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Controle de medidas ‘Atualizado polas Unidades Escolaras do SENAI-SP/2010 Metrologia Metrologia e industria Toda organizacéo comercial, industrial ou de prestagdo de servigos tem sua sobrevivéncia ligada a qualidade de seus produtos. Esta dependéncia é cada vez maior devido ao crescente ntimero de concorrentes e nivel de exigéncia dos consumidores (consumidor mal atendido pode se dirigir a outro fornecedor). Como toda empresa, além de sua sobrevivéncia, quer garantit uma posigao de destaque no mercado, ela terd que investir em tecnologia e no envolvimento dos trabalhadores no aperfeigoamento do processo produtivo, Esses dois fatores formam o controle da qualidade, que tem por finalidade aumentar a producdo e baixar os custos, sem comprometer a qualidade dos produtos. E que o controle da qualidade, ao contrario da inspegdo, age sobre a totalidade do processo produtivo para prevenir a ocorréncia de defeitos (e nao apenas separar as peas boas das ruins no final da fabricacao). De acordo com a norma DIN §5350/11, “qualidade ¢ caracterizada pelas condigoes de uma unidade, com relagao a sua aptidao para satisfazer necessidades definidas e pressupostas”. A qualidade manifesta-se em caracteristicas que podem ser: * propriedades fisicas; * propriedades quimicas; * dimensées; * composigao ou textura, ou qualquer outro requisito utilizado para definir a natureza do produto ou servigo, SENAL-SP ~ INTRANET 9 Controle de medidas © controle de medidas, parte integrante do controle da qualidade, é responsdvel pelos instrumentos de medida e pelos processos de medicdo; esta presente desde a recepgo da matéria-prima e etapas de fabricagao até os ensaios e verificacao final. Tanto os equipamentos de fabricagao como os instrumentos de medicéio so imperfeitos. Por esse motivo, é imposstvel produzir pegas com dimensdes exatas, pois elas sempre apresentaréo um desvio em relacdo as dimensées preestabelecidas. © controle de medidas consiste na aplicagao de processos que permitam manter os erros de fabricagao dentro de limites aceitaveis, previamente estabelecidos e que recebem o nome de tolerancia. Portanto, no controle de medidas torna-se necessario conhecer: * que é medir por comparagao direta (com instrumentos de medida), ou indireta (com instrumentos de verificagao); * instrumentos de medida e seu uso; * conceito de tolerancia e sua aplicagao no projeto € na fabricacao; © instrumentos de verificagao, Medigao ‘Toda medi¢ao ¢ feita comparando-se uma grandeza com outra de mesma espécie, considerada como unidade. Se 0 comprimento de um corredor é igual a trés metros, é porque nele a unidade de ‘comprimento metro cabe trés vezes. Seguindo o mesmo procedimento, para medir uma superficie temos de usar unidades de area (cm’, m’, etc.); por sua vez, o volume de um corpo é determinado pelas unidades de volume (m°, cm’, litros, etc.) e assim por diante. Cada grandeza 6 medida com unidades apropriadas dessa mesma grandeza. Nao é possivel medir comprimento em litros. Unidades As unidades estabelecidas para medir uma determinada grandeza sao fixadas por definigéo, Nao dependem de quaisquer condigées fisicas, como temperatura, pressao, grau de umidade, etc. 10 SENAL-SP ~ INTRANET Controle de medidas Oficialmente, devido a normas brasileiras e intemacionais, prevalecem as unidades do S.1. (Sistema Internacional): metro, quilograma, newton, segundo, etc Padrao ‘As unidades de medida tém uma definicao absoluta. Entretanto, na pratica apresentam-se materializadas em objetos que esto sujeitos a variagdes provocadas pelas mudangas de condigées fisicas. Por isso, os padrées sé expressam, com rigor, a unidade que representam se estiverem dentro de condigées especificas. ‘Até 1960, o metro padrao era uma barra de platina e iridio, que sofria uma dilatagdo muito pequena com a variagao da temperatura, Nesse protétipo, conservado em Sevres, na Franga, o metro é determinado pela distancia entre dois tragos nessa barra, na temperatura de zero grau Celsius. No Brasil vigora outro padrao para o metro, estabelecido pelo INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalizacao ¢ Qualidade Industrial), drgao brasileiro de normalizagao, Esse padrao esta baseado na velocidade da luz e sera explicado no préximo capitulo, Principios basicos de controle © sucessivo aumento de produgao e a melhoria da qualidade requerem um desenvolvimento e um aperfeigoamento continuo da técnica de medigao, Quanto maiores as exigéncias de qualidade e rendimento, maiores serao as necessidades de aparatos, instrumentos de medigdo e profissionais habilitados, Quando efetuamos uma medida qualquer, é preciso considerar trés elementos fundamentais: 0 método, 0 instrumento de medigao e 0 operador. SENAL-SP ~ INTRANET " Controle de medidas Método Amedigdo pode ser direta ou indireta por comparacdo. Amedigao direta é feita mediante instrumentos, aparelhos e maquinas de medit. Emprega-se a medigao direta na confecgao de pegas-protétipo, isto é, pegas originais que se utilizam como referéncia ou ainda em produgao de pequena quantidade de pegas. A medida indireta por comparago consiste em confrontar a pega que se quer medir com aquela de padrao ou dimensao aproximada. Assim, um eixo pode ser controlado, por medida indireta, utilizando-se um calibrador para eixos. Um calibrador para eixos, tipo boca fixa, possui duas bocas. O eixo a ser medido deve passar pela boca maior, ou seja, pelo lado "passa", mas ndo pode passar pela boca menor (que é 0 lado "nao passa", pintado de vermelho). Outro calibrador do tipo "passa nao passa" 6 o tampao para furos, em que o lado "nao passa" 6 o mais curto. Seu funcionamento é semelhante ao do calibrador fixo para eixos. 12 SENAL-SP ~ INTRANET Controle de medidas © relégio comparador é um instrumento comum de medigao por comparagdo. AS diferengas percebidas nele pelo apalpador sao amplificadas mecanicamente e vao movimentar o ponteiro rotativo dianteiro da escala. Instrumento de medigao Para se ter uma medida precisa, é indispensavel que o instrumento corresponda ao padrao adotado. E necessério, também, que ele possibilite executar a medida com a tolerancia exigida. Em suma, a medigao correta depende da qualidade do instrumento ‘empregado. Operador E 0 operador quem deve apreciar as medidas e executd-las com habilidade. Dai a sua importancia em relagao ao método e ao instrument. E mais provavel que um operador habilidoso consiga melhores resultados com instrumentos limitados do que um operador indbil, com instrumentos excelentes. E necessério, portanto, que o operador conhega perfeitamente os instrumentos que utiliza. Deve, também, tomar a iniciativa de escolher 0 método de medigao mais adequado e saber interpretar corretamente os resultados obtidos. SENAL-SP ~ INTRANET 13 Controle de medidas Laboratério de metrologia Tanto as medidas como os padrées de medida estdo sujeitos as variagdes de temperatura, pressdo, etc. Por isso, para medidas de alta preciso, faz-se necessaria uma climatizagao do local. O laboratério de metrologia deve, portanto, satisfazer as seguintes exigéncias: + Temperatura constante de 20°C; + Umidade relativa 55% + Auséncia de vibragées e oscilagoes; + Espaco suficiente; + lluminagao adequada e limpeza. A temperatura de calibragao dos instrumentos destinados a verificar dimensdes ou formas foi fixada em 20°C pela Conferéncia Internacional do ex-comité ISA. Essa deve ser a temperatura do laboratério, mas tolera-se a variagao de mais ou menos 1°C. Dal a necessidade de o laboratério possuir reguladores de temperatura automaticos. A.umidade relativa do ar nao deve ultrapassar a 55%. A temperatura e a umidade do ar no laborat6rio deverdo ser medidas por um termohigrémetro ¢ sua regulagao ¢ feita por sistemas automaticos. As vibragées e oscilagées sao evitadas instalando as maquinas de medir ou aparelhos de alta sensibilidade sobre pisos especiais. Esses pisos compéem-se de camadas altemadas de conereto, cortiga e betume. [Ps nomma is nar] / / cconcreto cortica betume 4 concrete “Ge a cottica SES betume- |-+| tiga lateral [+] foiga lateral No laboratério, 0 espaco deve ser suficiente para acomodar em armérios todos os instrumentos e, ainda, proporcionar bem estar aos que nele trabalham. 14 SENAL-SP ~ INTRANET Controle de medidas Ailuminago deve ser uniforme, constante e disposta de maneira a evitar 0 ofuscamento. Nenhum dispositivo de preciso deve ficar exposto ao pé. Isso pode provocar desgastes e prejudicar as partes épticas pelas constantes limpezas. O local de trabalho deve ser 0 mais limpo e organizado possivel, evitando-se que as pegas fiquem umas sobre as outras. ‘Crediton Unidades Eecolaras do SENALSPI2009 Elaborader Benjamin Prizendt Contetdo técnica alualizado por docentes das Undades ‘Afrede Marangon' Escolares com citérias defines pola Geréncia de ‘José Ai de Lima Eucagao do SENAI-SP em concordancia com a Ditec Nelson Cruz Paiva (010 v.6—Diretrizes para a produgio de materal ddatico Sebastiao Luiz da Siva impress, lustrador:_Givan Lima da Siva SENAL-SP = INTRANET 15 Controle de medidas Aluaizado pelas Unidades Estolares do SENAI-SP/2010 Medidas lineares Padrées © Homem, jé nos tempos pré-histéricos, deve ter sentido necessidade de avaliar 0 tamanho de uma arvore, de um animal abatido, de uma distancia a ser percorrida, etc. Mais tarde, passou a efetuar medidas utilizando, inicialmente, unidades naturais: pé, brago, passo, etc. Essas unidades davam origem a padrdes que variavam de um local a outro, O desenvolvimento comercial aumentou o intercambio entre os povos e e: mais objetivos e precisos. Padrées que reprodu: conhecido e utilizado por todos. iu padrées sem unidades de valor fixo, No século XVII, na Franca, ocorreu um avango importante na questao de medidas. A “toesa", que era a unidade de medida linear entao utilizada, foi materializada em uma barra de ferro com dois pinos nas extremidades e, em seguida, chumbados na parede ‘externa do Grand Chatelet, nas proximidades de Paris. Desta forma, cada interessado poderia aferir seus prdprios instrumentos. Entretanto, esse primeiro padrao foi se desgastando com o passar do tempo e teve que ser refeito, Surgiu, entéo, um movimento no sentido de estabelecer uma unidade natural, isto 6, que pudesse ser encontrada na natureza e, assim, ser facilmente copiada, constituindo um padrao de medida. Outra exigéncia sobre essa unidade: deveria ter seus submiiltiplos estabelecidos segundo o sistema decimal. Apresentado or Talieyrond, na Franga, esse projeto transformou-se em lei, aprovada em 8 de maio de 1790. SENAL-SP ~ INTRANET 17 Controle de medidas Estabeleceu-se, entdo, que a nova unidade deveria ser igual A décima milionésima parte de um quarto meridiano terrestre. 414 do meridiano linha do equader: linha do meridian: Essa nova unidade passou a ser chamada metro (o termo grego “metron" significa medir). Os astrénomos Delambre e Mechain foram incumbidos de medir o meridiano. Utilizando a toesa como unidade, mediram a distancia entre Dunkerque e Montjuich, perto de Barcelona, Feitos os célculos, chegou-se a uma distancia que foi materializada numa barra de platina de secgao retangular de 25 x 4,05mm, O comprimento dessa barra era equivalente ao comprimento da unidade padrao metro, que assim foi definido: "Metro é a décima milionésima parte de um quarto do meridiano terrestre" Foi esse metro materializado que passou a chamar-se Metro dos Arquivos. Com 0 desenvolvimento da ciéncia, verificou-se que uma medigao mais precisa do meridiano, fatalmente, daria um "metro" um pouco diferente, Assim, a primeira definigdo foi substituida pela segunda definigao: “Metro 6 a distancia entre os dois extremos da barra de platina depositada nos arquivos da Franga, apoiada nos pontos de minima flexao na temperatura de zero grau Celsius”. Escolheu-se a temperatura de zero grau Celsius por ser, na época, a mais facilmente obtida, mediante o gelo fundente. 18 SENAL-SP ~ INTRANET Controle de medidas No século XIX, varios paises ja haviam adotado o sistema métrico. No Brasil, 0 sistema métrico foi implantado por meio da Lei Imperial n° 1.157 de 26 de junho de 1862. Estabeleceu-se, entdo, um prazo de dez anos para que os padrées antigos fossem inteiramente substituidos. Com exigéncias tecnolégicas maiores, decorrentes do avango cientifico, notou-se que © Metro dos Arquivos apresentava certos inconvenientes. Por exemplo, o paralelismo das faces nao era assim téo perfeito. O material, relativamente mole, poderia se desgastar, e a barra também nao era suficientemente rigida. Para aperfeigoar o sistema, fez-se um outro padrao que recebeu + segdo transversal em X, para ter maior estabilidade; + uma adigao de 10% de iridio, para tornar seu material mais duravel; + dois tragos em seu plano neutro, de forma a tornar a medida mais perfeita. Assim, em 1889, surgiu a terceira definigao: "Metro é a distancia entre os eixos de dois tracos principais marcados na superficie neutra do padrao internacional depositado no B.|.P.M. (Bureau Internacional des Poids et Mésures), na temperatura de zero grau Celsius e sob uma pressdo atmosférica de 760mmHg e apoiado sobre seus pontos de minima flexao". Atualmente, a temperatura de aferigéo € de 20°C. E nessa temperatura que o metro, Ultiizado em laboratério de metrologia, tem 0 mesmo comprimento do padrao que se encontra em Savres, na temperatura de zero grau Celsius. ‘SENAL-SP - INTRANET 19 Controle de medidas Ocorreram, ainda, outras modificagdes. Hoje, o padrao do metro em vigor no Brasil é recomendado pelo INMETRO, baseado na velocidade da luz, de acordo com deciséo da 17° Conferéncia Geral dos Pesos e Medidas de 1983. O INMETRO, em sua resolugdo 3/84, assim definiu o metro: "Metro é 0 comprimento do trajeto percorrido pela luz no vacuo, durante o intervalo de tempo de ———* do segundo. 299.792.458 E importante observar que todas essas definigdes somente estabeleceram com maior preciso o valor de uma mesma unidade: o metro. Padrées do metro no Brasil © metro padrao que existe no IPT (Instituto de Pesquisas Tecnolégicas do Estado de ‘S40 Paulo) possui uma secedo transversal reta em forma de H e esta devidamente aferido. Piano neuro INT (Instituto Nacional de Tecnologia) possui também dois exemplares de metros- padréo de alta qualidade. Um dos exemplares é de liga, com 36% de niquel (Invar), € dilatagao por volta de 1-10; 0 outro, também de liga, contém 58% de niquel e possui uma dilatagao de 11,5 10°. 20 SENAL-SP ~ INTRANET Controle de medidas Miittipios € submittiplos do metro Nome Simbolo__| Fator pelo qual a unidade é multiplicada exametro Em 410'* = 1 000 000 000 000 090 000m peptametro Pm 10° = 1.000 000 000 000 000m terametro Tm 40" = 1 000 000 000 00m sigametro Gm 40° = 1.000.000 000m megametro Mm 10° = 1.000 000m quilémetro km 40° = 1.000m hectometro hm 10? = 100m docametro dam 10'= 10m metro m im decimetro dm centimetro om rilimetro mm 001m micrometro um 10° = 0,000 001m nanometro om 0,000 000 001m picometro om 10° = 0,000 000 000 001m fentometro im 10°" = 0,000 000 000 000 001m attometro am 10° = 0,000 000 000 000 000 001m Observagao Com excegao de quilémetro, decimetro e milimetro, 0s demais milltiplos e submittiplos tm a silaba ténica na pentitima silaba: exametro, peptametro, etc. O sistema inglés O sistema inglés, que predomina na Inglaterra e nos Estados Unidos, tem como padrao ajarda Entretanto, mesmo nesses dois paises, vem sendo implantado o sistema métrico, que €0 mais usado em todo 0 mundo. Por isso, em 1959, a jarda passou a ser definida em fungao do metro, valendo 0,914 40m. As divisdes da jarda (3 pés, cada pé com 12 polegadas) passaram, entéo, a ter seus valores expressos no sistema métrico: ‘yd (uma jarda) = 0,914 40m 1" (um pé) = 304,8mm 1" (uma polegada) = 25,4mm SENAL-SP ~ INTRANET 2 Controle de medidas A polegada divide-se em fragées ordinarias de denominadores iguais a: 2, 4, 8, 16, 32, 64, 128. Temos, entdo, as seguintes divisdes da polegada: imeia polegada) ‘um oitavo de polegada) Zum dezesseis avos de polegada) ‘gy (um trinta e dois avos de polegada) “gq (um sessenta e quatro avos de polegada) = (um cento e vinte e oito avos de polegada) Os numeradores das fragdes devem ser ntimeros impares: 13" 5 45" etc 2'4°8" 16 Quando o numerador for par, deve-se proceder a simplificagao da fragao: £ +. pois 6+2=3 8+2=4 wre pois 81821 644828 64 Sistema inglés - fragao decimal A divisdo da polegada em submiltipios de 7 ‘em vez de facilitar, complica 98 calculos na industria. 22 SENAL-SP ~ INTRANET Controle de medidas Por essa razao, criou-se a divisdo decimal da polegada. Na pratica, a polegada subdivide-se em milésimos e décimos de milésimos. Exemplo: 1.003" = 1 polegada e 3 milésimos 1.1247" = 1 polegada e 1.247 décimos de milésimos 725" = 725 milésimos de polegada Nas medigSes em que se requer mais preciso, utiliza-se a divisdo de milionésimo de polegada, também chamada de micropolegada. Em inglés, micro inch, representada por pinch. Observacao Qs valores em polegada decimal inferiores a uma polegada utilizam ponto no lugar da virgula, Exemplo .001" = um milésimo de polegada .000 001" = um inch .028" = 28 milésimos de polegada Conversées ‘Sempre que uma medida estiver em uma unidade diferente da que os equipamentos utilizados necessitam, deve-se converté-la (ou seja, mudar a unidade de medida). Para converter polegada ordinaria em milimetro, deve-se multiplicar o valor em polegada ordindria por 25,4. Exemplos’ + 25,4 = 50,8mm 3-25, 525mm SENAL-SP ~ INTRANET 23 Controle de medidas Aconversdo de milimetro em polegada ordinéria ¢ feita dividindo-se o valor em mm. por 25,4 e multipiicando-o por 128. O resultado deve ser escrito como numerador de uma fragdo, cujo denominador é 128. Caso o numerador no dé um néimero inteiro, deve-se arredondé-lo para o niimero inteiro mais préximo. Exemplos: + 12,7mm (12,7 + 25,4)-128 _ 0,5:128 _ 64". 128 128 64" _ 32! Sif SA Se simplificando Fe == + 19,8mm (19,8 + 25,4) aredondando: 122" simpiificando; 12% = 50° - 25° 128 128 64 32 Regra pratica: Para converter milimetro em polegada ordinéria, basta multiplicar o valor em milimetro por 5,04, utilizando como denominador 128. Arredondar se necessario. Exemplos: + 12,7mm 12,7 -5,04 _ 64,008 - sondando: £4” 128 128 64" _ 32" _16"_ 8" iti 32 simplificando: 5 == a5 a5 + 19,8mm 99.792. arredondando : 12 simpliicando: 1°" = 50". 25° 128 128 128 64 «(32 Observacao © valor 5,04 foi encontrado pelo arredondamento da relacdo = =5,03937 A polegada decimal (milésimo de polegada) ¢ convertida em polegada ordinaria quando se multiplica a medida expressa na primeira unidade por uma das divisées da polegada, que passa a ser o denominador da polegada ordinaria resultante. Exemplo: Escolhendo a divisdo 128 da polegada, usaremos esse ntimero para: + multiplicar a medida em polegada decimal .125"-128 = 16" + figurar como denominador (e 0 resultado anterior como numerador) 24 SENAL-SP ~ INTRANET Controle de medidas 16 et 128 64 Outro exemplo: Converter .750" em polegada ordinaria. 750"-8 _ 6"_3" 8 8 4 Polegada ordinaria em polegada decimal: para efetuar essa conversao, divide-se 0 numerador da fragao pelo seu denominador. Exemplos » 223.8=.376" 8 « Big st6= 3128" 16 Para converter milésimo de polegada em milimetro, basta multiplicar 0 valor em milésimo por 25,4. Exemplo Converter 375" em milimetro 375". 25,4 = 9,525mm Converte-se milimetro em polegada decimal, dividindo 0 valor em milimetro por 25,4 Exemplos: + 5,08mm. 5,08 - p00" 25,4 + 18mm 18 25,4 7086" arredondando : .709" Aequivaléncia entre os diversos sistemas de medidas, vistos até agora, pode ser melhor compreendida graficamente: SENAL-SP ~ INTRANET 25 Controle de medidas Alualizado pelas Unidades Escolares do SENAI-SP/2010, Régua graduada Introdugao Arégua graduada 6 0 mais simples entre os instrumentos de medida linear. Apresenta- se, em regra, em forma de lamina de aco-carbono ou de ago inoxidavel. Nessa lamina estdo gravadas as medidas em cer \etros (cm) e milimetros (mm), conforme o sistema métrico, além de polegadas e suas fracdes (sistema inglés) & Utiiiza-se a régua graduada nas medigdes com erro admissivel superior a menor graduagao, Essa graduacao eqtivale a 0,5mm ou As réguas graduadas apresentam-se nas dimensdes de 150, 200, 250, 300, 500, 600, 1,000, 1.500, 2,000 e 3,000 mm, As mais usadas na oficina séo as de 150mm (6") e 300mm (12"). SENAL-SP ~ INTRANET 37 Controle de medidas Tipos e usos Régua de encosto interno: serve para medicao com face interna de referéncia. Régua sem encosto: nesse caso, devemos subtrair do resultado 0 valor do ponto de referéncia. 76mm leitura =76 -10 = 66mm Régua com encosto: serve para medicao de comprimento a partir da face externa do encosto de uma pega. Régua de profundidade: utilizada nas medigdes de canais ou rebaixos internos. 38 ‘SENAL-SP - INTRANET Controle de medidas Sy Régua de dois encostos: usada pelo ferreiro, Eneosto externo (graduecéo na fece oposte) Nencosto interno aa Régua rigida de ago-carbono com segdo retangular: serve para medir deslocamentos em maquinas-ferramenta, controle de dimensdes lineares, tragagem, Caracteristicas De modo geral, uma escala de boa qualidade deve apresentar um bom acabamento, bordas retas e bem definidas, e faces polidas. As réguas de manuseio constante devem ser de aco inoxidavel e temperado. E necessério que os tragos da escala sejam gravados, bem definidos, uniformes e finos. As distancias entre os tracos devem ser iguais. Aretilineidade e a precisdo das divisées obedecem a normas internacionais. ‘SENAL-SP - INTRANET 39 Controle de medidas Leitura no sistema métrico Cada centimetro na escala acha-se dividido em 10 partes iguais, e cada parte equivale atmm. Assim, a leitura pode ser feita em milimetros. A figura abaixo mostra, de forma ampliada, como se faz isso. Leitura no sistema inglés ordinario Nesse sistema, a polegada divide-se em 2, 4, 8, 16. partes iguais. As escalas de preciséo chegam a apresentar 32 divisdes por polegada, enquanto as demais s6 apresentam fragées de lei z . Afigura a seguir mostra essa divis4o, apresentando a polegada em tamanho ampliado. 40 ‘SENAL-SP - INTRANET Controle de medidas Observe que na figura anterior estdo indicados somente frag6es de numerador impar. Isso acontece porque toda vez que houver numeradores pares, a fragao é simplificada. Exemplo: rot >. 16 16 woo +e ara simpli 16 16 16 ic a ar. basta dividir por 2) wor tts 3s as 16 16 16 16 |” 16 ot al 16 16 wat AGILIGh (para simplificar, basta divi og ae age 5 oom 1% 16 16:16:16 «16 «| «16 wooo ts a 16 16 16°16 16 16 16 Aleitura na escala consiste em observar que trago coincide com a extremidade do objeto. © Ss eetn pn dt, 1 ‘Assim, 0 objeto na figura acima tem 15> (uma polegada e um comprimento. ‘SENAL-SP - INTRANET at Controle de medidas Conservagao + Evitar quedas e contato da escala com ferramentas comuns de trabalho; + Evitar arranhaduras ou entalhes que possam prejudicar a graduagao; * Nao flexionar a escala. Isso pode empenar a régua ou até mesmo quebré-la; + Nao utilizar para bater em outros objetos; + Limpar apés 0 uso, removendo o suor e a sujeira. Aplicar uma pequena camada de leo fino, antes de guardar a régua graduada Créaitos Unidades Excolares do SENALSPI20(0 ElaboraderBarjanin Prizandl Contetde técnicoatualizado por docentes das Undades Alfedo Marangoni Escolares com sitios defnidos pela Geréncia de ‘José At de Lima Educagio do SENAI-SP em concardéncia com a Ditoc Nelson Cruz Paiva 010 v6 ~ Diretrizes para a produgdo de material didtico ‘Sebastao Luiz da Sina impress llustrador: Gian Lima da Siva 42 SENAL-SP ~ INTRANET Controle de medidas Aluaizado pelas Unidades Escolares do SENAL-SP/2010 Introdugao Paquimetro © paquimetro é um instrumento usado para medir dimensées lineares intemas, externas e de profundidade. Consiste em uma régua graduada, com encosto fixo, na qual desiiza um cursor. 4. orelha fixa 8 2. orelha mével 8. 3. ndnio ou vernier (polegadas) 10, 4, fxador "1 5. cursor 12, 6. escala de polegadas 13, 7. bico fixo 14, tie eae 13 14 cencosto fixo ‘encasto mével bico mével rnénio ou vernier (milimetros) impulsor ‘scala de millmetros haste de profundidade © cursor ajusta-se a régua de modo a permitir sua livre movimentagao, com um minimo de folga. Ele é dotado de uma escala auxiliar, chamada nénio ou vert Essa escala permite que se alcance uma maior preciséo nas medidas, SENAL-SP ~ INTRANET 43 Controle de medidas © paquimetro universal é usado, especialmente, quando a quantidade de pegas que se quer medir € pequena e a preciso nao é inferior a 0,02mm, a ou 001". As superficies do paquimetro sao planas e polidas, geralmente de ago inoxidavel. Suas graduagSes so aferidas a 20°C, nos sistemas métrico e inglés. Tipos e usos Paquimetro universal: ¢ utiizado em medigdes externas, internas e de profundidade. E 0 tipo mais usado. aT TTT TTT Paquimetro universal com relégio in um grande numero de medidas. ado quando se necessita executar Paquimetro com bico mével (basculante): usado para medir pegas cénicas ou peas com rebaixos de didmetros diferentes. 44 ‘SENAL-SP - INTRANET Controle de medidas ZL Paquimetro de profundidade: serve para medir profundidade de furos ndo vazados, rasgos, rebaixos, etc. Esse tipo de paquimetro pode apresentar-se’ * com haste simples; * com haste com talao. Aseguir, duas situagdes de uso do paquimetro de profundidade com haste simples. Haste simples Haste com gancho ‘SENAL-SP - INTRANET 45 ‘Controle de medidas Paquimetro duplo: serve para medir dentes de engrenagens Tragador de Itura: usado para tragagem e controle geométrico. Principio do nénio Aescalado cursor é chamada nénio ou vernier, em homenagem a Pedro Nunes € Pierre Vernier, considerados seus inventores. 46 SENAL-SP ~ INTRANET Controle de medidas © nénio possui uma divisdo a mais que a unidade usada na escala fixa. a 2 tn Nonio Cursor escala fix Boo escala do cursor (nénio) No sistema métrico, existem paquimetros em que 0 nénio possui dez divisées equivalentes a nove milimetros. HA, portanto, uma diferenga de 0,1mm entre o primeiro trago da escala fixa € o primeiro trago da escala mével. escola fixa 0 mm 10 I 2810.1 10 Ne de divisdes do ndnio (N+), escolo. movel ‘SENAL-SP - INTRANET Controle de medidas ime 1 troeo (escola fix) = + i 5 = yu race (escola_més 0.tenm Essa diferenga é de 0,2mm entre o segundo trago de cada escala; de 0,3mm entre os terceiros tragos e assim por diante. escolo graduodo fixo ruuitiri sii) 1 < ! ! TTY Tt 345678910 I T 2 escola graduada mével Calculo da resolugao As diferengas entre a escala fixa e a escala mével de um paquimetro podem ser calculadas pela sua resolugao. A resolugao é a menor medida que o instrumento oferece. E calculada utilizando-se a seguinte formula: valor damenor divisdo da escala fixa resolugao =~= = 7 numero de divis6es daescala movel Exemplo: mm __ 9 tmm resolugdo = _—_™™__=9, 10 divisbes 48 ‘SENAL-SP - INTRANET Controle de medidas resolugao- —!™™"__=0,05mm 20 divisées resolugéo =" _ 5 Leitura no sistema métrico Aleitura no sistema métrico é feita da seguinte maneira: * Verificar qual a indicacao da escala fixa que esté mais proxima do zero da escala movel; +» Amedida, dada pela escala fixa, adicionar a que € obtida com a escala mével. Para isso, multiplica-se a resolugao do paquimetro pelo numero do trago do nénio que coincide com um trago da escala fixa, apés 0 zero da escala mével. Exemplo: Aescala fixa indica 13mm. 0 trago do nénio, que coincide com um trago da escala fixa apés 0 zero da escala mével, 6 0 5°. Portanto, devemos adicionar a indicagao da escala fixa (13mm) o resultado de 0,05 (que é a aproximagao do paquimetro) multiplicado por 5 (ntimero do trago que coincidiu). Ou seja, 13mm + 0,055 = 13+0,25, que é igual a 13,25mm. Leitura no sistema inglés - fragao ordindria Aescala fixa do paquimetro, no sistema inglés, é graduada em polegada e suas fragdes. Esses valores fracionarios da polegada séo complementados com 0 uso do nénio. Para utilizar 0 nénio, precisamos saber calcular sua aproximago: SENAL-SP ~ INTRANET 49 Controle de medidas at a 168 128° ° 128 Assim, cada diviséo do nénio vale —; 128 duas divis6es corresponderao a ~_ ou — ¢ assim por diante. 128° 64 mM i wm A partir dai vale a explicagao dada no item anterior: adicionar a leitura da escala fixa a 1 resolugao (s) multiplicada pelo numero do trago do nénio que coincidir com a escala fia. Exemplo: Na figura a seguir, podemos ler 7- na escala fixae == no nénio. A medida total equivale a soma dessas duas leituras. Medido interne Sul 50 ‘SENAL-SP - INTRANET Controle de medidas Colocagao de medida no paquimetro Para abrir um paquimetro em uma medida, dada em polegada ordinaria, devemos: 1. Verificar se a fragao tem denominador 128. Se nao tiver, deve-se substitul-la pela sua equivalente com denominador 128. Exemplo: abrir 0 paquimetro na medida —~— cae 128 A fragao ja esta com denominador 128. 25 8 1 3 resto quociente Outro exemplo: Z nao tem denominador 128 64 or 4 s —/—— _ frago equivalente com denominador 128 64 128 2. Dividir 0 numerador por 8. No exemplo acima: 18 | 8 2 2 resto quociente 3. © quociente indica a medida na escala fixa; o resto mostra o nlimero do trago do n6nio que coincide com um trago da escala fixa. colncidéncia (resto 2) 4 ‘SENAL-SP - INTRANET 51 Controle de medidas © paquimetro deverd indicar 0 3° trago da escala fixa e apresentar 0 1° trago do nénio, coincidindo com um traco da escala fixa. coincidéncia (resto 1) 4 8 \_quociente 3 escala fa Leitura no sistema inglés - frago decimal No paquimetro em que se adota esse sistema, cada polegada da escala fixa divide-se 4 so at Si em 40 partes iguais. Cada diviséo corresponde, entao, a 3. que é igual a .025". Como 0 nénio tem 25 divisdes, a aproximagao desse paquimetro 6: Essa aproximago permite calcular a contribuigéo do nénio 4 medida da escala fixa. Considere, a titulo de exemplo, que a coincidéncia de tragos ocorre com 0 21° trago do nénio. Teremos uma diferenga de 21-.001” = .021" para ser adicionada a medida indicada na escala fixa. Acompanhe essa situagao na figura abaixo: coincidéncia no 21° trago 021 450 / 0 5 1 1 20/25 WLLL TOIT TTT TATA 0123 234 4567894 52 ‘SENAL-SP - INTRANET Controle de medidas De acordo com a figura, a medida sera: 450" (escala fixa) 021" (nénio) 471" (medida obtida) Erros de leitura Além da falta de habilidade do operador, outros fatores podem provocar erros nas medidas com paquimetro, como a paralaxe e a pressdo de medigao. O erro por paralaxe deve-se ao fato de a coincidéncia entre um trago da escala fixa, com outro da mével, depender do Angulo de viséo do operador. O correto seria, entéo, 0 operador observar o instrument de frente. Ja a pressao de medigao origina-se no jogo do cursor, controlado por uma mola. Pode ocorrer uma inclinagao do cursor em relagao a régua alterando a medida. U errado Para se deslocar com facilidade sobre a régua, o cursor deve estar bem regulado, nem muito preso, nem muito solto. O operador deve, portanto, regular a mola, adaptando o instrumento & sua mao. Técnica de utilizagao © paquimetro, para ser usado corretamente precisa ter: ‘+ seus encostos limpos; ‘+ a peca a ser medida posicionada corretamente entre os encostos. ‘SENAL-SP - INTRANET 53 ‘Controle de medidas E importante abrir o paquimetro com uma distancia maior que a dimensao do objeto a ser medido. © centro do encosto fixo deve ser encostado em uma das extremidades da pega. OL © paquimetro deve ser fechado suavemente, até que 0 encosto mével toque a outra extremidade. Feita a leitura da medida, o paquimetro deve ser aberto e a pega retirada, sem que os ‘encostos a toquem. As recomendagdes seguintes referem-se a utilizagdo do paquimetro para determinar medidas: + externas; + internas; + de profundidade; + de ressaltos. 54 SENAL-SP ~ INTRANET Controle de medidas Nas medidas externas, deve estar colocada a pega a ser medida o mais profundo possivel entre os bicos de medigao, para evitar um possivel desgaste na ponta dos bicos. errado certo Para maior seguranga nas medigées, as superficies de medigao dos bicos com a pega devem ser bem apoiadas. Superticie de medigoo dos bicos Peco = \ Superticie de medigdo cerrado dos bicos certo Nas medida: ternas, as orelhas devem ser colocadas 0 mais profundo possivel. O paquimetro deve estar sempre paralelo a pega que esta sendo medida. Fm, me certo errado ‘SENAL-SP - INTRANET 55 Controle de medidas el Yes errado certo Para maior seguranga nas medigdes, as superficies de medigéo das orelhas devem coincidir com a linha de centro do furo. Deve-se tomar a maxima leitura para diémetros internos e a minima leitura para faces planas internas. Medidas de profundidade devem ser feitas apoiando 0 paquimetro corretamente sobre a pega, evitando que ele fique inclinado. HE Ui, errado re whe errado certo 56 ‘SENAL-SP - INTRANET Controle de medidas Nas medidas de ressaltos, deve-se colocar a parte do paquimetro, apropriada para ressaltos, perpendicular a superficie de referéncia da pega. No se deve usar a vareta de profundidade para este tipo de medigao. ‘erode certo Conservagao + Manejar o pag + Nao deixar 0 paquimetro em contato com ferramentas, o que pode Ihe causar \etro sempre com todo cuidado, evitando choques; danos; + Evitar arranhaduras ou entalhes; isto pode prejudicar a graduagao; + Ao realizar a medigao, nao pressionar 0 cursor além do recomendado; + Limpar e guardar o paquimetro em local apropriado, apés sua utilizagao, Gréditos [ Unidades Escolares do SENAL-SPI2009 Elaborador:Ganjarin Przendt CContedde técrico atualizado por dacentes das Unidades Alfredo Marangoni Escolares com ertérios defnidos pela Geréncia de ‘José Ar de Lima Educagdo do SENAI-SP em concordéncia com a Ditec Nolson Cruz Paiva 010 v6 ~ Diretrizes para a produgdo de material didatico ‘Sebastio Luiz da Sia impresso, lustrador- _Gilvan Lima da Siva ‘SENAL-SP - INTRANET 57

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