Direito em Estado de Necessidade

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Índice

1- Introdução............................................................................................................................................1

2- Conceito..............................................................................................................................................2

3- Formas de estado de necessidade.........................................................................................................3

3.1- Quanto à titularidade do interesse protegido:...............................................................................3


3.2- Quanto ao aspecto subjetivo do agente:.......................................................................................3
3.3- Quanto ao terceiro que sofre a ofensa:.........................................................................................3
3.4- Estado de necessidade, com excludente de culpabilidade............................................................3
3.5- Estado de necessidade, como excludente do crime......................................................................4

4- Conclusão............................................................................................................................................5

5- Bibliografia..........................................................................................................................................6
1- Introdução

De acordo com o artigo 51 da lei 24/2019 de 31 de dezembro, Constituem causas de exclusão da


ilicitude, justificando o facto: o estado de necessidade; a legítima defesa própria ou alheia; o
conflito de deveres; a obediência legalmente devida aos seus superiores legítimos, salvo se
houver excesso nos actos ou na forma de execução; a autorização legal no exercício de um
direito ou no cumprimento de uma obrigação, se tiver procedido com diligência devida, ou o
facto for um resultado meramente casual; o consentimento do ofendido

Por via desta, presente trabalho de investigação tem como objectivo, abordar sobre o estado de
necessidade como uma das causas da exclusão de culpa. O trabalho inicia com o conceito de
estado de necessidade, de seguida são descritas as características do estado de necessidade e por
fim são descritas as formas do estado de necessidade.

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2- Conceito

O estado de necessidade é uma das causas de exclusão de ilicitude. Isso quer dizer que, caso tal
excludente esteja presente, é retirado o caráter antijurídico que se é atribuído a um fato tipificado
como crime.

Para que um fato típico seja enquadrado nos termos do estado de necessidade, é necessária a
presença de determinados requisitos, são eles segundo o artigo no 49 da lei 35/2014 de 31 de
dezembro:

 Realidade do mal;
 Impossibilidade de recorrer à força pública;
 Impossibilidade de legítima defesa;
 Falta de outro meio menos prejudicial do que o facto praticado;
 Probabilidade da eficácia do meio empregado.

Sendo o estado de necessidade fato excludente de ilicitude, tem que ser provado para que possa
ser acolhido e o ônus da prova pertence ao réu que alega.

3- Formas de estado de necessidade

3.1- Quanto à titularidade do interesse protegido: 

Configura-se estado de necessidade próprio quando se defende direito próprio, ou de terceiro, ao


defender direito alheio.

3.2- Quanto ao aspecto subjetivo do agente:

O estado de necessidade pode ser real, quando a situação de perigo é real, ou e putativo, quando
a situação é imaginada pelo agente e o perigo que não existe.

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3.3- Quanto ao terceiro que sofre a ofensa: 

O estado de necessidade defensivo, quando a agressão dirige-se contra aquele que provocou os
fatos, e agressivo na situação em que o agente destrói bem de terceiro que nada fez, ou seja,
inocente.

3.4- Estado de necessidade, com excludente de culpabilidade

Não é igualmente culpado quem, para proteger direito próprio ou de pessoa a quem está ligado
por estreitas relações de parentesco ou afeição, contra perigo certo e atual, que não provocou,
nem podia de outro modo evitar, sacrifica direito alheio, ainda quando superior ao direito
protegido, desde que não lhe era razoavelmente exigível conduta diversa.

3.5- Estado de necessidade, como excludente do crime

Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para preservar direito seu ou alheio,
de perigo certo e atual, que não provocou, nem podia de outro modo evitar, desde que o mal
causado, por sua natureza e importância, é consideravelmente inferior ao mal evitado, e o agente
não era legalmente obrigado a arrostar o perigo. Por outro lado tem a teoria diferenciadora,
segundo a qual o sacrifício de interesses equivalentes não justifica a conduta, mas sim a exculpa,
razão pela qual o ato permanece ilícito e cabe contra ele a legítima defesa.

 Segundo o renomado doutrinador CAPEZ Fernando (2007), A Causa de exclusão da


ilicitude da conduta de quem, não tendo o dever legal de enfrentar uma situação de perigo
atual, a qual não provocou por sua vontade, sacrifica um bem jurídico ameaçado por esse
perigo para salvar outro, próprio ou alheio, cuja perda não era razoável exigir. No estado
de necessidade existem dois ou mais bens jurídicos postos em perigo, de modo que a
preservação de um depende da destruição dos demais. Como o agente não criou a
situação de ameaça, pode escolher, dentro de um critério de razoabilidade ditado pelo
senso comum, qual deve ser salvo. Por exemplo, um pedestre joga-se na frente de um
motorista, que, para preservar a vida humana, opta por desviar seu veículo e colidir com
outro que se encontrava estacionado nas proximidades. Entre sacrificar uma vida e um
bem material, o agente fez a opção claramente mais razoável. Não pratica crime de dano,
pois o fato, apesar de típico, não é ilícito.

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O excesso é doloso ou consciente quando o agente atua com dolo em relação ao excesso.
Nesse caso, responderá dolosamente pelo resultado produzido. Pode ainda ser culposo ou
inconsciente, quando o excesso deriva de equivocada apreciação da situação de fato,
motivada por erro evitável. Responderá o agente pelo resultado a título de culpa.

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4- Conclusão

Finda a deliberação do trabalho foi possível verificar que para um indivíduo ser considerado em
estado de necessidade é necessária uma análise minuciosa sobre as condições as quias praticou o
acto ilícito, nesse caso o sujeito passivo deve ter praticado o fato para salvar de perigo atual e
involuntário, que não podia de outro modo evitar, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era
razoável exigir-se.

Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual e não um
perigo premeditado e pode ser de direito próprio ou de terceiros, em uma situação real ou
putativa. O estado de necessidade é uma forma de exclusão de ilicitude, para indivíduos que
praticaram factos ditos ilícitos de forma involuntária par proteger seus direitos ou direitos de
terceiros.

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5- Bibliografia

DIAS, Jorge de Figueiredo. Direito penal: parte geral. Questões fundamentais. A doutrina geral
do crime. 2. ed. Coimbra/São Paulo: Coimbra Editora/Revista dos Tribunais, 2007.

TOLEDO, Francisco de Assis. Ilicitude penal e causas de sua exclusão. Rio de Janeiro: Forense,
1984.

CAPEZ Fernando, Revista internauta de prtatica jurídica junho 2007

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