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uma concentração entre 2,5% e 5,25%, realiza-se a descontaminação do campo operatório,

incluindo o lençol de borracha, grampo e dente.24, 25 Após a antissepsia do campo


operatório, lavagens frequentes com solução irrigadora e observação zelosa devem ser
detidamente realizadas durante todas as etapas do acesso e localização da entrada dos
canais radiculares. Essas medidas são fundamentais para garantir a limpeza e a desinfecção
da cavidade pulpar, evitar alteração cromática da coroa e prevenir que fragmentos de esmalte,
dentina, amálgama, metais restauradores, cimentos e outros materiais sejam inadvertidamente
introduzidos no interior do canal radicular. A perda da cadeia asséptica, durante toda ou
qualquer fase operatória, poderá comprometer severamente os resultados do tratamento,
favorecendo uma infecção (secundária e/ou persistente) e contribuir substancialmente para o
fracasso do tratamento endodôntico.6, 7, 25, 26
O acesso coronário poderá sofrer alterações futuras na sua forma de contorno e/ou
configuração final à medida que o procedimento de instrumentação seja inicializado. Estas
retificações visam melhorar e aprimorar a qualidade do acesso para facilitar tanto a
instrumentação quanto os futuros procedimentos de obturação.27 Além disso, poderá auxiliar
na melhora da qualidade do fluxo e refluxo da solução irrigadora e aumentar a segurança do
uso de instrumentos endodônticos durante a modelagem dos canais radiculares.9, 21, 28

ACESSO CORONÁRIO DOS GRUPOS DENTAIS


Incisivos e Caninos Superiores4, 5, 12, 13, 29, 30
Área de Eleição
Área mais central da superfície palatina, próximo do cíngulo.

Direção de Trepanação
A penetração inicial é realizada com a broca operada perpendicularmente à linha do longo eixo
do dente. Penetra-se, em profundidade, em toda a espessura do esmalte. Posteriormente,
modifica-se a direção de sua inclinação, de modo que ela fique paralela ao longo do eixo do
dente, aprofundando alguns milímetros, diminuindo a espessura da dentina em direção à
câmara sem, contudo, nela penetrar.

Forma de Contorno Inicial


Triangular regular, com a base voltada para incisal e o vértice voltado para o cíngulo. A forma de
contorno inicial estende-se 2 a 3 mm da borda incisal e aproximadamente 2 mm em direção ao
cíngulo. Nos caninos superiores, particularmente, pode ser necessária uma maior extensão no
sentido cervicoincisal, por causa da presença do divertículo central, o qual é voltado em direção
à cúspide perfurante. Esta característica anatômica pode conferir aos caninos superiores uma
forma lanceolada ou de chama de vela. Em seguida, com a broca posicionada e mantida
paralela ao longo do dente, realiza-se a trepanação.

Preparo da Câmara Pulpar


Remoção completa do teto e preparo das paredes vestibular e palatina da câmara pulpar,
trabalhando com a broca de dentro para fora. Remoção dos divertículos pulpares e
complementa-se, tanto quanto possível, a forma do contorno inicial.

Configuração Final da Câmara Pulpar (forma de conveniência)


Remoção das anfractuosidades, regularização e alisamento dos ângulos mesial e distal do
vértice da câmara pulpar, remoção da projeção dentinária na região do cíngulo,
proporcionando, ao final do preparo, um acesso direto e amplo ao canal.

Limpeza e Antissepsia da Cavidade


Seguir de acordo com as normas gerais descritas (Figs. 8-17 a 8-21).

FIGURA 8-17 A e B, Vistas vestibular e palatina do incisivo central


superior. C e D, Fotografia e radiografia com a broca em posição
perpendicular ao longo eixo do dente no início do procedimento da
abertura endodôntica. E e F, fotografia e radiografia com a broca em
posição paralela ao longo eixo do dente para se obter acesso direto ao
canal radicular. G e H, Vistas palatina e oclusal do aspecto final da
cavidade (forma de conveniência).
FIGURA 8-18 A e B, Vistas vestibular e palatina do canino superior. C
e D, Vistas palatina e oclusal do aspecto final da cavidade (forma de
conveniência).

FIGURA 8-19 A e B, Vistas vestibular e palatina do incisivo central


superior esquerdo. C, Acesso coronário com a forma de contorno
alterada em virtude de desgaste coronário e lesão cariosa.
FIGURA 8-20 A e B, Vistas palatina e oclusal do acesso coronário do
incisivo central superior. C e D, Vistas oclusais dos acessos coronários
do incisivo central superior e do canino superior, respectivamente.
FIGURA 8-21 A, Extensa lesão cariosa no canino superior esquerdo.
B, Remoção de todo o tecido cariado. C, Polpa em estado de necrose
removida durante o acesso ao canal radicular. D, Aspecto final da
cavidade endodôntica com formas de contorno e conveniência
determinadas pela remoção do tecido cariado.

Pré-molares Superiores4, 5, 12, 13, 31, 32


Área de Eleição
Área central da superfície oclusal, junto à fossa central.

Direção de Trepanação
Vertical, paralela ao longo eixo do dente.

Forma do Contorno Inicial


Forma cônico-ovoide, achatada no sentido mesiodistal, com extensões maiores de preparo no
sentido vestibulopalatino. Remove-se toda a dentina cariada restante, se ainda existente, de
acordo com as normas gerais descritas. Logo a seguir, com a broca operando paralelamente
ao longo eixo do dente, realiza-se a trepanação do teto da câmara pulpar, no sentido do canal
palatino. No caso da presença de um único canal, o local será central, ligeiramente inclinado
em direção ao corno pulpar palatino.

Preparo da Câmara Pulpar


Realiza-se a remoção completa do teto e o preparo das paredes laterais da câmara pulpar.
Complementa-se, tanto quanto possível, a forma cônica elíptica achatada no sentido mesiodistal
da cavidade pulpar.

Configuração Final da Câmara Pulpar (forma de conveniência)


Com o auxílio de uma sonda endodôntica tipo Rhein ou de um instrumento endodôntico tipo K
de diâmetro compatível com o do orifício de entrada do canal (06, 08, 10 ou 15), observa-se a
direção e a inclinação com a sua exploração inicial. A seguir, verifica-se a necessidade de
realização de desgastes compensatórios, a fim de permitir um acesso reto e direto ao canal ou
canais radiculares.

Limpeza e Antissepsia da Cavidade


De acordo com as normas gerais descritas (Figs. 8-22 a 8-25).

FIGURA 8-22 A, Vista oclusal do pré-molar superior. B, Broca no


centro da superfície oclusal evidenciando o ponto de eleição para o
início do acesso coronário. C, Rompimento do teto da câmara pulpar
que normalmente se inicia pelo lado palatino nos pré-molares
superiores. D, Vista oclusal do aspecto final da cavidade (forma de
conveniência). Observar as entradas dos canais vestibular e palatino.
FIGURA 8-23 A, Corte axial do pré-molar superior. Observar câmara
pulpar com os seus divertículos vestibular (1) e palatino (2), onde se
alojam os cornos pulpares vestibular e palatino, respectivamente. B,
Broca esférica em posição para a remoção do teto da câmara pulpar.
C, Aspecto final da cavidade (forma de conveniência) evidenciando a
remoção do teto da câmara para se obter o acesso direto aos canais
radiculares.
FIGURA 8-24 A, Vista oclusal dos pré-molares superiores
apresentando lesões cariosas. B, Radiografia bite-wing mostrando que
as lesões cariosas são maiores do que aparentavam no exame clínico.
C, Aspecto das cavidades de acesso que tiveram as suas formas de
contorno alteradas por causa da extensão das lesões cariosas. D,
Radiografias evidenciando a obturação dos canais radiculares.
FIGURA 8-25 A, Vista oclusal do acesso coronário do segundo pré-
molar superior. B e C, Radiografias orto e mesioanguladas mostrando
diferentes detalhes da obturação do sistema de canais radiculares.

Molares Superiores4, 5, 12, 13, 33–36


Área de Eleição
Na superfície oclusal, no centro da fossa mesial.

Direção de Trepanação
Vertical, paralela ao longo eixo do dente.

Forma do Contorno Inicial


Triangular, com a base voltada para vestibular e o vértice voltado para a palatina. A forma de
contorno inicia-se no centro da fossa mesial, próximo à cúspide mesiovestibular. Deste ponto,
segue em direção distal, até ultrapassar o sulco oclusovestibular. Posteriormente, continua em
direção palatina, atravessa a fossa central, para se unir novamente ao ponto inicial junto à
cúspide mesiovestibular. Assim, obtém-se uma forma triangular irregular ampla. A seguir,
aprofunda-se a penetração da broca, operada paralelamente ao longo eixo do dente. No
momento da trepanação, a broca deverá mudar um pouco sua posição e ser colocada com
ligeira inclinação na direção do canal palatino.

Preparo da Câmara Pulpar


Remoção completa do teto e preparo das paredes laterais da câmara pulpar.
Configuração Final da Câmara Pulpar (forma de conveniência)
Observando os critérios anatômicos de normalidade, deve-se reproduzir a anatomia da câmara
pulpar e o número de canais dos molares superiores. O primeiro molar é o mais volumoso e
possui, quase sempre, quatro canais, sendo dois localizados na raiz mesiovestibular. O canal
localizado mais próximo da cúspide mesiovestibular recebe o mesmo nome da cúspide e
também é chamado de MV1. O canal situado mais para a palatina é denominado
mesiopalatino ou MV2. As raízes distovestibular e palatina apresentam normalmente, cada
uma, um único canal: o distovestibular e o palatino, respectivamente. Em função das variações
anatômicas, o primeiro molar superior poderá apresentar, com menor frequência, três ou, muito
raramente, até cinco canais. Estudos recentes com tomografia computadorizadas têm revelado
uma grande variação no número de canais dos molares superiores.33–36

Limpeza e Antissepsia da Cavidade


De acordo com as normas gerais descritas (Figs. 8-26 a 8-29).

FIGURA 8-26 A, Vista oclusal do primeiro molar superior. B, Broca na


fossa mesial da superfície oclusal evidenciando o ponto de eleição
para o início do acesso coronário. C, Forma de contorno da cavidade
de acesso. D, Rompimento do teto da câmara pulpar que normalmente
se inicia pelo lado palatino nos molares superiores. E, Vista oclusal do
aspecto final da cavidade (forma de conveniência). Observar o acesso
direto aos canais da raiz mesiovestibular (MV1 e MV2), canal
distovestibular (DV) e canal palatino (P).
FIGURA 8-27 A, Vista oclusal de um terceiro molar superior. B, Broca
na fossa mesial da superfície oclusal evidenciando o ponto de eleição
para o início do acesso coronário. C, Rompimento do teto da câmara
pulpar que normalmente se inicia pelo lado palatino nos molares
superiores. D, Broca com ponta inativa para finalizar a remoção do teto
da câmara pulpar sem risco de lesar o seu assoalho. E, Sonda
endodôntica tipo Rhein localizando a entrada do canal distovestibular.
F, Instrumento endodôntico localizando a entrada do segundo canal da
raiz mesiovestibular (MV2). G, Vista oclusal do aspecto final da
cavidade (forma de conveniência). Observar o acesso direto aos
canais da raiz mesiovestibular (MV1 e MV2), canal distovestibular (DV)
e canal palatino (P).
FIGURA 8-28 A, Primeiro molar superior com cinco canais. B,
Radiografia da obturação dos canais radiculares evidenciando dois
canais na raiz mesial, dois na raiz palatina e um canal na raiz distal.
Observar formas de contorno e conveniência assumidas pela remoção
da restauração anterior e posição dos canais radiculares.

FIGURA 8-29 Vistas oclusais dos acessos coronários de molares


superiores. Observar as formas de contorno alteradas por causa da
presença de lesões cariosas e/ou restaurações prévias.

Incisivos e Caninos Inferiores4, 5, 12, 13, 37–41


Área de Eleição
Área mais central da superfície lingual, próximo do cíngulo.

Direção de Trepanação
É realizada em duas manobras. Primeiramente a penetração inicial é operada com a broca de
forma perpendicular à linha do longo eixo do dente. Penetra-se em profundidade em toda a
espessura do esmalte. Posteriormente, modifica-se a direção da broca, situada ainda no
mesmo ponto central inicial, operando agora na direção paralela ao longo eixo do dente,
aprofundando alguns milímetros em direção à câmara pulpar, sem nela penetrar.

Forma do Contorno Inicial


Triangular, com a base voltada para incisal e o vértice voltado para o cíngulo. Estende-se até
aproximadamente 2 mm da borda incisal e 1 a 2 mm acima do cíngulo. Como podemos
observar, a forma de abertura é muito semelhante à dos incisivos e caninos superiores, mas,
comparativamente, mais estendida no sentido incisal e lingual. Este fato deve-se à característica
anatômica destes dentes, que têm uma forma achatada no sentido mesiodistal e, algumas
vezes, apresentam bifurcação em função da presença de dois canais. Nos caninos inferiores,
particularmente, pode ser necessária uma maior extensão no sentido cervicoincisal, por causa
da presença do divertículo incisal mediano. Assim, o canino poderá apresentar uma
conformação mais ovalada em relação aos incisivos inferiores.

Preparo da Câmara Pulpar


Remoção completa do teto e preparo das paredes laterais da câmara pulpar, sobretudo das
paredes vestibular e lingual.

Configuração Final da Câmara Pulpar (forma de conveniência)


Remoção das anfractuosidades, regularização e alisamento dos ângulos mesial e distal do
vértice da câmara pulpar, remoção da projeção dentinária, na região do cíngulo, para remoção
do ombro lingual, proporcionando ao final do preparo um acesso direto e amplo ao canal.

Limpeza e Antissepsia da Cavidade


De acordo com as normas gerais descritas (Figs. 8-30 a 8-32).
FIGURA 8-30 A, Vista vestibular do incisivo central Inferior. B e C,
Fotografia e radiografia com a broca em posição perpendicular ao
longo eixo do dente no início do procedimento da abertura
endodôntica. D e E, Fotografia e radiografia com a broca em posição
paralela ao longo eixo do dente para obter acesso direto ao canal
radicular. F e G, Vistas palatina e oclusal do aspecto final da cavidade
de acesso (forma de conveniência).
FIGURA 8-31 A e B, Vistas vestibular e lingual do canino Inferior. C,
Fotografia com a broca em posição perpendicular ao longo eixo do
dente no início da abertura endodôntica. D, Fotografia com a broca em
posição paralela ao longo eixo do dente para obter acesso direto ao
canal radicular. E e F, Vistas palatina e oclusal do aspecto final da
cavidade de acesso (forma de conveniência).
FIGURA 8-32 A, Vista palatina do canino inferior evidenciando
pequena abertura sem a extensão de conveniência adequada.
Observar os restos do teto da câmara pulpar (seta). B, Radiografia
mostrando instrumento endodôntico encurvado porque ainda não se
obteve acesso direto ao canal radicular. C, Vista lingual do aspecto final
da cavidade (forma de conveniência). D, Radiografia após obtenção do
acesso direto ao canal radicular mostrando o instrumento endodôntico
ganhar o caminho do canal com mais facilidade.

Pré-molares Inferiores4, 5, 12, 13, 42–44


Área de Eleição
Área central da superfície oclusal junto à fossa central, com discreta tendência para a mesial
do dente.

Direção de Trepanação
Direção vertical, paralela ao longo eixo do dente. A penetração inicial se faz com a broca
dirigida paralelamente à linha do longo eixo do dente, aprofundando-se alguns milímetros em
direção à câmara pulpar, sem nela penetrar. Observar, durante a trepanação, que a coroa
destes dentes quase sempre apresenta uma inclinação lingual bem acentuada em relação à
linha do longo eixo da raiz. Erros, neste momento, podem provocar acidentes (degrau, desvios
e perfurações).

Forma do contorno inicial


Forma cônico-ovoide, que deve ser iniciada pelo alargamento da área do ponto de eleição,
aprofundamento da broca em direção à câmara pulpar, com maior dimensão no sentido
vestibulolingual, para favorecer a eliminação das angulações do teto. Remove-se toda a
dentina cariada restante, se ainda existente, de acordo com as normas gerais descritas. Logo a
seguir, com a broca operando paralelamente ao longo eixo do dente, realiza-se a trepanação
do teto da câmara pulpar. No caso da presença de um único canal, a forma de contorno
poderá assumir um aspecto mais circular. No entanto, diante das possíveis variações
anatômicas, podem existir dois ou três canais. Nestes casos, a forma de contorno poderá se
apresentar ligeiramente achatada no sentido mesiodistal ou mesmo no sentido vestibulolingual,
com um aspecto mais elíptico. Entretanto, essas mudanças estarão diretamente relacionadas à
anatomia interna dos canais, à localização e ao número de raízes.

Preparo da Câmara Pulpar


Realiza-se a remoção completa do teto e o preparo das paredes laterais da câmara pulpar.

Configuração Final da Câmara Pulpar (forma de conveniência)


Complementa-se, tanto quanto possível, a forma cônica, elíptica e achatada no sentido
mesiodistal da cavidade pulpar. A presença de dois ou três canais radiculares poderá exigir
maior abertura da cavidade para facilitar as manobras operatórias sobre eles.

Limpeza e Antissepsia da Cavidade


De acordo com as normas gerais descritas (Figs. 8-33 e 8-34).

FIGURA 8-33 A, Vista oclusal do pré-molar Inferior. B, Broca


ligeiramente descentralizada na superfície oclusal evidenciando o
ponto de eleição para o início do acesso coronário. Esta posição
ocorre porque as cúspides deste dente estão assumindo uma posição
levemente fora do centro da coroa. C, Vista oclusal do aspecto final da
cavidade (forma de conveniência). Observar o acesso direto e reto ao
canal radicular.
FIGURA 8-34 A, Extensa lesão cariosa em um pré-molar inferior. B,
Aspecto final da cavidade endodôntica com formas de contorno e
conveniência determinadas pela remoção de todo o tecido cariado.

Molares Inferiores4, 5, 12, 13, 45–49


Área de Eleição
Área central da superfície oclusal junto à fossa central.

Direção de Trepanação
Vertical, paralela à linha do longo eixo do dente.

Forma do Contorno Inicial


Triangular, irregular ou trapezoidal, por causa da presença de dois canais na raiz distal. Utiliza-
se a broca operando paralelamente ao longo eixo do dente, para penetrar na câmara pulpar.
Remove-se toda a dentina cariada restante, se ainda existente. Em seguida, aprofunda-se a
broca, sempre paralela ao longo eixo do dente, e caminha-se em direção ao teto, para facilitar
o seu rompimento. A penetração inicial deve ser dirigida preferencialmente para o orifício de
entrada do canal ou canais distais.

Preparo da Câmara Pulpar


Realiza-se a remoção completa do teto e o preparo das paredes laterais da câmara pulpar.

Configuração Final da Câmara Pulpar (forma de conveniência)


Tenta-se explorar a entrada dos canis radiculares e realiza-se desgaste compensatório,
principalmente na parede mesial da câmara pulpar, para facilitar a penetração nos orifícios de
entrada dos canais radiculares. Esta manobra visa proporcionar acesso direto e reto aos
canais radiculares.
Limpeza e Antissepsia da Cavidade
De acordo com as normas gerais descritas (Figs. 8-35 a 8-40).

FIGURA 8-35 A, Vista oclusal do molar Inferior. B, Forma de contorno


inicial da cavidade de acesso. C, Rompimento do teto da câmara
pulpar que normalmente se inicia pelo lado distal nos molares
inferiores. D, Broca com ponta inativa para finalizar a remoção do teto
da câmara pulpar sem risco de lesar o seu assoalho. E, Vista oclusal
do aspecto final da cavidade (forma de conveniência). Observar o
acesso direto aos canais da raiz mesiovestibular (MV e ML) e ao canal
distal (D).
FIGURA 8-36 A, Visão clínica do segundo molar inferior direito
apresentando extensa lesão cariosa. B, Radiografia mostrando a
extensão da cárie. C, Vista oclusal da lesão cariosa. D e E, Aspecto da
cavidade de acesso com a forma de contorno alterada por causa da
extensão da lesão cariosa.
FIGURA 8-37 Vistas oclusais dos acessos coronários de molares
inferiores. Observar formas de contorno alteradas por causa da
presença de lesões cariosas e/ou restaurações prévias.
FIGURA 8-38 A, Radiografia do segundo molar inferior direito.
Observar que, neste caso, a configuração anatômica das raízes do
segundo molar difere da forma típica dos molares inferiores como a
apresentada pelo dente vizinho. B, Canal radicular em forma de C (C-
shaped) normalmente presente em segundos molares inferiores. C,
Radiografia mostrando a configuração da cavidade pulpar moldada
pelo material obturador endodôntico.

FIGURA 8-39 Primeiro molar inferior esquerdo com três canais na raiz
mesial e dois canais na raiz distal. Observar formas de contorno e
conveniência assumidas pela remoção da restauração anterior e pela
posição dos canais radiculares.
FIGURA 8-40 A, Primeiro molar inferior direito com três canais na raiz
mesial e um canal na raiz distal. Observar formas de contorno e
conveniência assumidas pela remoção da restauração anterior e pela
posição dos canais radiculares. B, Aspecto radiográfico da obturação
do sistema de canais radiculares.

LOCALIZAÇÃO DA ENTRADA DOS CANAIS RADICULARES


É extremamente importante que o orifício de entrada dos canais radiculares seja localizado
antes de se executar qualquer intervenção no seu interior. Estar de posse de uma radiografia
inicial de boa qualidade constitui, também, um valioso elemento auxiliar para este
procedimento.
Esta manobra é executada por meio de inspeção e da exploração por sondagem. Para
esse fim, um explorador fino, resistente, rígido, pontiagudo e com as partes ativas retas, como a
sonda endodôntica tipo Rhein ou similar, pode ser empregado (Figs. 8-13D, 8-15 e 8-27E e F).
A exploração somente deverá ser iniciada após o preparo do acesso coronário. Este
instrumento constitui uma ferramenta de grande importância na prática endodôntica. O
explorador é levado, deixando-o correr gentilmente no assoalho da câmara, até onde se
espera que esteja o orifício (ou orifícios) de entrada dos canais radiculares. No caso de dentes
multirradiculares, a própria forma convexa e a presença de linhas mais escuras no assoalho
(rostrum canali), que unem os canais entre si, podem servir como guia de orientação na
localização do orifício de entrada do canal (Fig. 8-41). Além disso, esta exploração auxilia,
substancialmente, a verificação da direção e da inclinação dos canais, permitindo que sejam
feitos refinamentos, se necessários, na forma de conveniência do acesso. Qualquer tipo de
interferência, conforme mencionado anteriormente, como a presença de calcificações ou
irregularidades nas paredes, deve ser removido se prejudica a qualidade do acesso coronário
(Figs. 8-13, 8-14, 8-16, 8-27E a G e 8-29).

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