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5.6.6.2 - Transferéncias Financeiras As transferéncias financeiras sGo feitas em conformidade com as propostas feitas pelas Unidades Orgamentais. A Direcc&o Nacional do Tesouro, examina as disponibilidades da Conta Unica do Tesouro, aprova as propostas ¢ liberta os recursos financeiros aprovados nas datas previstas para o pagamento de cada categoria de gasto. ‘As Unidades Orgamentais com base nas propostas aprovadas pela DireccGo Nacional do Tesouro, transferem para as suas respectivos Orgaos Dependentes as estabelecendo deste modo os limites financeiros para destes Orgdos. Esta liberacdo dos recursos financeiros € feita de duas maneiras: uma orcamental e a outra_exira-orcamental. A orcamental compreende o Limite Financeiro e a Quota Financeira e a extra-orcamental serve para atender os Restos a Pagar. 5.6.6.3- Ciclo Orgamental?3 © Orcamento do Estado desde a elaboragdo até o fim da sua execucdo percorre as seguintes fases fundamentais: 1° Fase: Elaboragao - Organizagdo e elaboracdo da proposta or¢amental 2 Fase: Aptovacao — Andlise e aprovacdo da proposta orgamental 3* Fase: Execugdo - Arrecadagdo das receitas ¢ realizagdo das despesas. 4° Fase: Controlo - Fiscaliza¢ao da execu¢ao do orgamento. 5.6.6.4- Estrutura E Conteddo do Orgamento O Orcamento é um plano de caixa onde so especificadas as fontes e montantes das receitas e sua distribuigGo para a cobertura das despesas ® Manual de Instrugdes de eaboragdo do OGE 2015 Prof: Nelito Victor 87 a efectuar no ano respective. © or¢amenio esta vinculado ao Programa de Governo onde sdo tragadas as grandes metas ¢ orientagdes para o percutso de desenvolvimento a seguir pelo Pais. © OGE de cada ano deve estar compatibiizado com as accées previstas no programa em vigor para aquele ano especifico, que no relativo das receitas previstas, quer das despesas necessdrias para garantir a realizago dos objectivos programados. Os componenies fundamentais do OGE para cada ano séo Receitas e Despesas Publicas. §.6.6.5- Estrutura do Sistema Or¢amental?4 Orgdos do Governo: é a entidade articuladora entre 0 érgao central @ as respectivas Unidades Orcamentais. Sao estruturas Sectoriais do Governo tais como drgGos de Soberania, os Ministérios, os Governos Provinciais, os servicos de inteligéncia, a Procuradoria-geral da Republica, a ComissGo Nacional Eleitoral e demais érgGos definidos pelo Executivo Unidade Oreamental: £ 0 Orgdo do Estado, ou 0 Conjunto de érgaos, ou de Servicos da Administragdo do Estado, ov da Administracto Autarquica, Funds e Servicos Auténomos, Instituigdes Sem Fins Lucrativos, financiadas maioritariamente pelos poderes publicos e a seguranga social, a quem forem consignadas dotagées orcamentais préprias. Orgao Dependente: Unidade Administrativa, ou executora, dos 6rgdos, ou dos servicos, da Administragdo Autarquica. Fundos ¢ Servicos Auténomos, instituigdes Sem Fins Lucrativos Financiadas maioritariamente pelos poderes ptiblicos e a seguranca social, que se constituem em unidades oreamentais. * Ibidem Prof: Nelito Victor ge 5.6.6.6- Niveis Programaticos?5 OrgGo do Sistema Orcamental: é a entidade articuladora enire o Org&o Central Coordenar e as respectivas Unidades Or¢amentais, sendo responsdvel pela coordenagdo das ac¢ées na sua esfera de actuagao (Unidades Orgamentais e Orgaos Dependentes) Unidades Orcamentais: sao entidades vinculadas ou subordinadas aos drgdos do sistema orgamental, sujeitas & orientag&o normativa e & supervisGo técnica dos drgdos do sistema or¢amental. 5.6.6.7- ClassificagGo Institucional”* De acordo com a Lei Quadro do Orcamento Geral do Estado, Lei 18/10, de 14 de Julho. Classificacdo Institucional: Orgdos do Governo; Unidade Orgamental e Orgdo Dependente. 5.7- A Receita Péblica §.7.1- Conceito Considera-se como Receifa todo o recebimento ou entrada de recursos arrecadados pela entidade com a finalidade de ser aplicado em gastos operacionais e de administra¢Go, ou em outras palavras, € todo o recurso obtido pelo Estado para aplicar nas despesas publicas. A Receita Publica um conjunto de entradas ou ingressos financeiros, com fontes geradores préprios ¢ permanentes, originados de acco e de tributos proprios a instituicde, que na qualidade de elemento novo, produz acréscimos patrimoniais, sem, contudo gerar obrigagées, reservas ou reivindicagées de terceiros (””). ® Ibidem *Thidem 27. sUND, Seago AFO Administracuo Financeira ¢ Orgamental Prof: Nelito Victor 89 Nas receitas orcamentarias disinguem-se duas modalidades de recebimentos: v Recebimento de receitas efectivas, que se disinguem por entradas de numerdrios sem as respectivas saidos de outros elementos patrimoniais; ¥ Recebimentos decorrentes da venda de bens patrimoniais ou exclusdio de valores denominados por receitas por mutacao patrimonial. §.7.2- Classifica¢Go das Receitas Areceita publica classifica-se: §.7.2.1- Quanto a sua natureza As receitas classificam-se em Orgamentais e Extra-Org¢amentais. As Receitas Or¢amentais sGo as arrecada¢ées de recursos financeiros e que tém como finalidade © atendimento das actividades e os programas do Governo tais como as receitas tributdrias, as patrimoniais, de servicos, operacées_ de crédito, alienacGes_ de bens, as amortizagées_de empréstimos concedidos as transferéncias correntes e de capital. As Receitas Extra-orcamentais so as entradas financeiras transitivas e temporérias € que serdo reembolsados no futuro sob forma de despesas extra-orgamentais, originando deste modo, passivos financeiros, uma vez que ndo pertencem ao Estado e também, nao integram o orcamento. Fazem parte deste grupo de receitos as caucdes em dinheiro, as fiancas, depésitos de_terceiros em garantia, os saldrios néo_reclamados, as operacées de crédito por antecipacdo da receifa_orcamental, as inscticdes em restos a pagar, o servico da divida a pagar. Prof: Nelito Victor 90 5.7.2.2- Quanto @ sua categoria econémica AS receitas classificam-se em Correntes e de Capital. As receifas correntes so 0s recursos recebidos de pessoas colectivas € singulares e que sdo destinados para os gastos comentes ou de consumo. OU seja, sdio 0s recursos financeiros obtidos por meio das receitas efectivas, derivadas ou origindrias tais com as receitas tributdrias, as patrimoniais, as transferéncias corentes e outras receitas correntes. Nesta categoria de receita temos os Impostos, as Taxas, as Contripuigdes e as Transferéncias Correntes As receitas de capital sao receilas destinadas 4 aplicacdo e cobertura das despesas com investimentos e gue decomem de um facto permutativo, também sGo chamadas de receitas secundarias e resultam da realizagao ou efectivagdo de operacao de crédito, alienacao de bens, recebimento de dividas e auxilios recebidos de outras entidades e outras. Nesta categoria de receita destacam-se as Operacées de Crédito, as AlienagSes de Bens, as AmortizacGes de Empréstimos, as Transferéncias de Capital e Qutras Receitas de Capital. 5.7.2.3- Quanto @ sua afecta¢Go patrimonial As receitas classificam-se em Efectivas e por MutagGes Patrimor As receitas efectivas sGo as que contribuem para o aumento do Patriménio liquido como por exemplo as receitas correntes. Prof: Nelito Victor As receifas por mutagdes patrimoniais sco receitas que ndo acrescentam o patriménio liquido, e temos como exemplo as receitas de capital §.7.2.4- Quanto & sua Regularidade As receitas classificam-se em Ordindrias ¢ Extraordindrias. As receitas Ordindrias sGo as entradas de recursos financeiros permanentes e estaveis e que sGo amecadados requiarmente em cada exercicio financeiro, ou seja, sao recursos continuos e que serve de fonte incessante de recursos ao Estado. As receitas Extraordindrias sao de cardcter ndo continuo, inconstantes, excepcionais provenientes por exemplo de calamidades naturais, guerras, doacées, os empréstimos compulsérios ou obrigatérios e outras. §.7.2.5- Quanto & sua Coercibilidade As receitas classificam-se em Origindrias e Derivadas. As receitas origindrias so as receitas provenientes da explorag¢ao do patriménio publico, no qual o Estado actua particular exercendo as actividades privadas, tais como servicos comerciagis e industriais, alugueis de imédveis ¢ invers anceiras € outros. As receifas derivadas sdo as receitas provenientes do exercicio do poder de tributar por parte do Estado os rendimentos ou 0 patriménio da colectividade. Nesta categoria destacam-se a cobranca de triputos e as outras receitas que decorrem do poder coercitive e que so dependentes da disposicdo legal. Prof: Nelito Victor 92 5.7.3- Fases ou Estagios das Receitas As Receitas Orcamentais comportam quarfo ou fases efapas: Previsdio, Lancamento, Arrecadacdo e Recolhimento 5.7.3.1- PrevisGo das Receitas A Previsdo da receita orcamental é a fase correspondente 4 estimativa da receita que 0 Governo espera amecadar durante um determinado exercicio financeiro. Feita esta estimativa dos receitas a arecadar, o Govemo planifica e define os gastos a efectuar € que fardo parte da Lei Orgamental Anual, fixando deste modo o montante das despesas a serem realizadas. 5.7.3.2- Lanc¢amento das Receitas © Langamento da receita 6 0 acto pelo qual é feita a identificagao do devedor ou da pessoa do contribuinte, ou seja, € 0 acto pelo qual a repartigao fiscal verifica a origem do crédito fiscal € inscreve a débito dela. © langamento pode ser feito em uma das irés modalidades: de oficio ou directo, por declaracGo miso e por homologagéo ou auio langamento. 5.7.3.2.1- Langamento de Oficio ou Directo © Lan¢amento de Oficio ou Directo € feito directamente e unilateralmente pela autoridade administrativa, isto 6, sem interven¢do do Contribuinte. 5.7.3.2.2- Lan¢amento por Declara¢Go ou Misto O Langamenio por Declara¢Go ou Misto é efectuada pela autoridade administrativa com a colabora¢do do préprio Contribuinte ou de uma terceira pessoa, obrigada pela lei a prestar as informa¢gdes sobre a matéria ou do facto gerador de receita Prof: Nelito Victor 5.7.3.2.3- Langamenio por Homologacao ou Auto Lancamento © Langamenfo por Homologagao ou Auto Langamento acontece quando & informado pelo préprio Contribuinte e, posteriormente, homologado pela autoridade administrativa. 5.7.3.3- Arrecadac¢Go das Receitas A arrecadagéo da receita orcamental € a fase correspondente aos pagamentos realizados directamente pelos Contribuintes as Reparticdes Fiscais e Bancos Comerciais autorizados para o efeito, dos valores que Ihes sGo devidos tais como, Impostos, Multas € outros. 5.7.3.4- Recolhimento das Receitas © Recolhimento da receita orcamental é a fase que comresponde a entreaa dos valores aecadados Reparticées Fiscals e Bancos Comerciais go Banco Nacional de Angola para o crédito na Conta Unica do Tesouro Nacional (CUT). A Lei prevé o cumprimento escrupuloso do principio da unidade de caixa, sendo deste modo proibida a criagdo de caixas especiais sem a prévia autorizagao das autoridades competentes. 5. 5- Codifica¢Go das Receitas A codificacao das Receitas Orcamentais compreendem sefe (7) digitos conforme 0 exemplo € 0 quadro abaixo: Exemplo: 4.1.1.1.1.01.01 - Receite Corrente Prof: Nelito Victor Digitos (Classificagao [Desdobramento i> a Categoria Eeondmica Receita Corrente > axa ‘Subcategoria Econsmica [Receita Teibutaxia > aaa Fonte Impostos fasta SSubconta limposto sobre Rendimentos limposto sobre Rendimentos de! IPessoas Singulares limposto sobre Rendimentos) [Trabalhos p/Conta Outrem. lee [611.201 [Rubrica Ieee {111.0101 ‘Sub -Rubrica Fonte: Plano de Contas do Estado - SIGFE 5.8- A Despesa PUblica 5.8.1- Conceito Entende-se como Despesa Publica 0 conjunto de gastos do Estado ou de outra pessoa de Direito PUblico a qualquer titulo, a fim de pagar gastos fixados pela Lei Oreamental, visando 4 realizagao e o funcionamento dos servigos pUblicos. A despesa publica € parte do or¢amento, ou seja, aquela em que se enconiram classificadas todas as autorizagdes para gastos com varias atribuices e fun¢des governamentais. As despesas publicas formam um complexo da distribuicdo e emprego das receitas para o custeio e investimento em diferentes sectores da administragao governamental. (28) 5.8.2- Classifica¢do das Despesas A Despesa Publica classifica-se: 2 * UND, Sérgio - AFO Administagio Financeira ¢ Orgamental 2 pIRES, Joao Batista Fortes de Zousa- Contabilidade Pablica, Teoria e Pritica Prof: Nelito Victor §.8.2.1- Quanto & sua natureza As Despesas classificam-se em Orgamentais ¢ Extra-Or¢amentais. As Despesas Orcamentais scio as despesas fixadas e especificadas e definidas na lei or¢amental e dos créditos orcamentais, previamente autorizadas pelo Poder Legislativo, instituidos com base nas normas legais e deste modo, devem obedecer quando da sua execucdo as respectivas fases: Cabimentacdo, Liquidacdo e Pagamento. As Despesas Extra-orcamentais sco as saidas de recursos financeiros transitérios sob forma de receitas extra-orcamentais. Estas despesas nao sdo consignadas pela lei orcamental ¢ dos créditos orcamentais. Temos como exemplo destas despesas as restituic6es de depésitos, de caucées, 0s pagamentos de restos a pagar, os resgates de operacées de crédito por Aniecipacado de Receitas Orcamentais (ARO). Estas despesas nGo necessitam de autorizagGo legal para a sua efectivagao, por nao pertencerem ao Orgdo Publico, sendo pura e simplesmente, uma devolugdo de recursos financeiros pertencentes a Terceiros ou a outros entes. 5.8.2.2- Quanto & sua categoria econémica As despesas classificam-se em Correntes e de Capital. As Despesas Cortentes sdo as despesas destinadas a manufencao e o funcionamento dos servicos pUblicos prestades pela propria Administracdo ou fransferidos a outras pessoas fisicas ou juridicas. Este tipo de despesa no origina um aumento patrimonial, gera apenas, uma diminuic¢éo do mesmo. Prof: Nelito Victor On As despesas correntes dividem-se: despesas de Custeio e Transferéncias Correntes. As despesas de Custeio sGo as despesas destinadas 4 manuten¢Go de servigos antes criados, as obras de_conservacéo e integracGo de bens iméveis, pagamentos de servicos de terceiros, pagamento de pessoal e encargos, aquisi¢Go de material de consumo e outras despesas. As despesas de Transferéncias Correntes sGo despesas que ndo possuem contrapartida direita em bens e servicos tais como, as transferéncias para 0 abono de familia, as pensdes de reforma, invalidez e outras, as subvencées e outras, ‘As Despesas de Capital sdio as despesas realizadas de forma directa ou indirecta pela AdministracGo Publica, com o intuito de adauirir ov construir bens de capital que iréo contribuir para a_producGo de novos bens ou servicos. Estas despesas, ao contrario com as correntes, originam aumento patrimonial, resultante da mutagGo por incorporacao patrimonial do bem ou do produto produzide ou adquirido. Temos como exemplo desse tipo de despesas, as aquisic6es de eaificios, meios de transporte, construcdo de estradas, pontes, escolas, hospitais, etc. As despesas de capital dividem-se: em de investimentos, de inversdes financeiras ¢ transferéncias de capital. As despesas de investimentos sGo as despesas destinadas para a execugdo de obras, as aquisicées de imévels, instalacées, equipamentos e materials de cardcter permanente, a constituigao e aumento de capital em empresas que ndo sejam de cardcter financeiro ou comercial. As despesas de investimento, geram_servicos que coniribuem_para_o aumento do Produto Interno Bruto (PIB). Prof: Nelito Victor a As despesas de inversées financeiras sGo as despesas destinadas 4 adquirir iméveis ou bens de capital jd em uso. Fazem parte deste fipo de despesas, a obtencdo de fitulos representatives em capifal de _entidades ou_empresas, a constituicGo ou o aumento de capital em empresas ou enfidades que tem obiectivos comerciais ou financeiros. As despesas de inversdes financeiras, ndo geram servicos que coniribyem para o aumento do Produto Inferno Bruto (PIB) As despesas de Transferéncias de Capital so despesas destinadas a investimentos ou inversdes financeiras que as outras pessoas de Direito Poblico ou Privado devem realizar, independentemente de contraprestacdo directa em bens ou servicos. Fazem parte desse conjunto de despesas, as amortizacdes da divida publica e as contribuicdes para os organizacées mulfilaterais 5,.8.2.3- Quanto & sua Afectagdo Patrimonial As despesas cClassificam-se em Efectivas e por Mutagées Patrimoniais. ‘As Despesas Efectivas sto as despesas que nao alferam o patriménio liquido do Estado e sao fixas nas dotacées orcameniais anuais, sendo de cardcter obrigatérias 0 seu pagamento pelo Estado. Também sao conhecidas como despesas de Custeio. Fazem parte dessas despesas_o pagamento do pessoal e encargos. os juros 6 os encargos da _divida interna e externa. As Despesas por Mutacées Patrimoniais sao as despesas que alieram o patriménio liquido do Estado. Também so chamadas como despesas ndo efectivas. Fazem parte dessas despesas, os investimentos, as invers6es financeiras, a amortizagao da divida interna e externa. Prof: Nelito Victor og. 5.8.2.4- Quanto & sua Regularidade As despesas classificam-se em Ordindrias e Extraordindrias. AS Despesas Ordindrias sGo aquelas destinadas @ manutencGo continua dos servicos publicos e por isso sao repetitivos em todos os exercicios, tais como as despesas com o pessoal, os pagamentos de bens @ servicos aos terceiros, e outros. As Despesas Extraordindrias sGo aquelas despesas de cardcter esporddico, extraordindrio ou excepcional e ndo aparecem em todos os exercicios or¢amentais. Temos como exemplo dessas despesas, as resuliantes de calamidade publica, de querra _e outras ocorméncias ndo previstas. 5.8.3- Estagios ou Fases das Despesas De acordo com Lei 15/10-Lei Quadro do Orgamento Geral do Estado para a realizagdo da despesa pUblica deve obedecer trés fases ou estagios: Cabimentacdo, Liquidagdo e o Pagamento. 5.8.3.1- Cabimentagdo da Despesa A cabimentacdo da despesa € a primeira fase da realizagéio da despesa. E 0 acto emanado de autoridade competente que consiste em se deduzir do saido de determinada dotagao do orcamento a parcela necessdria 4 realizagéo da despesa aprovada e que assegura ao fomecedor que o bem ou servigo € pago, desde que observadas as condigdes acordadas. Esta fase da despesa, deve observar as seguintes etapas: autorizagao que € 0 despacho do ordenador da despesa, a in Prof: Nelito Victor modalidade de pagamento ou licitagGo aue é indicacao da forma de pagamento, isto 6, ordindrio, global ou por estimativa e a formalizagao que € etapa que consiste na emissdo da Nota de Cabimentacdo (NCB) e a rtespectiva deducdo do valor da despesa efectuada no saldo da dotagdo orcamental 5.8.3.2- liquidacdo da Despesa A LiquidagGo da despesa é a segunda fase da realizacdo da despesa Consiste na verificacGo do direito adquirido pelo credor, tendo como pressupostos os titulos e documentos comprovativos do respectivo crédito. Em outras palavras, 6 « comprovacdo dada pela pelo gestor publico, de que © credor cumpriu fodas as suas obriga¢ées constantes na Nota de Cabimentagdo (NCB). Esta fase da despesa tem como finalidade identificar e apurar a origem @ 0 objecto de que se vai pagar, 0 valor a pagar e a quem se deve pagar, emitindo dessa forma, o decumento chamado Nota de Liquidagao (LQ). 5.8.3.3- Pagamento da Despesa © Pagamento da despesa é a terceira € a Ultima fase da realizagao da despesa. Ea quitagdo do débito apés a sua regular liquidacdo. Consiste no despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga, ou seja, consiste na entrega ao credor dos recursos financeiros equivalentes 6 divida Iiquida. Nesta fase, emite-se o documento chamado Ordem de Saque (0S). Antes da emisséio da Ordem de Saque (0S), 0 gestor deverd verificar e certificar da devida liquidagaio da despesa pelos servicos de contabilidade. Prof: Nelito Victor ite 5.8.4- Codifica¢Go das Despesas A codificagao das Despesas Orcamentais compreendem sete (7) digitos conforme o exemplo e 0 quadro abaixo: Exemplo: 3.3.1.1.1.01.01 - Despesa Corrente Digitos [Classifcagio [Desdobramento ft Ba [Categoria Beonomica [Despesa Corrente be [aad Natureza da Despesa Despesa com Pessoal b [aaa [Despesa com Pessoal Civil Vencimentos e Remun| [de 13.3. [Perm.Pess.Civil eG [331.1101 Vencimento Pessoal i Quadro '3.3.1.1..0101 Quadro [Vencimento Base Pessoal do Fonte: Plano de Contas do Estado ~ SIGFE 5.8.5- Despesas dos Exercicios Findos ‘As despesas de exercicios findos ou anteriores sGio despesas resuliantes de compromissos assumidos em exercicios anteriores aquele em que ocorrer 0 pagamento, para as quais néo existe a Liquida¢ao inscrito em Restos a Pagar porque foi cancelado ou néio foi cabimentada no devido periodo. Podem ser pagas em despesas de exercicios findos, desde que estejam devidamente autorizadas pelo ordenador de _despesa_casos como: despesas de exercicios encerrados, e que foram consignados créditos préprios, com saldo suficiente para atendé-las, mas no entanio, nao finham sido processadas na devida altura e 0 credor finha cumprido a sua obrigagGo, os Restos a Pagar que finham sido cancelados, mas 0 credor finha cumprido a sua obrigagGo, 0s compromissos resultantes de Prof: Nelito Victor 101 obrigages de pagamento criados em virtude da lei € reconhecidos apés 0 fecho do exercicio orgamental. 5. - Restos a Pagar 5.8.6.1- Conceito Os Restos a Pagar sdo despesas cabimentadas, liquidadas e néo pages dentro do exercicio financeiro, ou seja, nao pagas até 31 de Dezembro. 5.8.6.2 - Classifica¢ao Os Restos a Pagar classificam-se: processados e ndo processados. 5.8.6.3 - Processados Os Restos a Pagar processados, decorrem de despesas liquidadas, em que 0 credor jé cumpriu as suas obrigagdes pela entrega do material, do bem, prestou os servicos ou executou parte da obra do exercicio corrente. 5.8.6.4 — NGo Processados Os Restos a Pagar ndo processados, decorem de despesas ndo liquidadas ou seja, s40 aquelas que dependem do fornecimento do material, do bem, ou da prestacao dos servicos ou execu¢do da obra. 5.9-Divida Publica 5.9.1 - Divida PUblica Activa A divida piblica activa corresponde aos créditos de natureza tributdéria ou no, que a data fixada pela Repartico Fiscal para o pagamento ndo foram liquidados pelos Contribuintes (devedores), constituindo-se deste modo, em Direitos a Receber, tais como as receitas tributdrias e ndo tributGrias, as rendas ndo pagas no exercicio Prof: Nelito Victor 102 Existem dois tipos da Divida Activa 5.9.1.1 — Divida Activa Tributaria A divida péblica fributdria coresponde créditos de natureza tributdria resultantes de obrigacdo legal relativos d tributos, os respectives adicionais e as multas. 5.9.1.2 - Divida Activa Nao Tributaria A divida pblica nao trbutdéria comesponde aos demais créaitos de natureza ndo tributdria resultantes empréstimos obrigatérios, mulias de qualquer origem ou natureza, as custas processuais, indemnizacdes & outras. A inscrigao da divida activa néo constitui uma receifa, mas sim, um direito a receber. O recebimento desse direito, decorrente do pagamenio do valor pelo contribuinte, sera reconhecido como uma receifa corrente na data do recebimento, considerando-se neste contexto o regime de Caixa. 5.9.2 - Divida Piblica Passiva A divida piblica passiva consiste no reconhecimento da obrigagdo no passive, do conjunfo de compromissos envolvendo os juros_¢ a amortizacéo do capital, de curto e longo prazos assumidos pelo Estado. Segundo a Lei - Quadro da Divida Publica Directa, Lei n. 16/02, de 05 de Dezembro, Artigo 3°, classifica a divida péblica em Flutuante, Fundada, em Moeda Nacional e em Moeda Externa. Prof: Nelito Victor 103 5.9.3 - Divida Péblica Flutuante A divida pdblica flutuante & a divida coniraida e para ser totalmente amortizada até ao final de exercicio do orcamento em que foi ctiada, 5.9.4 — Divida PGblica Fundada A divida publica fundada & a divida contraida e para ser amortizada em exercicio or¢amental futuro em que foi criada. 5.9.5 — Divida Piblica em Moeda Nacional A divida péblica em moeda nacional é a divida contraida em moeda com curso legal em Angola. 5.9.6 - Divida Piblica em Moeda Estrangeira A divida piblica em moeda estrangeira é a divida contraida em moeda com curso legal em pais estrangeiro. Prof: Nelito Victor

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