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8 ‘Maria Luisa Couto Soares GONZALEZ-CASTAN, 0. L. ~“Intencionalidad sin concie y las ciencias cognitivas”, Revista de Filosofia, vol V ( “118. KRANTZ, S. “Brentano's Revision of the Correspondence Theory", Bren- tano Studien 3 (1990/91, pp. 79-87. PatoR, A. ~ Formal Logic, Oxford, The Clarendon Pres: REINACH, A. ~ “Zur Theorie des negativen Urte ). Trad, fr: “Théo- rie du jugement négatif™, Revue de Métaphysique et de Morale, n. 3 (1966), pp. 383-436. SRZEDNICKI, jome Elements of Brentano's Anal their Ramifications”, Revue Internationale de P) 434-445 Résumé évidence est vraiment la clef de vodte de le théorie brentanniene du nt. tune perspective évolative, c -«probléme du jugement», pour: evidence en tant que eritee et m Pour tous les autres modes de connaissance. On poutrai ‘Que tovs les jugements vrais seraient une mimesis dela conscience de soi, WITTGENSTEIN E A HERMENEUTICA® Rui Sampaio da Silva Universidade dos Agores crenata 6 habitalne “neo tee Tea via crmentut tarbern srndo fae a protagoizada pels igus de legge, Gadamer Rene, qual stb lum papel central ao problema da compreensio e da interpretacao. Deste modo, os programas de hermenéutica (enquanto lina filoséfica) s30 normalmente concebidos a partir da perspectiva da filosofia hermenéutica, remetendo para a penumbra autores contemporaneos conotados com outras correntes filosoficas, mas igualmente interessados numa reflexio filos6fica sobre a compreensio € a interpretagdo, como sio os casos de Wittgenstein, , Davidson e Rorty. No presente artigo, tenta-se contrariar esta tendéncia, significado da obra tardia de Wittgenstein para a hermenéutic estringird & reflexto wittgensteiniana sobre a interpret Que se procurara também estabelecer um contronto entre stein € © pensamento hermenéutico de Heidegger e de Gadamer. + Tratado Légico-Fi undagto Calouste a ‘Rui Sampato da Siva ( significado hermenéutico do pensamento de Wittgenstein seré escla- recido de acordo com a seguinte ordem: em primeiro lugar, mostrar-se-8 em je falar da existénia de uma do pensamento de Wittgenstein. Em cada ‘oma destas etapas, as ideias de Wittgenstein serdo relacionadas com aspectos da reflexdio hermenéutica de Heidegger e de Gadamer. 1. A fenomenologia da quotidianidade in, a heranga cartesiana ¢, com ela, ateoria jadas nos seus alicerces bésicos, a saber: a ova da exininca de wm mundo exer, sto simplesmentedissolvidos. Na ‘est aquilo a que se poderia chamar uma 0 de | tert “expicagto”, segundo o.qual, : esa ose un Bi eto a #0 ate Ba Grmopeaa Utsicn do tbeciureds ve BW Redeem = Tete xed CC: ” D.. Witgensein tufda apenas pela descrigo” (PU §108). 4 Hermentutica By ajo dbjecto &.a linguagem no seu uso: sar no uso real da linguagem: s 132 Rui Sampaio de Silva Wingenstein ea Hermenéutica crigdes filos6ficas e aponta a influéncia exercida sobre 0s fildsofos pelos métodos das ciéncias naturais como uma das fontes da referida aspiragio ou atitude: s6ficas ‘A fenomenologia <=) ‘A noss apirogio& generliade tem uma ou font principal: o nosso descr. iel Ga nossa espe peoab ines mason ane aa irene ee a obscuridade cor objectivo redu: ‘mente descrit 3B 38-9) Na sua rejeigao do cientismo, bem como, de forma mais geral, de qual- quer abordagem com cardctersistematico ou terico, o pensamento de Witt. Senstcin.opde-se, de forma muito clara, aos programas de naturslizagio tq Por todas estas razbes, néo € de estranhar que Wittgenstein tenha che: gado.a classificar o seu pensamento filos6fico como “fenomenologia”, o que sucedeu sobretudo no periodo de redacgio das Philasop shungen, A escolha de tal designacio € perfeitamente compreensivel, se tivermos em conta que Wittgenstein ¢ a tradig3o fenomenolégica concebem a filosofia como uma descri¢ao pura da experiéncia ¢ como uma actividade nio s6 independente da ciencia, mas também, de certo modo, mais fundamental do ‘que esta, Se Husserl considerava a fenomenologia como o fuadamento das. diferentes EiGncias, porque. conhécimiento se funda na cor Witt. enstein id defender que-o estudo da, do sistema de regras de uma finguagem, tem uma certa prioridade s investigacdes empiricas: ‘m.uma certa prionidade sobre as investigagdes empiricas A fenomenologia fixa apenas as possibilidades, A fenomenologia seria, ortanto, a gramética da descrigdo daqueles factos sobre os quais a fisica consti as suas teorias. Explicar € mais do que descrever. Mas cada explicagio coniém uma escrigio. (PB §1) a medida em que. bos se recusam a por ico originariamence propasto pot e-uma.concepeia do conhecimenta ef “inito da interioridac ee Deven Segundo Wiuigenstein “[ulm processo interior nece donee" (PU §580) Como se ver! adant 0 AYP en Nagiond w Gormege J open See By PE pach pores yeh a4 ‘Rui Sampaio da Sitva consciéneia esté inelutavelmente contaminado por algo que no é interior: a. linguagem. oo 2. O significado hermenéutico da reflexio wittgensteiniana sobre a certeza A filosofia tardia de Wit sublinha, & semelhanga da hermenéu- hado subjactite es No tocante a0 primeigo pont, a sua descricao do jogo da divida é uma réplica notdvel a ideia ceptica de uma divida universal. S relevante na prética, Por conseguinte, po siveis. Além disso, “[o] rases (como, por exemplo, "Iso [@ minha tmdo] € una mio") denotaigno- rancia seméntica® Em terceiro lugar, a divida envolve a possibilidade de testes, mas os testes $6 sio_possfveis_com base em pressuposicées.que se fesquivam A divids. Tal como diz Wittgenstein, “as perguntas que formulac ‘mos__as-nossas dividas denendem do facto de. cértas proposi¢bes estarem sens de divide, serem como que dobradigas em voliadas quals as dividas (UG §341) eee assim, proposigses situadas para além da diivida, mas serio elas abjecto de sabes ou de conhecimento? © fildsofo que inspirou as aces me is pT on ee posse rl: Lome Sa Sua Wittgenstein ea Wermenéutica reflexdes de Wittg grande _nimero de ‘bvi0s"; proposigdes como ‘anos antes do meu fe a certeza, afirmava saber com certeza um para a pesquisa e , nunca posta em 136 Rui Sampaio da Siva Mas a fundamentacio, a fim nio_€ 9 facto de cerias_proposigdes |} verdadeira da evidéncia tem um fim - mas 9 Aqui se exprime com clareza o cardcter forma de’ vido W0S0.treino social ou a8 fundagdes do conhecimento. Dado que de imteligibilidade e constitu: 3s nossas_praticas ca nossa imagem do mundo ‘mudam no decurso do tenipo, as fun es do conhecimento so instéveis; (A mitologia pode regressar a um estado de fluidez, leito do rio dos pen. ‘samentos pode desviar-se.” (OG §97) A reflexdo wittgensteiniana sobre a certeza exibe importantes afinida- des com a a da ver verdade como “descoberta Mas Se Me € ainda a dlkima palavra, Com efeito, a manifestacdo dos enies Suet um espago de manifestasdo dos entes ov, para utilizar a terminologia idiossincritica de Heidegger, uma “abertura” (ou estado-de-aberto; Ersch- Lossenhei), que consttui o nivel mais fundamental na an sbertura, enquanto verdade origindiia, € por ut I sranscendeatal consttuida pela estrutura da temporalidade (que € o teats deg ims capiulos de Ser e Teripa)e, por outie bale; uma dimensio pragms- rae ab¥a 20 contexto de prticassocias e proiectog humanos.no seo do ‘halos enles se revelam e os juizos se tornam possiveis, Pocemos, assim, decifrar a afirmasio heidepgeriana de que 0 Dasein “est na verdade” (SZ 221). Tal significa que a “abertura”” (como horizonte ia oaepes Ste Do wedade on Sedo) 8 chim Senin Vroyraedindat Bependne AT Rt gpI Say eee be Ae pe Wittgenstein ea Hermenéutica 137 idade dos entes) pestence es 3i ‘proporciona um acesso limitado e parcial, Heidegger acrescenta qu 8 constituigdo ontol6. tes. Porque tal acesso verdade pertence essen, | supostos aparentemente evidentes Heidegger frequentemente afirma,' O ial quotidiano é descrito em termos nos quais Wittgenstein facilmente se re conheceria: Em suma, Heidegger (em Ser e Tempo ia) tofnaram pleha Consciencia das Gondigoes pray fda intencionalidade e concentraram a sua alengio 1 AE ethane s ne wda® Lan Sali tive t& vu tt oo .] a ae _

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