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nt emporanea TN __—E———— tt A fans ¢ 0§ relaetona restos faritiares. lit 180 Uhyeto oe gran interesse. A frerasa macign dos. meres fa mercado de trait. Girante a segunca metade do ‘sHevla ft, maou o apa as relagdes harem, ave Se tartiona ‘nalterado 20 100 (os, seevlos, enercendo ut fapacta. profunto stbre 3 orden ea forma fariar, tor ano. as fungoes avert © Patera deta de trans 30 ‘ip S30 pcos os eutores «que se propen a compreenter 9 eons tuig. da nascul nia fe, dos apes e das Tunes rescuTinos. Ades, ice case una pressSo cata ver ator pare que os haters se posictong de mado a8 pro ‘ino © participative ro con testo familie Apatermisde aTetuosa a partie ipagso m0 ‘uidago dos fas. no entan fo, mo so produto social prone, no sHo pape) pees: rit sabato {Ena busca do corecinerto lorventad elas. nenessicaes os. anens-pais que este Tivro se tsare. Ways do ave am texto lentiFieo poss. tircagh ela erueab. ape fenta-os a vieaen Nistor reads can a apresetac30 fh teoria jnautana. de nod sgradivel @ estinutante. ¢ lenis. Lepore esses fun Anes tebricas con 9 ree ‘odo que i de mais row ns ‘tutes sobre @ faniTia @ 3 potermsade. una obra que frei reexdo, osane Monta de Souza O PAI POSSIVEL: CCONFLITOS DA PATERNIDADE CONTEMPORANEA Durval Lulz de Faria ‘ono Cros Caruso Rone 0 PAI POSSIVEL: Vieeotor teams CONFLITOS DA PATERNIDADE CONTEMPORANEA ae C768 we & a 7 Benz onsen a a pe a oe a eae cdue | raese ao a rena cate toate pi bite Ror No Gouda Kou /mUCSP Das. 20m. (Sta) 1. conscnsi. 2, Fala, 3 Palerigade. 4. Pie os ~ Relates iacgnsooma 9 Patera ge ppa. M r Ip ose oatogo: Wace hei es educ Sere a sersaseo ees pr and pts core: ‘ Futons a8rs0333 Fanaa 30193389 Frio eanennte Seba \. a ee BN TWithy & ene AGRADECIMENTOS Este lio representa um esforgo conjunto de multas pessoas, ‘rma proteeenado por mim. Ele 6 0 resutado de um projeto que redunou em mina tese de doutorad em 200%, no Programa de Pos ‘aduagdo em Psicologia Cinica, ro Nico de Familia e Comuniace, ‘onde, 1 conto com pofessores ecole, fu construindo as deine bicicas 6 rab. Quer acu express meu ajadecimento especial 8 coordonadora do Nici, Rosa Mada, Macedo @ Rosane Manta ‘Souza, minha ointadorae amiga ‘Quote também agradocer a equine de Psicologa Anattica da PUCSP, om cujacomivincia afotia © soliia foi possivel construe lum jot teérea @ patio de lidar com a teonia junguana, apresen tando aos nostos autos e tomando-# um ds ples do cuieulo do ‘uso de Psicologia, desde © seu iio, semeada polos protesores Isabela de Sancti © Patho Sandor. -Aeyadeco também aos professores da Faculdade do Picola ‘especialmente, a Antonio Carls Amador Pereira, exchete do Oe Datamento de Psicologia Go DesenolMments Maria Bragante, ex thefe da Ciriea Pacogea “Ana Mana Poppa’, per trem temado ossive! a reaizagao do trabalne 6 pesquisa. ous agradecimentos 08 homens que patcparam deste 9st- do ¢ oferoceram seus corages © ments para que ele pudesse ser realize. ‘os mostes € colegas que me nciaram na Psicologia Aalticn crn suas mais variadosvertentes ena Sea da patemidade, minha ga- ‘iodo: Rosa Marla Farah, Janos Geocge, Frederico Menezes, Roberto ‘Gambit ¢ Femando Col ‘Eloisa D, Penna, Nairo de Souza Vargas @ José de Sours Fonaoca Fo, peles conibugdes expeciais coneementos 8 estutv raga © concituogde 6o trabalho. ‘os amigos failiares que me aconpanaram e me acompa rinam desde que cheguct a Sd0 Paula, na década ce 1960, © cue f- ram fundamentals na construe do meu cainho pessoal © proissio- fl Meu egrdecimento, em especial, 86 as que mo recebaram em Seus les ~ Angela de Sanda Pen, professora de Psicologia, © Geny Fava da Costa, rofessora eeducaora. ' todos, rneu sinoero agradecments radecmento 8 Foon, orca da subs. PREFACIO Fo com muta satistacdo que retebi do pslelogo Durval Luiz de Faia 0 pedido para que apresentasse 0 seu lwo. Fiz parte d& boca de detesa de tose de seu doutoradoe, prtanto, a conhecia 0 ‘24 trabelho, quo servu de base para a redatio de seu tivo. 10 ator, preacupato com 0 camportamento dos pas, propos se a estate aseando-ae om um grupo de atenaento, Constatou 0 ‘ue 2 ileratura especiaizada tem apomaco: 0s pais esto contusos fo exarecio deste seu papel Coafltuam-se valores tradcionals, frequentemente negados e atuados de modo sombrio, bem come de 2s coneciontes no homem atual de ser um pal amoroso e mais parenante da vida familar, sfastandose de seu papel ntertito. ‘Avo2 do Pal, entnaide come pad araustipice prpro de nossa ‘pic, em sid menos eorunciada pea harem, que se mite dese ope avez coma resedo 908 exagoros autrtvos danueles das ge ragies passadas 0 palatal tem deitado de sero “huranizador” do tinamismo patie, 0 fundamental para a estuturacao de nossa conscincia quanto Bs codfieagbes © 8 ls. Dural nos mostra este confit do pal contempordneo, ue tem euisade de “pacer acetar a e980, 0 Interor © 0 {hos como as boctos seus e no prtpries da muer, © do poder acoher 0 ftninino nto de um corpo uma psiqve mascullros” Nesta fase dl transi, em que os homens tem aurmentad Sus partlparao nos cudados matrarals @ a mulher esta cada ver mais ‘vate no dinamo patemo, a ndscriinaedo a conto sconte ‘em = como costuma sr, als, em fases de ranstomard0. NBO tenito lids 62 ave as rdncas, no Seto de uma dnéica ps patil ‘eposeriam um ereauscmarta para areaizaro mais plac casa aes «ara um grande metho para 05 hos. Estes receberdo“esinamentos ‘ culdads" os dois gente, esses dus cine. Commo nos ensina ‘autor, a questi da patemidace atlas, potato, & questo mais fampla acerca da concepgae de home e mulher. ‘0 tomer prcieaassumir que ele & também responsive! pelo culdado a educagio dos tos, @ que deve fazéio por ineo © no Ssomente come auallar da mulher, Apont, baseado no fata de que a6 ‘mulheres se exereem cade ver mals como profisionais, a el situa (80 para emnbos dese arcularem ente a vida ofssona ea amir 1 culdado dos fihos. Discute& possivelepereuss8o da ausénca do ‘or do Pa na gastagho de problemas de conduta ede uso de dogas ra adolesctnea, assim como na frmagao de ganguesjuvenis ares sivas, ‘Acentua Duna, ain, a mpotanca da Psicologia, que ia com casalse familias, come srtculadore nao 50 para a psioterapa, mas também para a olertarao de potas piblcas, para o atendimento social de prevenglo,preparacio e apoio patent No ten dvidas de que a etura deste seu trabalho sara ‘fo somente @ nos, profissionals da rea, mas a tds 0s qe abel ram compreender melhor 0 papel do Pai. Ao lado de aspecios co: rmuns ¢ coletnos, ease papel devera ser exercdo peo indvicuo de forma prSpia€ particular, tendo cad un de se haver com os opos tos e com a deci éicn qe 0 toma responsivel pes seus sts, Boa leur a todos. Pot Nao do Souza Ver usc, pags, neve fudacor da SEA APRESENTAGAO Agresentar um lio & trea de grande respensabildade, mas que tam se eeste do onorme rar, remetendome imediatarente {20 toms deste volume, o execco da patemiade,fungbo que cones ‘ambos 05 arbutos. “aia os relaconamentos famiiare té sido objeto de gra do interesse de todos, A entvada macica das muiheres no mercado de ‘rabano, durante a segunda metade do século XX, mudou o mapa das relagdesharem-muter, que se mantinna inaerado 90 lng dos sé Cos, exrcende um impacto profundo sobre 2 odor e a norma fam lia, tomando a funges matema e paerna objeto de transit, 0s estudos feminists dram arigam a uma sinfcatia expan so dos connecimentos da Psicolapa, da Sciologa, da Historia © de owas esciptnas,redundando, talmente, na dscussao das eiagdas to género, ou seja, da construgdo conjunta do masculiro © do fein: no ao longo do tempo, assim como das rlacbes de poder que con Iss0 se estaelecem. Na Psicologia, permitran-nos tomar conscincia te como nossos conhecimentos exam paca © nos obigaram a rver mato 60 que coneebiamos como feminiidade, Demerou pelo menos ues ou tts dcadas para que percebéssemos que ora necessio ‘ealzar 9 mosma vevso conceal o que se efor 8 masculaidade. Anda sio poucos os autores que se propdem a compreender a const da masculiidade, dos popes © das fangdes mascuinos. demas, ientiles-se una prossio cata vee malor para que os ho mens se posiconem de modo mals préximo e participa no contexto familar, E eles mesmos, hoje, rejetam, questionam, no querem ser como seus progrios pal, figures do autordade,astantes © pouco ae twoses,Taiez 9 patemicade sea, de fato, a porta de entrada de uma ova masoutnidade, oxatamente porque 0 papel parental ato, alm ‘a responsabildade, rveste-so de imensoprazr. > pateridade afetiosa © 2 patcinaedo ava no cuidedo dos fis, no entanto, no $80 produto social pronto, no se papel pres: cto © aeabado, Da mamadcrae tora alas, sentar no cho bri car, esses so terete feces ¢agradovels. nent, nas sem manda fuvit, anes de rian ser compreensivo & prorimo, scm dar orden 0s adolescertes, isso tudo @ muito mais desafiador. O homem que joa bola e vidoogame perde pare da autocade que a dstcia Ihe Confer, © que if brgeto a navogar pelos mares braves do nB- Saber, quando 0 exereiioautostar forquostonado, rejeitado ou des ‘masearade pelo adolescents ‘na busca do conhecimenteorientado pelas necessidades dos homens quo este vo a0 insere. roduto de uma tese de dout- Famento defend na PUC-SP, que cutive a oportunidade de acompa for esta obra 6 urn conite@ eiexdo, Mais do que um text ceniion pesado, marcade pete erudite, aresentanas a vagem histéiea con {llada com @ apresentagao da teora jungulana, de modo agrac Vel estimulane, e, além disso, tempora esses fandamentostebeos om a resis do que a de mais novo nos estos sobre a fara e @ patemidade. ‘reo, orem, que © mor méaito de O pai posstel& comoreen- era patomidade a pari das areistas, das legis e cas deiéades td seus aloes. Durval dos colaca vdaente na stuagao de trans ‘o, optando por aborar @ camplexidade da situagio e a rede de Signieados que se constr no fazer edestazer do cotidano, Este do fhfo,enfrentado pimeio a planeamento da pesqulss depois na cons- est ‘uuigdo do grupo de aise, thamente, na ontanizagbo de um coniunto Intnta ce informagdes ~ em wn eat consistonto © ao mesmo tempo ‘sense! Ja experiénela desses homens -, $6 foi passive 796988 prO- pia sensbiidade do autor. Assim, a tos, © agora o live, bend nos oth ume etatva,enteriosa e abrangente iscussio do processo da constitue30 48 patemicade nos ¢ para 0s homens, na organizarao faniir @ socal Primorosa eanugerdo da teola, da pesquisa € da intenengto, 0 pai posse nos mosta come 0 conhecimento cinco pode ser at cua para promover a sade indviduale familar, nom como apolar a Tomar vishal o sofrimentoe opraer, a simpileiace e comple ide, es 0 wande perc deste volume, que eu tenbo 0 mrazer © a ona de hes apresenta. Prot, Dr, Rosane Mantle Sout rotrama do Estudos Pos Gracvases em Pstsinga inca SUMARIO ATO eer enrnnmcoemnneernaienle 19 Coplo 1 APATERADADE EO DESENVOLVIENTO ON CONSCIENGIK.. 27 ensieci sagndo Pcl aii a ‘consis matical © © gesconecimento da pani 38 ‘eansteci pti! ew desea da pated 9 Copa 2-0 PA EAS TRANSFORMAGES DA FAM nn tania ptt args aaa tania cone um ugar do sertinerto I ‘na burgess, 0 bam provedor ea decade do panne 8 0 pat camo neve do papal soul : esa, 64 ot mth co 0 pot ausente ‘i 87 Caputo a BMATNSDES DA RELAGRO PA-FLOE SEUS CONFLTOS... 77 ora de ania ne Pega Aa... 18 Lua densi aruminn fo cot Poor Sane 8 ‘ canpiew matera oo 98 © eopte 98 102 epacussees dos conplnes na paca 107 Capt 4A PATERNIDADE, © C1. VTAL EA ROKDURGAD D itemiags na pei ore a cs a pat come ne : | qiestso da sonba fa pstmt 5 ‘uerages sae 0 confor palermo com as © has opto 5-0 GRUPO DE PAS. = ‘canto 6-0 Ne” bo cAUPD: MOTOS OA FROCUMA ESPECINTWAS en essa 0 cia : ‘ eddode de nnd, = ‘A naesskade do un reigso : ‘exec de patos odie dos notion a poceae epecatas vo rab ‘cst 7~ CORFLITOS DA PRTERNIDADE - “! Grip temic: eats pndos dos Wansomaybos familia, come propicadora dos cuidados da crangae elemen- 1 indgpenatve! para o desenolmenta do ogo, dosde 0 inicio dos tempos, alate essa consciéncia dominate, assim camo suas trans fomagtes. Neste capitulo, presentamos um pequeno hstco da faite e ponto de vista pstcalégco,tentando capar suas mudangas, bem como © lugar do pal nesse grupo psicossoriale sua rela om os fos. Sero também inleadas as madangas que ooarem atualmente na coneepeo da mascuinidade © ca patemidade, que podem ser ik as como um simbolo que representa as ransformares do ser hu: ‘mano rum a um novo tipo de conscincia [A FAMILIA PATRIARCAL ANTIOA, No mundo artigo, 0 que entendemos hole come famila, como tum aspaco de intimidade, parece no ter enlstido, pelo menes no na forma come a vemos. Na Grécia, por exemplo, om seu perodo classi: 0, fama sonia como um esparo, nao pard conviéncia moras 1 & toca, mas como © lugar do eidedBo, cua mulher estava a sou sero, embors “ore ea um lugar de goracio de fnos que pues: ‘sem poreizar a inhagem ‘ casamento espartano, por exemplo, “no 6 um prazer nom um regia tom ou sem dota, mas uma cscplina que nada deve 8 fan tasia dos sertimentos”, send @ cermonia apenas um procedmento funciona (Maze, 1998, p. 206). A munerpreclsa de um mario para esti, este precisa de uma senhora para cuir de sous escraos. ‘Aconivncia do pl com o fine era minima, Confado as esravas: amas 6 a Senhora, na infanci, na proxmidade da adblescéncia men: nos e menines das classes médias e abastadas iam ser educados fora d lar, em grupos ferants. As meningscresclam no gineceu: 8 08 rapazes eram instuidos na arte das tase na instrugSo das leas da fosofla. As meninas caba aprnéer as coisas do mundo domés- tio, como a teceagam, a coin, ete. -Aintmidade que os meninos no possulam com o pa sea vis a na relagho com os preceptor, 0s erastas, que adotar para si ‘um erdrmeno (adolescent) © caro incumbidos de sua educagdo © InclapSo. Nessa itmidace, aparece o elago arrose 8 sual ape nas o amor entre 08 homens tem um tom de dgnicade (om, ibid). Assim, 0s confitos gralonals vo ser ecurdes 90 misio,ten- ‘do a tax como normatizadora da vc soll, © quase nunca ser30 ‘vidos na etorapessealpa-fno, les ansrecar male em unglo das reiagbes poteas © econdicas vidas pela pessoa com cid. Na ldage Mauka, aia no se constua a fami como um es- pogo prietoe popicisdor de itmidade. As erancas evan consenvadas ‘9m cata até aidado do ito anos, aprowmadamerte. ADEs esse tempo, J que no havia a escola como instiuido, tao os merinos como as rmennas eran colocas na casa de o4ras pasoos para fazeren 0 se: ‘igo pesado, onde permaneciam por um perfodo de sete a nove anos, rate no pronase de uma proto, ainda mas po e350 focanio hae 20 muro tenpo wide nishaera ents ene of Ho eta panicle) Em at. sro dati quo mesbe tegagon 6 cores, acter pit 0 valor hanane a8 sere possi, 1978, 2.129) ‘com a insu pobca de matrnno sua sacramentalizaga0 oe rea, a familia reprodus 08 principals valoes 6a sociedad, sen {bo o homem considerado chee © dono absluto da mulher € dos thos, ¢ responsive por sua hon. O casamento, considerado sag 4, tha como principal Fungo @ perenizat 30 da tinhagem, 3 trans- mmissdo da propnedade, que era legada 20s flhos homens, @ 2 repro- do da Sagrada Familia Crist O modeo feminina estava baseade a reressio da sexualsace - markio © mulher nfo deverian sen raze em seus eneontes, nam o henem devea se ervater demasia ‘dante com a mulher sta no casarento com procera (Macedo, 1999) Esse espito medieval de conceaedo de masculnidadee fein dace fot anspantado para 0 Bras por ocasi80 do descobriment, oreo on MEMENEECORTEENA Na 6p0ca colonial, importase da Metpole um discus moras, de par com 0 desejo 66 eistialardo, a citusto da f8 catlica © 2 hnecessidade por pate do sistema mereartl de constituigBo de contin: {ontes populcionais que hattassem as nove era (Del Pore, 2000). | Metbp0i Incentive, eno, a formegae de fais est, pois se fevitavam 9 qualquer custo as ligapdes espiris, baseades no ‘oneubinato, porque isto seria uma haresia a imped a custo dos ldoais ca lgeda ‘a verdad, © easamento legal no fo logo instaurado ene» populazao pobe. A pica do concubinato vig sté como uma seaum a opeto pars os marcos insaistetos em seu eto conjugal. AS mu Inetes pobres, as eseravas as servas seriam como palco proje- G80 do Er do colonizaer. ‘Segundo Dias e Gambin! (1996), 36 primaras “falas” const ‘uiramse, no Brasil, do envomento do conauistador portugués com Indias da nova tea, pois as portuguesas nfo viram ro Ineo da colonizagto, Tals casamentos pruziam mestgos, que no eram le timados pela Metopoe, J quo no era considera brencos, mas sim sohvagens que deveriam ser cistanizados. Em compensagao, 0s: ‘ses fos reeabiam a cutw eurepéa, amie sendo proiida de Ines passer sua ancestraidace ‘Sobre esses casamantos, nad consta na ita ois tampouro ‘am pare do estudo de artopdagos e historiedoes. Das © Gambin {alam sooe 08 prmetos pale Je nossa cilzardo brasil: nosso s+ ‘moi pa flo conxistadorporugues @ nossa pimeira mée,@ nde: Irie, ns no aba 2 ora exces gb 8 Foe, U8 ‘rom eapntanearnt pr aris oa. € 900 ros pl enon (ado 9.30 ‘Quando um fino nasce e 2 mée comparece apenas com 0 c9"p0 ‘endo com a aime, af cco um desequitxa (18 osteo aor per comage sem © emer dee. Quango un ‘ero eae um lester amaete qeo fag errs den dee “arco, ota dao, ae pasos dae pred (ricer, 9.3031) (5 autores langam a iasia de que a Identidade brasiera nasce (6 um trauma, sdundo da arogenea do conguistador sve 0 ino (0 resultado disso 6 que somos fihos mestigas sempce 8 procura de tum pai que no nos reconece de uma mée que nega a sie & sua cutra— dat querermos imitar a Metrépote, pots sempre nos fata algo. ‘Seriaros hos de um Pal despot © de uma Me desvalorizede. -famila brasileira se consti, desde a colnizagS0, de varos fortemente patiarats, em que a figura do pal se consttuia come ‘ndcleo de um sistema composto de duas pate interrlecionadss: 0 paviarca, sua mulher ¢ os fhos legtimos, morando na casa grande a fazenda,e um grupo mals numeroso,situsdo na peifea, compos: to de escraves, amantes @ concubinas 60 seahor, amigos © cones (Parr, 1991), Na fasiia brasil, desde seu rio, estove presente a figura o pal déspota, 0 senor da vida e da morte dos fhos, da esposa © os escravos, que pilglava também a sucessso masculna da pro: ‘edad (dem, bide). A fina, se nBo esse dote pars srumar um ‘mario, era encaminhada ao convert para sogi uma cara relgosa ‘As mulheres, no entento, no eram to passhas quanto o far ere 0 scuso oficial Assim, muitas se rvetavam e entravam com proces: 508 na Justiga contra 0 sbuso pataral © especialmente nos casos 6 heranga (Siva, 1998), [A FAMIUA Como UM LUGAR DE SENTIMENTO Na Europa, 2 aprximag8 do pal em ela 805 fos comegou ‘a emergna mesma époce da clonzace brasiloa, Por mss paredoxal ue sea, fina vine opressora da famlia pata que se iniciou ‘um movimento de madenga a Grfase dada & faa como um gs de ‘sucesso da provedade e d lnnagem fol contrabalangada por sua imagem como um lugar de sentimentos. ' familia, tl como a enendemos hoe, ou sea, como um espa. {9 de convo © Intimidade, comecou a ser desennada nos séculos le NV, come sugere Ais (1978) 2 fazer uma andise da eonografia ‘da noc, Nas pnturas desses séculs, ja comecam a aparcer ima- [gene ugestias da ida foi um pal montundo,cereado pelos ft thos e pela mulher, cenas de refelgdes em fama © passeos faite. ‘es no campo. ‘A partir do eécuo XV, com a fundaeSo da escola como institu 0, comeca ahaver uma constant preccupagao da fase em rlao ‘ onanga, que passa a sor vita como alguém que necesita ce aten- ‘fo 8 protepéo eno mais come ur eauto em miniatura: comera-se 3 considerla na sua especfidade de ifente. A fama passou se {ocar como,um lugar prvilegiado daa relanbes afetivas entre pals © ‘nes. Conseqdentement,o papel masculino também comegow 8m dar. No séeso XU, 8 encontramos 0s deveres de um bom pak: “0 primeir consste erm aprender a convolay sua mulher. O segundo em bem eduear seus thos, © 0 terceiro em bem goverar seus criados™ (Ge Gérard apud tts, 1978, p. 263). ‘Aqu aparece sobretudo afungodscilinadora do pl, com seu papel prinadal na itimidade, 20 contro da mse, concenrada na tiimentacdoe nos eldodoshiglnicas oaethos: amie olocase como tnaispréxima ¢ @ pl, come um principio ordenador, recesentante de le © ctador de nats e habiidades para @ inserlo na sociedad. No se trata, portato, de uma aproximagBo afta propramente dt mas da Greunscrie de um Iuger onde howe uma concentra de \véneiase conftes afetwos. pene muro ara /A FAMILIA BURGUESA, 0 BOM PROVEDOR E A DECADENCIA DO PAI No ial do soul Xv, acentecem na Europa Wes fatores funda. rentals na transformagio da patemidade: @ Revlugdo Francesa, a Revolugbo Indus ¢ 6 Muniisro. ‘Durante tod0 0 século XVII @ iniclo do XVI, 0 absoltismo montequco cond patircado as suas formas mais radia: na Fran 62,08 t2xc0s do regime justia a realezaIgandoa a autoridade fe Deus ¢ & 6o psi, Asim, Bossuet,ctado por Bainter, compara 0 soberano a0 pa de fila, fazando da manarquia um deta natura, ¢ frige @ autridade polis em eto duno: to-0svcudne do imager ia © real juno a08 save fos. Cats ham com et ena uetssyae odo fala, or msgsel ‘eu oa em bingo andere, 1985, 9.160) | Revlucio Francesa fo um dos fatores que conor para scabar com @ supremacia do autortaisme do Deus patriarcal, exerct ‘do pela Iga ante toda a dade Mca, com a monaraua © seu ‘autortariamo, com opal na posied de ser supremo da fais, embora ‘esses mudangas tonham door fertamente CO patarcaso police fio primero baluare a desmoronay~ era necessivio cesta © poder poi do Soberano,solapar seus funds ‘mantos reiglosas pace, posterormente, fazer desmoronar 0 poder fe: ‘lla do pa, fendmeno que vio @ ocorer realmente 0 sécuo X% No entanta, a Revlugio Francesa, com sou loma “iberdade, gual fe 0 Fratamidade’, ajuda fundar um sow iedro, basesndo-se no mais nos dito do Pal, mas nos ieltos do Homer. Agu omega 2 ‘ica mals clara a decadncia do simbolopstemo na cilizeglo cciden- tal emergndolentamente 0s simbolos da igualdade oda rateicede

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