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Reforma da Ópera

Durante o período do Iluminismo, a ideia de “reformar”, tornou-se um programa


estético e político muito importante nas disputas político-culturais.

Os iluministas defendiam a ópera italiana, mais popular, contra a francesa, até


então predominante e de modelo aristocrático.

O primeiro reformador foi Gluck, que apesar de ter passado por vários países
da Europa, teve destaque em Viena, principalmente quando estreou Orfeu e
Eurídice.

Gluck, trouxe para a ópera números musicais mais coesos, em que as Árias
eram compostas para privilegiar e destacar o espetáculo vocal dos cantores, de
forma simplificada, assim como faziam os florentinos. O espetáculo trazia Árias
curtas, onde os coros e recitativos ganhavam importância, buscando-se
sempre uma coerência cênica.

Apesar das reformas de Gluck, suas obras ainda eram baseadas em histórias
da antiguidade clássica, em versão de Metastasio, tradição de seu tempo.

Outro grande nome da reforma operística foi Mozart, que teve como principal
destaque, trazer a ópera para temas contemporâneos, indo mais além do
trabalho de Gluck.

Em suas óperas, Mozart trazia como personagens principais o camponês, o


nobre, o soldado, o criado, e não mais os deuses ou heróis da antiguidade.
Costumeiramente, os temas de suas óperas traziam relações amorosas ou de
conflito social, sempre vistas com humor e ironia.

Uma das óperas mais significativas de Mozart foi As bodas de Figaro,


composta entre 1785-86 e estreada em Viena em maio de 1786. Esta obra foi
baseada na peça homônima francesa de Baumarchais, que possuía características
extremamente subversivas.

Mozart trabalhou sua versão de forma menos política, mas próxima da Ópera Bufa,
pois era patrocinado pelo Imperador José II. Mas mesmo podando a temática política,
algumas cenas ainda traziam forte tensão social.

Outro ponto interessante dessa ópera de Mozart é que ela manteve características
musicais distintas para os personagens, conforme suas respectivas classes sociais
apresentadas.

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