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NEWRONICIERAGA a Cee ae .. 0 Basico sobre Eletrénica Digital Newton C, Braga O Basico sobre Eletrénica Digital PATROCINIO MOUSER ELECTRONICS. Editora Newton C. Braga Sao Paulo - 2017 Instituto NCB www.newtoncbraga.com.br leitor@newtoncbraga.com.br NEWTON C. BRAGA O Basico sobre Eletrénica Digital Autor: Newton C. Braga S&o Paulo - Brasil - 2017 Palavras-chave: Eletrénica - Engenharia Eletrénica - Componentes - Circuitos praticos - Coletanea de circuitos - Eletrénica Digital - Curso Rapido. Copyright by INTITUTO NEWTON C BRAGA. 12 edi¢ao Todos os direitos reservados, Proibida a reprodugao total ou parcial, por qualquer meio ou proceso, especialmente por sistemas graficos, microfilmicos, fotograficos, reprograficos, fonograficos, videograficos, atualmente existentes ou que venham a ser inventados. Vedada a memorizacdo e/ou a recuperacao total ou parcial em qualquer parte da obra em qualquer programa juscibernético atualmente em uso ou que venha a ser desenvolvido ou implantado no futuro. Essas proibigées aplicam-se também as caracteristicas gréficas da obra e 4 sua editoragao. A violacéo dos direitos autorais ¢ punivel como crime (art. 184 e paragrafos, do Cédigo Penal, cf, Lei n° 6,895, de 17/12/80) com pena de prisio e multa, conjuntamente com busca e apreensdo e indenizacao diversas (artigos 122, 123, 124, 126 da Lei n® 5.988, de 14/12/73, Lei dos Direitos Autorais). Diretor responsavel: Newton C. Braga Diagramac&o e Coordenac&o: Renato Paiotti 0 Basico sobre Eletrénica Digital Introducdo (da edicao original de 1987 Circuitos Digitai Conversdo para a Base 2. Conversdo para a Base 1 Por que Binari Circuitos Légicos. Fungées Logica: a) A funcao E. b) A funcdo OU c) A Fungaéo NAO E ou NE. d) A funcdo inversora.... e) Fungao NAO-OU ou NOU. f) Funggo OU-exclusivo. Postulados da Algebra Booleana 44 Flip-flops. on a) Multivibradores astaveis. b) Multivibradores monoestaveis.... c) O multivibrador biestavel ou flip-flop. O contador binario.. BCD ou Deci Circuitos Basicos. Fungaéo NAND ou Fungdo NOR. Fungaéo AND. Funcao OR. Familias Légica: A familia TTL. Nivel LO. NEWTON C. BRAGA Fazendo Projetos. O555.... Contador Binario.. Um Clock Disparado Sorteado Displays. NOSSO PROJETO PRATICO. MODULO CONTADOR DE 0 A9 - TTL. Aplicacgéo 1 - Contador de Objetos.. Aplicacao 2 - Cronémetro. Aplicagdo 3 - Sorteador. O Basico da Eletrénica Digital Apresentacado Este livro foi originalmente publicado em 1987. No entanto, por tratar de conceitos basicos e de uma teoria que ndo mudou desde entdo, ele é ainda atual e muito importante para os que desejam trabalhar com eletrénica digital. Na época o autor Newton C. Braga usou pseudénimo, pois a publicacao foi feita por editora diferente daquela em que ele trabalhava, por exigéncia da mesma. Assim, nesta edigéo ndo precisamos mudar nada ja que tanto os conceitos tedricos ainda sdo validos como os préprios componentes tomados como exemplo e os circuitos praticos. Um livro muito importante para quem deseja dar os primeiros passos em eletrénica digital. Este livro faz parte de uma colecéo que estamos dando gratuitamente aos nossos leitores com o patrocinio da Mouser Electronics ( http://br.mouser.com ). Newton C. Braga Capa da Edicado de 1987 NEWTON C. BRAGA Introducao (da edicao original de 1987) Nao é preciso ressaltar a importancia da eletrénica digital em nossos dias, para que os leitores se conscientizem da necessidade deste livro. Na verdade, com a evolucaéo acelerada da informatica, que se baseia totalmente na eletrénica digital, cada vez mais dispositivos empregam componentes cujo funcionamento esta totalmente regido por principios desta tecnologia. Nao é preciso, pois, explicar exatamente o que se pode fazer com a eletrénica digital para que os leitores, ja ligados na eletrénica, compreendam que somente conhecendo este setor a fundo, se pode estar em dia com a eletrénica. Dando entdo seguimento a esta série apresentamos este volume de eletrénica digital sem mistérios, que levara o leitor a entender os principios da tecnologia digital aplicada, incluindo projetos praticos e muitas informacées de grande utilidade. Partindo do fundamental, que é a prdpria algebra booleana, passamos pelas fungdes Iégicas e chegamos aos circuitos praticos. Damos informagdes sobre componentes para eletrénica digital, 0 que se pode e o que nao se pode fazer, além de circuitos que o préprio leitor podera montar. A partir destes conhecimentos o leitor poderaé também partir para a prdépria informatica, entendendo melhor como funcionam os microprocessadores e microcontroladores e até desenvolvendo seus projetos. A linguagem que utilizaremos é aquela que os leitores que acompanham os livros do autor ja estéo acostumados. Usando termos simples, as vezes-até em prejuizo a uma explicagao mais académica, tornamos compreensiveis os principios que precisamos levar ao leitor. A linguagem simples deve servir de ponto de partida a um aprofundamento futuro maior que certamente levara o leitor a evoluir em seus conhecimentos, O Basico da Eletrénica Digital quem sabe com a realizagdo de cursos técnicos de nivel médio ou mesmo um curso superior. Entendendo, mesmo que de maneira rudimentar, é mais facil realizar alguma coisa, do que tendo informacées avancadas, mas que nao'sejam faceis de ser decifradas. Muito simples e didatico e o nosso trabalho mas as informagdes que nele o leitor vai encontrar, ndo tém nivel de utilidade. Estas informagées serdéo Uteis tanto ao aprendiz, estudante como ao projetista avancado e mesmo ao engenheiro. Depois de aprender, o leitor certamente vai usar esta obra como excelente fonte de consultas. A extenséo do assunto, por outro nos leva a impossibilidade de incluir tudo o que queremos num Unico volume, dai ser este apenas um de uma eventual série! NEWTON C. BRAGA Circuitos Digitais A palavra digital vem de “digito", que em latim que significa “dedo", j4 que os sistemas de numeracao mais utilizados se baseiam totalmente nos dedos de nossas m@os. Para contar objetos, os antigos e até mesmo nos, usavam os dedos como referéncia. Os préprios Romanos desenvolveram um sistema em que as referéncias principais eram justamente devidas a maos cheias que levavam a quantidades maiores. Assim, chegando a uma mao cheia ou 5 unidades, passava-se a utilizar um outro simbolo, o V que significa a mao com dois dedos abertos. Para 10 unidades, tinham o X que significa duas maos cruzadas, ou duas maos cheias (Veja afigura 1). ll Vv Xx ie Veja que o nosso sistema "decimal" deriva justamente do fato de termos 10 dedos em nossas maos. Quando “enchemos" as duas maos, ou seja, temos uma quantidade que é representada por 10 dedos, temos de utilizar mais de um sinal além dos que conhecemos de 0 a 9. Usamos entao um sinal para dizer “quantas maos cheias" temos e mais quantas unidades. O numero 27, por exemplo, significa que temos 2 maos (duas dezenas) e mais 7 unidades. O Basico da Eletrénica Digital Perceba o leitor que, utilizando este sistema de numeracaéo s6 podemos representar quantidades discretas, ou seja, numeros inteiros. Nao podemos “trabalhar" (ainda) com quantidades quebradas como, por exemplo, dois objetos e meio. Isto diferencia o sistema digital do analdgico. Inicialmente o leitor deve ter em mente que no sistema digital, somente quantidades inteiras podem ser representadas, o que nao ocorre num sistema analégico em que qualquer valor intermediario entre duas unidades pode ser representado. Na verdade, o sistema digital também admite este tipo de representacao, com alguns sacrificios, mas isso s6 sera visto bem mais adiante. O sistema que usamos, normalmente, é o de base 10, ou seja, utilizamos 10 algarismos diferentes para representar qualquer quantidade: 0123456789 Para representar uma quantidade maior que 10, passamos a empregar os mesmos algarismos, mas com uma posigéo no numero que passa a ter um “peso". Este “peso" ou valor relativo é sempre uma poténcia de 10, ou seja, pode ser10, 100, 1 000,10 000, etc. Assim, 0 numero 3 456 tem os seus algarismos 3, 4,5e6 com diversos pesos que correspondem a sua posicao relativa: O 6 tem “peso 1", devendo portanto significar realmente 6. O 5 tem "peso 10", ou seja, representa 5 dezenas ou 50. O 4 tem “peso 100", ou seja, representa 4 centenas ou 400. O 3 tem “peso 1 000", ou seja, representa 3 milhares ou 3 ooo. Somando os valores que cada digito ou algarismo representa, temos o valor total do numero 3 milhares, 4 centenas, 5 dezenas e 6 unidades, ou ainda como lemos corretamente:"trés mil, quatrocentos e cinquenta e seis". Seraé que poderiamos representar outras quantidades usando outras bases de numeracao. NEWTON C. BRAGA Imagine se o leitor vivesse num mundo em que as pessoas possuissem um Unico dedo! S6 existiria entéo neste mundo a possibilidade de representar as quantidades com dois algarismos: 0 ,zero (0) que seria a auséncia do dedo e o um (1) que seria a presenca do dedo. Para facilitar as coisas, neste mundo extravagante, suporemos também que para compensar a falta de dedos os habitantes tivessem 8 bracgos em lugar de apenas dois (veja a figura 2). rare >) = —= 4 brocos com maos de 1 dedo FIGURA 2 O leitor perceberd entaéo que a contagem de objetos da maneira de fazemos seria perfeitamente possivel, mudando apenas o modo de fazer a representacao. Se tivermos um Unico objeto, ele sera representado por um dedo erguido, conforme mostra a figura 3. © Basico da Eletrénica Digital unt A 0000 ooo1 FIGURA 3 mao, 2 unidades representam duas maos cheias. Se tivermos 2 objetos, este dedo ndo mais serve. Usamos ent&o o seguinte artificio: para o individuo de um dedo em cada mao, 2 unidades representam duas mos cheias. A representac&o sera entéo conforme mostra a figura 4. miele RAT 0000 0010 FIGURA 4 Temos uma mao com o dedo erguido e a outra sem nenhum, ou seja, 10. Se tivermos trés objetos, a representagdo serd conforme mostra a figura 5. NEWTON C. BRAGA LR RAK S 0000 oou=3 FIGURA 5 Teremos uma mao que representa duas unidades e a outra que representa mais uma, ou seja, 11. Para quatro objetos, os problemas sdo resolvidos da seguinte forma: temos 1 m&o que representa que temos duas vezes duas unidades, ou seja, é erguido 0 dedo com peso 4, conforme mostra a figura 6. LEE fh 4 if 0000 0100 = 4 FIGURA 6 O resultado é que 4 é representado como 100. Veja entaéo que, cada mao tem um peso que é uma poténcia de 2. Veja a figura 7. © Basico da Eletrénica Digital 7 2 2 2° ma SARS 16 + 4 +2 222 FIGURA 7 A mao da direita representa a unidade, ou seja, 20 = le tem este peso. a seguinte, para a esquerda, tem peso 21 = 1e portanto 2. A terceira, para a direita, 22 = 4, a seguinte, 23 = 8, vindo depois 24 = 16, 25 = 32, 26 = 64, até a Ultima a esquerda 27 = 128. Veja entao que, o individuo de 8 bragos de um dedo pode facilmente representar numeros até 255 (veja a figura 8). RMR BAIS 6 + 64 + 32 + 64 + + 2 + 1255 FIGURA & A representacgéo de qualquer numero desta forma pode entao ser feita simplesmente por uma decomposic&éo em fatores multiplos de 2, conforme explicaremos a seguir. NEWTON C. BRAGA Conversao para a Base 2 Para converter um numero na base 2, sendo ele na base 10, ou sistema decimal, o procedimento é simples. E muito importante o leitor saber como fazer isso, pois conforme veremos a seguir os circuitos digitais trabalham todos na base 2. Para tornar mais facil, tomemos o seguinte exemplo: queremos converter 278 na base 10 (escrevemos 27810) em um numero na base 2 (X2), Fazemos entdo a seguinte diviséo sucessiva por 2: 278 [2 0 139° [2 1 69 [2 1 34 2 0 17 2 1 8 2, o 4 2 0 2 2 0 1 Pegamos ent&o os restos, comecando por 1, e escrevemos na ordem inversa: 100010110 = 278 De fato: 1X 256 = 256 O Basico da Eletrénica Digital 4 0 Somando = 278 Repare que na representagdéo em bindrio, como em decimal, o algarismo que tem valor maior fica mais a esquerda e © que tem valor menor, mas a direita. E costume representar o de menor por LSD (do inglés Less Significant Digit) e o de maior valor por MSD (Most Significant Digit). Estes termos aparecem muito em eletrénica digital. NEWTON C. BRAGA Conversao para a Base 10 A converséo de um numero em bindrio puro, como vimos, para um numero na base 10 é bastante simples, bastando lembrar que cada algarismo sucessivo da direita para a esquerda tem o dobro de peso do que o precede. Assim, basta escrever o numero verticalmente e proceder ao seguinte calculo em que tomamos como exemplo o valor 11001011: 1X 128 = 128 Somando = 203 Assim, 110010112 = 20310 Sera interessante o leitor treinar um pouco realizando as seguintes conversées: a) Converter em binario puro: 1) 324 2) 1067 3) 1089 b) Converter em decimal: 1) 110011 2) 1101111 3) 100000 4) 1000101 5) 100101111 O Basico da Eletrénica Digital Respostas (a) 1)110011 2)1101111 3)1000101 Respostas (b) 1) 51 2) 207 3) 32 4) 69 5) 303 Veja que o exemplo que tomamos do individuo de 8 maos limita a contagem a 255, mas com mais digitos nao ha limite para os valores representados. NEWTON C. BRAGA Por que Binario? A utilizagéo do cddigo binadrio nos circuitos eletrénicos digitais oferece inimeras vantagens em relagéo a um eventual cédigo em base10. Vamos comecar pela propria quantidade de operacées. Utilizando a base 2 as operacées sdo mais simples do que em relacao a base 10. Num circuito eletrénico, por outro lado, se féssemos representar os algarismos de 0 ai1,teriamos de dispor de 10 niveis de corrente ou de tensdo. Na base 2 podemos ter apenas a presenca, ou a auséncia da tensdo. Voltado as operacées, os leitores devem até hoje se lembrar das dificuldades em memorizar as operacgées de multiplicagéo envolvendo todos os algarismos na forma de tabuadas. Para a multiplicagdo, partindo da tabuada do 2 até a do 9 (7 tabuadas) temos de memorizar 70 operacées, ou seja, o valor de 70 produtos para poder realizar qualquer multiplicacado. Trabalhando na base 2 memorizamos apenas 4 operacées de multiplicacgao: O0x0=0 ox1=0 1X0= 1X1= A realizagdéo de uma multiplicagéo em binadrio nao difere em nada de uma multiplicagéo em decimal, conforme segue no exemplo 13 X 29. O Basico da Eletrénica Digital Em binario: 1 1 1 0 1 [29] x 1 1 ° 1 [13] 1 1 1 oO 1 0 0 0 0 0 1 1 1 oO 1 1 1 1 0 1 1 0 1 1 1 1 0 0 1 [377] Na propria soma, usada na multiplicagdéo as regras também séo so 4: 1 (vai um) De centenas de operacgdes que devem ser memorizadas para a operagéo com decimais, caimos num numero muito menor, 4 para multiplicagéo e 4 para soma que devem ser conhecidas no calculo com binarios. O matematico britanico George Simon Boole desenvolveu nos fins do século XVII uma matematica que trabalhava exclusivamente com a base 2. Boole partia do principio que dois fatos sé admitiam dois tipos de interpretagéo: Ou eram falsos, ou verdadeiros. Transportando isso para a eletrénica podemos dizer que um circuito sé pode estar em dois estados: ligado ou desligado, que corresponde justamente a base 2. A algebra Booleana esteve durante anos esquecida, sendo estudada apenas como curiosidade matematica, até que a eletrénica se desenvolveu a ponto de tornar possivel uma aplicagao pratica para o que entao estava somente na teoria. 20 NEWTON C. BRAGA Surgiram entéo os circuitos ldgicos digitais que podiam ser projetados exatamente com base naquela algebra Booleana, realizando operagdes matematicas das mais diversas, totalmente em funcgdo da afirmacgdéo de que os fatos sé admitem duas afirmagées possiveis: falso ou verdadeiro. Na figura 9 temos uma possivel representagéo para os circuitos eletrénicos (ou elétricos). —0%— False = 0 Ls - Desligado = falso =O —e-+0— Verdadeiro = 1 “K+ Apagado = falso=O wy ae verdadeiro = 1 o Simbolo ao | Diagrama de i ” Circuito FIGURA 22 Na mesma figura o diagrama de Venn que claramente reflete que o universo desta é justamente aquele que nao é abrangido pela funcao E. O circuito equivalente com relé mostra que usamos os contactos NF em lugar de NA para “inverter" o resultado, o que equivale a “desenergizar” em lugar de energizar com a atuacao sobre as chaves. O mesmo seria possivel se, na saida da funcado E, ligassemos um circuito inversor, com transistores ou outros elementos. Conforme o leitor pode perceber na saida do simbolo adotado tem-se uma pequena esfera que indica a negac&o. Outro tipo de simbolo para esta fungéo é mostrado na figura 23. 37 O Basico da Eletrénica Digital =- =h ANSI FIGURA 23 A tabela verdade para a funcdo sera: NAO E A B Cw) 0 0 1 0 1 0 1 0 0 1 1 0 (Observe o SINAL [ ' ] que indica a negacao). Igualmente, podemos ter uma porta NAO E ou NOR de trés entradas que sera representada como mostra a figura 24. A 8 aL 4 8 c = T Simbolo Circuito FIGURA 24 O circuito equivalente com trés chaves ligadas em paralelo, mais o relé com os contactos NF usados, é mostrado na mesma figura. 38 NEWTON C. BRAGA A tabela verdade para este circuito sera: A B c (A.'B.'C)=SAIDA 0 o 0 1 0 o 1 o 0 1 0 0 0 1 1 0 1 o 0 0 1 o 1 0 1 1 0 0 1 1 1 o A saida estara no nivel HI quando todas as entradas estiverem no nivel LO. d) A fungao inversora A fung&o NAO ou NOT é um simples inversor que tivemos ja a oportunidade de analisar ao falar dos circuitos Idgicos. Ela também é bastante usada e pode ser representada como mostra a figura 25. 39 © Basico da Eletrénica Digital Simbolo a Diagrama de Venn Circuito FIGURA 25 O diagrama de Venn para esta funcdo é mostrado nesta mesma figura, assim como o circuito equivalente em que temos um relé com os contactos NF empregados. A tabela verdade para esta funcdo é muito simples, ja que turnos apenas uma entrada e uma saida: A 'A 0 1 1 0 Quando a entrada esta no nivel HI a saida estaraé no LO e vice-versa, para a fungdo NAO. e) Fungaéo NAO-OU ou NOU A fung&o NAO OU ou NOU consiste na negacdo da funcdo OU, ou ainda, NOR do inglés. A representacao desta funcao é mostrada na figura 26. 40 NEWTON C. BRAGA oc Circuito FIGURA 26 O diagrama de Venn é mostrado na mesma figura, assim como circuito equivalente usando um relé e duas chaves ligadas em paralelo. Observe a utilizagéo dos contactos NF do relé. Outra representac&o para esta porta é mostrada na figura 27. Ww FIGURA 27 A tabela verdade é dada a seguir: A B ((A.'B) = SAIDA 0 0 1 0 1 0 1 0 0 1 1 0 41 O Basico da Eletrénica Digital Também podemos ter esta porta com trés entradas, que é mostrada na figura 28. oo A Le ee FIGURA 28 O circuito equivalente com chaves e relé é mostrado na mesma figura, observando no simbolo funcional a presencga da negacdo na forma da esfera na saida. A tabela verdade para este caso sera: ae A B c (/A+'B+'C) = SAIDA 0 o 0 1 0 0 1 0 0 1 0 0 0 1 1 0 1 o 0 0 1 o 1 0 1 1 0 o 1 1 1 o Veja que sé teremos a saida no nivel HI quando todas as entradas estiverem no nivel LO. 42 NEWTON C. BRAGA f) Fungao OU-exclusivo A funcg&éo OU-exclusivo ou Exclusive-OR é uma das mais importantes na eletrénica digital e tem seu simbolo mostrado na figura 29. YY a s E | Diagrama de Venn Circuito FIGURA 29 Veja que esta funcgdo é um pouco diferente do OU, ja que as chaves do circuito equivalente nado sao simples interruptores mas chaves de 1 polo X 2 posicées. O diagrama de Venn é mostrado na mesma figura, e a tabela verdade é a seguinte: A B (A.B + 'A.B) 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1 1 0 43 O Basico da Eletrénica Digital Veja que teremos a saida em nivel 1 exclusivamente com num nu outra entrada no nivel HI. Se as duas entradas estiverem no nivel LO ou no nivel HI a saida serd LO ou 0. Reunindo estas fungdes podemos ter os mais complexos circuito |égicos, conforme veremos adiante e futuramente. Postulados da Algebra Booleana Conforme vimos, trabalhando exclusivamente com a base podemos realizar mais complexas operacées, utilizando um minimo reduzido de regras. Estas regras sao fixadas por postulados, os postulados da algebra booleana que passamos a dar em seguida: Lembramos que: 'A significa a negagao de A: A) Lei associativa (AB)C = A(BC) (A+ B)+C=A+(B+C) B) Lei comutativa AB = BA A+B=Bt+A C) Lei distributiva A(B+C) = AB + AC A+ (BC) = (A+ B)(A +C) D) Lei da identidade A=A E) Lei do complementar ‘AA = 0 ‘A+A=1 F) Lei da equipoténcia AA=A A+tA=A 44 NEWTON C. BRAGA G) Lei da dualizacdo (Teoria de Morgan) (A+B) = AB (AB) ='A+B H) Lei da dupla negagdo "A=A I) Lei da absorcao A(A+B) =A A+ (AB) =A Com estes postulados podemos projetar diversos tipos de circuitos digitais. A prova da validade pode ser feita de diversas maneiras para todos os casos, mas como nao temos muito espaco disponivel, daremos apenas um exemplo. Queremos provar que AB = BA (Lei comutativa), partindo das duas configuragées mostradas na figura 30. FIGURA 30 45 O Basico da Eletrénica Digital A tabela verdade pra AB sera: A B AB 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 1 1 A tabela para BA teremos: B A BA 0 0 0 0 1 0 1 0 0 1 1 1 Conforme podemos ver, as saidas AB e BA sao iguais, 0 que demonstra a validade do postulado. (Observamos que os postulados no precisam de demonstracées, pois partem de fatos dbvios, que ndo necessitam de comprovacdo alguma, enquanto que os teoremas s&o proposigses que precisam de demonstracées). O que fizemos nao foi uma demonstrac&o da validade do postulado, mas sim dar um exemplo de que realmente ele “funciona”, Se o leitor tem duvidas, pode elaborar as tabelas verdade para todos os outros casos! 46 NEWTON C. BRAGA Flip-flops Um dos circuitos mais usados em equipamentos digitais é 0 flip-flop, ou multivibrador biestavel, ou ainda, disparador ou bdscula de Eccles-Jordan, em homenagem aos que o desenvolveram. Para explicar melhor o funcionamento deste circuito, explicaremos de forma simples o funcionamento também. De dois outros tipos de multivibradores associados, que sao os astdvel e 0 monoestavel. a) Multivibradores astaveis Na figura 31 temos a configuragao basica com transistores de um multivibrador astavel. Astdvel FIGURA 31 Os dois transistores s&o ligados de tal forma que, em um dado instante somente um deles pode estar conduzindo a corrente plenamente (saturado), enquanto que o outro estara obrigatoriamente desligado (corte). Assim, se levarmos em conta a tensdo nos coletores dos transistores deste circuito veremos que, enquanto um esta com o 47 O Basico da Eletrénica Digital nivel Idgico 1 (HI) ou a tensdo préxima da tensdo de alimentacao, e 0 outro, no mesmo instante estara no nivel légico 0 (LO) ou com a tensao de massa, em vista da conducao do transistor. O capacitor C em conjunto com o resistor R de cada ramo do multivibrador determina o tempo que cada transistor fica em conducao ou desligado. Os transistores trocardo entaéo o estado continuamente, passando de 0 para 1 e de 1 para O produzindo assim, um sinal retangular, conforme mostra a figura 32. RL tl = Tempo de conducdo de Q1 t2= Tempo de conducéo de Q2 FIGURA 32 Veja ent&éo que um sinal retangular consiste na forma caracteristica tipica de um circuito digital. S6 podemos ter dois valores de tenséo que trocam, conforme a operacgao do circuito. O valor alto corresponde justamente ao HI ou 1 enquanto que o baixo, ao LO ou 0. Os circuitos digitais operam, pois exclusivamente com sinais retangulares, e sua frequéncia dependerd de diversos fatores, conforme veremos. Um “trem de pulsos” ou uma sequéncia de sinais pode entdo perfeitamente ser usada para representar um valor em binadrio, conforme ilustra a figura 33. 48 NEWTON C. BRAGA Valor bindrio FIGURA 33 No caso do multivibrador astavel, sua troca rapida de estado, passando de 1 para 0 e de O para 1 numa frequéncia determinada por C, permite que ele seja usado como ritmador para o funcionamento de um sistema digital. O circuito que da o "ritmo" ou velocidade de um equipamento digital recebe o nome de "relégio", ou ainda, como normalmente o chamamos do inglés "clock". Assim, 6 comum termos circuitos digitais cujos "clocks" operam em 1 MHz,o que significa que as operacgées podem ser feitas a razdo de 1 000 000 por segundo. b) Multivibradores monoestaveis O multivibrador monoestavel tem a configuracgdo basica na figura 34. ov RL R2 IRS Ra c c Qo 3 ai 02 D1 ov + Entrada \ o— ° FIGURA 34 49 O Basico da Eletrénica Digital Neste circuito também, cada um dos transistores sé pode conduzir a corrente quando o outro nao estiver conduzindo. No entanto, a operacaéo de comutacdo, ou seja, de troca de estado de conducaéo para nao conducao do transistor se faz através de um estimulo externo. Isso significa que multivibrador monoestavel tem uma entrada, além de duas saidas. O multivibrador monoestdvel ao receber um pulso de entrada que o leva a mudar de estado fica nesta nova situagaéo por um tempo que vai depender dos valores de R e de C no circuito. Decorrido o tempo em _ questéo, o multivibrador monoestavel volta ao estado anterior sozinho. Assim, supondo que a saida do multivibrador seja zero (0), ao receber um pulso de curta duracao (1), ele muda de estado e passa a apresentar um pulso ou nivel 1 em sua saida por um certo tempo constante (veja a figura 35). Saidao———_ Astavel |} Entrada Pulso Entrada SO de disparo 1 J L________ puso Safde Je fe de saida te LLx Rx FIGURA 35 Este tipo de circuito e muito usado quando os pulsos de entrada tém duracdes diferentes e se necessita na saida de pulsos de duracdo constante (veja a figura 36). 50 NEWTON C. BRAGA Entrada J J | | ' | ! ! 1 4 1 i Saida t [ jott_o be te _ ts t) = te 2 ts FIGURA 36 Veja que podemos usar qualquer uma das duas saidas do multivibrador, ou seja, a que passa de O para 1 ao receber o estimulo que é a saida Q e a que passa de 1 para 0 ao receber o estimulo que é a saida complementar 0. c) O multivibrador biestavel ou flip-flop A configuragéo basica de flip-flop com transistores bipolares é mostrada na figura 37. a Entrada FIGURA 37 51 O Basico da Eletrénica Digital Aqui também, cada um dos transistores somente num dado instante pode estar conduzindo a corrente. Neste mesmo instante o outro deve estar desligado. Assim, neste circuito temos uma entrada de excitagdo e duas saidas complementares. A cada pulso de excitacado o biestavel muda de situacao. Assim se ele estiver inicialmente na situacao do transistor Qiconduzindo (coletor nivel Q1 e O2 no estado de ndo condugao (cortado) com o coletor no nivel 1, vindo o o primeiro pulso, ocorre uma mudanca (veja a Figura 38). | Entrada FIGURA 38 No pulso seguinte ele volta a situac&o inicial. Para que ocorra nova comutagéo um novo impulso deve ser aplicado. Veja que a mudanca ocorre quando o pulso apresenta certa polaridade, ou seja, na sua transigéo de um valor HI para LO. Na transicéo de LO para HI o circuito permanece indiferente. Nao ha resposta. O multivibrador biestavel tem, pois, dois estados em que ele pode permanecer indefinidamente, até que um pulso na entrada venha modificar esta situacdo. O multivibrador biestavel € um dos circuitos mais importantes da eletrénica digital, pois ele apresenta uma caracteristica importante: ele pode realizar a contagem dos impulsos que Ihe sao aplicados dando em sua saida uma “situagdo” que corresponde a sua numeracao binaria. Vejamos como isso pode ser feito. 52 NEWTON C. BRAGA O contador binario Vamos supor um multivibrador biestavel em que no coletor de um dos transistores que corresponde a saida, liguemos um LED, conforme mostra a figura 39. — + Led R4 RS R6 c c RI Fr Q R2 R3 Ql i ———— 00 FIGURA 39 Nestas condicdes, podemos associar ao transistor em condugdo e o LED aceso um valor bindrio que, por convengao pode ser 1. (Veja que nao é preciso que tomemos a tensdo no coletor neste caso como 1, para termos os mesmos resultados finais, se convencionarmos de uma forma e a seguirmos até o fim, para efeito de operacao, o resultado final sera o mesmo). Deste modo, associamos ao multivibrador ativado o LED aceso e desativado o LED apagado: LED aceso = 1 LED apagado = 0 Fazemos entéo a conexdo de 4 flip-flops em_ série, conforme mostra a figura 40. 53 © Basico da Eletrénica Digital FFA ® Partimos da situac&o inicial em que todos os LEDS estaéo apagados, ou seja, todos os multivibradores na situagdo estavel correspondente a 0000 (0 que em decimal representa 0 numero 0 também). Representamos esta situacdo conforme mostra a figura 41. SOO @ FIGURA 41 m Entrada FIGURA 46 Aplicando um primeiro pulso negativo na entrada deste circuito, o primeiro flip-flop muda de estado, fazendo seu LED, inicialmente apagado, acender. Teremos entao a apresentacdo do numero bindrio 0001 que corresponde justamente a 1 em decimal (veja a figura 42). 54 NEWTON C. BRAGA 2 ® Gy © FIGURA 42 Veja que o segundo flip-flop ndo muda de estado também, porque a transic&o na saida do primeiro flip-flop foi de zero para um, e€ este sé pode responder a uma transicao de 1 para 0. Vindo agora o pulso seguinte, de numero 2, 0 primeiro flip-flop muda novamente de estado, passando de 1 para 0. O LED apaga, mas a transicao agora na sua saida é negativa e isso faz com que o segundo flip-flop mude de estado. Seu LED, inicialmente apagado, acende e passamos a ter a representacao 0010. Esta corresponde justamente a ”2" em binario! (veja a figura 43). Oe g FIGURA 43 Veja que o terceiro flip-flop ndo muda de estado, pois no segundo temos uma transigéo de O para 1 a qual ele nao responde. Vem agora o terceiro pulso. O primeiro flip-flop novamente muda de estado, passando de 0 para 1. O segundo néo se altera, pois a transicaéo foi positiva de 0 para 1, o mesmo acontecendo com o terceiro. 5S O Basico da Eletrénica Digital Temos entéo a representacgdéo 0011, que justamente corresponde a 3 em binario. A representacao pode ser melhor vista na figura 44. OES FIGURA 44 Vem agora o quarto pulso. O primeiro flip-flop novamente muda de estado, passando de 1 para 0. Ocorre entéo uma transigdéo negativa que é sentida pelo segundo flip-flop que também muda de estado, passando de 1 para 0. O terceiro flip- flop, desta vez, na presenca de uma transicéo negativa muda de estado e passa de O para 1. A passagem de 0 para 1 deste nao afeta o quarto flip-flop que permanece em sua situacdo de 0. Temos ent&o a situacdo 0100 que justamente corresponde a "4" em binario (veja a figura 45). Oo @ g FIGURA 45 Na figura 46 temos o que ocorre nos pulsos sucessivos até 169 quando ent&o o sistema “zera", ou seja, depois de atingir sua capacidade maxima de contagem volta ao estado inicial. 56 NEWTON C. BRAGA Oras 5 @O@O Bre © @OOS 7 @0COO >» 0868 > O@@0 ° O80C® »-O@00 2» OOS®8 » OO@BO «“ OO0O® ®’ OOOO » @008@ FIGURA 46 Conforme o leitor pode perceber, com 4 flip-flop podemos contar até 16, ou seja 24. Veja também que, se aplicarmos 3 pulsos no circuito e depois mais 5, o sistema acumulara 8 pulsos e representara o resultado da soma 3 + 5 = 8 em binario. Este circuito, por este motivo, também recebe 0 nome de acumulador e pode ser usado na realizagaéo de somas. s7 O Basico da Eletrénica Digital BCD ou Decimal co ado em binario As representacées que vimos foram em binario puro e nds estamos acostumados a trabalhar com nimeros decimais. No entanto, se agruparmos 3 flip-flops sé podemos contar até 8, quando nossa base é 10, e se agruparmos 4 flip-flops passamos de 10, pois vamos até 16. De modo a adaptar um sistema ao outro existe o cédigo BCD em que estabelecemos os valores em bindrio que correspondem aos algarismos decimais e estes so apenas 10. Assim, temos 0 cédigo BCD que é dado por: 0 we Oocococoocco oOf].2]]00000 oorreoorp--co =O}]-]}0-0-o0—- OCOANDORWN— OO Assim, para escrever o numero 78 em BCD fazemos: 0111 1000 O numero 235 sera: 0010 00110101 58 NEWTON C. BRAGA Em informatica € comum o aproveitamento de mais 6 valores em bindrios que sdo representados por: 1 0 1 0 A 1 0 1 1 B 1 1 0 0 Cc 1 1 0 1 D 1 1 1 0 E 1 1 1 1 F Assim, quando um programa em “linguagem de maquina" ou Assembler se digita F5 0 que entra nos circuitos ldgicos é: 11110101. Existem outros cédigos que permitem traduzir informacées decimais em bindrio, como o Octal, mas estes ainda nado deverdo ser abordados para nao “complicar" a vida do leitor pelo menos por enquanto. 59 O Basico da Eletrénica Digital Circuitos Basicos Do mesmo modo que usamos chaves e relés para formar circuitos légicos e transistores para os flip-flops, podemos ter configuragées mais complexas. Assim, podemos ter todas as funcgdes feitas com transistores, conforme passamos a exemplificar! Fungéo NAND ou NAO-E O circuito equivalente transistorizado é mostrado na figura 47. Saida (AB) Bo NAND FIGURA 47 Veja que precisamos ter as duas entradas no nivel ldgico HI (presenca de tensdo positiva) para que os dois transistores conduzam a corrente e com isso fagam a tensdo da saida carga zero, levando-a ao nivel légico LO. Na figura 48 temos a mesma configuracgéo para uma porta NAND de 3 entradas. 60 NEWTON C. BRAGA Saida (ABC) FIGURA 48 Fungao NOR Com apenas um transistor podemos elaborar uma porta NOR ou NAO OU com facilidade, conforme mostra a figura 49. O Basico da Eletrénica Digital o+V (A+B) FIGURA 49 Veja entéo, que podemos fazer com que o transistor conduza e, portanto, a tensdéo no seu coletor caia de HI para LO aplicando tensao em qualquer uma das duas entradas. Fungao AND Usando uma porta NAND e mais um inversor podemos chegar facilmente a fungdo NAND, conforme mostra a figura 50. 62 NEWTON C. BRAGA Saida (ABC) FIGURA 50 Fungao OR Do mesmo modo, com um inversor e a fungéo NOR chegamos a funcao OR, conforme mostra a figura 51. 63 O Basico da Eletrénica Digital + RB + R1 A R6 = Saida = RS (Ate) + f-L_t Ra R2 FIGURA S51 Perceba o leitor que podemos reunir as diversas fungdes para obter diversos tipos de circuitos, mas que, para isso é preciso que os circuitos sejam compativeis, 0 que nos leva as diversas familias que serdo analisadas a seguir. 64 NEWTON C. BRAGA Familias Logicas A possibilidade de termos num Unico processo de fabricagéo a montagem de muitos componentes ja interligados, obtendo-se assim o circuito integrado proporcionou um enorme desenvolvimento para a eletrénica digital. Assim, logo os fabricantes elaboraram familias de componentes (circuitos integrados) que reuniam em seu interior um determinado numero de elementos interligados com os quais se tinha fungdes logicas as mais diversas, flip-flops, e muitos outros circuitos de utilidade na eletrénica digital. Uma familia de circuitos integrados digitais é composta de uma série de tipos, correspondendo a funcgées, flip-flops e outros dispositivos que estudaremos com caracteristicas compativeis de modo a poderem ser alimentados por uma fonte comum e interligados diretamente sem a necessidade de muitos elementos externos e em alguns casos, nenhum. Reunindo estes componentes de uma mesma familia pode- se projetar os mais diversos circuitos digitais, tais como contadores, cronémetros, calculadoras, computadores, maquinas de controle e automacao etc. Atualmente temos duas familias basicas que sdo amplamente usadas nos projetos, dado seu baixo custo e a facilidade com que podemos obter no comércio especializado as diversas funcgées existentes. Destas familias derivam, algumas subfamilias que sao usadas em informatica ou na elaboracao de projetos especiais em que se exige baixo consumo, alta velocidade ou outras caracteristicas que as familias normais néo podem fornecer. Na figura 52 temos um exemplo de circuito integrado de uma familia légica digital bastante comum em invdlucro DIL (mais comum). 65 O Basico da Eletrénica Digital 7400 = 4 portas f {| NAND de 2 cotvodes FIGURA 52 Este componente retine em seu interior 4 portas ldgicas do tipo NAND que podem ser usadas independentemente e que podem ser perfeitamente interligadas numa aplicagéo em que isso seja necessario. Integrados contendo centenas, ou mesmo milhares de portas, ou outras fungées, ja sao hoje disponiveis para projetos mais complexos. 66 NEWTON C. BRAGA A familia TTL O nome TTL vem de Transistor-Transistor-Logic, sendo esta familia a mais popular pelo seu baixo custo, velocidade boa e baixo consumo. Os integrados da familia TTL devem ser alimentados com uma tensdo de 5 V. Admite-se uma tolerancia que os leva a um funcionamento normal com tensées entre 4,5 e 5,5 Volts. Os transistores empregados nos integrados TTL sao do tipo multiemissor, conforme mostra a figura 53. El E2 FIGURA §3 Cada emissor funciona como um diodo, proporcionando assim um isolamento da entrada em relagéo ao circuito que a excita. Assim, dois circuitos, um a cada entrada TTL, eles nao terdo qualquer tipo de interacao. Existem diversas subfamilias TTL, que sdo variagdes com caracteristicas diferentes no que se refere a velocidade e consumo. Assim temos o High-Speed TTL que opera em velocidades maiores, mas também exige mais poténcia para operacao. Por outro lado, o Low-Speed TTL (baixa velocidade) opera mais devagar, mas apresenta consumo de energia extremamente baixo. Em informatica temos o Low-Power Schottky que se caracteriza pela alta velocidade e baixo consumo de energia, sendo totalmente compativel com os circuitos internos de maioria 67 O Basico da Eletrénica Digital dos microprocessadores e microcontroladores. Esta subfamilia é usada em projetos de interfaces e shields. Na figura 54 temos uma porta NAND tipica TTL por onde podemos analisar seu funcionamento. As demais sao bastante semelhantes. ————»——0+Vce Ra o> mm VS Entrada Inversor Saida FIGURA 54 Observamos na entrada o transistor multiemissor, que neste caso possui dois, pois sdo duas as entradas. Esta etapa alimenta um inversor de fase com mais um transistor, o qual excita por sua vez, uma etapa de saida de maior poténcia com dois transistores em série. As caracteristicas elétricas de entrada e de saida dos circuitos TTL s8o as que mais interessam na elaboracgéo de qualquer projeto. Assim, vamos definir alguns termos importantes a este respeito, 68 NEWTON C. BRAGA Nivel LO Que tensdes seguramente o integrado TTL interpreta como um 0 ou LO? Este conhecimento é fundamental em qualquer projeto. As tensdes situadas entre 0 e 0,8 V sao interpretadas seguramente como LO. O valor 0,8 V é representado por VEL. Nivel HI A tensdo menor que pode ser interpretada como HI é de 2,4 V. Assim, valores entre 2,4 e 5 V sdo sentidos como HI ou 1 pelo TTL. Podemos desenhar um grafico em que temos duas faixas distintas de operacao para os integrados TTL (veja a figura 55). FIGURA 55 Tens6es fora desta faixa sdo proibidas para os integrados TTL, pois nado podemos garantir que elas sejam interpretadas por 0 ou por 1. O que vimos é a caracteristica de transferéncia de um TTL. O Basico da Eletrénica Digital Na saida de cada integrado podemos garantir que os niveis de sinais em LO e HI estardo também nesta faixa, 0 que garante também a possibilidade de interligagado de diversos integrados. Cabe definir neste momento o que seja cargabilidade ou fan-out. Se na saida de um integrado TTL temos um nivel de tensdo HI, digamos em torno de 4 V,no momento em que ligamos mais de uma entrada TTL de outras portas, elas “carregam" o circuito de modo a reduzir a tensdo (veja a figura 56). —Y HL — HI ___] om avi?) (Sem carga) (] (Com carga) FIGURA 56 O resultado é que esta tensdo pode cair abaixo do limite da faixa em que o integrado interpreta a tensdo como “1" induzindo assim o sistema a um funcionamento erratico. Existe, pois um limite para a quantidade de entradas que podemos ligar na saida de um TTL e isso se chama fan-out. Um integrado TTL normal (standard) pode excitar 10 entradas de TTL normais. Damos a seguir uma importante tabela que mostra as capacidades “fan-out" das diversas subfamilias TTL cruzadas. TTL normal: pode excitar 10 entradas TTL normais pode excitar 40 entradas de TTL low-power pode excitar 6 entradas de TTL high-power pode excitar 20 entradas de low-power Schottky pode excitar 6 entradas de TTL Schottky TTL low-power: 70 NEWTON C. BRAGA pode excitar 2 entradas de TTL normal pode excitar 10 entradas de TTL low-power pode excitar 1 entrada de TTL high-power pode excitar 1 entrada de TTL Schottky pode excitar 5 entradas de TTL low-power Schottky TTL High-power: pode excitar 12 entradas de TTL normal pode excitar 40 entradas de low-power TTL pode excitar 10 entradas de TTL High-power pode excitar 10 entradas de TTL Schottky pode excitar 40 entradas de TTL low-power Schottky TTL Schottky: pode excitar 12 entradas de TTL normal pode excitar 40 entradas de TTL low-power pode excitar 10 entradas de TTL high-power pode excitar 10 entradas de TTL Schottky pode excitar 40 entradas de TTL low-power Schottky TTL Low-power Schottky: pode excitar 5 entradas de TTL normal pode excitar 20 entradas de TTL low power pode excitar 4 entradas de TTL High power pode excitar 4 entradas de TTL Schottky pode excitar 10 entradas de TTL low power Schottky Importante também é saber, na familia TTL normal, quais so as correntes que temos nas entradas para excitagdo e que oblemos nas saidas: Assim, um TTL normal fornece em sua saida uma corrente maxima de 16 mA, enquanto sua entrada precisa de uma corrente de pelo menos 1,6 mA para ser excitada. Os integrados da série TTL normal comecam pelo tipo 7400. Todos os demais iniciam com a numeracdo “74". Existe também uma variacdo militar desta série que é a 5400. 7 O Basico da Eletrénica Digital Qs integrados das subfamilias tém letras adicionais nos tipos que indicam a qual delas pertencem. Assim temos: High-power - 74HOO Low-power - 74L00 Schottky - 74S00 Low-power Schottky - 74LS00 A familia CMOS A palavra CMOS vem de Complementary Metal-Oxide- Silicon, tendo por caracteristica principal o baixo consumo de corrente. As velocidades em geral, para a série normal sdo menores dos que a dos TTL, mas ja existe a série HCMOS (onde o H é de High-Speed ou alta velocidade) que tem as mesmas caracteristicas de velocidade dos integrados TTL. Os integrados da série CMOS podem operar com tensdes entre 3 e 15 V, o que significa também maior flexibilidade de projeto, ja que as fontes podem ser adequadas as aplicacées. Na figura 57 temos um exemplo de inversor com transistor de canal P e de canal N do tipo MOS. A curva de transferéncia deste circuito é mostrada na figura 58, onde se observa os valores em que ocorre a transicéo de para 1. 2 NEWTON C. BRAGA Entrada ° FIGURA 57 ay) Entrada +V/2 Wo +V 4+(V) Satda FIGURA 58 B O Basico da Eletrénica Digital Qutra caracteristica dos integrados CMOS é a corrente de entrada extremamente baixa que nao carrega as saidas. A principal série de integrados CMOS é a que inicia com 0 4000 (prefixos podem aparecer conforme o fabricante como CD4000 para a RCA etc.). Um fator importante deve ser observado no trato dos circuitos CMOS. Qs transistores de efeito de campo tém suas entradas abertas nos circuitos Idgicos, 0 que significa que o dielétrico do semicondutor, extremamente fino, fica sujeito a descargas estaticas que podem furad-lo. Se isso acontecer o dispositivo é inutilizado. Assim, o manuseio do CMOS é delicado, devendo ser evitado tocar com os dedos diretamente nos pinos, soldar o componente com o ferro alimentado, ou mesmo deixar o componente sobre materiais que possam acumular cargas estaticas, tais como caixas plasticas/tapetes, carpetes etc. Dependendo do fabricante existe uma protecdo interna para a comporta do integrado, que consiste num diodo, conforme mostra a figura 59, mas dependendo da intensidade da descarga ou de sua duracao, o circuito pode nao ser suficiente para evitar a queima do componente. 74 NEWTON C. BRAGA o1 Entrada : cmos Dl, D2 = protecdo FIGURA 59 Maximo de cuidado, pois no manuseio dos integrados CMOS: - Evite segurar os terminais com as maos - Use soquete - Nao solde com pistola de soldar - Guarde-os sempre em caixa metdlica ou na esponja condutora em que normalmente vém do fabricante Algumas regras de uso sao importantes: - Nao se deve deixar entradas deportas livres: ligue-as a terra ou ao positivo da fonte, conforme o caso. - Use sempre pontas de prova de alta impedancia ao testar integrados CMOS. 15 O Basico da Eletrénica Digital Usando Circuitos Logicos Vista as familias e os tipos de funcgdes, podemos comecar com a pratica. O primeiro ponto a ser observado é em relacado nos invélucros em que obtemos os integrados das duas familias: CMOS e TTL. Normalmente os integrados que mais usamos s&o os de 14 pinos DIL e de 16 pinos DIL. DIL significa Dual-in-line, ou seja, duas filas de terminais paralelos, conforme mostra a figura 60. 9 8 8 7 10 7 9 6 11 6 10 5 12| 5 ll 4 13 4 12 3 14 3 13 2 15 2 14 1 16| 1 14 pinos DIL 16 pinos DIL FIGURA 60 Observe que, para estes invdlucros existe uma marca que identifica o pino 1, a partir do qual fazemos uma contagem. Fungées mais complexas podem exigir invélucros de maior numero de pinos, chegando em alguns casos a mais de 40. Estes integrados podem ser soldados diretamente numa placa de circuito impresso ou fixados num soquete, conforme mostra a figura 61. 16 NEWTON C. BRAGA Soquete FIGURA 61 Soquetes de baixo custo tipo “molex" sao comuns, e permitem o aproveitamento dos integrados de uma experiéncia em outra. Na verdade, o uso do soquete é sempre recomendado, pois evita também o choque térmico na soldagem que pode até danificar o componente. Para a soldagem direta do integrado, o soldador deve ter ponta bem fina e deve ser evitado a todo custo solda em excesso que pode espalhar e curtocircuitar terminais (veja figura 62). 77 O Basico da Eletrénica Digital Ponta fina ( o an! Ponte de solda FIGURA 62 Se isso acontecer, a “ponte" de solda pode ser eliminada com ajuda do prdprio soldador e de um palito. Aqueca 0 local e passe o palito para remover a solda em excesso que o problema estara eliminado. Para alimentar seus aparelhos sera preciso dispor de uma fonte de 5 V (se vocé trabalhar com TTL) ou entre 3 e 15 V se vocé trabalhar com CMOS. As experiéncias e montagens que descreveremos, em sua maioria seréo em torno dos integrados TTL. Assim, a fonte que montaremos sera de 5 V (que também serve para CMOS, pois eles também trabalham com esta tensdo). Existem integrados reguladores de tensao que facilitam no maximo a montagem de uma fonte. Em especial recomendamos os integrados da série 78XX um que o XX indica a tensdo que fornecem na saida. Assim, usando 0 7805 teremos uma saida de 5 V. Na figura 63 temos o aspecto deste integrado que fornece uma corrente de 1 A e que precisa ser dotado de um radiador de calor, 78 NEWTON C. BRAGA FIGURA 63 A entrada deste integrado pode ficar entre 10 V e 34 V, 0 que nos leva a possibilidade de usar qualquer transformador de 9 a 20 V, aproximadamente, com corrente de 1 A. O circuito pronto, mostrado na figura 64 pode ser usado para alimentar projetos com grande quantidade de integrados TTL. 12+12v 1 OSaida(+5V) FIGURA 64 Para alimentar circuitos CMOS damos em especial uma fonte com 7812 que fornece uma tensdo de 12 V (veja a figura 65) 79 © Basico da Eletrénica Digital 15+15V 1A FIGURA 65 O integrado também deve ser dotado de um radiador de calor, principalmente se for alimentada grande quantidade de componentes, O 7400 Comegamos por descrever cada elemento da familia légica TTL e em alguns casos até dando alguns circuitos interessantes, como no caso do 7400. O 7400 consiste num integrado que contém 4 portas NAND (NAO E) de duas entradas, conforme mostra a figura 66. 80 NEWTON C. BRAGA 4 7400 - FIGURA 66 Cada uma das portas pode ser usada separadamente, e o consumo de energia é de 12 mA por integrado. Lembramos entdéo que neste integrado “Quando as duas entradas estiverem no nivel Hi entao a saida sera LO". Nas outras condicées possiveis a saida sera HI. A tabela verdade para este integrado e mostrada a seguir: Tabela verdade HHROoOD HoHoD COREE O circuito da figura 67 permite que o leitor verifique estas condigdes com facilidade. O LED acendera quando a saida do integrado estiver no nivel LO. 81 © Basico da Eletrénica Digital + L FIGURA 67° Veja que é mais vantagem fazer projetos em que o LED acenda no nivel LO, corno mostra a figura 68, pois nesta condicéo a corrente que podemos obter é maior. Acende no Lo aida TTL FIGURA 68 Na figura 69 temos um oscilador feito com duas das 4 portas NAND do integrado 7400. 82 NEWTON C. BRAGA 100nF a 10pF 2200 FIGURA 69 Podemos usar este, Circuito no projeto de uma sirene ou de um pisca-pisca. Para sirene, temos ent&éo o uso de 4 portas, pois duas oscilam em alta frequéncia produzindo um sinal de audio e duas em baixa frequéncia produzindo a modulacao (veja figura 70). FIGURA 70 83 O Basico da Eletrénica Digital Os capacitores determinam o tom e a modulagaéo podendo ser variados pelo leitor a vontade. A etapa de saida de poténcia permite que um alto-falante seja excitado com bom volume. Para alimentar com uma tensdo de 6 volts este circuito existe um artificio muito interessante que consiste na produgdo de uma queda de tensdo de 0,7 V com um diodo de silicio, conforme mostra a figura 71. LS, 1N4001 + FIGURA 71 Este diodo ligado em série com a fonte, reduz a tensdo para 5,3 V, aproximadamente, que esta dentro do suportado pelos integrados TTL num funcionamento normal. O tempo de propagacao do sinal por uma porta 7400 é de, aproximadamente, 10 nanossegundos. O 7401 Este integrado TTL contém 4 portas NAND de duas entradas, mas do tipo “Open Colector". Isso significa que a saida dos transistores ndo possui um resistor interno de carga. Este resistor, tipicamente de 2 k2 deve ser ligado externamente, conforme mostra a figura 72. 84 NEWTON C. BRAGA +5V Saida 7401 Modo de usar 9 7401"? FIGURA 72 Observa-se também, pela figura 73 que a pinagem deste integrado corresponde a uma disposic&o diferente do 7400. +5V 7401, = FIGURA 73 O consumo de cada integrado 7401 é de 8 mA tipicamente e a tabela verdade é a mesma do 7400, pois se tratam das mesmas fungées. Cada uma das portas deste integrado pode ser usada independentemente. 85 O Basico da Eletrénica Digital O 7402 Este integrado consta de 4 portas NOR (NAO OU) de duas entradas, conforme mostra a figura 74. . 9+5V 14) 13 12 ret 10 2 8 CC] LT CIT Cy CI CI Y 1 2 3 4 5 6 7 7402 a FIGURA 74 As quatro portas podem ser usadas independentemente, lembrando apenas que a alimentagao é comum a todas. O consumo de corrente por integrado e de 12 mA em média. Podemos descrever o funcionamento destas_ portas por:”Quando as duas entradas estiverem no nivel LO entao a saida sera HI". Nas outras condicdes possiveis a saida sera LO. A B s 0 0 1 0 1 0 1 0 0 1 1 0 O 7403 Este integrado TTL consiste em 4 portas NAND de duas entradas com coletor aberto na saida. Conforme dissemos, no 86 NEWTON C. BRAGA caso do 7401, neste tipo de integrado, é preciso ligar um resistor de 2 k2 entre a saida e o + da alimentacdo para se obter a saida em nivel HI. Na figura 75 temos a configuracao interna deste integrado, assim como a sua pinagem. 9+5V 7403 FIGURA 75 A tabela verdade € a mesma do 7401 que também e formado por 4 portas. NAND de duas entradas. O 7404 Este integrado consiste em 6 inversores, ou seja, um Hex Inverter, sendo que cada um dos seis inversores pode ser usado independentemente. Na figura 76 temos a disposigéo interna no integrado destes inversores. A tabela verdade de cada inversor é muito simples: A Ss 0 1 1 0 87 O Basico da Eletrénica Digital +5V 7404 > FIGURA 76 Isso significa que, quando a entrada de um inversor for HI a saida seré LO, e seja, quando aplicarmos uma tensdo entre 0 e 0,8 V na entrada teremos entre 4 e 5 V na saida e vice-versa. OQ consumo de _ corrente por integrado de aproximadamente 12 mA. Lembramos que a corrente de saida maxima de cada inversor é de 16 mA. Na figura 77 temos um circuito oscilador que utiliza inversores e que pode ser usado como injetor de sinais, clock ou mesmo como base para um projeto de sirene. 22: Saido 7404/7405 ‘FIGURA 77 88 NEWTON C. BRAGA © tempo de propagacaéo do sinal por uma porta é tipicamente de 10 ns, sendo este valor um indicativo de sua velocidade de operacao. 0 7405 Este integrado consiste em Seis inversores (Hex Inverter) com saidas em coletor aberto, o que, conforme ja vimos, exige a ligagdo de resistores de 2.k2 entre estas saidas e o + da alimentacdo para obtencao do nivel HI. Na figura 78 temos o circuito interno deste integrado com a identificagéo dos terminais. A tabela verdade é simples: A s 1 0 0 1 7405 FIGURA 78 A saida tem nivel légico contrario ao do sinal aplicado a entrada. A corrente drenada por integrado e de 12 mA. Todos os seis inversores podem ser usados independentemente. 89 © Basico da Eletrénica Digital O 7406 Este também é um inversor séxtuplo (Hex Inverter) com saida em coletor aberto de até 30 V.. Na condicg&éo de saida LO pode-se drenar em cada saida deste integrado uma corrente de 30 mA com tensdo de alimentacdo de até 30 V. Observe que a tensdo de alimentacao deste integrado é ainda 5 V (veja a figura 79). O consumo de corrente por integrado é de 30 mA eo tempo de propagacao é de 10 ns para levar a saida ao nivel HI e de 15 ns para levar ao nivel LO. Rey 14 13, 12 1 10 9 8 ri ri 4 cL LI Py 5 #6 3 4 RY 7406 FIGURA 79 O 7407 © 7407 consiste em seis nao inversores também com saidas em coletor aberto até 30 V com a pinagem mostrada na figura 80. O consumo por involucro é de 25 mA em média e cada um dos nao inversores pode ser usado independentemente.

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