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EM FASCICULOS a 0 Hh TT = io 2 Aa.) == = _ SSS S O FUSCA "ITAMAR' iene Rae omen ct ee Ere Ue (Sia ode OM Lee ML cnec oom ska cle) Sedan 1993.96: esforga extra para tomar obesouo competivo Série Ouro: ez especial marca ‘im deft do Fuseawacioral Fuscamania: as mutagoes do besouronasmaos ds as Comportamento: uma cultura chamada Fst. New Beetle: sucesso no rtorn0 davehoeclassica design AnaliseTéenicasconsequram melhorar nda mals 0 Fuscal MY ~ Os Bee Onling sfancetie ao une Sane oS a ee a See ar ee Seren a no oe co ean ‘ttn Sune: Se ale en ene eae Agredacmente: Futea Cute dor equa Mets) a fnggettestieny ne ce REISS nertunS CEMA eCurURA a, ‘eruscawurewove apne HERDEIROS DE PORSCHE urante os quase cinguenta anos em que trabalhou como projetista de automéveis, Ferdinand Porsche nunca teve a oportu- nidade de criar sua propria marca. A fal- ta de capital proprio, bem como sua aversio pela bajulagio sos poderosos contribuiram para isso. Mesmo tendo sido o engenheiro-chefé em todas as empresas automobilisticas nas quais trabalhou: Lohrnes, Austro-Daimler, Daimler-Benze Steyr, o velho Ferdinand sempre foi um funcionério, de alto nivel, mas com limitagbes. ‘A ctiagio do biird independente de projetos em Stuttgart, no comero da década de 1930, foi forma de ele conseguir, em parte, sua liberdade criativa. Ali, pode dar asas & imagi- nagio, apesar de continuar tendo que negociar os projetos para adequé-los aos desejos dos clientes. Porém, era dono de seu proprio nariz. E fi ali que ele e sua equipe comesou a elaborar sua proposta de carro do pow. Apesar do projeto do Fusca ter sido sua obra-prima, Porsche nfo foi devidamente recompensado por isso. As limitagées da verbs para desenvolvimento do projeto permitiram apenas manter o escritério funcionando. Iso, entretanto, seria re- compensado quando o modelo entrasse em produo seriada 6 que garantira “royaltys” ao escritério. Mas, com 0 inicio da guerra, e a producto interrompida, esses dividendos munca apareceram. Apés 0 conflto, perseguido e preso pelos france- ses, Porsche fbi definitivamente afastado da VW. (O mais curioso é que ele nunca teve um cargo efetivo den- tro da empresa, mesmo antes da guerra. Mas a corresio de todas injustigas com o criador do automével mais popular da histéria coube a seus herdeiros, que hoje so os princi- pais acionistas e donos da VW. ‘Mas, antes disso, um dos netos dele: Ferdiand Pich, jé hhavia assumido o cargo de executivo-chefe do grupo, em 1993, para provocar uma verdadeira revolugéo den- tro da empresa. Hoje, como presidente do Conselho de Vigilancia, Piéch procura obstinadamente transformar grupo VW no maior fabricante de veiculos do mundo. NOVOS TEMPOS VOLKSWAGEN AKTIENGESELLSCHAFT FUSCA m meados de 1992, 0 grupo ‘VW mantinha a lideranga no ‘mercado europeu ea curva de vendasestavaem alta. Mesmo assim, a empresa estava em crise devi- do a dramética redugio nas suas mar- gens de lucro. Na verdade, a VW s6 niio estava operando no “vermelho” devido a artificios contibeis baseados em seus investimentos no exterior, con- forme possibilitava a legislagao alema. ‘Mas isso no livrava Carl Hahn J, seu cexecutivo-chefe, de tera cabega “a pré- ‘mio’, mesmo que ele no pudesse ser considerado como o principal respon- sivel pelos acontecimentos, apesar de também nio demonstrar ter condigoes para reverter esse quadro. Na verdade, 0 grande problema nio 86 da VW, mas de todos os fabrican- tes alemiies na ocasifo, eram os ele- vados custos de produsio, que nio se adequavam ao aumento da competigao ‘num mundo cada vez mais globaliza- do. E, para piorar, no comego dos anos noventa, os operitios alemies, que jé eram dos mais bem remunerados no ‘mundo, ganharam outra regalia: a se- ‘mana de 35 horas de trabalho. Com isso, os fabricantes passaram a ter di- ficuldades para manter seus custos € niveis de produgdo com a mesma forga de trabalho e, assim, poder atender a demanda do mercado. Para piorar 0 quad, os investimen- tos realizados pela VW na Espanha Fusca Is LN Abano,0 ona Porsche 17 um dos muitos projec ‘esueesso qe Pech 0so0 acrar quando ands al ee gatamia EMPO (Seat), Republica Checa (Skoda) e na China ainda estavam em fase de maturagio, enquanto a filial brasileira se mantinha estagnada, apesar da sociedade com a Ford na Autolatina ter alcangado al- guns resultados animadores. Pior, entretanto, era a situagio no mer cado americano, no qual a marca perdia participasio ano apés ano. No comego da década de 1990, 0 grupo VW vendia menos de 100 mil unidades/ano nos EUA, na- aquele que era entio o maior mer cado mundial de vefculos automo- tores. Vale lembrar que Carl Hahn Jr havia assumido 0 comando da ‘VW em 1982 com a miso espe- cifica de recuperar as vendas na América do Norte. CHAO DE FABRICA ‘Como sempre foi um profisio- nal de vendas e relagdes externas, Hahn pouco entendia de “chao de fibrica” ou de como alcangar efi- ciéncia nos projetos e custos de pproducio dos modelos. Toda sua atuagio sempre fora basicamen- te do “portio” para fora atuando nas reas de marketing, vendas e atendimento aos clientes. A difi- cil situagao no balango da empresa forgou sua demissio antecipada e, para tentar resolver os problemas relativos aos custos de produgio, além de ampliar a gama de pro- datos, 0 Conselho de Vigilincia da VW foi buscar nos quadros do proprio Grupo um executive ta- Ihado para este desafio. Nio por acaso, neto de Ferdinand Porsche. Ferdinand Karl Pigch nasceu na Austria em 1937, filho de Anton Pigch e Louise Porsche, mas foi sum dos primeiros habitantes da fatura Wolfsburg: Ali ele passou parte de sua primeira infincia, vendo a construsio da fibrica do besouro, bem como a montagem das primeiras unidades. Na época, seu pai fora nomeado como pri- imeiro diretor geral da fibrica dos ainda KdF- Wagen. Em 1944, 0 pequeno Ferdinand acompanhou a familia na volta para a Austria. Quis 0 destino, entretanto, que quase cinquenta anos depois ele voltasse a Wolfaburg para coman- dar a empresa e com a missio de recolocé-la nos trilhos. ‘Mas nio foi pelo parentesco direto com o criador do popular bbesouro, nem pelo fato de ser f- Iho do primeiro diretor da fibri- ca, que lhe garantin esta impor- tante missio e sim uma longa bem-sucedida carreira de mais de vinte anos dentro do Grupo VW. Engenheiro mecinico for- mado pela ETH Zirich, na Suiga, Ferdinand Pigch escreveu sua tese de mestrado abordando © desenvolvimento de motores de Formula 1. Na ocasiéo, ele ja fi- ‘ia parte da equipe de engenhei- ros da Porsche envolvida com a construgéo do modelo 804, 0 pri- ‘meiro e tinico F-1 da marca alema. Depois, Piéch comandou a equipe que projetou o motor de seis cilin- dros refrigerado a ar do Porsche 911, além de diversos modelos de competisao da empresa familiar, culminado com 0 Porsche 917, um dos mais espetaculares¢ vitoriosos carros de corrida ja construidos. DEMISSAO COMPULSORIA Mesmo como um dos res ponsiveis diretos pelo sucesso da Porsche nas pistas e, consequente- ‘mente, no mercado mundial, Piéch ido da empre- i ‘em 1972, Na rota) verdade foi uma demissio “or acabou sendo de pulséria”, Preocupados com uma possivel batalha fratricida entre ‘0s herdeiros pelo comando da em press, no futuro, os irmios Ferry € Louise decidiram que todos os integrantes das familias Porsche accitar um emp Piéch nto poderiam mai ‘cima, oA . $i ee atid Sai Slice Ri eer sonquistas importantes no 2 ee bathar, nem ter cargos executivos, bem inferior aos rendimentos que desenvolvimento de carrocerias fundamental engenheito, na Audi, com salério dentro da Porsche. Como acionis- jf ganhava como integrante do acrodi tas, todos eles passaram a integrar _conselho de acionistas da Porsche. _nologia de construsio de estrutu- ‘um conselho consultivo, enquanto Trés anos depois, em 19 ch ras monobloco em aluminio. odin a dia na empresa foi entregue assum o comando da engenh a exceutivos profission de desenvolvimento de produtoda TRABALHO RECONHECIDO ‘Cada um dos oto primos,netos Aud Esta agitagio garantiu 8 marca A partir de entio, 0 neto dé de ferdinand Porsche uma grande exposicio nos me Thos de Ferry e quatro de Louise), Porsche orquestrou uma ve de comunicagio, que nfo. passou tiveram que buscar novos cami- rarevolusio dentro da marca Audi despercebida. Paulatinamente, a rnhos na atividade profssional, € que mais tarde iria se refletir Audi foi cativando um grupo de Alguns, jé satisfeitos com os também no proprio Grupo VW. clientes fis atraidos pelo desem- tnhos que teriam como conselhei- Foi ele quem comandou a equipe __penho esportivo dos seus modelos ros da empresa ¢ com a fortuna a responsivel pelo desenvolvimento © ganhando espago no herdar, se dedicaram a atividades do Audi Quattro, mais prazerosase menos estess wodelo que se de marcas de prestigio. Esse su- destacou nas competigdes de rali _cesso fez Piéch ganhar forga den- tes. Porém, para Ferdinand Piéch ¢ colocou o grupo alemio na van- tro do Grupo VW e acabou sen- projetareconstruirautoméveis era guarda neste tipo de tecnologia. © do nomeado diretor executive da ruito mais do que uma simples Quattro também tinha um revo- Audi, em 1988, Como a imissio, Assim, ele teve que reco- lucionério motor de cinco cilin- _ gozava de certa autonomia dentro rmegar sua carreira e se steitar a dros em|inha com turbocompres- do grupo, Piéch pode implantar ‘uma politica ainda mais agi de desenvolvimento de produto, Nao foi 0 parentesco com o criador do Taam PM besouro, nem o fato de ser filho do primeiro diretor da fabrica que garantiu a Piéch esta Savers ° semen 2 mer importante missdo. Mas sim uma longa e poe Mipacllen Beate BEEYy 0 mesmo tempo em que procurs- bem-sucedida carreira dentro do Grupo VW va aumentar os tucros da Audi ¢ 1a objetivo bisico foi atacar PoP RR RR. RR. BR PHB RR. LN EMPO a importincia da marca dentro do Grupo VW. Com métodos nada ortodoxos, Piéch avangava. como tum trator de esteins dentro da hhierarquia do Grupo VW e indi- cava como a empresa podia sair da letargia em que se encontrava no fim da década de 1980. Esta poli- tica agressiva no s6 de mercado, aque refletiu diretamente em ganho de prestigio para a Audi, também resultou em reconhecimento por parte do Conselho de Vigilancia da VW pelo trabalho de Piéch durante os cinco anos em que ele comandou a marca de Ingolstadt. ‘Ao ser nomeado executivo- chefe de todo grupo VW, no co- meso de 1993, Ferdinand Pigch ja tinha em mente uma estraté- gia bem definida para revitalizar a empresa e, assim como fizera com a Audi, ampliar a participa- 0 do grupo em novos segmen- tos do mercado automobilistico. Mas uma das primeiras de suas decis6es. gerou desconforto no quadro de fancionérios. Com 4 proposta de reduzir a forga de trabalho de todo grupo em cerca de 10% nos trés anos seguintes, Pigch arrumou um forte inimigo: © IG Metal, poderoso sindicado dos metabirgicos da Alemanha. Afinal, 2 VW nunca havia to- mado uma decisio tio radical. Acordos para demissio volunti- ria e recolocagio de funcionérios em outras empresas procuraram amenizar 0 trauma. GUERRA DE GIGANTES Enquanto ainda era fortemen- te atacado pelo sindicato, Pigch arrumou outro ¢ poderoso inimi go. Nada menos do que a General ‘Motors, na ocasiio a maior fabri- cante de veiculos do mundo. Tudo comegou quando ele contratou um executivo de alto cargo na GM, 0 espanhol José Ignacio Lopez de Arriortia, popularmente conhe- cido no meio automobilistico pelo apelido Inaki Lépez.e que, quan- do promunciado, provocava arre- ppios nos diretores das fibricas de autopesas fornecedores da indiis- tria fabricante de veiculos. Com ‘métodos pouco ortodexos e nada amistosos, Inakii Lopez havia im- plantado na Opel, a subsididria da GM na Alemanha, sistemas de compras e fornecimento de com- ‘Aesquents, ‘Shreo espana iki Loper ‘uma das mats Imporcanes pubteapbes ‘Slemas. Na barinao aio, pnimero ew eet pponentes tremendamente eficien- tes e que geravam sensivel redugio ros custos de produgio. Com isso, Opel ganhou muita competitivi- dade no mercado, o que chamou a atengo dos concorrentes, inclusi- ve Piéch. Os resultados alcangados por Lépez na Opel também foram re- conhecidos pela ciipula da GM, em Detroit, e no comego de 1992 Lépez foi convidado para assu- mir 0 comando do departamento de compras do grupo americano. No seu primeiro ano de atuacio nos Estados Unidos, ele obteve sum ganho de 7 bilhées de délares para a GM. Uma verdadeira revo- JugGo nas atividades da empresa e que Ihe renderam fama mundial € também aumentaram 0 niime- ro de inimigos que conquistara dentro do setor de fabricantes de autopegas. Mas Léper era a “bola da-vez" dentro da GM e, algumas fontes, especulavam que ele esti- vva sendo preparado como possivel sucessor de Jack Smith, 0 presi- dente da corporagio, quando este se aposentasse. Por sso, causou surpresa e tam- ‘bém um grande mal-estar dentro da GM, quando Inaki Lépez. pe- div demissio em margo de 1993, pouco mais de um ano apés as- sumir cargo em Detroit, para ir trabalhar na VW. Conforme foi especulado na época, o executivo espanhol fora seduzido por uma proposta irrecusdvel: um contra to que lhe renderia 20 milhdes de délares por cinco anos de trabalho em Wolfsburg. Um valor bastante elevado para um executivo de se- gundo escalio, na ocasiio, e algo que a VW nunca havia feito, além de uma demonstragio de muito arrojo por parte de Piéch. Mas esta iniciativa acabou ge- rando sérios dissabores para 0 co- mando da fibrica de Wolfiburg rnos meses seguintes © chegou a virar caso de policia, jé que a GM, além de entrar com um processo contra a VW por aliciamento de fancionirios, o que é proibido na legislagao alema, também fez uma queixa crime de espionagem in- dustrial, alegando 0 desapareci- mento de documentos confiden- ciais de seus arquivos, referentes 1 projetos futuros, quando Lépez deixou a empresa. A repercussio internacional foi tamanha que a posigio de Pigch chegou a balan- Enquanto o New Beetle era desenvolvido, os resultados positivos nos balangos da Volkswagen aplacaram as criticas e consolidaram a atuagao de Ferdinand Piéch no comando geral da empresa sar e, segundo algumas fontes, ele 86 nao foi demitido por ter ‘ami gs fortes” dentro do governo ale- mio. Enguanto procurava se desviar da saraivada de criticas periédicas ra imprensa e que geraram enor ‘me desconfianga na opinio pabli- ca alema, Pigch tocou em frente seu plano de recuperacao da VW. Com relagio a0 procesto de pionagem industrial movido pel GM, ele mostrava total trangiii- lidade, ja que munca teve nenhum interesse em descobrir ou copiar 6s projetos da empresa americana. Antes mesmo de assumir 0 car go em Wolfiburg, Pigch jé tinha uma ideia bem definida do que deveria fazer com relagao i futura gama de modelos do grupo VW, mas necessitava da expertise de Taki Lopes para reduzir répida e drasticamente os elevados custos de produgio da empresa, maiores do que os da propria GM. Uma preocupagio a qual nenhum de seus antecessores dedicou a devida atengio, mas que estava inviabili- zando o futuro da VW. UM Novo BESOURO ‘No meio de tanta turbuléncia, Piéch ea VW tiveramummomen- to de trégua por ocasio do Salo de Detroit, realizado no comeso de 1994, quando foi apresentado ‘© Concept 1, modelo-conceito de- senvolvido pelo estidio de design da empresa na Califia e que nada mais era do que uma versio atualizada do velho besouro, mas ‘montado em cima da plataforma do VW Polo. A proposta desen- volvida por estilistas americanos surpreendeu 0 universo automo- bilistico e a repercussio foi de tal forma positiva, que Piéch autori- zou o desenvolvimento de estudos complementares resultando no langamento do New Beetle, em 1098, baseado na plataforma do Golf geragao IV. Enquanto 0 novo besouro era desenvolvido, os resultados posi- tivos nos balangos da. VW apla- caram as criticas e consolidaram a atuagio de Pigch no comando da empresa. Desta forma, ele pode se dedicar & modernizacao dos siste- mas de produsio com a redugio do mimero de familias de plat formas, desenvolvimento de novos modelos e, principalmente, uma bbusca obsessiva por elevacio na qualidade de manufatura adotan- do rigidos padroes milimétricos, semelhantes aos de modelos de nw da concorréncia. Isso, junta- ‘mente com o langamento do New Beetle, que inicialmente foi vendi- do somente no mercado america- no, revitalizou a atuagio da marca rnaquele competitive mercado. Por outro lado, a pendenga com 4. GM fi resolvida no comego de 1997 quando um acordo judicial definia que a VW, além de pagar a quantia de 100 milhdes de déla- res por danos provocados i corpo- ago americana, se comprometeu 4 comprar componentes fornecidos pela propria GM nos sete anos se- {guintes, no valor total de 1 bilhio de dlares também como compensagio judicial. A decisio também obriga- yaa VW demitir Inaki Lopez, mas ra ocasiio jé havia se afistado da empresa para montar uma empresa especializada em consultoria para a inckstria automobilistica. Desta for- ‘ma, foi encerrada a primeira fase de atuagio de Ferdinand Pigch no co- ‘mando da VW. ¢ | (Robert Marks) FUSCA | 9 er ES O ULTIMO = SUSPIRO A DECISAO DE VOLTAR A PRODUZIR O Fusca No BRASIL NAO PARTIU DE UMA ESTRATEGIA MERCADOLOGICA, MAS DE UM PEDIDO DO PRESIDENTE DA REPUBLICA... © comego de 1993.0 Preocupado com & situagio Brasil enffentava mais institucional e econdmica, em uma de suas ciclicas especial com a da indiistria auto- crises, que foram bas- mobilistica, o belga Pierre-Alain tante comuns durante 0 séaulo 20. De Smedt, na ocasifo presidente presidente da Republica, Itmar da Autolatina — associaglo_ que ‘Franco, havia sido recém-emposado _unia as atividades da Ford e VW no fim de 1992, ap6s a ‘cassagio” de na América do Sul -, solicitou ‘Fernando Collor,e herdouumadifi- uma audit ao presidente da SR AUTOLATINA sl siruago i mi Repiblica. Fontes afirmam que oe iia De Smedt foi levar uma espécie de do Pais nao arrefecia o impeto da —_ultimato ao governo brasileiro: se inflagdo devido aos imimeros eros a situagao nao melhorasse, as ma- cometidos nas gesties antetiores. trizes da Ford e da VW poderiam Apoiado por uma frente parlamentar _reavaliar sua atuasio no Pais re- ‘bastante heterogénea e pouco confi- _duzindo drasticamente os investi- vel, o presidente Itamar se equili- _mentos e até mesmo suas ativida- ‘brava na ‘corda bamba” para manter des, o que implicaria fechamento © poder. E muitos daqueles que 0 de fibricas e corte de milhares de apoiavam nfo apostavam um niquel empregos. Outras fontes, entre- sequercomrelaciopossibilidadede tanto, dizem que De Smedt foi ele conseguir conchuir seu mandato, _apenas solicitar ao presidente uma © Brasil estava & beira do caos. reducio na pesada carga de im- REINICIO DE ) PRODUCAO _ 1993 FUSCA ITAMAR ppostos que incidia sobre os auto- ‘méveis, como forma de incentivar asvendas. Polémica a parte, a conver- sa nao deixou de ser proveitosa e, durante a reuniio, o presiden- te Itamar perguntou a De Smedt porque a VW nio woltava a fabri- car o Fusca, um modelo do qual o presidente Itamar disse ter boas recordagées - lembrou também que sua namorada, Lisle Lucena, tinha um —e que o considerava indicado para as necessidades do Brasil por ser robusto, econdmico ¢ de manutengio barata. O belga De Smedt alegou que o modelo s6 seria competitive em relagio aos concorrentes, bem mais moder- nos e de custos de produgao ma emutos, se tivesse uma tributagio diferenciada, que the garantisse ‘um prego mais baixo. Surgiu entio a proposta do automével populare © presidente Itamar autorizou sua equipe econdmica fazer estudos ppara a reducio de impostos como forma de incentivo. Dizem que ‘De Smedt saiu do encontro com © Presidente da Repiiblica certo de que os incentivos seriam exclu- sivos para o Fusca e 56 por isso a ‘VW teria dado inicio aos estudos para relangar o popular besouro. PESQUISAS ANIMADORAS Logo que surgiram os primeiros boatos de que o governo daria uma isengfo de impostos para o Fusca, © jomal Folha de §. Paulo realizou ‘uma pesquisa na capital paulista na qual 59% dos entrevistados aprova- ‘yam incondicionalmente a volta do besouro. A adaptayéo natural do ‘Fusca as condigdes das ruas ¢ es- ‘tradas brasileras, aiada & sua du- rabilidade e confiabilidade, foram 0s pontos destacados nessa pescui- sa. Além disso, comparado 20 Fiat ‘Uno Mille — modelo mais barato e econémico nomercado brasileirono comezo dos anos noventa~o Fusca ‘tinha preferéncia de 47% dos entre vistados, contra 469% do Mille. Porém a concorréncia imedia- tamente “estrilou’. A Fiat foi a primeira a se posicionar contra a exclusividade da regalia que pode- ria ser dada ao Fusca, logo seguida pela General Motors e dizem que até mesmo dentro da Autolatina hhouve um mal-estar porque o pes- soal de marketing da Ford também se sentiu traido. Enormes presses politicas entraram em agéo e a proposta do carro popular acabou sendo ampliada para as quatro fi- bricas de automéveis instaladas no Pais, na ocasiéo. Também houve pressfo para que aisengao beneficiasse somente ‘modelos com motores econémicos de até 1.000 em’, 0 que inviabil aria o retorno do Fusca. Isso, en- tretanto, ia contra a solicitagio do presidente da Repiblica. Por ou- tro lado, como a GM tinha uma versio de motor I-litro sofrivel, 0 Chevette Jiinior, foi ajambrado um tipico acordo 20 10"; autorizagio para um Chevette {L6-litro “popular” até que o Corsa fosse langado em fevereiro seguin- te. Assim, modelos com projetos mais modernos, como Fiat Uno, VW Gole Ford Escort, s6 teriam 4 isengio nas verses com mo- tor de 1 litro, enquanto 0 Fusca, Kombi e Chevette, por terem pro- jetos mais antigos, poderiam ter ‘motor de 1,6 litro. Para os modelos populares 0 governo federal deu redugio pra- ticamente completa do IPI, que foi taxado em simbélico 0,1%, en- quanto os governos estaduais se comprometeram a equiparar a ta- xagio do ICMS em 12%. Como a ‘moeda nacional estava tremenda- mente desvalorizada, ficou acor dado que os fabricantes se com- prometeriam a manter o prego dos ‘modelos populares abaixo de um valor em cruzeiros equivalente a 7.200 délares, o que representava ‘na ocasifo a pouco menos de Cr8 £600.000,00. Isso mesmo: 600 mil enizeiros. Apesar das confusdes Logo que surgiram os primeiros boatos, uma pesquisa na capital paulista revelou que 59% dos entrevistados aprovavam incondicionalmente a volta do besouro que causou, a proposta acabou se ‘mostrando acertada e rapidamen- te a indistria automobilistice re- cuperou produsio e vendas. FATORES ADVERSOS © Fusca, entretanto, acabou sendo 0 modelo menos beneficis- do pela decisio do governo. Isso, porque enquanto eram feitos os devidos procestos industriais para reativar sua linha de montagem, fs outros modelos populares ja eram comercializados, Fiat Mille, Gol 1000¢ 0 Chevette passaram a .gozar da isensio em abril de 1993, ‘mas a VW s6 conseguin relangar Fusca no fim de agosto daquele ano. O besouro voltou 20 mercado na mesma ocasiio em que a Ford langou 0 Escort 1000. Esse talvez tenha sido o principal, mas no 0 tinico contratempo no retorno do Fusca ao mercado brasileiro. ‘Nao se pode esquecer que, quando esteve com o presidente Tamar, De Smedt ressaltou que © Fusca s6 seria competitive no mercado se tivesse prego diferen- Acsquarda, presente ‘reponea Team ranco, jum do fresco ob Preresdlia De Sed, ero ‘overdo de S20 Patt Lue ‘monly, ‘trams armani rear do rsa nacoal FUSCA | 33 er ES wo Omaara puniatare reforgara que Fuse tare ‘stouse com agumes rmehorts tects Fusca. As boas idéias sao simples. ciado a0 dos concorrentes: mais ‘modemos. Vale destacar também que na iltima pesquisa de merca- do que a VW realizou, em 1986, sobre as razdes para a compra de um Fusca, 35% dos entrevistados indicaram ser a economia de com- bustivel, enquanto 34% disseram que era o prego de compra. Com os populares tendo prego tabelado em 7.200 délares, o Fusca, além de chegar atrasado 10 mercado, no tinha mais esses dois impor- tantes diferenciadores, jé que pas- sava a custar tanto quanto os ou- trose seu consumo de combustivel era bem mais elevado em relagio 20 Uno Mille ao Gol 1000, (Ou seja:o Fusca chegou a0 mer- cado sem seus dois principais indi- cadores de preferéncia na compra destacados sete anos antes. Além disso, a propria rede de conces- sionérias VW nao mostrou muito interesse em investir na comercia- A propria rede de concessionarias Volkswagen nao mostrou muito interesse em investir na comercializagao do Fusca, ja que tinha o Gol, modelo que na época liderava as vendas no mercado brasileiro lizagio do Fusca, jé que tinha 0 Gol, modelo que na época lidera- vya as vendas no mercado brasileiro somando todas suas versées. Em vex de se preocupar em promover © “novo” Fusca, os vendedores pro- curavam destacar que o Gol 1000 custava tanto quanto 0 besouro, ‘mas era bem mais modemo, es- jpagoso e econémico. Um Fusca s6 saia da revenda quando o compra- dor fazia questio disso. PRODUGAO PROGRAMADA Por tudo isso, se deduz que a VW foi obrigada a alterar seus planos de produgio do Fusca a partir do momento que o gover ‘no ampliou a isengio de impostos para outros modelos. Como seria tremendamente indelicado com © presidente cancelar o relanga- mento do Fusca apés o beneficio também ser estendido & Kombi a0 Gol que, pela maior escala de pprodugio, era bem mais lucrativo para a fibrica, a VW decidiu fa- zzer uma produgio programada do bbesouro, conforme & possivel de- duzir no material de divulgasao de relangamento do Fusca. Nele, o marketing da VW jé dava sinais de que a comercializa~ 40 de um total de 50 mil unida- des do Fusca em trés anos ficaria de “bom tamanho”. Baseados na grande popularidade do besou- 10, que provocava saudosismo em muitos dos seus antigos proprie- trios, bem como nos cerca de 10 mil pedidos de compra quando foi confirmado o retorno de produgio, a VW parece ter encontrado desta forma uma solugio de compromis- so. Da qual também se deduz que esta produgio teve a finalidade de apenas amortizar os investimentos € € bem provivel que a VW nem tenha obtido lucro na empreitada, a nfo ser os referentes & imagem institucional que esta. inci inegavelmente acabou gerando. Vale ressaltar também que a criagdo do automével popular, uma proposta que surgi quan- do o presidente Ttamar Franco se referiu carinhosamente ao Fusca, fem janeiro de 1993, acabou aju- dando diretamente a indistria automobilistica a recuperar suas vendas, 0 que se refletin imedia~ tamente na melhora da economia do Pais, Isso acabou dando as con- digdes necessérias para a implan- tagio do Plano de Estabilizacio da Economia, que comesou em maio de 1994 com Unidade Real de Valor (URV), para finalmente surgir o real, em 1° de julho, ou seja: pouco mais de um ano apés 0 langamento do carro popular. Esse plano, que possibiliton a estabilizagio econémica do. Brasil apés muitas décadas, € um legado aque deve ser creditado a0 presiden- te Itamar Franco, da mesma forma se fuz necessério reconhecer que, 20 completar seu mandato, ele deixou 0 Brasil bem melhor do que quando assumin a presidéncia da Repablica, dois anos antes. Mas também nio hha como negar que um pouco dis- so pode ser creditado ao Fusquinha, que sempre foi popular e que ficou ‘mais ainda depois disso. Como quis avontade do povo, os besouros des- ta sétie acabaram sendo batizados como "FascaItamas”e com toda jus tiga. Afinal, nfo é nenbum exagero afirmar que com o "Fusca Itamar” a situago do Brasil comegou a melho- rar. & (Lute Guedes Je) Fusca | a5 EDAN NACIONAL A VOLTA DOS QUE NAO FORA 26 | 0 GRANDE LIVRO DO FUSCA QUEM OLHAVA PARA AS RUAS BRASILEIRAS NO INICIO DA DECADA DE 1990 AINDA VIA UMA GRANDE QUANTIDADE DE Fuscas. AINDA ASSIM, 0 RETORNO DA PRODUGAO DO MODELO FOI RECEBIDO COM ESPANTO E ALGUM DESDEM. SEDAN NACIONAL 1993 / 199 my uem poderia imagi- fY narqueum astomevel \ J projetado em 1935 e Nema fatbricado no Brasil de 1959 a 1986 pudesse voltar a ser fa- bbricado em plena década de 1990 = justamente aquela que marcou a reabertura das importagdes ¢ for- gou toda a inddstria automobilist- ca nacional a se modernizar? Pois coube 20 Fusca mais este grande ito, retomando em 1993 sob 0 apadrinhamento do entio presi- dente da repablica Itamar Franco. E voltou praticamente como hhavia saido de cena, sete anos an- a tes, exceto por pequenas evolugées ‘técnicas necessirias devido as no- vvas leis de seguranga e de emissio de poluentes. ‘Alm de adequar 0 modelo fs normas vigentes na ocasifo, a Volkswagen do Brasil foi obrigada a realizar uma verdadeira opera- fo de guerra para refazer a linha de produgio do besouro, j que boa parte do ferramental havia sido vendido fabricantes de autopesas Interessados em abastecer o feno- ‘menal mercado de pecas de repo- sigfo do Fusca. ara conter custos e tentar 20 méximo trazer a quase artesanal linha de produséo do Fasca para a realidade dos anos noventa, afi- bbrica modernizou o que péde, au- tomatizando operagdes antes ma- rmuais. Da mesma forma, 0 projeto inteiro do carro foi revisto pela cequipe de engenharia, cuja missio era substituir 20 méximo compo- nentes de metal por equivalentes feitos de plastico. 0 FUSCA RENASCE retorno do Fusca sob a al- cunha “Itamar’, como ficaria co- nhecido, comegou a ser desenha- do no dia 4 de fevereiro de 1993, data em que a Autolatina (nome do grupo formado pela unio da Volkswagen com a Ford) e 0 go- ‘verno federal assinaram um docu- mento chamado de Protocolo de Intengées. Dois meses mais ta de, ficavam prontos os primeiros prototipos para estudos e aperfei- sgoamentos, ainda construidos em cima de modelos usados compra- dos no mercado comum. ‘Ao contririo do que havia acontecido no passado, quando Fusca acabou sendo o primeiro automével para milhoes de bra- sileiros, a fibrica acreditava que agora o modelo mudaria de perfil, servindo como segundo ou tercei- 10 veiculo da familia, tanto no uso rural como urbano. Seja como for, a lista de pedi- dos que se formou nas concessio- nirias tao logo foi divulgada a no- ticia do retorno do modelo chegou mais de 10 mil nomes. Tudo isso antes mesmo de o carro entrar em. produgio, 0 que s6 veio a aconte- cer em agosto de 1993 - sendo que esses primeitos modelos jé foram langados como 1994, A Volkswagen acreditava que agora o modelo mudaria de perfil, atuando como segundo ou terceiro veiculo de uma familia, para uso em area rural ou urbana 0 Fusca fo ‘elagato em 1993 apers ‘cama apga0 ao ‘motor 33c00 Ummes epos, onreant, aero: ‘asotna favlangads FUSCA | 39 SEDAN NACIONAL 1993 / 1996 etiu o que saindo- o Fusca Itamar Na mid se mais uma vez pela criatividade e sinceridade d 's publicitarias [Na midia, o Fusca Ttamar repe--marias’, sobretudo para atender is tin o que ja havia feito no passado, _exigéncias legais de seguranca e de sobressaindo-se mais uma vez pela meio ambiente. criatividade de suas pegas publici- Quando foi anunciado 0 re- ‘arias. Emboraapelasse paracarac-_torno do besouro, muitos contes- teristicas conhecidas e aprovadas taram sobre a sua seguranca. O pelo consumidor como robustez, questionamento, na época, ocor- economia e manutengio barata, as _reu mim momento em que 0 con- ropagandas jamais esconderam — sumidor brasileiro comecava a ter as deficiéncias do modelo. Com _contato com modelos importados, jsso, ganharam os outdoors ¢ as 0 que consequentemente elevou o paginas de revistas amincios cujos nivel de exigéncia. J textos diziam: “Buracos, voltei!”. Para sanar qualquer duivida, Ou ainda: “Quer luxo? Compre o entretanto, a Volkswagen sub- Santana’. meten o veiculo a rigorosos testes, de colisio frontal ~ os chamados MELHORIAS TECNICAS crash-test ~, que na época corres- 5 Do ponto de vista ténico, 0 pondiam ao impacto de um auto- Fusca Ttamar vendia as mesmas — mével a 100 km/h contra a trasei- qualidades que tornaram 0 mo- rade um veiculo parado. delo um sucesso mundial. © de- A aprovago do modelo nfo foi sign inconfindivel também era 0 necessariamente uma _surpresa, mesmo. Mudavam apenas “perfi- uma vez que o Fusca, jé em 1970, havia sido 0 primeiro automével nacional a passar pelo crash-tes Ainda de olho na. segura ga, 0 Fusca Ttamar foi montado com sistema de freios hidraulicos de duplo circuito (com discos na dianteira e tambor na traseira), pneus radiais sem cimara nas me- didas 165 R1S, barra estabilizado- ra dianteira e traseira e para-brisa laminado (menos cortante que 0 vvidro temperado quando estilha- ado). Noiintetios, osbancos dianteiros tiveram as estruturas reforgadas € foram mais bem fixado a0 assoalho para receber a ancoragem dos cis tos de seguranga de trés pontos a to-retriteis. Além disso, passaram a recuar 2 centimetros a mais em relagio a versdo anterior de 1986 € ganharam forragio com novo teci- do de baixa inflamabilidade. Fechaduras e dobradigas dealta resistencia passaram a.compor um sistema de reforgo que incluia ain- da sistema de trava dupla no cap6 do porta-malas, evitando a aber- tura acidental com 0 veiculo em movimento. Outro desafio para o retorno do besouro era adequi-lo as novas rnormas de emiss6es de poluentes. Para isso, a fibrica adicionou a0 vvelho motor boxer de 1.600 em? ¢ dupla carburagio (inicialmente somente a Alcool, mas logo depois também disponivel a gasolina) um catalisador cerdimico de trés vias. A adaptagio levou a uma impor tante alteraso no sistema de es- capamento com dutos de ago ino- ‘xidével, que passou a contar com apenas uma saida simples e silen- ciador instalado abaixo do para lama esquerdo. MELHOR DESEMPENHO ‘Alémdo sistema de controle de gases, o motor da série “Itamar” foi recalibrado pela engenharia, resultando num conjunto mais silencioso e de melhor desempe- ho, capaz de acelerar o besouro de 0a 100 km/h em 14,5 segun- dos e atingir velocidade mixima de até 140 km/h. ‘Das alteragées, vale destacar a colocagio de uma nova bomba de combustivel, com maior pressio capacidade de vazao, permit do partidas melhores e mais répi- dias. No sistema elétrico, o modelo © GRANDE LiVRO DO-FUSCA | 23 SEDAN NACIONAL 1993 / 1996 ppassou a ser equipado com velas ‘mais potentes, alternador e bateria com maior capacidade e ignigio eletrénica sem platinado ou con- densador. O distribuidor, dotado de sensor Hall, define o momento certo da centelha de cada vela para cada um dos quatro cilindros. ‘A dupla carburagio também recebeu nova relagio ar/combus- tivel com regulagem de marcha lenta mais fécil. Outro detalhe a presenca de dois tubos pron- tos para receberem equipamentos de anilise e leitura de emissio de CO (monéxido de carbono) para regulagem do motor e checagem Inicialmente, a produgao previa uma média de 100 veiculos/dia ou 20 mil por ano, ao preco de US$ 7.200. Apés trés anos e exatas 47.700 unidades comercializadas, o Fusca brasileiro saiu de cena em definitivo de gases antes da passagem pelo catalisador do novo Fusca, que também recebeu um sistema de controle de gases do carter, com ‘uma valvula que regula a presso no interior do compartimento de leo, aumentando a durabilidade do motor e catalisador. No mais, o chassi do Fusca 1994 passou a set pintado jun- to com a carroceria (¢ nfio mais eto), 0 que proporciona melhor qualidade e durabilidade do con- junto. Feltros fenélicos, embre- hados a uma espécie de pixe, ga- rantiram um melhor isolamento termo-aciistico, em. substituigao fos antigos isolantes feitos de fi- bras vegetais, usados até 1986. Esteticamente, a linha Ttamar foilangada com trés opsdes de cores solidas (branco Star, bege Arena e azul Saturno), duas especiais (ver melho Sport e preto universal) € otras trés metilicas (prata Lunar, bege Athenas e verde Pinus). Os antigos frisos laterais foram subs- tituidos por fitas autocolantes em duas cores, assim como 0 now € colorido logotipo no capé trasei- +0. Completando 0 novo visual, os, para-choques foram pintados na cor do carro — embora os aros do farol e os piscas dianteiros conti- ‘muassem cromados. ‘Na lista de opcionais, o Fusca “Ttamar” oferecia rel6gio analégi- co, volante espumado com 2 raios argos, buzina dupla, porta-obje- tos nas portas, faixa em carpete nas lateruis de portas, tapetes em carpete, protetor de borracha nos para-choques, espelho retrovisor extemo do lado direito, antiem- bayante, vidros verdes, janelas la- terais basculantes, lanternas tra- seiras em fumé e ridio AM/FM stéreo digital com 2.canais, code e 2alto-falantes. Inicialmente, « produglo previa uma média de 100 veiculos/dia ou 20 mil por ano, ao prego de USS 7.200. Apés trés anos © exatas 47,700 unidades vendidas, o Fusca brasileiro saiu de cena. Desta ver, definitivamente. + Asmphaidate ‘oacatumento ‘rma na verszobasea (Gemnenhum opctone da sare "amar" SSS err O FIM DO MITO ACABAMENTO DIFERENCIADO E PRODUCAO LIMITADA MARCARAM A SERIE DE DESPEDIDA 0 Fusca NACIONAL. E, DEssa VEZ, EM DEFINITIVO... 24 | 0 GRANDE LIVRO DO FUSCA SSS err vuando foi relangado no mercado brasi- leiro, em agosto de 1993, 0 destino do Fosca “Ttamar” ji estava pratica- ‘mente selado. Isso porque, desde o inicio da retomada das atividades, a Volkswagen jé havia anunciado todo 0 “ciclo” de produgio do mo- delo, prevista em 50 mil exempla- res no periodo de trés anos. 1 FUSCA E fbi isso mesmo que aconte- ceu. Ao final de 1996, a fabrica anunciou o encerramento defi- nitivo da linha de montagem em Sio Bemardo do Campo. Para ‘os fis do popular besouro, res tou como alento o langamento da Série Ouro, versio especial co- ‘memorativa com acabamento di- ferenciado e produgio limitada a 1.500 unidades. Dois detalhes merecem desta- que no langamento do Fusca Série Ouro, Primeizo, ofito do carro ter sido colocado a venda para 0 pi- blico, ao contrrio do que aconte- ceu com o Ultima Série de 1986, ‘que na época teve produsio de 850 tunidades, sendo uma para cada ‘um dos concessionarios da marca. Outro dado curioso € que, 20 menos para a Volkswagen ale- Para a Volkswagen alema, o ultimo Fusca brasileiro continua sendo o de 1986. Como se toda a série popularmente conhecida como “Itamar” jamais tivesse existido... mi, 0 ultimo Fusca brasileiro continua sendo o de 1986. Tanto € assim que, & frente do Ultima Série exposto no AutoMuseum de Wolftburg, ainda hoje € mantida a placa com os dizeres “O iiltimo Fusca produzido no Brasil”. Como se toda a série popularmente co- nhecida como “Ttamar” jamais ti- vvesse existido... ACABAMENTO REQUINTADO ‘Além de pertencer a0 lote dos ‘iltimos 1.500 Fuscas produzidos no Pais, os exemplares da Série tecloe carpete ppacote diferenciado de fabrica. No exterior, por exemplo, acarrocer no apresenta os adesivos latera aque faziam as vezes de frisos e ca- racterizaram os modelos fabrica- dos a partir de 1993 (na verdade, 4 Série Ouro foi 0 tinico modelo dos chamados “Fuscas Itamar” a io exibir os adesivos, de gosto bastante duvidoso). ‘No mais, o modelo se diferen- cia pelos fardis de longo alcance dos verdes ~ sendo os laterais tr: seiros basculantes, além do vigia © GRANDE LiVRO Da FUSCA | a7 SSS err 1 FUSCA com desembagador ~e pelas lan- ternas “Fafa” com lentes plisticas de acabamento fué. Em ambas as laterais, entre os para-lamas dianteiros ‘¢ as portas, a fabri- ca aplicou um pequeno logetipo da série comemorativa, que traz a inscrigdo: Fusca Ouro Ultima Edigio. Da mesma forma, a pa- lavea Fusca, teadicionalmente co- locada no capé traseiro, também ganhou acabamento diferenciado em cor dourada. LUXO INTERIOR ‘Ji as mudangas realizadas no Interior garantiram aos exempla- res da Série Ouro acabamento ‘mais luxuoso do que era comum na época, Exemplo disso sio os bbancos eas laterais de portas, que ganharam o mesmo padrio entio adotado no Volkswagen Pointer, com um colorido tecido avelu- dado nos bancos € a combinacio de courvim, carpete e tecido nos paingis internos das portas ~ que Limitada a 1.500 unidades, a Série Ouro nada mais era do que o Fusca “Itamar”’ padrao dotado de todos os opcionais e com algumas inscrigdes da edigao comemorativa também ganharam porta-objetos. No painel, o destaque fica para os instrumentos quadrados com fando branco, entre eles um relé- gio analégico do lado esquerdo do vvelocimetro. Outro componente a destacar é 0 volante com o mes- mo desenho usado pelo do VW Gol. Além disso, o interior ofere- ce acendedor de cigarros e cinzei- ros nas laterais do banco traseiro, ambos itens considerados de luxo rnaguela época. ‘De resto, oacabamento éexata- ‘mente 0 mesmo que mareou toda a série “Itamar’, inclusive no exa- sgeto do plastico em peras que em outras épocas eram feitas de me- tal... Os componentes técnicos ea ‘mecainica também sio os mesmos, como as rodas de 15 polegadas “calgadas” com pneus Firestone 165 R15, freio a disco apenas na dianteira e o tradicional motor de 1.600 em? com dupla carburag E assim o Fusca brasileiro defini tivamente abandonava o “paleo”, ‘tao simples, funcional e inexpl cavelmente tio cativante como quando comegou. Lanernas fume, ros verdes embarador dovgla rasara tanbem ‘estacavama Sere duro FUSCA | 29 Barry BESOURO MUTANTE NHUM MODELO Como 0 Fusca Foi PRODUZIDO DURANTE TANTO TEMPO SEM ALTERAGOES EM SUAS LINHAS BAsIcas. E NENHUM OUTRO FOI TAO MODIFICADO PELOS PROPRI 1 histéria do automével, nio ha registro de tamanha paixio, quase devogio, por lum sutomével como a que se verificou com o Volkswagen Sedan. ode-se afirmar quenem mesmo o Ford modelo T, o veculo que popularizou a “mobilidade sobre quatro rodas” em todo o mundo, conseguiu ser tio ido- latrado. E isso pode ser constatado de imimeras maneiras, sobretudo pelos imimeros apelidos recebidos em cada ARIOS... sum dos 140 paises onde 0 popular be~ souro foi oficialmente comercializado, © que também resultou num incrivel volume de vendas. Afinal, quando traduzido em mi ‘meros, o sentimento pelo Fusca regis tra nada menos do que algo em torno de 21,5 milhes de unidades vendidas = desde que a produsio comercial co- ‘megou timidamente, em 1945, até oil timo exemplar deixar a linha de mon- tagem em Puebla, no México, no dia FUSCA | 33 ee ey 32 | 0 GRANDE LivRo DO FUSCA 30 de julho de 2003. Neste longo periods, nio faltaram demonstra- g6es de carinho. Uma frase atri- buida a revista Time dizia que © Fusca € como um membro da familia, mas que dorme na gara- gem... E até no cinema 0 mode- los ganhou um apelido: Herbie, 0 simpatico personagem criado em 1969 pela Walt Disney. ‘A MANIA PELO BESOURO CRESCE Outro bom termémetro para avaliar essa “febre fuscamaniaca” que tomou conta do mundo é a quantidade de modelos personali- zzados, transformados e até mesmo reinventados em cima do popular besouro — ou tendo como base a sua versitil plataforma mecini- ca. Se por um lado Volkswagen Sedan foi o modelo que por mais ‘tempo permaneceu em producéo com as mesmas linhas bésicas de design, 0 mesmo nio aconteceu em muitas garagens de perspicazes, toprietérios, que nio mediram esforgos, tampouco ctiatividade para dar ao besouro “novas formas de vida". Além disso, de moto a avio, de gerador de energia a bar- co, 0 motor boxer refrigerado a ar jf foi usado para quase tudo. Pode-se dizer que essa verstili- dade do projeto do Fusca foi reve- ada antes mesmo do inicio de sua produgio comercial, com os mo- delos desenwolvidos por Ferdinand Porsche para 0 exército alemao durante a 2 Guerra Mundial. Como o jipe Kiibelwagen, por exemplo, que posteriormente ser- vin de inspiragio para os intimeros Muitas outras idéias se popularizaram, como o Fusca Furgao, Fusca “Woody”, o Fusca picape e até mesmo um verdadeiro motorhome, batizado de Camper e fabricado pela americana RQR projetos caseiros de modelos com caracteristica fora-de-estrada, Um dos casamentos mais perfeitos que se pode constatar foi a unio da ‘mecanica Volkswagen, com plata- forma encurtada, com carrocetias de plistico reforgado com fibra de vidro, dando origem aos populares bbugues. Uma tipica criagio ameri- cana, mas que acabou percorren- FuscA | 33 Ser A esque, oft verdes bre” ene oxpartcantes "oe as ‘abana mis jes seam mecca We do ~até os dias atuais, diga-se—0 ‘mundo e, aqui no Brasil, também teve as mais variadas configura s, com destaque para o Tropi, projeto do designer Anisio Campos que ficou popularmente conheci- do como bugue Kadron na prime rametade da década de 1970, ‘mesmo os americanos, em parti- cular os da California. Além de imortalizarem 0 bugue, eles tam- ‘bém sio os responsiveis pelo sur- sgimento do Fusca Baja — de Baja California, ou Baixa Califomia, no México -, outra faceta off-r0- ad que ganhou vers6es nos quatro cantos do planeta. Ainda hoje, 0 ‘baja é0 modelo preferido por mui- tos dos praticantes de trilhas, que juram que o besouro nesta confi- ‘guragio € capaz de enfrentar obs ticulos dificeis até mesmo para veiculos 44, ‘A FEBRE DOS KITS Com 0 advento da técnica de fabricagio de pegas e carrocerias de plistico reforgado com fibra de vvidro, que se popularizou mun- dialmente na década de sessenta, ficou muito ficil para qualquer um fazer transformasSes ou criar “apéndices” que mudassem a “cara” de um automével. E mais uma vez © Fusca foi o “laboratério” prefe- ido dos ‘construtores caseiros”. Algumas dessas criagées agrada- ram a.um mimero consideravel de fis do modelo, chegando a ser co- ‘mercializadas em forma de kit. Destes, 0 mais famoso talvez seja 0 Fusca Royce, outra *mania” que surgiu nos Estados Unidos e ‘mais uma ideia curiosa e bem bo- ada que chegou a ser uma febre ‘mundial. Para isso, bastava subs- tituir o capé original do Fusca por ‘uma pegaem plistico que imitavaa imponente frontal do Rolls-Royce. Uma operagdo simples e que no afetava a carroceria original do besouro. Mas alguns proprietirios endinheirados foram mais longe e passaram a adaptar no Fusca pegas originais do Rolls, como faréis e calotas, para garantir maior vera- cidade a transformagio. Essa pro- posta acabou se popularizando de tal forma que chegou a incomodar niio 86 a propria Rolls-Royce, que considerava isso um “sacrilégio” & honra de seus modelos, mas tam- ‘bém a VW que nfo gostou da des- caracterizagio de seu modelo no ange da popularidade, ‘Outra marca famosa que tam- bém servin de inspiracio para cringbes de Fuscas diferentes foi a Porsche devido especialmente as ligagdes “familiares” entre as Arte por arte, ninguém superou mesmo os americanos, em particular os da California. Além de imortalizarem o bugue, eles também sdo os responsaveis pelo surgimento do popular Fusca Baja ‘Acnatiade rmotem Imes, ‘como comprovam ‘o"usca Royce”, ‘sca Porsche” 2 obtres modelos ‘tansformadgs ate "mesmo com "ports seas” Fusca | as Ser ‘beara cio ‘asters, aaa ds Fuzao duas marcas. Um exemplo disso €0 projeto do arquiteto brasileiro André Cintra, que procurou dar a seu Fusca uma “cara” parecida com a do exclusiv Porsche 959 produzido na década de 1980 pela ‘marca de esportivos alema. ‘Mas muitas outras idéias se popularizaram, como o Fusca Furgio, Fusca “Woody”, o Fusca ppicape e até mesmo um verdadeiro ‘motorhome, batizado de Camper ¢ fabricado pela americana ROR. E até mesmo a Volkswagen entrou na “onda” de modificar 0 Fusca, fazendo um conversivel “esticado” com trés fileiras de bancos para os visitantes circularem pelo no inte- rior da fibrica, enquanto as visitas externas eram realizadas a bordo de um “Fusca Trem”. CRIATIVIDADE SEM LIMITE © uso do plistico reforgado com fibra de vidro sem duivida fi- cilitou o trabalho e ajudou a dis seminar ainda mais a “fuscama- nia” mundo afora. Mas algumas das verses mais bizarras j pro jetadas sobre 0 popular besouro nio fizeram uso do material sin- ‘tético como, por exemplo, 0 pro- jeto do americano Gus Mozart, concessionirio VW em Palo Alto, Califérnia, que nio hesitou em criar um curioso modelo com duas frentes para divulgar 0 ain- dadesconhecido “Bug” por toda a Costa Oeste americana. Isso, em ‘meados dos anos cinquenta. ‘A extravagincia pode ter sido pioneira, mas nfo foi a tinica, Na Europa também foi constru- ido um modelo bastante curioso, alongado, para transportar até 17 integrantes de uma companhia de artistas. E aqui mesmo, no Brasil, © besouro ja foi transformado além dos limites da imaginasio, como num husuoso limusine com mais de 5 metros de comprimen- to e até num “Mini Fusca’, pouco maior que a distincia ctiada por tum adulto com os bragos abertos € esticados. Ambos criados por Ingo Pflaumer, um ex-funcionério da VWdo Brasil que manteve viva sua paixio pelo popular besouro. De li para cé, 0 besouro virou gaiola, entrou na moda hot rod e rat rod, ganhou portas suicidas perden a capota em incontiveis ‘vers6es conversiveis. Assim como sio incontaveis as transformagies que fogem a qualquer classifica Gio, caso da recente proposta do *Fuzzio’, nome de seu criador, um empresério do interior paulis- ta que, para desestressar das pres- s6es do dia-a-dia, resolveu fazer um Fusca a sua moda — de gosto um tanto duvidoso como muitas otras... Mas assim é a “fuscama- nia’, tio democritica, versitil duradoura quanto 0 modelo que a originou... & == ser 0 Fuscatambem ~ — * ‘der onda noe 5) Foderatros Mas ‘ada siparaa ‘native ds ‘tnos as iameras varsbes de masta: conersves FUSCA | 37 et Tt a Se Wee a) INEXPLICAVEL PAIXAO 381 Fusca esde 0 seu langamen- to, a melhor propagan- da do Fasca foi feita de forma espontines gratuita para a Volkswagen. O popular boca-a-boca. Afinal, é inegével afirmar que uma das f6- mulas para o sucesso do modelo sempre esteve na lealdade e nos clogios de seus proprietarios, que defendiam o besouro com tal en- ‘usiasmo que chegava a causar in- vveja na concorréncia. No Brasil, nto foi diferen- te. Mas € curioso observar 0 ci clo mercadolégico do cartinho e como isso influenciou ~ e conti- ‘mia influenciando ~ sua relagio com o piiblico. No auge das vendas, até mea- dos da década da década de 1970, © Fusca figurava como o carro das multidoes,idolatradocomoveiculo pritico,eficiente e de manutengao barata. Depois, passou A rejeigio, encarado como veiculo sem status, simbolo de uma época de atraso tecnolégico e sem atrativos apa- rentes diante de concorrentes mais ‘modernos. Até que algo inexplic vel aconteceu. Sobretudo nas duas ‘iltimas décadas, 0 Fusca voltou a conquistar adeptos, ganhou espa- go nas garagens de colecionadores de automéveis classicos e voltou & moda como icone cult, badalado pelo design peculiare por motivos que nem mesmo seus mais apaixo- znados fis conseguem explicar. Com isso, o verbo que ante- cede a frase “comprar um Fusca” também mudou de “preciso” para “desejo", o que por sua vez refle- te o perfil de muitos de seus no- Nas duas tiltimas décadas, o Fusca voltou a conquistar adeptos, ganhou espago nas garagens de colecionadores e voltou 4 moda como icone cult, badalado por motivos que nem mesmo seus fas conseguem explicar vos proprietérios. Atualmente, rio raro artistas e personalidades desfilam orgulhosos a bordo de seus besouros... NOVAS TRIBOS Outro desdobramento des- sa mudanga de personalidade do modelo é a crescente proliféra- fo de clubes e de eventos dedi- cados exclusivamente a0 besouro. ‘Somente o Fusca Clube do Brasil, ppor exemplo, conta com quase mil sécios,além de manter um registro ‘no Guinness Book, olivro dos re- cordes, pela ocasifo em que reunin 2.728 Fuscas durante um encon- tro realizado no autédromo pau- listano de Interlagos, em 1995. © sucesso © a quantidade de adeptos atraidos para este tipo de evento sio tamanhos que até Undsay Lohan, ‘rotayonsta do aiamo do badalado Herbie. Napagmna a0 lado, arc dos modelos ‘re rattan Fon © GRANDE LiVRO DO FUSCA | 39 ee 0 Fusca Clube do Brasil mantém um registro no Guinness Book pela ocasido em que reuniu 2.728 Fuscas durante um encontro no autédromo de Interlagos 1 FUSCA {foram criados o Dia Nacional do Fusca (20 de janeiro) e o Dia ‘Mundial do Fusca (22 de junho) = este uiltimo comemorado em praticamente todos os paises que tiveram produgio e /ou comercia~ lizagao oficial do modelo. Num processo. mais recente, tem-se notado uma forte tendéncia a segmentagio na criago de novos, grupos. Ou seja: no apenas o Fusca. Da unio de seus [proprietiiose admiradores, nasce- ram os clubes. Agora, a uniio en- tre admiradores do modelo é dita- da por gostos especificos em meio a adorasio pelo popular besouro. ‘Deste movimento jé nasceram clu- ‘bes como The Brazilian Folks (gru- ppo saudosista que resgata persona lizagbes do passado), VolksPorsche (clube de proprietérios dedicados & ‘onda German Look), HotVolks(s6 5 eat ocanor famosa rua londrina onde fcava 0 ‘olocou oF sca estiidio da gravadora deles. maoce do row @ ‘i i sau ae Ba res oe st Oi (Prom aca continua a inspirar e a influenciar os mais variados trabalhos, caso do pintor paulistano Reynaldo Berto, cujas telas tém uma ‘nica temética: retratar 0 besouro em meio aos principais cartbes-pos- tis da “paulicéia”. Perguntado sobre o receio de que sua obra possa ser confundi- da com merchandising, o artista € ripido na resposta: “O Fusca é ‘um caso raro de produto que supe- rou o brilho de seu fabricante, Sua imagem esté acima da imagem da propria Volkswagen...” de modelos customizados com ca- mais diversas manifestag6es artisti- recteristicas hot rods), Volkswagen cas. Na misica, estourou com o hit Sixties (reuniio de besouros pro- popular “Fusco Preto’, enquanto duzidos na década de 1960), entre nocinema foiimortalizadoma “pele” outros. de Herbie. Nem mesmo os Beatles deixaram o Beetle de lado: 0 mode- OBJETO POPULAR lo aparece na capa de Abbey Road, Comonenhum outroautomével, a0 fundo de uma foto do quarteto Fusca também se ez presente nas inglés atravessando a Abbey road, BS Aesuers seme Brats nagualo Fiscasirge come ‘ino ekimeno da Banda acing 0 mor Reyaido Goro {Ss cobras obras ‘geo bsauroserpre Sean NEW BEETLE / 1998-2 A RELEITURA MODERNA DO POPULAR RESOURO SUPEROU A MARCA DE | MILHAO DE EXEMPLARES EM APENAS 1] ANOS DE PRODUGAO E S CONFIRMOU A FORCA DO LEGADO E DO F U S CA DESIGN DO Fusca 42 | 0 GRANDE LIVRO DO FUSCA a NEW BEETLE / 1998-2 foram 12 anos de produ- gio e mais de 1 milhao de unidades comercializadas, das quais 600 mil s6 nos Estados Unidos. Mas nfo foram s6 os miimeros que tomaram o New Beetle um projeto surpreendente. Além de ter conguistado uma respeitivel legio de fis, bem como ‘um fel pablico consumidor, o New Beetle também marcou o surgi mento de um novo segmento no ‘mercado automobilistico mundial, definido pelos especialistas como “retrofuturista’, baseado nas lem- bbrangas do inconsciente coletivo. © mais interessante & que, @ principio, o New Beetle nem de- 1 FUSCA veria ter sido langado comercial- mente. Quando o designer ame- ricano J. Mays fez os primeiros esbogos do projeto, no inicio dos anos noventa, a ideia da VW era apenas desenvolver um carro- conceito para chamar a atencio do piiblico. Em especial do con- sumidor americano, que jé come- gava a se esquecer do estrondoso sucesso que havia sido alcangado pela marca naquele mercado com ‘0 Fuscae seus derivados. © objetivo do Concept 1 — Conceito do Tipo 1 — era mostrar ‘como poderia ser o Fusca moder- nizado e aproveitar para mandar ‘uma mensagem subliminar ao con sumidor de que a marca continuava to criativa e dinimica quanto nos “velhos tempos”. Por esse motivo, ‘0 carro conceito apareceu pela pri- meira vez no Salio de Detroit de 1093, justamente na capital mun- dial do automével. A repercussio acabou surpreendendo até mes- mo a diregio da VW. Apesar das ‘muitas novidades langadas naquela exposigio, dentre elas 0 protétipo do Porsche Boxster e 0 “heréi” da Guerm do Golfo de dois anos an- tes, ojipio Hummer, foi ocarrinho ‘baseado nas linhas do Fusca quem roubou a cena... Logo em seguida, 0 modelo foi enviado para o Salio de Genebra, Apesar das muitas novidades langadas naquela exposigao, entre elas 0 prototipo do Porsche Boxster e 0 jipao Hummer da Guerra do Golfo, foi o conceito baseado nas linhas do Fusca quem roubou a cena... na Suiga, onde apenas dois meses ros, mas também com sua prover- apés a premizre mundial voltou a bial reveréncia a0 passado, os ja- ser destaque © gerar muitos co- _poneses ficaram encantados com 0 mentérios e especulag6es. Mas, modelo que se baseava nas linhas nas duas exposig6es, a principal do popular Fusca e que, segundo preocupagio do pessoal de ma- consta, munca foi distribuido ofi- keting da VWeranegar qualquer _cialmente no Japio, apesar de atu- possibilidade do modelo entrar almente poder se encontrar mui fem produsio. Ao responder as —_besouros originais rodando por la. perguntas de jomalistas e visitan- tes, se e quando o modelo chegi- FUSCA + GOLF = ria a0 mercado, eles simplesmente NEW BEETLE afirmavam que era apenas de um _Tamanha repercussio deve ter estudo de design, sem nenhum deixado atordoados os dirigentes objetivo comercial especifico, da VW. Talvez nao imaginassem ‘Ainda durante 0 ano de 1993, que a lembranga do simpitico be- ‘o-conceito foi apresentado em ou- souro ainda estivesse tio vivida ‘ros eventos menores e, por fim, no imaginario popular. Segundo tno Salio de Téquio, que tradi- consta, durante a exposigio em cionalmente € uma exposigio Detroit uma mulher tentou, a que reserva espago especial para todo custo, entregar um cheque de os carros-conceito € na qual sio 3 mil délares para um diretor da apresentadas as mais arrojadas © VW North America, como for- propostas em relagao ao futuro do ma de sinal, procurando reservar aautomével. Apaixonados por car- 0 seu exemplar caso a empresa re- ‘finas chegou 3 Stoneman importa pars 0 mercado braro FUSCA | 45 NEW BEETLE / 1998-20 solvesse fabri Curioso é que, de Iucro por unidade — 0 sonho = PRODUCAO MEXICANA apesar da simpatica sillueta ba- de todo fabricante de veiculos. O mercado-alvo definido foi seada no Fusca,o Concept 1 nio Para isto, entretanto, foi decidido 0 americano, nfo sé por sua ca- tinha nenhuma outra semelhanca utilizar uma plataforma maior,do _pacidade de absorver mais de dez destacada com o Tipo 1. Inclusive, Golf quarta geracio, mais espago-_milhdes de automéveis por ano, sua carroceria era o que o Prof. sa e que oferecia diversas opgdes mas também por ser menos con- Ferdinand Porsche nem sonhou: —_de motorizaga servador e mais aberto a esse tipo hatchback. Isso obrigou algumas alte- de novidade. Por isso mesmo, 0 Para comegar,aplataformauti- ragdes no desenho original do = modelo foi “batizado” de New lizada na montagem do conceito Concept 1. A principal delas se Beetle ea direcio da empresa de- era ada segunda geragio do VW —refere as linhas que, no carro- _cidiu fabricd-lo apenas no México, Polo, como motor de refrigera¢io _conceito, eram bem mais equi- nfo s6 por questées logisticas, mas liquida, montadotransversalmente —_libradas em relagao is do Fusca, também devido ao custo da mio- na frente etambém pela tragio nas sobremaneira com referéncia & —_de-obra mais baixo, jé que a pro~ rodas dianteiras. Isso preocupava curvatura dos para-lamas e nas dugio limitada obrigaria uma li- ‘ocomando da empresa em colocar _ dimens6es dos para-choques. Ja nha de montagem bem artesanal, ‘a proposta na linha de produgio no New Beetle eles sio maiores mesmo se tratando de um projeto devido a impossibilidade de fazer _e mais “bojudos”. Por sinal, esses. moderno. Assim, por cerca de cin- isso aum prego popular, como ha- components so de plistico inje- co anos, as linhas do Vocho (como via sido o Fusca. Também se so- _tado com a finalidade de reduzir _ os mexicanos apelidaram o Fusca) mavam as preocupagées relativas a custos devido @ produco relati-__e do New Beetle correram lado a escala de produgao, o “Calcanhar —_ vamente limitada do modelo, as-__ lado na fabrica de Puebla. de Aquiles” em qualquer proposta__ sim como o estribo que é apenas Mas, apesar de fabricado no de lancamento de um automével. _estilizado no tendo fungio bisi-_ México, na primeira fase 0 New Mesmo assim, foi dada au- cade apoio como no Fusca. Beetle foi comercializado apenas torizagio ao Departamento de Marketing da empresa a apro- fundar seus estudos sobre a pos () rercado-alvo definido foi o americano, sibilidade de comercidlizagio do . modelo. O resultado das pesqui- a0 SO por sta capacidade de absorver mais sat indicou que ocarroppoderiater_ Ja daz milhdes de automdveis por ano, mas posicionado num nicho especifico de mercado, de comercalizasio também por ser menos conservador e mais limitada cerca de 100 mil unida- des/ano -, mas com boa margem aberto a esse tipo de novidade 46 | © GRANDE LivRo DO FUSCA NEW BEETLE / 1998-201 no mercado americano, no qual forte desvalorizagio em relagio a0 taglo, e a segunda foi a valorizago foi langado oficialmente na edigio dar, o que fez seu preso assustar do real frente ao dolar. A soma das do Salio de Detroit de 1998, no _possiveisinteressados. duas fez com que o prego do New comego do ano, enquanto no mer _—_Tss0, inclusive, fez com que seu Beetle ficasse bastante convidativo cado europeu o modelo s6 chegou langamento nio tivesse aquiames- eas vendasdleslancharam. no fim daquele ano, mas trazia ma repercussio que teve no resto Somente em 2008, a VW in- como novidade a opsio de mo- dosmindoe durante bom tempo.as forma que vendeu cerca de 4.400 tor a diesel. Ja nos mercados me-_vendas icaram abaixo das expecta-_unidades do modelo no mercaclo xxicano e brasileiro o New Beetle tivasda VW. Nosiiltimos anos,en- brasileiro e, em 2009, apesar de 56 foi langado oficialmente dois tretanto, isso mudou radicalmente _sofrerem uma redugio devido & anos depois. Pode-se afirmar que, _devido a dois motives. Primeiro foi crise mundial, as vendas do New no mercado brasileiro, ele chegou 0 acordo de comércio bilateral as- Beetle mantiveram uma média em numa hora errada, justamente sinado pelo Brasil com 0 México, toro das 250 unidades mensais 0 quando o real entrou numa fase de que eliminou a taxagéo de impor- que nio deixa de ser um mimero lumradg a3 iis ass coresetne conv vera Fld Eaton marco ‘taprodugiodo New ete bastante expressivo no nosso mer cado para um modelo importado. VERSOES E CONCEITOS No Brasil, 0 New Beetle im- portado oficialmente pela Volks- ‘wagen era oferecido apenas na ‘versio sedi'e com 0 motor 2.0 li- tros de quatro cilindros. La fora, entretanto, 0 modelo chegou a contar com até quatro motoriza- ges: dois 1.8 litro turbo de 150 eve 180 cv, um 2.0 litros de as- piragio normal e 115 cy, e um 1.9 turbodiesel de 90cv. Além dis- s0, 0 sucesso mundial do mode- Jo também levou a Volkswagen a desenvolver versdes especiais que jamais chegaram oficialmente a0 Brasil. Em 2002, por exemplo, foi avez do conversivel. Pouco tempo depois foi langado o New Beetle RS, com motor 2.5 litros e diver- sos apéndices aerodinimicos na carroceria. Sem falar nos concei- tos Ragster e Dune, apresentados em 2004. Em dezembro de 2009, 10 anunciar o encerramento da pro- dugio do New Beetle durante a abertura do Salio de Los Angeles, a Volkswagen aproveitou a ocasiio No Brasil, o New Beetle importado oficialmente pela VW era oferecido apenas na versdo seda e com o motor 2.0 litros. La fora, o modelo chegou a contar com até quatro motorizagoes, inclusive 1.8 turbo para langar uma iltima versio espe- cial. Batizada de Final Edition e le ‘mitada a 1.500 unidades do sedan e coutras tantas do conversvel, a série comemorativa foi marcada por pin- ‘turaem estilo saia-e-blusa e por d- ‘ersos equipamentos de luxo jamais presentes nas séies anteriores. ‘No total, em doze anos de pro- uso foram comercializados mais de 1 milhio e 200 mil unidades do ‘modelo, Parte deste sucesso pode ‘muito bem ser creditado ao Fusca, seu inspirador. ¢ FUSCA | 49 O RETORNO DA CONFIABILIDADE A versao Do Fusca ConneEctDa Como “ITaMar” E PRATICAMENTE REEDICAO DO MODELO DESCONTINUADO EM JUNHO DE 1986 Fusca 16 renascido em julho de 1993, aque ficou conhecido por “Itamar” em alu- so ao seu mentor e incentivador, o entio presidente da Repiblica Itamar Augusto Cautiero Franco, que presidin o Brasil de 29/12/1992 1 01/01/95, € praticamente reedigio do modelo de ‘mesmo nome descontinuado em junho de 1986. Sua volta ao mercado foi algo complicada, pois pre- cisava ser atualizado no que se refere a emissies pelo escapamento, uma vez que no ano anterior iniciara-se 4 segunda fase do Programa de Controle da Poluigio pot Veiculos Automotores (Proconve), impondo limi- tes de emissbes bem mais severos. O Fusca agora nfo poderia prescindir de catalisa- dor e era preciso desenvolver um. Mas como, se nio hhavia modelos disponiveis para a engenharia traba- thar? A saida foi adquirir alguns Fuscas usados no ‘mercado para servirem de “nnula”, argio da inchistria automobilistica para indicar carros de teste com visual de um e mecinica de outro. Extemamente, a tinica diftrenga bisica entre 0 “Tamar” e o Fusca que saiu de produigio em 1986 € co escapamento de saida tinica no abaixo do para-lama traseiro esquerdo, combinado com a supressio dos dois cortes em arco na chapa terminal traseira onde passavam os dois tubos cromados. O catalisador é lo- calizado justamente sob esse para-lama. ‘Umanovidade constrativa foram as borrachas de ve- dagao das partes méveis serem fixadas nelas e no mais ras partes fixas. Também, a eliminagao do friso perifé- rico em aluminio anodizado em favor de adesivo. ‘Outra diferenga mecanica e que dé ao “Itamar” ar diferente, mas nao percebido de imediato, embora se note qualquer coisa estranha, é 0 tipo e medida dos ppneus. Até 1986 o Fusca sé saia de fibrica com pneus diagonais 5,60-15 e sua correspondéncia radial para quem quisesse passar para um pneu mais moderno, era o 155-15, conforme indicado no manual do pro- prietirio. Quando, porém, o renascido Volkswagen foi planejado, a indistria de pneuméticos, inexplica- yelmente, nfo produzia mais pneus radiais naquela medida. A fibrica nfo teve alternativa senio utilizar 0 que era oferecido, o radial 165-15 ou 165/80-15, como medida hoje é expressa, com indicagao do perfil. Feeios, a disco na dianteira e sem auxilio a vécuo, diregio e suspensio mantiveram-se inalterados, inclu- sive com a barra compensadora traseira em forma de “Z’, mas os pneus de didmetro maior que o de proje- to, apesar de 10 mm mais largos na sego transversal, prejudicaram um pouco 0 comportamento do carro em curvas, indo na contram@o do desenvolvimento da ‘técnica automobilistica. ara fabricar o Fusca novamente foi necessitio criar ‘uma nova linha de produgio num galpio da unidade Anchieta, a Fabrica 1, e adquirir todas as peeas de car- roceria e chassi do fornecedor de pecas de reposigio para quem a Volkswagen havia vendido todas as ferramentas de prensa. Até fancionérios que trabalharam na produ- fo do Fusca, jf aposentados, foram recrutados. ‘No galpio a carroceria era armada e pintada, se- guindo para a montagem final, que era trabalhosa porém simples. O transeixo e 0 motor, este o mes mo da Kombi, eram feitos ali mesmo na Fabrica 1. ‘Todo o empenho resultou num Fusca mais moder rho, que manteve 0 mesmo motor de antes, inclusive os dois carburadores H-32 PDSTIT, porém com ig- nigio eletrénica, mais vidro do para-brisa laminado, novo volante espumado, bancos dianteiros com apoio de cabega e material dos revestimentos internos com caracteristca anti-propagagio de fogo. Inicialmente o motor era a etanol, também pedido do presidente Itamar, mm momento em que 0 com- bustivel de origem vegetal pouco era adotado nos car- 10s novos devido ao baixo prego do petrileo na déca- da de 1990. Desenvolvia 58,7, cv a 4.300 rpm e 11,9 mekgfa 2.800 1pm. A versio a gasolina s6 surgiria no fim de 1994, com poténcia e torque ligeiramente me- notes. O diferencial continuou bem longo, com rela- io 3,875:1 (31/8), que havia sido adotado em 1984, Desse modo, a mecinica continuou simples e con- flavel, atributos de longa data do Fusca e que foram fandamentais para seu estrondoso sucesso. ‘Testes da revista Quatro Radas & época indicaram velocidade méxima de 140 km/h e aceleragio 0-100 km/h em 14,3 segundos. O consumo mostrou-se bom Todo o empenho resultou num Fusca mais moderno, que manteve o mesmo motor de antes, porém com ignigao eletrénica e outras pequenas melhorias técnicas para etanol, 8,4 km/I na cidade e 9,7 km/I na estrada. ‘Naimeros bem razoaveis para aqueles anos, apesar da poténcia especifica bem baixa, 37 cv/I, quando os mo- tores de 1 litro jé passavam com folga de 50 cv/l. renascimento do Fusce foi planejado para uma série de 50,000 unidades em trés anos e a meta foi praticamente atingida, com 47.700 unidades. Foi en- quadrado na categoria de carro popular, que se ca- racterizava pela aliquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) apenas simbdlica, 0,1%. final definitive do Fusca no Brasil coincidiu com o término do programa do carro popular, em 31/12/1996. O programa nunca mais voltou, apesar de muitos ainda chamarem automével com motor de Llitro de popular. # (Bob sharp) FUSCA | 5s FUSCA ee | FSC — = 0 GRANDE LIVRO DO CA EM FASCICULOS & BAIXAR BAIXE SOFTWARES £ JOGOS PARA WINDOWS £ ANDROID VISITE-NOS: www.baixarsoftware.com

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