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I.

Motivação

1.1. Conceito de Motivação

É uma força, estímulo ou impulso que leva o indivíduo a ter um determinado


comportamento para satisfazer as suas necessidades. O impulso ou desejo de satisfazer a
sua necessidade poderá ser influenciado por factores internos ou externos ao indivíduo.

1.2. Teorias de Motivação

As teorias de motivação agrupam-se em teorias conteúdo as quais centram-se nas


necessidades e objectivos dos indivíduos, procurando responder à questão o que motiva
o comportamento, ou seja, que tipo de eventos e ou recompensas são a causa de às pessoas
agirem de uma determinada forma e processo que procuram identificar os factores que
integram o processo de motivação e determinam como e porquê estes factores resultam
na motivação. Vide a tabela 1.

Tabela 1. Teorias de Conteúdo e Processo


Teoria Foco Pressupostos
Teorias de Conteúdo
Teoria de
Os indivíduos são motivados através de uma
Hierarquia
hierarquia de cinco tipos de necessidades
de
sendo que às de nível superior só são
Necessidades
satisfeitas quando às do nível imediatamente
de
inferior se encontram satisfeitas.
Maslow
(1954)
Considera duas ordens de factores
Teoria dos associados à motivação: os fatores
dois Fatores higiénicos e os factores motivadores, sendo
de Herzberg que os primeiros evitam a insatisfação
Centram-se nas
(1966) enquanto os segundos conduzem à
necessidades e objectivos
satisfação. Defende três categorias de
dos indivíduos
necessidades que conduzem à satisfação.
Defende três categorias de necessidades que
conduzem à motivação: Existência,
Teoria ERG relacionamento e crescimento. Quando o
de indivíduo não consegue satisfazer um
Alderfer determinado tipo de necessidade tende a
(1972) redobrar esforços no sentido de satisfazer a
categoria de necessidades inferior, o que
pode conduzir a frustração.
Postula que a motivação ocorre pela
Teoria de satisfação de três tipos de necessidades:
McClelland realização, afiliação e poder. Todos os
(1961) indivíduos possuem estes três tipos de

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necessidades embora com predominância de
uma em relação às restantes.
Distinguem quatro tipos de factores que
Teoria dos influenciam o nível de motivação dos
fatores de indivíduos: obediência à lei, satisfação
Katz e Kahn instrumental, auto-expansão e
(1966) internacionalização de valores, sendo que
determinados incentivos conduzem a
determinados tipos de comportamento.
Apresenta duas abordagens antagónicas, as
Teoria X e Y teorias X e Y, acerca da administração: a
de Mcgregor teoria X considera que a natureza humana é
(1960) indolente e não gosta de trabalhar; a teoria Y
propõe que os seres humanos são bons e
direccionados para o trabalho.
Teorias de Processo
O que impele o indivíduo a agir é a ideia que
ele alimenta sobre a probabilidade de
Teoria da sucesso dos seus projetos e sobre o que ele
expectativa daí pode retirar que seja interessante para si.
de Vroom A combinação das expectativas com as
(1964) necessidades produz um grau adequado de
motivação. Se a pessoa não tem ou tem
poucas expectativas, se não conseguir
identificar as suas necessidades, não saberá
motivar-se seja para o que for.
Teoria
multifatorial Considera quatro variáveis que condicionam
de Porter e a motivação: o esforço, o desempenho, as
Lawler Procuram identificar os recompensas e a satisfação.
(1968) factores que integram o
processo de motivação e Periodicamente o indivíduo estabelece
determinam como e comparações consigo (o que recebe em
Teoria da porquê estes factores relação ao que dá) e com as outras pessoas (o
equidade de resultam na motivação. que os outros recebem em relação ao que
Adams dão). Ao comparar-se a outras pessoas, ele
(1963) desenvolve sentimentos de desigualdade,
que criam tensões que impelem a agir (para
estabelecer equilíbrio). É no domínio dos
salários que este método mais se aplica
O comportamento é principalmente
Teoria da motivado pelos objectivos conscientes do
fixação de indivíduo. O indivíduo é acima de tudo
objetivos d racional, ou seja, capaz de fixar objectivos e
Locke de orientar a sua conduta para os atingir. O
(1968) indivíduo produz mais e trabalha melhor se
os objectivos da organização em termos de
rendimento forem superiores.

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1.2.1. Teoria da Hierarquia das Necessidades de Maslow

As teorias das necessidades partem do princípio de que os motivos do comportamento


humano residem no próprio indivíduo, ou seja, sua motivação para agir e se comportar
deriva de forças que existem dentro dele.

Estabelece que as necessidades humanas não têm todas a mesma força e que a sua
emergência obedece a prioridades. As necessidades humanas estão organizadas segundo
uma hierarquia de valor ou pressão sobre mecanismos psicológicos que desencadeiam o
comportamento, apresentando-se como uma pirâmide de prioridades. Na base da
pirâmide estão as necessidades mais baixas e recorrentes, as chamadas necessidades
primárias ( necessidade fisiológica e de segurança); e no topo encontram-se as mais
sofisticadas e intelectualizadas, as necessidades secundárias (necessidades de segurança,
sociais, estima e autorrealização). Vide a figura 1.

Figura 1. Pirâmide de Necessidades de Maslow

Portanto, as necessidades fisiológicas (meios de sobrevivência) podem ser satisfeitas


comendo, dormindo, respirando. As necessidades de segurança são satisfeitas através de
emprego, cuidados médicos, habitação. As necessidades sociais podem ser satisfeitas por
meio de amizade de amigos ou colegas, filiação a associações, participação e aceitação
pelos outros. As necessidades de estima podem ser efectivadas através da auto-estima,
auto-confiança, reputação, status e prestigio. As necessidades de auto-realização são
efectivadas por via de trabalho criativo e desafiante, diversidade e autonomia e
participação nas decisões.

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1.2.2. Teoria das expectativas de Vroom

O nível de produtividade do indivíduo depende de três forças básicas:


 Desejo de atingir objectivos individuais (valência);
 Percepção da relação existente entre o alcance desses objectivos e a produtividade
(instrumentalidade);
 Capacidade de influenciar o seu nível de produtividade na medida em que acredita
poder influenciá-lo (expectativa). Vide a figura 2.

Figura 2. Modelo de Vroom

Põe em evidência que o comportamento resulta de escolhas conscientes entre alternativas


e que estas (comportamento seletivo) estão intimamente relacionadas com os processos
psicológicos, particularmente, com a perceção e formação de atitudes.

Esta teoria reconhece ainda que não há um princípio universal que explique as motivações
de todo o mundo. Mas, ajuda a explicar porque muitos colaboradores não estão motivados
em seus empregos.

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