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Moacir Gadotti - Por Uma Escola Cidadã!
Moacir Gadotti - Por Uma Escola Cidadã!
escola Cidadã!
12/07/2017Isabel Lemos
Moacir Gadotti diz que se realmente quisermos avançar no enfrentamento de nossos
graves desafios educacionais, devemos pensar seriamente numa verdadeira
reconversão cultural da escola. Para ele, o diálogo é a principal prática da educação em
direitos humanos. Mas diálogo e participação só podem ser ensinados pela prática do
diálogo e da participação. Daí a importância do fortalecimento dos conselhos escolares
e da gestão democrática nas escolas e de todos os conselhos representativos da
sociedade civil, para a promoção da consciência de direitos e de deveres e a ampliar o
controle social e a participação como método de governo. É isto que propõe a Escola
Cidadã.
Segundo o Instituto Paulo Freire (IPF), a Escola Cidadã defende a educação permanente
e tem uma formatação própria para cada realidade local, de modo a respeitar as
características histórico-culturais, os ritmos e as conjunturas específicas de cada
comunidade, sem perder de vista a dimensão global do mundo em que vivemos.
Ela foi chamada, inicialmente, de “Escola Pública Popular”. Uma escola que formava para
a inclusão e cidadania, refletindo um movimento educacional concreto que se
caracterizava pela democratização da educação em termos de acesso e permanência,
pela participação na gestão e escolha democrática dos dirigentes educacionais, por uma
concepção interdisciplinar do currículo e da avaliação e pela democratização do próprio
Estado.
Foi no interior desse movimento, iniciado no final da década de 1980, que surgiu no
Brasil o conceito de “Escola Cidadã”, uma escola que forma para e pela cidadania. Dizia
ele, “é aquela que se assume como um centro de direitos e deveres”. É uma escola
coerente com a liberdade. É uma escola de comunidade, de companheirismo, que vive a
experiência tensa da democracia. É uma escola diversa, uma escola na perspectiva
unitária de sociedade e de educação. Por isso é uma escola que luta pela superação das
desigualdades perante o direito à educação.
Em 1994, com base nas primeiras experiências de educação cidadã, o Instituto Paulo
Freire sistematizou as linhas fundamentais de um projeto de educação para e pela
cidadania, acentuando a corresponsabilidade na gestão da educação pública entre o
poder público, a escola e a comunidade, num verdadeiro “regime de colaboração”, como
previa a Constituição brasileira de 1988.
A maior ambição da Escola Cidadã é contribuir para a criação das condições para o
surgimento de uma nova cidadania, como espaço de organização da sociedade para a
defesa de direitos e a conquista de novos direitos.
Referências: