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Breve anatomia de um cléssico Jodo Angelo Oliva Neto Unt Livno (1N)EsPERADO Virgilio nasceu perto de Mantua em 15 de outubeo de 70 a.C. € ‘morreu em 21 de setembro de 19 a.C. em Brindisi, aos $1 anos de ida de. Foi sepultado em Népoles. A Eneidaé 0 terceiro grande trabalho de Virgilio, depois das Bu- <élicas(publicadas como as conhecemos em 39 aC.) e das Gedrgicas (concluidas em 29 a.C.), em cujo liveo Ill, vv. 46-8, Virgilio prometa ‘compor épica guert Presto havereifindado; entSo, anes de tudo nas cesireas agGes empenhare meus cantos, [Esse ardenteguerea, lore por evs tantos lembrado das nagées, quantosenumeramos de Tido a0 seu neto, a César, que adoramos! Grande expectativa cercava a Eneida, porque antes mesmo de vit « pilblco, foi também anunciada em 25 a.C, pelo poeta Sexto Propér- cio, que decerto conhecia excertose 0 plano do poe E que Virgo came 0 mar Accio de Febo, ‘oguardifo as fores naus de Césas, 2 " Tradulo de Anno Feliano de Casio. Tito, 04 Ttona, ¢ um pipe ‘eoano, spor de Aurora; "de To a0 seu net temo seni de “ded 3 oem dos tempos at seu descendent", Claas noes Otis Augusto. Quando 0 n= iad, as waduges so de mis auto Digitalizada com CamScanner cle recorda a5 armas do troiano Eneas 05 muros feitos em Lavinas praas. Eseritores Romanos, cede, cedei Gregost Poisnasce um no sei qué maior que a Mada? “Eneida” quer dizer “gestas de Eneias”, 0 mitico her troiang guy apés a derrota para os gregos navega a ocidnte para estabelecer ng Italia as bases de Roma, a Troiarenascda. Em doze livros narramae (0s limos dias da cidade, invadida com o expediente do cavalo de madeira e logo incendiada; narramse a fuga de Encias, conduzind pai, Anquises, © Ascinio, ofilho, as errancias por mar até chegar 3 Italia, guerra contra os povositilics ea vitria final. Comegou a ger cscrita em 29 a.C. — logo pds Otaviano Augusto derrotar Mareg ‘Anténio na batalha naval de Accio na Grévia, tomando-se tnico se thor do Império —e foi publicada pelo imperador dez anos mais ay. de, logo apés a morte de Viegilio (aids, contra sua vontade, porque considerava o poema inacabado; com efeto, entre outa evidéncias, ha 58 versos 56 esbogados, como se poder ver) Desde tempo de Catulo (84-54 3.C.), poeta da geragdo anterior a de Virtio, poctase eticos consideravam a Epica guerreitaginerp cobsoleto. Fora implictamente assim considerada na Atenas do sécalo V a.G., que nio produziu nenhuma epopeia de relevo, assim como haveria de ser no periodo helenstco,nio fosse oempreendimento de Apolinio de Rodes, que compés as Argonduticas no século Il a.C. 3 contracorrente de preceitos muito coatives sobre a questo. Mesmo em ‘mudados tempos, € posivel ter alguma ideia do problema quando le- ‘os hoje que a epopeia “desde entio [segunda metade do século XVI], apesar de algumas tentativas omintcas de revivé-la nos séeulos XIX ‘© XX, é um género morto”? A epopeia, como em tese qualquer outro 2 Sexo Propo, Els I, 34. 61-6, radu de Gules Gono Flo: 1s (Belo Horizonte, Cris, no pei). No ginal Acts Verio eusodeitora Phoebi/ Caesar et fois dieve pss ates ui rane Aeneae Tren uct arma ictague Lavins moenaltorsd Cet, Roman seiptore, edt, rail eto sad mina maitre 2 Ver Joto Adolfo Hansen, *Notas sobre o giro épco", em Ivan Tes (ore), Frosopopeis,O Uraput. Cram. Vila ies A Confedero dot Tame ‘Jus Pra (So asl, Edapflmprenea Oficial do Estado, 2008p. 11-4 passe *Fnguanto daaram a ostuges do mando stig, ope natou 80 Be 0 sinero,obsoescentes que seam, estaré “morta” nio porque 0 citico asim decet, que a poesia, malgrad ele prescnde dle, mas por no haver naquele tempo e lugar poeta cujos colhdespoticos, vale dizer, engeno e arte, a fsam vigora. Azar da épocae lugar que con- fam a poesia s6 aos erticos. Nem Enra Pound e'.S. Elie pensavarn ‘que épica era nero morto, nem excos dsses autores, como, Pot cexerplo, ea Nadel e George Bornstein, qu cio a segu pensam que to tenbam feito épica* “Epica € 0 poema que inci histéia" excreveu Pound no “Make eNew" e quanto asso os Conaresexcele, Parecia que a relacio entre os dis poets nio poeria ser mais -coopetativa do qu era, eno entanto loge les teablharam jun tos sinds mas unos, primeiro em poemas curtoscem seguida na rmodelagem da epopeia de Elo, “The Waste Land”. Apoldnio de Rodes ¢ Virgilio tiveram a valentia de compor epo- peia, quando esta era, sim, obsoleta, mas nunca mora, roi de tipos ses, fndamentandos em picpos bsluos. Desde a segunda ‘tae oul XVI, x nserainaio do pip dane concen haps ‘ins a masvals bj a todos econera todos fo mortal amb parses, [oi oferaumo¢improneleimeronin quando odaero €a quale unter {il detodor valores Desde stn apes de sgumos etiam dere ‘ela os ius XIV XX Eu sero moro, Verenos dane quem nce fina maladecapalies prague o berate homer ans veri ads 8 [nigiade euro conto de“tuolun” como fame piano di aa {Ei tanfornche dope ono mete da Atigaidedesd Homer, 0 fuvas alsa do econhce ques pope isi Aug pl qe se Si dos ‘omintcs, ocr abso, fomalado pei por Goce eShlle, agu parece roviedsreicages que lbs Mia atin we “Eps romancey em Mihal Tan, Quetes deterred eda a ora do romance, eas de AO Foron Bera (0 Pals, Hci 2010, pp. 05-4). ‘ea B. Nadel, “neoducon: Understanding Pound, e Georg Borestn, “Pound dhe Making of Moras" B. Nadel (ore), The Cambridge Com anon fo Ears Pour (Cambedg, Cave Universy Tres, 1992, 9p. 5 €33, epecivanen " Digitalizada com CamScanner Us roema mutmici4ssico tudo que importa dizer aqui sobre Virgilio, ¢ em particulae skeen Eopran nes emis as nba B07 0 “cssicos™ o daguilo que é em primeico lugar, ‘st poemasio “lissicns” na acepsio dag esclhid para trae ui eps como model a iia. Mes to antes da morte do poeta, excertos da Eneda eram lidos no Ambitg Drivado rectados em bibliotecas para um piblico de adultos assim ie publicada, «Ered aso serena 20 ovens mas ecoas se cra implica dizer que o poera ea prefer, era “cssco” para qodesos estrtos do pblco do tempo A Eneida, com pero do ana- Cronima eno um i. Tex peso bi exes de con. Templar o fendmeno como se vivssemos nos anos Subsequent a sey rere pra empreendera anda qe ate nBo porque se tratane da predominincia de um género sobte outros (0 que no ‘cone aulgar pela grande aeitacio dos poeta legiacosPropérci ‘Tulo Ovidio,contemporsncos de Virgo), mas sim pela quaseon peesenga da Encida nas vitias esferas da vida romana do tempo — as, religiosas,poltias,hstrieas — além da poesia, o que curiosa- mente preserva espago para aconcomitincia de viosgéneros potticos no aprego do pablco. Em outras palavras — mercé dos valores que Enciasencara edo engenho com que poeta sinttiza mito ehistria NC i nl yep ‘esignada em vids plo pela mera auséncia de BUEFas, mas € gg arata om peapetva mics, supratemporal 2 ea de Satur Secale de Ouro, anerioc a todo ral nclusive a guera. Para ‘signcado da eqipraso, coo: vrsoscom que Hesiodo d ‘a Idade de Ouro em Os trabalhos e os dias (vv. 109-19): ‘rimeio de ouro a raga dos homens moras criaram os moras, que mantém oimpicas moradas, Exam do tempo de Cronos, quando no céu est reinava; ‘como dewsesvviam, tendo despreocupado corasio, pastados loge de penase mistias; nem temivel rebie thes psa, sempre isis noe ps enas mies, alegravams em fess, 0 males todos afastados, ‘motiam como por sono romados; todos 0s bens eram ra eles: esponines terra mute frat tears abundanee generosoe cles contentes, "eanpilos nutans de seus prédigos bens. Atal bonanga o piblico da Eneida, que no ignorava Hest ‘ostava de ver assmilado seu prépri tempo. He ‘Ouro, a era de Cronos (Saturno), depois da qual ‘seguida da Idade de Bronze: esta é que enfim cont orém, ni ¢ ainda assim chamada, send olorosose volencias" A dade de Bronze: Fi ndo existe guerea ce guerra, “trabalhos de. a segue a dos Herds, mas, pior ainda, “a guerra ma", pn "a Otte sen ae re i ea } Noorginal v.16 ato ae it Kady pig ae 5 Hal on i sender como luta fratricida, pois que Hesiodo a exemplifca com fuera de Tria, cujos antagonists eram todos helenos. Oa, a disco Bi cul a que Oraviano pos fim era entendida como Tua fraticida, © S poeta de Tioia & sempre © motivo pelo qual Encis,derrorado e em “ister, vai Ila fundae Roma, a nova Tria. A Roma cujas bases neias etabelece na Encida€ presentemente capitaneada por Augusto, fui presenga se faz sent 20s litres e ouvintes do poema pea pacf- a rosperidade que dsfruam. O ctculo se fecha: o séeulo de Augus- fo. como Século de Ouro retornado, era como que condo, um estado thane o flaelo da guera intestna 6 toal imposibildade, eo paibico enor ou ouvinte da Encida, paticipe desta condigio, jd se percebe incuido ¢ representado naquilo que Ino poema. Aquilo em que se vé Jncluido passa a dizerdhe respeito porque de cera manera & também seu. Por dizer Ihe respeito, interessaclhee,além disso, agrada-the. (0 tercero expediente que 0 poeta use para mostrar a grandeza facura de Eneias integra 0 que hoje édesignado “écfrase", que &, em si de um objeto. Afamada por ocorerna Tada de da por praticamente todo poeta épico da Antiguidade e até por poetas de outeos géneros. A écfrase difere da mera descrigao, porque, primei- 10, sempre incide num artefato (uma pintura parietal, um escudo, um portio etc} , segundo, porque o carter esitico da imagem no obje- ‘tomaravilhosamente se transforma em movimento, em ago que pare- 2 de Epo ours desteiaos 20 condos em avon! a Tioa além do mae this, pe Helena de belo cael "Ver Artes spective, Flt, eo 126 (ads um precept: -sesbrerodo como que su" e Fete, 1 [4485 (70 mir é cong no me (Cle orhomesscompeazem mado, Sil dito €0que aon ns expen ‘bs conemplamos com panera agers ris xan daguelasmexina eins que ‘hamos com repugndnl,porexemplo, a epeventages de ainsi froze e de ‘adver Cast € gue o aprender ado a muito ape aon Elson, mae tmbém, ‘ual, os des homens se bm qe menos parcipen dle. Aprende edi corre sobte 0 qu sera eda um dese digo, pr expe“ Porgy se seer qe algun ni ten vio o orgal, neu pater Ie adi da imagem, «amo initada mas to sonente da execu, coro qualquer Out a dames. ima espe em ada de Erode Sta (1968), "ada, XVI, 478-608 Digitalizada com CamScanner 1 a frase sio assim 08 “efe ce transbordar os limites do objeto: a éefrase s80 assim. cod ‘Peciais” de um poema. Na Eneida “descreve-se” 0 ‘escudo de (wv, 626-728), em que Valeano, deus da fora (“ignipotente sen insculpi, para Eneia, seu glorioso faturo, © pata 0 publico, tog histéra de Roma Destaco o que se refere a Augusto: ran por que Eneias mais de uma ver cai em desgraga, como se lé na velha anedota de Yeats endossada por Ezra Pound no ABC da lite- ‘WB, Yeats 6 sufcentementevenerade para ser ctado num ivr eseola. © abismo entre Homer e Virgo pode sr iustrado profanamente por uma das anedotas favorias de Yess, Um matic ‘heir reslvew tomar umasligdes de latim. © professor comesou a darlhe Viggilio e depois de muita igs pergunrou the alguna ‘coisa a respeito do ber6i = Que herbi? — disse © marnheiro. Ora, que hers? Eneis,o hers — disse 0 professor. = Qué, um herd, ele, um her6i?Poxa! Eu tava certo que ele era um padre © isp sno aed do ees sets dene or tan do pve romano Sina avail descends de Acno ges, tas seed sont ds ends ahs, Carmi n0 sexpert vada 208 mon ude Roar sump vse oy saad tern ‘conan des ula, dbl ponent eer, “crac tna si to pate, Cor dace ons or pln or ds a tne share soos iam reac ladon, Eo pip Css no unbral osetads do ele marmére dee Apa xin or race do poor venchen tegen spore osha Dela com pos, ‘intermindveis, de vestes ¢ linguas ¢ de armas estranhas. Ede Kafka o adigio: “contra piadas no hé argumentos”.1” Entio no & caso de argumentar com 0 marinheiro que, a bem dizes, inka lguma razdo, como logo veremos, mas sim advertr 0 atualleitor de ‘que Encas ndo & precipuament her6i-guerceito, mas herifundador. © ensinamento do velho Fustel de Coulanges em pleno séeulo XIX deveria ter bastado: 0 César dos wv. 714 € 720 6 Augusto, e a paz vem significada agora pelo consequente desfle dos povos vencidos, os despojos ¢ 9 festeio. Na écfrase, o piblico assiste i festa ali desenhada, que Ihe & contersporinea, cujaalegria provavelmente € também sua. Admitindo © fundador era © homem que cumpria © ato religioso sem 0 ‘qual uma cidade no podia exist Era ele que assentava o Laricio| onde devia arderetrnamenteofogosagrado; ea ele ve, com sua ‘ue Ihe cause delete pottico vera festa e verse nela, seu delete inte “$e ativo,& mesma alegria aque talver s6 passivamente assistisse se fosse sua. Na paz, a Encida incluia até quem discordasse de signifcando poetcamente a mesma politica de cleméncia que ele pata adversirios vencidos, que eram todos, enfim, romanos. weiss, 0 461 FuNDADOR Como a Encida, entre outros procedimentos, sntetiza a 0% 2 lads, muitos leitoresesperavam que Encias snttizase igual te a esperteza de Ulisses a intrepder de Aqules, 0 que no » recs rts, invocava os deus, estabelecendo-os para sempre na nova cidade. Podemos entender o respita que tinham por ese ho- 05 homens viam nele 0 autor do dad, mort, tomava-se ancestral comum a todas as geragbes seguites 0 fundador era par a cidade o que o primei- o ancestral era para a familia, um deus Lar Familias. Sua lem ‘banga perpetuava-se como 0 fogo que acenders no Lattio. Re- Ear Pound, ABC da Iteratura,radasSo de Avg de Campos ¢ Joe Pau- lo Paes (Sto Paso, Calin, 1986, pp. 46". 7 Em caste, segundo informs Jd Pealo Paes m Reso (Sk Palo, Cal tx, 1980), Digitalizada com CamScanner cidade adorava-o como tug cca at a comida 20 ane ncn an08re ey_ Provide Scrifiise eas ror sim" 7 fo pdr istidor anes qe responds YES Pound tes mesmo da pad: a mani dos dee de cea ais 02 i on a Ed O pore honen ae eee ny ind umacie elas ss dese par Lio: dm onder arbors inferetue dos Lato [para as bases ard cidade 20 Lio dese tz ‘io devemos jugar a Encida com nos ideas moderas Muito ve quia de no have audi, acoo,pixio em Encins, ‘Cansa-sedoepiteto de “piedoso, que corte continuamente Es: aos vere eer consular seus Penaes com to esr los exdad, invear una dindade por qualquer motive le ‘amar os brags pata oc quando deve combate, deixar que 05 clos oagitem por todos os mares drranarlgrmas 0 ver 0 erg, Nem fala que te crue ea pata com Dido, e che 08 fear tenadoa de ecoundoa desis cna: lis ile meonetar ‘etbus out voces ls tractabilis audit ada pre hay smc senile peo ues. ™ vidos tetade gure de oman, © 9=- sn qusimnrnas a sor Enian ocelot, Bo 1 frat dno jai sar Ped Gide sum pins Aeneas raptos qui ex hoste Penates elsseweho mec [0 pio Encias eu sou oa evo comigo os Penates salvos do imigo implacivel?" Sea qualidade dominante deve sera piedade, ¢ 0 epiteto que «poeta he aplics com mais fequéncia€ também o que melhor Ihe ‘onvém, Sua virtue deve ser uma rae atvaimpersonalidade que {ae dele no um homer, mas um insrumento dos dewses. Por que ‘buscar pixdes em Encias? Ele no tem diretoa eas ov ent deve recaleslas no fundo do coraio. Por mais que seia verdadeico que a Eneida assume a narrativa praticamente onde a Iliada terminata, por quanto a épica guerreira Yenha a cobrat faganhas — tributo que Virgilio paga —, exigir que Eneias tenha o caréter dos herbis homéricos € desentender a Encida, assim como buseé-lo em Jasdo € querer ignorar as Argonduticas de ‘Apolnio de Rodes, importante modelo épico de Virgilio. Por muito tempo, considerou-se Jasio um her6i feaco e indeciso, comparado 2 Aguilese Ulises? Na verdade, fi assim avaliado porque o citrio era 6 individualismo do herdi homérico, quando a intengio de Apotdnio IK re AB89, Hiv 3789, 2 Ande Bonnar (A cago grea, waduso de Jos Saramago, So Palo, Marins Fonts, 1984} “Qualguerdesgrag preva o desconcera [a Jsio). Apo. lio sepete mis de una ver a mess frmals pars 0 carscterza Sabre nd ial ees Jado impotente,O que crater Js a ausncia de eadter De tumexsemo sot do poems au goatee puro nada, Too poe epic det pesado por est inte do Bes do poe pata csr prsonagent. a Digitalizada com CamScanner _—_— thos 6i, deliberadamer ceriar novo tipo de herdi, Pate con, nk sido jatamene eas les Pobmeanos (cheng trio aos de Homer: eg anhanat S ECUSOSY ip, recursos”, “engenhoso”) JT sos helensticos pasaram a ser ente”):3 Quando 0s poems 18 greEos | sit COnsj, Tee 12? Quando opt erame Vinita Plog derado plo qu rosa ey no aT 8 liad amas iar id peta open qu as eam a dif repo, sara arena ey cones histories impunhar 205 yl 13 As xin ae tas apareera™ no séeul TAC, quay src macs eal ieee ne ots vam em romo da pli a cidadeestado, my, s5egos jbo as eae qu aia OIMPEo de A Se yo combate a infant jo ero gue weft, send o hoplita, 0 guerrero pesadamente armado, ¢ indi jean ata depend da boa formasio da falange, gece aps que cid um ela Ocupa, de mody a er eno pir una pens iat, qu Mossel coher nis e nel se recobecio, nem tampouco, ng cepa aan er sgl abel a ua 6 son, indy ico publ des acétar a extanaturaidade das ages individu sre injungae do género épico, mesmo que na desigualdade do tex reimae ccna vss da ilange ple, ea poet lens tao'ue osconstangiasimesmo a adaptar a pica homerica per {apetoconenporne.Osprmashomerces continuavarn amados, Ge ndo silva qo 0€po gue o poeta elenisico quia compor no tol a devese ser como os de Homero: no poi por ie ‘rossimilhanga, muito antes daquela mais-valia. O feito de Jasio, que se preocupa antes que tudo coma seguranga ea solidariedade do grups, pode ser considerado superior ao de Ulisses, que retorna & patria sem Seas marsjon ea de Aguile, que suborina os camaradas li indvdtl dele Jaso repress da Calida wazendo salvos os compa 2 ids $73, boys Anca anhayigay” OBvooe, “Fl de Lae, corte in Os enon Agni A604: 0 ab AOE, asa vt none txa, Enrerentes, Js filo de media tudo const, sm saber o qu fee Tadugs de Carlos Alberto NaDes€ ‘Bia especivaent (ros mes) Boanatd rectimia em Apolono 0 gue de B12 preciamente sex projet de pesonage. u heirs. “Qualquer que sea 0 veredicto,Jasio — num modo que an- ‘aipso Eneias de Vigo — parece sero hei diminuid a sew proprio teopiho, um homem oprimido pelo mundo épico em que se encontray onsrangio pels cicunstncias a cumpri trl que Ihe parce impossveis emistriosas.”2 PN eram diversas as condigheshistéricase potics de Virgilio. Gian Biagio Conte, ele mesmo responsével pela mais recente edigio da Fnoua i pereebera grande transformagio no géneroépico desde Ho- rare oa implica que aem a amplitude ediversifieagio da Antigui je cabem no mero adjetvo “antigo”, aaplainar todas as salincia, Jan sauels “prinepiosabslutos” como fundamento da épica sap cam 3 Eneida: Doravante, 0 mundo serd visto por mais do que um s6 par de “thos. Quando Virgo remodels asim o campo de significagio da shore dia, petatba seu carter absolut inflexvel e introduz @ Feltvidade Esta “dalxica da contaminagio” se estabelece quando ‘rent aha espago para tum pont desta qu desloa eu eixo do Cento imposto pelo dogmatismo da norma. Assim, Virgo permi- te que potencialidades do cSdigo épico cvja expresso tinha sido repada emerjam dis profunderas da Histécia, Esas posbiidades tetas eelamam dieito de falar erevelar suas prpris perspe ‘Veremos logo adiantetaispotencialidades. Eyeias antes pa Ewe1Da Eneias, antes de protagonizar a Eneida, fez ponta no Hino homé- rico a Afroditee foi coadjuvante na Tliada, nos quais jd se dizia estar 2 Nea Kearse Aleander Sens, “Language and Lira” em Glenn R. Bagh long), The Conbradge Companion to The Hellse World Cambridge, Cambridge Unser Pres 2007, 202, 2 Gian Biagio Cnt, *Virgls Aoi Towards a Iteration”, em The Re toric of Iitaion: Genre and Poetic Memory in Vrgland Oter Latin Poets hace, (Cone Univers Pres, 1986, p 152) Tos do rial tau mia. Digitalizada com CamScanner 5,196 do Hin: jou eves" 2) me destino a govera on 10380 “prodice (Venus) tFaNqui og apna dead TT edo Une Ue de Eneias, Anuises. 8 42e™ 3 one ene a 0 Anais _demais ern tua alma, em on ee deine ee ver ty és dos etern08 querido. Tens ser sobera0, pido ao eee Cred de ais a aman neon nee Sl ci nurse oo ean pela forma enor 0 ry Caro iho tris rope para qb 102 da sie presa » verso fas doexcerto: “dente todos oss, Part que pla eleza nascment, mai 8 assemeha, seni tee Se pasa ea primo destinado, ef COpicoeogig eee ier que ses descendents se asemelhariam aos deuses. Ms, ars rmanes, que, como vines, sinsriam a radio erepa ew rerum dee mito, os decendentes de Anguises ¢Eneias eram ek aarrpos os prprns romanos que se viam assim comparados 20s dey. es jf nto por Virgo, mas, quem diia!, por Homero! ‘No canto XX éa lads, assstimos a Eneias enfrentar, temerii, ninguém menos que Aqules, o mais forte dos eregos, por cuja mig tombaria se Posidn (Netuna) no intervesse: Parafrascio 0s do Como me casa pesaro destino de Eneias magninimo 40e, por Aqui vendo, para o Hades baixar vai depressa, 56 porter dado atengdospalaveas de Apolo frecheiro! 2s olol, que o deus nio Ihe serve de amparo no instante funesto. ‘Mas, por que casa, inoente coma é padecer ele deve pelos gemidos dos ous? fato que foram seus mimos ‘sempre acolhidos por todos os deuses do Olimpo vasissimo. 2% O ome Ais, Eft como copa de ats, “en Tradosto de Jt Gramacio,em Hino homércos (Bras, Uo, 2003) ‘Vamos fazer que ele poss far ao abrigo da morte, 300 ara nio ve a agastarseo alo fitho de Cronos, se Aquiles alin o pivar, que o Destino ordenou que ee seja poupado, para que no desaparea sem rast nenhum a progénie bre de Dirdan, o iho que Zeus tempestuoso prezava Frais do que quantosnasceram do amor de mulheres tercenas. 305 Jus descendentes de Priamo sio pelo Crénida odiados; mas hie o mando exercer nos Troianos Eneas, o forte, equantosfilhos depos de seu ilhs a uz contemplarem”. ercebe-se que dentre as elites de Troia, prestes a ser destruida, “zeus (spiter) desamava a linhagem de Priamo, rei da cidade durante guerra, mas prezava a de Dirdano, ancestral de Anquises ¢ Eneias: Jeedea Tada, vemos que Eneias €eleito dos deuses por causa da pie dade (“seus mimos/ sempre acolhidos por todos os deuses”),e é am- bam destinado (“o Destino ordenou que ee seja poupado”). Poupado, Eneis leva consigo a condigio de preservador e continuador de uma cetispe (“mas hide 0 mando exercer nos Troianos Eneias, o forte/ € “quantosfihos depois de seus filhos a luz contemplarem ):conforme tal cirater, ndo desdoura secundar Aquiles (0 Pelida v. 332), ser o mais forte depois dele, como afirma Posidon (Netuno) a0 concluir a fala “focito Enea, que deus te levou afer to patente insensater de querer enftentar o Pelida animoso? Ele mas fort que t,sobee sr predieto dos deuses Deves recuar quantas veres 0 vires no campo de lta, se ndo quiscres baixas contra 0 Fado, para o Hades escuro. 335 ‘Mas, quando Aquiles morter, por havero Destino cumprido, podes, confiado,passara utr ns feta da frente, ‘que nada tensa temer dos demais combatenes aquivos”. “Eleito”, “destinado”, “piedoso”; os tagos principals do cardter de Eneias estavam delineados no Hino homérico a Afrodite ena Iliada, na qual também amide se Ié que é boulefiros, “conselheiro”, razio ena” 0 denied as so cad rads de Cron Aero ” Digitalizada com CamScanner ‘Veloz divide ora aqui ora ali et a or ria partes detendose. sem ST ia dequem, humane, nf0€imune wi E bem ao modo como Vireo pore ‘um s6 tempo perceber suri, sequent tansformast amas antesé reasio por «0, bem entendido, 20 abso ene refeeo aba, qe Ira o® 2 ‘em Enea, que no rencionava parti € 3 OF m fi mats emp seu destino o narrador N05 re partic da ancga perspec aa partkcda persed ra epee que ier os dsconinade a parti da Persea eee tai, persetta qe comomastrou Come ody, to ri outa hoje €charada “discurso indiero livre", A daw o atibato amenas” dees) pata “paragens” (fers) — jag san ao Baca, que estavaflizcom Dido em Cartago — jac ptauar na naragdoobjetivao vies parcial da Personagem, que gp 2 nea A serena pasividade que 0 Conceto de destino pode sue, enao condia com o peso moral que roda dem superior imp, mor sre quando nts Eneias compre o destino como QUEM CUMpre ung ium nore superior. Tendo a possibilidade material de permanecer fom Didoem Cartago, nio tinka a possiblidade ica de fazé-o, o que auivale a dizer que Eneias sacrfica afelicdade pessoal em prot da Roma cvos fandamentos hi de assentar mas que jamais vera: 0 bem deums6, que le, pelo bem comum dos comandados e descendent, testa éa fdelidade, a piedade de Eneias. O piblico romano, impregna- do tale dos msm valores estoios que Vigo tera projtado cm Encias,snia-o mais proximo de si do que os herdis homiéricos, pois get si de una urs cei, em gue ered sen ‘© conforto catagints por outra guerra em solo itiico, e 0 faz com hhombridade, que € prego que nasctura Roma Ihe cobra See trig ‘2. condo de Dido, que morte dilacerad fi 3 fa entre a paixao ¢ o dever Cis lo €meos rane pac de Enis, gue nada em de se er dvs eas eves como fl, pi chef, secede ia Esa ain, aul gu sobre erste, Mui st free pla mors do ho pene es das Pen anneal ais andnimos que sobcevivem os face vines) Acai as andnimas que sbresivem para uida ds fils vivor? Agus 030 valentia dos que tombam cedo,jovens € »” === 1 assim pereniados na bla morte, enguanto Eneas tem belo, sendo 29 Jr Eco dos que, restindo diariamente, s0br gute silencoso val aac Pura esti de otros que dees necesita para on ‘A Ewerpa € Vinett10 DEPots DE ROMA saa grandiosos merecem comentadores grandiosos, ea Viggo oube nada menor d que autores como Erich Averbach eT. 6 Fee cout on, Camo ji dsemos, oherofsmo ic de Encias fr com un Exgeio Hararnbesch 1806-180), estenda em 1844. “ posta ver dos brasil, a ) sex de um aor vivo excelente mii em son e350 ee eon aia ring hoje contri fore ee ep ge doris et pind rn gre send gu ci ee a rcv ese sls eon i no 5b deca hav ln, ae oe ri veneers deeb ma, dao Les sonoma en por meen he 2 gre edema deh Jam armonia dos versos de Virgilio ou de Ovid; tanto assim, en oe ian xenon ei prebebe a mee oe pvt cape mal el a ay peat ar nous og sik Or prominin ems rope prs a 2 en em os pr sag ac mee Fem prises sete. 1 rn grinder, dec te a eae ohexieesennston me quem anh ec [ln noma] Lice poses ans ro parton con ae ox oue pares eer nl ree next ou cea aad cole pr on pear. A eNom eric mat mr ib que ain agui todo pone pti © scsi gered, nl ease gee ssn Epo gl ane ona pl “Otho ques inca 2 segue vl até 0 fm, como Casto advert, pssou sent a pani da quit edigo, Devese aoa que Casio nto s6 mado {ees quanto a viablidae rtmiea do hexdmetro edo penimero como, refitindo ‘obre oso de radu constatou 4 convenéncis de empeepar os dis metros ma ‘eadeio dos poets romnos e, ands consderou que os poems eausidospassam Alera icratraverndcls ("quem empreendeste dar & noua Lifertur 2 gran- “Sox potas romanos, wifes mess. 4s Digitalizada com CamScanner eo cot, por ind AIS EEN, mp, a excenso. Logo a san xe sae EO POC a melhor seacomodaria a See sada: 20 mesmo tem ‘Ouna consieraio ao desisen coe en went (Seg. O fest tov dome sb rane ent sie psexempiarcom os diez 0 lho Ji de, tho, afiemas Seas amoseas que dexamos transritas lograrem a fortuna de persis spirits do hispedes no ltim que novidade pode see prestdi, ast ogamos que ponderem que imensafaciltacig, ‘ao enconzari para o seu trabalho, nessas amplas formas, quem, mpreendis dat nossa Literatura os grandiosos poetasromanos, £ ponco que vale a pena ser meditado. Tado ques segue a0 asteriscondo constava nas primeiras edigée, Casto explciou o que José Anastcio da Conha deixaea impli ‘Aasticio no compusera poesia orginal em hexmetros, como os po teioes; 3605 wlzara para traduzit um poema que era hexamétrico ‘matin e outro que, sendo embora em prosaalem, pertence 20 idl, «que em greg. atim sempre vem em hexmetros. Nolasco e Costa¢ Silva, porém,quiseram o verso em poems originais vernsiculs, como faci depois braslio Carlos Magalhies de Azeredo em Odes e ele fs iad e190, Casio, por ea tun, acta exert 'a poesia originale, pereebendo que a medida muito convém 3 trad dos poem amin ces aacnscher que sj seo vinada 50 que nio exclu que ingua, como disse, ou em algumas ‘oi 0 primeiro tradutor a fazer em if se fzera traduzie integral e hess ‘outras que dominava.O fato é que Portugués o que em outraslinguae “ epopeias homércas mais a Enda de Virgil, feito sentoo apes qu no sori, 20 mene amo S$ erdea que na Universidade € obrgatia, Nunes fo pane ea antiga em portugs, mas lembrando que a nei esa oy 198, quando as tendéncas posts ise havin dao head desde que 0 hexameto foi primeio tad na uit transfor poesia ang, trata-e de perceber que Nunes talvez sete ae ii as epi da Ansguidade, Com efi, sempre cia cde asso Espana, Agustin Garcia Calvo traduai a Mada em beni stados Unidos, Rodney Merril, a Odiseia (2002) c a 1 ee Dlppe roe, «Odea (1999) Mada iad (2007 7D nile Vente, a lida em 2010. Da Enea, Fred 10 cus anlar, rads hexameric em 2007. “TaapuroR: HUMANO, DEMASIADAMENTE HUMANO 6 pox latino Horscio, comentado lapsos de poeta, dizi indi acss oda ver que percebia que Homero cochilava, mas relevava-os paren das mais numerosas virudes.*5 Ora, se 0 proprio Homero pode cm por que nao poderiam 0s tradutores de Homero? Nao € 0c2s0, portant, defecar 08 olhos a problemas que qualquer tradusio tenha, Frelasve as de Nunes, em particular a da Eneida, em que ele correu Contra 0 rel6pio. O ano de 1981, marcando o bimilendio da morte de Vieilio, constituu-se numa efeméride poética e editorial, ocasiéo pro- picia para publicar as obras do poeta, como consta nas Bucélicas a uzidas por Péricles Eugénio da Silva Ramos, langadas Logo no ano seuinte, nesta Eneida, tradurzida desde 1980 para ser langada no pr6prio ano de 1981. O manuscrito datlografado a que tivemos aces- 50 mostra, com uma s6 excesio, o dia em que Carlos Alberto Nunes terminou de traduzir cada um dos doze livros: Are postin, 347-60, ” Digitalizada com CamScanner Por order eromoligict 4 de juno de 1980: veo 1V 227 de juno de 1980: veo VE 21 dejfho de 1980: lio T 8 de agosta de 1980: veo IE 19 de serembro de 1980: fro V 26 de outubro de 1980: veo VIE 4 de dea de 1980: Hivro VI 8 de janeiro de 1981 veo IX 8 de feverio de 1981: iro X 12 de margo de 1981: fio XI 11 de abr de 1981 ivr XI Data inet Hv It Por vo Livro: 21 de julo de 1980 Lingo I: 8 de agosto de 1980 Livro nada consta Livro IV: 4 dejo de 1980 LivtoV: 19 desetembro de 1980 Livro VE27 de junko de 1980 Lio Vi: 26 de outubro de 1980 Lirro V4 de dezembro de 1980 Livro 1X8 de janeiro de 1981 Livro X:8 efeverio de 1981 Livro XE 12 de margo de 1981 Leo Xk 1 de abril de 1981 \Nio traduziro poema 'peema na ordem dos livros concorreu talver aque [Nunes encontrasesoluges trim cone es eres pra vecer 0 mesmo none e azo pod or “Ven ets pstgens, mas a remen le reyoni por bro marcos wea el | polio Xx 61, e de "Vens” por “Juno” 20 XIV | ‘sem dano ao ritmo, A julgat pat ‘Campos, que no canto I, ¥. 400, ",cabe conjecturar, ainda com esma da epopeia, jf ndo s6 quando spas também, eu acrescentari, quando € traduida: “ine ae a co nga se ini algm deseo”, Mas nesta srg a : vive! ave 6 Or goblemarecorrente qe o autor omit gates nei ES gue menoes «cae de precio no descreer se He entes,quando ni ea pend 0 espace que O Trem combats zavaDiferentemente do gue OEore 20 8- xd peca quareta anos ane como sag a cone dari «EP Jeralhes de uma cena, a pressurosa cimera do tradutor es sneito plano, 0 que nos convidou a indicar na nase argo oii Por oto Ido, o largo expo do hex azo ano po das wees chama “bo”, em aca ier a problema ives (bem menos comm mas no detodo por aarrao Peaeta a ag clement neste no esto au oo cn, reaon em ota rads er Jo texto original. Misigto FLORILEGIO ‘Todavia, nfo sio poucos 0s momentos em que 0 texto de Carlos ‘Alberto Nunes brilha, Para nko dizer que nao se falou das flores, segue ravens utlanda de versos da Eneida de Nunes, noxives pelo empre- rete cetos topos, como alteragio,assonincia e quiasmo, entre Ou tres £0 caso do aiteramento em vif eem 2, cujasbilaglo, encarec ‘ds aq por outa aliterago em I, serviu bem para mimetizar os ventos ts enfunar as velas ea azéfama na hora de zarpar (IV, v. 471): corte de todos os adios; as velas aos ventos apm, (Ou 2umbido do chicote (VIL, ¥. 451): Zane 0 azoreague. Das faces ardentes tai vozes se owiram. Eo zum-zum-zum, 0 diz que diz (IV, v. 461): iulga ouvir vozes ou mesmo palavras do esposo defunto, ° Digitalizada com CamScanner £ 0 que sucede também ao aliteramento de fonemas oly ipalmente sepuidos de, que reproduzicam bem a trovoada crebrostrovdes em trope erumbando i 20 longe, por tad, (Qua prépria cavalgada (XI, v. 875): ‘Quadrupedante tropl bate os campos 6m 08 80s Ferradog, E ainda o estrépito de um barco batendo contra as pedras (y, 204.5}: a ‘Com o baque a rocha estremece; quebraram-s 05 ros dea de enconto as pedras; a proa amassada de longe se enxerga, No mais das veres,entretanto, a aliteragio, mesmo sem on peia, da particular relevincia& informagio da sentenga, como no verso 338 do livo VI a que se soma assonincia em i: isso, pecebe ai pert pilto da nay, Painuro, i ‘Outros verso sio belos pela disposigio das palavras. No livro 1 439, um guerreto é tomado pelo desejo de vingar 0 amigo rect morta por certo Volscente. Virgilio dize Volecentem pei: in solo Volicente moratur ‘Mantera palavra *Volscente™ na mesma posigio nas duas ora foi oexpediente do poeta para significay, além de dizer, que matar Volscente era ideia fxa, imutavel. Carlos Alberto Nunes teaduz: Volscente apenas procura 56 pode deterse em Volscente. Para.o mesmo fim, o meio é outro: a palavra “Volscente”, oc do mediante quiasmo as extremidades do verso, implica, além do 4 ‘o verso diz, qu esse Volscemte eo deseo que o vingador tinha de! -lo ocupam, sozinhos, odo seu espirito, *” ‘A amplitude do heximetro latino e vernéculo permite na prépria idade poems, gue € 0 Yrs, maior varedade no andamento da rdicepucm-st dois exempls diferentes quanto a0 tempo. Em Vv. ‘594 los: ferte citi laminas, date wea, mpeliteremost ie, vos tl fog, ai vel, oF reno empanhem! A sucesso de ordens€arapider no cumprs nos sfo comunica- ‘poreagués pela radicalizacio do mesmo procedimento observa- fim, que € 0 acémulo de vias palavras cura. Em, v. 496, 0 2 outro e jd no se observa acim, mas culminincia. O verso 1 causa da ordem “cinematogréica” dos elementos € belssimo por em srovimento ¢ da relagio com o olhar: regina ad tmpluo, forma pulcherina Dido, nia arin no templo, deforma belissima, Dido. ‘A-escolha do metro permitiu ao tradutor manter praticamente inacta 8 cena impressionista de Virgilio. Antes mesmo de qualquer tbstincia, aetam os olhos do observador a magnifcénciarépia dos Mies nig mencionados: vése a condigio de rainha, vése a realeza. Em seguida, concentricamente do exterior para o interior, vemos a be- era pessoal, superlativa, ¢ ainda amplificada pela palavea forma, que também significa “beleza". S6 entio vemos a mulher, a pessoa, plena, Sinica individvalizada pelo nome: “Dido”. “Trato por fim de tropos devidos exclusivamente ao tradutor, que dizem respeito & lingua portuguesa, como certoslatinismos (Il, vs. 2913 Log perdemos de vista 0s merlies altanados dos feicios, «pels costa do Epo seguindo,chegamos a0 belo otto Canoe dali sem demora& cidade Buaroto, fem que por “cidade de Buroro” lemos a construcio latina “cidade Batroto”. No trecho a seguir a atmosfera €incrementada pelo hipét to, isto, 0 deslocamento areaizante do pronome “te", muito sinalefa com 0 “0” seguinte (XI, we 373-5}: a Digitalizada com CamScanner Se ens brio braves «algo possuis dete ‘com quem fe 0 rept lant sesiada por cores 20 pO (VI, yy, 555 Ihe de, “aro hdspede © gue sgn ards core, vou aterte A pratica con ome et eens" sconvidado”, significa “hospedeirg» 1 sped, em verde “convidado” hi aoa orehidada também pelo acimulo de ocortncag, seguint passagem (VIL ¥¥. 346-8 Soka da gen a deiade uma serpe eno pit Iba aia, tendocanarse no fndo das vers, para que Arata tepieazada por ea aleoote de ivas 0 pago. [Na cena Aecto, ama das iia, esté a inflamar Amata para se revoke e nio permita que a filha, Lavinia, despose Eneias, Aq estranhamento que caus os arcaismos grenha (“cabeleira”), (*divindade”) serpe (*erpente", alvorote (“alvoroce”), pago (“pa cio") forma coneata clta tha (“Ihe” + *a") © a construgio 1 ‘cravarse (“até cravarse”), que nio deixa de ser popular, nio vise produzic elevagio do discurso edo falante, como 0 arcaismo co fares, mas estranhamento, ealgando a transformacio de Amata, ‘mporantissimos da Eneida, o também maranhense Manuel Odor “Mendes (1799-1864), em sua Encida brasileira (1854), e, por meio ‘Oderco Mendes (provavelmente), © portugués Jodo Franco Barre (1600-. 1680), autor da Eneida portuguesa, publicada em duas| ‘as, 1664 ¢ 1670, Exemplifico com a palavra “pritica” e o verbo“ Joo Franc Barret, Eneida portuguesa (VIN, 73, w. 2} ‘Levava 0 velho Rei junto seu lado, andando a Eneias também Palate, Do caminbo a molétia € 0 enfado enganava com prética elegant. Manuel Odorico Mendes, Eneida brasileira (VII, wv. 307-9): lei de anos cercado ia adiante, centre Eneias€0filho, em virios modos pratcando 0 caminho aligiraa, Carlos Alberto Nunes, Eneida (VII, wv, 307-9): ‘Com o peso dos anos frente de todos ia o monarea entre Eneas toiano e seu filho Palante, suavizando 0 caminho com pritca levee vaiada. © arcaismo permite explorar nichos reconditos da lingua portu- quesa no lexico e na sintaxe e, quando Ihe sio justapostos termos © focogées que, a0 contro, sio muito coloquias, como os que seguem, produz-se no texto uma espéce de dissondncia que, desvelando virta~ Tidades da lingua, revela virtosismo do tradutor (IV, vv. 356-7): ‘© mensageiro dos deuses da parte de Jove agorinba mesmo me trouxe um recado pelo at. (Vv 424): ‘Vai, mana, fala a esse tipo de tanta soberba, (V1, we. $31-2): Porém a ti, que sucessos em vida te trazem por estas bandas? 3 Digitalizada com CamScanner 0s diminutvos coloatia I ‘co de uma cena Leases : se ‘Heécuba a Priamo, Pe ore (ve cons pela oes esha und Aas nfs e695 tof chase! Veneto caminho Cm 30a Piedad defibo amado,e me sere rae, ee clus PSST08 ANS momen esac, por fin, emprego de regionalismos (VILL, wy, 86.9), Durante todo o transcuso da noite aplacou 0 sagrado “Tbr empoada eimpetuosa corrente, tornando-se calmo 10 deur invisvel do picid espelh, tal como tmque steno gue os remos dos nautas de leve percutem, em que tangue, regionalism do Nordeste brasileto, significa Tiata-e de admit que virios io 0s meios de estender os a linguagem. Cunhar compostos neolgi ‘io nico meio de nla itervir para demovée-la do rame-ra smo plano mais vise da pala ‘Acetate Carlos Alberto Nu ‘idioma ~ erodiose populares, d Porneos, brasilecos e portugueses hheximetro, muito semelhantemen ricos € a0 que fe 0 proprio Vig mente a spew cao Hs poder soe aA 0 par ‘no recinto sagrado, tho ve setr fit Stra tlio com 0s varios registros do Nunes MPTERA Fssaltam, a inclu idosos, como eto ll S225) salvarnos assim se Etomando 0 vey, Fotis aaa de enone ventura de verte de perto, 05, interessantes que ita que se pode agucar a li nes fo equiparar todos os a fala da escrita, antigos e cont — ¢ dispor deles sob a unidaded te a0 que ocorte nos poemas hon ona hi antes plural dvesidade é miscigenagio muito moderna talvez sito brasileira, de estates recantos e compartimenos de linguagem a entanto, pertencem, todos eles, ao mesmo universo da lingua 00s portugues? ‘DicRESSAO: 0 TRAUTOR F SUA LINHAGEN Como tradutor da Enea em portugués Carlos Alberto Nunes ies ra le go mann cana ee ngisscuropels. Tendo em vita um panorama htc ree de una Eneida poética em nossa lingua, restcinj-me aq As leo dieprais composts em verso e publiadss, com dass exor- ee ue, embora inédias, iveram letores importantes, Nests ces ore on ins, Sr ees pra Nene see Eneida de P. Verglio Marao traduzida do latim em verso soto portuguez por Leonel da Costa Lusitano, datada de 1638. Com- ‘ecm decsstabosniorimados, nna foipresa nem pubicda, Eprnanuseritoautéprafo esta hoje na Biblioteca Nacional de Portal wna prtenceo ao posta arcade e excelente tradutor de poesia greys ¢ Inna Antnio Ribeiro dos Santos (odreade“Elpino Durense")- 2 Eneide portuguesa, de Joo Franco Barreto, composta em ctava-tima, primeira ase publicad: os seis primero livros em 1664, es sis estates em 1670 na Offcina de Antonio Viente daSilva, Set emoitavatima denunciaorepto d'Os Lusiadas, de Came, cuio mo. ‘eo pottico€a prépria Enida de Virgo. Aoitavarima produ ee to notivel pis faz soar lsfada a épca latina no tipo de estrofe erima ue Candesconsagrou em portguts. Eas dvidas se pagaram, porque, se de Vegi a Enida, que Cambesimitou, € de Cambes a forma de ue a Eneida se evestn ao vistar a lingua portuguesa na teadugio de Franco Barreto. Com introdugio,noas, atualiagioeestabelecimento de exo de Jastino Mendes de Almeida, fi republicada em Lisboa em 1981 numa coedgdo da Imprensa Nacional ea Casa da Moeda, 3:4 Eneida de Publio Virgilio Maram traducidae ustrada por Candido Lustao(aleunha Stcade de Francisco José rete, Compos. "x entte 1669 1770 em deasslabos ni rimados, até hoje est ine ‘ae pode ser consulada na Academia das Ciéncas de Lisbos ss Digitalizada com CamScanner enone anda tradus a | a be meg OF do : Tost de Franae Li £20, eid, gue MES 08 dois oj Stead oni J pd olin Bl Rein eg 8 fis do Mom po dee Vie, taecmento do TP se publndos no NO de Jancirg pe Maroy ems 8 nga em desassabos Wo rn gt Typgrapi Bele Een no Bess Pree bls Fe de ails Pl bang (6 Eneida, de decassilabos brancos nay unsere Ten a de Manvel Moe ta a a ner fia em yng aon I Mesa echo Wc ieionario bibliographico Portugues yop? Aaa no momen DEE de apenas dois volumes, soe 1883, p 268) aD Nl ever ter tido ace8S0 precisamente Eis 208 oS rd hoje constam na Biblioteca Nacional de Lishge oi vs rn nada airman soba traduGio Ser ou nig Boe i que a publicagdo tem trés volumes (0 completa. Mas oat €qut a ontendo os livros IX-XIl}, impressos na Bahia entre 1845 (vo fats Tpoqrabia de Gldno Jos Bizerrae Companhia) e 1846 thes Ile Il pela Typographia do Correio Mercantil de Reis e Todos constantes do acervo da Biblioteca Nacional do Rio de Janeirg Dedicada a D. Pedro Il, a edigio ¢ bilingue ¢ dotada no fim de cady volume de um “Diciontio mitl6gico, hist6rico e geogrstico, par, melhor entender-se o poeta e apreciar-e este poema”. Por ser a primeis ta taducio completa em verso feita no Brasil por um brasileiro, a5 ‘eventuaisqualidades mas sobretudo a recepcao que teve ficam, cio, a merecer estudo da Universidade, acompanhado, quem sabe, de ree digao comentada, ‘7’: Eneida, traduzida por José Victorino Barreto Feio (os oito | primeiros livros) eo jé mencionado José Maria da Costa Silva (os | quatro restantes). Como bem lembra Justino Mendes de Almeida, “Cos- 13. Siva completou a tradusio a partie do livco IX, aproveitando raz de Nov “Eid” eio agi por "vs da Eid, “verso lve® signifi “88 sen rina no “reno em mee” hte ‘ & agmentos do espélio de Barreto Feo ¢acescentando 0 que 1 air totlidade os lies X, XI e XII". Composta em fara so rirados fi impress entre 1845 e 1857 pea Impren- cs de Loa, 6 squat ios fais pea Tipgrata do 12 Navona quota aduso publcada, Organiza por Palo Sé= i vscoetls, fi embeds no Bras em 2008 pla tor ode Montes, de 50 Paul. Martins Foe Manuel Odorco Mendes, em decasslabosnio rimados, 2 Jexta publicada €, como sabemos agora, a segunda feita de 54 proprio ado intloura Enda brasileira sin ou Vii rasilio a traduo completa dos rs andes coms do poeta reunidos num s6 volume publicado em 1858. pos- poems utr geo “bras” dao responda ao "porta", si Sanco Bret, mormene cm dus ccurstnciasonacions. ese Pramico na poitica «nas lta, ea recente prolamagio da tse ena, Na vrs da Encida qu integra o Virgo raseio, Inder Mendes fez alteragBes, das quais a principal so 0896 versos odo ax duas verses da Eneida foram repblicadas no Brasil 41854 com exabeesimento de texto de Lun Alberto Machado Ca- te pela Batora da Unicamp e Ate Edivoral em 2005,e ade 1858, rah Reanizago de Paulo Sérgio de Vasconcelos, pela Editora da Uni- Samp em 2008. "ra Eneda,vertda plo médico portugues Joao Flix Percira,em ecaslabos no simados. Vinda a lame em 1879 pela Typographia da Bibliotheca Univeral, de Lisboo € «svima tradugio pablicada, Joao ele Perera traduzi integralmenteviras obras grgas e latinas, entre asquais as de Homero e de Hesfodo (Trabalhose dias. 10%: a Eneida de Vergo lida hoje, do portugués Coelho de Cae xalho,impresa pela Livaria Ferreira Editora, de Lisboa, em 1908, sendo asim a otava a ser publicadae a primeira no século XX. Nao sfstante lida hoje” do tlo, a sugers nos umbras do novo séeulo, {ig alguma raprata formal no costumeirodecaslabo, a tradagio, surpreendentemente, € decassilibica, composta na oitava-rima camo. siana, que duzentos anos ants Joao Franco Barreto utilizara, 0 que {Tara outa alerases, ver Antonio Medina Rodrigues, Odorco Mende: tra hid da énca de Virgo e Homer (Tee de dovtorado orientada po Jost Caos (arbuona FELCH da Universidade de S30 Palo, 198, pp. $0-1, 9 Digitalizada com CamScanner de Almeida reservarthe na, ino Mendes de Aimed reser io impediu a Josting MOS Carval Cam, touvor: “verso 4 Ojo monument teria. Serge ty ‘postin, BY ues eo co Nunes, langada em 1981 sno Nuness ae “sinter naa Sk bimilenio da more “ jexiietros. rimeira e dnica em hex’ — ven publ prise, stnho daSilva. Integra as Opp, A a 1a omer Ges 088 om decay . publicada pelo Citeulo de tana, da Silva €, até 0 moment, rersos vernéculos.*¥ * Ons parifrase Sonne a ro1Gi0 DA ENEIDA jo de Carlos Alberto Nunes foi publicada Ata an tees, depois republicada cn 28a Séo Paulo por A Monta : eniags Sd con» Eta Usveridade de Basia. Ao se rep 2 to fo revista endo hd absolutamente nenhuma difezenga de tpgine* Tyra peinao, 0 que dia entender que foram wip sree ox mesos froltos.Acesentaram-se apenas uma py ned al dos fanciondrios da Furdagio Universidade de et eta cntendo a eh catalografia€ 0 ol 6 perhunetrn dag? pevéenica da eitoraunversitria. No e trata rigor de reedgio to sent de eimpresso, pot reproduzem- 08 muitos lsoe texto de 1981, queso devaiadanatureza. Na presente edie, tg So indicados as nos. Durante a reparago deste volume, além das edides pre ispusemos de pia do manuscrito datilografado (ao que parece, rdpcio taduos, com sus emendas datilografadas e manuserae inmeraspssagen)obida por inermédio de Jorge Henrique a quem muito agradecemos, Mais de uma ve a versio final ds ifr da versio datiografada eda emenda manual superpos 5 “Rsieml dio vdo nex aadcinent 0 pleut Wo da anes Feel Und ge coheed de Agostinho da Silva, ah ene a w _— ex havido no pr6prio ano da publicag, em 1981, pelo menos indica 1 Mentre a entepa dos originals eo langamento do livro. Nao ry peova ms te em mos o manuscrito fo crucial para sive ata ez recobrar Versos que a edges por lapso suprimiram, is dev sigorosae desejada paridade entre o nimero de vertos do indo radio. Vez 04 Ovtra, uma ou mais palavras do fim de 21 foram por lapso de digramagio transeridas, nas menciona- a bes, para 0 Verso segsite, arruinando o metro de ambos, Nes- das dl Toso text impreso,rtornando-o& intengio orginal wm esti original © fo tradutor. eae ‘ do triiea esta edicd0, Pois, apés cotejo com o manuscrito e leitura dra lag, estabelecemos os versossuprimidserepusemos soi dey plea que bavi sido deocadsy com 0 que a eo mantém agora 0 mesmo nimero de versos do orignal ecada teas contém o ndmero exato de slabas que o hexametro de Carlos um ee nes reve Atualizamos a otograa segundo 0 Novo Aco Jo Ortogefico e, quanto & pontuagi, exceto quando howve lapso a ae tar oentendimento, mantvemos a do tradoror, que adotara © ‘rico hoje vigente. Respeitamos 0 uso das mimisculas no inicio do Sasso eo empcego particular que ele faz de letras maiisculas até para ‘ibstantivos comuns ¢ palavras substantivadas (como “Troiano” de- signando Eneias), com pougussimas excegdes que mais estorvavam que ‘expediam a leitura, Uniformizamos grafia diferentes que por lapso 0 ‘radutor adotou para 0 mesmo nome préprio, acolhendo a que é filo- logicamente melhor. Além disso, cortigimos os muitos eos ortogritficos etipoticos,nserimos notes explicativas de vocabulii, de figuras histéricas, de personagens mitolégicas ¢ de lugares. As notas ainda clacidam passagens sntatcamente ifs indicam a covretaIetura ritmica quando 0 acento ténico do verso no coincide com o acento normal das palavras na prosa. Anepusemosaeada lv o resumo da aso aerescentmos, depos do poeta, um nie dos peineiaisnomes ‘ripe ctados, com remisio a todas as ocortéaias na tadgto. Niose sabe queedigio do exo latino Carlos Alberto Nunes wou ‘nem mesmo se consultou apenas uma digo. O cotejo da pontuagio € sas pasigens que apreseam variane textual revelam que Nunes pros vavelmente se serviu do texto estabelecido por Frédéric Plessis e Paul Lejay para a editora Hachette em 191 19, ¢ dos textos latinos que acom- panham lgmas edges da Eneida de Odorico Mendes (ps, como se ” Digitalizada com CamScanner rico se 0 f€2€M publicaciy 4. voriginal ali 20 lado), Asciry mente 0 da cdicdo Plessis et nla etabrada gy ‘viu, Nunes lew a tradugio' rae io teri deixado seme a tn de ‘maitisculas conforme # tradugao. ‘Mop0 DE USAR ‘A fusto de mits credo da Enid possi cera arateiSCBS AN er es seek moderns pode estranhar. ae € falso diney ran a orjgem troiana de Roma”, mas No é tampo Eneida come edo bastante dina do mito 0 fonda reno segundo 3 rs fis do i Rema seria Rémulo, Virgilio, na esteira de outros autores, fg) wh pron estauraa consist do emprego de i semi A rons gaa myo de ni «a er nde er hie ode Tae ronaiermencnare amie fn pa fi Aeness eed” em Jog Se Cn“ et neo a he oy fom pA) All onl dae eo seed a.C, autor do poema épico Alexandha. A passagem ga eet an Sa aetieied necineaciie tal peer emir ermal Seer elepea inmate scene Se ee aan coms pesos mea See ere eatin thet tsar a on cage wid cog tel vragaw eo Stee lire os ager eens ata oepaamaey ptirnnay ser per vee a eeell Tew kc er os bperreo et vn Ee Mscsume it da sSeesowersigeeco minty see Secs nupinsin/edess ner coe openace aul Tic pide soccer sel a

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