Você está na página 1de 14
TRINA, Ivan. Dépicos de semiética da cultures-St0 Paulo: hex . Ga- Zl4o- ne. BS “ Ss \ ae 26. 7 CISCPUCSP, pré-print, 1995, p- 3-26 ; ne: } BIUOTECA CerrrRAL Tdépicas DE SeEMIgTICA DA GULTURA Pra. IVAN BYSTRINA PROGRAMA OF PES-GRAQUAGAD EM COMUNICAGAG E SEMISTIEA OA PUC/S AULA N&1- OS/O5/95 APRESENTACAG 0 Prof. leant Bystrina nasceu na Checoslousgzie, onde forn: ‘em Ciéncias Politicas, Fez doutorado em 'Moscous musta mesine dis ciplina, Rerornando & Checastoudquia, cxsuniy « diregdo da sem dos institutos da Academia de Ciéncias iaquole pais Engasou-se no processo politica de liberagdo e exerceu préticas politiens wisa:s- do a un socialismo democritico. to veio a custartie, em 1955. perseguigao ¢ exilic na Repiiblica Federal Alena. onde perme cet porvinte anos, Durante este periods, Bystrina deve continescida- de aos estudos de Cihernética, Teoria da tnformagie. Tears des, Sistemas ¢ Ligica. que bavia iniciado em Moscow. Tudo isso it resuultar na desenvolviment de wn sistema préprio cle se culicura, que (oma corpo em meados das anos 73 ne Lnwwersidade Livre de Bertim, oncie ele & hoje Professor Emériva, Sete (ix $6276 . semiética da cultura, editado em 1969, encontrense esgotado ¢ & uma aas 1uras bibliografias fundementadora ¢ sistematizedore desta disciplina, Uina 2a. edigdo seré relangada na Alemanha € ‘aqui 0 Brasil tereings em breve larigasnenta de una edi¢o esPe- elal er portugués. = . Nese curso, que ra iniiams, flares sobre o tema “bdigos” ¢ em especial sobre odiNe culturais ou cédigos tercidrios, comegando pelos conceitos basicas de signa ¢ s#mmiost: SGere 0 SIGNG ‘€ xTO Em nossa escol jes 1 as ees scola de Semiética da Cultura. etiicerhoe por signe um obiet een ™ Peodutae de signas (isso Imporante: Alo exive um signe ave O40 1 Per 71 see vive ! Pa Ser vive), que seia uteabida por um receptor, ¢ (elcznsttain por esse weSRY Digitalizado com CamScanner re Sesame = 4 ft enne Bg focos o sonines v4 cutruna Esta € a'chamada «limensdo pragmédtica da semiose (produtor do signo/emissor. signo ¢ recep tor do signo). A dimensio mais importante ¢ a dimensdo semantica entre o signo € o significado. Existe também da dimensdo sintdtica entre os diferentes signos ‘Assim nascem os textos como complexes significativos, com sentido; compostos de signos. Estes signos pertencem a linguagens que.se compoem de diversos sistemas de signos. Mas isso no basta Existe ainda 0 universo do cédigo, que é um sistema de regras. de vinculagdes entre os signos. © signo tem que ser capaz de ser percebido pelos sentidos, tem de ser produzido por seres vivos ~ animais ou homens ~ ¢ recebido e interpretacio por receptores igualmenie vivos. Cada objeto conhecido por nés contéin ein si uma infonnagto latente, que nés percebemos pelos nossos sentides. Neste momento, aquela informacio latente modifica-se ¢ se transforma numa informagao atualizada. Por isso, tudo 0 que percebemos jé ¢ uma informacie atualizada do objeto. Os signos sto objeios especiais porque nao contém apenas informnacées sobre si préprios, mas também informacdes sobre uilo que estd imanente dentro dele. Dizemos que textos sao complexos de signos com sentido. Os textos ¢ signos em si preenchem uma fungao comunicativa, uma funcdo de participar, de informar ~ no sentide.amplo da palavra. Mas eles preenchem também outras funcoes, como por exemplo a funcito estética, ou emotiva € expre: va, ou ainda outras funcdes sociais. 6s ji encontramos vestigios mulio antigos de textos huinanos. em épocas mais remotas ainda do processo de hominizagao. Alguns desses textos foram preservados até a nossa época ¢ outros perderam-se. N6s nio subemos, por exemplo, como era a mimica € a gestualidade das pessoas em épocas remotas, como eles comecaram a falar, ou mesmo como se dava o diilogo enue ritmo. melodia e danga 0s mais distantes vestigios dos textos culturais aparecem nos restos € nos rites de sepuitamento. Sabemos, por exemplo, que © homem de Neanderthal depositava lores em seus timulos, pois hoje ainda encontramos preservado 0 pélen dessas flores, como acontecido na Turquia, Mais tarde, foram comprovados trés tipos de textos pri-hist6ricos: a pintura, no paleolitico, feitas especialmente nas cavernas utilizadas como templo € nto como moradia, «as técrnicas de gravu- rasna pedra e as pequenas estatuetas fetas de chifres, 0380s, etc. De 2cordo com a fungio predominante no texto, podemes dividi-lo nas seguintes categorias: = Textos instrumentais, cuja fungdo primordial é atingir um objetivo instrumental, técnico € cotidiano, pragmitico. 7 ‘ ~ Textos racionais, que sto textos I6gicos, textos matemiticos, textos das ciéncias naturais. = Textos criativos e imaginativos, como os mitos, os rituais, obras de arte, utopias, ideologias, 25 ficgoes, etc. A existéncia de fextas fusinumentais, evidentemente, pode ser atestada no mundo animal € Pressupde-se que jd esteja presente nos estigios elementares do desenvolvimento do homem. Esses textos formami 0 conjunto das atividades fundamentais para a sobrevivéncia do homem como espécie ew Digitalizado com CamScanner atrenn [I rércos oc souincs 04 cetrone-tva ersrama- 5 © Predominio dos textos racionais sé vai se dar em periodes Posteriores. muito mais recentes nas chamadas culturas civiizadas como, por exemplo, na antiga Grécia ¢ na antiga China. (Os textos exercem sempre mais de uma funcao, muitas vezes simultaneamente. Mas no centro da cultura humana situam-se, naturalmente, os extos ‘imaginativos e criativos. Sio esses os textos de ue © homem necessita nto apenas para a sua sobrevivéncia fisica ¢ material = que pode também ser Sarantida pela técnica ~ mas para a sua sobrevivéncia psiquica Desde 0 principio, o homem sempre foi um ser muito sensitivo, frgil € manteve esas caracte- coma’ ite mesmo nas chamadas culturas civilizadas. Isso pode ser percebido mais claramente ne SomPoriamento dos aborigenes ¢ ¢ facil consatar a fragiidade dessa culturas no contraste com va demais, voeés leram Leroi-Gourhan viram que ele iraba “obre a cultura € que, no seu ceme pulsante, ela existe para si mesina,ou seja a cultura é pela cultura ‘Penas na sua perferia, nas suas margens & que cla se toma algo que serve para outras finalidades 4 Gnica teleonomis, poranto, sera a superacio do medo existencial. E esse medo tem a ver Comm as variagoes do bidtipe a partir das modificagoes ocorridas com a transferéncia da vida nas on: Part a vida nas savanas, onde © perigo vem de todas as diregdes vislumbradas do horizonte, Gs COvicos © os Textos' Primeiramente sao ativados os eddigos primdrios. Sto cédigos que regulam toda informagio Presente no organismo ¢, portanto, na vida biolégica. O cédigo genético ¢ um deles, ele ‘atualiza 0 hromem. seus talentos especiais, seus dons ou os seus defeitos. Todas as atividades \@m om ses csdigos primaries: nto s6 a percepcto, o pensamento, as emogdes, a vontade. Os cddigos Priminos Sto suficientes para a wansmissao de informagées, mas nto para a produgio de signos. Ja os tsaos sé elementos produzides de acordo com padroes estruturais adequados, de acordo com regras. tis como sie construides os -types”, . ‘AS regras para composisto dos textos provém de cédigos secundérios, os cédigos da linguagem. A gramitica de uma linguagem natural, por éxemplo, ainda nto € cultura, pois tem a ver apenas com a técnica. Os cédigos secundérios (a ‘Gramitica das linguas chamadas naturais) assim como. 08 cédigos Primarios, no sto ainda a cultura, Somente a partir dos cédigos terciirios, ou culturais, € que surge. 08 textos da cultura secundér Tanto no inglés como 9 mB. que so mals dteis € menos ambiguas para 0.us0 em outras linguas seeeeneansPaltvT onguagecu lingua o adjeuvo referente a ela tera umm fone vineulo tom a Leguisics, © pensamenia ‘ts Semitica da Cultur, como sabemos, alo privlegla s Linguisics enquane tase episemelogica (NT) 3 Digitalizado com CamScanner

Você também pode gostar