não podemos
colocá-lo em nenhuma câmera porque ele não está sozinho lá.

— Ele apareceu no clube de salsa. Ele me ligou do centro de convenções


quando eu estava na fábrica. E de jeito nenhum ele teve outra pessoa invadindo
nosso quarto de hotel na noite passada. Não podemos saber com certeza se
ele tem uma equipe aqui. Ele poderia apenas ter coberto suas bases
manipulando todas as filmagens de CFTV na área. — Ela não queria ser
pessimista, especialmente quando eles eram tão próximos, mas ela tinha que
ser realista. Cauteloso quando se tratava do Knight.

Ela aprendeu a lição, e ele a enganou muitas vezes.

Não mais sendo feito um pião em seu jogo de vingança. E quanto a Kate,
era hora de ela ser destronada.

— Independentemente disso, se ele contratou alguém na Dark Net, não


vai doer se Jessica tentar descobrir quem é. — Seus polegares se moveram
para cima e para baixo em seus braços, sua tentativa contínua de acalmá-la. —
E com alguma sorte, talvez os pistoleiros contratados de Balan venham até nós
esta noite. Alguém deve estar observando Jasper. Provavelmente Kate e Felix
também.
— E Balan não pode estar em três lugares. — Fazia sentido, ela supôs. O
Knight não estava jogando o mesmo jogo de antes. E talvez como Svalbard,
esta não foi uma missão solo. Alexander Balan era um gênio da computação,
mas ele alguma vez puxou o gatilho? — Você está certo.

Ela se afastou dele e ele a soltou. Olhos no espelho acima da cômoda,


ela arrastou seu foco de seu reflexo para Wyatt parado ao lado dela. — Quanto
você acha que Felix sabe? — Sua mente estava indo em tantas direções
diferentes enquanto esperavam para rolar para o corpo de bombeiros onde
Jasper estava competindo.

— Ele não pode ser um idiota, especialmente desde que o FBI e eu o


investigamos.

Ela olhou para o relógio, o que Gray lhe dera, e o encarou. — O avião de
Charlotte chega logo.

Wyatt não mencionou Gwen desde que encerrou a ligação com


Charlotte. Natasha estava esperando que ele a trouxesse.

— Não vejo nenhuma razão para que O Knight esteja vigiando Gwen,
mas ele provavelmente está de olho em mim, o que significa que preciso ter
certeza de que não tenho um rabo quando for para o hotel de Gwen mais tarde.
— Ele caminhou até a cama e se abaixou. — Você acha que Charlotte vai
contar a ela esta noite?

— Você quer que ela faça isso? — Natasha se sentou ao lado dele e
plantou a mão em sua coxa musculosa.

— Acho que sim. Mas também preciso esclarecer o que está


acontecendo com ela e Felix, sem também divulgar informações confidenciais.

— Isso pode ser complicado. — Ela sabia que poderia ir com ele para se
apoiar, mas de jeito nenhum ela poderia ir a qualquer lugar sem a notificação
do Knight, e ela não queria colocar Gwen em perigo ainda mais. — Parece que
foi semanas atrás, quando estava sendo considerado, trouxemos Gwen para
ver o que ela sabe.

— Você quer dizer quando Harper sugeriu que transformássemos minha


filha em uma fonte? — Ele ergueu uma sobrancelha, ainda irritado com a ideia
que foi apresentada.

— Harper e Jessica estavam pensando como oficiais da CIA quando


tocaram no assunto. Tente não guardar rancor. — Disse ela, mantendo a
voz firme.

— Entendi. Se elas não tivessem salvado minha bunda mais vezes do


que posso contar, e eu não confiasse nelas com minha vida, então talvez eu
ainda estivesse com raiva. Mas você não a colocou na missão em primeiro
lugar. — Ele inclinou a cabeça, seus olhos azul-acinzentados se estreitando. —
Você acha que é perigoso se preocupar com alguém?

— O que você quer dizer?

— O 'bem maior'. — Disse ele, balançando a cabeça. — Quer dizer, o


que aconteceria se eu tivesse que escolher entre salvar alguém que amo e
impedir um ataque terrorista? — O arrependimento escureceu seus olhos.

— Você para o ataque terrorista. — Seus lábios se enrolaram enquanto


ela pensava em como se explicar. — Por mais difícil que seja, se você salvasse
uma vida em vez de muitas, a pessoa que você salvaria viveria para sempre
com aquelas outras mortes pairando sobre ela. A culpa seria pior do que a
morte. — Ela respirou fundo, o lábio inferior quase balançando. — É o
trabalho. É por isso que fomos escolhidos para fazer o que fazemos, porque,
no final das contas, faremos a escolha que for melhor para a nação.

— É fácil dizer isso agora, mas é mais difícil vivê-lo. — Ele se levantou e
apoiou a nuca com as duas mãos.
— Bem, felizmente, há outra razão pela qual estamos nesses empregos.
— Ela se levantou e veio atrás dele, encontrando seus olhos no espelho, e seus
braços relaxados ao lado do corpo, mas ele não se virou. — Não vamos nos
permitir entrar em uma situação como essa.

— Não se apaixone, então?

Seus olhos permaneceram conectados com os dele. — Não. Proteja as


pessoas de quem você gosta e acabe com os bandidos antes que eles
cheguem perto de seus entes queridos.

— Você está começando a soar como uma otimista. — Ele girou para
encará-la, suas sobrancelhas arqueadas.

— Não, isso são dez anos no trabalho e sendo realista. O Knight é a única
pessoa que foi capaz de olhar além da minha lenda e descobrir quem eu
realmente sou.

Ele balançou a cabeça e espalmou sua bochecha. — Isso não é verdade.


— Ele se inclinou mais perto, sua boca perto da dela. — Eu vejo o verdadeiro
você.
Eram quase nova horas, depois de sentar na parte de trás da limusine
fora do corpo de bombeiros por mais de quinze minutos, Natasha
estava ficando preocupada que Wyatt pudesse sair sem Jasper.

— Você precisa relaxar.

Ela recostou-se no assento e olhou para Finn sentado no banco do


motorista. — Eu não disse nada.

— Toda essa agitação que você está fazendo diz que você está
preocupada. — Ele olhou para trás e sorriu. — Wyatt tem isso. Não se
preocupe. E se Jasper não vier de boa vontade, então ele enfiará uma arma
em seu lado e o trará. — Ele agiu como se esta fosse uma típica noite de
sábado. Então, novamente, sua equipe provavelmente estava acostumada a
operações muito mais intensas do que entrevistar um hacker na parte de trás
de uma limusine.

— Normalmente trabalho atrás de um computador. — Ela se sentou mais


para trás no assento e tirou o fiapo da calça jeans. — Eu saio a campo de vez
em quando, mas claramente não o suficiente. — Eu não ficaria uma bola de
nervos se O Knight não estivesse envolvido, no entanto. É claro que, de volta
à Rússia, no quarto de hotel de Boris, ela estava confiante, inabalável em sua
busca pela verdade para ver se O Knight havia executado o hack da instalação
de armas.

Mas agora, bem, parecia diferente. Provavelmente porque ela estava de


férias e operando sem autoridade oficial. Se esta operação fosse para o lado,
ela teria sua bunda entregue a ela por seu chefe, se não POTUS também. Além
disso, ela também estava com medo de que suas ações pudessem machucar
alguém de quem ela gostava.
— Nós temos isso. Não se preocupe. Você não tem ideia de quantas
vezes nós caçamos bandidos e vencemos. — Ele sorriu. — Quero dizer, Chris
quase sendo comido por um urso polar em Svalbard foi único, mas...

— O que?

Seu sorriso se alargou, expondo seus dentes brancos.

— Você está tentando me distrair com uma história inventada?

Ele ergueu a palma da mão, erguendo as sobrancelhas. Um brilho de


humor em seus olhos. — A história é verdadeira, mas sim para a parte
perturbadora. Está funcionando?

Ela se afastou um pouco da cadeira. — Sim. Agora, conte-me mais sobre


este urso.

— O Capitão América não tem problema em colocar uma bala na carne


humana, mas um animal? Não. Ele quase foi capturado pelos russos em vez
de atirar no urso.

Ela permitiu que a cena insana se desenrolasse em sua mente. — Então


o que aconteceu?

— Um segundo. — Finn levou a mão ao ouvido. — Entendido. — Ele


inclinou a cabeça para o lado, e ela avistou Wyatt e Jasper se aproximando do
veículo.

Finn fechou a partição para manter sua identidade escondida de Jasper


antes que a porta lateral se abrisse.

Jasper deslizou para fora do assento em frente a ela, e Wyatt entrou e


sentou-se ao lado de Natasha. — Tranque as portas. Dê perdido no MI6. — A
ordem de Wyatt tinha sido comunicada a Finn, mas a arma em seu colo
significava que Jasper não tinha vindo de boa vontade.
A limusine se afastou do meio-fio e Jasper agarrou sua mochila, com
desdém em seus olhos enquanto se concentrava em Natasha. — Sua vadia.

— Morda sua língua, ou eu vou cortá-la. — Wyatt assobiou, sua


mandíbula apertando, a 9 mm ainda apertada em suas mãos.

Jasper mudou de posição no couro e relaxou o aperto mortal que tinha


em sua mochila. — Você vai me matar.

— Talvez se você não tivesse feito um acordo com Kate Ward, você não
estaria nesta situação. — Ela disparou de volta, deixando-o saber que ela
estava ciente de sua traição.

O queixo de Jasper se projetou para frente em surpresa.

— Não se incomode em mentir. Sei que Kate veio ao seu hotel em


Londres em julho de 2019. O que eu não entendo é por quê? Você é melhor
do que isso. Você vem derrubando criminosos há anos. — Inferno, ele foi
chamado de The Smoking Gun por uma razão.

Jasper se inclinou para frente, seus olhos mudando dos dela para a arma
de Wyatt enquanto ele murmurava: — E qual foi a minha recompensa por todo
o trabalho que fiz expondo babacas? Eu fui preso!

— Essa foi a sua própria estupidez, Jasper. O MI6 fez um acordo com
você. — Ela o lembrou. — E nós pagamos a você.

— Oh. — Ele deu uma gargalhada. — Certo. Eu era o macaco de


estimação de todos. — Recostando-se, ele acrescentou: — A CIA não era
diferente.

— Diga-me, Jasper. — Ela procurou seu olhar, esperando que ainda


houvesse algo de bom nele. — O que realmente aconteceu?

Jasper olhou para a janela quando eles fizeram uma curva fechada,
depois outra. Finn estava trabalhando para livrar-se do MI6.
— Diga a ela. — Wyatt ordenou sua voz grossa com um comando
autoritário.

Os ombros de Jasper caíram, mas ele manteve os olhos no vidro. —


Quando você me trouxe para ajudar a capturar O Knight, bem, eu fui capaz de
rastrear um dos hacks de volta à fonte. Quando vi o quão rica a mulher era,
decidi ver se ela queria fazer um acordo.

— Como você fez a conexão entre os hacks do Knight e Kate Ward?


— Wyatt perguntou sua voz menos tensa. Inclinando-se, ele sussurrou para
Natasha que eles perderiam a cauda do MI6, mas pegaram uma nova e, com
sorte, era de alguém que o Knight contratou.

O olhar de Jasper foi para Natasha. — Você não sabe? — Ele inclinou a
cabeça como se estivesse prestes a tentar fechar outro acordo agora. Não vai
acontecer.

— Não me teste. — Wyatt estalou. — Fale.

— Kate Ward é a cavaleira. — Jasper engoliu em seco. — Bem, uma


delas. Alexander Balan, o homem que nos arrastou até aqui, ele é o outro.

Ela não queria revelar seu choque, deixar Jasper ter quaisquer pequenas
vitórias, então ela fez o possível para esconder isso.

— No início, Kate era o único Knight. Então ela percebeu que isso
confundiria as autoridades se dois hackers usassem o mesmo apelido e código
online. Também forneceu a ela um apelido para metade dos hacks, o que
confundiria investigadores, como você, investigando o caso. — Jasper
explicou, mantendo contato visual com Natasha. — Pelo que Kate me contou,
ela pediu a esse Balan que não apenas ajudasse, mas considerasse isso um
desafio entre eles.
— Como um jogo de xadrez. — Natasha sussurrou em compreensão,
tudo se encaixando agora. — Por isso apareceu como um jogo de
escalada. Eles estavam indo e voltando, tentando superar um ao outro.

— Kate é competitiva, e eu acho que Balan é quem a tornou assim


quando ele era seu treinador e professor na escola. — Jasper coçou a testa. —
Ela o apresentou em seu plano por volta de janeiro de 2016, alguns meses
depois de começar.

E foi então que Alexandre fingiu sua morte como Rothus e, um mês
depois, o caso caiu no meu colo. — Eles nunca dividem o dinheiro. — Disse
Natasha ao se dar conta. — Kate ganhou aqueles cento e cinquenta milhões
para ela mesma.

— No dia em que pensamos que Balan havia morrido, Kate sangrou suas
contas. Não sei para onde ela transferiu os fundos. — Disse Jasper.

O data center na Suécia. — E ela te contou todas essas evidências


incriminatórias?

— Ameacei entregá-la à CIA se ela não me contasse. Além disso, ela


queria que eu a ajudasse a encontrar Balan, já que ele estava sempre em
movimento. Para eu fazer isso, ela teve que compartilhar tudo o que
sabia. Além disso, ela precisava de ajuda para localizar seu esconderijo de
dinheiro. Ela não queria milhões perdidos. Disse a Kate que só concordaria
com o acordo se ela parasse de jogar. — Ele ergueu um ombro. — Veja, eu
não sou um cara mau.

— Você aceitou dinheiro em troca de silêncio, então sim, você é. —


Natasha repreendeu a raiva queimando por ela. — Você poderia ter acabado
com isso há muito tempo se tivesse vindo até mim primeiro.

— Eu só queria minha vida de volta, uma vida não ditada por outros.
— Ele cobriu os olhos com a palma da mão e recostou-se.
— O que aconteceu? — Wyatt perguntou.

Sua mão caiu no topo de sua mochila com um baque pesado. — Kate
alegou que ela tentou colocar um fim em tudo antes mesmo de o FBI mostrar
interesse em sua empresa em 2018. Ela hackeava concorrentes e ganhava
dinheiro vendendo informações de volta para eles, enquanto Balan vendia
informações para terroristas. Até onde ela estava preocupada, ele cruzou a
linha.

Como o acidente de Black Hawk na Argélia, Natasha lembrou.

— Kate disse que finalmente desistiu quando o FBI começou a pesquisar


ativamente o Cyber X, mas Balan recusou. E ele parou de hackear para obter
lucro depois disso. Ele fez isso apenas para provar que podia. Para provar que
ele era melhor do que ela ou algo assim. — Jasper fez uma pausa para
respirar. — Kate pensou que foi o destino que eu a encontrei, porque talvez eu
pudesse ajudar a derrubá-lo. Fazer jus ao meu nome Smoking Gun. — Ele
balançou a cabeça como se estivesse chateado consigo mesmo, e bom, ele
deveria estar mais do que apenas chateado. — Achei que estava fazendo a
coisa certa. Ela me garantiu que ele morreria. Justiça seria feita.

— Qual era o plano? — A mão de Natasha apertou em seu colo.

— Kate disse que conhecia outro hacker que poderia estar disposto a
ajudar a matar Balan assim que o localizássemos. — Jasper começou sua
respiração normalizando. — Eu deveria alertar a CIA da localização de Balan
assim que o encontrássemos, e o cara dela estaria fora de casa esperando que
a CIA enviasse uma equipe.

— Por que esperar por nós? — Eles tinham suas teorias, mas ela queria
confirmação.

— Kate queria que a CIA soubesse que o homem da casa era o Knight
para pôr um fim à investigação. Você sabe, para que ela pudesse respirar
facilmente novamente.
— Então, Roland Nilsson estava esperando na Romênia para que nosso
povo aparecesse. — Esse foi o seu palpite. — E você colocou um relógio sobre
nós, sugerindo que o Knight poderia se mudar em breve, garantindo que o
governo apressasse a operação.

Wyatt fez uma careta, provavelmente disfarçado pela ideia de que seu
time tinha sido um pião no jogo de Kate.

— Como você descobriu que Balan não morreu realmente naquele dia?
— Ela perguntou.

— No início, pensei que a mensagem que recebi na semana passada


fosse uma piada da Kate. Uma piada doentia. Porque alguém havia morrido
naquela casa na Romênia. Kate e eu pensamos que Balan estava morto
porque ela pagou aos funcionários romenos para cremar o corpo e rotulá-lo
como um invasor desconhecido.

— Você simplesmente não sabia que não era o corpo dele. — Disse
Natasha. — Alguma ideia de quem mais poderia ter morrido?

Jessica e Harper passaram o dia todo tentando descobrir mais sobre


Balan, mas não deram certo.

— Meu palpite é que era o irmão dele. Kate havia dito que Alexander
estava perto dele. Encontre seu irmão, encontre Balan, ela disse. Seu irmão
provavelmente já estava na casa com Alexander antes de Roland chegar.

A morte de seu irmão definitivamente aumentaria a raiva de Balan. Se ele


tivesse estado dentro de sua casa e morrido naquele dia, Balan iria querer
vingança, e ele esperaria pacientemente pelo momento certo para reunir todos
os seus argumentos.

Jasper passou os dedos pelo cabelo loiro. — O irmão dele vivia com um
pseudônimo, mas ele também não encobriu seus rastros. Eles nasceram
originalmente na Romênia e, com base nos apelidos diferentes de seu irmão,
ele permaneceu no país, mas se mudou de vez em quando, o que
provavelmente é a única razão pela qual Balan se arriscou a voltar para a
Romênia por qualquer período de tempo. Mas, honestamente, se Kate não
soubesse que o pseudônimo de Balan era Alexander Rothus quando ela o
procurou pela primeira vez em 2016, duvido que teríamos sido capazes de
encontrá-lo.

— Como Balan te convenceu a vir para Montreal? — Ele claramente


encontrou você enquanto estava escondido sem nenhum problema. — Por
que não apenas correr e se esconder em outro lugar?

— Ele disse que eu tinha que entrar na competição ou ele mandaria


matar minha família. Ele também disse que me caçaria para sempre se eu não
aparecesse. — Sua voz era baixa, aborrecida, com um toque de remorso.

— E o que ele disse a Kate? — Mas ela já sabia a resposta, não é? —


Ele exporia a verdade, certo? Deixar o mundo saber o que ela
fez. Estou também apostando que ela queria de volta que trezentos milhões de
Balan transferidos para fora de sua conta. Dinheiro que ela manteve escondido
do marido, eu presumo.

Jasper acenou com a cabeça, e a atenção de Wyatt desviou para a janela


quando eles começaram a desacelerar. Ele levou a mão ao ouvido como se
estivesse ouvindo alguém no comunicador.

— Todos vocês devem ter um plano, certo? — De jeito nenhum Kate iria
aparecer em Montreal sem uma estratégia em vigor, não é? — Como você vai
parar Balan? Ele não queria que você falasse comigo porque ele queria que
eu juntasse as peças sem ajuda. Ele não gosta de trair como se ele devesse
acreditar que você traiu ao rastreá-lo na Romênia porque teve a ajuda de Kate.

Jasper jogou uma mão com raiva no ar. — Ele tem estado três passos à
nossa frente em cada curva. É como se ele conhecesse nossos movimentos
antes de nós.
Deus, ela poderia se relacionar. Mas ela não estava disposta a simpatizar
com ele. Ele a usou tirou vantagem dela. Ele era tão mal quanto Kate e
Alexander, e ela se arrepiou por estar sentada em frente a ele.

— Porque Balan teve muito tempo para configurar isso. — Wyatt disse
enquanto o carro parava. — Agora, saia e aja como se nunca tivéssemos tido
essa conversa. — Ele apontou para a porta.

Jasper apertou levemente sua garganta. — Ele vai me matar. Você vai
impedi-lo?

Wyatt inclinou a cabeça e ecoou seus próprios pensamentos: — Você


acha que devemos nos preocupar com a sua vida?

Jasper fixou sua atenção em Natasha enquanto alcançava a maçaneta


da porta. — Eu sinto muito.

Não que ela acreditasse nele, mas ela não pôde deixar de responder: —
Que pena que você não pode pedir desculpas a todas as pessoas que
morreram por causa de Kate e Alexander. — Ela balançou a cabeça. — As
famílias deles são aquelas a quem você deve desculpas.

A mandíbula de Jasper apertou e ele empurrou a porta aberta. Ele olhou


por cima do ombro. — Eu não vou ganhar essa competição. Tem essa garota,
Gwen, e ela é melhor do que eu.

Natasha estendeu o braço para bloquear Wyatt de pular para frente com
o uso de Jasper da palavra garota sobre sua filha. — Isso foi parte do negócio?
— Ela perguntou a ele uma vez que Wyatt se acomodou em sua cadeira. —
Você deveria vencer?

— Ele disse que se eu não conseguisse vencer a competição, não


haveria razão para me manter vivo. — Seus olhos se voltaram para o chão da
limusine. — Estou assumindo que ele quer algum tipo de revanche
comigo. Talvez com Kate também. Então provavelmente nos matará. Eu, uh,
esperava ganhar algum tempo ganhando essa coisa para bolar um plano para
derrubá-lo.

— Você poderia ter começado nos contando a verdade. — Disse


Natasha, sua voz como uma lâmina afiada cortando o ar.

— Ele disse que me mataria se eu falasse com você. E agora, desde que
você se livrou dos agentes do MI6 que estavam me seguindo e está prestes a
me deixar em paz aqui, acho que você sabia disso. Eu sou isca, hein? — Jasper
saiu, mas abaixou a cabeça para dentro, os olhos diretamente em Natasha. —
Minha morte estará em sua consciência. Você vai ter que viver com isso.

— Por mais que eu te odeie. — Ela começou, — eu não vou deixar você
morrer. Não, você pertence a uma cela de prisão.

Jasper grunhiu. — Certo.

Assim que a porta se fechou, Finn rolou para baixo na divisória de


vidro. — Isso foi intenso.

Wyatt tocou sua orelha. — Este é um, Bravo Quatro, está ouvindo? —
Ele fez uma pausa para ouvir. — Entendido, Quatro. — Ele olhou para Finn,
então Natasha. — Liam está em vigília. Ele tem dois tangos seguindo
Jasper. Um a pé. Um em um carro.

— E se as armas alugadas de Balan o matarem? Não havia garantias.

— Você mesmo disse que não queria que Jasper falasse com você
porque queria que você resolvesse o quebra-cabeça sem ajuda. Você é parte
do jogo dele. Provavelmente Balan já sabe que você ligou os pontos. —
Começou Watts. — E, além disso, ele não vai matar Jasper quando Jasper for
sua arma fumegante. Ele quer que o mundo saiba a verdade, e Jasper é parte
dessa verdade.

— Como você pode ter tanta certeza? — Ela engoliu suas próprias
dúvidas.
— Por mais frágil que possa parecer, estou indo com o meu instinto.
— Ele largou a arma e deu um tapinha no queixo dela. — E parece que preciso
pedir a Gwen para perder para Jasper para comprar a ele mais algumas horas
de vida.

CAPÍTULO TRINTA E OITO

— E SE J ASPER morrer por nossa causa. — Natasha caminhou na frente


do vento em seu quarto de hotel.

— Jasper não falaria. — Wyatt apunhalou o ar. — E se você me


perguntar, aquele idiota merece o que ele tem vindo.

— Só porque ele claramente me traiu trabalhando com Kate - levando o


dinheiro dela para montar O Knight - não significa que ele merece morrer.

— Sim, bem, talvez ele queira. — Ele virou as costas e vislumbrou a


hora. Charlotte fez o check-in em seu hotel e ele lhe deu instruções para
conseguir uma suíte de dois quartos. Com alguma sorte, Charlotte seria capaz
de persuadir a filha a ficar com ela.

— Bem, sua manobra para tentar atrair o Knight hoje à noite, pegando
Jasper, falhou. Jasper está de volta ao hotel, e não temos a menor ideia de
quem realmente é o Knight. — Natasha manteve seu nível de voz e vazio de
talento dramático. Se Balan acreditasse que esse argumento era real, eles não
poderiam exagerar e, se houvesse uma câmera além de um dispositivo de
escuta, eles teriam que manter sua linguagem corporal tão realista.

— Aprendemos algo com esse quebra-cabeça que ele deixou para você.
— Wyatt a encarou, fazendo o seu melhor para agir como um idiota sem ir
muito longe. — Kate e Jasper são culpados. E Jasper é uma fraude.

— E nós vamos derrubá-los, mas eu...

— Não pode ter a morte deles em suas mãos? — Ele bufou


exasperado. Isso foi demais? — Se não fosse por Kate, nada disso teria
acontecido. — Ele levantou a mão. — Eu preciso de um pouco de ar.

— Não vá. Por favor. — Ela disse a ele no avião que atuou em algumas
peças no colégio, incluindo Macbeth, e a mulher era muito boa. Ela poderia tê-
lo enganado agora com seus olhos de cachorrinho e lábio trêmulo.

Ele cruzou a sala em passadas rápidas e agarrou sua jaqueta. — Eu só


preciso dar um passeio.

— Não fique zangado. Por favor.

Ele lentamente voltou para ela. — Estamos ambos estressados e estou


frustrado. Eu não queria gritar. Por que você não se encontra com a equipe lá
em cima e ver se eles têm novas pistas?

— Sim. — Ela disse seus olhos se conectando com os dele, um brilho


perversamente sexy lá. — Tem certeza que não quer que eu vá?

Oh, eu quero que você venha. Por todo o meu pau. Minha mão e
minha boca também.

Sim, seu pau queria sexo quente e artificial, sem perceber que seu ato
não tão digno do Oscar era uma performance para um hacker cruel.
Mas eles precisavam que o Knight acreditasse que ele os enganou.

Seu relógio mostrava apenas um ponto vermelho indicando que seu


quarto havia sido violado por meio segundo. Então, Balan era muito bom,
porque Wyatt poderia facilmente ter perdido a mudança de cor, e ele não
saberia que o traseiro havia cortado suas medidas de segurança em seu
quarto. Balan poderia ter ouvido talvez até mesmo assistido, ele fazer amor
com Natasha.

A ideia o fez querer enterrar o punho no crânio do homem uma e outra


vez.

Mas não, esta era uma pausa, uma que eles precisavam
desesperadamente, e eles usariam em seu proveito.

— Estarei de volta em uma ou duas horas. — Ele segurou os olhos dela


por um momento, então saiu e correu para o elevador, sabendo que Balan
provavelmente também tinha uma câmera no corredor e o estava observando.

E agora...

Bem, agora ele tinha que enfrentar Charlotte e Gwen.

Se Gwen fosse tão teimosa quanto Wyatt, ele não tinha certeza se ela
recuaria e perderia a competição.

O que Wyatt disse não foi tudo uma atuação, no entanto. Parte dele
desejou que Balan e os Wards tivessem uma morte horrível. De preferência por
sua mão. Talvez Jasper também.

Uma vez que Wyatt estava na rua, ele verificou seu celular em busca de
atualizações de status da Bravo. Nada mudou desde que eles se falaram uma
hora atrás. Bravo ainda estava em posição perseguindo os pistoleiros
contratados que o Knight tinha vigiando Jasper. Dois homens estavam em um
Range Rover preto estacionado em frente ao hotel de Jasper. E com alguma
sorte, aqueles dois homens seriam a ruína do Knight.
Wyatt enfiou o telefone no bolso de trás e pulou em um ônibus municipal
na parada designada na esquina.

Foram necessárias três trocas de ônibus, um táxi e andar vários


quarteirões para garantir que se tivesse um rabo, ele o perdeu antes de seguir
para o hotel de Charlotte e Gwen.

A ideia de enfrentar Gwen e Charlotte juntas fazia seu estômago se


revirar e seu coração batendo descontroladamente, suas costelas tentando
conter as emoções que batiam implacavelmente a cada passo mais perto.

Uma vez dentro do hotel, ele verificou o número do quarto de Charlotte.

Eu posso fazer isso. Ele estava no serviço há quase vinte anos, então ele
deveria ser capaz de lidar com isso. O momento em que fosse oficialmente
apresentado à filha não deveria assustá-lo mais do que na primeira vez que
suas botas tocaram o solo no Oriente Médio. Claro, ele estava animado para
matar terroristas naquela época. Talvez ele até gostasse.

Sozinho dentro do elevador, ele levou as palmas das mãos à parede e


abaixou a cabeça.

Não, eu não gosto de matar. Mas... Isso foi uma mentira? Sim e
não. Quando ele tirou a vida de um assassino, alguém que fazia do trabalho de
sua vida matar pessoas boas - bem, sim, ele se sentia bem com isso. O mundo
seria melhor sem eles.

Oi, Gwen, sou seu pai. Eu também sou um atirador. Eu sou pago para
matar pessoas más, e gosto disso. Sim, essa não poderia ser sua declaração
de abertura.

Merda, primeiro, ele precisava explicar por que estava no Canadá,


certo? E ele ainda precisava descobrir qual era o relacionamento de Gwen com
Felix Ward, ver o que ela pode saber. Felizmente, ela não saberia de
nada. Quanto mais ela soubesse, mais segura estaria.
Alguns segundos depois, as portas do elevador se abriram e ele fez seu
caminho para a suíte de Charlotte. Ele estava com as mesmas roupas que
usava para falar com Jasper. Jeans escuro, tênis preto, uma camisa preta de
mangas compridas sob sua jaqueta militar e um boné preto liso. Indefinido e
casual.

Ele trouxe as duas mãos para a moldura da porta. Levante-se e bata.

Se Natasha estivesse ao seu lado, ele não seria uma bagunça. Ela tinha
um jeito de acalmá-lo. Ela o entendeu. Ele nunca se sentiu culpado por sua
linha de trabalho ao redor dela - que ele enviou balas para matar homens antes
que eles soubessem o que os atingiu. Um tiro de massa central ou um tiro na
cabeça. Uma morte rápida e limpa.

Na viagem de volta de Grand Cayman ontem, Natasha confessou


ter tirado três vidas durante sua carreira. Ele confessou a mais alguns. Sem
choque ou desdém dela.

O que Gwen pensaria dele, entretanto?

Ela era hacktivista, dissera sua mãe, então isso significava que ela
também era pacifista? Ela odiaria sua profissão? Ele conheceu seu quinhão de
pessoas que preferia cuspir em suas botas do que sentar à mesa de jantar
dele, considerando-o tão repulsivo quanto os terroristas que ele eliminou. Ou
talvez eles estivessem preocupados que ele pudesse quebrar um dia.

Deus, suas entranhas doíam com a ideia de que sua própria carne e
sangue seriam incapazes de lidar com a visão dele.

Estou enlouquecendo. Ele nem mesmo se apresentou, mas estava se


preparando para o fracasso. Configurando o momento para ser uma
catástrofe, o que normalmente não era típico dele.

Ele pulou do batente da porta do quarto e bateu antes que pudesse se


virar e ir embora como um maldito idiota.
Charlotte se abriu alguns segundos depois, seus lábios pressionados em
uma linha apertada, seu cabelo loiro cinza preso em um nó apertado no topo
de sua cabeça. Um terninho preto ajustado, os saltos ainda colocados. A leve
mancha de rímel sob seus olhos era a única evidência de que algo estava
errado.

— Ela está aqui?

Charlotte deu um passo para o lado e acenou com a cabeça. — Ela


acabou de trazer suas coisas para o quarto. Ela não ficou feliz com a mudança
de quarto.

— Certo. — Ele soltou uma respiração profunda e fechou a porta atrás


de si uma vez dentro.

— Uau. O que ele está fazendo aqui? — Wyatt ergueu os olhos para
encontrar Gwen caminhando pela sala com um dedo apontado em sua
direção. — O que está acontecendo? — Seu olhar disparou para sua mãe
enquanto ela prendia os braços sobre o peito, em uma postura desafiadora. Ela
estava em jeans com rasgos nos joelhos e uma camiseta branca enorme
pendurada em seu ombro, o gesso dos Vingadores na frente.

A filha adotiva de Liam, Elaina, gostava de brincar que


seus companheiros de equipe eram heróis de ação na vida real. Certo, era
apenas uma história de quadrinhos, mas se Gwen gostasse dos Vingadores,
que eram um grupo de vigilantes, talvez ela apoiasse seu trabalho. Quem
diabos ele estava enganando? Gwen tinha vinte anos, não doze.

— Gwyneth. — Charlotte ergueu as palmas das mãos no ar. — Este é


um velho amigo meu.

Wyatt hesitantemente ficou ao lado de Charlotte, sem saber o que fazer


com as mãos, então ele as deixou pesadas em seus lados, a tensão crescendo
e travando em seus ombros. — Oi. — Isso era o melhor que ele podia
fazer? Mesmo?
— E ele é um mentiroso. — Os olhos azul-acinzentados de Gwen,
rodeados por delineador preto, procuraram seu olhar. — Mas você me parece
familiar, além daquela noite no clube. — Ela permitiu que a posição raivosa de
seus braços relaxasse enquanto fechava o espaço entre eles. — Ele disse que
era o Link.

— E quem é Link? — Charlotte perguntou.

— Ele é um ex-namorado. — Ela respondeu com confiança fácil, sem se


preocupar em irritar sua mãe por namorar um hacker. — E Link é o cara que
me ensinou tudo que eu sei.

Claro, porra. Porque quais eram as probabilidades? E ele precisava


matar Link?

Os olhos de Gwen se estreitaram quando ela ficou a menos de um metro


de distância. — Eu vi você antes desta semana, no entanto. — Seus longos
cílios tremularam para baixo, então ela estalou os dedos. — Papai mantinha
uma gaveta em seu escritório trancada e eu estava curiosa por quê. Eu
arrombei a fechadura quando tinha dezesseis anos.

Seu batimento cardíaco deu uma breve pausa enquanto ele esperava
que ela continuasse se perguntando o que diabos ela estava prestes a dizer.

— Era uma foto de papai e você. Vocês eram adolescentes. — Seus


olhos se abriram. — É por isso que você parecia familiar na outra noite. — Ela
tropeçou para frente mais um passo em vez de para trás. — Mas parece mais
do que isso. — Ela olhou para ele como se estivesse em transe, e ele mordeu
os dentes de trás, lutando para manter a verdade bem fechada até que
Charlotte estivesse pronta.

Mas Arthur realmente guardou uma foto?

— Porquê ele está aqui? — Gwen voltou sua atenção para sua mãe. —
O que está acontecendo?
— Wyatt trabalha na segurança privada e está aqui para trabalhar.

— Wyatt. — A maneira como Gwen disse seu nome, era como se ela
estivesse testando, ver se era legítimo e não outra mentira. — E por que você
está aqui para trabalhar?

Essa seria a parte difícil. — Estou rastreando um hacker, alguém que fere
as pessoas.

Seus olhos se arregalaram de surpresa. — E você acha que ele está na


competição?

— Não, mas ele está em Montreal. — Ele respondeu o mais


honestamente que pôde, sem revelar muito.

— O único babaca de verdade que conheço aqui é Felix Ward. — Gwen


deu as costas e foi até o frigobar pegar um Corona. Ele fez o possível para não
agir como um pai autoritário e arrancar a cerveja da mão dela.

— Gwen me explicou o verdadeiro motivo pelo qual entrou na


competição. — Disse Charlotte. — Eu ainda não gosto disso, e Deus proíba
ninguém em casa de ouvir sobre isso, mas...

— Mãe. — Gwen abriu a cerveja e caminhou de volta para ficar na


frente de Wyatt, onde ele permaneceu desajeitado e rígido, ainda em estado
de choque, ele estava lá, e ainda surpreso por Arthur ter mantido uma foto dos
dois trancada em sua mesa.

Ele passara a vida pensando que Arthur o odiava - a imagem era uma
bola curva.

— O que aconteceu com o Felix? — E se fosse ruim, então ajude-o


haveria dois homens que ele planejava matar. Felix Ward e Alexander Balan.

Gwen deu um gole em sua cerveja e a deixou pendurada em sua perna


jeans. — Candidatei-me a um estágio na Cyber X Security e, quando fui para
a entrevista, ele decidiu fazer pessoalmente. — Ela balançou a cabeça. — O
idiota disse que eu poderia ficar com o emprego se dormisse com ele.

A pulsação dele disparou com as palavras dela, e sua mão se juntou ao


lado do corpo.

— Depois que eu dei uma joelhada nas nozes, ele ameaçou me


denunciar. Você pode acreditar nisso? — Ela bebeu mais cerveja.

O orgulho por sua habilidade de se defender o cortou, mas não o


suficiente para matar sua raiva por Felix.

— Eu não pude deixar de me perguntar com quantas outras mulheres


ele fez isso. Quantas mais ele faria a proposta depois de mim? — Sua mão livre
foi para o peito. — Eu não poderia deixar para lá.

Charlotte se moveu para ficar na frente da televisão, então se sentou e


apoiou as coxas. Ela não parecia tão preocupada com Wyatt com a notícia,
mas talvez ela tivesse mais tempo para processar. Talvez esse tipo de
comportamento de homens idiotas no poder fosse regular demais para as
mulheres em geral?

— Então, entrei na competição. Ele me ligou pouco depois e ameaçou


arruinar minha reputação se eu não desistisse. Ele disse que ninguém jamais
me contrataria. — Sua mandíbula se apertou quase da mesma forma que a de
Wyatt ficava quando estava chateada. E ele tinha certeza de que estava
fazendo isso agora também. Rangendo os dentes de trás também. — Mas
foda-se ele, eu não estava prestes a me encolher de medo e cair fora. Na noite
em que ele lançou aquele desafio no Twitter para aparecer no clube de salsa,
decidi que seria minha chance de conseguir algumas provas de que ele é um
canalha.

Felix estava chateado por ela ter mostrado, mas caramba, Wyatt tinha
interpretado mal as coisas.
— Felix bloqueou o número dele depois que ele me ligou uma vez, mas
eu consegui descobrir. Mandei uma mensagem para ele depois que saí do
clube de salsa e disse-lhe para me buscar. Eu disse que poderíamos conversar
sobre as coisas.

Droga. Ela preparou uma armadilha. Mais orgulho surgiu dentro dele. Ela
realmente conseguia se controlar, não é?

Gwen colocou sua cerveja na mesa de centro e cruzou os braços sobre


o peito. — Tentei gravar nossa conversa no apartamento dele, mas quando
voltei para o hotel, a gravação estava embaralhada.

— O que você está planejando fazer? — E ela precisava de sua arma?

— Vencer a competição amanhã, então anuncie a todos que tipo de


homem ele é. — Disse ela, a confiança voltando à sua voz.

Merda. — Felix vai ser tratado, eu prometo a você.

— O que você está planejando fazer? — Charlotte olhou Wyatt com


cautela, um olhar de medo momentaneamente cruzando seu rosto quando ela
se levantou e se aproximou dele. — Você não vai matá-lo, vai?

— Por que ele se importaria o suficiente para querer matá-lo? — Gwen


olhou de volta para sua mãe. — Não é como se ele fosse meu... — Ela largou
suas palavras e lentamente se voltou para Wyatt.

Porra.

Ela juntou as peças em questão de segundos.

Dois passos teóricos mais perto trouxeram-na diretamente na frente


dele. — Os mesmos olhos. Maçãs do rosto semelhantes. — Ela levou a mão à
boca e piscou rapidamente em choque. — Você. — Ela praticamente
suspirou. — Você é ele. — Seus olhos caíram para o chão. — Por que você
não me queria? — O olhar de Gwen lentamente se ergueu, suas íris cinza-
azuladas ficando brilhantes.

Seu coração se partiu. Quebrou, porra. — Eu, hum.

Se ela soubesse a verdade, Gwen odiaria sua mãe. Ele plantaria uma
cunha entre eles, e pode não haver como voltar atrás. Ela odiaria Arthur por
esconder a verdade dela e de Wyatt também.

— Eu preciso que você perca a competição amanhã. — Ele disse ao


invés, não tendo certeza de como responder a sua pergunta sem destruir tudo
que ela já conheceu e acreditou sobre sua vida.

— O que? — Ela gritou seus ombros tremendo enquanto ela lutava para
manter as lágrimas presas dentro dela como um Montgomery foi ensinado a
fazer.

Charlotte procurou seu olhar, implorando que não revelasse a


verdade. Para manter a boca fechada, mas...

Ele respirou fundo para se acalmar e se concentrou no que podia


controlar - a missão. — Eu preciso que você fique longe do salão de
convenções amanhã. Jasper Kenyon morrerá se perder para você. E acredite
em mim quando digo que não me importaria se ele morresse, mas a pessoa
que o quer morto é perigosa. Muito, muito perigoso.

— Como você pode me perguntar isso? — Gwen enxugou algumas


lágrimas sob os olhos e olhou para ele, uma mistura de raiva e dor competindo
por atenção. — Você é meu pai, e a única razão pela qual decidiu entrar na
minha vida agora é para tentar salvar um cara? — Sua voz quebrou, e ele
quase caiu de joelhos malditos e disse-lhe tudo. — Você nem se importa
comigo. Você não ia me dizer a verdade se mamãe não tivesse aparecido.
— Ela se virou e foi para seu quarto, marchando com passos ferozes antes de
lançar um último olhar por cima do ombro em sua direção. — Dê o fora da
minha vida. Você não me queria, e eu com certeza não quero você. — A porta
sacudiu quando se fechou, e ele baixou a cabeça no momento em que ela saiu
de vista.

— Eu sinto muito. — Charlotte agarrou seu bíceps. — Mas obrigada. —


Ela sussurrou.

Ele lentamente trouxe seus olhos para ela. — Você disse que Arthur
queria que eu o substituísse. Como você espera que eu faça isso quando ela
me odeia? Quando existe uma mentira entre todos nós? — Quando ela não
respondeu, ele balançou a cabeça. — Eu tenho que ir. Por favor, coloque um
pouco de bom senso nela. Faça ela sair da competição.

Ela o soltou. — Ela é tão teimosa quanto você.

— Apenas faça. — Ele foi até a porta e a abriu. — Se você quiser manter
Gwen segura, mantenha-a neste quarto, ok?

— E se eu não puder você vai mantê-la segura?

— Vou morrer antes de deixar qualquer coisa acontecer com ela. — Ele
apertou a emoção em sua garganta. — Você tem minha palavra.

W YATT SOCOU a parede dentro do elevador, acertando o punho com o


metal. Ele precisava aliviar um pouco a dor no peito e direcioná-la para outro
lugar. A dor nos nós dos dedos seria uma grande melhoria.

— Ela me odeia. — Ele anunciou no segundo em que Natasha atendeu


sua ligação, quando ele estava parado na rua. — Eu não poderia contar a ela
a verdade. Eu a deixei se afastar de mim, acreditando que a abandonei que eu
não a queria. — Ele voltou para o exterior de tijolos de uma loja de sapatos na
mesma rua do hotel.
— Você a deixou odiar você em vez de Charlotte e Arthur. — Ela não
perguntou por quê. Ela o entendeu. — Oh, Wyatt.

Ele bateu com a parte de trás da cabeça contra o tijolo, apreciando a dor
surda que causou em seu crânio porque lhe deu um segundo para transferir a
dor para longe de seu coração. — Você está com Harper?

Pergunta estúpida. Claro, ela estava com Harper. Ela não teria atendido
se estivesse em seu quarto de hotel com O Knight ouvindo sua chamada. Ele
não estava pensando direito, o que era perigoso.

— Sim, Jessica acabou de ligar, no entanto. E você estava certo. Balan


contratou ajudantes. Os dois caras do Bravo Team estão seguindo, eles não
estão sozinhos. Ela acha que Balan tem quatro pessoas aqui, mas não
sabemos onde estão os outros dois.

Conversa de trabalho. Isso ele poderia fazer. Ele precisava de uma


distração do que tinha acontecido no hotel.

— Nós temos uma pausa, no entanto. Os dois homens que seguem


Jasper se separam. Um ficou no hotel e o outro saiu no Range Rover, então
Liam o seguiu.

— Para onde? — Ele observou o céu sem estrelas. Um cobertor de


escuridão no alto.

— O moinho para onde Balan me levou quando cheguei aqui. — Disse


ela, com a voz trêmula. — Ninguém mais estava lá. Mas o fato é que Liam viu
o cara preparando o lugar para explodir.

— Por que ele explodiria uma fábrica abandonada?

— Meu palpite? — Ela fez uma pausa. — Ele vai matar Jasper e os
Wards. Queima-los vivos do jeito que seu irmão morreu. Ele quer vê-los sofrer.
Quatro caras contratados. Três pessoas para ficar de olho em cada alvo
para garantir que eles não fugissem de Montreal. O quarto homem a equipar
os explosivos.

— Talvez esse fosse o plano dele o tempo todo. — Disse ela. — Os


desafios entre ele, Kate e Jasper foram apenas uma manobra. Ele não tinha
intenção de permitir que provassem que eram melhores. Em sua mente, ele é
o melhor.

— Ele só queria que eles pensassem que tinham uma chance. — Wyatt
removeu seu boné e o bateu contra sua perna. — Ele vai trazê-los para a
fábrica e derrubá-los.

— Todos estarão no salão de convenções amanhã. Aposto que ele está


planejando levá-los de lá diretamente para a fábrica abandonada. — Pelo
menos Gwen estaria segura se Balan tivesse como alvo apenas pessoas
diretamente conectadas à operação na Romênia. — Vamos ter nossos
rapazes esperando na fábrica. Vamos derrubar o filho da puta então. Ele estará
lá, pois ele vai querer assistir.

Ela ficou quieta antes de dizer: — Mas por que estou aqui? Ainda não sei
exatamente como me encaixo.

— Você provavelmente é o único que ele vê como um oponente errado.


— Sua respiração flutuou no ar frio à sua frente. — Talvez o último jogo que ele
queira jogar seja contra você. — Seu estômago se contraiu. - Mas eu não vou
deixar isso acontecer. Isso acaba amanhã, e se por acaso Felix for morto no
fogo cruzado, então que seja.

— Estou supondo que Gwen falou com você sobre ele?

Ele começou a andar enquanto compartilhava com Natasha o que Gwen


havia lhe contado.
— Vamos consertar isso. Nós temos. — Ela estava falando sobre
Balan. Felix e Kate. Jasper também. Mas com um coração do tamanho do de
Natasha, ele também sabia que ela estava falando sobre Gwen.

E por mais que desejasse consertar as coisas, ele sabia que a única
pessoa que poderia esclarecer as coisas era Charlotte, e ele não prenderia a
respiração.

Ele não poderia destruir o amor de Gwen por Arthur, ela odiaria o homem
que a criou, um homem que não estava mais lá para se defender, certo?

Depois de encerrar a ligação, Wyatt acelerou o passo e voltou correndo


para o hotel e para a suíte de Harper. No momento em que viu Natasha, ele
parou no lugar com os olhos simpáticos dela fixos em seu caminho, e Harper e
AJ rapidamente foram para o quarto e os deixaram sozinhos.

— Wyatt. — A voz suave de Natasha apagou seus pensamentos


confusos. — Eu sei o que você está pensando. — Ela disse enquanto se
aproximava dele. — Mas você não pode deixar Gwen te aborrecer. Você acha
que está fazendo a coisa certa pelos pais dela, mas você é o pai dela. — Seu
lábio inferior tremeu, seus olhos se encheram de líquido. — Ela precisa de você
tanto quanto eu.

Seu peito doía. Absolutamente cada parte dele doía. — Eu, hum... —
Sua voz disparou e ele cambaleou para trás como um bêbado, apesar de sua
sobriedade, depois caiu no chão e cobriu o rosto.

Foi só quando Natasha passou os braços em volta dele e o abraçou com


força, que ele finalmente baixou a guarda.

...E ele cedeu e chorou.


CAPÍTULO TRINTA E NOVE
P ASSARAM - SE QUASE cinco anos desde que o caso do Knight caiu pela
primeira vez na mesa de Natasha. Enquanto outras pessoas estavam
comemorando o Dia dos Namorados em 2016, Natasha e o resto de uma força-
tarefa conjunta FBI-CIA recém-formada estavam em Langley, sendo
informados sobre um novo caso.

Ela estava em seu primeiro encontro em um ano naquele dia. Um analista


da CIA a convidou para jantar. Foi casual. Ei, nenhum de nós dois tem datas,
então o que você me diz? Tipo de noite. Ela felizmente deixou o restaurante
superfaturado e voltou à rede de segurança de ser solteira para sempre para
se concentrar em sua carreira. Mas ela nunca imaginou que terminaria em um
relacionamento de cinco anos com um hacker. Um compromisso de cinco
anos para derrubar não uma, mas aparentemente duas pessoas.

Uma das lições mais valiosas que ela aprendeu na Agência foi a
consciência situacional - esteja ciente do que está ao seu redor o tempo todo,
pratique a arte de ler as pessoas até que possa antecipar cada movimento
deles e examine o ambiente em busca de estranhezas, coisas que não
adicionar. Para fazer isso, você precisa de uma linha de base para iniciar. Você
precisa memorizar cada centímetro de sua casa para garantir que nada foi
adulterado. Preste atenção no seu trajeto para o trabalho, nos baristas da
cafeteria local, nas mercearias da sua loja... certifique-se de que tudo está
como deveria estar e, geralmente, você poderá se manter seguro. E para os
oficiais da CIA e agentes do FBI, ajudar a solucionar crimes se eles puderem
identificar quaisquer interrupções nessa linha de base: o homem com o casaco
e a mochila em uma área turística lotada em um dia de julho, o vaso de flores
em sua casa a cinco centímetros de distância seu ponto normal, o homem que
mantém seu ritmo ao caminhar, o que não é natural que as pessoas façam.

Mas Kate Ward não levantou nenhuma bandeira para ninguém na


Agência. Ela não tinha feito nada para fazer Natasha acreditar que ela era o
mentor. Boas notas na escola, vida familiar estável ao crescer,
relacionamentos estáveis, codificador brilhante, uma empresária
experiente. Sua linha de base permaneceu constante. Sem
anormalidades. Sem desvios.

Kate enganou a CIA. Enganou o FBI. E manipulou Alexander Balan, um


dos melhores hackers do mundo.

Então, enquanto Natasha se sentava na plateia no centro de convenções


naquele domingo, esperando Felix e Kate Ward anunciarem os três finalistas
da competição, ela estava se questionando e se perguntando sobre suas
habilidades como agente da CIA.

A cada segundo que passava, ela esperava que Felix falasse, ela
questionava cada decisão que já havia feito cada curso de ação que ela havia
tomado durante este caso de cinco anos. Ela desenhou imagens em sua
mente, representou cenas em sua cabeça uma e outra vez, tentando descobrir
como ela havia perdido a verdade. Por que ela não viu o padrão de que havia
dois hackers em vez de um?

Ela momentaneamente fechou os olhos enquanto seu estômago roncava


seus nervos pinicando e apertando. A ansiedade pode se manifestar como dor
física no corpo humano. Nem sempre foram as respirações profundas de
pânico - podem ser dentes ranger de dentes ou tensão nos ombros e
pescoço. E agora, sua dor era quase insuportável.

Você não poderia saber, Wyatt havia dito hoje cedo. Pare de se
culpar. Ela repetiu suas palavras em sua cabeça, esperando que elas a
confortassem. Hoje é o dia em que pegamos os dois. Isso finalmente vai
acabar. Ele segurou suas bochechas e mergulhou para um beijo depois que
ele falou antes de partirem para o auditório.

Ela procurou Wyatt na sala de mais de cem pessoas. Ele estava sentado
na segunda fileira do palco elevado, quatro fileiras na frente dela. Chris, que
usava um boné de beisebol, estava estacionado do outro lado do corredor,
no fundo do auditório. E o resto das equipes Bravo e Echo estavam em suas
posições designadas.

Infelizmente, Gwen também apareceu. Ela estava na primeira fila ao lado


de sua mãe, que estava toda vestida de preto como se fosse a um funeral. Os
nobres provavelmente não estavam acostumados a eventos como esses.

Wyatt não tinha falado com Gwen ou Charlotte desde que ele deixou o
hotel na noite passada, então eles não tinham certeza do que Gwen tinha
decidido fazer sobre a competição, e neste momento, Natasha não tinha
certeza se isso importava. A equipe estava bastante confiante de que tudo o
que Balan havia planejado aconteceria hoje.

— Gostaríamos de chamar ao palco as três pessoas com as melhores


pontuações. — Felix estava no pódio, gesticulando com um movimento do
pulso para que os competidores se levantassem enquanto ele chamava
seus nomes.

Jasper, Gwen e um terceiro cara subiram os três degraus para chegar à


plataforma elevada. Kate ficou ao lado do marido e direcionou os três hackers
para as cadeiras alinhadas à direita do pódio.

Os longos cabelos negros de Kate estavam presos em um minúsculo


rabo de cavalo, os olhos cobertos por uma pesada maquiagem escura. Ela
estava com um terninho cinza-prata, enquanto Felix estava de jeans e uma
camisa de botão branca bem passada. Dois criminosos no palco. Jasper fez
três. Mas onde estava Balan?

— Eu gostaria de dizer algo. — Jasper permaneceu parado na frente de


sua cadeira.

— Isso pode esperar até que façamos os anúncios? — Felix olhou para
a multidão, exibindo um sorriso falso, mas Jasper o ignorou e caminhou ao lado
do pódio, forçando Felix a se afastar.
— Estou me retirando da competição. — disse Jasper, com a voz
trêmula. Seus olhos se moveram direto para Natasha, e ela se mexeu na
cadeira, preocupada com seu plano de jogo.

Algo deve ter acontecido desde que ela falou com ele na limusine na
noite passada.

Balan o atingiu.

Jasper enfiou a mão no bolso, suas mãos tremendo enquanto ele pegava
um cartão. — Em sã consciência, devo me retirar desta competição e não
aceitarei dinheiro sangrento.

Dinheiro sujo. O pulso de Natasha disparou e ela agarrou os braços azuis


da cadeira.

— Acho que é o bastante! — Felix tentou pegar o microfone de Jasper,


mas ele não cedeu.

— Sou conhecido no mundo dos hackers como The Smoking Gun, mas
não consegui revelar evidências que colocariam nossos anfitriões, Felix e Kate
Ward, na prisão. — Jasper tinha falado rápido e freneticamente, tentando
descobrir a verdade rapidamente antes que alguém o impedisse. — Eu
mantive escondido para meu próprio benefício financeiro e pretendo corrigir
isso aqui e agora. Os Wards são responsáveis por destruir seus concorrentes
– outras empresas de segurança, bem como...

— Pare! — Kate se inclinou para frente e agarrou o braço de Jasper, e


foi quando Natasha viu a arma.

Jasper trocou seu notecard por uma Glock, virando as costas para o
público e apontando a arma para Kate.

Os homens contratados do Knight devem ter dado a ele.

As pessoas na audiência gritaram e se levantaram em pânico.


— Ligue os alarmes de incêndio. — A voz de Wyatt apareceu no
comunicador de Natasha, uma instrução dirigida a Harper. Ele estava de pé,
sua arma ainda escondida, enquanto se dirigia para Jasper.

— Ninguém no palco se move! — A voz de Jasper estrondou pelo


microfone. — É equipado para explodir com qualquer mudança de peso.

Wyatt parou imediatamente em frente aos degraus do palco. — Todos


mantenham suas posições. — Ele ordenou ao Time Echo e Bravo pelo
comunicador.

A audiência continuou a se dispersar e os alarmes começaram a gritar


no alto. Natasha correu em direção ao palco, manobrando por entre as
pessoas aterrorizadas que se desorganizavam.

— Gwen! — Charlotte estava perto dos degraus do palco, com os olhos


na filha.

— Mãe. — Gwen permaneceu congelada no palco, as palmas das mãos


para cima em sinal de rendição, assim como as outras lá em cima.

— Mova-se e todos vocês morrem. — Jasper empurrou Kate para o chão


e usou sua arma para cutucar Felix para se sentar ao lado dela no chão.

O terceiro hacker permaneceu parado ao lado de Gwen, o suor


escorrendo pelo rosto. Em pânico. Provavelmente prestes a mijar nas calças.

— Sinto muito. — Disse Jasper, os olhos em Natasha. — Ele tem meus


pais e minha irmã. Eu não tenho escolha.

Espere... se Balan planejava eliminar todos os seus alvos aqui, por que
equipar o moinho com explosivos?

Ela tentou controlar sua frequência cardíaca, para manter uma mão
firme. Para pensar com clareza. — Vai ficar tudo bem. Nós vamos descobrir
isso. — Natasha veio ao lado de Wyatt, a 9 mm que ele havia fornecido em sua
mão. — O que exatamente Balan quer que você faça? — Ela perguntou
a Jasper.

Jasper passou as costas da mão livre na testa. — Sinto muito. — Disse


ele novamente, mas seu pedido de desculpas foi dirigido a Gwen e ao outro
hacker inocente.

Gwen fixou seu foco em Wyatt. — Tire mamãe daqui. Por favor!

— Eu não estou deixando você. — Charlotte começou a subir os


degraus, mas Wyatt a agarrou e a puxou de volta.

— Tire ela daqui. — Wyatt entregou Charlotte a Chris, ignorando os


protestos contínuos de Charlotte enquanto Chris a forçava em direção à saída.

O resto do auditório estava vazio agora, e os alarmes foram desligados,


provavelmente remotamente por Harper.

— A polícia e os primeiros socorros estão a caminho. — Anunciou Harper


pelo comunicador. — Eles receberam ordens de se retirarem assim que
chegarem e esperar a chegada do esquadrão antibombas e um negociador,
mas espere... merda, eu tenho dois policiais em equipamento tático nas
câmeras de segurança já dentro do prédio.

Wyatt olhou para Natasha, sua 9 mm na mão, e lançou um olhar sério


em sua direção. — Mudança de planos. — Ele murmurou, e ela acenou com a
cabeça em compreensão. Ela escondeu sua arma de vista, e Wyatt se
concentrou em sua filha. — Você vai ficar bem. Eu prometo.

— Abaixem suas armas! — Natasha se virou ao ver dois policiais


gritando em uníssono. — Fique de joelhos.

— Este palco está preparado para explodir! — Jasper chamou.

— Seu bastardo. — Kate rugiu na direção de Jasper. — Eu deveria ter


matado você. As pontas soltas são...
— O que diabos está acontecendo? — Felix soltou os dois primeiros
botões da camisa como se não pudesse respirar direito.

— Você. — Um oficial disse enquanto se aproximava de Wyatt, —


Arma. Abaixada. Agora.

Wyatt avistou Natasha com o canto do olho e deu a ela um aceno


rápido. Ela seguiu seu exemplo e se ajoelhou. Palmas atrás da cabeça.

Natasha rastreou o olhar de Wyatt, seus olhos em sua filha no palco, as


lágrimas escorrendo por seu rosto.

— Ele está tentando ajudar! Ele é inocente. — Gwen veio em defesa de


Wyatt.

O oficial mais próximo de Wyatt guardou sua arma, em seguida, puxou


os braços de Wyatt para trás. Ele colocou algemas nos pulsos de Wyatt e o
puxou para uma posição de pé.

— Fique aí. — Disse o segundo oficial para Natasha e os outros. — A


ajuda está a caminho.

Natasha olhou nos olhos verdes do oficial, um arrepio percorrendo sua


espinha.

— Espere! Você está indo? Ele vai nos matar. Você não pode sair!
— Kate gritou, frenética.

— Tudo ficará bem. — Wyatt disse a Gwen com uma voz calma, seu
pomo de Adão movendo-se com uma engolida em seco antes que o oficial o
puxasse de volta.

Wyatt olhou nos olhos de Natasha, um pedido silencioso para manter sua
filha segura.
— Eu não entendo. — O hacker ao lado de Gwen gritou assim que Wyatt
e os policiais foram embora, com lágrimas nos olhos. A criança não poderia ter
mais de vinte anos como Gwen.

Gwen lentamente afundou no chão, seus olhos posicionados na porta


pela qual Wyatt havia saído com os dois oficiais. — Por que eles só o
levaram? Por que eles nos deixaram?

Jasper deslizou pela lateral do pódio, mantendo-se de costas para ele, a


arma na mão.

— Não se preocupe, não vamos perdê-lo. — Harper fez uma pausa. —


Mas merda, Balan está... — Suas palavras morreram no ouvido de Natasha, o
comunicador morreu. Sua comunicação com a equipe havia sido cortada, e
quando a porta ao lado da escada que conectava aos bastidores se abriu, ela
soube por quê.

Alexander Balan, o Knight, estava lá.

***

— É bom finalmente conhecê-la pessoalmente, Chandler. — Balan


soltou casualmente as palavras, não mais tentando esconder seu forte sotaque
europeu, que também enfatizava sua maneira formal de falar inglês. Ele deixou
cair uma mochila preta a seus pés, e Natasha imediatamente foi para sua arma
de fogo, levantando-se rapidamente, a arma apontada em sua direção.

Balan não parou. Sem hesitação. Ele sabia que ela não ousaria atirar
nele com o palco montado para explodir.

Vestido com um uniforme da polícia canadense, Balan tirou o boné do


DP de Montreal e o jogou fora. Ele passou a mão pelo cabelo duas vezes.
O olhar estereotipado de um nerd do computador que ela tinha em
mente não era páreo para esse cara. Ele mudou desde que tinha vinte anos e
era o professor de Kate. Mais músculos em seu corpo alto, onde não havia
antes. Uma barba aparada que nunca esteve em nenhum lugar de seu apelido
como Rothus. Se não fosse pelos olhos frios e mortos que encontraram os dela
agora, ela juraria que não era nem mesmo ele.

— Sua frequência de comunicação está bloqueada enquanto você


estiver a quinze metros de mim. Você pode tirar esse pequeno dispositivo do
ouvido, se quiser. — Ele inclinou a cabeça, e quando ela não seguiu sua
instrução, ele encolheu os ombros. — Você parece surpresa em me ver,
Natasha. Você não esperava que nos encontrássemos aqui pessoalmente
assim?

Ela manteve o braço firme, embora suas entranhas tremessem e seu


pulso se intensificasse.

— Guarde a arma. — Sua voz, tão estranhamente calma, a gelou. —


Você não pode atirar em mim, e você sabe disso. Você me machuca, e todos
nós morremos.

A desagradável verdade de sua declaração a fez baixar a arma para o


lado.

Os lábios de Balan se esticaram, exibindo dentes tortos que estavam


tingidos de amarelo, então ele enfrentou o palco. — Olá, minha querida Kate.

— Seu filho da puta. — Kate se levantou lentamente. — Você deveria


morrer.

Balan consumiu a distância entre onde ele estava e a borda do palco,


seus olhos levantando para encontrar os de Kate. — Eu ensinei tudo a você e
estou desanimado com a forma como você decidiu me retribuir.
Natasha poderia atirar nele. Ele estava de costas para ela. Mas e
se...? Não, ela não podia correr o risco. Ela tinha que jogar o jogo longo, para
acreditar que a equipe de Wyatt viria por eles.

— O que você fez Kate? — Felix sibilou.

Kate encarou o marido, uma torção feia nos lábios. Sua testa estava
tensa. — Seu burro estúpido. Se você não precisasse enfiar seu pau em cada
mulher que cruzasse seu caminho, talvez eu não tivesse que salvar a empresa.

— E você não poderia ter feito isso sem minha ajuda. — Balan girou para
o lado para colocar os olhos em Natasha também. — O FBI pensou
que você fosse o Knight. — Disse ele a Felix. — Mas você foi um pião no jogo
de sua esposa. Ela tem usado você desde o dia em que você colocou os olhos
sobre ela. — O bastardo manteve seu tom tão malditamente casual que fez a
pele de Natasha arrepiar. — Você realmente achou que ganhou o primeiro
lugar naquela competição em que conheceu Kate? — Ele deu uma
risadinha. — Eu ensinei sua querida esposa como ser um dos melhores
hackers do mundo.

Natasha mantinha a arma na mão, preparada para usá-la quando


chegasse a hora e, se não conseguisse atirar nele, poderia bater na nuca dele,
pelo menos.

— Solte aqueles dois. — Natasha apontou com o queixo para Gwen e o


jovem ao seu lado. — Eles são inocentes.

— Danos colaterais, infelizmente. — Os olhos frios de Balan


encontraram os dela.

— Como seu irmão era? — Ela intensificaria sua raiva com a pergunta
ou distrairia seu foco. Se ela pudesse tentar controlar a direção da conversão,
controlar o que aconteceria em seguida, talvez pudesse ganhar vantagem de
alguma forma. — Como você conseguiu sair de casa sem queimaduras? Os
agentes disseram que seu irmão foi engolfado pelas chamas, e ainda assim,
sua pele parece impecável. Você escolheu a si mesmo em vez dele? Foi isso
que aconteceu? A culpa mantém você acordado à noite sabendo que ele
morreu quando deveria ser você?

— Eu não sou um covarde. Eu não faria essa escolha. — Ele revirou os


ombros como se tentasse dissipar sua raiva. — Ele era inocente. Ele não
deveria ter morrido.

— Você deve ter se importado profundamente com ele, ou você não teria
planejado um plano tão elaborado de vingança. Então, por que você o deixou
morrer? — Ela estava cutucando um urso e não tinha ideia se ele seria o único
a tirar sangue.

— Eu não o deixei morrer. — Ele disse cada palavra pontuando o ar


como se ele apunhalasse um dedo em sua direção. — Sempre viajei em
túneis. Eu estava voltando para casa quando meu dispositivo de segurança foi
hackeado e acionado remotamente. Ele estava morto antes de eu chegar até
ele. — Luto e arrependimento diminuíram em seu tom.

Natasha deu um passo à frente, se perguntando se havia pelo menos


uma fração da humanidade dentro desse homem. Havia uma maneira de
explorar seu amor por seu irmão para tentar fazê-lo recuar? — Por favor, deixe-
os ir. Como seu irmão, eles não fazem parte disso. — Ela tinha que tirar Gwen
de lá. Se algo desse errado, se seu plano falhasse... não, ela não podia perder
a filha de Wyatt.

Kate saltou em direção às escadas, preparada para fugir quando Balan


girou em seu caminho e gritou: — Você vai morrer se der um passo para
baixo. A bomba foi ativada no segundo em que vocês cinco entraram no
palco. Mais ou menos alguns quilos, se o peso nas tábuas do piso subir ou
descer, a bomba explode. — Ele inclinou a cabeça, os olhos fixos em Kate.

— Faça o que ele diz. — Implorou Felix à esposa. — Não mate todos
nós.
Kate abaixou o calcanhar para o chão, deu um passo para trás na escada
e nivelou Balan com um olhar feroz. — Se você tivesse parado como eu pedi,
estaríamos todos bem. Rico e feliz. — Sua voz estava mais suave
agora. — Você me ensinou tudo o que sei, mas levou as coisas longe demais,
Alex. —Ela inclinou a cabeça, um apelo em seus olhos, uma tentativa de tirar
Balan do penhasco da loucura.

Balan passou a mão pelo queixo barbudo e repetiu Rico e feliz sem parar,
como se fosse um papagaio. — Nunca fiz isso por dinheiro.

— O jogo. — Sussurrou Natasha. — É por isso que ela teve que fazer
disso um desafio. O dinheiro não teria sido suficiente, seria?

Felix lentamente se levantou e enfrentou sua esposa. — Eu perguntei a


você anos atrás se você estava de alguma forma conectada com os truques
cibernéticos do Knight. Eu sei que nossa empresa é boa, mas vamos lá, aquele
personagem Knight nunca teve como alvo nossos clientes no passado. É meio
difícil de acreditar que teríamos tanta sorte, a menos que você estivesse
envolvido de alguma forma. — Suas sobrancelhas se juntaram. — Você negou
quando o FBI investigou, mas é verdade, não é? — Ele agarrou os ombros de
Kate e a sacudiu.

— Você nos levou à falência. Que escolha eu tive? — Kate empurrou seu
peito, tentando fazê-lo recuar. — E você não é nenhum santo. Não finja que
você é melhor.

— Eu não sou um assassino! — Felix soltou sua esposa e tropeçou em


uma das cadeiras.

— Vocês dois já terminaram? — Balan ajustou as mangas de sua


camisa. O detonador tinha que ser pequeno provavelmente preso na parte
interna do pulso.
— Por que você me trouxe aqui? — Natasha perguntou quando ele
pegou sua mochila e a colocou em uma cadeira na primeira fila. — Por que
todas as pistas, Balan?

Ele parou com a menção de seu sobrenome verdadeiro, mas apenas por
um momento antes de abrir o zíper da bolsa. — Você descobriu isso com a
ajuda de Jasper? Eu pensei que ele não tinha dito nada para você na limusine
na noite passada.

— Eu não precisei de Jasper.

Ele recuperou um laptop, um sorriso cruzando seu rosto. — Você sabia


que eu estava ouvindo, certo? Você sabia que eu tinha estado no seu quarto.
— Balan balançou a cabeça como se estivesse impressionado. — Bom
trabalho, Chandler. Você vai me convencer disso. — Ele equilibrou o
computador na palma da mão enquanto digitava.

Ela olhou para o palco, garantindo que ninguém se movesse. Nenhum


heroísmo que levaria à explosão do lugar. Gwen estava com os joelhos colados
ao peito, o braço em volta do cara ao lado dela, já que ela parecia ser mais
estável do que ele. Ela era dura como seu pai, nenhuma surpresa nisso.

— Todo esse tempo, eu estava jogando um jogo com Kate, mas você era
meu único oponente digno. — Balan colocou o laptop na cadeira e enfiou a
mão de volta na bolsa. — É hora da parte dois.

O estômago de Natasha caiu. — Parte dois? — Suas sobrancelhas se


ergueram em surpresa com o jogo de xadrez em sua mão. Só podes estar a
brincar comigo.

— Eu suponho que agora você percebeu que aqueles dois policiais que
prenderam seu amigo britânico eram na verdade meus caras. Ele está
naquele moinho abandonado. Ele está amarrado, e o lugar está cheio de
explosivos como este.
A fábrica de roupas claramente não tinha sido escolhida apenas porque
estava abandonada, mas por causa da proximidade com o salão de
convenções. E agora Wyatt estava lá.

— Não! — Gwen ficou de pé. — Por favor, não o machuque.

Merda. Natasha olhou para Gwen, desejando com os olhos que ela não
revelasse sua relação com Wyatt, esperando como o inferno ela entendeu a
mensagem. Balan só usaria esse conhecimento contra todos eles.

— Você o conhece? — Balan arqueou uma sobrancelha. —


Inesperado. Eu gosto de uma boa surpresa. — Ele sorriu. — Eu estava me
perguntando por que você jogou sua liderança na competição, Gwen. Você
estava tão à frente de Jasper. — Sua atenção se voltou para Natasha. — É por
isso que seu amigo foi ao hotel de Gwen na noite passada? Foi para pedir a ela
para perder?

— Sim. — Natasha balbuciou, aliviada por poder transformar isso em


uma direção que se adequaria melhor à narrativa da relação de Wyatt com
Gwen como sendo estritamente relacionada ao trabalho.

Balan trocou o jogo de xadrez por seu laptop. — Olhe para a tela.

Wyatt estava amarrado em uma cadeira no último andar do moinho,


perto de onde ela estava na semana passada e conversou com o Knight ao
telefone. Mãos algemadas atrás das costas. Boca coberta com fita adesiva.

Seu coração gaguejou com a visão, mas a equipe de Wyatt poderia lidar
com isso. Sua equipe não deixaria nada acontecer com Wyatt.

— Se você perder o jogo de xadrez deve escolher entre matar todos


neste palco ou seu amigo naquela fábrica. Cinco vidas contra uma. — Seu
sotaque ficou mais baixo, quase suave. Ele estava tão maluco da cabeça. —
Você escolhe salvá-lo, e você e eu partiremos antes da explosão. Eu me recuso
a permitir que você se torne um mártir. Estou dando a você a escolha que
nunca tive. Eu não tive que escolher entre salvar meu irmão e salvar a mim
mesmo.

— Não. — Gwen gritou. — Não faça isso.

— E você o teria escolhido? Você trocaria sua vida pela dele? — A mão
de Natasha apertou a arma, desejando poder atirar na cabeça dele agora e
acabar com isso, para fazer a preocupação e os medos de Gwen irem
embora. Para colocá-la em segurança.

— Sim. Apesar do que você pensa de mim, sou um homem de honra.


— Ele colocou o laptop de volta na mesa, e doeu perder a tela de vista. — Mas
eu fui traído e meu irmão foi morto, então os criminosos devem morrer.

Natasha lançou um olhar para Jasper enquanto ele erguia sua arma e
apontava para Balan.

— Foda-se! — Jasper disparou antes que Natasha pudesse reagir.

Mas a câmara da Glock de Jasper estava vazia. Nada.

— Você realmente achou que meus homens lhe deram uma arma
carregada mais cedo? — Balan manteve seu tom calmo e animado. — Estou
sempre à frente. Sempre melhor. E provavelmente você nunca segurou uma
arma antes para saber a diferença.

Jasper se curvou em derrota e deixou a arma cair no chão.

— Vai ficar tudo bem. — Natasha murmurou para Gwen, e mesmo que
eles nunca tivessem se conhecido, ele esperava que Gwen confiasse nela
sabendo que ela estava trabalhando com Wyatt.

— Agora, pronta para jogar? — Balan acenou para Natasha se sentar.

Ele abriu o jogo de xadrez e equilibrou o tabuleiro no braço da cadeira,


depois montou suas peças.
— E se eu ganhar? — Ela posicionou a arma no colo e agarrou a peça
do cavalo, com o estômago embrulhado.

— Podemos negociar os termos se você vencer após o jogo.

— Cinco anos. — Ela disse baixinho.

— Os primeiros três anos e meio foram bastante divertidos. — Ele sorriu


sem olhar para ela. — Agora, você primeiro.

Ela iria perder.

Não fazia sentido ir contra um mestre de xadrez.

Este não era seu jogo.

— Você está me decepcionando. — Disse ele dez minutos depois do


início do jogo. Essa provavelmente seria a partida de xadrez mais curta que ele
já jogou. — Achei que correr atrás de mim todos esses anos faria de você um
jogador melhor no jogo.

— Nunca foi um jogo para mim. — Disse ela com a voz trêmula.

Seus olhos brilharam com seu próximo movimento. — E isso é xeque-


mate. — Ele anunciou.

— Não! — Kate saltou de pé. — Deixe-me jogar, eu posso vencer você!

Balan a ignorou e colocou o jogo no chão. — Quem vai ser? — Ele


recuperou seu laptop. — Alguém de quem você gosta, ou um bando de
hackers? A decisão é sua. — Ele inclinou a cabeça, seus olhos inexpressivos
encontrando os dela.

Natasha abaixou a cabeça enquanto se levantava lentamente, a arma na


mão direita.
— Você deve escolher. — Suas sobrancelhas franziram. — Quem você
vai salvar?

— Por que não me fazer escolher apenas entre eu e ele? Você disse que
não tinha a opção de salvar a si mesmo ou ao seu irmão - por que não tornar
esta situação a mesma? — Ela perguntou, tentando ganhar mais alguns
segundos se Wyatt e seu povo precisassem.

Ela lentamente arrastou seu olhar para Wyatt amarrado à cadeira na tela
e então para Gwen, que agora estava de pé, seu braço estendido com um
apelo. Um apelo para salvar quem? Ela mesma ou seu pai?

— Não estou pronto para perder você ainda. — Deus, ele estava
obcecado por ela, não era?

— Salve as pessoas no palco. — Natasha manteve a voz calma, seu tom


neutro, o mesmo que Balan fizera desde que chegara.

— Interessante. — Ele apertou alguns botões em seu laptop sem


demora, e a visão da câmera na fábrica escureceu. Ela realmente precisava
colocar as mãos naquele laptop. — Está feito.

— Não! — Gwen caiu de joelhos, as lágrimas batendo em seu rosto. —


Como você pôde deixá-lo morrer? — Ela ergueu os olhos para Natasha, a raiva
enchendo seu olhar.

— Você não parece triste. — Balan preencheu a linha de visão de


Natasha enquanto ele estava diante dela, agora obstruindo sua visão de
Gwen. — Você não se importou com aquele homem? Foi tudo uma atuação,
parte do seu disfarce? — Suas sobrancelhas inclinadas para dentro. — Ou
você antecipou esse movimento? — Ele perguntou algo parecido com orgulho
cortando seu tom.

Ela tentou não reagir ao súbito aparecimento do ponto vermelho no peito


de Balan.
Essa foi a sua deixa. Uma mensagem de que agora era seguro derrubá-
lo.

Ela balançou o antebraço para cima e para frente, conectando o cotovelo


ao rosto dele em um golpe forte antes de bater com a arma em sua
têmpora. Uma bala perfurou o ar e acertou Balan na coxa um momento depois,
deixando-o de joelhos.

Em um movimento rápido, Natasha jogou Balan de cara no chão e


enterrou o joelho em suas costas, prendendo suas mãos atrás dele. — Você
não precisa fazer uma escolha entre alguém de quem gosta e pessoas
inocentes se nunca colocou seus entes queridos em perigo, para começar,
como fez com seu irmão.

Ela varreu seu olhar para a cabine de som na parte de trás do auditório
perto do teto e deu um aceno de agradecimento a Roman, que estava
posicionado ali o tempo todo.

— E, a propósito, meu amigo da fábrica não está morto. — As lágrimas


encheram os olhos de Natasha quando ela deixou a filha de Wyatt saber a
verdade. — Ele está vivo. Eu não o matei. — Bem, ela tinha que assumir que
Wyatt não estava naquele prédio quando Balan detonou os explosivos. Ela
tinha fé em sua equipe. E qualquer outra alternativa seria inaceitável.

Os ombros de Gwen tremeram e um soluço quebrado deixou seus lábios.

— É seguro sair do palco. A bomba foi desarmada. — Roman anunciou


nos alto-falantes do auditório, e o alívio cresceu dentro dela. Owen e Knox
foram posicionados dentro do prédio como reforço antes do anúncio surpresa
de Jasper, então provavelmente foram Owen e Knox que ajudaram a desativar
os explosivos. — Droga. Você não pode sair do auditório ainda! — O tom de
Roman tornou-se grave como se isso fosse uma notícia inesperada para ele
também. — Temos outro problema?
Natasha estava prestes a perguntar o status de Wyatt, mas... outro
problema?

A risada de Balan teve calafrios correndo de seus ombros até a ponta


dos dedos. — Estou sempre jogando vários movimentos à frente de todos.

— Não, temos que sair daqui! — Kate exclamou o pânico se instalando


enquanto ela descia os degraus do palco.

— Pare! — Roman rugiu. — As portas foram forradas com


Primacord. Além disso, bananas de dinamite foram colocadas em todas as
portas. Várias cargas foram definidas para detonar simultaneamente. Se
abrirmos uma porta, todos explodem.

Natasha olhou para as outras cinco pessoas agora fora do palco


enquanto Balan lutava embaixo dela. — Não. Saia, — ela emitiu o comando no
caso de os Wards ou Jasper terem alguma maldita ideia e decidirem
arriscar. Seus olhos se encontraram com Gwen enquanto ela dava passos
cautelosos para perto de Natasha. Ela não podia deixar nada acontecer com
ela.

— O que eu posso fazer? — Gwen perguntou, livrando suas bochechas


das últimas lágrimas.

— Pegue o laptop dele. — Natasha empurrou o joelho com mais força


nas costas de Balan quando ele tentou se livrar dela.

— Depois que a bomba embaixo do palco foi desativada, nossos caras


vieram buscá-lo e descobriram que as portas estavam armadas. — Roman fez
uma pausa. — Sinto muito por não sabermos antes.

— E onde estamos desabilitando-os? — Ela perguntou a Gwen agachou-


se ao lado de Natasha com o laptop de Balan na mão.

— Eu não desarmaria as portas se fosse você. — Balan gritou. — Não,


a menos que você queira matar algumas centenas de pessoas. Quantos
curiosos você acha que estão lotados na rua, se perguntando o que está
acontecendo aqui? Quantas pessoas pensam que estão seguras porque estão
do lado de fora?

Natasha cravou o joelho com mais força nas costas dele. — Do que você
está falando? — Ela mordeu fora, sua raiva e raiva por este bastardo se
intensificando. Ela acabou com seus jogos.

Balan mudou seu pescoço, trazendo sua bochecha esquerda para o


chão ao invés da direita. — Você desarma as portas e automaticamente ativa
outra bomba. Há um carro equipado com explosivos do lado de fora.

Jasper se ajoelhou na frente de Balan e agarrou seu cabelo, tirando


sua cabeça do chão. — Você está cheio de merda. — Ele apontou para a porta
em que Balan entrou. — Essas portas vão explodir para fora. Estaremos bem
aqui. Um fio de detonação como esse é usado para arrombar portas o tempo
todo. — Seus olhos encontraram Natasha. — E você sabe disso. Já viu
pessoas simplesmente colocá-las fora-podemos ter cobertura no palco longe
da explosão.

Mesmo se Balan estivesse blefando, se alguém estivesse perto do


exterior do prédio, eles poderiam ser mortos ou feridos. E Natasha não estava
preparada para arriscar que Balan estivesse mentindo sobre a outra bomba,
de qualquer maneira.

— Vá em frente, mate um monte de gente. — Balan disse seu tom


casual. — Mas você está certo, provavelmente não vai se machucar se estiver
longe o suficiente. Pelo menos você estará seguro.

— Vamos fazer isso. — Kate insistiu com um aceno de cabeça. — Balan


pode estar mentindo. Devemos nos salvar.

— Nós temos o laptop dele. — Natasha lembrou a todos ao seu redor. O


mesmo laptop que ele usou para detonar os explosivos na fábrica. Wyatt. Ela
ainda precisava de seu status, mas no momento, ela tinha que manter Gwen
viva, assim como todos lá fora.

— Não acho que ele esteja mentindo sobre a outra bomba. — Gwen
virou a tela para mostrar a Natasha uma visão dividida das portas equipadas
com explosivos, bem como um último modelo Honda Civic vermelho em um
estacionamento.

— Honda Civic vermelho. — Gritou Natasha para ter certeza de que


Roman podia ouvi-la. — Acho que está no estacionamento do centro de
convenções. Está perto o suficiente para ser sincronizado com o iniciador de
detonação aqui. — Ela se virou para Gwen. — Você pode dar uma olhada em
que nível o carro está estacionado?

Gwen balançou a cabeça negativamente.

— Você tem um sinal lá em cima? Você pode falar com Harper? — Ela
perguntou a Roman.

— Sim, estou cuidando disso. Eu não vou te deixar, no entanto. — A voz


de Roman era baixa. Sua teimosia no ponto com a de Wyatt. — Há seis níveis
da garagem para limpar.

Os companheiros de Wyatt precisariam de alguma forma chegar ao


estacionamento sem serem notados pela polícia.

Harper e Finn estavam em uma unidade móvel do lado de fora, e ela


assumiu que Chris estava com eles desde que ele escoltou Charlotte para um
local seguro. Alguém precisava avisar a polícia para evacuar a área caso a
bomba explodisse.

— Se aquelas portas explodirem, aquela cabine de som está bem acima


delas - você não pode estar naquela caixa. Saia. — Ela implorou a Roman ao
perceber.
Ela não ouviu a resposta de Roman, seu foco voou para Gwen enquanto
ela anunciava em uma voz trêmula: — Este programa em execução está
fortemente criptografado.

— Desligue, Balan. — Natasha comandou, mas ela sabia que seria um


dia frio no inferno antes que Balan fizesse tal coisa. — Você não tem que fazer
isso.

— É você ou aquelas pessoas de fora. A garagem está longe o suficiente,


então você deve estar bem com a explosão. — Sua risada oca ordenhou o
oxigênio do ar. — Salve-se ou salve-os. — Ela levou a mão até o ferimento à
bala na coxa dele e pressionou. Sua boca se apertou, mas ele engoliu o
estremecimento.

— Nós escolhemos a nós mesmos. — Felix tentou arrancar o laptop de


Gwen, mas Natasha ergueu o braço e apontou a arma para ele.

— Afaste-se ou você leva uma bala na perna também. — Gritou


Natasha. — Qualquer um que tentar sair por aquelas portas leva uma
bala. Estamos entendidos? — Seu olhar viajou de volta para Gwen antes de
vislumbrar as outras quatro pessoas ao seu redor em pânico. — Temos cinco
dos melhores hackers do mundo bem aqui. — Ela engoliu em seco. — Prove
para esse idiota que você é melhor do que ele. Hackeie seu programa e
desarme o maldito carro-bomba!
ONZE MINUTOS ANTES

— MERDA! Acho que fomos marcados. Pegue... — A cabeça do


mercenário estalou para trás quando a bala acertou o centro de massa do cara.

Antes que o segundo pistoleiro pudesse sacar sua arma, ele também foi
abatido.

— Tudo claro. — Bravo Four, Liam, disse nos comunicadores. — Três


estão vindo para tirar você dessa maldita cadeira.

— Desculpe por isso, irmão. — Disse Asher ao se aproximar, em


seguida, removeu a fita adesiva da boca de Wyatt e o libertou da cadeira.

Asher estava estacionado fora do centro de convenções quando a


merda atingiu o ventilador. Os pistoleiros contratados se afastaram do prédio
quando o resto do que parecia ser todo o Departamento de Polícia de Montreal
chegou e Asher seguiu o veículo.

Os falsos oficiais levaram Wyatt para a fábrica de roupas, onde Liam e


AJ já estavam posicionados. A equipe de Wyatt havia antecipado que Balan iria
atrair seus alvos de volta ao moinho. O que eles não esperavam era que o palco
fosse equipado ou que Jasper sacasse uma arma.

AJ entrou na sala alguns segundos atrasados, coberto da cabeça aos


pés com equipamento tático. — Vamos sair daqui antes que esse bastardo
louco nos exploda.
— Harper conseguiu a filmagem de você amarrado a esta cadeira ligada
ao feed de vigilância de Balan. — Asher verificou o primeiro corpo caído para
ver se ele tinha um pulso. Nada. — Aqui está a sua peça que ele tirou de você.
— Ele entregou a Wyatt sua 9 mm, então Asher verificou o pulso do segundo
tango. — Estamos prontos para começar. — Quando Wyatt não conseguiu
fazer seus pés se moverem, Asher veio antes dele e envolveu uma mão
enluvada sobre seu ombro. — Ei, não se preocupe. Natasha saberá que você
já está fora daqui se este lugar explodir.

Wyatt ergueu os olhos para encontrar os de Asher. — Mas vai Gwen?

Ele odiava deixar Natasha e Gwen, mas Roman estava na cabine de som
na vigília, de olho. O que não muda o fato de que cada passo que ele tinha
levado para fora do auditório tinha sido doloroso e angustiante.

— Se Gwen for como você, ela vai ficar bem. — Disse AJ antes que
Asher pudesse responder. — Nós devemos ir. Liam está puxando o SUV.
— Ele sacudiu seu pulso, gesticulando para que eles se mexessem.

Um minuto depois, os caras entraram no SUV. — Ele vai fazer com que
ela escolha entre eles e eu, não é? — Wyatt agarrou a maçaneta da porta do
passageiro enquanto Liam se afastava do prédio abandonado. Ele fechou os
olhos, a raiva cortando.

— Ele é um filho da puta maluco, isso é malditamente certo. — AJ bateu


com a mão no ombro de Wyatt do banco de trás. — Mas tudo isso acaba hoje,
e talvez vocês dois tirem férias de verdade quando isso acabar.

— Harper está ligando. — Liam apertou o viva-voz em seu celular


montado no painel. — Estamos voltando. Qual é o status?

Wyatt apertou seu aperto na maçaneta, seus nervos em frangalhos.

Gwen. Natasha. Eles tinham que estar bem. Não havia outras opções.
— Owen e Knox estão trabalhando para desativar a bomba embaixo do
palco. Uma configuração semelhante à da Romênia. — Explicou ela.

Harper e Finn estavam estacionados do lado de fora do salão de


convenções em uma unidade móvel, servindo como olhos e ouvidos para todos
os Bravo e Echo.

— Precisamos considerar a obtenção de um K9 para a equipe. — Disse


AJ. — Verificamos aquele prédio e não encontramos nenhum material
explosivo.

— A segurança foi rigorosa. Não fomos capazes de vasculhar cada


centímetro daquele lugar. — Harper os lembrou. — E como esses caras se
vestiram de policiais, eles poderiam ter passado por nós armados com
explosivos, e não poderíamos saber de jeito nenhum.

— Ainda seria bom ter um animal na equipe. Um cachorro saberia que


os policiais eram falsos, eu garanto. — AJ soltou o ombro de Wyatt e
se recostou. — Aposto que poderia ser um sussurrante K-9.

— Tenho que concordar com ele. — Acrescentou Asher. — Mas se


alguém pode falar com um cachorro, é Chris, nosso amante animal
residente. Quero dizer, ele fez o urso polar recuar.

— Cale a boca. — Chris resmungou no viva-voz. Ele deve ter ficado do


lado de fora depois de tirar Charlotte do auditório.

— Ainda não localizamos os outros dois homens vestidos de policiais. Ou


ainda estão lá dentro e não consigo vê-los. — Começou Harper. — Ou estão
do lado de fora se misturando as centenas de policiais vermelhos agora. Eles
podem ser o plano de fuga de Balan.

Como isso foi tão pra lateral?

O filho da puta estava sempre dois passos à frente deles em cada curva.
Mas eles não podiam deixá-lo vencer.

— Jessica fez a CIA entrar em contato com as autoridades. A polícia está


fazendo o possível para verificar as identidades de todos os policiais, mas está
um caos aqui. — Disse Harper. — Estou preocupada que você não consiga
voltar para dentro quando estiver aqui. Todas as agências de aplicação da lei
da cidade estão estacionadas em frente a este edifício.

— Temos três caras lá dentro. — Disse Asher, sua voz baixa, mas
confiante. — Roman os tem coberto. Owen e Knox também estão lá. Nada vai
acontecer com eles.

— E... parece que ele explodiu a merda do moinho! — AJ gritou o chão


rugindo sob o SUV, a explosão crescendo por trás.

Wyatt avistou chamas disparando para o céu pelo espelho retrovisor. —


Estamos ficando sem tempo. Precisamos conseguir isso.

— Está feito. — Exclamou Harper. — Owen acabou de ligar. A bomba


do palco foi desarmada.

Wyatt apertou o peito. Era assim que parecia um ataque cardíaco? Essa
era uma boa notícia, então por que a dor? A tontura? Por que parecia que ainda
havia algo errado?

— O amor pode fazer isso. — Liam olhou de soslaio para ele enquanto
dirigia. — Você ficará bem.

— Eles estão bem. — Asher o lembrou.

— Faça o Roman derrubar esse idiota doente. — Wyatt soltou seu peito,
tentando acreditar que estava realmente acabado.

— Sim, ok, mas...


— O que? — Wyatt levou as mãos às pernas e se aproximou do celular,
esperando que Harper continuasse.

— Filho da puta! — Harper praguejou. — Balan deve ter ignorado as


câmeras de vigilância lá dentro, e eu perdi isso.

— O que isso significa? — Liam perguntou. — Perdeu o quê?

— Eu sinto muito. O idiota é melhor do que eu. — A linha estalou de uma


exalação profunda e trêmula. — Eu sei onde os outros dois mercenários estão,
e eles estiveram dentro, equipando as portas do auditório com cordão de
detetive e dinamite. Owen e Knox foram para o auditório, mas agora...
— Harper fez uma pausa. — Roman acabou de dar o tiro na perna. — Ela
anunciou, mudando de marcha por um momento. — Natasha o prendeu no
chão. Todos estão seguros por dentro.

— Mas agora eles não podem sair. Owen e Knox podem desarmar as
portas? — A mão de Wyatt se transformou em um punho em cima de sua perna
enquanto esperava por qualquer notícia que ela estava prestes a entregar.

— Espere, esperando por mais informações de Roman. — Harper disse,


seu tom baixo como se ela estivesse tentando esconder seus nervos para que
Wyatt não perdesse sua maldita mente.

— Acabamos de estacionar na rua. — Liam informou Harper enquanto


desligava o motor. Eles estavam o mais perto que podiam chegar com a
polícia, tendo barricado a área.

— Eu preciso entrar lá. — Wyatt examinou a rua à sua


esquerda. Observadores curiosos aglomeraram-se do lado de fora, esperando
para descobrir o que estava acontecendo no centro de convenções, com
telefones nas mãos, gravando a cena.
— Nosso pessoal lá dentro não vai poder simplesmente sair valsando
daquele prédio com suas armas. Então, você realmente acha que será capaz
de entrar? — Perguntou AJ.

— Jéssica conseguiu seus contatos do Serviço de Inteligência


Canadense, mas...

— Minha filha ainda está ali. — Wyatt interrompeu Asher e desafivelou


para se virar e olhar para ele. — Natasha está lá. Você espera que eu sente e
espere?

O olhar de Asher se conectou com seus olhos. Asher estava


apaixonado. Ele seria pai em breve. Ele não entendeu?

— Você atravessou uma multidão de curiosos e policiais em Berlim para


chegar até Jessica quando ela tinha uma bomba amarrada em seu peito. —
disse Wyatt, não que Asher fosse esquecer aquele momento. — Você acha
que não estou disposto a arriscar absolutamente tudo para fazer o mesmo?
— Ele enfiou sua 9 mm de volta sob a camisa e abriu a porta.

— Espere! Aguente. — Wyatt parou com as palavras de Harper. — Há


outra bomba dentro de um Honda Civic vermelho no que parece ser o
estacionamento do centro de convenções. Se as portas do auditório forem
detonadas ou desarmadas, isso acionará automaticamente a bomba no carro.
— Ela saiu apressada, sem a calma de sua voz. — Precisamos evacuar a área!

Não, isso não pode estar acontecendo.

— Você está brincando comigo? — AJ assobiou. — Como diabos Balan


conseguiu tudo isso?

— Tudo o que importa é pará-lo. Bravo Dois e Cinco estão se dirigindo à


saída de serviço para ver se conseguem chegar à garagem sem serem notados
pela polícia. Vamos torcer para que o idiota apenas manipulou as portas do
auditório e em nenhum outro lugar. — Finn disse na linha, falando pela primeira
vez.

— Balan provavelmente cobriu todas as suas bases, mas vale a pena


tentar. — Wyatt disse a Finn.

— Mas não podemos exatamente denunciar o esquadrão


antibombas. As autoridades não têm ideia de quem somos. — Apontou
Asher. — Faça a CIA ligar e avisá-los para nós. Posso ajudar os meninos a
difundir a bomba no Civic enquanto isso. Não temos tempo para esperar.

— Vamos trabalhar em uma maneira de fazer com que a multidão se


disperse e se distancie do estacionamento de alguma forma também. — disse
Chris. — Vou inventar algo que não nos fará ser presos.

— Natasha e os outros lá dentro vão tentar desligar o programa de Balan


usando seu laptop. Com alguma sorte, a bomba será desarmada antes mesmo
de Asher chegar lá. — Harper anunciou quando Asher saiu do veículo. — Mas
se algo der errado com essas portas, Roman está em uma posição ruim.

— Diga a ele para sair de lá. — Wyatt exigiu. — Essa é uma ordem
maldita. Não estamos perdendo ninguém. Entendido?

— Entendido. — As palavras de Harper tremeram de preocupação.

— E eu ainda preciso entrar. — O medo percorreu Wyatt quando o resto


da equipe saiu do SUV junto com ele. Pequenos pontos pretos encheram sua
linha de visão enquanto ele se movia. Ele disse a si mesmo que não era o caso
de escolher proteger as massas sobre alguns enquanto corria para chegar ao
centro da convenção, os braços bombeando com força ao lado do corpo. Ele
tinha sua equipe lá para apoiar. Eles poderiam salvar todos os outros. Ele tinha
que salvar Natasha e sua filha. Se eles estavam naquele prédio, então o ajude
ele precisava estar lá também.
As pessoas nas ruas se tornaram um borrão quando Wyatt olhou para o
prédio à distância. Suas botas batiam no pavimento, a adrenalina aumentando
a cada passo mais perto.

Ele empurrou e empurrou através da multidão que estava começando a


correr na direção oposta à dele - longe do perigo. Bom, o que quer que Chris
e os caras estivessem fazendo estava funcionando.

Mas de jeito nenhum ele iria deixar algo acontecer com Gwen e
Natasha. De jeito nenhum.

Ele não havia chegado à conclusão de que era capaz de amar apenas
para perdê-lo agora.

Este não foi o fim. Não poderia terminar assim.

— Você não pode estar aqui! — Um oficial segurou o braço de Wyatt


depois que ele pulou uma barricada policial azul.

Mas Wyatt se desvencilhou e disparou à frente, os olhos fixos em seu


alvo, nas portas de entrada logo à frente.

— Não é seguro. — Disse o oficial. — Volte!

— Todas as estações, entrem. — Wyatt mal ouviu as palavras de Harper


nos comunicadores. — Os explosivos do carro foram desarmados. Repito, os
explosivos foram... —Suas palavras morreram quando o chão balançou, e uma
explosão ecoou nos ouvidos de Wyatt.
CAPÍTULO QUARENTA E UM

A S paredes EXTERNAS DE VIDRO do edifício se estilhaçaram. Fragmentos


voaram para a rua. Sirenes explodiram de carros próximos. As chamas
lamberam e acariciaram o ar em torno da frente do centro de convenções. O
cabo de detecção e a dinamite não seriam responsáveis por tudo isso - o
bastardo também devia ter usado cargas de térmite com a rapidez com que o
fogo queimava o metal.

Wyatt pressionou as mãos nos ouvidos e balançou a cabeça. Seus


joelhos cederam enquanto ele tentava se levantar, mas ele resistiu à dor. Ele
tinha que entrar. Isso não deveria ter acontecido. O carro-bomba foi
desativado, então por que...

— Volte! — Alguém gritou atrás. — Não é seguro!

Desorientado, Wyatt jogou seu comunicador no chão, seus ouvidos


zumbindo com a explosão. Ele examinou o edifício, identificando potenciais
pontos de violação. Apenas a frente da estrutura parecia danificada, mas as
portas do auditório ficavam do outro lado do fogo, o que significava...

— Você não pode entrar aí. — Duas pessoas o agarraram, puxando-o


para trás.

— Solte. — Ele rosnou preparado para pegar sua arma, mas um terceiro
cara saltou para detê-lo agora.

— Eu tenho que entrar lá. — Gritou ele, com lágrimas nos olhos. A
fumaça próxima queimava sua garganta enquanto ele lutava para respirar.

— Você precisa de atenção médica. Você está sangrando. — gritou um


dos homens acima do som das sirenes e alarmes.

Wyatt olhou para trás para encontrar três bombeiros uniformizados


segurando-o. Homens se recusando a deixá-lo chegar até Gwen e Natasha. —
Dê-me seu equipamento. Deixe-me entrar. Há pessoas no auditório.

O cara à sua esquerda finalmente soltou seu braço. — Parece que a


explosão veio de fora do auditório. As portas, talvez. A explosão explodiu para
fora, provavelmente sem muitos danos dentro do auditório. — Ele levou um
rádio à boca enquanto Wyatt processava o que ele estava dizendo. — Qual é
o estado?
— Nós recuperamos várias pessoas vivas lá dentro. — Alguém anunciou
no rádio. — Eles estão bem. Estamos saindo do lado esquerdo do prédio
agora.

Os ombros de Wyatt caíram com as palavras faladas no rádio. — Eu


preciso ir. — A adrenalina bombeou por ele. Seu coração se
recompõe. Esperança crescendo dentro dele.

— Solte ele. — O bombeiro inclinou a cabeça. — Venha comigo.

Eles rapidamente contornaram o prédio, e Wyatt tropeçou e caiu de


joelhos ao ver Natasha e Gwen a vinte metros de distância. Roman saiu do
prédio logo atrás deles, junto com os Wards, Jasper e o outro hacker.

Mas onde diabos estava Balan? Com sorte, fodidamente morto.

Os olhos de Gwen se encontraram com os dele um momento depois. —


Wyatt! — Ela gritou e se livrou do aperto do bombeiro para correr em direção
a ele.

— Ela é sua filha? — O bombeiro perguntou, oferecendo uma ajuda para


subir.

— Sim. — Ele engasgou. — Ela é minha.

Gwen lançou os braços ao redor de Wyatt, pegando-o de surpresa, e ele


enterrou o rosto em seu ombro e abraçou sua filha pela primeira vez em sua
vida.

Ele ergueu os olhos para procurar Natasha um momento depois, mas


não soltou Gwen.

Natasha estava conversando com os policiais, e o que quer que ela


estivesse dizendo, eles não apenas algemaram Jasper, mas Kate e Felix
também. Outro oficial imediatamente levou um rádio à boca e começou a
correr na direção de Wyatt com pressa.
Roman não estava à vista. Ele provavelmente desapareceu
discretamente da área, algo em que ele era bom, para que os policiais não o
questionassem.

— Você está bem? — Ele perguntou a Gwen quando Natasha começou


a caminhar.

— Eu estava assustada. — Gwen saiu de seus braços. — Mas a outra


bomba não explodiu certo? Nós a desarmamos a tempo? — Seu lábio
inferior sangrou e as lágrimas fizeram seus olhos brilharem.

— Sim. — Disse ele quando Natasha voltou, e puxou-a com força para
o seu lado, tão grato que ambas estavam seguras.

— Balan fugiu. — O tom de Natasha estava cheio de pesar. — Segundos


depois de desarmar o carro-bomba, as portas do
auditório explodiram. Tínhamos a sensação de que isso aconteceria, portanto,
nos distanciamos o máximo possível das portas. Eu esperava que todos vocês
avisassem a todos para limpar a área.

— Natasha se jogou em cima de mim como um escudo. — Gwen falou.

Wyatt deu um suspiro afiado com suas palavras.

— Mas, hum quando eu estava de pé, aqueles dois outros policiais falsos
estavam com Balan, armas em punho. Não consegui dar um tiro certeiro.
— Lágrimas escorreram dos olhos de Natasha. — Eu tentei, mas não consegui
derrubá-lo. — Ela pressionou a palma da mão no rosto. — Ele fugiu e a culpa
é minha.

— Senhora. — O bombeiro que trouxe Wyatt para Natasha e Gwen falou.


— A polícia está procurando por ele. Não se culpe. Parece que todos aqui
devem a você e a esta jovem uma dívida de gratidão por espalhar a outra
bomba. — Ele assentiu. — Todos vocês precisam ser examinados em uma
ambulância, no entanto. Deixe a polícia cuidar do resto.
— Você, hum tem pedaços de vidro no rosto. — Gwen levou a mão ao
rosto de Wyatt, um olhar terno em seus olhos, e era como se ela o visse pela
primeira vez.

— Eu vou ficar bem. — Ele inclinou o queixo, gesticulando para que eles
andassem. — O que você disse à polícia? — Ele sussurrou no ouvido de
Natasha enquanto caminhavam lentamente para a frente.

— Tive que mostrar a ele minhas credenciais. Eu tinha que deixá-


los saber que Balan fugiu, e eu não queria arriscar que Jasper ou os outros
saíssem em liberdade. — Disse ela, sua voz suave, ainda atormentada pela
culpa.

Ele avistou Harper e Finn demorando-se ao lado da barricada, tentando


se misturar à multidão.

— Tivemos sorte de todos terem sido avisados para fugir. Ninguém aqui
parece ter se machucado com a explosão. — Disse o bombeiro enquanto
ajudava Gwen a subir na traseira da ambulância. — Seu pai estava pronto para
atravessar o fogo para chegar até você. Você tem sorte de tê-lo.

Gwen olhou para Wyatt parado do lado de fora da ambulância ao lado de


Natasha como se houvesse um milhão de coisas que ela queria dizer, mas não
podia.

— Com licença, somos da família. — Harper gritou, apontando para


Wyatt, e o bombeiro assentiu e deixou Harper e Finn cruzarem a barricada para
chegar à ambulância.

— Base de toque romana? — Ele perguntou a Harper, certificando-se de


que o homem desapareceu propositalmente e não foi agarrado pelos homens
de Balan.
— Sim, ele é bom. E ele a contragosto seguiu essa sua ordem com
apenas alguns segundos de sobra antes da explosão. — Harper disse, em voz
baixa.

— Então, todos parecem estar bem. — Finn ergueu os olhos para Gwen,
então olhou para Wyatt.

— Balan fugiu. — Natasha encarou Harper, com os ombros tremendo.

Harper fez um gesto para Wyatt e Natasha fora do alcance do bombeiro


e da médica. — Roman nos contou. Nosso povo está vasculhando as ruas.

Wyatt examinou a área. Todos os primeiros respondentes em Montreal


provavelmente estavam a caminho de lá, mas... — Merda. Lá! — Ele estendeu
a mão e apontou para a rua ao longe. — Esse é o único carro de polícia que
saiu de cena. Balan provavelmente está aí. — Disse ele assim que o carro
dobrou a esquina e ele perdeu o contato visual com o veículo. Ele levou a mão
ao ouvido, pronto para alertar sua equipe, mas seu comunicador havia sumido.

— Eu estou trabalhando nisso. — Harper bateu em seu comunicador. —


Todas as estações entrem.

Wyatt olhou para Natasha enquanto Harper atualizava a equipe. — Eu


preciso pará-lo. Você vai ficar com Gwen?

— Não, não vá. — Gwen puxou o braço do médico que estava tentando
tirar sua pressão arterial e saltou da parte de trás da ambulância. — Não faça
isso. Por favor.

— Eu tenho que ir. — Wyatt manteve sua voz o mais calma e firme
possível. — Você está bem agora. Eu nunca vou deixar nada acontecer com
você, eu prometo.

— Wyatt. — Natasha agarrou seu bíceps, pedindo-lhe que olhasse em


sua direção. — Eu o quero tanto quanto você, mas se você for persegui-lo aqui.
— Ela disse, baixando a voz. — Você pode acabar sendo preso. Existem
muitos olhos em você. Você não pode simplesmente atirar nele em plena luz
do dia.

— E eu não me importo. — Ele rangeu.

— E se você for para a prisão, não pode ser o pai dela. — Natasha o
lembrou.

O olhar de Wyatt se voltou para sua filha, e Gwen assentiu seus olhos
azul-acinzentados fixos nele. Um apelo para ele recuar.

Wyatt trouxe a palma da mão para cobrir os olhos e respirou fundo. —


Dê a localização de Balan às autoridades. — Disse ele a Harper enquanto
colocava a mão de volta ao lado do corpo. — Mas faça com que nosso pessoal
os siga.

— Precisamos dele vivo, se possível. — Natasha havia dito as palavras


como se doesse para ela, mas ela estava certa. Mesmo que ele quisesse o
chupador de pau enterrado seis pés abaixo, ele era mais útil vivo. Só Deus
sabia quanta informação Balan poderia ter coletado ao longo dos anos sobre
os terroristas para os quais ele vendeu informações na Rede Negra.

Harper acenou com a cabeça antes que ela e Finn saíssem em direção
ao meio da multidão.

— Você está atrás dele há tanto tempo. — Wyatt pegou a mão de


Natasha. — Por que correr o risco de perdê-lo?

— Porque você vale mais para mim do ele. — Ela trouxe seus lábios aos
dele, um beijo gentil no meio do caos.

— Eu acho que eu estava certa sobre vocês dois. — Gwen disse


suavemente. — Mas você realmente deveria ser verificado, Wyatt. — Ela
arqueou uma sobrancelha. — Vidro na sua cara lembra?

Ele algum dia seria o pai para ela?


— Isso não é nada. Não se preocupe. — Ele disse seu coração
apertando de alívio por Gwen e Natasha terem saído ilesas. — E você
realmente ajudou a desativar a bomba?

Gwen encolheu os ombros como se não fosse grande coisa.

Ele queria puxá-la para um abraço novamente, mas ele não queria
ultrapassar, isso ainda era tão novo. E depois de tudo que eles passaram
hoje... — Lamento muito que você tenha se envolvido em tudo isso.

— Você me disse para não vir hoje. — Gwen apontou para a ambulância
como uma diretriz teimosa para que Wyatt fosse examinado, mas até que ele
soubesse que Balan havia sido derrubado, ele não poderia se preocupar com
o vidro em seu rosto.

— Estou recebendo uma ligação. — Natasha enfiou a mão no bolso e


tirou seu telefone. — Não reconheço o número. — Suas sobrancelhas se
juntaram quando ela levou o celular ao ouvido. — Olá? — Ela fez uma pausa
quando seus olhos encontraram os de Wyatt, e ela murmurou: — É ele.

Eles saíram do alcance da voz do médico e Natasha fez a ligação no viva-


voz.

— Acho que nosso jogo ainda não acabou. — Disse Balan. — Eu poderia
ter matado você. Muitas vezes ao longo dos anos. Mas parece que aquela
garota, Gwen, me deu uma razão para viver. Se não fosse pelo trabalho dela
no auditório, aqueles outros hackers nunca teriam descriptografado meu
programa. Acho que gostaria de desafiá-la, ver o quão boa ela realmente
é. Dar a você uma chance de caçar... — A estática interrompeu suas palavras.

Sirenes soaram no fundo.

Estalos de tiros como se tiros estivessem atingindo a estrutura de seu


carro.

Metal batendo em metal. Um acidente?


Gritos e depois mais tiros.

Então a linha ficou muda.

O olhar de Natasha se ergueu para o de Wyatt, seu rosto ficando


pálido. — Você acha que ele está morto?

— Eu não sei. — E tanto quanto Wyatt sabia que eles precisavam da


informação de Balan, parte dele realmente esperava que ele tivesse partido
para sempre.

Wyatt avistou Charlotte correndo em direção a eles enquanto Natasha


gaguejava: — Desta vez, preciso ver o corpo dele.

***

— O que você vai fazer agora que Balan está morto de verdade desta
vez? — Wyatt segurou Natasha firmemente ao seu lado a uma quadra do
centro de convenções, longe o suficiente da polícia e dos curiosos dispersos
sobre o que tinha acontecido há mais de uma hora.

Natasha olhou para ele. — Ser mastigada pelo quartel-general. Espero


ainda ter um emprego depois.

A Agência já havia ligado para Natasha três vezes desde a explosão, e


Alexander Balan havia sido declarado morto pelas autoridades canadenses,
mas ela ainda não havia atendido.

SWAT tinha AMF'd Balan - um ka Adios, filho da puta. Se Balan fosse


morrer, Wyatt gostaria que seu povo pudesse ter feito isso, mas Natasha estava
certa, sua equipe se arriscaria a se expor ao se envolver em um tiroteio no meio
de Montreal, enquanto as ruas estavam fervilhando de policiais e pedestres.
Os homens de Balan se recusaram a encostar durante a perseguição
policial, então a SWAT os forçou a entrar em combate assim que os pegaram
fora da cidade e longe de qualquer transeunte inocente. Os motoristas
resistiram à prisão e iniciou-se um tiroteio. Todos os três morreram.

Wyatt tinha conseguido levar Natasha o mais perto possível da cena do


crime sem tirar os olhos das autoridades, e ela soluçou em seu peito - lágrimas
de alívio, lágrimas pelas vidas perdidas e possivelmente até lágrimas pelas
evidências que eles possam ter perdido porque ele morreu.

Mas talvez com Balan finalmente morto e a perseguição de Natasha por


ele terminada, eles poderiam ficar juntos?

Eles ainda tinham que resolver um problema: seu pai estava prestes a
ser nomeado Secretário de Defesa e Wyatt se reportaria a ele. Mas se Knox
podia trabalhar para seu pai, o presidente, então certamente Wyatt poderia
namorar a filha do almirante.

Encontro? Ele estava realmente pensando em namorar em um momento


como este?

Ele não tinha pensado que seria possível se casar e se estabelecer, mas
talvez fosse exatamente nisso que ele deveria estar pensando. Sua cabeça
estava finalmente fora de sua bunda.

— Você sabe, eu tenho uma relação com o presidente. Além disso, o


Diretor da CIA Spenser. Eu poderia colocar uma palavra para que você evite
essa mastigação de bunda. — Ele pigarreou. — Então há seu pai. Certamente
ele não deixará nada acontecer ao seu trabalho.

— Não quero favoritismo, especialmente por causa do papai. — Os


olhos verdes de Natasha se ergueram para o céu.

Ela era teimosa, e ele gostava disso. — Meu povo vai precisar dar o fora
daqui e logo. Já mostramos nossos rostos demais para o nosso gosto. — Seus
rapazes não podiam ficar para contar sua versão da história às
autoridades. Eles nem mesmo estavam tecnicamente lá. O MI6 também havia
desaparecido rapidamente, mas a agência provavelmente fará os canadenses
mandarem Jasper de volta para Londres em breve.

— Eu não tinha planejado ficar, mas como tive que tirar minhas
credenciais, vou precisar beijar a bunda e implorar pelo perdão dos
canadenses, já que operei aqui sem permissão.

— Eu acho que parar aquela bomba e salvar todos vocês hoje, deve valer
a pena. — Ele disse com um sorriso tranquilizador.

Seus lábios pressionaram em uma linha tensa, a preocupação cruzando


seu rosto. — Tudo vai ficar bem, certo?

— Sim. — Ele plantou as mãos em seus bíceps. — Vai ficar mais do que
bem.

Seus olhos se voltaram para o chão entre eles. — Cinco anos


perseguindo-o. É difícil acreditar que ele se foi. — Ela puxou seu foco para o
rosto dele. — Mas, hum eu teria escolhido Gwen, você sabe. — Seu lábio
tremeu e ela cobriu a boca enquanto as lágrimas brotavam de seus olhos. —
Se eu realmente tivesse que fazer uma escolha lá quando você estava na
fábrica - você ou Gwen. — Seu corpo inteiro tremia sob seu toque agora. —
Eu nunca teria sido capaz de viver comigo mesmo, mas também sei que você
nunca seria capaz de viver comigo escolhendo você em vez dela. — Ela
começou a soluçar e ele a puxou contra o peito, segurando os lados de sua
cabeça com força enquanto ela chorava.

Lágrimas picaram seus próprios olhos. Ele soltou um suspiro profundo,


tentando encontrar sua voz. — Obrigado por se importar comigo o suficiente
para me matar.
Ela meio chorou e meio riu da escolha de palavras dele. — Eu só não
quero ter que fazer uma escolha como essa novamente. E então com o carro-
bomba e...

— Shhh. — Ainda segurando os lados de sua cabeça, ele a puxou de


volta para que ela pudesse ver seus olhos. — Estamos todos bem. E não
vamos deixar nada assim acontecer novamente. Não há necessidade de
escolher quem salvar.

— Então, não se apaixone e não arriscamos? — Ela arqueou uma


sobrancelha.

— É tarde demais, já estou caindo. — Ele sussurrou as emoções intensas


quase sufocando sua habilidade de pronunciar as palavras. — Só precisamos
continuar sendo durões para evitar que tal escolha tenha que ser feita. — Ele
pressionou sua boca na dela e roubou um beijo antes que o som de alguém
pigarreando o fizesse se acalmar. Uma profunda e clara garganta
de Asher. — Vá embora. — Wyatt resmungou.

— Tenho más notícias.

Wyatt baixou a testa para a de Natasha, não preparado para ouvir o que
quer que Asher planejava dizer.

— O que se diz é que os federais não serão capazes de manter os Wards


na prisão por mais de quarenta e oito horas. E Jasper reivindicando que Balan
o forçou a mentir e segurar a arma, e que ele estava em grave perigo. O fato
de sua família ser mantida refém também acrescenta alguma credibilidade à
sua declaração. — Disse Asher, em voz baixa e amarga. — Ele não está
confessando. História semelhante com os Wards.

— Isso é besteira. — Natasha sibilou, e Wyatt deu um passo para trás e


a soltou. Tanto Asher quanto AJ estavam parados ao seu lado, olhares
sombrios em seus rostos, apesar da grande vitória que tiveram hoje. —
Precisávamos de Jasper. Com Balan morto, temos que ficar com ele. Ele é a
arma fumegante de tudo isso.

— Nós apenas teremos que fazer Jasper falar. — Wyatt disse com um
aceno de cabeça firme.

— E se Jasper conseguir algum acordo? — Natasha balançou a


cabeça. — Não, tem que haver outra maneira. E certamente, Balan não iria
cair sem garantir que os Wards e Jasper recebessem o que estava
acontecendo com eles, certo? — Seus olhos estavam vermelhos de tanto
chorar. — Seu laptop foi jogado fora durante a explosão, mas tenho certeza
que os federais podem recuperar algo de valor com isso.

— Não vamos deixar Kate e Jasper se safarem dessa. — Wyatt apertou


o braço dela. — Onde está o resto da equipe?

— Fazendo o controle de danos para garantir que nossas belas canecas


não acabem no noticiário das seis. — AJ coçou a barba, então inclinou a
cabeça para o lado, e Wyatt seguiu seu olhar para ver Gwen e sua mãe se
aproximando. Ele não tinha certeza de como Gwen o havia encontrado, já que
ele pensava que estava seguramente escondido do prédio da
convenção. Talvez eles apenas tivessem uma conexão natural?

— Nós vamos, uh, estar lá em algum lugar fazendo alguma coisa. — AJ


deu um baque surdo por cima do ombro.

Natasha começou a se virar como se fosse sair também, mas Wyatt


agarrou seu pulso. — Fique. Por favor.

— Sim, ok. — Ela sussurrou.

Gwen estava com uma jaqueta de bombeiro pendurada nos ombros e


mexeu no zíper enquanto se aproximava de Wyatt.

— Obrigada por mantê-la segura. — Charlotte disse uma vez que eles
estavam na frente dele.
Gwen ergueu os olhos para o rosto dele. — Mamãe e eu decidimos que
seria melhor se eu voltasse para Londres. Abandonar a escola neste semestre.

— Estamos saindo hoje à noite. — Charlotte acrescentou um firme


aceno de cabeça, um pedido silencioso para não atrapalhar a decisão.

Ele passou a mão pelo cabelo antes de cobrir a boca, tentando encontrar
as palavras certas. Ele não se preparou para este momento, o adeus.

— Fico feliz em ver que você foi consertado. — Gwen sorriu os olhos
demorando-se na bandagem acima da testa dele. — Mas, hum ouça. — Ela
deu um passo à frente. — Eu preciso de algum tempo para processar tudo.

Agora não era a hora de contar para ela a verdade de que ele não a
abandonou quando bebê, mas quando seria a hora certa?

— Talvez você possa vir me visitar em Londres. — Gwen ofereceu em


voz baixa.

Wyatt fechou os olhos e respirou fundo. Ele tinha passado por um aperto
emocional ultimamente. — Eu gostaria disso. — Disse ele depois de engolir em
seco e abrir os olhos.

— Bom. — Ela mordeu o lábio inferior, mostrando os nervos. — Que


bom que você está bem e, hum, obrigada por quase atravessar o fogo para
tentar chegar até mim. — Um sorriso cruzou seus lábios. — Até a próxima.
— Assim que Gwen deu as costas, Charlotte acenou com a cabeça em
agradecimento e, caramba, parecia tão horrível para isso terminar com ela indo
embora.

Mas Gwen estava viva e preparada para dar uma chance a ele, então
não foi realmente o fim, foi? Esperar por sua ligação seria brutal, no entanto.

— Wyatt? — Gwen se virou e o encarou, abraçando a jaqueta perdida


contra seu corpo.
Ele inclinou a cabeça e a estudou, fazendo o possível para manter os
braços ao lado do corpo e não estender a mão para impedi-la de sair. — Sim?

— Tente não morrer. OK?

Ele engoliu em seco e soltou as palavras em torno do nó em sua


garganta: — Vou fazer o meu melhor.

— Ela precisa saber. — Disse Natasha depois que Gwen saiu. — Ela
merece a verdade.

— Eu sei, mas primeiro, ela precisa de tempo. — Ele enfiou as mãos nos
bolsos e o telefone de Natasha começou a tocar.

— Langley. Novamente. — Ela franziu os lábios. — Eu não sei quanto


tempo toda essa bagunça vai demorar para terminar. Mas depois que acabar,
posso te ver? Você vai me visitar na Virgínia?

Ele sorriu. — Nada no mundo poderia me impedir de ir atrás de você.

— Nem mesmo meu pai? — Ela sorriu, e seu sorriso apagou um pouco
da dor em seu peito.

— Não, não o almirante. Ou seu irmão. — Ele tirou as mãos dos bolsos
e puxou-a para seus braços quando o telefone dela parou de tocar. — Nem
mesmo o próprio presidente poderia me impedir de ver você.

— Isso é uma promessa, marinheiro? — Seus olhos verdes claros


brilharam quando ele se inclinou mais perto.

— Uma honra SEAL. — Ele disse com um sorriso e encontrou seus lábios
com um beijo que ambos precisavam.

— Aham.
Wyatt praguejou baixinho. — E agora? — Ele forçou seus lábios longe de
Natasha para ver Asher e AJ parados lá novamente. — Vocês, sempre com a
interrupção.

— Agora você sabe como me sinto sempre que estou com Jessica e
Luke aparece. — Asher resmungou antes de seus lábios se inclinarem em um
sorriso de desculpas. — A Lady Chefe ligou enquanto você estava falando com
Gwen. Ela está nos mandando sair daqui. O jato está sendo preparado. Temos
que ir, irmão.

— Mas o...

— Tenho certeza que Natasha pode cuidar de tudo. — Asher cortou


Wyatt.

— POTUS ligou. — Acrescentou AJ. — Ele precisa do melhor dos


melhores - também conhecido como Echo Team - na Venezuela. É urgente.

— Melhor minha bunda. — Asher revirou os olhos. — Bravo Team o dia


todo. Qualquer dia.

— É sempre assim com vocês? — Natasha perguntou quando Wyatt a


encarou novamente.

— O show de comédia? — Wyatt olhou em seus olhos, um pouco


preocupado agora. — Ou as operações?

— O constante aumento. — Ela respondeu enquanto Asher e AJ


continuavam suas idas e vindas sobre qual equipe era superior.

— Sim é. — Ele engoliu em seco. — Tudo bem?

— Você quer dizer, eu estou bem em me apaixonar por um herói? — Ela


enganchou os braços em volta do pescoço. — Sim, acho que posso lidar com
isso. — Disse ela antes que seus lábios se contraíssem nos dele.
NOVA YORK, UMA SEMANA DEPOIS

— Você realmente chamou nós dois aqui para isso? — Os olhos de Wyatt
se arregalaram com a visão diante dele. — O que o faz pensar que poderei
ajudá-lo a montar dois berços? — Ele se encostou no interior do batente da
porta na casa de Asher e sorriu.

AJ já estava no quarto dos gêmeos olhando em volta como se não tivesse


a mínima ideia de como ajudar. Pedaços dos berços estavam espalhados por
todo o tapete.

— Bem, você pode despir e remontar um rifle mais rápido do que


qualquer pessoa que eu conheço. — Disse Asher, os olhos em Wyatt. — Essas
camas não devem ser difíceis para você. — Asher estava com as pernas de
jeans esticadas no chão do quarto, um conjunto de instruções em seu colo. —
E AJ está aqui para o alívio cômico.

Com base no número de peças na sala, o processo de montagem não


seria tão fácil.

— Talvez tente virar as instruções ao lado em inglês. — AJ riu.


Wyatt se afastou da porta e tirou a jaqueta. — E eu odeio admitir isso,
mas Liam tem cerca de metade disso sobre mim. Tenho quase certeza de que
ele está praticando apenas para ganhar tempo sobre mim também.

— Provavelmente tem algo a ver com aquela aposta que fiz no mês
passado, quando estávamos entediados e esperando para girar para uma
operação. — AJ sorriu.

— Que aposta? — Wyatt perguntou.

— Eu e o Liam, ele não poderia se despir e montar uma arma longa mais
rápido do que você. — AJ se agachou ao lado de Asher e pegou as
instruções. — Eu presumi que você tinha na bolsa. Você sabe provar que a
Echo é melhor.

— Estou pensando que precisamos de algum tipo de confronto. — Disse


Asher enquanto Wyatt colocava sua jaqueta na cômoda de madeira branca
perto da porta. Até agora, era a única peça de mobiliário na sala, além de uma
cadeira de balanço branca. Pares de animais foram enquadrados em uma das
paredes amarelo claro, um tema da Arca de Noé.

E agora tudo o que ele conseguia pensar era no fato de que tinha perdido
a vida de Gwen e que ela ainda não tinha ligado para ele.

Ele teve que lembrar a si mesmo que haviam se passado apenas sete
dias. E se ele não tivesse acabado de voltar de uma operação na Venezuela
ontem, provavelmente teria perdido a cabeça sentado pela cidade olhando
para o celular.

— Estou pronto para isso. — AJ jogou as instruções de volta para Asher


como se fossem inúteis e agarrou um pedaço de madeira branca e fina do
chão.

— A qualquer hora. — Disse Asher com um sorriso provocador. —


Então, uh, como está Natasha?
— Falei com ela ontem à noite quando voltamos. Ela está bem. Apenas
frustrada. — A Echo Team teve que resgatar dois americanos que haviam sido
detidos ilegalmente por um grupo de milícia particular e, felizmente, a missão
foi um sucesso. Um passeio no parque em comparação com perseguir o
Knight.

— Será que ela se irritou por ser durona e ser malandra? — AJ perguntou
seu tom casual.

— Nah. O diretor Spenser a cobriu. Ele disse que ela estava trabalhando
disfarçada para evitar qualquer vazamento. Ainda bem que o temos em nosso
bolso. — Wyatt sorriu. — Ela desistiu antes de deixar o pai intervir e pagar a
fiança.

— É estranho que o pai dela esteja trabalhando conosco agora? — Asher


levantou uma sobrancelha.

— Sim, mas não é mais estranho do que ter o pai de Knox como POTUS.
— Wyatt brincou.

— Touché, irmão. — AJ inclinou a cabeça para o lado. — Você já disse


a ela que a ama?

— Ele acabou de conhecê-la. — Asher olhou para Wyatt. — Bem, eu


acho que você teve alguns choques no passado. Venha para pensar sobre
isso, é assim que todos nós agimos certo? Caímos rápido e com força.

— Exceto você e Knox. — AJ olhou para Asher. — Vocês, rapazes,


esperaram muito tempo para fazer um movimento. — Ele descartou tudo o que
estava segurando e se sentou na cadeira de balanço, que era um pouco
confortável para seu corpo.

— Você também? — Asher inclinou a cabeça para o lado, esperando


Wyatt responder. — E ela sabe?
— Eu não disse a ela. — Ele admitiu, mas seus sentimentos por ela eram
inegáveis.

— Então, AJ está certo. Você a ama. — Comentou Asher. — Eu sabia


que por baixo daquele exterior áspero havia um fofo.

— Fofo minha bunda. — Wyatt sorriu.

— E olha quem está falando. — AJ apontou para Asher. — Essa merda


de luta de MMA que você faz é apenas um ato para esconder o fato de que
você é o maior ursinho de pelúcia de todos nós.

Asher atirou um pedaço de madeira na direção de AJ, mas ele o agarrou


na frente do rosto.

— Sim, bem, Jessica não me quer mais lutando. Ela não ficou muito feliz
em saber que entrei em uma gaiola em dezembro. — Asher pegou as
instruções novamente.

Wyatt fez uma careta. — Desculpe de novo. Isso foi minha culpa. —
Depois de muitas rodadas de uísque, ele pensou que seria uma boa ideia
desabafar em um clube da luta underground.

— Não apenas um mole, mas você também está derrotado. — O lábio


de AJ tremeu enquanto ele tentava suprimir uma risada.

— Diz o cara que nem olhou para outra mulher desde que você conheceu
aquele agente do FBI no outono passado. — Enquanto ela atirava de volta. —
E você é muito covarde para realmente ligar para ela e convidá-la para sair.

— Sim, o que você está esperando, afinal? — Wyatt perguntou.

— Eu posso ter feito alguma pesquisa. Um pouco de Googling...

— Você a procurou no Google? — As sobrancelhas de Wyatt se


ergueram de surpresa.
AJ revirou os olhos. — Sim, e parece que ela se divorciou há alguns
meses. Acho que há um período de espera antes que você possa namorar
novamente, certo?

— Talvez se ela perdesse o marido em um trágico acidente, mas...


— Wyatt inclinou a cabeça, sorrindo. — Droga, você realmente gosta dela, não
é? Você não quer ser um rebote.

— Não deveríamos estar falando sobre Natasha? — AJ apontou para as


partes do berço no chão. — Ou pule para a parte em que tiro sarro de vocês
dois enquanto tentam juntar essas coisas?

E de volta aos berços. — Por que você me ligou em vez de alguém que
já fez essa montagem de berço antes? — Wyatt semicerrou os olhos para
Asher. — Quem te pediu para me distrair?

Ele precisava de uma distração, no entanto. Ele estava esperando


ansiosamente que Natasha trancasse o caso antes de visitá-la.

A conta que Balan hackeara na Suécia pertencia a Kate Ward e, dado o


dinheiro, era bem parecido com o que havia sido ganho financeiramente com
os hack ao longo dos anos pelo Knight - além disso, com Kate não tendo como
provar de que outra forma ela poderia adquirir os trezentos milhões - foi o
suficiente para o FBI segurar os Wards. Infelizmente, Kate e Felix só foram
colocados em monitoramento eletrônico enquanto a Agência e o FBI
trabalhavam para obter mais evidências para o caso.

Quanto a Jasper, ele estava de volta à custódia do MI6. Sua família e


irmã estavam seguras e, aparentemente, Balan mentiu para ele, e eles nunca
estiveram em perigo. Mas quanto ao que o MI6 planejava fazer com ele, Wyatt
não tinha certeza. A ideia de Jasper trabalhar para qualquer agência do
governo novamente como um homem livre o deixava doente, então com
alguma sorte, Natasha encontraria mais evidências para mandá-lo embora
também.
— Então, confesse. Quem disse que eu precisava de distração?
— Wyatt perguntou novamente.

— Quem você acha? — Asher apontou para AJ

Claro. — Sim, bem, vamos precisar de mais caras para isso. E se alguém
consegue entender as instruções, é Roman.

— Diga a ele para trazer cervejas. Estou totalmente fora. — Asher


ordenou enquanto ficava de joelhos e pegava as instruções novamente.

— Você ainda está olhando para o lado mandarim das instruções. —


Disse AJ com uma risada enquanto Wyatt pegava seu telefone.

— Muitas cervejas. — Asher resmungou.

— Você já imaginou que esta seria a nossa vida? — Wyatt perguntou,


parando um momento para avaliar a situação antes de telefonar para Roman e
encurralar as tropas para uma ajuda. — Que acabaríamos em uma missão de
fabricação de berços?

O olhar de Asher foi para Wyatt. — Não, mas agora eu não conseguia
imaginar um mundo onde isso não estivesse acontecendo. — Ele sorriu de
orelha a orelha. O grandalhão era moleque, não era? — Eu vou ter gêmeos.

— E eu tenho uma filha de vinte anos. — Wyatt apertou o telefone em


sua mão, seus pensamentos voltando para Gwen.

— Talvez depois que Natasha encerrar o caso, vocês dois terão algum
tempo para fazer um bebê. No mínimo, praticar bastante. — AJ. comentou.

— Você sabe. — Disse Wyatt com um aceno de cabeça. — Isso não é


uma má ideia. — Ele olhou para as partes do berço, — Mas primeiro os
reforços e...

— A cerveja. — Asher terminou com uma risada.


A RLINGTON

— Você realmente não pode nos dizer nada sobre o que aconteceu?
— A mãe de Natasha passou a tigela de purê de batatas para Gray, que estava
sentado ao lado de Jack na mesa da sala de jantar na casa de Natasha na
Virgínia. — Quero dizer, você tem mechas rosa no cabelo - o que é isso?

Ela tinha se esquecido de seu cabelo. Ela precisaria encontrar tempo


para dar uma passada no cabeleireiro em algum momento. — Ela sempre
pressiona você para obter detalhes? — Ela olhou para o pai sentado à
cabeceira da mesa de carvalho, que seu avô fizera com as próprias mãos antes
de falecer, anos atrás.

— Sim. — Mesmo sem uniforme, seu pai ainda parecia um almirante. A


coluna vertebral tão reta era como se alguém tivesse imobilizado suas
omoplatas para trás. Sempre as sobrancelhas ligeiramente inclinadas, um
olhar de cautela em seus olhos castanhos. O doce de peito não precisava estar
presente para dar a sensação de autoridade, a presença de comando
transparecia em seu tom de voz, em seu olhar frequentemente escrutinador e
protetor.

Wyatt conheceu seu pai antes, não enquanto seu pai servia como
almirante na Marinha, mas durante o trabalho ultrassecreto de Wyatt para
o presidente. E agora seu pai era secretário de Defesa e chefe direto de
Wyatt. Eles ainda não haviam contado ao almirante que eram um casal, e ela
não tinha certeza de quem estava mais nervoso com a conversa. Ela ou
Wyatt? Até mesmo a ideia deixou suas mãos suadas enquanto ela se sentava à
mesa.

Seu pai era um homem amoroso e atencioso quando se tratava de sua


família. E ele era protetor com seus homens na Marinha. Mas como ele se
sentiria por alguém que trabalhou para ele namorando sua filha? Ele nunca
tinha sido um fã de Dale e dela juntos, mas isso era diferente, e ela esperava
que, quando chegasse o momento certo, ele aprovasse.

Ela não mudaria de ideia sobre estar com Wyatt, mas seria bom se sua
família o aceitasse.

— Que tal conversarmos sobre sua busca por casa, já que meu caso
está classificado. — Embora, ela não se importasse de desabafar sobre o caso
que ainda não estava totalmente encerrado, embora seu maior adversário,
Balan, estivesse morto.

— Acho que podemos fazer uma oferta por um lugar aqui em Arlington.
— Disse sua mãe enquanto cortava seu bife. — É difícil acreditar que estamos
deixando Texas, mas esta nova promoção para o seu pai é emocionante.
— Seus olhos verdes se moveram para Gray. — Se eu pudesse fazer você se
mudar da Califórnia para cá, então estaríamos todos juntos novamente.

— E agora você também irá para San Diego em breve, eu acho.


— Natasha olhou para Jack. Ele se sentou tão majestoso quanto seu
pai. Costas rígidas. Postura perfeita. Mas, como Gray, Jack tinha um ótimo
senso de humor e, no momento em que não estava na presença do almirante,
deixava os ombros caídos e sentava-se em uma posição mais relaxada. —
Como é ficar fora do controle da CIA?

— É bom estar fora de Moscou, com certeza. — Jack tomou um gole de


sua cerveja. — Veremos se me arrependo da decisão depois de algumas
semanas trabalhando com esse cara. — Ele deu uma cotovelada nas costelas
de Gray.

Gray mastigou seu bife e disse: — Desculpe, esta viagem tem que ser
tão curta. Tenho que ir para o exterior por algumas semanas.

— Você pode, pelo menos, me dizer para onde está indo e no que estará
trabalhando? — Sua mãe levantou uma sobrancelha, os olhos em Gray, seu
garfo pairando sobre o prato.

— Apenas indo para algum lugar para matar alguns vilões. Não é grande
coisa. — Gray piscou.

Ela revirou os olhos e soltou um suspiro. — Como acabei com duas


crianças que colocam suas vidas em risco regularmente?

— Você os criou direito. — Os dentes brancos e retos de Jack brilharam


enquanto ele sorria.

— E por falar em crianças...

— Não comece mãe. — Gray resmungou com a boca cheia de comida.

— Eu estava falando com Jack. Perdi todas as esperanças com você,


Gray. — Os olhos verdes da mãe deles se voltaram para Jack, que era mais
como um irmão para Natasha do que um amigo. — Se você tiver filhos, posso
adotá-los como netos, uma vez que não parece que meus filhos terão algum?

— Descendência? — Gray deu uma mordida em um dos famosos


pãezinhos amanteigados de sua mãe e soltou um leve gemido de êxtase. —
Cara, eu sinto falta dessa comida.

— Então mova-se mais. Vou cozinhar para você todas as noites. — Ela
apertou a mão do marido e sorriu. — Não seria bom ter nossos dois filhos sob
o mesmo teto de novo?
— Não. — Seu pai disse com um aceno de cabeça. — Eles estão muito
velhos para morar conosco.

— Isso não foi o que eu quis dizer. — Ela pegou o garfo novamente. —
Mas de qualquer maneira, Jack, diga-me, você planeja se casar novamente e
ter filhos?

— Isso é um pouco pessoal, mãe. — Natasha estudou seu prato, seu


estômago roncando, mas ela não estava com vontade de comer.

Depois de ficar longe de Wyatt por quase dez dias porque seu caso não
estava trancado, ela estava ficando um pouco ansiosa.

Wyatt estava seguro em Nova York, no entanto, graças a Deus. Sua


operação foi rápida e bem-sucedida, mas eles concordaram em esperar para
se ver até que ela encerrasse o caso e tivesse evidências suficientes para
prender Kate para sempre. Agora, ela estava começando a se arrepender
dessa decisão.

— Tenho quase quarenta. Não tenho certeza se algum dia terei filhos.
— A voz de Jack estava um pouco mais baixa e rouca do que o normal. A mãe
dela deve ter acertado em um tópico sensível para ele. — Desculpe
desapontá-la, Sra. Chandler.

Antes que sua mãe pudesse dizer algo absurdamente ridículo, o que ela
certamente faria, a campainha tocou.

— Salvo pelo sino. — Gray disse com um sorriso enquanto Natasha se


levantava.

— Já volto. — Natasha verificou a hora em seu relógio G-shock ao sair


da sala de jantar para chegar à porta da frente.

Normalmente, ela era uma defensora da segurança, sempre verificando


suas câmeras antes de atender a porta, mas com sua família em casa, ela não
se incomodou.
Ela empurrou para o lado as cortinas ao lado da porta da frente para dar
uma olhada pela janela. — Wyatt. — Ela sussurrou surpresa cortando através
dela ao vê-lo parado do lado de fora.

Depois de algumas respirações profundas, ela abriu a porta.

Wyatt tinha uma bolsa de viagem ao lado de seus pés com botas, e
ela vagarosamente arrastou o olhar por suas pernas jeans para sua jaqueta de
lã preta e depois para seu rosto bonito.

— Oi. — Wyatt colocou as mãos em torno de seus quadris em um


movimento rápido e a puxou para seus braços. Ela se rendeu ao seu beijo
apaixonado, insanamente feliz por tê-lo ali. O mundo parecia certo
novamente. — Eu sei que concordamos em esperar. — Ele disse alguns
momentos depois, sua boca ainda perto da dela. — Mas eu estava perdendo
minha maldita cabeça. Eu precisava ver você.

— Estou feliz que você veio. — Ela ergueu o queixo para encontrar seus
olhos. — Senti sua falta.

— Dez dias era muito tempo. Melhor do que nossos anos habituais, eu
acho. — Sua voz estava rouca, sua excitação pressionando contra ela, e ela
mordeu os dentes de trás. A necessidade dele é intensa.

— Aham.

— Merda. — Disse ele com um suspiro. — Você não está sozinha. —


Wyatt puxou o braço e se afastou da porta, provavelmente para ajustar seu pau
duro.

— Papai. — Ela agarrou a nuca e apertou ao ver seu pai parado ao seu
lado.

— Almirante Chandler. — Wyatt disse ao enfrentá-los novamente.


Natasha deu um passo para o lado, permitindo que ele entrasse, e Wyatt
estendeu a mão para seu pai.

Seu pai lançou um olhar curioso para Natasha, o que significava que ele
havia testemunhado o beijo deles. — Uma palavra no escritório da minha filha,
Pierson.

Merda. Ele não perdeu tempo.

Wyatt ergueu as sobrancelhas quando os olhos dela encontraram


os dele, um toque de nervosismo à mostra. Isso fez os dois.

Ele seguiu seu pai pelo corredor lateral, e ela agarrou a bolsa de Wyatt
da porta e trancou, apenas para encontrar Gray e Jack em pé em sua sala de
estar, ambos parecendo curiosos e confusos.

— Quem é aquele? — Gray apontou o polegar em direção ao corredor


onde seu pai e Wyatt tinham desaparecido.

Suas bochechas aqueceram quando ela colocou a bolsa de viagem de


Wyatt no chão e entrou na sala de estar. — O ex-marido de Clara. O SEAL do
destacamento de Dale. — E bum, aqui vai.

— Há quanto tempo você está saindo com ele? — Ela ficou surpresa que
Gray até mesmo se lembrou de Wyatt do casamento, tão martirizado como ele
estava.

— Desde a operação da Argélia? — Jack falou, claramente somando


dois e dois agora.

Natasha avistou sua mãe saindo da cozinha com uma taça de vinho na
mão, e ótimo, agora ia virar uma festa da inquisição. Era seu trabalho
interrogar, não ser interrogada.
— Desde Montreal. — Ela finalmente admitiu, embora, para ser honesta,
seus sentimentos por Wyatt começaram na noite do casamento de Clara
e Dale, oito anos atrás, ela simplesmente os mantinha em espera.

— Ele estava com você no Canadá? — Gray cruzou os braços, de pé


defensivamente, mas tudo o que ela podia se preocupar era o que estava
acontecendo com Wyatt e seu pai. E provavelmente, Wyatt estava levando o
almirante e seu pai lá. Ambos igualmente intimidantes.

— Sim, ele me ajudou. Se não fosse por ele... — Se não fosse por ele,
não sei onde estaria.

— O que eu perdi? — Sua mãe perguntou.

— Tasha tem um namorado. — Jack disse preocupação gravada


nas linhas de sua sobrancelha.

Os olhos de Natasha foram direto para o corredor quando a porta do


escritório se abriu e seu pai saiu. Aquilo foi rápido. E ela não tinha certeza se
isso era uma coisa boa ou ruim.

— Ele é todo seu. — O almirante olhou para Gray com um aceno de


cabeça, e Gray sugeriu que Jack fosse com ele. O mesmo olhar curioso estava
nos olhos de seu pai, o que ele sempre usava, então não há ajuda para obter
uma leitura sobre o que ele pensava sobre Wyatt.

— Oh vamos lá. — Natasha caiu na espreguiçadeira da sala e


praguejou baixinho. — Dê um tempo para o cara.

— Isso é o que fazemos. — Disse seu pai quando a porta do escritório


se fechou e Gray e Jack estavam sozinhos com Wyatt dizendo Deus sabe o
quê. — E faz muito tempo que não conhecemos alguém com quem você
namorou. Temos que garantir que você não cometa o mesmo erro que
cometeu com Dale.
— Mais dinheiro desperdiçado em um casamento? — Ela mordeu fora,
ligeiramente irritada com a virada dos eventos desta noite. Ela queria Wyatt
sozinho, droga, não se assustasse. Claro, o que ela estava pensando? Este era
Wyatt. Ele não iria recuar.

— Não, querida não queremos que você sofra outro coração partido.
— Um vislumbre do lado terno de seu pai apareceu. — Eu gosto dele. — Era
como se ele estivesse elogiando um chef em um restaurante do jeito que ele
falou tão casualmente, no entanto. — E ele é um homem da Marinha, então
tem isso. Além disso, ele concordou em se mudar para cá para não interferir
no trabalho de Natasha ou tirá-la de nós.

— Papai. — Ela se levantou da cadeira, mas sua raiva diminuiu ao


perceber o que seu pai confessou. Wyatt estava realmente planejando
se mudar para a Virgínia? Eles não tinham falado sobre isso durante as horas
que passaram ao telefone todas as noites desde que ele voltou da América do
Sul.

— Eu não tinha tanta certeza sobre toda essa coisa de nobreza, no


começo, mas...

— Espere. — Sua mãe interrompeu. — O que? — Ela olhou para trás e


para trás entre seu marido e Natasha.

— Ele é um nobre. — Seu pai acenou com a mão desdenhosa no ar. —


Mas também um dos melhores atiradores do planeta, e como ele salvou nossa
garotinha mais de uma vez, parece que posso confiar nele para mantê-
la segura.

Sua mãe piscou surpresa e terminou o resto de seu chardonnay. O


comentário — salvando nossa garotinha— provavelmente induziu a reação
dela. Ela gostava de fingir que Natasha realmente era uma especialista em
telecomunicações, em vez de uma oficial da CIA. Isso a ajudava a dormir à
noite, ao ignorar a realidade da perigosa linha de trabalho de Natasha.
Houve um pouco mais de idas e vindas com seus pais antes de Gray e
Jack saírem do escritório. Eles haviam demorado mais que seu pai.

— Wyatt, você está bem? — Ela perguntou quando ele começou a andar
em sua direção, a jaqueta descansando sobre o braço.

— Melhor do que nunca. — Disse ele, seu tom rico e profundo.

Tão sexy, não é? Arrogante também.

— Bem, eu sou Marion Chandler, a mãe de Natasha, e é muito bom


conhecê-lo. — Sua mãe ofereceu a mão a Wyatt. — Você gostaria de ficar
para o jantar? Estávamos apenas começando.

Wyatt olhou para Natasha pedindo permissão. — Eu adoraria que você


ficasse. — Ela agarrou sua mão, malditamente curiosa sobre o que mais seus
protetores autoritários tinham perguntado a Wyatt. — Tem certeza que está
bem? — Ela sussurrou antes de entrarem na sala de jantar.

Ele soltou a mão dela, deslizou até a parte inferior de suas costas e levou
a boca ao ouvido dela. — Eu estarei assim que estivermos sozinhos.

***

— Mostre-me. — Wyatt estava de costas para a porta fechada do


quarto. Sem sapatos e meias, mas o resto dele completamente vestido. —
Mostre-me exatamente o que você estava fazendo consigo mesmo quando
conversamos ao telefone na noite passada. — O timbre profundo de sua voz
alcançou bem entre suas coxas como se tivesse sido sua mão.

Natasha tirou a calça jeans e chutou para soltá-la dos tornozelos, depois
se sentou de costas para a cabeceira da cama e tirou o moletom Texas A&M.
— Isso é tudo que você estava usando quando estava se tocando na
noite passada? Me deixando louco com todos aqueles pequenos sons de
choramingo que você fez no telefone? — O desejo engrossou seu sotaque
sexy.

Seus mamilos pressionados contra a blusa cinza com nervuras que ela
usava, sem sutiã por baixo. E ela sabia que provavelmente deixava Wyatt louco
agora, sabendo que ela estava sem sutiã na mesa de jantar sob o moletom
com Jack presente. Com toda a justiça, os sutiãs eram uma droga, e o material
de algodão do moletom era espesso o suficiente para esconder seus mamilos.

— Sim. — Ela praticamente suspirou, contorcendo um toque com os


olhos de Wyatt fixos em seu corpo, a necessidade e o desejo por ele
crescendo nas últimas duas horas enquanto ela esperava impacientemente
que sua família fosse embora. Todos os toques de Wyatt sob a mesa a
roubaram de palavras enquanto pensamentos sobre o que eles fariam juntos
uma vez que estivessem sozinhos encheram sua cabeça.

— Só a blusa e a calcinha? — Ele perguntou como se precisasse de mais


confirmação dela, ou talvez querendo que ela dissesse as palavras.

— Eu estava apenas de regata enquanto me tocava.

Ele deu um passo para fora da porta, tirou sua camisa branca de mangas
compridas e a jogou, permitindo que ela visse seu peito duro, a tinta em seu
braço, a parede dos músculos abdominais flexionando conforme o desejo
pulsava entre eles.

— Sem calcinha, então? — Seu olhar aquecido era como um comando


que ela queria desesperadamente seguir, e ela balançou os quadris,
removendo o tecido rosa. — Abra suas pernas. — Houve um som semelhante
a um rosnado que deixou sua boca enquanto ela seguia sua ordem, ansiosa e
ansiosa para que ele a enchesse, para mergulhar profundamente agora que
eles estavam sozinhos e ela estava livre para gritar seu nome.
— E o que você estava fazendo quando estávamos no telefone ontem à
noite? — Ela deslizou o dedo ao longo da costura de seu sexo molhado,
atraindo seus olhos, e ela inclinou a cabeça para trás para descansar contra a
cabeceira de couro preto.

Ele trabalhou em seu jeans. Movimentos dolorosamente lentos, como se


ele estivesse gostando de vê-la se contorcer de excitação e necessidade. Uma
vez que ele estava livre de jeans e boxers, ele envolveu uma mão em torno de
seu eixo e deslizou a palma da raiz às pontas. Ela quase tirou sangue de seu
lábio enquanto observava sua grande mão trabalhar para cima e para baixo.

— Quanto mais você vai me fazer esperar? — Ela apertou as pernas ao


redor da mão, preocupada em sair antes mesmo que ele subisse na cama com
ela.

— Eu só quero assistir um pouco mais. Vingança por todos aqueles


gemidos que você tem feito ao telefone que me fez perder a cabeça esperando
por este momento. — Ainda segurando seu comprimento, ele caminhou mais
perto da cama.

Ele finalmente se juntou a ela, com os pés no chão, e ela interpretou isso
como sua deixa para assumir o comando.

Ela jogou fora a blusa, agarrou uma embalagem de alumínio e a


abriu. Eles já haviam tido três noites de preliminares por telefone.

Wyatt rolou a borracha sobre seu pau duro. — Monte meu pau. — Ele
murmurou com uma voz gutural.

Suas coxas ficaram tensas e seus ombros tremeram com suas


palavras. Ele colocou as mãos em torno de seus quadris, e as pontas dos
dedos morderam a carne das bochechas de sua bunda.

Se ajoelhando ao lado dele na cama, ela então se reposicionou de forma


que suas pernas estivessem enroladas ao redor de seu corpo.
Seus lábios encontraram os dela em um beijo ardente e esmagador
quando ela se abaixou sobre ele, e ele gemeu com o contato quando ela o
tomou centímetro a centímetro.

Um miado deixou sua boca quando ele afundou dentro dela. Ela apertou
as paredes de seu sexo e se mexeu antes de voltar a cair.

Seu batimento cardíaco, sua respiração, seus movimentos


estavam perfeitamente em sincronia com os dele enquanto faziam amor.

— Estou tão feliz que você está aqui. — Ela gritou enquanto se esfregava
contra ele.

— Eu também, Sunshine.

Luz do sol, ela poderia se acostumar com isso.

As pontas dos dedos dela se enterraram em seus ombros enquanto ela


se levantava e batia de volta no chão uma e outra vez.

— Você se sente tão bem. — Disse ele entre beijos. — Eu perdi


isso. Senti sua falta.

Ela prendeu os tornozelos nas costas dele para que ficassem tão
apertados quanto humanamente possível, e ela esfregou e se moveu, atingindo
seu ponto sensível, criando mais fricção e calor. Então ela arqueou as costas
e cedeu ao orgasmo, incapaz de se conter.

Ele lançou segundos depois, beijando-a quando seu clímax o atingiu. —


Deus, isso foi incrível. Você é incrível. — Ele trouxe sua testa para a dela,
suas mãos apoiando suas costas para manter sua posição. — Vamos fazer
isso de novo quando eu recuperar o fôlego.

— Sim por favor. — Ela lentamente desconectou seus corpos, e ele


descartou a camisinha na suíte enquanto ela vestia o robe de seda rosa.
Ele pegou um par de moletom cinza que trouxera com ele e o vestiu antes
de irem para a cozinha para tomar vinho.

— Você ainda não me disse o que eles disseram a você. — Disse ela
enquanto ele servia dois copos de branco.

— Como eu poderia? — Ele sorriu. — No momento em que eles saíram


você basicamente me atacou.

Verdade. No segundo que ela trancou a porta da frente, ela pulou em


seus braços e colocou sua boca na dele. — E você amou cada minuto.

— Certo.

— Então? — Ela pegou o copo que ele estendeu e apoiou o quadril no


balcão da ilha. — O que eles disseram?

— Não foi nada que eu não pudesse lidar. Acho que Jack foi o mais
protetor de você, surpreendentemente.

— Provavelmente porque ele está me protegendo, literalmente, há anos,


enquanto estou com a Agência. Ele é um amigo da família também, então sua
necessidade de cuidar de mim se espalhou para minha vida pessoal. Não
tenho certeza se ele saberia como parar. — Ele deu um passo na frente dela,
e ela colocou a palma da mão em seu peito liso. — Ele tem boas intenções.

— Eu esperava a inquisição, só não esperava esta noite. — Ele ergueu


a taça entre eles para um gole de vinho. — Mas estou feliz por ter a chance de
conhecer toda a sua família. Para ser honesto, eu estava nervoso.

— E agora?

— Eu me sinto melhor. — Admitiu ele e com base em quão bem o jantar


tinha corrido, ela presumiu que tudo estava bem, mas ela queria ouvir isso dele.

— Papai mencionou que você pode se mudar para cá.


— Eu estava pensando sobre isso. Além do Colorado, que é mais uma
casa de férias, eu realmente não tenho um endereço permanente. — Ele
colocou sua taça de vinho de lado, e ela fez o mesmo. — O que você acha?
— Suas mãos foram para os quadris dela, e ele a puxou para mais perto dele,
suas costas agora rentes à ilha. — Você quer nos dar uma chance?

— Isso já foi uma pergunta? — Ela desafiou sua voz leve, seu corpo
relaxado do orgasmo.

— Eu só gosto de ouvir você dizer isso. — Ele sorriu. — Mas, só para


você saber, pedi permissão a seu pai e irmão para casar com você. Você sabe,
para quando chegar a hora certa.

Ela piscou surpresa. — O que?

— Não tenho ideia de quando estaremos todos juntos novamente, e sou


um cara que gosta de estar preparado. Eu irei pedir-lhe para casar em algum
momento, e eu gostaria de fazê-lo direito. Receber a bênção deles primeiro,
que consegui obter.

Seu peito apertou lágrimas ameaçando. — Eu não sei o que dizer. — Ela
respirou fundo e deixou ir, na esperança de desacelerar o pulso. — Isso
significa que você superou a coisa toda, você só é bom em atirar e fazer sexo?

— Oh, eu ainda estarei fazendo muitas filmagens. Ainda mais sexo, mas
não consigo imaginar fazer nada se você não estiver na minha vida.

— Então, você aprendeu que é capaz de amar?

Ele trouxe sua testa para a dela, seu aperto em seus quadris
apertando. — Eu tenho uma boa professar. — Sua respiração estava instável
quando ele sussurrou: — Obrigado por não desistir de mim.

— Você também. — Ela disse suavemente. Suas mãos deslizaram entre


eles para desatar o nó de seu manto de seda rosa. — Pronto de novo tão
cedo?
— Estou sempre pronto com você. — Ele espalmou seu seio e beliscou
seu mamilo, então deslizou a outra mão entre suas pernas, deslizando um dedo
ao longo de seu sexo, descobrindo o quão molhada ela ainda estava para
ele. — Droga, Tash. Você estava louca por mim, não estava?

— Estou começando a pensar assim. — Ela pressionou a boca na dele,


mas o beijo foi interrompido pela campainha. Sempre com as
interrupções. Isso precisava mudar.

— Quem diabos está na porta tão tarde? — Uma sensação de alarme


perfurou seu corpo. — Você tem câmeras, certo?

Ela verificou a hora. Onze da noite. — Sim. — Ela apontou para a


pequena tela no corredor, que exibia a visão da câmera posicionada do lado
de fora da porta da frente.

Ele começou a ir para a tela enquanto ela dava um nó no robe. — Quem


é esse?

— Há um envelope na sua porta. Não vejo ninguém lá. — Ele pegou uma
9 mm de sua bolsa de viagem. — Fique para trás apenas no caso.

— Podemos retroceder a filmagem antes de você abrir a porta. — Ela


sugeriu seu pulso acelerando ao ver a arma dele, com a preocupação dele de
que havia perigo à espreita do lado de fora.

Balan estava morto, mas Kate Ward descobriu sua verdadeira identidade
e enviou alguém atrás dela? Ela duvidava disso, mas...

— Apenas fique para trás, por favor. — Ele insistiu, então abriu a
porta. Movendo-se para fora em seus pés, ele fez uma varredura rápida no
perímetro antes de retornar com o pacote. Ele trancou atrás dele, guardou sua
arma e a encarou. — É leve. Algo do tamanho de uma peça de xadrez, talvez.
— Ele rasgou o pacote.
Ela tropeçou para trás ao ver o pequeno Knight branco em sua mão
enquanto ele deixava o envelope amarelo 8x11 cair no chão.

— Mesmo em sua morte. — Seus ombros tremeram. — Mudei-me


desde a última vez que ele me encontrou. — Parece que estou me mudando
de novo. Balan estava morto, mas seu entregador tinha seu endereço, então...

— Não é apenas uma peça de xadrez. — Ele torceu a parte inferior e


levantou a parte superior, separando-a em duas partes. — É um pen drive. Ele
deve ter providenciado o envio, se algum dia ele morresse.

— Eu não entendo.

— Acho que devemos dar uma olhada nisso. Seu laptop pessoal está em
seu escritório?

— Sim. — Uma vez em seu escritório, ela se sentou em sua mesa e


colocou o pen drive em seu computador pessoal. Ela não podia correr o risco
de carregar um dispositivo de Balan em seu laptop da CIA. — Por que ele está
fazendo isso?

Ele apontou para a tela. — Duas pastas. Experimente o primeiro.

Ela clicou. Um arquivo MSWord. — Oh Deus.

Wyatt se inclinou sobre seu ombro e leu em voz alta: — Se você está
lendo isso, significa que estou morto e você ganhou o jogo. Eu sou um homem
de honra, no entanto. Aqui está tudo que você precisa para garantir que a Kate
vá para a prisão por um longo tempo. As informações da conta bancária e onde
o resto do dinheiro está escondido também foram incluídas. Parabéns pelo
xeque-mate. Atenciosamente, Alexander Balan.

Ela se recostou em completo choque. — Eu não entendo. Isso é real?

— Ele não quer Kate correndo livre. Faz sentido, eu acho. Além disso,
ele é louco, então...
Ela clicou no segundo arquivo, ainda sem ter certeza se podia acreditar
que isso estava realmente acontecendo. Havia centenas de documentos
dentro da pasta. — Isso é real? — Ela folheou os documentos um por um. —
Isso é tudo. Cada hack. Cada terrorista com quem ele trabalhou. — Ela
agarrou seu peito, seu coração batendo muito forte e muito rápido.

— Parece que você vai ter o suficiente para derrubar não apenas Kate
Ward, mas você tem uma lista de idiotas terroristas para perseguir também.
— Ele agarrou seu ombro e apertou.

— Acabou. — Disse ela, com lágrimas escorrendo pelo rosto. —


Finalmente acabou. — Nos termos de Balan, mas neste ponto, ela aceitaria.

— Parece que você vai ficar ocupada. — Ele girou a cadeira dela para
ficar de frente para ele, então se ajoelhou na frente dela e juntou suas mãos
entre as palmas das mãos. — Mas havia uma coisa que eu queria te perguntar.

— Sim? — Ela fungou, mais lágrimas de alívio escorrendo.

— Venha para Londres comigo. Depois que você entregar as evidências


e as enfermarias serão trancadas... Vem comigo?

Seu lábio tremeu enquanto ela repetia suas palavras em sua cabeça,
dando sentido a sua pergunta. — Isso significa que você vai falar com Gwen?

— Eu preciso dar tempo a ela, mas não consigo lidar com a mentira entre
nós. — Seus olhos ficaram brilhantes. — E é hora de eu enfrentar meus
próprios pais novamente. Tenho algumas coisas a dizer e eles precisam saber
que não estou tão fodido. — Ele lançou-lhe um sorriso torto. — Quer dizer, se
você se apaixonou por mim, eu não posso ser tão ruim, certo?

Ela meio que chorou e riu de suas palavras, então puxou sua mão livre
de seu toque para acariciar sua bochecha. — Como você sabe que eu te amo?
Ele roçou a ponta de seu nariz no dela antes de trazer sua boca perto de
seus lábios. — Porque eu me apaixonei muito por você e espero que você sinta
o mesmo que eu. — Ele fez uma pausa. — Você?

— É claro. — Disse ela enquanto mais lágrimas fluíam livres. — Claro


que eu te amo.

LONDRES , TRES SEMANAS DEPOIS

A casa dos Montgomery em Londres parecia diferente da última vez que


Wyatt visitou. Claro, era inverno agora, em vez de outono, quando ele estava
lá para o funeral de Arthur. No entanto, parecia haver mais vida lá fora
hoje. Canteiros de flores que poderiam suportar o inverno cercavam a casa,
adicionando toques de cores que ele não lembrava. Ele estava planejando falar
com sua filha, entretanto, então talvez fosse esperança o enchendo quando da
última vez tinha sido tristeza e dor.

Com Natasha ao seu lado, ele teve coragem de ir até a porta e encarar
a filha. Ele ainda não tinha certeza do que ia ser, mas não podia esperar mais.

Ele tinha falado com sua mãe por telefone na semana passada. Ela
confessou que ficou curiosa ao longo dos anos sobre Gwen, mas estava com
muito medo de empurrar. Levaria algum tempo para superar esse fato, mas ele
queria forjar um novo plano, um novo futuro, então guardar rancor e culpar não
faria bem a ninguém.
E nada impediria Wyatt de seguir em direção à porta da frente de
Charlotte. Ele se recusou a perder mais vinte anos da vida de Gwen por causa
de alguma noção equivocada de que ele seria um pai tão ruim quanto seu pai.

— Você consegue fazer isso. — Natasha apertou a mão dele enquanto


desciam o caminho de paralelepípedos, as nuvens se aproximando,
ameaçando chuva.

— Obrigado por estar aqui.

Ela olhou por cima do ombro para ele. — E obrigada por esperar até que
eu pudesse ir com você.

Quando Natasha entregou o drive USB de Balan para a CIA, a Agência


havia conseguido não apenas evidências suficientes para afastar os Wards e
Jasper, mas Balan forneceu informações significativas que permitiram que
vários pacotes-alvo fossem reunidos para derrubar HVTs ao redor do
mundo. O Bravo Team, junto com AJ e Roman, estava no meio da tarefa
derrubando um alvo agora.

Wyatt não estava disposto a agradecer a Balan, mas em toda a loucura,


pelo menos algo de bom veio disso. Por outro lado, Natasha conseguiu
convencer o governo a pegar os trezentos milhões dos hacks, que incluíam os
150 que Balan havia transferido para Natasha, e dividi-los entre as famílias das
vítimas afetadas por Kate Ward e Alexander Balan ao longo dos anos.

Não era mais dinheiro de sangue, era a mensalidade da faculdade para


os filhos dos soldados que morreram na queda do helicóptero na
Argélia. Tratava-se de tratamentos de câncer pagos integralmente para a
esposa de outra vítima de Balan. Foi o dinheiro que a esposa do oficial caído
da CIA decidiu doar aos guerreiros feridos. E muito mais.

Natasha tinha sido uma campeã para aquelas pessoas. Ela era
realmente um ponto brilhante no que poderia ser um mundo escuro.
Wyatt apertou a mão dela com força assim que eles pararam na frente
das portas duplas. — Eu realmente amo você. — Disse ele antes de tocar a
campainha, seu coração batendo forte.

— Eu também te amo. — Natasha respondeu assim que uma das portas


se abriu, revelando sua filha de aparência surpresa.

— Eu, hum... — Gwen deu um passo para trás, e Wyatt viu a bagagem
ao lado da porta. — Eu só estava indo encontrar você.

— O que? — Suas sobrancelhas se ergueram em choque, e ele teve que


se conter para não estender a mão para um abraço que provavelmente seria
estranho para os dois.

— Seu rosto sarou. — Gwen sorriu à frente, piscou algumas vezes e deu
um passo para o lado, oferecendo-lhes entrada.

— São muitas sacolas. — Comentou Natasha.

Gwen corou e colocou o cabelo loiro atrás das orelhas. — Eu esperava


ficar nos Estados Unidos por alguns meses.

— Você estava? — Ele não conseguia se livrar do choque.

— Eu não sabia onde você estava morando, mas tive a sensação de que
se encontrasse Natasha. — Começou Gwen. — Eu encontraria você.

— Não estou exatamente na lista. — Disse Natasha com um sorriso.

— Sim, mas você provavelmente deveria fazer um trabalho melhor em


se esconder onde você mora. Eu encontrei você muito rapidamente. — Ela
encolheu os ombros. Gwen realmente era um gênio da computação, não era?

— Como você sabia meu sobrenome? — Natasha perguntou um toque


de orgulho em seus olhos.
— Aquele hacker malvado chamou você de Chandler e Natasha
enquanto estávamos no auditório, e imaginei que vocês fossem da CIA,
então... — Outro encolher de ombros. Um toque de modéstia na curva de seus
lábios, na inclinação de seus ombros.

— Você não invadiu a Agência, não é? — Ele não queria que sua filha
fosse presa no segundo que o avião dela pousasse nos EUA

— O que, hum você está fazendo aqui? — Gwen desviou.

Wyatt enfiou as mãos nos bolsos do casaco, tentando formular as


palavras que provavelmente deveria ter praticado antes de gozar.

— Sua mãe está aqui? — Natasha perguntou.

— Na cozinha. — Gwen apontou para o corredor atrás dela.

— Eu vou dizer olá. Por que vocês dois não conversam? — Natasha
colocou a mão no braço de Wyatt, oferecendo seu apoio, então ela deixou a
entrada em busca da cozinha.

— Quer dar um passeio? — Gwen o evitou sem esperar por uma


resposta, agarrou sua jaqueta e abriu a porta da frente.

Ele a seguiu para fora e eles começaram a caminhar ao longo do


caminho em direção aos fundos da propriedade. Ele permaneceu quieto, ainda
sem saber o que dizer ou como expressar seus pensamentos.

— Eu li a história seguinte sobre o que aconteceu em Montreal. Os


jornais dizem que Kate e Felix Ward irão para a prisão. Jasper também. Mas
eles não estariam na prisão enquanto Kate.

— Você lê o jornal? Você não recebe suas notícias online como a maioria
das pessoas da sua idade?

— Eu posso ser velhaco quando eu quero.


Talvez Wyatt fosse o único desviando agora. Ele não tinha certeza se
estava preparado para falar sobre a busca de vingança de Balan ou as pessoas
que foram responsáveis por quase matar Gwen e Natasha.

— Felix não era tão ignorante quanto aparentava. — Ele admitiu. — Mas
também está lidando com alguns outros processos. — Wyatt tinha a sensação
de que Gwen também conhecia essa parte. — Algumas mulheres da Cyber X
se manifestaram sobre o comportamento inadequado de Felix. — A ideia era
horrível demais para ele dizer em voz alta. Não apenas o repeliu, mas
despertou seu cérebro de atirador e fez seu dedo no gatilho coçar ao saber
que Ward tentara fazer Gwen dormir com ele em troca de um emprego.

— Há um grupo de mulheres na Cyber X que vai assumir a empresa


agora, certo? Um grupo incrível e diversificado de mulheres incríveis. Graças a
Deus, algo de bom veio da queda de Felix da fama. — Disse ela. — Mas, hum
quanto tempo você está em Londres?

— O quanto que você queira que eu esteja. — E essa era a verdade. Ele
deixaria de lado sua posição como Eco Um pelo tempo que Gwen
precisasse. Ele não podia perder a vida dela. Sua mãe e Charlotte estavam
erradas sobre ele. Ele teria escolhido sua filha acima de tudo, mesmo aos
dezoito anos.

— Eu honestamente gostaria de dar o fora daqui. Talvez passe algumas


semanas em Nova York antes de alugar um apartamento perto de onde você
está morando. Existem algumas escolas excelentes em DC para as quais eu
poderia me transferir no outono.

Ele piscou. Mais surpresa passando por ele.

Ela queria conhecê-lo. Alugar um apartamento e ir para a escola


próxima. Isso estava realmente acontecendo?

— Meu vigésimo primeiro aniversário é no mês que vem. Não consigo


imaginar um lugar melhor para comemorar do que a Big Apple.
Vinte e um. Nova York. Um aniversário.

Ele teria uma parada cardíaca com a ideia. E se...

Ele não conseguia pensar como um operador agora. Além disso, era
apenas o início de fevereiro. Ele teve tempo de bolar um plano para o
aniversário dela, uma forma de garantir sua segurança.

— Eu adoraria que você viesse para os EUA. — Ele finalmente admitiu


enquanto ela apontava para um banco nos fundos da casa em uma área
de pátio. Ele se sentou e se virou para o lado para encará-la. — Por quê?

Ela mexeu no zíper de sua jaqueta antes de olhar para ele. — Mamãe me
disse a verdade dois dias atrás. Ela me disse que você nunca soube de mim,
não até um pouco antes de vir para Montreal.

O sangue jorrou de seu rosto como se ele estivesse saltando de um


helicóptero de cabeça para baixo. — Ela fez?

— Ela disse que papai queria que eu soubesse a verdade depois que ele
morresse, e ela quase fez isso, mas então ela pirou que eu odiaria ele e ela.
— A emoção cortou suas palavras, e foi um facão em seu coração ouvi-la e vê-
la sofrer. Essa era a última coisa que ele queria. — Eu sei por que você não me
contou no hotel. — Seus lábios se apertaram como se ela estivesse lutando
contra as lágrimas. — Você ia levar a culpa e me deixar odiar você, então eu
não o culparia... porque ele se foi.

Ele fechou os olhos, tentando canalizar a força de que precisava para


superar isso.

— Ele queria que você estivesse na minha vida, no entanto. Ele me pediu
perdão e então me disse para pedir perdão a você também.

Ele abriu os olhos com as palavras dela. — Eu não entendo.


— Havia uma carta que mamãe deveria me dar depois que ele
morreu. Papai escreveu quando estava doente. Ela me deu outro dia.

Wyatt cobriu a boca com a palma da mão, tentando envolver a cabeça


em tudo.

— Ele também disse que te perdoa por ir embora. E o que aconteceu


com mamãe não foi sua culpa. — Ela ficou quieta por um momento, as lágrimas
começando a escorrer por suas bochechas, seus olhos azul-acinzentados
brilhando. — Mamãe me contou o que realmente aconteceu naquela
época. Ela disse que papai estava traindo e ela estava com raiva. Ela, hum
usou você. — Ela passou as costas das mãos nas bochechas.

— Éramos todos muito jovens. — Ele engoliu em seco, esperando que


sua voz continuasse a funcionar. — Mais jovem do que você agora. Não tão
madura quanto você, pelo que parece.

— Você teria me querido se soubesse a verdade naquela época? — Ela


piscou para afastar o resto do líquido de seus olhos.

— Sim, mas também sei que Arthur deu a você uma vida que acho que
não poderia ter. Sua mãe estava certa em se preocupar comigo. Eu era
selvagem e odiava ser amarrado à vida de um nobre. Entrei para o exército e
nunca tive um endereço permanente.

— Você não precisa justificar o que eles fizeram.

— Mas se eu tivesse você na minha vida naquela época, eu sei no meu


coração, eu teria feito de você uma prioridade. — Porque eu não sou meu
pai. — Não podemos mudar o passado, no entanto. E parece que seu pai fez
um ótimo trabalho criando você.

Ela sorriu, outra lágrima escapando. — Mas o sangue parece correr mais
espesso. — Sua atenção se voltou para o rosto dele. — Talvez eu seja
mais como você.
Agora ele ia chorar em um segundo sangrento, mas fez o possível para
manter a compostura. Para ficar forte. — Não sei de onde você tirou a
inteligência do seu computador. Estou bem, mas sou muito melhor atirando.

Merda, ele ainda tinha que dizer a ela que era um atirador
profissional. Ela não precisava saber sua contagem de mortes, mas...

— Oh. — Ela começou seu sorriso se alargando. — Você deveria me ver


com uma arma. Não estou tão mal.

Ele apertou o peito com as palavras dela. Ela realmente era sua filha, não
era? — Eu poderia levar você para a cadeia nos Estados Unidos.

— Gostaria disso.

— E talvez pudéssemos ir pegar um sorvete? — Ele lembrou que ela


gostava de seu lugar favorito em Londres também. — Ou pizza? O que você
quiser fazer.

— Podemos trazer Natasha conosco. Não quero deixá-la com


mamãe. Isso seria simplesmente mau.

Ele riu. — Natasha é muito dura. Ela pode cuidar de si mesma.

Gwen se levantou e ele também se levantou, com as pernas um pouco


trêmulas. — Sabe, devo ter dado uma olhada em seu arquivo de serviço antigo.

Ele arqueou uma sobrancelha. — Meu arquivo?

— Apenas uma olhada rápida. — Ela deu aquele humilde tipo de


encolher de ombros inocente novamente. — Parece que você é um grande
herói.

— Eu não me chamaria assim.

— E como você se chama?


Agora? Agora sou pai. Ele sempre foi um Teamguy, e Echo Um. Mas
agora ele era um pai. Ele era um homem apaixonado por uma bela e talentosa
agente da CIA. Ele tinha muito mais do que jamais acreditou que poderia
ter. Mais do que ele sabia que queria.

— Hm. Parece que você é humilde. — Ela disse quando ele não
respondeu. — Eu gosto disso. — Ela começou a andar. — Estou pensando
que gostaria de fazer o tipo de trabalho que você faz quando for um pouco mais
velha.

Ele congelou com as palavras dela. — Você está falando sério?

Ela levantou um ombro e sorriu. — Veremos.

— Então. — Ele disse quando eles começaram a andar novamente, e


seu coração quase explodiu em seu peito quando ela pegou sua mão. — Você
pode, hum me contar mais sobre você?

— Como o quê?

— Você sabe. — Ele olhou para ela e sorriu. — Tudo.

***

Wyatt havia adivinhado sua decisão de ir para a casa de seus pais uma
dúzia de vezes em seu caminho para lá. Esta nem era a casa em que ele
cresceu. Seus pais finalmente diminuíram o tamanho no ano passado. É claro
que sua definição de redução ainda significava comprar uma casa na casa dos
dez milhões de libras. Mas talvez ele tenha tomado a decisão certa ao
confrontar seus pais.

Porque depois de trinta minutos, uma conversa unilateral onde Wyatt


desabafou sobre tudo e qualquer coisa que já passou por sua mente, ele
realmente se sentiu um pouco melhor.
Seu pai tirou os óculos e os colocou de lado antes de se levantar da
cadeira. — Você é igual a minha mãe, não é? — Suas palavras não foram
cortantes ou defensivas, a maneira típica como ele falava com ele ao longo dos
anos. Foi também como se sua declaração fosse uma declaração de rendição.

Os olhos cinzentos de seu pai baixaram para o chão e suas mãos foram
para os bolsos de sua jaqueta de tweed marrom. — Sua avó era como
você. Despreocupada. Espírito livre. Ela odiava ser amarrada. Odiava ser uma
dama e, por mais que amasse meu pai, lamentava a vida que foi forçada a levar
por causa disso. — Seu tom era nítido. Decisivo. Aceitando. Ou talvez
perdoando, mas para quê, Wyatt não tinha tanta certeza. — Pop sempre teve
medo que ela o deixasse. Viveu sua vida se preocupando com isso.

— Mas ela não fez isso. — Wyatt não sabia aonde seu pai queria chegar
com essa história, mas ele sempre foi orgulhoso de sua avó. Ela disse que eles
eram almas gêmeas, e ele supôs que havia muita verdade nisso porque eles
eram muito semelhantes em natureza. Apenas, ele foi embora, quando ela não
o fez. — O que você está tentando dizer?

— Eu vi o quanto você era parecido com ela quando estava crescendo.


— Ele beliscou a ponta do nariz e ergueu os olhos normalmente frios. Hoje,
eles eram mais leves, menos metal e melancolia. — Acho que passei a maior
parte de sua jovem vida me preocupando que você me deixasse do jeito que
Pop sempre se preocupou que ela o deixasse. Porque eu vi muito dela em
você.

Wyatt se afastou de seu pai, processando sua admissão. A verdade de


suas palavras o cortou. Era como se seu pai estivesse usando uma máscara
por anos e finalmente a tivesse tirado.

Após o divórcio de Wyatt com Clara, ele passou seu tempo dedicado ao
trabalho, acreditando que nunca poderia amar. Ele empurrou a todos para
evitar qualquer tipo de dor. Ele nunca pensou que seria capaz de se relacionar
com seu pai, mas talvez pudesse. Talvez ele fosse mais parecido com ele do
que pensava. Tomando medidas preventivas para proteger seu coração, como
seu pai havia feito com ele.

Seu pai se importou tanto que ele acidentalmente construiu uma parede
entre eles? Uma sensação estranha, uma sensação de calma, fez sua pele
formigar e os músculos tensos de seu corpo relaxaram.

— Eu coloquei distância entre nós, esperando que você nos machucasse


ao partir, e talvez eu tenha sido aquele que realmente te afastou. — Seu pai
confirmou sua teoria. — Eu sinto muito. A maneira como tratei você ao longo
dos anos foi errada. E para o inferno com o que as pessoas pensam você
é meu filho. Mesmo se você for um Pierson agora. Tinta e tudo.

Wyatt o encarou lentamente, sua garganta engrossando com a quebra


na voz de seu pai. Calafrios se formando, uma sensação rara para ele. Ele não
tinha certeza do que causou a mudança no coração, mas ele aceitaria.

— E eu estava preocupado que você tivesse machucado Gwen


também. Você descobriria que ela é sua filha e a deixaria. — Wyatt fez uma
careta com as palavras de sua mãe. — Mas eu estava errado, não
estava? Porque você está aqui e trouxe alguém de quem gosta com
você. Você encontrou o amor.

— Você está pensando em se casar com ela? — Ele seguiu a mão de


seu pai enquanto tirava uma caixa do bolso. — Se você quiser perguntar a ela,
bem, você pode fazer isso com este anel, se quiser.

Wyatt pegou a pequena caixa de couro de seu pai, sentindo como se


estivesse se movendo em câmera lenta. Todo este dia foi uma espécie de
sonho.

— Era o anel da sua avó. — Continuou o pai. — Ela queria que você
tivesse se encontrasse alguém que, uh, não fizesse você se sentir tão
amarrado. Palavras dela.
Wyatt olhou para o diamante, que estava cercado por esmeraldas verdes
pálidas, da mesma cor dos olhos de Natasha.

— Obrigado. — Ele piscou para conter as lágrimas que tentavam se


soltar e enfiou a caixa no bolso do casaco. Ele nem tinha tirado o paletó quando
ele e Natasha chegaram, presumindo que seria uma visita rápida. — E sim,
pretendo perguntar a ela. Também pretendo ter mais filhos.

O rosto de sua mãe iluminou-se com a menção de — herdeiros. — como


ela os chamava.

Com o anel no bolso, havia apenas uma coisa em sua mente agora, no
entanto. E ele estava impaciente demais para esperar. E sabia o que queria e
foi uma vida com Natasha.

— Você pode me dar licença? — Ele gaguejou, então saiu correndo da


sala sem dar a seus pais a chance de dizer mais. — Natasha. — Ele gritou em
busca dela.

Ela estava sentada na bancada de café da manhã na enorme cozinha. —


Estamos fugindo? — Ela perguntou em torno de um pedaço de um
dinamarquês.

— Só para trás. — Ele agarrou a jaqueta dela desde que ela tirou a dela,
e eles rapidamente saíram.

— Este lugar é deslumbrante, a propósito. — Ela fechou o zíper do


casaco, e sim se mudando para os jardins na propriedade dos fundos. Muitas
flores. Como ele nunca notou todas as flores em todos os lugares que ia
antes? — E você realmente cresceu em uma casa cinco vezes o tamanho
desta?

Eles se aproximaram da borda do terraço, a linha do céu de Londres à


vista.
Sua mãe os havia feito um grande tour pelo lugar quando eles chegaram,
gabando-se de que o presidente Reagan uma vez ficou na casa durante sua
presidência. Natasha sorriu e acenou com a cabeça como se estivesse
impressionada, embora ele soubesse que ela não era materialista ou
interessada em tais detalhes, mas ela foi educada e deu uma demonstração de
estar enfeitiçada por sua mãe.

— Sim, mas, hum. — Ele a encarou e pegou sua mão, ansioso demais
para fazer ou dizer mais do que o que havia planejado.

— O que é isso? — Seu sorriso era como uma promessa de amor


e esperança, um lembrete de que havia coisas boas no mundo.

— Essa coisa entre nós é uma loucura. Quer dizer, nos conhecemos no
casamento de nossos ex há oito anos e, naquela época, nunca teria imaginado
que estaria aqui em Londres com você, muito menos ser pai de uma pessoa
de quase 21 anos.

As primeiras gotas de chuva caíram lentamente e ela as ignorou. A água


atingiu suas bochechas. Seus cílios. Os lábios dela. Ela simplesmente olhou
para ele como se estivesse hipnotizada, e ele sentiu o mesmo.

— Devemos entrar? — Ele perguntou, mas ela balançou a cabeça. —


Acho que é perfeito ficar parado aqui na chuva. — Sua voz era baixa, mas
trêmula. Nervosismo e excitação crescendo dentro dele. — Minha avó me
disse para encontrar alguém que me faça sentir como o sol depois de um dia
chuvoso. — Ele olhou para o céu enquanto o céu se abria sobre eles, a chuva
caindo mais forte, e ela riu, sem dar a mínima. — Então, aqui estamos nós na
chuva, mas você é o sol. Você é minha luz. — Ele não era um romântico, mas
maldita seja, essa mulher o deixava totalmente maluco da melhor maneira
possível.

Ele se abaixou em um joelho, dobrando a outra perna para trás enquanto


soltava a mão direita dela para que pudesse alcançar seu bolso. Ela manteve
os olhos nele, e se havia lágrimas lá, ele não sabia, já que a chuva continuava
caindo em seu rosto.

— Este era o anel da minha avó, e eu esperava que você o usasse. —


Ele soltou sua mão esquerda para remover o diamante da caixa, então o
segurou acima de seu dedo anelar. — O que você diz? Você passaria o resto
de sua vida comigo? — Lágrimas misturaram-se à água em seu próprio rosto
enquanto chovia. — Você quer se casar comigo?

Seu lábio inferior tremeu e ela assentiu. — Sim. — Ela chorou.

Ele colocou o anel, e ela pediu que ele se levantasse, então jogou os
braços sobre seus ombros. Ele a agarrou com força contra seu corpo antes de
se afastar para um beijo.

Parado do lado de fora em um dia frio e úmido na cidade em que


nasceu... ele nunca se sentiu tão feliz.
N OVA Y ORK, QUATROS SEMANAS DEPOIS

Situado de barriga para baixo, cotovelos apoiados, as pernas esticadas


atrás dele, Wyatt estava em uma de suas posições favoritas. Bem, uma de suas
posições não sexuais favoritas. Atrás de seu rifle em vigia.

No telhado de um restaurante, que ironicamente pertencia à irmã e à


mãe de Asher, o cheiro de alho, orégano e outros
deliciosos aromas italianos flutuavam ao seu redor, embora a cozinha tivesse
fechado uma hora atrás.

Seu alvo e motivo de estar ali? O clube do outro lado da rua. A primeira
parada de sua filha na noite de celebração de sua festa de aniversário de 21
anos.

— Este é o Echo Um, todas as estações, verificação de rádio.

— Este é o Bravo Three, estou a postos. — Respondeu Asher por meio


de comunicações, seguido pelo resto de seus companheiros de equipe
anunciando que estavam em posição. Ele tinha mais da metade dos caras com
ele esta noite, e se ele precisasse de todos Bravo e Echo, eles teriam se vestido
sem questionar.

Todos estavam na cidade, e isso pode ter sido um plano estratégico da


parte de Wyatt, cutucando Harper para escolher este fim de semana para
quando ela desse o chá de bebê triplo.

Harper havia organizado o evento para três casais


que estavam esperando: Eva e Luke, Jessica e Asher, e Emily e Liam. Os
bebês deveriam nascer em épocas diferentes naquele ano, mas era difícil
reunir toda a equipe e suas famílias ao mesmo tempo.

De alguma forma, depois dos presentes e da empolgação do bebê, a


festa da noite passada se transformou em um confronto Bravo-Echo em termos
de quem poderia beber o outro e ainda ser capaz de andar reto (não atirar
direito, eles não eram assim loucos).

Precisamos de um confronto real. Bravo contra Echo. É hora de


resolvermos isso, A. J. insistiu depois que Bravo limpou o chão com eles em
sua competição ridícula de bebida.

Estamos todos aqui. Que tal domingo? Asher, o outro instigador de tudo
isso, lançou a ideia.

Nah, irmão, quem vai julgar? Precisamos de pessoas


imparciais. AJ então se virou para Natasha, um sorriso no rosto enquanto
lutava para permanecer de pé, apoiando a mesa à sua esquerda dentro do
apartamento de Harper onde a festa tinha acontecido. Você não disse que seu
irmão está fechando um emprego em Syracuse? Talvez ele possa vir no
domingo, trazer alguns amigos do Exército com ele. Eles serão imparciais.

Ha! Chris gritou. Eles provavelmente vão querer nos enfrentar.

Não é uma má ideia, Capitão América, AJ tinha arrastado. Ele tirou o


chapéu de cowboy e o colocou na cabeça de Chris, o que ele nunca faria se
estivesse sóbrio. Primeiro, nós irmãos nos enfrentamos, depois temos um bom
e velho jogo de futebol da Marinha contra o Exército.

— Todas as estações, estejam preparadas. A limusine de Target deve


chegar do lado de fora da boate em breve. — Luke anunciou, interrompendo
as memórias de Wyatt da noite anterior. Com sorte, ele conseguiria chegar aos
eventos planejados de amanhã e não acabaria na prisão esta noite por bater
em um cara que decidiu ficar com a sua filha na pista de dança.

E Gwen tinha realmente vinte e um anos?

Wyatt havia tirado uma folga da operação para passar o tempo com
Gwen e, claro, Natasha. Mesmo que Balan estivesse morto, o fato de ele saber
o endereço de Natasha e fornecê-lo a Deus sabia quem... eles decidiram que
ela deveria se mudar.

Na semana passada, eles fizeram uma oferta em uma linha para casa a
um quarteirão de onde Knox e Adriana moravam. A coisa toda de ter um
endereço permanente não seria tão ruim, especialmente porque ele estaria
morando com Natasha, e Gwen estaria a quinze minutos de distância na
universidade a partir do outono.

— Você acredita que vou me casar neste verão? — E Wyatt


realmente expressou seus pensamentos em voz alta?

— Nesse ponto, eu deveria ter desistido e comprado uma roupa de


macaco já. Todos os aluguéis estão somando com vocês dando o nó a cada
cinco minutos. — Chris agarrou a linha. Ele estava posicionado dentro do
clube, e as batidas que o DJ girou soaram no ouvido de Wyatt por meio de
comunicações.

— Sim, bem, talvez você seja o próximo. — Disse Finn, e Wyatt esperou
por alguém de sua equipe para tirar essa ideia do parque em cerca de dois
vírgula cinco segundos.
— Todos os bandidos do mundo provavelmente se aposentariam antes
de Chris se estabelecer. — E, claro, era AJ, o quarterback do jogo improvisado
Exército-Marinha de amanhã, para falar.

— Você disse a mesma coisa sobre Wyatt. — Finn lembrou AJ — E olhe


para ele agora. Um casamento de verão. Uma filha. Uma vida feliz.

Ele estava feliz, não estava? Como ele teve tanta sorte?

— Não é para interromper essa conversa fascinante, mas temos


chegando. — Roman anunciou, e por seu tom, você teria pensado que eles
tinham um RPG vindo em sua direção ao invés da limusine da filha de Wyatt.

— Qual é a contagem de novo? — Perguntou AJ.

— Quatro convidados entraram na limusine do lado de fora do hotel de


Gwen. — Luke respondeu. — Dois caras com quase 30 anos.

— Droga. Não sei o que vou fazer se algum dia tiver filhos. Essa merda
é mais intensa do que estar na fronteira iraniana e ter trazido uma faca para um
tiroteio. — Um toque mais do Alabama cortou a linha enquanto AJ arrastava
suas palavras.

— Bem, talvez se você tiver coragem de convidar uma determinada


pessoa, você pode...

— O que é isso? — AJ interrompeu Asher. — Eu não consigo ouvir


você, irmão. Deve ser uma conexão ruim.

Wyatt reprimiu uma risada antes de ficar sério, lembrando-se da


gravidade da situação.

Sua filha. Um clube noturno. Álcool e caras.


— Echo Quatro, quando eles saírem da limusine, você pode tirar algumas
fotos dos dois caras e voltar para o HQ. Podemos executar suas imagens
através do reconhecimento facial e obter suas estatísticas. — Wyatt solicitou.

— Entendido. — Roman respondeu.

— Este é o Bravo One, as portas estão se abrindo. Eles estão saindo.

— Eco Três, eles devem entrar logo. — Wyatt alertou Chris.

— Entendido. Estou apenas sentado no bar observando algumas


mulheres que parecem estar quase nuas - bem, a pintura corporal conta como
estar vestida? — Chris parou por um momento. — De qualquer forma, eles
estão fazendo alguma coisa de trapézio. Estou surpreso que Gwen
escolheria este clube. Está cheio de um monte de bisbilhoteiros arrogantes,
bebidas caras e...

— Droga. — Wyatt amaldiçoou sobre a linha. — Todas as estações


entrem. Gwen não está na limusine. O que diabos está acontecendo? — Seu
celular começou a tocar segundos depois, antes que ele tivesse tempo de
entender como seus filhos perderam a filha. — Ei, Natasha. Estou um, um
pouco ocupado agora. Posso ligar de volta?

— Você acabou de descobrir que Gwen não está naquela limusine?


— Ela perguntou com uma risada, e ele recostou-se surpreso.

— Natasha. — Ele grunhiu de brincadeira. — Babe, onde ela está?

— Gwen pediu minha ajuda para me livrar de você e de seus rapazes. Ela
tinha a sensação de que você estaria desempenhando o papel de operador
superprotetor no aniversário dela.

— Por que você está do lado dela e não do meu?

— Porque eu tinha vinte e um uma vez e tive que lidar com Gray e o
almirante. E Gwen é inteligente e forte. Ela vai ficar bem, eu prometo. — Ela
disse casualmente demais, já que a filha dele estava em algum lugar da
cidade. — Agora, reúna os meninos. Temos duas mesas na casa de Jéssica.
— O pedido dela saiu suave e suave, e aquela voz irresistível o atingiu todas
as vezes.

— Duas mesas?

— Poker. Quero dizer, agora, somos apenas nós, senhoras, mas se


vocês, rapazes, quiserem se juntar a nós...

— Você já tinha planejado isso, hein? Uma maneira de me distrair para


que eu não perca minha maldita cabeça à noite?

Natasha deu uma risadinha. — Tenho certeza que você já perdeu a


cabeça, já que provavelmente está empoleirado em algum lugar da cidade com
sua arma longa, estou certo?

Ele olhou para sua arma e fez uma careta como se ela pudesse vê-lo.

— Vamos, vá para a casa de Jessica. — Seu tom permaneceu leve e


relaxado, tão diferente de quando eles estiveram em Montreal, quando os
problemas do mundo pesavam em seus ombros.

Ela voltaria para a Agência na segunda-feira e, embora ele soubesse que


seu trabalho era caçar bandidos, assim como ele, esperava que ela nunca mais
tivesse que lidar com outro idiota como Balan. Mas se ela fizesse, ele a teria de
volta. Sempre.

— Apenas venha. — Ela implorou novamente. — Talvez você até tenha


sorte esta noite.

— No pôquer ou no quarto? — Ele perguntou, mas ela já havia encerrado


a ligação.

Uma coisa de que ele nunca se cansaria era fazer amor com aquela
mulher. A ideia por si só fez com que suas calças cargo se erguessem. —
Abortem a missão, pessoal. Gwen teve a ajuda de Natasha para nos perder.
— Relatou à equipe. — Acho que preciso aprender a deixar ir.

— Tem certeza que pode fazer isso? — Asher perguntou surpresa em


seu tom. — Quer dizer, podemos encontrá-la. Peguei minhas fontes.

Ele levou um momento para considerar a ideia, então tirou o paletó e


arregaçou a manga para olhar a tinta que pegara como uma lembrança de
Arthur.

Seu e sim erguido para o céu. Eu não vou decepcionar você ou ela. Vou
mantê-la segura. Eu prometo. Ele esperava que Arthur pudesse de alguma
forma ouvir seus pensamentos. Mas ele tinha que saber certo? Arthur tinha que
saber que Wyatt cuidaria de Gwen como sua própria filha, porque ela era, na
verdade, sua.

Ele respirou fundo, fazendo o possível para esconder as emoções em sua


voz. — Por mais que eu queira, tenho que dar a ela algum espaço. Fazer
aquela coisa de confiança que ouço crianças sempre pedirem aos pais para
darem a elas.

— Bem, olhe para você sendo todo sábio e merda. — Comentou AJ. —
Ou... Natasha ligou para você e não deu outra escolha?

Ele fechou os olhos e sorriu. — Algo parecido.

***

Depois de três horas o que os garotos de Bravo e Echo descreveram


como sendo uma mini-versão da Hell Week e BUD/S, eles estavam de costas,
os olhos no céu tentando recuperar o fôlego enquanto os juízes decidiam qual
time venceu o confronto Bravo-Echo.
Além de nadar nas águas geladas de Nova York, o que seria uma loucura
de fazer em março, eles correram, carregaram objetos pesados juntos como
uma equipe enquanto marchavam, escalaram e pularam coisas com
equipamentos de 36 quilos amarrados, atiraram em alvos de vários alcances,
rifles despojados e remontados e muito mais.

Natasha e o resto das mulheres haviam se sentado confortavelmente


em suas cadeiras de acampamento, embrulhadas em seus casacos, cafés na
mão, enquanto observavam os meninos na competição insana.

As equipes Bravo e Echo usavam calças cargo e camisetas. E o suor


fazia com que suas camisas grudassem em seus corpos musculosos e
ondulados. A umidade tinha que adicionar um pouco mais de frio, mas eles
pareciam alheios à temperatura.

Gray, Jack, alguns outros caras da empresa de segurança tática de seu


irmão - mais alguns caras do Exército de Fort Drum - adoraram cada minuto
do evento.

Gray deu ordens à equipe Echo: faça melhor, corra mais rápido, trabalhe
mais duro. Jack assumiu o comando de Bravo, empurrando-os da mesma
forma. Basicamente, eles gostaram de atormentar um bando de SEALs e
incitá-los.

— Então, o que você acha? — De pé, AJ agarrou seu chapéu


de cowboy da cadeira e o colocou, então ajudou Wyatt a se levantar do chão.

Wyatt avistou Natasha, sua respiração ainda difícil, e ela sorriu para
ele. — Vocês todos são malucos. — Ela murmurou.

Mas também estava terrivelmente quente. Dez SEALs da Marinha


extremamente em forma e de boa aparência completando uma pista
semelhante a um obstáculo em um campo não muito longe da costa. Como
eles conseguiram isso em tão pouco tempo?
— Temos os resultados. — Gray acenou com a mão no ar, e todos os
caras se reuniram em torno dele, esperando pelo anúncio.

Natasha foi para o lado de Wyatt e ele a puxou com força contra ele.

— Bem. — Gray olhou para cima, aquele olhar malicioso em seus olhos
que Natasha conhecia muito bem. — É um empate. Cinco votos para
Bravo. Cinco para Echo.

AJ tirou o chapéu e bateu com ele na coxa. — Agora isso é uma


besteira. De jeito nenhum vamos terminar isso em um empate. — Ele disse
enquanto o resto de seus companheiros resmungavam.

— Bem, você não pode discutir com matemática. — Natasha falou. —


Vocês tiveram os mesmos tempos em quase tudo.

— Sim, sim. — AJ reclamou e colocou o chapéu de volta.

— Se vamos ser mais técnicos, tenho quase certeza de que Knox teve
meio segundo sobre o Capitão América durante aquela corrida. — Asher
cruzou os braços.

— Foi nariz e nariz. — Disse Jack, com um sorriso enorme no rosto. Sim,
ele estava amando isso.

Esta foi a segunda vez que Wyatt viu seu irmão desde que se
conheceram na primeira noite em Arlington. Gray estava trabalhando sem
parar desde então, e ela estava começando a se preocupar que talvez ele
nunca se acalmasse. Muito focado no trabalho como ela esteve uma vez
quando trabalhava no caso de Balan.

Mas o Knight estava morto. A perseguição para ele acabou. E algo lindo
veio de toda aquela escuridão. O tipo de arco-íris depois de uma tempestade
lindo. Wyatt disse que ela era sua luz do sol, mas ela tinha certeza de que ele
também era sua luz.
Natasha deu uma olhada no relógio, o que ela usava todos os dias, antes
de seu olhar deslizar para o anel de noivado. Eu tenho tanta sorte.

— Eu posso desempatar se você quiser. — Gwen ofereceu, caminhando


até a multidão de caras do Exército e da Marinha.

— Mesmo. — Jessica se aproximou de Gwen.

— Certo. Um voto para Bravo de Jess, já que você está carregando os


bebês do Big Guy e Gwen vai votar em seu pai. — Owen balançou a
cabeça. — Outro empate.

— Bem, você claramente tem que resolver isso. — Natasha brincou,


colocando o braço nas costas de Wyatt.

— Tem certeza que vocês não fizeram essa gravata acontecer de


propósito? — Liam desafiou. — Aposto que sim, não é? — Ele acenou com a
cabeça e encarou sua esposa, Emily. — Babe, seu irmão é um fuzileiro naval,
talvez ele possa resolver isso.

Emily revirou os olhos. — Claro você quer enfrentá-lo enquanto ele


assiste mais dessa insanidade? — Ela olhou para Natasha e riu.

Alexa estava certa sobre Emily. Ela foi incrível. E sua filha adotiva, Elaina,
bem, ela era incrível também. Gwen até cuidou dela enquanto Liam e Emily, e
Wyatt e Natasha, tinham saído em um encontro duplo na semana passada em
DC.

— Bem, temos que fazer alguma coisa. — O sotaque australiano de Liam


se moveu pelo ar gelado.

— Você sabe... — Disse Harper, dando um passo à frente para ficar


entre os marinheiros de um lado e os soldados do outro. — É possível que
vocês dois sejam simplesmente incríveis. Igualmente incrível.
Os caras do Bravo e do Echo trocaram olhares e, ao mesmo tempo,
balançaram a cabeça e disseram: — Nah.

— Bem, eu desisto. — Harper voltou para as cadeiras que haviam


instalado e ela se acomodou ao lado da esposa de Owen. — Vocês são um
bando de malucos, na minha opinião.

AJ voltou-se para Harper. — E você sabe que nos ama.

— Que tal passarmos para algo mais importante? — Gray deu um passo
à frente. — E jogamos um pouco de futebol. Fazer uma verdadeira luta.

— Isso é o que eu estava esperando. — Natasha mordeu o lábio e Wyatt


a cutucou na lateral do corpo com o cotovelo. — Mas vá com calma, Grey.
— Ela olhou para seu irmão, esperando que ele reconhecesse suas
preocupações, e seu irmão torceu o nariz enquanto lhe lançava um sorriso
brincalhão de boca fechada, o que basicamente significava que não iria
acontecer.

— E quem você está apostando que vai ganhar? — Jack caminhou ao


lado de Gray, enfrentando-a e Wyatt.

— Sim, quem? — A mão de Wyatt deslizou para baixo em sua bunda e


ele apertou.

Natasha se virou para o lado para encontrar seus olhos. — Você admitiu
para mim em Montreal que jogar futebol não é um de seus muitos talentos.

— Isso também se referia ao futebol real. — Uma lufada de ar frio


carregou as palavras de Wyatt.

— E eu devo acreditar que você será melhor no futebol americano? —


Ela não pôde deixar de rir enquanto sacudia a mão livre em direção a Gray e
Jack. — Você vai enfrentar um bando de caras do Lone Star State que podem
jogar tão bem quanto atirar.
— Você acertou. — Gray cruzou os braços. — Vou pegar leve com você,
não se preocupe. — E seu irmão provavelmente iria se arrepender uma vez no
campo. Wyatt era teimoso e quando pressionado... bem, inferno, todos os
caras lá fora provavelmente eram semelhantes.

Wyatt a enfrentou totalmente. — Isso significa que você está


apostando contra mim?

Ela ficou na ponta dos pés, aproximando a boca da dele, esquecendo-se


do público. — Agora, você sabe que eu normalmente nunca apostaria contra
você.

— Mas? — Wyatt arqueou uma sobrancelha.

— Isso pode ter que ser uma exceção.

— Malditamente certo. — Ela ouviu Jack dizer. — E essa é a nossa deixa


para lhe dar algum espaço.

— Quer fazer uma aposta se eu ganhar? — Wyatt perguntou uma vez


que os caras estavam fora do alcance da voz.

— OK. Se você ganhar, vou deixar você tentar aquela posição no quarto
que você está morrendo de vontade de testar.

Seus olhos se arregalaram, e um sorriso diabólico, mas sexy, cruzou


seus lábios.

— Mano você está pronto? — AJ gritou, e Wyatt ergueu os olhos para o


céu enquanto AJ se aproximava. Sempre com as interrupções. — Nós temos
que ir chutar alguns traseiros do Exército. Você está pronto para isso?

Wyatt sorriu. — Hooyah, irmão.

— E se nossos filhos escolherem entrar para o Exército em vez disso? Ou


se tornar fuzileiro naval?
— Você está tentando causar um ataque cardíaco em nosso homem
antes do grande jogo? — AJ brincou. — O pobre coitado não dormiu a noite
toda com Gwen na cidade - graças a Deus ela voltou para o hotel sozinha e em
uma hora razoável - mas ainda assim, o homem pode precisar de um pouco de
inspiração em vez disso. Você sabe, talvez um beijo quente?

Natasha enfiou os dedos pelo cabelo de Wyatt e pressionou os lábios nos


dele, e o assobio de AJ ficou fraco como se ele tivesse recuado.

— Milímetros. Isso foi de boa sorte? — Wyatt perguntou depois que seus
lábios se separaram.

— Você não precisa de sorte. — Ela deu um tapinha na bunda dele, deu-
lhe mais um beijo, então ele saiu para se juntar a sua equipe no amontoado. —
Agora, isso vai ser divertido de assistir.

Gwen veio ao lado dela. — Você deu a ele uma conversa


estimulante? Seus olhos ainda estão injetados por ficar acordado a noite toda
se preocupando comigo.

Natasha também passou a maior parte da noite tentando distrair Wyatt


fazendo sexo.

Gwen se virou de lado para dar um soco em Natasha. — Obrigada


novamente pelo resgate na noite passada. Tenho certeza de que meu pai pirou
quando a limusine apareceu naquele clube, e eu não saí de lá.

Papai. Gwen ligou para Wyatt pela primeira vez duas semanas atrás,
quando todos eles estavam ao alcance de armas, e ele não foi capaz de tirar o
sorriso do rosto.

— Seu pai é um bom homem. Ele é superprotetor. Ele tem boas


intenções. — Natasha voltou-se para as equipes Bravo e Echo em seu
amontoado. Seu quarterback, AJ, usava um chapéu de cowboy em vez de um
capacete. — Mas sim, eu gostaria de ter conseguido algo assim no almirante
quando eu tinha sua idade.

— Eu acho que você não teve um oficial da CIA durão em sua vida para
ajudá-la.

Natasha avistou Gwen. Seus olhos estavam posicionados nos soldados


enquanto eles se posicionavam em frente aos SEALs. O olhar de Gwen se
demorou particularmente em um dos caras que Gray trouxe de Fort Drum.

E quando o cara ergueu os olhos, e seu foco mudou diretamente para


Gwen, ele sorriu para ela.

As bochechas de Gwen imediatamente assumiram um tom rosado


enquanto ela colocava o cabelo atrás das orelhas.

E Gwen tinha tesão por um cara do Exército?

Bem, isso vai ser interessante, ela pensou enquanto Wyatt olhava para
eles por cima do ombro, e Natasha e Gwen acenavam.

— Que comece o jogo! — Harper exclamou, ficando ao lado dos homens


no campo.

AJ se posicionou, preparando-se para receber a bola.

— Quem você realmente acha que vai ganhar? — Gwen perguntou.

— Bem. — Natasha sorriu, os olhos em Wyatt, que estava jogando no


centro enquanto batia a bola para AJ. — Acho que motivei muito seu pai, então
vou com a Marinha. — AJ passou a bola para Chris no momento em que Jack
jogava seu peso sobre ele e o derrubava no chão. — Mas, hum acho que
veremos. — Ela disse antes que Gwen se encostasse nela e as duas riram com
a visão.
Chris estava fazendo uma espécie de movimento rosnado de urso
polar enquanto dava patadas no ar, tentando se livrar de Jack. A comédia de
tudo isso não tinha preço.

— E pensar. — Disse Natasha com uma risada. — Que eles apenas


começaram...

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