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Preparagao para o Exame Final Nacional Cxaine lees @ Resumo da metéria dos 10.°, T1.° e12.° anos @ Anilise de todas es obras e autores obrigatorios [@ Exeicicios resolvidos e quedros-sintese: Exames.tipo o Exame Final Nacional de 2010 com solugses a Porto Seated Editora eer indice Introducgéo Estratégias de estudo para o exame Conteddos programaticos de acordo com as Aprendizagens Essenciais Capitulo | - Leitura Apresentacdo geral Conteddos essenciais 1. Relato de viagem 2. Exposi¢do sobre um tema 3. Apreciacao critica 4, Cartoon 5. Discurso politico 6. Artigo de opiniéo Sintese de conteddos Exercicios resolvidos Capitulo Il - Escrita Apresentacao geral Contetdos essenciais 1. Sintese 2. Exposicdo sobre um tema 3. Apreciagdo critica 4. Texto de opiniéo Sintese de conteUdos Exercicios resolvidos Capitulo Ill - Educagao Literaria 10.° ano 1, Poesia trovadoresca Conteddos essenciais «a. Contextualizacao histérico-titeraria — Espacos medievais, protagonistas e circunstancias b. Representacdes de afetos e emosdes . Linguagem, estilo e estrutura d. Cantigas de amigo n 40 40 40 43 45 4a 50 5 55. 55 e. Cantigas de amor £. Cantigas de escdmio e maldizer Sintese de conteddos Exercicios resolvidos 2. Fernao Lopes, Cronica de D. Jodo | Contetdos essenciais ‘a. Contexto histérico b. Afirmagdo da consciéncia coletiva ¢. Atores individuais e coletivos d. Capitulos 11, 115 e 148 da. ° Parte Sintese de conteddos Exercicios resolvidos 3. Gil Vicente, Farsa de Inés Pereira Conteddos essenciais a. Contextualizagao histérico-literaria b. Caracteristicas do texto dramético ¢. Natureza e estrutura da obra: a farsa d. Caracterizagao das personagens — Relacdes entre as personagens e. Arepresentacéio do quotidiano f. Adimenséo satiica g. Linguagem e estilo Sintese de conteddos ou 3. Gil Vicente, Auto da Feira a. Natureza e estrutura da obra: 0 auto . Caracterizacao das personagens - Relacdes entre os personagens ¢. Arepresentacao do quotidiano 4. A dimensdo religiosa e. Arepresentacdo alegérica f. Linguagem e estilo Sintese de conteédos Exercicios resolvidos 68 68 68 6 69 70 74 75 7 al 85 85 87 89 90 0 96 7 7 98 100 101 4, wis de Camées, Rimas Contetdos essenciais . Contextualizagdio hist6rico-literdria b. Linguagem, estilo e estrutura ¢. Tematicas estruturantes do lirismo ‘camoniano Sintese de contetdos Exercicios resolvidos 5. Luis de Camées, Os Lusiadas Contetdos essenciais «a. Contextualizacéo hist6rico-literaria b. Visio global ¢. Imaginario épico d. Reflexdes do Poeta e. Linguagem e estilo ‘Sintese de conteddos Exercicios resolvidos 11° ano 1. Padre Antonio Vieira, SermGo de Santo Antonio. Pregado na cidade de S. Luis do Maranhao, ano de 1654 ConteGdos essenciais «@. Contextualizacdo histérico-lteraria b. Objetivos da eloquéncia (docere, delectare, movere) ¢. Intengéo persuasiva e exemplaridade . Critica social e alegoria @. Linguagem, estilo e estrutura Sintese de conteddos Exercicios resolvidos 2. Almeida Garrett, Frei Luis de Sousa Contetdos essenciais @. Contextualizagao hist6rico-lteraria b. Caracteristicas do texto dramatic €. O drama romantico: caracteristicas d. Aestrutura da obra =€. Adimensdo patritica e a sua expressdio simbélica Ossebastianismo: histéria e ficgéo }. Recorte das personagens principais 105 105 105 106 109 ne 7 118 118 118 9 130 133 135 137 138 1 a ua 142 143 143 155 156 168 169 70 indice h, Adimensdo tragica i. Linguagem e estilo Sintese de conteddos Exercicios resolvidos 3. Alexandre Herculano, Lendas e Narrativas: “A Abobada” Contetdos essenciais ‘a. Resumo da obra e estruturagdo da narrative bb, Relacdes entre personagens ¢. Caracteristicas do heréi romantico d. Imaginacao histérica e sentimento nacional @. Linguagem e estilo Sintese de contetidos Exercicios resolvidos ou 3. Almeida Garrett, Viagens na Minha Terra Contetdos essenciais ‘a. Resumo dos capitulos b. Estruturacdo da obra: viagem e novela ¢. Personagens romanticas (narrador, Carlos e Joaninha} d. Deambulacdo geografica e sentimento nacional @. Arepresentacao da Natureza £. Adimensio reflexiva e critica g. Linguagem e estilo Sintese de contetidos Exercicios resolvidos ou 3. Camilo Castelo Branco, Amor de Perdicao Conteddos essenciais «@. Aestrutura da obra b. A concentragéio temporal da aco ¢. Caracterizacéo das personagens d. 0 amor-paixéo . A obra como crénica da mudanga social f. Linguagem e estilo Sintese de contedos Exercicios resolvidos 4 16 7 78 180 180 180 181 182 182 83 184 185 187 187 187 190 191 194 194 194 196 19 200 202 202 202 204 204 208 208 209 ™m 22 indice 4, Eca de Queirés, Os Maias Conteddos essencicis Texto narrative ‘a. Elementos constitutives da narrativa b. Modalidades de apresentacao do discurso narrativo ¢. Género— romance Eca de Queirés d. Contextualizagdo historico-literaria Os Maias €. Visdo global da obra e estruturacdo: fitulo e subtitulo £. Oromance: pluralidade de acdes 1g. Acomplexidade do tempo h. Acomplexidade do espaco i. A.complexidade dos protagonistas j. Linguagem e estilo Sintese de contetdos Exercicios resolvidos ou 4. Eca de Queirés, Allustre Casa de Ramires Contetdos essenciais a. Estrutura e complexidade do romance b. Resumo dos capitulos ¢. Coracterizado das personagens e complexidade do protagonista 4. 0 microcosmos da aideia como representacdo de uma sociedade em mutacdo e. Acomplexidade do espaco e o seu valor simbélico f. A.complexidade do tempo g. Hist6ria e ficgGo: reescrita do passado e construcdo do presente th, Linguagem e estilo Sintese de conteddos Exercicios resolvidos 24 na 24 24 25 216 216 28 219 29 222 225 230 235 237 238 240 240 240 241 244 246 246 248 248 248 250 251 5. Antero Quental, Sonetos Completos Conteddos essenciais a. Aangiistia existencial e as configuragdes do Ideal b. Linguagem, estilo e estrutura Sintese de contetdos Exercicios resolvidos 6. Cesario Verde, Canticos do Realismo {O Livro de Cesdrio Verde) Contetdos essenciais 4. Contextualizagio historico-cultural b. “0 Sentimento dum Ocidental’ ¢. Arepresentagao da cidade e dos tipos sociais d. Deambulacéo e imaginacao: o observador acidental e. Percecdo sensorial e transfiguracéo poética do real f. Linguagem e estilo Sintese de contetdos Exercicios resolvidos 12.° ano 1. Fernando Pessoa Contextualizacao historico-literaria ‘A questao da heteronimia Poesia do orténimo @. 0 fingimento artistico b. A dor de pensar . Sonho e realidade d. Anostaigia da infancia e. Linguagem, estilo e estrutura: recursos expressivos: a anafora, a antitese, «a apéstrote, a enumeragio, a gradacao, ‘a metafora e a personificacéo Poesia dos heterénimos Alberto Caeiro . a. O poeta bucélico b. O primado das sensacoes . Linguagem, estilo e estrutura 254 255 258 259 260 260 260 261 263 265 265 266 269 270 273 273 24 275 26 am mn am 280 281 281 282 284 285 Ricardo Reis 4. 0 poeta “classico” b. A consciéncia e a encenacao da mortalidade ¢. Linguagem, esfilo e estrutura Alvaro de Campos a. 0 poeta da Modemidade b. O imaginério épico ~ Matéria épica: a exaltagéio do Modero ¢. Sujeito, consciéncia e tempo. d. Nostalgia da Infancia e. Linguagem, estilo e estrutura Sintese de conteddos Exercicios resolvidos Mensagem a. 0 imagindrio épico b. O sebastianismo ¢. Linguagem, estilo e estrutura Sintese de contetidos Exercicios resolvidos 2. Contos Contetdos essenciais ‘Manvel da Fonseca, “Sempre 6 uma companhia” 4. Introdugao b, Resumo do conto ¢. Caracterizacéo das personagens e relacGo entre elas d. Solidéo e convivialidade €. Caracterizagao do espaco: fisico, psicolégico e sociopolitico f, Importancia das peripécias inicial e final ou ‘Maria Judite de Carvalho, “George” ©. introdugéo b. Resumo do conto ©. As trés idades da vida e o didlogo entre realidade, meméria e imaginacéo = d. Metamorfoses da figura feminina = €. A complexidade da natureza humana 287 289 290 292 292 293 294 296 296 298 299 307 307 312 313 315 316 319 320 320 320 320 321 322 323 323 324 324 324 326 indice ou Mario de Carvalho, “Familias desavindas” «@. Introdugao b. Resumo do conto ¢. Histéria pessoal e histéria social as duas familias d. Valor simbélico dos marcos historicos referidos @. A dimensdo irénica do conto f. Aimportéincia dos episédios eda peripécia final Linguagem, estilo e estrutura 4@. Discurso direto e indireto b. Recursos expressivos Sintese de conteGdos Exercicios resolvidos 3. Poetas contemporaneos. Conteddos essenciais 4a. Representacées do contempordneo b. Tradicdo literaria «. Figuracdes do poeta d. Arte poética Sintese de contetidos Exercicios resolvidos 4, José Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis’ Conteddos essenciais «. Estrutura da obra b, Resumo da obra . Representacies do século XX I. Deambulacdo geogrética e viagem literdria . Intertextualidade: José Saramago, leitor de Luis de Camées, Cesario Verde e Fenando Pessoa eo f. Representagdes do amor g. Linguagem, estilo e estrutura Sintese de conteddos Exercicios resolvidos ou 327 327 328 328 329 329 329 330 331 332 336 336 336 340 342 346 354 354 354 355 357 358 359 360 36r 363 365, indice 4, José Saramago, 5. Discurso, pragmatica Memorial do Convento! 368 e linguistica textual 4052 Contetidos essenciais 368 5. Texto e textualidade 405 , 0 romance Memorial do Convento 368 5.2, Registos de lingua e atos de fala 407 b. Aestrutura da obra 370 5.3, D&ixis: pessoal, temporal e espacial 409 ¢. O tempo an 5.4. Reproducdo do discurso no discurso 409 d. 0 esparo 3745.5. Organizacdo das sequéncias textuais 410 iA personagens 3755.6. Infertextualidade am £. Visdo critica 379 g. A dimensdo simbélica/historica 381 Semantica a h. Linguagem ¢ estilo $826.1. Valor temporal an Sintese de contetidos 386 2. Valor aspetual a3 Exercicios resolvidos 38763, Volor modal aa Capitulo IV - Gramatica 7. Recursos expressivos ais 1. O portugués: evolugdo e distribuicao geografica no mundo 392 Capitulo V - Exames* 11. Principais etapas da formacao Exame-tipo 1 a8 € evolugdo do portugués 52 eame-tpa 2 wos 1.2. Geografia de Portugués no mundo 2 scaalipals a2 1.3. Variagéo e normalizagéo linguistica 393 “a, Fone tareinige 9a BxAme Final Nacional 2019 -1.° fase 439 1.5. Etimologia 394 2. Lexicografia e morfologia 395 2.1. Léxico e vocabulério 395 2.2. Relacdes semanticas entre palavras 395 2.3. Processos de formacao de palavras 395 3. Classes de palavras 397 4. Sintaxe 4,1. Funcées sintaticas internas ao nivel da frase 400 400 4.2. Funcées sintaticas internas go grupo verbal 400 4.3. Funcées sintaticas internas ‘ ‘Go grupo nominal 401 4.4, Fungées sintaticas internas {0 grupo agietival 402 4.5. Frase complexa: coordenagéo e subordinago 403 1 Apartirdo ano letive de 2019/2020 poders ser estudada a obra Memorial do Convento em altermativa a O Ano da Morte de Ricardo Ret 2 O Exame Final Nacional 2019 ~ 2. fase e respetiva proposta de resolucao estardo disponiveis em www.escolavirtua.pt Introducdo Em 2019, 0 Exame Final Nacional de Portugués teve por referéncia o Programa e Metas Curriculares de Portugués do Ensino Secundério, privilegiando-se, em todos os dominios, 05 contevidos comuns ao Programa supracitado e aos Programas de Portugués de 10. 11.°€ 12.° anos de escolaridade, homologados em 2001 e 2002, independentemente do ano de lecionagao desses contetidos em cada um dos referidos referenciais. A prova teve, assim, como objetivo avaliar a aprendizagem passivel de avaliagao numa prova escrita de duracéo limitada, incidindo sobre os dominios da Leitura, da Escrita, da Educacao Literéria eda Gramatica, De acordo com a carta de solicitacao ao IAVE (novembro de 2018) de provas e exames para os anos letivos de 2018-2019 e 2019-2020, o Exame Final Nacional de Portugués, em 2020, deverd ter como referencial o que é comum as Aprendizagens Essenciais (AE) e aos demais documentos oficiais em vigor. Com este pressuposto, incluimos neste livro informagao tedrica e exercicios resolvidos com percursos de resposta sobre todos os contetidos comuns ao Programa e Metas Curri culares de Portugués do Ensino Secundério e as Aprendizagens Essenciais, tendo em conta os dominios da Leitura, da Escrita, da Educacao Literdria e da Gramatica, Optamos por nao incluir no livro contetidos relativos ao dominio da Oralidade, uma vez que nao esta previsto que sejam objeto de avaliago no Exame Final Nacional de 2020." No final do livro, incluimos 0 Exame Final Nacional de 2019 (1.° fase) com a respetiva resolucao e ainda trés exames-tipo elaborados com base na estrutura do exame oficial, no sentido de fornecer ao aluno um contacto 0 mais aproximado possivel com 0 que ird en- contrar no momento do exame, Disponibilizamos, ainda, através da APP EV Smart Book e da Escola Virtual uma série de recursos digitais de apoio ao estudo de todos os contetidos, assinalados em contexto a0 longo do livro. Na Escola Virtual (www.escolavirtual,pt) esta também disponivel 0 :xame Final Nacional de 2019 (2.” fase) com as respetivas propostas de resolucao. Para além de fornecer um apoio muito direcionado na preparacao para o Exame Final ‘Nacional, este livro funciona também como um material de estudo autonome, contri- buindo para uma consistente consolidagao das aprendizagens ao longo do ano letivo. 1 Adata de publicagio deste livro nao tinha sido ainda divulgada a informagao sobre o Exame Final Nacional a rea: 'zar em 2020, pelo que aconselhamos a consulta regular do site do IAVE. Seguimos como base as Informagdes “Prova 2018-2019 ea carta de solcitagao n.* 1/2018 (carta de solicitacio de provas e exames para aplicacio nos ‘anos letivos 2018-2019 ¢ 2019-2020, divulgada em novembro de 2018), Estratégias de Estudo para o Exame A. Perguntas de interpretagao com suporte textual Ha um conjunto de questdes recorrentes na interpretaco textual nas quais importa atentar de modo a evitar respostas incompletas ou fugas ao tema. 1. Analisar a expressividade de um recurso Aanalise pressupe a interpretac3o do recurso no contexto em que ocorre e nao a sua definicao teérica, Ex: “Amoré um fogo que arde sem se ver/E ferida que déie ndo se sente/é um contentamento descontente/E dor que desatina sem doer.” (tis de ames) ‘Através da metéfora, o sujeito poético pretende associar o amor a elementos/sentimentos como 0 fogo, a ferida, o contentamento e a dor, de modo a realcar a intensidade do sentimento amoroso que provoca sofrimento e que é impossivel de se definir. 2. Distinguir sentimentos de sensagées 0s sentimentos dizem respeito as emocdes humanas, enquanto as sensacdes apontam para os cinco sentidos - auditivo, visual, olfativo, tactil e gustativo. Ex: “Penso com os olhos e com os ouvidos/E com as mdos e os pés/E com o narize.a boca’ (NbertoCacio) Através das sensacdes, Caeiro apresenta uma filosofia de vida que recusa 0 pensamento abstrato € que toma os sentidos enquanto meio privilegiado de compreensao do mundo. Ex: Endo do canto, mas de ver que venho/Cantar a gente surda e endurecidat’ (Luis de Camées) © Poeta revela o seu desencanto € o seu desalento (sentimentos) ao constatar que a patria esta mergulhada em valores vis e que nao reconhece o seu talento, 3, Distinguir tracos caracterizadores de sentimentos Enquanto os sentimentos sao referidos através de nomes — angustia, tristeza, felicidade... -, os tragos caracterizadores privilegiam 0 estado de espirito, através do recursoa adjetivos - angustiado, triste, feliz. 4, Transcrever versos/fazer citacoes Caso a citacao faca parte da frase: Ex.:Se “O mito 6 0 nada que é tudo’ o sonho é matéria sublime para Pessoa. Caso a transcrigao constitua um exemplo: Ex.:0 Poeta mostra o seu desalento - “Né mais, Musa, né mais, que a Lira tenho/Destemperada ea voz en- rouquecida’, Nota: é possivel transcrever o segmento textual colocando-o entre parénteses. Mas no se deve delimitar 0 segmento textual atra- ves de vigulas B. Verbos de comando Um fator determinante para o sucesso nesta disciplina é ler atentamente os textos bem como os enun- ciados, considerando os verbos de comando usados em cada questéo, visto que fornecem indicagoes is sobre o que se espera da resposta, como se passa a mostrar na tabela da pagina seguinte. essenci 1 held ¢ estatégios de abana e estudo Verbos E " Significado naar Examinar com atengéo;relacionar a elas e tomar uma posicdofundamentada conrarguiogli, fpresecnnt Bees see widens expen Assinalar Destacar através de um sinal, marcar, indicar. das fetsneecorumnallgasivenee dememospelonaruntovagresan “Atentar——=—=—=*|VercomatengBo; observa; tomar em considera vali nile nfoleechebernbondinitanpent doula damped pasinoseggmnies Basear-se em Pensar em; apolar-se em; servir-se de. : Cone Apresentar as caracteristicas de alguémy; de algo; evidenciar os elementos ditintvos Gitar/apontar Mencionar; indicar, de forma breve, determinado aspeto de um assunto. Classifear Indicar a categoria /o grupo /a classe aque pertence Comair Dar uma opinigo fundamentada sobre determinado assunto, carpe ‘presenta as diferencase/ou as semelhancas entre duas realidedes. Completa “Tomar completo: concur acabar: preencher. Compra | Provar,novamente, uma proposico: juntar as provas que confirmem uma ideia Conciuie hegata una concise: eveliro eat denim poncametta Considerar Fetes oe dak wasn concatenate, Contrapor Apresentarargumentos que oponham dots conceitos ou dua realdades diferentes. Deduzir/inferir Tirar conclusdes a partir da analise de dados fornecidos. Definir Agreseraartlaramnene ust cancetn chars qua eo rtende pot Demonstar Apresentarprovas Descrever Expor pormenorizadamente, 7 - Besignar Inicarasinalardizero nome dealguma olsa Distinguir Span indicators rare daa erat usin Efetuar Realza algo irnerar (hdr tins enelomatn. Eouncor pease ef Evidenciar Comprovar; exemplificar; clarificar. ‘ Exemplificar Dar um (ou mais) exemplo(s); explicar com exemplos, Explicar Referir os motivos, as razdes; apresentar uma justificagao. Explicitar Tornar explicito; tornar claro; clarificar uma determinada interpretacao. Preporage ao lange do ano | | ear Fazer corresponder Formular Fundamentar Generalizar Identificar llustrar Indicar Interpretar Justificar Localizar Mencionar Mostrar Numerar i | Apresentar uma ideia de forma clara e completa. | Ligar, unir por uma seta ou por uma explicagéo. | Enunciar; expor com clareza. | | documentar, Provar; apoiar Tornar geral: aplicar uma idela ou palavra a tudo. Dizer quem é, qual ¢ ou 0 que €. Dar exemplos. Apontar; dizer qual é; mostrar algo. Explicar o sentido. Apresentar razdes, dados, pata a posicéo/opcao assumida. Determinar ou situar (alguma coisa) em um ponto ou em um momento; circunscrever; fixar;situar. | Indicar; dizer o que é solicitado. Apresentar. | Por numeros em; dispor por ordem numérica; designar o ntimero de; contar. Ordenar Organizar Parafrasear Proceder Reescrever Referir Colocar por ordem, organizar; dispor metodicamente; regular. | Dispor elementos de forma a concorrerem para determinado fim ou para funcionarem eficientemente; arranjar; instituir; criar; formar. | Transformar em palavras préprias as palavras do texto, sem introduzir comentarios i marginais, nem omitir informacao essencial. Fazer; agit, de acordo com as indicagdes dads. Tornar a escrever (para tomar mais claro} | Indicar; dizer qual ou o que é. Registar Escrever; marca tomar notasescritas Relacionar —__—_|Estabelecer umaligago entre elementox/dados apresentados Resumir Dizer em poucas paras as ideas mals importantes 7 Selecionar Escolher. a Sintetizar a Resumir. - Substituir Pér algo em lugar de; trocar; fazer em vez de; tomar o lugar de; equivaler a. Tecer (um comentario) Transcrever Transformar Verificar 10 Fazer; apresentar (um comentario}. Reproduzir; retirar de um texto uma palavra ou expresséo (sempre com aspas) ‘Modificar de acordo com as instrucées. Confirmar se a informacao apresentada ¢ correta. 2 - Contedds programaticos de acordo com os Aprendizogens Essencais 2. Conteudos programaticos de acordo com as Aprendizagens Essenciais 1eano Leitura Educacao | Escrita | | Literéria Gramatica Relato de viagem Exposicao sobre um tema Apreciacéo critica Cartoon tese Exposigao sobre um tema Apreciagao critica 1. Poesia trovadoresca: cantigas de amigo, cantigas de amor, cantigas de escarnio emaldizer 2. Femao Lopes, Grénica de D. Jodo 3. GilVicente, Farsa de Inés Pereira (integral) ou Gil Vicente, Auto da Feira (integral) 4, Luis de Camées, Rimas 5. Luis de Camoes, 0s Lusiadas 1. Oportugués: génese, evolugao e distribuigdo geografica no mundo 2. Lexicografia e morfologia 3. Classes de palavras 4, Sintaxe 5. Semantica 5.1. Valores modais (epistémicos, deénticos e apreciativos) Texto e textualidade (progressdo temética, coeréncia e coesio textuals) Registos de lingua (grau de formalidade, relacio bierérquica) 6.2, Atos de fala 6.3. Modalidades de reproducdo do discurso 6. Discurso politico Apreciagao critica Artigo de opiniio Exposicao sobre um tema Apreciacao critica Texto de opiniao 1. Padre Anténio Vieira, ‘Sermao de Santo Ant6nio” 2. Almeida Garrett, Frei Luis de Sousa (integral) 3. Alexandre Herculano, Lendas eNarrativas:"A Abobadat (integral) ou Almeida Garrett Viagens na Minha Terra ou Camilo Castelo Branco, Amorde Perdicéo 4. Eca de Queitds, Os Maias (integral) ou Allustre Casa de Ramires (integral) 5. Antero de Quental Sonetos Completos 6. Cesério Verde, anticos do Realismo _ (Olivo de Cesdrio Verde) 1. Retoma (em revisio} dos contetidos estudados no 10° ano = Déixis: pessoal, temporal e espacial Apreciagao critica Antigo de opiniao Exposicao sobre um tema Apreciacao critica Texto de opiniao 1. Femando Pessoa ~orténimo | =Heterénimos - Alberto | Caeiro, Ricardo Reis, | Alvato de Campos Mensagem | 2. Contos: Manuel da Fonseca, ‘Sempre é uma companhia? ou Maria Judie de Carvalho," ou Mario de Carvalho, “Familias desavindas George" 3. Poetas contemporaneos 4. José Saramago, 0 Ano da Morte de Ricardo Reis asad | | | Ari }do Convento (integral) 1, Retoma (em revisio) dos contetidos | estudados no 10."eno 112 anos 2, Semantica 2.1. Valores aspetuais 2.1.1. Valor perfetivo eimperfetivo 2.1.2, Situago genérica, habitual e iterativa Nota: Nao incluimos neste quadro nem no lvra 0s conteddos relativos ao dominio da Oralidade, considerando que nao serdo alvo de valiag80 no Exame Final Nacional de acordo com as informacées dsponives a data de publicagso deste lv. Aconselhamos assim, consulta regular do site do IAVE em www.iave st n Capitulo | Leitura Apresentacao geral Contetdos essenciais 1. Relato de viagem 2. Exposicao sobre um tema 3. Apreciacao critica 4, Cartoon 5, Discurso politico 6. Artigo de opinido Sintese de conteddos Exercicios resolvidos 1 -Relato de vogem Apresentacdo geral Exploracomo telemével . ‘ . Ativa oeédigo Neste capitulo, serao estudados os géneros de texto do dominio da Leitura, a saber: + Relato de viagem + Apreciagao critica + Discurso politico + Exposigéo sobre um tema + Cartoon + Artigo de opiniao A anilise e a exploracio destes textos serdo feitas tendo em conta a sua integracéo num determinado género, ao qual correspondem caracteristicas (marcas) especificas e uma deter- minada intengao comunicativa.' (at) Para cada um dos géneros, serao consideradas nao sé as marcas de género comuns, mas tam- ‘ida bém as marcas especificas, sendo estas indicadas aquando da andlise dos exemplos selecionados. ‘As marcas de género comuns aos modelos textuais acima referidos sao: + tema - a ideia geral que é desenvolvida de diversas formas ao longo do texto; + informagao significativa - a existéncia de dados/factos pertinentes para o tema a ser explorado; + encadeamento légico dos tépicos tratados - coesao estabelecida por relagoes diversas (causa-efeito, temporais...) entre os factos apresentados, de modo a haver progressdo e tessitura textual; + aspetos paratextuais - elementos verbais e graficos que enquadram o texto, forne- cendo informago til que regula a leitura, como, por exemplo, nome do autor, , titulo, subtitulo, epigrafe, preficio, notas de rodapé e notas do editor, da coleg , bibliografia, indice, ilustra fin do, entre outros”, ConteUdos essenciais 1. Relato de viagem (10° ano) Orelato de viagem ¢ um texto em que se narra uma viagem, em curso ou jé realizada, descrevendo os locais por onde o viajante passa (ou passou) e as suas vivencias. Trata-se, assim, de registar uma experién- cia pessoal, embora 0 tom possa ser mais emotivo ou mais informativo. Este relato pode ser feito com mais. ‘ou menos pormenor, incluindo momentos de narracdo, de descrigo ou mesmo de exposicao e de dia: logo. Muitas vezes, inclui também imagem (fotografias, mapas ou outros documentos). Pode apresentar- -se como um texto isolado (por exemplo, publicado num jornal ou numa revista) ou como uma obra de maior félego, como um livro. Embora o relato de viagem possa ser também ficcional, é frequente 0 autor/viajante, ao dar a conhecer © destino da sua viagem, explicar por que razao a vai realizar ou realizou, fornecer indicacdes de tempo e de espaco que situam o leitor, relatar o que viu, ouviu e presenciou, revelar as suas impressdes, sensacdes sobre o local onde esteve e as pessoas com quem contactou. Para além disso, pode ainda apresentar infor- Mages de cariz hist6rico, geografico ou cultural que contribuem para dar um enquadramento e um certo [colorido ao seu relato. No final, muitas vezes, sintetiza o impacto que esta experiéncia teve na sua vida. 1 Chama-se, porém, a atencio para o facto de os géneros de texto no serem imutives, ou seja, apesar de ser possivelidentificar marcas 2 _ &SPecificas, tal ndo significa que nao estejam sujeltos a transformacdes ou a contaminacdes por outros géneros. 2 In Diciondrio Terminologico, http//dt.dgidc.min-edu.pt/ (consultado em 21-04-2015, adaptado) 13 bKeS.+>;(,("-,, ry) nividade 14 Copitlo | Leiura Exemplo de relato de viagem 0 s Chegada A Patagénia acaba, diz-se, a norte do rio Colorado. E uma opiniao. Na realidade, nunca se definiram os limites setentrionais da Patagénia. Para baixo ¢ fécil: quando ja nao houver mais terra, quando ja nao houver mais sul, termina a Patagénia. E para cima? (...] A “minha” Patag6nia termina em Temuco, ponto final dos apontamentos que ando a escrever. Eum ponto final de grande dimensao literéria - nao pelo que escrevi, valha-nos Deus. Termino em ‘Temuco porque é a cidade de Pablo Neruda. Pouco se celebra o poeta Prémio Nobel, quer em Temuco quer no Chile. Mais que uma au- s¢ncia material, é sobretudo um vazio na meméria coletiva dos Chilenos. A ditadura de Pinochet tratou de esconder o nome do poeta durante duas geracdes e s6 agora, com o regresso a essa de- mocracia nominal e suspeita que hoje governa o Chile, é que a poesia ea vida de Neruda voltam Ientamente a ocupar o lugar que merecem no panteao do pats. ‘Temuco é uma cidade dura e triste. Tem ruas direitas e sempre iguais, ladeadas de fachadas mo- nétonas e monocromiticas, Uma praca central quadrada e sombria, com arvores demasiado grandes para 0 espaco que a cidade lhes oferece, dé 0 tinico toque distinto a um aglomerado urbano cuja tinica fungao parece ser a de proporcionar um ponto de encontro para as trocas comerciais e mudangas de autocarro dos habitantes disseminados pelas montanhas a pique sobre o mar do Sul do Chile. [..] Nao existe em Temuco um museu de Neruda, nem uma estétua ou sequer uma rua que lhe rendam homenagem [...]. Hd no entanto um lugar que fala de Neruda, e que respeita a sua me- méria: 0 Hotel Continental. Era aqui que o poeta se hospedava sempre que regressava & cidade da sua infancia, e uma placa no seu quarto preferido, o1n.° 9, recorda as repetidas visitas. Serei o tinico hdspede deste hotel parado no tempo? Estendo-me na cama a escutar o siléncio do edificio, no passam passos, nem ecoam vozes, nem se acendem luzes no corredor de ma- deira empenada. E sébado a noite, a tiltima noite da minha errancia pela Patagonia. Amanha um autocarro para Santiago, depois um avido para a Europa, Nao me apetece sair a enfrentar sozinho a alegria inoxidavel ¢ insidiosa dos s4bados noite de todas as cidades do mundo. Que tipo de tristeza 6 a minha? A de estar sozinho sabado & noite no fundo do Chile? Oua de estar a terminar a minha errancia pela Patagénia? Seré a tristeza de quem ja tem um pé no re- gresso e outro ainda na estrada? A tristeza da indefinigao, da vida na balanga, do momento de fazer 0 balango? Para que tem servido tudo isto que tenho andado a fazer? Batem a porta. A esta hora, quem serd? “Somos a Teresa e 0 Diogo’ respondem-me dois jovens de olhar curioso ¢ hesitante. Fico es- pantado com a coincidéncia: um casal de mochileiros portugueses no mesmo hotel. Mas hé mais coincidéncias: “Desculpe se o estamos a incomodar. Vimos 0 seu nome no registo de hdspedes € nao resistimos a conhecé-Io’ explica a Teresa, “Estamos a dar uma volta ao mundo por causa das suas reportagens e dos seus livros. Obrigad: Esclareco logo duas coisas, emocionado: que nao me devem tratar por “vocé’, mas sim por “tu”; e que quem fica agradecido sou eu. Por me virem bater & porta, por me terem seguido 0 exemplo, ¢ por me fazerem sentir que serviu para alguma coisa partilhar a vida que tenho vivido, a estrada que ando a percorrer. ‘Vamos sair, jantar juntos, conversar, falar da minha volta ao mundo e da deles. Vamos cele- brar a alegria inoxidavel das noites de sébado, celebrar a cidade de Neruda, celebrar também 0 final da minha viagem a Patagénia. Final literdrio, final em companhia, final fel ", conclui. Gongalo Cadilhe, A Lua Pode Esperar, Oficina do Livro, 2010 1 Relate de viogerm Estrutura + Titulo > Identificagao da chegada ao destino, o”fim da Patagénia’: + Introdugao (1° parégrafo) » Apresentagao do tema ~ chegada ao“fim’ da Patagénia para o viajante — a ci- dade de Temuco, terra natal de Pablo Neruda + Desenvolvimento (3. peniitimo parégraoy » Descri¢ao da cidade de Temuco, destino derradeiro do narrador-viajante (‘A ‘minha’ Patagénia termina em Temuco", “porque é a cidade de Pablo de Neruda’, poeta que Cadilhe admira, contrariamente aos chilenos, que parecem ter apagado o prémio Nobel das suas memérias (“é sobretudo um vazio na me- méria coletiva dos Chilenos'). » Descri¢ao pormenorizada, pessoal e subjetiva da cidade ~ ‘uma cidade dura e triste", de “ruas direitas e sempre iquais, ladeadas de fachadas monétonas e monocromAticas’ € uma cidade cinzenta e que apre- senta, como tantas outras cidades, “Uma praca central quadrada e sombria, com drvores demasiado gran- des para o espaco que a cidade thes oferece’, “cuja tinica funcdo parece ser a de proporcionar um ponto de encontro para as trocas comerciais e mudancas de autocarro dos habitantes disseminados pelas monta- nhas a pique sobre o mar do Sul do Chile.” » Referéncia ao desprezo a que Neruda ¢ votado na sua cidade, na qual nao ha sequer “um museu de Neruda, nem uma estdtua ou sequer uma rua que lhe rendam homenagem’, embora seja identificado um Liltimo reduto que preserva a sua meméria, que é o Hotel Continental, que albergava o poeta nas suas visitas a terra natal. » Divagagées em 1.* pessoa, que apontam para o caracter pessoal desta experiéncia (I. 21-27), interrom- pida pelo casal portugués que bate & porta e que resgata o viajante da sua introspecao. Conclusao |ittimo parsgrafo}: » Referéncia 4 alegria resultante do encontro com a Teresa e 0 Diogo e sintese da tltima noite de errancia pela Patagonia (“Final literdrio, final em companhia, final feliz. Marcas de género especificas Variedade + 0 tema principal deste excerto é a chegada a Temuco, ultimo local da viagem de Cadilhe de temas | pela Patagénia, e as impressbes que esta cidade causam no autor, embora haja lugar para ‘outros temas, como 0 esquecimento a que Neruda é votado pelos chilenos ou aalegria __Proporcionade por encontrosinesperados. iscurso + Formas verbais na 1.® pessoa do plural ("Vamos sair|.... Vamos celebrar a alegria...")ena 1.* pessoal pessoa do singular ("Termino’); formas pronominais na 1.* pessoa do singular (‘minha’; “me") = discurso subjetivo e pessoal. imensao + Natracao de factos concretos, através de verbos com valor objetivo, no presente do narrativa indicativo com valor intemporal ~ “Temuco é uma cidade dura e triste” ~ e do recurso a0 | @scuso ret ("Somos a Teresa o Diogo" Desculpe seo estamosa incmodar. Vins seu nome no registo de héspedes e ndo resistimos a conhecé-l0). Dimenso + Descrigdo da cidade de Temuco através do recurso a adjetivos (‘cidade dura e triste’; “ruas descritiva dirsitas e sempre iquais’; “fachadas mondtonas e monocromdticas’) a recursos expressivos Cnéo retiram o fascinio a este sobrevivente do século XIX” - personificacao). Multimodalidade — Osrelatos de viagem podem incluir fotografias, mapas, documentos histéricos ou etnograficos. (diversidade de | Nollivro citado, Gongalo Cadilhe recorre a fotografia. formatos e discursos) 2D Nota * No relato de viagem analisado, é possivel destacar a importancia atribufda a visdo, bem como as impresses _Causadas pelo local visitado, referindo sitios especificos e pessoas encontradas, locais ou visitantes. s . 1 capitulo | Letura 2. Exposic¢ao sobre um tema (10.°¢11.° anos} Este género textual ter como finalidade apresentar de forma clara, concisa, objetiva e fundamentada um determinado tema, fornecendo para tal informagées, explicacées, exemplos, documentos. Este texto = tem essencialmente um cardcter demonstrativo, j4 que se trata de expor, de analisar um t6pico. aMidade Exemplo de exposicao sobre um tema A Arte Medieval A Idade Média (séculos V a XV) foi, no territério portugués, um pe- riodo agitado e atribulado (por invasées germénicas e muculman: ques normandos, guerra da Reconquista, guerra de independéncia, con- solidagao do povoamento e da economia...), a0 longo do qual se formou 0 5 substrato étnico-cultural onde se enraiza a nacionalidade e se desenrola- rams vicissitudes politico-militares que conduziram a formagao e poste- rior independéncia do Condado Portucalense, donde nasceu Portugal (1143 a 1179). [ ata- A Arquitetura No territério portugués ha noticia de comunidades cristas desde 0 sé- » culo IIL. A arte paleocrista encontra-se documentada por um sareéfago de mérmore do século VI, patente na Sé de Braga, por uma placa sepulcral em mosaico e por algumas pecas ornamentais como frisos, capitéis e bases de colunas, reutilizados em construgdes posteriores. Tal € 0 caso de um capi- tel visig6tico aplicado na Igreja de Santo Amaro, em Beja. [..] Da dominacao arabe, restam no territério portugués a mesquita de Mértola, hoje templo cristao, as cubas do Alentejo (como a de Reguengos de Monsaraz) e alguma arquitetura militar, como parte dos castelos de Santa Maria da Feira e de S. Jorge de Lisboa, e as muralhas do de Silves. Do século Vil ao século X, apareceram no territério novas formas cons- » trutivas que refletem as miiltiplas influéncias culturais que entretanto por aqui se iam cruzando: tardo-romanas, suevas, visigéticas, arabes, bizanti- nas... O pouco que resta desse period de invasées, guerras e instabilidade €formado, principalmente, por construgées religiosas, S40 pequenas igre- jas e mausoléus. [...] Em Portugal, destaca-se o mausoléu de S. Frutuoso de » Montélios, em Braga [...]- Quanto as igrejas, conhecem-se, hoje, a Igreja de Sao Torcato, em Gui- maraes, a Igreja de Sao Pedro de Balsemao, em Lamego [...]- Aarte destes tempos balangou entre diferentes polos dinamizadores ~ a influéncia do renascimento carolingio, a rusticidade dos visigodos, 0 co- » lorido dos bizantinos e o ecletismo da arte mugulmana do Emirado de . Cordova -, fazendo com que estes monumentos, simbolos do pensamento e da atuacao das populagoes anteriores ao Ano Mil, espelhem enigmatica- mente todas estas vertentes. Ana Lidia Pinto, Fernanda Melzeles, Manuela Cernadas Camboras, Arte Portuguesa, Porto Editora, 2006 (texto adaptado) 16 3 Apreciagae extca Estrutura + Titulo: identificacao clara do tema da exposicao. + Introdugao il. 1-8) breve apresentacao do tema - sendo o tema da exposicao a arte medieval, comeca-se, antes de mais, por fazer o enquadramento dessa arte em Portugal, ou seja, por caracterizar a Idade Média em Portugal como sendo um “periodo agitado e atribulado’, durante o qual, por varias razes, esta zona esteve sujeita a influéncia de varios povos. + Desenvolvimento (i. 9-27: apresentacao de dados — elucidacao fundamentada, e por meio de exemplos, de diferentes etapas da arte medieval portuguesa desde o paleocristao ao século X; para cada uma das etapas, so apresentados exemplos concretos de monumentos (arte paleocrista -Igreja de Santo Amaro, em Beja; arte arabe ~ mesquita de Mértola, cubas do Alentejo e castelos de Santa Maria da Feira e Lisboa; outras influéncias, como tardo-romanas, suevas, visigéticas - mausoléu de S. Frutuoso de Montélios). + Conclusao i. 26-83): sintese das ideias ~ sistematizagao do que foi apresentado e das varias “vertentes” a que a arte medieval portuguesa esteve submetida até ao século X. Marcas de género especificas Cardcter + Demonstragao de um facto: para provar que a arte medieval portuguesa é o cruzamento de demonstrativo diferentes influencias, é tracado um percurso cronolégico desde o periodo paleocristio até 20 século X; assim, gradualmente, val sendo fornecida informacao sobre cada um dos periodos;, a notacdo de datas ajuda a estabelecer este percurso ("...hd noticia de comunidades crstas desde o século itl, “; “Em 711, também os Arabes entraram na Peninsula..."; “Do século Vil ao século X, apareceram no territério novas...") Elucidacao + Comprovacao objetiva: o tema é, desde o inicio, exposto de forma clara, exata e fundamentada, evidente recorrendo-se a exemplos ea explicagées: uso de parénteses para esclarecer ou acrescentar dotema informagao ("séculos Va XV"; referéncia a varios monumentos, com indicagao precisa do local onde se encontram; explicagées fornecidas sobre a arte paleocrist fi. 9-1. Concisdoe * As frases sao declarativas, curtas e incisivas (“No territ6rio portugues hd noticia de comunidades objetividade cistds desde 0 século Valor expressivo - 0 texto é rico em conectores, que servem para realcar um determinado aspeto das formas 'principalmente”) ou para exemplificar ("80 caso de’); também sao utilizados deiticos para linguisticas demarcar coordenadas temporais e espaciais ("que entretanto por aqui se iam cruzando...". 3. Apreciacao critica (10°, 11. 12.° anos} Um artigo de apreciacdo critica é um texto em que um critico, ou alguém especialista num determi- nado tema, apresenta a sua opinido devidamente fundamentada. Tem, pois, uma natureza especifica, nao 86 pelo grau de informagao veiculada, mas também pela estrutura e pela linguagem utilizadas. Natureza e caracteristicas Uma apreciacao critica - geralmente designada por critica - enquadra-se no discurso jornalistico, ins findo-se no dominio cultural, como as artes plasticas, o cinema, o teatro, 0s livros, a musica, a televisao. Trata-se de um texto que alia aspetos informativos a outros de amplo cardcter argumentativo e subjetivo, tendo como finalidade a valoracao (positiva ou negativa) da realidade sobre a qual o critico opina. 2 Oartigo de apreciacao critica é sempre assinado pelo seu autor, que é reconhecido como perito na Ematéri 7 ee © | vidoe 18 capitulo Leiura Exemplo de apreciacao critica Chaplin, 0 subversivo Tempos Modernos Modern Times De Charles Chaplin Com Charles Chaplin, Paulette Goddard, Henry Bergman otk 80 anos passados, néio perdeu nada do seu poder um dos mais belos filmes de todos os tempos. Luis Miguel Oliveira Dirfamos que é um dos titulos fundamentais de Charles Chaplin se 0s tf tulos de Charles Chaplin nao fossem todos fundamentais. Mas dentro desse superlativo contexto, Tempos Modernos é um filme especialmente signifi- cativo, como um fecho de ciclo (6 0 tiltimo filme com o boneco de Charlot) e passagem para outro (as repercussdes politicas de Tempos Modernos se- riam amplificadas no seu projeto seguinte, O Grande Ditador, talvez. 0 mais corajoso filme de todos os tempos). Significativo, também, do feroz humanismo de Chaplin, que em plena Grande Depressao assinava aqui um manifesto contra a faceta desumanizante da industrializacao, e contra areducao dos homens a meros elos de ligagdo no meio da grande engrena- gem capitalista. Sim, 6 contraditério: o entretenimento de massa, produto da industria lizagdo, usado como critica das suas origens; e um dos homens mais ricos do mundo a criticar 0 capitalismo e a pér-se do lado dos mais humildes operarios. Mas nessa contradigao (que seria usada contra Chaplin, mais tarde, durante os anos do mecarthyismo) esta também a grandeza deste homem, capaz de mesclar o belo e o feio, e encontrar a graga de um bai- lado na mais atroz submissio do humano aos imperativos da linha de pro- dugao industrial (alguns dos mais célebres gags de Chaplin estao aqui, na sua luta contra pregos, porcas, méquinas e roldanas). Subversdo em grande escala, que hoje, 80 anos passados, nao perdeu nada do seu poder - se é que nao ganhou. Em todo o caso, um dos maiores e mais belos filmes de todos os tempos. in pstlon, 16 de dezembro de 2016 3 -Apreciogdo crc Estrutura Cabegalho + Titulo apelativo (apontando para o objeto e para o teor da critica). + Ficha técnica: » apresentacao do titulo original; > realizador; » atores + Introdugao (1° porégrofo: » apresentacao do objeto de critica como “um dos titulos fundamentais de Charles Chaplin’, apesar de todos serem fundamentais, o que é bem revelador da opiniao valorativa do autor do artigo. Assim, este filme é ‘significativo” por dois motivos: por um lado, é “um fecho de ciclo"; por outro, é revelador do “feroz humanismo de Chaplin’, em plena Grande Depressio, = Desenvolvimento / corpo do texto (2 porégrafo! > informagées sobre o objeto da critica e descrigdo sucinta do enredo do filme ~ um operério humilde como encarnagao da “mais atroz submissdo do humano aos imperativos da linha de produgao industrial”; » comentario critico com posicionamento subjetivo do autor e validagao da posigio assummida: “Mas nessa contradigdo ...]estd também a grandeza deste homem, capaz de mesclar 0 belo o feio, eencontraragraca de um bailado na mais atroz submissdo do humano aos imperatives da linha de producdo industrial’. + Conclusao (3.° pardgrofo » apreciacao final, com reiteracdo da avaliacao extremamente positiva da pelicula de cardcter subversivo: “hoje, 80 anos passados, nao perdeu nada do seu poder ~ se é que ndo ganhou"; “um dos maiores e mais belos filmes de todos os tempos D Nota + Aorganizagao dos textos de apreciacéo critica nao obedece a uma estrutura fixe, pois esta condicionada por aspetos particulares, como 0 estilo do autor do artigo ou 0 suporte fisico das publicagées (revista, jornal,Intemet, por exemplo). Normalmente, a apreciaco critica 6 antecedida de um cabecalho no qual ha a identificacao do objeto de analise, a apresentacao de uma curta ficha técnica e a classificagao atribuida por aquele critico, traduzida, normalmente, em estrelas. Marcas de género especificas + Alinguagem do artigo de apreciacao critica, pela sua natureza, alia caracteristicas de rigor sucinta do objeto, ede objetividade, relacionadas com o seu pendor factual, a outras, reveladoras da acompanhadade __subjetividade e do posicionamento do enunciador. 0 exemplo apresentado contém as comentario critico marcas de género especificas anteriormente mencionadas, nomeadamente a descrico sucinta do objeto eo comentério critico. + Assim, conjugam-se dois tipos de linguagem: > linguagem clara e rigorosa e, geralmente, sem ambiguidades, embora seja muito usada a insinuaca0; > linguagem valorativa (positiva ou negatival, concretizada através da utilizagdo de uma adjetivacdo incisiva e expressiva, de palavras ou expresses reveladoras de um determinado ponte de vista ¢ de recursos expressivos; > tecurso'a uma linguagem subjetiva (apreciativa), marcada linguisticamente por adjetivos qualificativos e expressdes valorativas ~ “um dos titulos fundamentais"; “um dos maiorese mais belos filmes de todos os tempos", + Erevelado um conhecimento sobre a arte cinéfila, através das referencias a outras obras do cineasta — “seriam amplificadas no seu projeto sequinte, 0 Grande Ditador”-, bem como sobre o contexto politico ~ “(que seria usada contra Chaplin, mais tarde, durante os anos do ‘mecarthyismo) 19 Copinto | Leura ty) 4. Cartoon (10° ano) ©) cartoon consiste num desenho humoristico mais ou menos caricatural e que lanca um olhar muito g video yjtico. a acontecimentos atuais. Tendo tido o seu inicio no século XIX, surgiu pela primeira vez para satirizar assuntos politicos. Desde entao, este “estudo’ ou “esboco" de pendor irénico e comico abrange temas de diversas dreas da sociedade atual, marcando presenca na atualidade, nos mais diversos suportes, seja em > papel, como jornais e revistas, seja nos media digital, como redes sociais e blogues. Neste sentido, 0 cartoonista pode ser encarado enquanto um cronista social atento as circunstancias que o rodeiam e sobre as quais reflete recorrendo ao humor e a satira, o que relembra, por exemplo, 0 texto vicentino, de contornos moralizadores, Estrutura + Cardcter icénico » quando é constituido apenas por uma imagem ou sequéncia de imagens, sendo que as diferentes cenas podem estar divididas em vinhetas. « Caracter icénico-verbal > quando a imagem é reforcada com linguagem verbal, a qual podem estar associados baldes, onomatopeias. . + Contexto de producae » motivo que esteve na base da producao do cartoon. « Cardcter humoristico / irénico / satirico > utiliza o humor como forma de comunicacao da mensagem critica que pretende veicular, recorrendo a distorcao e/ou caricatura de uma personagem, de uma perso- nalidade ou de uma situacao. + Intengao critica > andlise critica de um tema da esfera politica, social, cultural desportiva, etc. Exemplo de cartoon icénico-verbal 2013 £0 ANO DA MATEMATICA HO PLAWETA TERRAL DIZ-ME, RAFAZ, QuANTO E 1826? HUM... QUE QUERES SER Qualbo FORES GRANDE? ergo aha SE PERCERE LOGO? \ ECONOMISTA, CLARO. E, SE POSSIVEL, SO CHEGAR A MINISTRO DAS FINANGAS, ‘ PARA FAZER ORGAMENTOS FIXESI... Luis Afonso 20 4- Cartoon Marcas de género especificas Carécter _ Nesta sequencia de imagens, Luts Afonso apresenta um dilogo humoristico entre duas icénico-verbal | personagens, nomeadamente um repérter e um jovem aluno, possivelmente, a porta de uma escola. Contexto de Este cartoon tem como contexto a comemoracao do ano da Matematica no Planeta Terra — producio MPT 2013 -, sendo de destacar o importante papel desta ciéncia para enfrentar os desafios do nosso planeta. Caracter A propésito da comemoracao do ano da Matematica, o repérter procurou auscultar jovens alunos sobre os seus conhecimentos relativamente a esta disciplina que desencadela nos estudantes sentimentos bem dispares. humoristico / irénico / satirico CO repérter, inicialmente entusiasmado, comesa por colocar uma conta de dividir acessivel a0 jovem; no entanto, perante a resposta to despropositada, 0 entusiasmo do jornalista acaba por esmorecer, o que o leva a colocar uma questéo de multiplicar, cuja resposta errada o deixa ainda mais cabisbaixo. A derradeira questo, uma simples soma, que nao daria qualquer margem para erro, desarma-o completamente, levando-o a indagar 0 jovem sobre as suas expectativas de trabalho no futuro. Ena resposta do aluno que se concretiza o caracter irénico deste cartoon, visto que, de forma displicente, este refere que o seu caminho profissional passard pela economia, almejando o cargo de ministro das finangas, para"fazer orgamentos fixes” Intencdo critica _Através do cartoon, critica-se 0 conhecimento matematico dos alunos no contexto da escolaridade obrigatoria, sendo preocupante a sua incapacidade de resolucao de enunciados ‘mais ou menos simples sem a ajuda da calculadora [Neste sentido, @resposta inusitada do aluno provoca o rio, visto que 0 seu desejo de comandar as financas do nosso pals, quando nem simples operacdes conseque realizar, ridiculariza 0 estado econdmico de Portugal e as mas op¢ées feitas a este nivel até ao momento. Exemplo de cartoon icénico Marcas de género especificas Caracter icénico Neste cartoon, Pawel Kuczynski retrata a massificagao dos jovens, incapazes de serem criativos nesta era tecnolégica. Contexto de produgéo A partir da utilizagao massiva da tecnologia, neste caso dos smartphones, 0 autor pretende lancar um olhar reflexivo sobre o ‘tempo médio que os mais jovens dedicam a este aparelho e as redes Caracter humori nico / satirico Tendo como pano de fundo um cenario campestre, Pawel apresenta ‘uma narrativa simples que tem como ponto de partida 0 ceifar dos campos. Efetivamente, quer o homem no canto superior esquerdo quero homem no canto diteito executam tarefas representativas do trabalho agrério, como a poda ea colheita. fodavia, esta ultima atividade ¢ algo inusitada, jé que ndo se trata de uma seara ‘convencional, mas sim de uma seara constituida por jovens absortos + na sua atividade dle olhar para 0 ecrd dos seus teleméveis, esquecidos da sua individualidade. Os que tentam escapar a este cenério sero . Pawel Kuczynski, Perfect garden “colhidos’, e consequentemente, eliminados deste ‘jardim’ oe critica Attavés do cartoon, critica-se 0 comportamento dos jovens, que, embora capazes de dominar as novas tecnologias, esto © (20 vez mais ensimesmados, cada vez mais incepazes de estabelecer relacoes socials saucaveis. Pata além disso, o autor no deixa de apontar o dedo & falta de pensamento originale crtico, uma vez que, neste caso, BaueM ousarlevantar a cabeca e deixar o mundo virtual, seré eliminado e deixard de fazer parte dosistemat. 2 .. ————_____-—‘_‘aisO...CQ. ' capitulo | .eitra tp 5. Discurso politico (11.° ano) Ee) odiscurso politico, sendo um texto argumentativo, é fortemente persuasivo e alicercado em pontos de visso vista de um emissor que mobiliza informagao objetiva. Tao antigo quanto a vida do ser humano em sociedade, o discurso politico tem a sua origem na retérica ? {arte de bem argumentar) e na oratéria (arte da eloquéncia), tendo sido, desde o inicio, orientado para convencer 0 pove. Exemplo de discurso politico Sobre a Morte de Martin Luther King ‘Tertho més noticias a dar-vos, a todos os nossos concidadaos e a todas as pessoas que dese- jam a paz em todo o mundo: Martin Luther King foi morto a tiro esta noite. Martin Luther King dedicou a sua vida ao amor e & justiga entre seres humanos, e morreu por ‘essa causa. Neste dia dificil, nestes tempos dificeis para os Estados Unidos, talvez faca sentido + perguntar que tipo de nacdo somos nés e que direcio queremos tomar. Aqueles de vés que s40 negros - tendo em conta as provas evidentes de que houve pessoas brancas que foram responsa- veis ~ podem estar cheios de amargura, de édio e de um desejo de vinganga. Podemos seguir nessa cos, cheios de édio uns pelos outros. » Owentao podemos fazer um esforco, tal como fez, Martin Luther King, por compreender e aceitar, e por substituir essa violéncia, esse derramamento de sangue que tem manchado a nossa terra, por um esforco para compreender com compaixao e com amor. Aqueles de vés que sio negros e que se sentem tentados a encher-se de ddio e de descon- contra todos os brancos perante a injustica de tais atos, eu posso apenas dizer que tenho 0 cao enquanto pats, a da grande polarizagao: negros entre negros e brancos entre bran- fiani \: mesmo sentimento no meu coragao. Um membro da minha familia foi morto, mas foi morto por tum homem branco. Mas temos de fazer um esforgo nos Estados Unidos. Temos de fazer um es- forco para compreender e para ultrapassar estes tempos realmente dificeis. O meu poeta preferido € Esquilo. Ele escreveu: “Durante 0 nosso sono, uma dor que nao se pode esquecer cai gota a gota sobre 0 coragao, até que, no nosso préprio desespero, contra a 2» nossa vontade, a sabedoria chega pela terrivel graga de Deus” Aquilo de que precisamos nos Estados Unidos nao é de diviséo. Aquilo de que precisamos nos Estados Unidos nao € de ddio. Aquilo de que precisamos nos Estados Unidos nao é de violéncia e de criminalidade, mas de amore de sabedoria, e de ter compaixio uns pelos outros, e de uma von- tade de justica para com os que ainda sofrem dentro do nosso pais, sejam eles brancos ou negros. »s Por isso peco-vos que esta noite regressem a casa e que faam uma oragao pela familia de Martin Luther King, sim, mas, mais do que isso, que fagam uma oracao pelo nosso pais, que todos nds amamos; uma oragao pelo entendimento e pela compaixao de que vos falei. Podemos sair-nos bem neste pais. Atravessaremos tempos dificeis; atravessémos tempos di- ficeis no passado; atravessaremos tempos dificeis no futuro, Este nao é o fim da violéncia, ndo é 0 » fim da criminalidade, nao é 0 fim da desordem. Mas a grande maioria das pessoas brancas e a grande maioria das pessoas negras querem viver juntas, querem melhorar a qualidade de vida de todos nés, e querem justica para todos os seres humanos que habitam a nossa terra ‘Vamos dedicar-nos ao que os gregos escreveram hé tantos anos: a amansar a selvajaria do ss Homem e a tornar suave a vida neste mundo. ‘Vamos dedicar-nos a isso, e fazer uma oragao pelo nosso pais e pelo nosso povo. Robert Kennedy, “Sobre a Morte de Martin Luther King” (April 4, 1968), in Ripples of Hope: Great American Civil Rights Speeches (tradugdo de Amandio Reis), Basic Civitas Books, 2003 22 5 - Discurso polico Estrutura Aestrutura deste género textual é de natureza essencialmente argumentativa, + Introdugao: > Informacao sobre a tragica morte de Martin Luther King, recordando a sua luta e mostrando que a sua morte pode levar & reflexao da nagao. + Desenvolvimento: > Apresentacdo dos argumentos a favor da rejeicéo da violéncia, ultrapassando questées raciais, Para credibilizar 0 seu argumento, recorre ao exemplo do seu irmao, J. F. Kennedy, assassinado por um homem branco. Ao invés de usar um argumento de autoridade, o autor optou por se referir ao assassi- nato de J, F. Kennedy como “Um membro da minha familia’, mostrando compaixao. » Recurso ao exemplo de Esquilo, enquanto prova viva da atualidade das suas palavras naquele contexto ‘em concreto, visto que o pais nao precisava de mais édio. > Exposicao, de forma credivel, dos seus argumentos, mobilizando exemplos que atestam a pertinéncia das suas palavras, envolvendo o publico e convidando-o a partilhar das suas ideias. + Conclusao: > Reiteracao da sua conviccao de que é possivel alterar a consciéncia civica mediante o envolvimento de todos na luta contra o racismo e contra o édio, dai o recurso ao paralelismo nos pardgrafos finais, como forma de vincar essa crenca na possibilidade de aprender com o passado e de construir um futuro melhor. Marcas de género especificas Cardcter * Defesa de um ponto de vista contra a violéncia, através de informacao seletiva e percetivel, persuasive com um certo grau de sofisticacao na mobilizagéo de dados histricos e procedimentos ret6ricos complexes, apresentando dois caminhos (o do édio ou o da compaixéo), para concluir que afinal, sé ha um caminho possivel. A intencionalidade persuasiva ea diversidade de nivels de sentido s80 eficazes no objetivo de provara dimensi humanista da mensagem veiculada Informagao + Selecao de dados objetivos, que provam que ha motivos para que haja divisao racial nos EUA, seletiva ___mas que um pais nao sobrevive com esta tensao racial. Capacidade + O texto revela uma estrutura cuidada, paragrafos bem definidos e uma evidente progressio de expor expositivo-argumentativa, com sequéncias bem delimitadas, nas quais é evidente 0 e argumentar cruzamento de diferentes planos temporais e culturais, nomeadamente a leitura do presente ‘com base nos filésofos gregos. Sao mobilizados argumentos e contra-argumentos pertinentes. Dimensao ética Preocupagao evidentemente humanista, procurando desenvolver o sentido de cidadania e social através da promogao da compaixao e do amor fraterno, de modo a que um pais que ja | enfrentou tempos dificeis possa caminhar para um futuro mais justo. Sati + Eloquéns + Recurso a um vocabulério expressivamente rico, embora acessivel, marcado por mecanismos de reiteragao lexical ("Atravessaremos', ‘atravessdmos", “atravessaremos") que veiculam a | informasao com notoriafluéncia Apés a analise deste discurso politico, conclui-se que apresenta as marcas especificas de género: possui um ‘ardcter persuasivo na defesa de um ponto de vista, através de informacao seletiva eficaz, expondo uma argumentacao clara e objetiva. A dimensao ética e social est em evidéncia na apologia humanista feita com Fecutsoa um tom eloquente que reforca a intencionalidade deste género textual. 23 24 capitulo | Loita 6. Artigo de opiniao (11° ¢ 12° anos) Oartigo de opiniao, tal como 0 texto de opiniao (que abordaremos mais especificamente no capitulo § seguinte, a propésito do dominio da Escrita), é um texto de cardcter argumentativo, em que autor expde © © seu ponto de vista sobre um determinado assunto de interesse atual, recorrendo a argumentos validos £ para convencer o piiblico-leitor da sua tese. Hé, pois, uma selecao pertinente e uma exposicao objetiva e | veridica da informacao, de forma a, coerentemente, validar uma determinada perspetiva. Este género textual aparece frequentemente na imprensa, em jornais e em revistas, em textos assina- dos pelo autor, daia necessidade de ser veiculada informacao fidedigna. Entre eles, encontramos a crénica, © editorial ou 0 artigo de opiniéo propriamente dito, que abordam assuntos diversificados como politica, economia, sociedade, tecnologia, satide, ambiente, cultura, desporto, e que despertam a curiosidade do leitor em aprofundar o seu conhecimento sobre um destes temas, sem esquecer que se trata de um ponto de vista pessoal de alguém que interpreta de forma subjetiva a realidade. Exemplo de artigo de opiniao Opinido Acena toda Aprendi que 0 nosso caldo, 0 nosso so- Capicua Rapper writers, me's, b-boys e dj’s da cidade cabiam taque, a nossa linguagem quotidiana, as ji, Era um lugar de partilha de informacao, nossas referénclas locals ¢ as nossas viVén- sm gempo em que eta preciso trocar casse- cias individuais podiam ser matéria-prima f ipeae ne aan eee tes, revistas, desenhos e dicas presencial- mente e em que a comunidade Hip Hop do Nasci no Porto em 1982 ¢ 0 meu primeiro Porto comecava a consolidar-se numa cena. contacto com a miisica foi através dos discos Foi uma pequena e poderosa revolucao e, que os meus pais ouviam. José Afonso, Fausto, _ nessa legitimacao identitéria, abriu-se diante Zé Mario Branco, Sérgio Godinho fizeram de mima possibilidade de escrever as minhas » com que, na minha conce¢ao de miisica, apa-_préprias letras. Tinha encontrado a minha lavra fosse sempre indissocidvel. Nao s6 do tribo. [..] ponto de vista estético (no seu protagonismo e Hip Hop ensinou-me muita coisa e foi a inventividade), mas sobretudo enquanto vei- _ele que dediquei quase todo o meu tempo livre. culo de mensagem, enquanto discurso e(por- Foi com ele que escolhi rotular-me nos anos da » que nao?) enquanto posicionamento. Talvez, minha adolescéncia, sobrepondo-me as classi- por isso, tenha encontrado no Hip Hop (anos ficagoes que externamente se impunham. Foi mais tarde) um sentido de identificagao, uma __com ele que criei uma relacao estreita com a familiaridade. minha cidade e com a lingua portuguesa. Foi Era adolescente no Porto em 1997 e o meu com ele que aprendi a ética da autossuperacao » primeiro contacto com a cultura Hip Hop foie que estimulei 0 espirito de iniciativa, numa através do Graffiti. Comecei a prestar atencao 9 espécie de DIY militante que me anima até aos rabiscos nas paredes e procurei saber mais sobre aquele misterioso cédigo estético. Fui westigando, experimentando no caderno e % na parede e conhecendo cada vez mais gente com 0 mesmo interesse. Foi assim que cheguei a um pequeno bar na Rua de Cedofeita, em que todas as quin- tas-feiras havia noite de Hip Hop. Todos os hoje. E foi ele que deu sentido a minha escrita, que me impeliu a desenvolver a minha voca- a0 e que (ultimamente) me tem permitido ga- nhara vida, .. Digo e repito sempre que posso, pergun- tada ou nao, que tenho nos Dealema um exemplo uma inspiragao. Nao apenas por terem sido fundadores da cena portuense, 6 Amigo de opine mas por terem ajudado a consolidé-la ano No palco do Rivoli tocaram na integra 0 © apés ano, “incentivando os putos como man- _seu primeiro dlbum e lembrei-me de mim, de dam as leis" Na perspetiva de queomeétam- _discman na mao e phones nos ouvidos, ou- bém um mentor, servindo de fio de prumo » vindo-o pela primi impressionada, para o crescer do movimento, alimentando 0 Dei por mim, de novo com 20 anos, sendo fa espirito de coletivo, mantendo uma ética de _como s6 um adolescente consegue, entoando © trabalho, eles tém estado sempre ld ea tribo os refrdes em coletivo, de bragos no ar e sen- mostra reveréncia, tindo cada rima como se nos definisse. in Visao, haps visae sapo,pt/opiniaa/2016-06-06-A-cena-toda (consultado em 24-09-2017) Estrutura + Titulo: sugestivo ~ "A cena toda’, que remete para uma miisica dos Dealema, com o mesmo titulo. + Resumo / destaque: explicitacdo do titulo e antevisdo do tema do artigo de opiniao. + Introdugdo (1° porégraior: ) apresentacao do tema do artigo - importancia da influéncia musical dos pais da cantora, dando-lhe a conhecer musicos nacionais que valorizam o poder da palavra, o que explica a sua preferéncia pelo hip hop. + Desenvolvimento (2° a antepeniiltime pardgrato): > exposicdo dos argumentos e dos exemplos comprovativos da sua opiniao ~ sumario da sua relacao com o hip hop, através de argumentos que validam a importancia desse género na sua formacao musi cal, recorrendo a exemplos pertinentes do seu contacto com artistas portuenses. E ainda de referir a importancia do hip hop enquanto licao de vida, + Conclusao (dis itimos porégrofes: » reiteracao da opiniao veiculada ao longo do texto - importancia do hip hop no seu crescimento en- quanto pessoa e enquanto artista. Marcas de género especificas Explicitagéo de um ponto + Apresentagao da perspetiva pessoal da cantora sobre a importancia dada & de vista palavra nas musicas ouvidas na infancia e na juventude, de José Afonso até Dealema, que a marcaram profundamente. O assunto tem interesse geral e atual, mais especificamente no campo social e musical Clareza e pertinancia + Recurso a argumentos objetivos que justficam a opinido pessoal apresentada, da perspetiva adotada, exemplificados com referéncias pertinentes que comprovam a credibilidade dos argumentos desenvolvidos | da opinio veiculada, e dos respetivos exemplos Discurso valorativo + Manifestacao de um juizo de valor explicito sobre a importancia do contacto, no Porto, com o hip hop. Neste exemplo, destacam-se os seguintes aspetos: * © fecurso a uma linguagem valorativa, marcada por recursos com acentuado valor expressivo, como a Metafora (“servindo de fio de, ‘prumo para o crescer do movimento”); e por uma adjetivacao apreciativa (“Foi uma pequena e poderosa revolucdo") © fecurso, geralmente, a primeira pessoa (“Digo e repito sempre que posso, perguntada ou néio, que tenho nos Dealema um exemplo e uma inspiracéo’) 2 Copitle 1 Leivro Sintese de conteUdos 26 Género _Contexto de producao. | Estrutura Marcas de género Marcas de texto edetransmissao —=—_—possivel especificas linguisticas 1.Relato + Autor: viajante + Titulo = Variedade de temas | + 1.8 pessoa deviagem | (jornalista,escritor...)_ « introdugao «Discurso pessoal __(Subjetividade) (narraruma | *Meiodetransmissso: | « Desenvolvimento | (prevalénciada |» Formas verbals viagem) Jornal, revista em papel 15 pessoa) no passado + Conclusso ‘ou online, Internet, + Encadeamento + Dimensdo narrativa (preferencialmente) ou no presente lve s | Iégico de ideias —_* DimensBo Sun presente descritiva | (alorintempora + Multimedalidade | “RECU5OS expressivos (ex: adjetivacao, ‘comparacao) + Expressoes temporaise | espaciais — —t— — i — — 2. Exposicao + Autor: alguém que + Titulo: + Caracter 3." pessoa sobreum | estudou, que conhece —« introducao demonstrative (objetividade) tema ‘tema em questo “Desenvolvimento | * Elucidacso + Frases declarativas (dar informagao + Meio de transmissao: «Conclusio | evidente do tema * Verbos no indicativo sobre um tema livro, jornal, revista (fundamentagao—(sobretudo no de forma em papel ou online, das ideias) | presente, pretérito objetivae Internet. + Concisioe perfeto, futuro) fundamentada) | | objetividade + Hiperénimose | | Valorexpressivo | -holénimos das formas | Delticos econectores linguisticas decausaede consequéncia - - | 7 3. Apreciaggo = Autor:critico = Cabegalho » Descrigéosucinta | + Adjetivos critica + Meiode transmissio: | «Titulo do objeto | qualifcativos (apreciar um jomal, revistaem papel_| « introducdo + Comentario critico (apreciagao ou depreciagao) objeto de ‘ou online, Internet, * Desenvolvimento natureza televisio, rédio, livro. ; | + Advérbios + Conclusio artistica) + Oragdes relativas + Recursos expressivos (ex: comparacao) Género _| Contexto de producao Estrutura detexto -_ edetransmissio possivel 4.Cartoon —_ » Autor: cartoonista + Imagem (angar um (ornalista,ilustrador...) _ « imagem e texto olharcritico | * Meio de transmisséo: sobre um | Jomnais, vistas (em acontecimento | papel ou online) atual) logue, intemet. | 5.Discurso |» Autor: pessoas/ + Estrutura politico entidades relacionadas | predominantemente (elletirsobre | Coma protesao de argumentativa valores politicos, religiosos e éticos + Introducao | «Desenvolvimento ‘tematicas de dimensao ética e social) + Meio de transmiss80: | Oo eso televisio, internet, | jornal | | | | | 6. Artigo + Autor: crtico,jornalista, — * Titulo de opiniéo __investigador/ + Resumo / destaque (apresentar um | conhecedor do tera (opcional) Pontodevista | emquestéo + Introdugao pessoal, + Meio de transmissao: sustentado * Desenvolvimento em argumentos eexemplos) livro, jornal, revista em papel ou online, Internet,... * Conclusao Marcas de género especificas = Apresentacao critica de tema da atualidade + Cardcter persuasive | + Informagao seletiva | « capacidade de expore de argumentar (coeréncia e uso | de argumentos, | contra-argumentos € provas validos) + Dimensio ética e social + Eloquéncia (valor expressivo dos recursos usados) + Explicitagao de um ponto de vista + Clarezae pertinéncia da perspetiva adotada, dos argumentos desenvolvidos e dos respetivos | exemplos | « Discurso valorativo Sintese de conteados Marcas | linguisticas Quando apresenta linguagem verbal: + Tom humoristico + Subjetividade * Valor expressive das formas linguisticas (Ex:jogos de palavras, trocadithos) Recursos expressivos | Ex ironia) + Frases de tipo declarativo e interrogativo + Uso do presente do indicativo com valor de universalidade + Eloquéncia: selecao vocabular precisa + Recursos expressivos que conferem um tom persuasive a0 discurso (ex: interrogagao ret6rica, andfora e paralelismo) +14 pessoa (subjetividade) + Linguagem valorativa + Recursos expressivos + Adjetivacso (apreciativa ou depreciativa) 27 28 Exercicio 1 Leia 0 seguinte texto. ‘O hotel Yanggakdo fica na ilha Yanggak, no meio do rio Taedong, na zona sul de Pyongyang, A ilha 6 atravessada por uma ponte, mas os estrangeiros sao avisados com muita seriedade que nao devem, sob nenhum pretexto, pisd-la e, menos ainda, atravessé-la Entenderam? Eo discurso s6 avangava quando todos dissessem, um por um, que entenderam. Na Coreia do Norte, os estrangeiros nao podem andar sozinhos na rua, Esta é a primeira e mais importante regra que qualquer visitante tem de seguir. E uma regra de ferro, de pedra ou de qualquer outro material de rigidez sem apelo. ‘Um dos guias, menina Kim, falava bem a lingua estrangeira do grupo que acompanha, neste caso a lingua inglesa, e sabia tudo o que tinha de dizer sobre os lugares a visitar; 0 outro guia, senhor Kim, falava com mais dificuldade a lingua estrangeira do grupo, apenas o suficiente para controlar aquilo que era dito, e sabia muito menos sobre os lugares e os monumentos, nunca falava sobre isso. Ao fim de pouco tempo, era muito 6bvio que da mesma maneira que controlavam os visitantes, ambos os guias se controlavam mutuamente. ss NaCoreia do Norte, entre os visitantes estrangeiros est sempre latente o receio de se afastarem. Ninguém quer ir para lugares onde nao deva e ficar sujeito aos castigos que imagina. Na ilha de Yanggak, subentendia-se que nao deviamos sair do hotel. Havia la tudo 0 que podia- mos precisar: uma loja com vestidos tradicionais, garrafas de 4gua e pacotes de bolachas; uma livraria ‘com as obras completas dos lideres; um salio de cabeleiteiro, onde se podia fazer uma permanente » por doze euros, o equivalente a um telefonema de dois minutos para a Europa. Por curiosidade antro- polégica, gostava de ter conhecido uma dessas pessoas que aproveitam a estadia na Coreia do Norte para fazer uma permanente. Havia também o restaurante n.° 1 e 0 restaurante n.° 2. Com as portas lado a lado, com 0 nome anunciado em letreiros luminosos paralelos. Como irmaos gémeos, muito penteados e arranjados, mas com um traco sinistro na expresso, geracdes de consanguinidade. Porque tinha interiorizado a proibicdo de ir onde quer que fosse, fiquei muito surpreendido quando, antes, perguntei 4 menina Kim se podia correr, Respondeu-me logo que sim, claro que sim. Grande s cretamente. Fiquei com a sensacao de que podia correr até onde me parecesse razodivel. Essa era uma » resposta boa e ma. © hotel tinha uma alameda larga diante da porta Corri durante 49 minutos e 12 segundos rriso, Tentei perguntar-the até onde podia it: Sorriso a desvanecer-se. Nao respondeu con- . Foi por af que saf a correr, intrépido aventureito. José Luis Peixoto, Dentro do Segredo - Uma viagem na Coreia do Norte, Quetzal, 2012 Para responder a cada um dos itens de 1. a7., selecione a unica opcao que permite obter uma afirmacao correta. 1, O texto apresentado pertence ao género (A) exposicao sobre um tema, (B) discurso politico. (C) relato de viagem. {D) apreciacao critica, rerio resolvidos A viagem a Coreia do Norte é marcada (A) pela criagao de pontes entre os turistas. (8) pela repressio. (C) pelo mistério. (D) pelos servicos baratos. A interrogagao ret6rica usada no segundo paragrafo tem como intencao (A) citar uma figura de autoridade. {B) estabelecer um pacto com a autoridade. {C) alertar os leitores para a proibicio. (D) reiterar a ordem dada. 4, O discurso pessoal e as marcas de subjetividade sao evidenciados através (A) do uso das formas verbais e pronomes na primeira pessoa. (B) do uso da primeira pessoa e do relato do tempo da corrida. (C) da referéncia ao inglés dos guias. (D) da referéncia ao tempo da corrida recurso a “mas” (l.2¢ 25) realca uma ideia de (A) adicao. (B) alternancia, (C) contraste. (D) concessao. 6. No segmento “E uma regra de ferro” |.7) esta presente (A) uma metéfora (8) uma personificagao. (C) uma antitese. (D) uma anafora, 7. 0 segmento ‘Na Coreia do Norte" (15) desempenha a funcao sintatica de (A) complemento obliquo. (8) modificador. (C) sujeito. {D) modificador do nome apositivo. 8. Indique o antecedente do vocabulo sublinhado em “pisd-la e, menos ainda, atravessd-la" (3). Classifique 0 sujeito da oragao “Ninguém quer ir para lugares onde nao deva’ 0.16) 10. Indique o valor da oracao iniciada por “que” em “que acompanha” I. 9). Solucéio ] 1.(C).2. (8). 3. (0). 4. (A). 5.(C).6.(A).7. (8) 8. (uma) ponte. 9. (Sujeito) simples 10.Valorrestitivo. 29 eee opitule | Livro Exercicio 2 Leia 0 seguinte texto. Geografia do Portugués i O portugués é a lingua que os portugueses, os brasileiros, muitos afticanos € alguns asidticos aprendem no bergo, reconhecem como patriménio nacional e utilizam como instrumento de comunicagao, quer dentro da sua comunidade, quer no relacionamento com as outras comunidades lusofalantes. Esta lingua nao dispde de um territério continuo (mas de vastos territérios separados, em varios continentes) e nao é privativa de uma comunidade (ma sentida como sua, por igual, em comunidades distanciadas). Por isso, apresenta grande diversidade interna, consoante as regides e os grupos que a usam. Mas, também por isso, é uma das principais linguas internacionais do mundo. 1» Epossivel ter percecdes diferentes quanto a unidade ou diversidade internas do portugués, conformea perspetiva do observador. Quem se concentrar na lingua dos escritores e da escola colherd uma sensa- cao de unidade. Quem comparar a lingua falada de duas regides (dialetos) ou grupos sociais (socioletos) nao escapara a uma sensagao de diversidade, até 1s mesmo de divisao. Uma lingua de cultura como a nossa, portadora de longa histdria, que serve de matéria-prima e é produto de diversas literaturas, instrumento de afirmagio mundial de diversas sociedades, nao se esgota na descrigao do seu sistema lin- guistico: uma lingua como esta vive na histéria, na sociedade e no mundo. 2» Temumaexisténcia que é motivada e condicionada pelos grandes movimen- tos humanos e, imediatamente, pela existéncia dos grupos que a falam. Significa isto que o portugués falado em Portugal, no Brasil e em Africa pode continuar a ser sentido como uma tinica lingua enquanto os povos dos varios paises lusofa- | antes sentirem necessidade de lagos que os nam. A lingua é, porventura, o mais poderoso desses lacos. [..] | A diversidade linguistica que o portugués apresenta através do seu enorme espaco pluricontinental é, inevitavelmente, muito grande e certamente vai au- mentar com o tempo. Os linguistas acham-se divididos a esse respeit momento, o portugues de Portugal (PE) e o portugues do Brasil (PB) s2 linguas diferentes; outros acham que constituem variedades bastante distanciadas den- tro de uma mesma lingua. | alguns acham que, jd neste | | | | Centro Virtual Camoes, htp://eve.instituto-camoes pr/conhecer/bases-tematicas/ historia-da-lingua-portuguesa.html (consultado em 04-04-2017) Para responder a cada um dos itens de 1. a 6., selecione a Unica op¢do que permite obter uma afirmac3o correta, 1. Este texto pode ser classificado como {A) uma noticia. {B) uma exposigdo sobre um tema. {C) uma reportagem. () uma apreciagao critica 30 bxercicios resoWvidos 2. O tema deste texto é (A) lingua portuguesa. (8) a lingua portuguesa - diversidade e unidade. (C) a diversidade da lingua portuguesa. {D) 0 portugués europeu e o portugués do Brasil 3. Na frase “A lingua é, porventura, o mais poderoso desses lacos.”( 24-25}, 0 conector sublinhado exprime um valor de (A) certeza. (B) condicao. (C) duivida. (D) concessao. 4, Através do recurso & locucdo “Por isso” 0. 7, pretende-se evidenciar um nexo (A) conelusivo, (8) causal. (©) condicional (D) concessivo. 5. O processo de formagao presente em “lusofalante”j 23-24) 6 (A) a amélgama, (8) a composigio morfossintética, (©) a composigao morfoldgica. (0) a derivacao. 6. Na frase “Mas, também por isso, 6 uma das principais linguas internacionais do mundo.” Wl, 8-9), 0 segmento sublinhado desempenha a fungao sintatica de (A) predicativo do sujeito. (B) predicativo do complemento direto. (C) complemento direto. (D) complemento indireto. 7. Classifique a oracao iniciada por “Quem se concentrarna lingua dos escritores e da escola” (12). 8. Indique a classe e a subclasse a que pertence 0 vocébulo “que" na frase “O portugues é a lingua que” f. 9 Identifique a funcao sintatica do segmento sublinhado em ‘ndo se esgota na_descricdo do seu sistema finguistico” 118-19, Solucaio 1.18). 2, (B). 3. (C).4.(A). 5.(C).6. (A). 7. Oracao subordinada substantiva relativa. 8. Pronome relativo. | 9. Complemento obliquo. 31 32 Capitulo -Leturo Exercicio 3 Leia o sequinte texto e responda as questées. Avida em busca do sonho Critica Ipsilon por: Jorge Mourinha O Mentor to © Mau % Mediocre 4% Razoavel 4k Bom Jeep Muito Bom 900K Bxcolente 0 novo filme de Paul Thomas Anderson nio é 0 “Grande Filme Americano” que queriamos, antes um grande filme sobre 0 lado escuro da América. Juntamente com 00h30.a Hora Negra e Django Libertado, O Mentor éo terceiro grande filme igno- rado pelas principais nomeaces aos Oscares (restringidas apenas aos seus trés atores principais, s Joaquin Phoenix, Philip Seymour Hoffman e Amy Adams). Mas, enquanto Quentin Tarantino e Kathryn Bigelow pagaram o preco da controvérsia tematica, Paul Thomas Anderson pagou o preco da perplexidade com que O Mentor foi recebido ao longo dos iiltimos meses. E, no entanto, vistos em conjunto, os tés filmes formam um peculiar triptico sobre o “lado escuro” da América que pode explicar, em parte, 0 desconforto com que foram recebidos. w» Dostrés, O Mentor é, contudo, 0 mais opaco e desconcertante dos trés, acompanhando uma década na vida de um veterano da II Guerra Mundial que, desajustado da “nova América’, se deixa sectuzir pelas ideias de um guru carismatico[...]. Paul Thomas Anderson nao da grandes pistas, espera que seja 0 es- , evidentemente, de propésito: se ha coisa que ele sempre foi é um cineasta pectador a unit os pontos ~ cerebral, e tudo o que se passa sob a fachada gloriosa da América pés-II Guerra Mundial, do we've never +s had itso good que Hollywood cristalizou, passa-se apenas na cabega das suas personagens, 10 gente que procura uma panaceia para se reintegrar, que tenta reencontrar a inocéncia desses panaceia pode bem ser a anos dourados antes de a guerra ter tornado tudo sujo ¢ doloroso. Es: “causa” que Lancaster Dodd defende com a esperanga de encontrar a solugao - e, mais do que o filme a volta da Cientologia que tanto se especulou ser, O Mentor torna-se entao numa alegoria de uma 2» América caida “em pecado’ procurando reencontrar a saida do labirinto em que se deixou fechar. Freddie, 0 alcodlico psicético de Joaquin Phoenix, néo quer outra coisa que nao seja apagar ou esque- cer 0 passado, mesmo que isso seja impossivel ~ busca a tal “segunda oportunidade” mitificada no “sonho americano” mas comega a perceber que talvez 0 mais que consiga encontrar seja 0 pio do Povo (alcool, sexo, religido). Dodd, o guru carismatico de Philip Seymour Hoffman, é 0 homem com. % preensivo que acredita no que os outros nao querem sequer ver e que Ihe oferece uma possibilidade de redengao, mesmo que dentro de um quadro especifico. Acreditaré realmente Freddie na Causa? Acreditaré realmente Dodd em Freddie? [...] E é contr que Anderson faz, puxando ao maximo o glamour, a perfeicao ideal dos anos da abundancia, Jo com a anguistia existencial, talvez irresoltivel, de uma sociedade que esconde a ansie- 2 dade por tris da fachada, Dificilmente se poderia encontrar melhor ilustracao disso do que a miisicg discordante e sedutora de Jonny Greenwood dos Radiohead, perfeita transcri¢ao sensorial do carro- cel de emogdes ¢ identidades de O Mentor. Que, desde j4, 6 um dos grandes filmes americanos dos ltimos anos: um melodrama dos anos 1950 reencarnado numa busca existencial dos anos 1970 que nao ¢ 0 “Grande Filme Americano” que muitos esperavam. Apenas um grande filme sobre a América s De ontem, tal como de hoje. in hitp://www.publico pt/culturaipsilon/noticia/a-vida-em-busea-do-sonho-16 (texto adaptado e consultado em 19-04-2017) xeric resides 1, Refira de que modo a frase em destaque que antecede o titulo antecipa o posicionamento do critico. Sugestdo de resposta A frase encerra uma dualidade: nao ¢ 0 “grande' filme que se pretende sobre a América, mas sim um bom filme sobre a face negra dessa mesma América. Na verdade, com este destaque, o leitor fica alertado para a imagem que o crtico pretende veicular - a de uma ‘América decadente, alheada dos valores que estiveram na base da sua constituigdo como nacdo defensora da liberdade e da felicidade individuais. Assim, a expressao “lado escuro”. 8) seré reiterada a0 longo da critica e visivel em afirmacdes como “caida ‘em pecado” (20). Percurso de resposta + Referéncia 8 dualidade presente na frase. + Explicitacio da intencionalidade dessa dualidade, + Conclusio exemplficacdo do anteriormente exposto 2. Transcreva duas expressées valorativas usadas no artigo que evidenciem o posicionamento subjetivo do Jornalista ‘Sugestao de resposta Duas expressées valorativas que evidenciam o posicionamento subjetivo do jornalista podem ser as seguintes:‘...]sehdcolsa que ele sempre foi é um cineasta cerebral, tudo 0 que se passa sob a fachada gloriosa da América p6s-l1 Guerra Mundial, do we've never had it so good que Hollywood crstalizou, passa-se apenas na cabeca das suas personagens."l. 13-15) e “I. ..]@ tal'segunda oportunidade’ mitificada no ‘sonho americano’ mas comega a perceber que talvez mais que consiga encontrar seja 0 6pio do povo (4lcoo|, sexo, religido).” 22-24, 3. Indique duas marcas de género espe Sugestéo de resposta Na descrigéo do objeto, encontramos rigor e subjetividade, jé que, {enquanto sao apresentados factos concretos relativos a realizacSo e a0s atores, também € revelada a posicdo subjetiva do critico, que considera, por exemplo, que dos trés filmes referidos“O Mentor é, contudo, o mais opaco.e desconcertante dos tés”. No comentario critico, recorre-se a uma linguagem valorativa “Apenas um grande filme sobre a América” que mostra bem o Motivo pelo qual foram atribuidas 4 em 5 estrelas a este filme. Percurso de resposta | -Aprecago vloratvaresuitante da utlizagdo de adjetivos e do recurso a uma expressio em inglés paradigmética do cinema de Hollywood. + Apreciacio valorativa resultante da referéncia a conceitos extratextuais ~“sonho americano’ vulgarmente designado por"american cream, representando a busca de uma felicidade que assenta em bens materials; e"épio do povo", expresso da autoria de Marx, que via na religiao um fator de alienagao do povo, icas deste texto, justificando com expressées textuais Percurso de resposta + Descrigdo do objeto apreciado filme OMentor-, combinando a apresentacao objetiva de factos com uma opinigo subjetiva sobre os mesmos = + Recurso a uma linguagem valorativa, 4, Identifique a funcao sintatica desempenhada pelo segmento sublinhado em “Doda, o guru carismdtico de Philip Seymour Hoffman, é 0 homem compreensivo |. ..]” Wl. 24-25) } Indique o referente do pronome pessoal sublinhado em “é contrastd-lo" 29) © Classifique a oracao "mesmo que isso sefa impossivel” 0.22), It Indique o valor do conector “contudo” 10) Solugdo 4: Modificador apositivo do nome. 5.(0) glamour, 6: Oracao subordinada adverbial concessiva TNalor de oposicao/contraste. SS as ee 34 Capitulo Letra Exercicio 4 1. Observe 0 cartoon apresentado. 41.1. Descreva a situa¢ao representada no cartoon, explicitando a sua intencionalidade critica. , Negligencia Sugestéio de resposta Neste cartoon de Rodrigo, é possivel observar um mapa de Portugal, pals cuja regio central se encontrainundada devido 20 liquido derramado pela lata cujo r6tulo diz"Negligéncia,transportada por um campino, ‘Assim, este cartoon apresenta uma intencionalidade critica bem evidente, visto que representa o descuido e a indoléncia dos portugueses(representados por esta personagem tipica) peranteo seu tertério, Desta forma, sublinha-seo desleko de todos és para com 0 nosso tettéio, quando, por exemplo, no verso, si fitos piqueniques com a familia eos amigas © nd thé 0 cuidado de preservar a natureza, estando atentos a foguelras devidamente extintas Neste sentido, 0 cartoon apresenta uma evidente critica falta de cuidado dos portugueses na preservagéo do seu temritério, o que leva a destruicao das nossas belas paisagens. Exercicio 5 1. Observe 0 cartoon. 1.1. Descreva a situacao representada no cartoon, explicitando a sua intencionalidade critica Henrique Monteiro, Lay, trdgico lar Sugestdo de resposta Este cartoon de Henrique Monteiro tem como contexto as noticias surgidas no inicio do ano relativamente & morte de nove mulheres por violéncia domestica. Neste sentido, o autor retrata um casa cujo soriso paraa selfie é forcado. | forcafisica do homem é demonstrada pela fimeza com que estrangula a mulher, apenas comuma mao, sendo vsiveis a afliao e a dor estampadas no rosto feminino, concluindo-se, assim, que esta € vitima de violencia doméstica, A célebre expressio‘Lar, doce lar é,entéo,subvetida,sendo adjtivo”doce’substituido por tragico’ de modo aenfatizar o ambiente de sofrimento que rina em muitos lares, em que as mulheres sio controladas pelo marido, tendo de estar submissas este, tal como a imagem comprova, na qual a mulher ¢forsada a sorrit. Desta forma, 0 cartoon pretende denunciar a situagao de muitas mulheres que so obrigadas a ocultar a violéncia que pauta as suas vidas, ingindo uma existéncia feliz, com a conivéncia das tecnoogias, neste caso do smartphone, que no fevela a agressio a que a mulher esté a ser sueita. Conclui-se, pois, que éfeita uma critica violencia doméstica, mas também a0 poder da tecnologia, visto que as redes socials reproduzem ailusio do ral, encobrindo teriveis situacdes, comoaretratada xeric resolvidos Exercicio 5 Leia o seguinte texto e responda as questées. Texto do discurso de José Mujica, Presidente da Republica Oriental do Uruguai na Cimeira Rio +20 Conferéncia das Nac6es Unidas sobre Desenvolvimento Sustentavel 20 de junho de 2012 Autoridades presentes de todas as latitudes e organismos, muito obrigado. Muito obrigado ao povo do Brasil e sua Presidente, Dilma Rousseff. Muito obrigado a boa-fé que t¢m, certamente, ma- nifestado todos os oradores que me precederam. Como governantes, expressamos a intima vontade de acompanhar todos os acordos que esta nossa pobre humanidade possa subscrever. No entanto, seja-nos permitido fazer algumas perguntas em voz alta. Durante toda a tarde tem-se falado de desenvolvimento sustentavel, de se erradicar a pobreza. [. Estamos a governar a globalizacao ou a globalizacao é que nos governa? E possivel falar de solida- riedade e de “estarmos todos juntos” numa economia baseada na concorréncia impiedosa? Até onde vai a nossa fraternidade? Nao estou a dizer nada disto para negara importancia deste evento. Pelo contrario: 0 desafio que 0 € ecoldgica, mas sim politica. [..] temos pela frente é de colossal magnitude ea grande crise n: Por exemplo, uma lampada elétrica nao pode durar mais de 1000 horas ligada. No entanto, exis- tem lampadas que podem durar 100 mil horas ligadas! Mas essas nao se podem produzir porque 0 problema € 0 mercado, porque nés temos de trabalhar e temos de sustentar uma civilizacao de “usar 1» e deitar fora’, € assim permanecemos num eftculo vicioso. Estes sao problemas de cardcter politico que nos lembram que ¢ hora de comecar a lutar por uma outra cultura, Nao se pretende equacionar um regresso a época do homem das cavernas, ou de erguer um “mo- numento ao atraso” Contudo, nao podemos continuar a ser, indefinidamente, governados pelo mer- | cado, Pelo contrétio, temos de ser nds a dominar o mercado. [ |» Porisso, quero saudar os esforgos e acordos que estao a ser feitos. E, como governante, vou acom: Panhd-los, Eu sei que algumas coisas que estou a dizer “moem!, Mas temos de perceber que a crise da gua e da agressao ao meio ambiente nao € a causa. A causa é 0 modelo de civilizagao que temos or- ganizado. E 0 que temos de rever é a nossa forma de viver [..] Os meus colegas trabalhadores lutaram muito pelas 8 horas de trabalho. E agora estao a conse- | ® Suir as 6 horas de trabalho. Mas 0 que tem seis horas, tenta ter dois empregos, portanto, trabalha mais | do que antes. Porqué? Porque tem de pagar uma série de prestacoes: da mota, do carro, e pagar pres- Tagdes e mais prestagées e, quando der conta, é um velho reumitico, como eu, a quem se Ihe escapou avida. E, entdo, fazemos esta pergunta: € este 0 objetivo da vida humana? O que quero dizer é muito ® basico: o desenvolvimento nao pode ser um obstaculo a felicidade. Tem de estar a favor da felicidade humana, do amor na Terra, das relagdes humanas, dos cuidados para com as criangas, de ter amigos, de ter o essencial. Precisamente porque este 6 0 tesouro mais importante que temos - a felicidade. Quando lutamos pelo meio ambiente, devemos lembrar-nos de que o primeiro elemento do meio ambiente se chama * Felicidade humana, Muito obrigado, in hup://www:presidencia.gub.uy/sala-de-medios/medios-prensa-uruguayo (consultado em 19-04-2017) 35 Copitlo | Leura 1. Explicite a originalidade da visdo do orador acerca da problematica do desenvolvimento sustentavel. | Sugestiio de resposta + Percurso de resposta Num discurso claro e profundamente humanista, o orador surpreende + Introdugao. : © auditério com uma visdo que escapa ao cientificismo/tecnicismo de um : posicionamento sobre a tematica em questo. De facto, longe dese enredarem + Justificaco da afirmacio inicial com justificagbes de natureza cientifica,o orador admite que a solucio paraa crise ‘exemplficacdoretirada do texto, ambiental que o planeta esté a enfrentar passa por evermos a nossa forma de estar no mundo - “Eo que temos de ever é a nossa forma de iver”. 23) + Sintese da visdo original do orador. ! 0 orador assinala, na sua visio, questées de natureza cultural que implicam mudanga de rotinas proprias de civilizages consumistas, que colocam o ser humano a ser governado pelo mercado e nao 0 contrario, 2. Identifique e comente a intencionalidade da pergunta retérica presente no antepenuiltimo paragrafo. ‘Sugesttio de resposta Percurso de resposta A pergunta ret6rica ‘é este o objetivo da vida humana?"t. 29} tem uma + Identificagao da pergunta retérica. funcionalidade equivalente a um conector discursivo, garantindoacoesoe@ =. Referéncias concretas 8 coeréncia textuais, ao passo que anuncia a conclusio do discurso. intencionalidade, elacionando-a Para além disso, este processo de retérica tem por finalidade interpelaro audit6rio, consciencializando-o para a importancia da construgao de uma sociedade cujo pilar deve sera felicidade humana. com a posigso do orador, 3. Refira o apelo contido na conclusae do discurso. Sugestio de resposta } Percurso de resposta Para encerrar o seu discurso, o orador recorre, através de uma interrogacao + Introducao. retérica, um apelo improvével, quase inverosimil, num contexto politico -a Fs Identiticacdo do apelo. humanizacao das sociedades e a consequente construc da felicidade do individuo + Exemplifi 7 ~ ‘desenvolvimento |...]Tem de estar favor da felicidad humana... fl. 30-30. Exempicagaotextun 4, Indique 0 antecedente do pronome pessoal presente na frase “E, como governante, vou acompanhd-los." 20-29. 5. Indique o tipo de coeséo presente no segmento “No entanto, existe limpadas que podem durar 100 mil horas ligadas!” 12-13. 6. Classifique a orago “Quando lutamos pelo meio ambiente [..]” 33-34. 7. Identifique a funcao sintatica desempenhada pelo constituinte ‘Autoridades presentes de todas as latitudes e ‘organismos” 0.0. Solugaio 4, Oantecedente és esforcos e acordos” 5. Coesao interrdsica, 6, Oracio subordinada adverbial temporal 7. Vocativo, 36 brercioas resolidos Exercicio 6 Leia o seguinte texto. Instagramo? Ainda nao sei. Mas sei que hé algo de assustador na quantidade de fotografias que todos os dias sao produzidas e partilhada Oescritor Edgar Allan Poe considerou a invengao do daguerre6tipo (primeiro aparelho capaz de fazer fotografias) como “o mais importante, e talvez 0 mais extraordinério, triunfo da ciéncia mo- + derna” Nesse artigo publicado em 1840 na revista Alexander's Weekly Messenger, conseguiu ver muito para Id do seu tempo prevendo que as consequéncias dessa nova “invencao cientifica” iriam “exceder, em muito, as expectativas mais fantasticas dos mais imaginativos” Nao o poderia saber - imaginar mas Edgar Allan Poe falava jé da fotografia digital, dos telefones portiteis com maquina fotogrética, da partilha de imagens, do Instagram. © Sou novo no Instagram. Quase sempre demoro a chegar. Fui das tiltimas pessoas da redacao da Visdo a comprar um telemével (fiquei convencido de um momento para o outro quando precisei de fazer um telefonema com alguma urgéncia e ndo consegui encontrar um sitio que vendesse Credifo- nes...), desconfiei do Facebook e até € provavel que tenha dito mal daquilo sem perceber bem como funcionava (descobri, depois, que ao contrario do que dizem muitos detratores das redes sociais & 1s mesmo um excelente instrumento para aproximar pessoas e nos ligar a0 mundo), s6 desisti do meu velhinho gravador de cassetes Sanyo quando uma entrevista importante ficou quase inaudivel... Mas nao fico parado. Demoro a chegar, s6 isso. Nos tempos da invengao da fotografia ninguém resistia a comparé-la com a pintura afirmando, com orgulho no progresso da humanidade, que tinha sido descoberto um método de representar a x» realidade com exatidao. Uma méquina para chegar ao real, sem filtros. “As variagoes de sombra e as gradagoes de perspetiva linear e aérea sao as da prépria verdade na sua perfeicdo suprema’, dizia, ainda, no mesmo artigo, um extasiado Poe. No jornalismo a invencao da fotografia foi, de facto, revo- lucionéria, vista como uma utopia tornada realidade (“mostrar as coisas tal como elas sao”) foi pre | ciso passar muito tempo para que se percebesse que a fotografia € tao, ou mais, manipulavel do que | = uma quantidade de palavras, preto no branco. Nao deixa de ser impressionante que essa grande men- tira da fotografia (a ilusdo quanto a sua capacidade de representar a verdade) tenha feito 0 seu cami- nho até ao século XXI, a era do Instagram e do jornalismo digital. A fotografia continua a prometer tudo, a ser, muitas vezes, vista ou pensada como espelho do real, €,na verdade, nunca foi tao manipulavel: a um nivel técnico, claro, acessivel a qualquer crianga com » um computador, m do que consideramos digno de ser fotografado, mostrado, partilhado. O fluxo de imagens captadas e partilhadas no Instagram (e noutras plataformas si que quase podiamos acreditar na invencao de um permanente espelho das nossas vidas, dos nossos lugares, dos nossos dias. Um reflexo impardvel. No Instagram a fotografia (que os mais novos jé nao % associam ao papel e A lentidao, como aconteceu durante décadas, mas sim & imaterialidade rapida do Aigital) assume todas as suas potenciais fungdes: é documento, é retrato, é paisagem, é arte... 6 irrele Yante, é bela, é ridicula, é intima...; é tudo e ndo é nada. 6 um fluxo de humanidade. Demasiada hu- manidade, Ainda nao sei se instagramo este presente-futuro, como sempre, e talvez sobretudo, na escolha do que mostramos e escondemos, imilares) é tal Pedro Dias de Almeida (jornalista) in Visao, http://visao.sapo.pt/opiniao/higlafone-pedro-dias-almeida/2015-12-10-Instagramo. (consultado em 29-05-201 ee _—<“i‘iOSOS_N Capito Leura Para responder a cada um dos itens de 1. 6, selecione a unica opgao que permite obter uma afirmacao correta. 3 1. Este texto pertence ao género (A) artigo de divulgacao cientifica. (©) apreciacao critica, (B) artigo de opiniao. {D) noticia. 2. Nas linhas 4-5 do texto, 0 recurso as aspas justifica-se (A) pelo relevo dado a citacao de um artigo de Poe. (B) pela citacdo de um estudo sobre a fotografia. (C) pela transcrigao das palavras do jornalista (D) pela importancia da revista. 3, Nocontexto em que ocorre, a palavra ‘detratores”.14) é equivalente @ {C) difamadores. (D) acusadores, (A) apologistas. (B) defensores. 4, Como marcas de género especificas, encontramos (A) aexposicao de factos sobre um assunto atual. (B) 0 uso da 3. pessoa e expressoes valorativas. (C) 0 recurso a uma linguagem objetiva e sem riqueza expressiva (D) a defesa de um ponto de vista pessoal sobre um assunto de interesse geral 5. 0 processo de formagio de palavras presente em “fotografia” e “telemovel” (A) composicao morfossintatica e morfolégica, respetivamente. (B) composicao morfologica e morfossintatica, respetivamente (C) composicao morfolégica, em ambas. {D) composicao morfossintatica, em ambas 2 Na frase é um fluxo de humanidade,’¢.37,0 elemento sublinhado desempenha a funcso sintética de (A) predicativo do sujeito. (©) complemento indireto. {B) complemento direto. (D) complemento oblique. Solugdo 1.(8).2.(A).3:(C)-4. (D). 5. (0.6. (A). 7, Sintetize 0s trés iltimos pardgrafos, constituidos por 321 palavras, num texto de 95 110 palavras. ‘Sugestéo de resposta Segundo 0 autor, era inevitivel a analogia estabelecida entre a pintura e a fotografia, aquando do aparecimento desta, que permitia a mimesis do real sem fitros. No entanto, e apesar deesta invencéo ter sido aclamada pelo jornalismo, nao deixa de ser evidente a sua fécil manipulacao, tal como a era do digital assim o comprova. Avverdade € que a fotografia ¢ facilmente adulterada, como plataformas como o Instagram provam, levando a que haja uma certa realidade que se pretende partilhar. ‘Assim, mais do que refletir a realidade, a fotografia nessas plataformas assume outras fungdes, mais ou menos artisticas, mas também mais humanas. (104 palavras) Percurso de resposta |. Manuteng3o da informagao relevante do texto-fonte: ~ analogia inevitavel entre a pintura e a fotografia, no ‘momento em que esta surge ~ captagao da realidade sem fits; , ~ apesar desta ilusdo de realidade, fotografia pode ser facilmente manipulada; ~ o Instagram revela uma certarealidade, manipulada, mas também demasiada humanidade. Capitulo Il Escrita Apresentacdo geral ConteGdos essenciais 1. Sintese 2. Exposi¢ao sobre um tema 3. Apreciacao critica 4, Texto de opiniao Sintese de conteddos Exercicios resolvidos SSS capitulo -Escrto Apresentacdo geral ‘Aaprendizagem da escrita é um processo longo e moroso, pelo que a interiorizacao de determinados 5 processos e técnicas facilita o desempenho. Assim, convém ter em conta o destinatério, as especificidades : do tema e os objetivos da escrita — informar, emitir opiniao. Escrever é um ato exigente e que implica a organizacao da informagao mobilizada, a textualizacao segundo uma progressao tematicae, finalmente, a revisio do texto, de forma a reorganizar segmentos e a avaliar alterna: . tivas, Desta forma, podemos identificar trés momentos fulcrais do processo de producao textual: Planificagao ‘+ Organizar a informacao em funcéo da estrutura do texto: > registar, em esquema, o resultado de pesquisas, da meméria de leituras, de vivéncias/experiéncias; >recorrer a conhecimentos prévios (habitos de pesquisa orientada); » selecionar criteriosamente 0 termos considerados importantes para o texto (listas de vocabulos); > dialogar com 0 professor sobre possibilidades de novos rumos textuais, Textualizacao ‘Textualizar a planificagio anteriormente realizada. + Avaliar a conformidade do texto com 0 género de texto em causa. + Proceder & hierarquizacdo da informagao (prestando: atencao aos articuladores discursivos). + Estabelecer relagdes de coesto linguistica e de coeréncia légica. | sTer em atencao a extensio da construcao frésica. *Proceder a revisées sempre Revisao, +Rever 0 texto escrito e avaliar a sua qualidade (enquanto se Ié 0 que se vai redigindo ou no final do processo, incidindo apenas sobre aspetos ortograficos e/ou gtaficos): > pode desencadear a reorganiza¢ao ereescrita de partes do texto (supressées, adicbes, destocamentos, expressées); » permite procurar alternativas para evitar repeticbes lexicais e sintaticas; > constitui um momento de reflexao, possibilitando a consciencializacSo de ‘outras possibilidades a explorar em futuros textos ~‘se iniciasse 0 texto agora, 0 que faria de modo diferente?” que ocorrem novas decisoes. Os géneros pertencentes ao dominio da Escrita a estudar ao longo do Ensino Secundario sao: sintese, exposicéo sobre um tema, apreciacao critica e texto de opiniao. Uma vez que alguns destes géneros ja foram objeto de estudo e de tratamento teérico na unidade relativa aos contetdos de Leitura, serd, nesta unidade, feita uma breve sintese teérica, que retoma as carac teristicas destes modelos textuais, seguida de exemplificagao com percursos de elaboragao de texto. Para todos eles, apresentam-se exemplos analisados, sob a forma de resolugao de propostas de escrita. JA de seguida, serd abordado género textual sintese, nao referido no capitulo Il. Conteddos essenciais 1.Sintese (10.2 ano) Sendo uma atividade de reformulacao textual, baseia-se na contracao de informagao (selecao dp es- sencial e supresso do acessério) e na generalizagao (assente na substituico de determinadas expressées por outras, mais genéricas e abrangentes). \Vejamos as etapas de elaboracao. | Etapas da elaboracao da sintese escrita A elaboracao de uma sintese deve passar por duas fases distintas: a compreensao do texto-fonte (oral ‘ou escrito) e a redacao. 40 1 Sinfese Etapa 1: Compreensao do texto-fonte A compreensao do texto-fonte deverd englobar os seguintes passos: 1) leitura integral do texto, para captar o seu sentido global; 2) leitura analitica do texto, para identificar a informagao essencial ~ para isso poder-se-a sublinhar as ideias-chave; 3) divisdo do texto em partes (introducao, desenvolvimento, conclusao), identificando o(s) assunto(s)/ topico(s) abordado(s) em cada uma delas ~ nesse sentido, poder-se-8 anotar, a margem, as ideias- -chave do texto, sob a forma de topicos; 4) identificacao/selecao: » dos vocébulos que constituem a rede lexical relativa ao tema e que, por isso mesmo, deverdo estar presentes no texto a produzir; » dos marcadores discursivos que evidenciam a sequéncia légica das ideias (estruturadores de informacao, conectores, reformuladores e operadores discursivos). D Nota Nao deverd ser selecionada informacao acesséria. Geralmente, considera-se informacio de cardcter acessério: + as repeticdes e as redundancias; + as descricées (marcadas por adjetivos qualificativos e por advérbios de quantidade e grau); +05 comentarios, as explicacdes e as exemplificacdes (que tendem a ser delimitados por virgulas, travessées ou parénteses); sas citagoes; +s interjeig6es e tudo 0 que contribua para um estilo particular do texto; + as expresses explicativas do tipo “ou seja’, “sto. “quer dizer’, “dito de outro modo’, ‘poroutras palavras"... Etapa 2: Redagao A redagao de uma sintese devera envolver dois momentos: 1) redagao do novo texto: * por palavras préprias (devem excluir-se as transcrig6es), optando por frases complexas; + recorrendo a pronominalizagao e nao usando discurso direto; + substituindo expressdes/conjuntos de palavras do texto por construcées mais econémicas: > conjuntos de hipénimos pelo hiperénimo correspondente (ex.: queijo, iogurte, leite, manteiga » laticinios); > perifrases por expresses mais curtas (satélite natural da Terra » Lua); > oracées subordinadas adverbiais finitas pelas oragdes nao finitas ou pelos modificadores corres- pondentes (No momento em que amanhece » Ao amanhecer); » oracées subordinadas substantivas pelos nomes correspondentes (Os que leem > Os leitores); > oragées subordinadas adjetivas pelos adjetivos correspondentes (uma borboleta cujas asas eram muito coloridas » uma borboleta com asas multicolores). 2) revisio do texto produzido, confirmando os seguintes aspetos: ‘ > presenca das caracteristicas do género em causa: Sintese Apresentagao da informagao sem a preocupacao de respeitar a ordem do texto-fonte (a informacao pode Ser apresentada, por exemple, conforme o grau de importancia}. Possivel alteracao dos tempos e das pessoas gramaticais do texto-fonte. i i i Referéncia ao autor do texto-fonte e destaque da sua opinido/intencio. Po copilot Esco » selecdo e reorganizacao da informacao relevante; > opgdo por um discurso conciso (eliminando a redundancia e utilizando construcdes mais economicas) > utilizagao de articuladores discursivos que assegurem a coesao do texto e demonstrem nexos: légicos e/ou cronolégicos; > manutencdo de palavras ou expressdes que localizem a informacdo no espaco eno tempo; : » correcao linguistica; > respeito pelos limites de extensdo, reduzindo o texto entre um quarto e um terco da extensao original. Exemplo de sintese escrita Etapa 1: Compreensio do texto-fonte (260 palavras) Identificaao/selecao: « das ideias-chave do texto; lexical do tema; « dos marcadores que estabelecem conexdes entre os enunciados. | + das palavras que constituem a O powoamients dos AGOres, iniciado ainda no segundo quartel do <4 Topicos §6EU1O XV, prende-se com os mesmos designios socioeconémicos e geo- Origem do politicos da @Xpanis40 ultramarina, que motivaram a descoberta do arqui: <4 —_ povoamento dos De facto, apés a conquista de Ceuta em 1415, a ocupagao de Acores: século XV. Marrocos agrava irremediavelmente as Garénci Designios da gal, vindo as ilhas acorianas a transformar-se no principal celeiro do expanséo Reino e das pracas do Norte de Africa. Do mesmo modo, a continua < _ultramarina: exploragao da sete aces Lan pelomaralto, '— ~fontede fi abastecimento que sobrevaloriza 0 Po de cereais face as caréncias sentidas na época; \_ ~importancia do Por tiltimo, na segunda metade da centiiria! de Quatrocentos, as suspei- tas da existéncia de terras a ocidente dos Acores e a possibilidade aven- tada’ por muitos estudiosos de se atingir a India navegando na mesma diregao contribuem também para uma ocupacao mais efetiva de todas as posicionamento ih das ilhas do A histétia das primitivas organica administrativa e exploraci econémica Atlantico. do arquipélago dos Acores ressente-se, entretanto, da escassez de documen= + Dificuldade {G80 inovadora. Por isso, encontramo-nos cingidos a alguns diplomas et ‘ain estabelecer H6Gi08 jé divulgados e as informacées de varios cronistas nacionais e estran- ahistoria do geiros dos séculos XV e XVI que, embora contempordneos dos grandes povoamento por empreendimentos maritimos de Portugal, chegam a veicular noticias escassez de documentacao. dispares. Todavia, presume-se que a ocupacao das jJhas enfrentou ind- | ‘meras dificuldades, que originaram um povoamento demasiado moroso e <— = Povoamento dos descontinuo. A comprové-lo, relembre-se a stiplica de um degredado per- Acores: moroso e descontinuo. pétuo “nas ilhas de S. Miguel” que, em 1453, roga a D. Afonso V a sua trans- feréncia, sem comutacao de pena, para a cidade de Ceuta “... pois as ditas ilhas nao eram tais para nelas homens poderem viver’: Avelino Felts de Menezes, “Pavoamento ¢ Administagaoin Oceans, n.°1, uno de 1989 1 século. 2. sugerida, a2

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